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E-BOOK

Avaliação
Nutricional
em Pediatria
índice
Introdução à Avaliação Nutricional em Pediatria ................... 3
. . . . . . . . . . . . . . . .

Fases do crescimento normal ............................................ 4

Importância da avaliação nutricional ................................. 6

Métodos de Avaliação Nutricional ...................................... 7

Avaliação antropométrica ................................................... 11

Avaliação bioquímica ...................................................... 11

Avaliação dietética ............................................................ 14

Outros métodos complementares .................................. 15

Interpretação dos resultados


da Avaliação Nutricional em Pediatria .............................. 17

Classificação do estado nutricional ................................. 17

Abordagem terapêutica de desnutrição


e desvios nutricionais em Pediatria .................................. 20

Estratégias para promoção de uma


alimentação saudável na infância ..................................... 22

Orientações nutricionais específicas para


condições clínicas comuns na infância ......................... 23

Conclusão ....................................................................... 24

Referências ..................................................................... 26
INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL EM PEDIATRIA

O padrão de crescimento infantil é o melhor indicador para avaliar o estado de saúde e nutrição
de crianças, sendo a antropometria o principal método de avaliação. A avaliação nutricional é
considerada um fator prognóstico de morbimortalidade para este grupo.

O crescimento é um processo multifatorial, complexo e progressivo, resultante da presença de


fatores intrínsecos e extrínsecos que o influenciam diretamente ou são determinantes de doenças
que o afetam. Ele depende da interação de fatores genéticos e ambientais. Assim, um ambiente
adequado, incluindo alimentação, higiene, cuidados de saúde, afetividade, entre outros, proporciona
condições necessárias para o desenvolvimento do potencial genético de crescimento.

Este processo inclui hipertrofia e hiperplasia celular, além de acúmulo de material extracelular, que
são refletidos pelo aumento das dimensões corporais (peso, estatura, perímetros, circunferências,
pregas e segmentos).

Figura 1. Fatores intrínsecos e extrínsecos ao crescimento.

FATORES INTRÍNSECOS

SISTEMA
GESTAÇÃO HEREDITARIEDADE
NEUROENDÓCRINO

DOENÇA CRESCIMENTO

AMBIENTE VÍNCULO MÃE-FILHO NUTRIÇÃO

FATORES EXTRÍNSECOS
O crescimento normal pode ser dividido em cinco fases de acordo com o período da vida, as quais
diferem quanto à velocidade e à influência dos fatores determinantes. Crianças e adolescentes
crescem de maneira previsível de acordo com essas fases, tornando a avaliação frequente e
precisa do crescimento uma ferramenta importante para a detecção de desvios do padrão normal.
Esses desvios, por sua vez, podem ser a primeira manifestação de diversas doenças, como as de
origem genética e infecciosa.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 3


Fases do crescimento normal
Fase intrauterina
A média da velocidade de crescimento (VC) do feto é de 1,2 a 1,5 cm/semana, com variações no
período. No meio da gestação, é de 2,5 cm/semana e diminui para quase 0,5 cm/semana logo
antes do nascimento. O final da gestação é caracterizado por baixa VC estatural, mas, por outro
lado, por intenso ganho ponderal.

Fase do lactente
Neste período, que compreende os primeiros 24 meses de vida, os principais fatores implicados no
crescimento da criança são os nutricionais e ambientais. Os fatores genéticos e endócrinos, como
a ação do hormônio de crescimento, têm menor atuação. Portanto, o padrão familiar de estatura
tem pouca importância no crescimento durante os primeiros dois anos de vida.

O peso, a estatura e o perímetro cefálico são as principais medidas que devem ser avaliadas nesta
fase, principalmente no primeiro ano de vida. O aumento ponderal médio por trimestre nos primeiros
12 meses, esperado para recém-nascido (RN) a termo e adequado para idade gestacional, está
resumido na Tabela 1.

Do nascimento até os 3 meses de vida, há um incremento de 3,5 cm/mês no comprimento, 2 cm/


mês entre 4 e 6 meses, 1,5 cm/mês entre 7 e 9 meses e 1,2 cm/mês entre 10 e 12 meses. Ao final
do primeiro ano de vida, o lactente deverá ter aumentado em 50% a sua estatura de nascimento.

O crescimento do sistema nervoso central é muito intenso no primeiro ano de vida, sendo avaliado
pelo aumento do perímetro cefálico, que é de 2 cm/mês no primeiro trimestre, 1 cm/mês no
segundo trimestre e 0,5 cm/mês no segundo semestre.

Tabela 1. Valores médios de ganho de peso por trimestre e por dia

Granho de Peso g/mês g/dia

1º trimestre 700 25 a 30

Classificação do recém-nascido conforme peso de nascimento


2º trimestre 600 20

3º trimestre 500 15

4º trimestre 300 10

Fonte: SBP, 2017.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 4


Fase pré-púbere
Período entre o terceiro ano de vida e o início da puberdade. Caracteriza-se por crescimento mais
estável, de aproximadamente 5 a 7 cm/ano. Nessa fase, os fatores genéticos e hormonais têm
maior influência no crescimento físico. Apesar de mais estável neste período, a VC também sofre
oscilações, o que torna importante a realização de avaliação longitudinal.

Fase puberal
O crescimento puberal ocorre mais cedo nas meninas do que nos meninos, porém o estirão
puberal nos meninos geralmente é maior. Nesta fase, a aceleração do crescimento é influenciada,
principalmente, pelos esteroides sexuais e pelo hormônio de crescimento.

Fase puberal final


Período caracterizado por crescimento lento e desacelerado, com VC de cerca de 1 a 1,5 cm/ano,
sobretudo na região do tronco, com duração média de três anos.

Conhecer essas fases é importante para saber o que esperar da criança em cada momento de seu
desenvolvimento.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 5


Importância da avaliação nutricional

A nutrição adequada é fundamental para que possamos atingir o bem-estar físico, mental e
social completo, considerando-se a importância dos aspectos socioculturais relacionados à
alimentação. A avaliação nutricional compreende uma visão global da criança, somando-se
os dados encontrados na anamnese clínica, alimentar, exame físico, antropometria e, quando
necessário, exames complementares.

A antropometria é utilizada universalmente na avaliação do estado nutricional das crianças. É


um método simples, inócuo, de fácil execução, com baixo custo e proporciona padronização dos
dados obtidos. Os dados antropométricos são comparados com os padrões de referência (curvas
de crescimento da Organização Mundial da Saúde – OMS) e idealmente interpretados numa visão
longitudinal da criança. A avaliação nutricional é condição obrigatória para estimar a saúde do
indivíduo e de uma população.

Indicadores de saúde baseados na avaliação antropométrica são imprescindíveis para estimar a


saúde e a qualidade de vida daquela população. Eles compõem uma série de dados que subsidiarão
o planejamento de políticas públicas. Em relação à avaliação nutricional, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, utiliza os seguintes indicadores no Brasil:

• taxa de prevalência de déficit ponderal para idade em crianças menores


de cinco anos de idade;

• proporção de crianças com déficit estatural para a idade;

• taxa de prevalência de excesso de peso.

Nos últimos 30 anos, observou-se no Brasil a redução dos indicadores de desnutrição e o aumento
do excesso de peso na população. Entre os anos de 1974-75 e 2008, a Pesquisa de Orçamentos
Familiares do IBGE apontou redução da prevalência do déficit de altura e do peso, bem como o
aumento do excesso de peso em crianças. Na faixa etária de 5 a 9 anos, o déficit de altura reduziu
de 29,3% para 7,2% e o déficit de peso de 5,7% para 4,3%, enquanto a prevalência de excesso de
peso praticamente triplicou, de 10,9% para 34,8%.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 6


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Sendo o crescimento um evento dependente de diversos fatores intrínsecos e extrínsecos, a
anamnese voltada à avaliação nutricional deve investigar todos eles para que a orientação seja a
mais adequada possível à realidade da criança e da família.

• Avaliação dos fatores socioeconômicos e culturais: ocupação e escolaridade dos pais,


condições de saneamento (coleta de lixo, água encanada, esgoto, luz elétrica etc.), presença
de animais e condições de habitação.

• Antecedentes gestacionais: realização ou não de pré-natal na gestação atual, número


de consultas, intercorrências durante a gestação (infecções, trabalho de parto prematuro e
presença de distúrbios nutricionais, como anemia), estado nutricional prévio e na gestação
atual, uso de medicamentos e de suplementação vitamínica e/ou mineral (início e duração),
utilização de álcool, fumo ou drogas.

• Antecedentes pessoais:

• Neonatais: peso e comprimento ao nascer, idade gestacional, classificação de acordo


com idade gestacional (Tabelas 2 e 3), intercorrências perinatais (incubadora, oxigênio,
infecções).

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 7


Tabela 2. Classificação do recém-nascido conforme peso de nascimento

Classificação Peso x Idade Gestacional

Pequeno para idade gestacional (PIG) < percentil 10

Classificação do recém-nascido conforme peso de nascimento


Adequado para idade gestacional (AIG) Entre percentil 10 e 90

Grande para idade gestacional (GIG) > percentil 90

Fonte: SBP, 2017.


Tabela 3. Classificação do recém-nascido conforme idade gestacional

Classificação Peso x Idade Gestacional

Pós-termo ≥ 42 semanas

Classificação do recém-nascido conforme peso de nascimento


Termo 37 a 41 semanas

Pré-termo ≤ 37 semanas

Prematuridade tardia 34 a 36 semanas

Prematuridade moderada 31 a 33 semanas

Prematuridade grave 28 a 30 semanas

Prematuridade extrema < 28 semanas

Fonte: SBP, 2017.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 8


• Desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo: anotar a idade das principais aquisições
motoras até os 5 anos de idade; depois disso, considerar desempenho escolar e
informações fornecidas pela família. Considerar, por exemplo, o gráfico da World Health
Organization abaixo.

Gráfico 1. Windows of achievement for six gross motor milestones

Caminhar sozinho

Ficar de pé sozinho

Caminhar com apoio


Marco motor

Engatinhar

Ficar de pé com apoio

Sentar sem apoio

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Idade em meses

Fonte: WHO, 2006.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 9


A caderneta de vacinas da criança e do adolescente também dispõe de ferramentas para essa
avaliação que devem ser utilizadas.

• Antecedentes mórbidos: pesquisar doenças agudas e crônicas, e a utilização de medicamentos


que podem interferir no estado nutricional.

• Estilo de vida:

• Atividade física curricular e extracurricular (tipo, duração, frequência e continuidade no


tempo); período destinado a atividades, como assistir televisão, jogar videogame e utilizar
computador; brincadeiras preferidas, como boneca, carrinho, bicicleta e patins; frequência
de outras atividades preferidas, como ir a fast foods e praças de alimentação;

• Hábitos de sono;

• Creche/escola (período integral ou não?);

• Exposição regular ao sol (tempo e área exposta).

• Interrogatório sobre os diversos sistemas corporais: tentar encontrar sintomas ou sinais de


outros sistemas que possam interferir na alimentação, como vômitos, regurgitação, hábitos
intestinais, problemas ortopédicos e alergias.

• Antecedentes familiares: investigar em parentes de primeiro e segundo grau (pais, irmãos e


avós) a presença de doenças cardiovasculares, diabetes, dislipidemia ou obesidade, bem como
a ocorrência de doenças alérgicas, como asma, rinoconjuntivite ou alergia alimentar. Verificar a
presença de consanguinidade.

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Avaliação antropométrica
A avaliação antropométrica engloba a mensuração de peso, estatura, perímetro cefálico,
circunferência do braço, circunferência abdominal e pregas cutâneas. Para avaliação individual,
os dados antropométricos coletados são comparados com o padrão de referência e devem ser
interpretados em conjunto com a anamnese, exame físico, exames complementares e, sempre
que possível, com a evolução da criança no gráfico de crescimento, numa visão longitudinal.

No cotidiano da pediatria geral, as medidas mais utilizadas são: estatura, perímetro cefálico,
peso e circunferência abdominal. Tendo em vista a padronização da aferição das medidas
antropométricas, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral da Política de Alimentação
e Nutrição (CGPAN), publicou o material denominado “Antropometria: como pesar e medir”.

Em crianças nascidas prematuramente, a interpretação das medidas antropométricas deve


ser realizada colocando os valores na idade corrigida para 40 semanas, e não apenas na idade
cronológica. Este ajuste deve ser feito para peso, estatura e perímetro cefálico em até 24 meses.

Para crianças hospitalizadas menores de 2 anos, recomenda-se a avaliação nutricional ao ingresso


e o seu monitoramento por meio da aferição do peso diário, estatura e perímetro cefálico semanais,
com registro dos dados em gráfico sequencial.

Em crianças maiores de 2 anos, recomenda-se a avaliação nutricional ao ingresso e o seu


monitoramento por meio da aferição do peso semanal e estatura mensal. Este monitoramento
pode ser feito em intervalos menores, dependendo do comprometimento do estado nutricional ao
ingresso ou da gravidade da doença de base.

Avaliação bioquímica
Exames bioquímicos e dosagens hormonais só devem ser realizados em condições específicas,
jamais como regra. A carência de micronutrientes é detectada somente pelos exames laboratoriais
e deve ser investigada principalmente em crianças com alimentação restrita ou enfermidades que
cursam com má absorção e/ou alta demanda metabólica.

A carência de micronutrientes nos primeiros anos de vida pode afetar o desenvolvimento do sistema
nervoso, imunológico e, a longo prazo, impactar na capacidade produtiva e no desenvolvimento de
doenças crônicas não transmissíveis.

Dados da OMS estimam que a fome oculta atinja cerca de 2 bilhões de pessoas, representada
principalmente pela carência de ferro, vitamina A, iodo e zinco. Logo, a avaliação bioquímica auxilia
na monitorização do estado nutricional ou na identificação de deficiências nutricionais específicas.

Os exames mais utilizados para avaliação nutricional são:

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 11


• Proteínas plasmáticas: albumina, pré-albumina, transferrina. Alterações nessas proteínas
podem indicar disfunção hepática, renal, enteropatia perdedora de proteínas e alterações da
tireoide.

• Vitaminas, oligoelementos e minerais: dentre as principais alterações encontradas nas


dosagens de micronutrientes, destacam-se a ferropenia e anemia ferropriva (especialmente
em lactentes) e as deficiências de vitaminas lipossolúveis em doenças específicas (fibrose
cística e síndromes colestáticas, por exemplo). Um resumo das alterações no exame físico que
podem indicar carência de micronutrientes é mostrado na tabela abaixo.

Tabela 4. Sinais clínicos mais frequentes nas carências nutricionais

Áreas Sinais clínicos Diagnóstico

Cabelo Dermatite, alopecia Zinco

Face Seborreia nasolabial Riboflavina


Palidez Ferro

Conjuntivite pálida
Ferro
Membranas vermelhas
Vitamina C
Xerose conjuntival de córnea
Olhos Vitamina A
Vermelhidão e fissura
Riboflavina
de epicantos
Zinco
Blefarite

Estomatite angular, Riboflavina


Lábios quelite Zinco

Língua escarlate e
edematosa Niacina
Língua Língua magenta (púrpura) Riboflavina
Papila filiforme, atrofia, Folato e B12
hipertrofia

Gengivas Esponjosas, sangrando Vitamina C

Xerose, hiperqueratose
folicular Vitamina A
Petéquias Vitamina C
Pele
Equimoses Vitaminas C e K
Pigmentação avermelhada Niacina
em áreas de exposição solar

Coiloníquia (forma de colher),


quebradiças e rugosas Ferro
Unhas Redução do crescimento Zinco
e paroníquia

Fonte: SBP, 2020.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 12


• Perfil lipídico: pode ser realizado em crianças a partir de 2 anos, especialmente naquelas que
apresentam excesso de peso e/ou têm histórico familiar de risco cardiovascular.

• Metabolismo glicídico: a avaliação do metabolismo glicídico tem sido bastante utilizada para
identificação da intolerância à glicose e do diabetes, especialmente em crianças e adolescentes
com excesso de peso, sintomas sugestivos de diabetes (poliúria, polidipsia, emagrecimento
etc.) e histórico familiar forte de diabetes tipo MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young).
Essa avaliação pode ser feita de acordo com o fluxograma da Tabela 5.

Tabela 5. Avaliação do metabolismo glicídico

Glicemia de jejum Glicemia ao acaso

2 dosagens:
< 100mg/dL < 100-126mg/dL ≥200mg/dL
≥ 126mg/dL

Teste de tolerância oral à glicose


Normal (1,75g maltrodextrina por kg - max 75g)
Aos 120 minutos

< 140mg/dL 140-200mg/dL ≥ 200mg/dL Diabetes melittus

Intolerância glicose

Fonte: SBP, 2019.

Os exames bioquímicos, em associação com métodos dietéticos e exame clínico, enriquecem o


diagnóstico do estado nutricional da criança e do adolescente em situações de saúde e doença. Sua
análise deve levar em conta a condição clínica do paciente e outros fatores que podem influenciar
sua interpretação.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 13


Avaliação dietética
Existem diversos métodos propostos na literatura especializada que podem ser utilizados na
caracterização dos hábitos alimentares de crianças e adolescentes. A anamnese deve abranger
a alimentação habitual, considerar o tipo e a frequência das refeições diárias e avaliar se houve
alguma alteração nessa dinâmica nos dias anteriores à consulta e a que se atribui essa mudança.

No momento da entrevista, também é importante perguntar a respeito de crenças, tabus e sobre a


ocorrência de doenças. Se o lactente está em regime de aleitamento materno exclusivo, é importante
indagar à mãe o número de vezes que ela amamenta, o tempo das mamadas, se há esvaziamento
e revezamento das mamas, a quantidade de fraldas utilizadas ao dia e as características das
evacuações e da diurese (quantidade e coloração).

Esses dados, associados à avaliação objetiva do crescimento pôndero-estatural, aprimoram o


diagnóstico nutricional do lactente. No caso de crianças maiores e adolescentes, deve ser realizado
o levantamento da alimentação nas últimas 24 horas.

Para ajudar nesse recordatório, o ideal é utilizar pontos de apoio:

1. Perguntar o horário em que a criança ou adolescente acorda e pedir para que vá recordando
a alimentação do dia anterior. Esse processo é facilitado se a alimentação for questionada
junto às atividades cotidianas.

2. Anotar o horário, os alimentos ingeridos, o modo de preparo e, por fim, a quantidade consumida
(em medidas caseiras). Não esquecer os líquidos (sucos, leites e bebidas lácteas, vitaminas de
frutas, refrigerantes, chás, bebidas alcoólicas e outros) e perguntar sobre a adição de açúcar
e sal.

3. Questionar sobre o modo de administração e os utensílios empregados (copo/mamadeira).

4; Relatar com que frequência os principais alimentos, divididos em grupos preconizados


na pirâmide alimentar, são consumidos em um determinado período. Vale ressaltar que a
pirâmide leva em conta a alimentação ideal e não considera, por exemplo, guloseimas, que
também devem ser pesquisadas.

5. Perguntar sobre aversões alimentares e as prováveis causas.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 14


Outros métodos complementares
Dobras cutâneas
Em geral, é um método conhecido e utilizado por nutricionistas e nutrólogos. Com ele, pode-se
chegar a uma equação que orienta quanto à composição corporal da criança. Há padronização
das regiões corpóreas utilizadas para a medida das dobras cutâneas, que podem ser empregadas
em diferentes equações preditivas para estimar a porcentagem de gordura ou seu valor absoluto
para a classificação da soma de conjuntos de dobras cutâneas por meio de tabelas de percentil.

O cuidado na realização das medidas e a observância da padronização conforme proposta pelo


autor da equação ou do modelo de somatório de dobras cutâneas escolhido são fundamentais
para obter maior fidedignidade e objetividade, minimizando erros intra e interavaliadores.

Além disso, o treinamento na técnica e a escolha de equipamento de boa qualidade, devidamente


registrado na Anvisa, são condições obrigatórias para obter medidas mais consistentes. Por esse
motivo, o profissional que utiliza esse método deve estar familiarizado com sua aplicação.

IMPORTANTE
O Manual de Orientação Avaliação Nutricional da Criança e do Adolescente de 2021 traz
um passo a passo sobre como realizar essas medidas, disponível na internet.

Razão cintura/estatura
Na década de 1990, foi proposta a utilização da razão cintura/estatura como forma de relativizar o
valor do perímetro abdominal para a estimativa de risco para doenças crônicas não transmissíveis.
Posteriormente, vários estudos propuseram pontos de corte para a utilização deste índice como
preditor de doenças crônicas. Uma meta-análise que incluiu 31 artigos envolvendo mais de 300.000
sujeitos concluiu que o melhor ponto de corte a ser utilizado é 0,518.

Para a avaliação de crianças e adolescentes, a interpretação de medidas e índices antropométricos,


na maioria das vezes, utiliza tabelas de percentil ou pontos de corte que devem levar em consideração
o sexo, a idade, a etnia e o estágio de maturação sexual. Entretanto, nem sempre essas formas de
interpretação estão disponíveis para as características dos nossos pacientes.

Considerando que a razão cintura/estatura não requer ajustes para idade e sexo, e pode ser
utilizada para diferentes grupos étnicos, vários estudos têm sido conduzidos para identificar o
melhor ponto de corte para este índice na faixa pediátrica, confirmando o valor de 0,5 também para
esta população. Assim, vale também para crianças e adolescentes a mensagem “Mantenha sua
circunferência da cintura menor do que metade da sua altura”.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 15


Impedância bioelétrica
Uma das técnicas mais utilizadas para avaliação da composição corporal em condições clínicas e
de campo é a bioimpedanciometria. Esta técnica é não invasiva e tem custo relativamente baixo,
e quando utilizada corretamente, especialmente na escolha das equações preditivas adequadas
para os avaliados, produz resultados com alta validade.

O princípio que norteia a avaliação da composição corporal pela impedância bioelétrica é a relação
entre o conteúdo de água corporal e as quantidades dos diferentes componentes corporais. É uma
técnica segura, simples e rápida, o que representa uma grande vantagem para sua utilização na
academia, no clube, na clínica ou em outras situações de campo.

Vale lembrar que esta é a única técnica que apresenta equações validadas para sujeitos obesos.
Entretanto, pode sofrer influência de muitas variáveis, por isso, com o objetivo de minimizar o
erro de estimativa, é muito importante aderir aos procedimentos padronizados de medida da
impedância bioelétrica.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 16


INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA
É muito importante interpretar adequadamente os resultados da avaliação nutricional para
fornecer o melhor cuidado possível às crianças. Isso inclui a classificação do estado nutricional, a
identificação de desvios nutricionais e a consideração das diferenças em diferentes faixas etárias.

Classificação do estado nutricional


A classificação do estado nutricional em pediatria geralmente é feita com base em parâmetros
como peso, altura, circunferência da cabeça (em lactentes), IMC e percentil de crescimento.
Esses parâmetros são comparados com curvas de crescimento padrão, como as curvas da OMS
(Organização Mundial da Saúde) ou do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), para
determinar se a criança está abaixo do peso, com peso adequado, com sobrepeso ou obesidade.

A edição de 2021 do Manual de Avaliação Nutricional da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)


propõe uma tabela que ajuda a sintetizar a classificação nutricional de acordo com as diferentes
faixas etárias. Reproduzimos abaixo com as devidas ponderações.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 17


Tabela 6. Indicadores antropométricos a serem utilizados de acordo com a idade

Crianças de Crianças de
Adolescentes
0 a 5 anos 5 a 10 anos
(10 a 19 anos)
incompletos incompletos

Peso para idade Peso para idade

Peso para estatura

IMC para idade IMC para idade IMC para idade

Estatura para idade Estatura para idade Estatura para idade

Índices antropométricos
Valores Crianças de 0 a 5 anos Crianças de 5 a 10 anos
críticos incompletos incompletos

Peso Peso IMC Estatura Peso IMC Estatura


para para para para para para para
idade estatura idade idade idade idade idade

Muito baixo Muito baixa Muito baixo Muito baixa


< percentil < escore Magreza Magreza Magreza
peso para estatura para peso para estatura para
0,1 z-3 acentuada acentuada acentuada
a idade a idade a idade a idade

≥ percentil ≥ escore Baixo peso Baixa Baixo Baixa


0,1 e z-3 e para Magreza Magreza estatura para peso para Magreza estatura para
< percentil 3 < escore z-2 a idade a idade a idade a idade

≥ percentil ≥ escore
3e z-2 e
< percentil 15 < escore z-1
Eutrofia Eutrofia Eutrofia
Peso Peso
≥ percentil ≥ escore
adequado adequado
15 e z-1 e
para para
≤ percentil 85 ≤ escore z+1
a idade a idade
Estatura Estatura
> percentil > escore
Risco de Risco de adequada adequada
85 e z+1 e Sobrepeso
sobrepeso sobrepeso para para
≤ percentil 97 ≤ escore z+2
a idadeb a idadeb
> percentil
> escore
97 e
z+2 e Sobrepeso Sobrepeso Obesidade
≤ percentil Peso Peso
≤ escore z+3
99,9 elevado elevado
para para
> percentil a idadea a idadea Obesidade
escore z+3 Obesidade Obesidade
99,9 grave

Fonte: WHO, 2006; Brasil – SISVAN, 2011.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 18


a) Uma criança classificada na faixa de peso elevado para a idade pode ter problemas de
crescimento, mas esse não é o índice antropométrico mais recomendado para a avaliação de
excesso de peso entre crianças. Essa situação deve ser avaliada pela interpretação dos índices
de peso para estatura ou índice de massa corporal (IMC) para idade.
b) Uma criança ou adolescente classificado na faixa de estatura para a idade acima do percentil
99,9 (escore z +3) é muito alto, mas isso raramente representa um problema de saúde. Contudo,
alguns casos correspondem a disfunções endócrinas e tumores. Se houver essa suspeita, a
criança ou adolescente deve ser encaminhada para atendimento especializado.

NOTA
A OMS apresenta referências de peso para estatura apenas para menores de 5 anos
pelo padrão de crescimento de 2006. A partir dessa idade, deve-se utilizar o IMC para
idade na avaliação da proporção entre peso e estatura da criança. Fonte: WHO, 2006;
Brasil – SISVAN, 2011.

Portanto, a interpretação dos resultados da avaliação nutricional pode variar dependendo da


faixa etária da criança. Por exemplo, em lactentes, o ganho de peso adequado e o crescimento
da circunferência da cabeça são indicadores importantes de um desenvolvimento saudável. Em
crianças em idade pré-escolar e escolar, o IMC e os percentis de crescimento podem ser mais
relevantes para determinar o estado nutricional. Todos os dados devem ser considerados em
conjunto, e não isoladamente.

Existem ainda curvas de peso específicas para determinadas condições clínicas:


• Neuropatia: as curvas de Brooks et al. (2011) foram desenvolvidas segundo o grau de
comprometimento motor da criança.

• Síndrome de Down: para crianças do sexo masculino e feminino de 0 a 36 meses, estão


disponíveis os gráficos de peso/idade, comprimento ou altura/idade, circunferência craniana e
peso/estatura; para crianças de 2 a 20 anos, peso/idade, altura/idade e circunferência craniana
(Bertapelli et al., 2016).

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 19


ABORDAGEM TERAPÊUTICA DE DESNUTRIÇÃO
E DESVIOS NUTRICIONAIS EM PEDIATRIA
A desnutrição e os desvios nutricionais são problemas significativos de saúde pública que afetam
crianças em todo o mundo. Cada tipo de desvio nutricional apresenta uma vasta literatura a respeito
de sua identificação e tratamento.

Eles são classificados de acordo com a variação dos índices antropométricos de cada criança,
podendo ser de baixa ou alta estatura, peso e IMC. Aqui apresentamos de forma resumida algumas
informações sobre subnutrição e obesidade.

Antes de iniciar qualquer intervenção terapêutica, é necessário realizar uma avaliação nutricional
completa da criança, conforme já orientado anteriormente. Em casos de desnutrição grave ou
deficiências nutricionais específicas, a suplementação nutricional pode ser necessária.

Isso pode incluir a administração de suplementos de vitaminas, minerais ou fórmulas nutricionais


específicas, dependendo das necessidades individuais da criança. Crianças hospitalizadas com
desnutrição grave, por exemplo, precisam de reabilitação nutricional gradual, com reintrodução de
uma alimentação adequada de forma gradual e cuidadosa, a fim de evitar complicações como a
síndrome de realimentação, permitindo que o corpo se readapte.

Além disso, é necessário seguimento contínuo com monitorização regular do estado nutricional
da criança, o que permite ajustes na terapia conforme necessário e ajuda a garantir que a criança
esteja recebendo os nutrientes adequados para garantir seu crescimento e desenvolvimento.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PEDIATRIA 20


Subnutrição
Crianças com bom estado nutricional e que apresentam ingestão adequada de macro e
micronutrientes não necessitam do uso de suplementos. Já as crianças com redução global
da ingestão e comprometimento nutricional podem se beneficiar de suplementos completos
isocalóricos ou hipercalóricos.

A intervenção de um nutricionista é fundamental para que o tratamento da desnutrição proteico-


calórica possa ser feito de forma preferencial com alimentos. Caso o paciente apresente dificuldade
ou recusa alimentar, podem ser utilizados suplementos como suporte.

Para a terapia de reabilitação nutricional em pacientes hospitalizados com desnutrição grave, são
necessários mais exames e avaliação individualizada, considerando doenças de base, carências
de micronutrientes, idade e peso. Alguns pacientes vão necessitar de nutrição parenteral para
tratamento. Por esse motivo, a avaliação de nutrólogo e nutricionista é imprescindível.

Obesidade
Crianças obesas, em particular, merecem um olhar especial devido à alta prevalência de “fome
oculta”, sendo consideradas um grupo de muita vulnerabilidade ao problema. A realidade vivenciada
pelos obesos, marcada pelo excesso de oferta calórica na dieta, frequentemente traz consigo uma
falsa imagem de uma criança bem nutrida, dificultando a sua abordagem precoce.

É necessário estabelecer o fracionamento adequado (6 refeições/dia) com horários regulares,


evitar excesso de açúcar, alimentos gordurosos e altamente processados, aumentar a oferta de
frutas e hortaliças, evitar a oferta de frituras e doces, e estimular o aumento da atividade física.

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ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DE UMA
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA INFÂNCIA
• Educação nutricional: os pais e cuidadores devem ser educados sobre a importância de uma
alimentação saudável desde a infância. Isso inclui orientações sobre escolhas alimentares
adequadas, tamanho das porções e a importância de refeições regulares.

• Modelagem de comportamento: os pais desempenham um papel muito relevante como


modelos de comportamento alimentar para seus filhos. Promover hábitos alimentares saudáveis
em casa, como comer juntos em família, evitar o uso de telas durante as refeições, escolher
alimentos nutritivos e evitar alimentos ultraprocessados, pode influenciar positivamente os
hábitos alimentares das crianças.

• Ambiente alimentar saudável: criar um ambiente alimentar saudável em casa e na escola é


fundamental para promover escolhas alimentares saudáveis. Isso inclui ter alimentos nutritivos
disponíveis e acessíveis, limitar o acesso a alimentos não saudáveis e promover a atividade
física regular.

As desigualdades no acesso à informação e as propagandas de alimentos industrializados


também afetam crianças e adultos. Devemos, então, fomentar o estabelecimento, o fortalecimento
e a aplicação de políticas e planos de ação mundiais, regionais, nacionais e comunitários, com o
objetivo de melhorar a alimentação e aumentar a atividade física de forma sustentável, integrando
todos os setores, inclusive a sociedade civil, o setor privado e os meios de comunicação.

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Orientações nutricionais específicas para
condições clínicas comuns na infância
• Intolerância à lactose: normalmente é secundária à gastroenterite e se resolve depois de
cerca de duas semanas de retirada da lactose da dieta, o que pode ser feito utilizando leite sem
lactose, de soja ou de arroz; queijos e iogurtes podem ser bem tolerados devido ao reduzido
teor de lactose.

• Anemia ferropriva: o foco deve ser investigar e tratar verminoses, se presentes; incentivar o
consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina C (que ajuda na absorção do ferro não heme);
evitar alimentos que contenham substâncias que reduzem a absorção do ferro, como chá,
café, mate e refrigerantes; além disso, deve ser feita a reposição de ferro para tratar a anemia
já presente.

• Doença celíaca: uma dieta sem glúten é essencial para crianças com doença celíaca. Isso
envolve evitar alimentos que contenham trigo, cevada, centeio e aveia, substituindo-os por
opções sem glúten como arroz, milho, quinoa e produtos sem glúten; deve-se orientar a família
a ler rótulos de produtos industrializados, pois podem conter adição de fontes de glúten, como
alguns achocolatados, e hidratar adequadamente na presença de diarreia.

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CONCLUSÃO
O contexto atual da alimentação na infância e adolescência requer uma assistência mais
abrangente, voltada para o cuidado, prevenção e promoção da saúde. A alimentação inadequada
e a inatividade física infantojuvenil têm se mostrado práticas relevantes e preocupantes, as quais
devem ser alvo de atenção e reflexão para o nutricionista e demais profissionais de saúde.

As recomendações para uma boa alimentação de indivíduos e populações incluem, dentre outras:

• Buscar o equilíbrio energético para o controle de peso saudável;

• Equilibrar o consumo energético e manter um peso saudável;

• Limitar o consumo de gorduras totais, substituir as gorduras saturadas por gorduras


insaturadas e eliminar as gorduras trans;

• Aumentar o consumo de frutas, hortaliças, legumes, cereais integrais, nozes e similares;

• Limitar a ingestão de açúcares simples;

• Limitar o consumo de sal.

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REFERÊNCIAS
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assessment, and treatment of child and adolescent overweight and obesity: summary report. Pediatrics, n.
120, Suppl 4, 2007.

BERTAPELLI, F. et al. Body mass index reference charts for individuals with Down syndrome aged 2-18
years. J Pediatr, Rio de Janeiro, v. 93, p. 94-99, 2017.

DIAS, L. L. L. et al. Avaliação nutricional em crianças de 0 a 10 anos. Episteme Transversalis, v. 11, n. 3,


dez. 2020. ISSN 2236-2649. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/
view/2179>. Acesso em: 24 jun. 2024.

MELLO, A. L. (Org.). Manual de avaliação nutricional e necessidade energética de crianças e adolescentes:


uma aplicação prática. Salvador: EDUFBA, 2012.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Nutrologia. Manual de Avaliação


Nutricional. 2. ed. São Paulo: SBP, 2021.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Nutrologia. Guia de orientações:


dificuldades alimentares. São Paulo: SBP, 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de alimentação: orientações para alimentação do


lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. 4. ed.
São Paulo: SBP, 2018.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Malnutrition. Disponível em: <https://www.who.int/health-topics/


malnutrition#tab=tab_1>. Acesso em: 24 jun. 2024.

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