O Contexto de Texto de Apoio
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O Contexto de Texto de Apoio
Resumo
O presente artigo traz uma preocupação relativa à falta de definição dos Produtos Educacionais
do tipo “Texto de Apoio aos Professores”, produzidos nos Programas de Pós-Graduação Profis-
sionais. Através de uma investigação realizada com o auxílio da plataforma Google Acadêmico,
identificou-se que, apesar de muitos tipos de Produtos serem construídos e nomeados das mais
diferentes maneiras pelos pesquisadores, os Textos de Apoio representam um formato muito
usual na área de Ensino. Ao se fazer a análise mais aprofundada, percebeu-se que não há uma
preocupação com a conceituação de tal Produto por parte dos autores. Por isso, propõe-se uma
primeira tentativa de descrição e atribuição de sentidos do Produto Educacional do tipo Texto
de Apoio ao Professor.
*
Doutor em Educação em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da
Vida e Saúde da Universidade Federal do Rio Grande (FURG); Mestre em Educação e Licenciado em Física
pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecno-
logia Sul-rio-grandense (IFSul), Campus Pelotas – Visconde da Graça (CAVG). Pelotas, RS, Brasil. E-mail:
[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5164-8016.
https://doi.org/10.5335/rbecm.v5i2.13179
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
Recebido em: 19/11/2021; Aceito em: 27/07/2022
ISSN: 2595-7376
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Cristiano da Silva Buss
Introdução
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O conceito de texto de apoio aos professores enquanto produto educacional dos mestrados profissionais
Entre os vários setores sociais que tiveram sua atenção atraída pela plausibili-
dade de ofertar Mestrados Profissionais, a área de Ensino de Ciências foi uma das
mais destacadas. Essa possibilidade adveio em função da organização e constituição
da Área de Ensino de Ciências e Matemática na CAPES, em setembro de 2000, que
ficou conhecida como Área 46. A oferta de Mestrados Profissionais, na área de Ensino
de Ciências e Matemática, vinha suprir uma demanda de professores da Educação
Básica, que “vislumbravam uma possibilidade de se desenvolverem profissionalmente
por meio da participação em programas de pós-graduação”. (BAROLLI; VILLANI;
MAIA, 2017, p. 3). Ao mesmo tempo, proveria uma necessidade premente de que
os programas acadêmicos em Educação em Ciências e as respectivas pesquisas ge-
radas pelos Mestrados e Doutorados Acadêmicos não estavam trazendo impactos
significativos no sistema escolar e, em especial, na sala de aula. (MOREIRA, 2004).
Em junho de 2011, através da Portaria da CAPES 83/2011, a Área 46 passou
a ser denominada Área de Ensino, incorporando todos os programas de pós-gra-
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duação da antiga Área de Ensino de Ciências e Matemática, bem como suas refe-
rências e experiências de organização e avaliação. (BRASIL, 2017b). No momento
da criação da Área 46, sua constituição era composta por 30 cursos de Mestrados
Profissionais e, atualmente, esse número já é de 95 (BRASIL, 2019b). Por ser uma
proposta diferente do Mestrado Acadêmico, o Mestrado Profissional em Ensino
tem sua preocupação voltada, principalmente, para a formação dos professores dos
Ensinos Fundamental e Médio. A intenção é a qualificação destes profissionais e,
consequentemente, a promoção da “evolução do sistema de ensino, seja pela ação
direta em sala de aula, seja pela contribuição na solução de problemas dos sistemas
educativos”. (MOREIRA, 2004, p. 134).
Devido a essa característica de ser uma formação de cunho específico à Educação
Básica, o Mestrado Profissional em Ensino está voltado à aplicação do conhecimen-
to. Em outras palavras, a pesquisa realizada nessa modalidade de Pós-Graduação
deve ser focalizada no “desenvolvimento de produtos e processos educacionais que
sejam implementados em condições reais de ensino”. (BRASIL, 2016, p. 13). Desse
modo, o(a) mestrando(a) produz, ao longo do curso, uma dissertação e um Produto
Educacional. Isso porque, a dissertação é o documento que relata a concepção,
a construção e a aplicação do Produto Educacional, devidamente referenciado,
segundo as normas e critérios da produção científica. Já o Produto Educacional é
uma obra independente da dissertação e consiste em um material que possui uma
forma e um conteúdo de ensino, que pode ser utilizado por outros(as) profissionais.
Marques et al. (2020) vão afirmar que o Produto Educacional é o principal agente
do Mestrado Profissional em Ensino. Assim, todas as ações do(a) orientador(a) e
do(a) orientando(a) visam ao desenvolvimento de tarefas, que terão como resultado o
Produto Educacional propriamente dito e uma dissertação que contempla o relatório
de trabalho e pesquisa. (MARQUES et al. 2020).
Os documentos oficiais dão conta de que o Produto Educacional no Mestrado
Profissional em Ensino pode assumir diversas formas. Evidentemente, ele deve
estar voltado à melhoria do ensino na área em que o pesquisador atua e necessita
de ser aplicado durante o Curso, além de que a sua versão final deve estar num
formato que possibilite que outros(as) professores(as) possam utilizá-lo, tanto no
seu formato original, quanto com adaptações para as suas realidades específicas. O
Documento Orientador de APCN (Avaliação das Propostas de Cursos Novos) para
a Área de Ensino, por exemplo, publicado pela CAPES, em 2019, traz várias possi-
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bilidades para o Produto Educacional, tais como, sequência didática, jogos, vídeos,
aplicativos, equipamentos, videoaulas e outros. (BRASIL, 2019a).
Em virtude da importância que o Produto Educacional assume dentro do Mes-
trado Profissional em Ensino, muito material tem sido gerado. Esses instrumentos
são disponibilizados nos sítios dos Programas de Pós-Graduação ou em outros Repo-
sitórios Digitais, aos(às) educadores(as) e Escolas. Entre a diversidade de Produtos
Educacionais, o Texto de Apoio aos Professores tem sido muito recorrente. Uma
prova disso é o trabalho de Souza, Rezende e Ostermann (2017) que, ao analisar os
trabalhos de conclusão do Mestrado Profissional em Ensino de Física da UFRGS,
percebeu o grande número de Produtos de natureza “Texto de Apoio”. Da mesma
forma, Nascimento (2016) e Nascimento, Ostermann e Cavalcanti (2017), em suas
pesquisas, apontam que, das 91 dissertações produzidas pelo Mestrado Nacional
Profissional em Ensino de Física (MPEF), entre 2002 e 2014, 53% dos Produtos são
na forma de “Textos de Apoio”.
Mas, afinal, o que é um “Texto de Apoio para Professores”? Como ele pode ser
conceituado? Quais são as suas características? De outro modo, como os pesquisa-
dores têm definido os Produtos do tipo “Texto de Apoio aos Professores”? O escrito
que segue tem o objetivo de justamente verificar como tal Produto Educacional
vem sendo abordado pelos(as) autores(as) do cenário acadêmico. Através de uma
investigação elementar, verificou-se, panoramicamente, o uso dos Textos de Apoio
aos Professores e, principalmente, buscou-se perceber como tal Produto Educacio-
nal vem sendo conceituado. A seguir, de posse de dados levantados e na falta de
definição, apontou-se para uma primeira tentativa de deliberar e atribuir sentidos
ao “Texto de Apoio aos Professores”.
Pela relevância que os Textos de Apoio aos Professores têm assumido enquan-
to Produto Educacional, a partir da consolidação dos Mestrados Profissionais em
Ensino, é oportuno tentar saber como a academia tem lidado com a definição de
tal Produto. Dessa forma, iniciou-se uma investigação a respeito do termo, que foi
realizada através de uma consulta, por meio da ferramenta Google Acadêmico. O
Google Acadêmico foi criado em 2004 e, desde 2006, oferece a versão brasileira que
permite a possibilidade de pesquisas em língua portuguesa. Trata-se de uma base
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de dados que reúne publicações científicas das mais diferentes áreas, em um único
espaço. Também conhecido pelo nome original, o Google Scholar possui um acervo
que inclui trabalhos oriundos da literatura acadêmica, que compreende artigos
científicos, dissertações, teses, resumos, jornais de universidades e, até mesmo,
livros das mais diversas línguas e áreas do conhecimento. A vantagem de pesquisar
nessa plataforma é que seus filtros excluem postagens de blogs, propagandas e de
outros sites, sem relevância científica. Por isso, tal instrumento tem sido, cada vez
mais, um importante aliado no trabalho de pesquisadores dos mais diferentes níveis.
Sobre isso, Buss (2017) aponta reflexões substanciais, no que tange ao deslocamento
do conceito de biblioteca e à importância do uso dos bancos eletrônicos no trabalho
de investigação científica.
Ao utilizar o Google Acadêmico para levantar informações a respeito do que
tem sido escrito sobre os “Textos de Apoio aos Professores”, não se pretendia fazer
um estudo aprofundado do tipo estado da arte ou revisão da literatura. A ideia era,
justamente, traçar um panorama sobre o tema e uma tentativa de entender, de
modo geral, como o conceito tem sido usado pela comunidade científica. Por isso,
outras bases de dados e repositórios não foram consultados. Assim, na segunda
quinzena de junho de 2020, foram usados os descritores “texto de apoio” e “produto
educacional”, como palavras-chave da pesquisa. O algoritmo do sistema Google
Acadêmico encontrou 239 resultados nessa busca e os textos selecionados passaram
a ser avaliados, individualmente.
De todos os trabalhos trazidos pelo sistema, dez não puderam ser acessados.
Isso ocorreu, pois, possivelmente, estavam corrompidos ou com o link desatualizado.
Além disso, um documento que tratava de uma lista de ementas de disciplinas foi
desprezado. Outros estavam repetidos e, por isso, foram contabilizados uma única
vez. No final, 223 foram separados para a análise. Desse total, havia um livro, três
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), 19 artigos, 23 Produtos Educacionais, 26
Dissertações e 151 Dissertações, que continham, no corpo do texto, o seu respectivo
Produto Educacional.
A primeira preocupação deste levantamento foi verificar se os Produtos Educa-
cionais do tipo “Texto de Apoio aos Professores” apareciam em número significativo.
Evidentemente, que se esperava uma boa quantidade de trabalhos nessa modalidade,
pois, como a finalidade era verificar como tais Produtos vêm sendo caracterizados,
“Texto de Apoio” foi uma das palavras-chave utilizadas na pesquisa. Entretanto, o
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Esse diagnóstico foi, de certa forma surpreendente, pois destacou uma mul-
tiplicidade tipológica de Produtos Educacionais nominadas por uma quantidade
admirável de títulos. Não foi encontrada uma uniformidade ou padronização dos
Produtos. Em outras palavras, cada um dos(as) autores(as) parece ter nomeado o seu
Produto Educacional baseado em convicções pessoais, pois não foi possível identificar
a existência de um acordo de ou um consenso entre as características ou funciona-
lidades dos Produtos e os seus respectivos nomes classificativos. Evidentemente,
não é desejável que haja modelos a serem seguidos ou formatos padronizados ou
preestabelecidos, mas essa abundância de títulos pode estar apontando para o fato
de haver uma confusão entre os(as) pesquisadores(as) sobre o Produto Educacional
e as suas concernentes intencionalidades e abrangências.
A fim de exemplificar o que foi apontado, foi possível constatar que, em 64
trabalhos, as designações variavam, ou seja, os(as) autores(as) não mantinham o
nome ou a tipologia do seu Produto Educacional, chamando-os ora por um termo,
ora por outro. Em outros 12 trabalhos sequer foi possível saber como o Produto
Educacional era nominado. Além disso, também a título de exemplificação, foram
encontrados Produtos designados de modo muito parecido, tais como Proposta de
Ensino, Proposta Didática, Estratégia Didática e Atividade Didática. Diante de tal
observação, cabe a indagação: quais seriam as distinções entre eles? Ou ainda, con-
forme foi encontrado, Material Didático, Material de Apoio e Material Instrucional:
no que diferem? Quais as suas peculiaridades? Quais características intrínsecas a
cada um poderia permitir díspares denominações?
Essa aquarela de nomes não é funcional e certamente pode trazer dúvidas e
confusões. Imaginemos que um(a) professor(a) da Educação Básica necessite de
algum subsídio para compor seu repertório didático, a fim de preparar uma aula ou
um conjunto de aulas sobre um determinado tópico de sua disciplina. Ele(a) então
decide visitar os Repositório de Produtos Educacionais, com o objetivo de encontrar
alguma ideia ou ferramenta que possa suprir suas necessidades pedagógicas. Como
será que ele(a) agiria na escolha de materiais, ao se deparar com essa fartura de
títulos e tipos de Produtos? Novamente, como pretexto à reflexão, será que ele(a)
saberia a diferença entre Unidade de Aprendizagem e Proposta de Ensino?
É importante ressaltar que tal multiplicidade não é de todo tão ruim, pois essa
característica salienta a capacidade criativa dos(as) pesquisadores(as), frente a um
sem-número de situações de ensino e de aprendizagem, que estão sendo estuda-
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86
Número de Trabalhos
33
22
13 14
3 8 7 5 3 2 3
0 3 2 1 0 2 0 3 0 0 3 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
41
54
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
159
Quantidade de vezes que o termo "Texto de Apoio" é mencionado
De acordo com o que foi possível verificar a partir dos trabalhos analisados,
é interessante perceber que, somente em três documentos, a expressão “Texto
de Apoio” não é mencionada ao longo da escrita. O algoritmo de busca do Google
Acadêmico certamente selecionou estes registros, porque as palavras “Produto
Educacional”, também usadas como descritores na pesquisa, estavam presentes em
alguma parte rastreável dos arquivos. Com pelo menos uma referência à expressão
“Texto de Apoio”, foram encontrados 86 trabalhos, o que corresponde a 38,57% dos
documentos analisados. Ainda é possível perceber uma quantidade considerável
de materiais com duas, três, quatro e até oito alusões à sentença, ao longo de seus
textos. Documentos com nove, dez ou mais menções ao termo em questão são poucos,
mas, mesmo assim, foram encontrados materiais que citaram mais de 20 e, alguns,
mais de 30 vezes a expressão “Texto de Apoio”. Para não apresentar um elemento
não textual muito grande e, consequentemente, com uma fonte muito pequena,
o gráfico foi encerrado em número de trabalhos com até 35 referências ao termo.
Depois desses, chamam a atenção três arquivos com abundante número do uso da
expressão “Texto de Apoio”: um deles com 41 registros da sentença, um com 54 e,
ainda, outro com uma quantidade de 159 citações, ao longo do escrito.
Sobre estes três documentos, especificamente, o primeiro (OLIVEIRA, 2018) é
um Produto Educacional e o segundo (OLIVEIRA, 2012) é uma dissertação com o
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outro lado, que alguns termos se encontrem tão naturalizados nos Programas de
Pós-Graduação que os(as) pesquisadores(as) estejam usando-os com uma ideia de
senso comum, imaginando que toda a comunidade de educadores(as) detenha os
significados, as nuances e as diferenças presentes em cada um dos tipos de Produ-
tos, que são disponibilizados nos Repositórios Digitais. Ocorre que a definição de
um Produto Educacional é importante para que, tanto o(a) autor(a) quanto os(as)
leitores(as) tenham noção de qual é o seu propósito, o seu alcance e a suas possibi-
lidades. Desse modo, na tentativa de contribuir com o debate em torno do assunto,
serão traçadas algumas definições acerca do termo “Texto de Apoio aos Professores”,
apontando características de sua funcionalidade. A intenção é estabelecer um pri-
meiro conceito, uma tentativa de definir tal possibilidade de Produto Educacional,
na perspectiva de contribuir com a comunidade de educadores(as). Talvez, o que
venha a ser exposto a partir daqui não seja a melhor atribuição de sentidos, mas
é, pelo menos, uma primeira iniciativa para que a comunidade acadêmica assuma
a postura de discutir a definição do “Texto de Apoio aos Professores”, enquanto
Produto Educacional, bem como a de outros Produtos.
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O conceito de texto de apoio aos professores enquanto produto educacional dos mestrados profissionais
tempo, Apoio seria um “suporte ou base; aquilo que se utiliza para sustentar, para
amparar ou para fixar alguém ou alguma coisa.” (APOIO, 2020, s/p). Representa
uma ajuda oferecida a alguém, um auxílio, um respaldo ou um subsídio para que,
a partir desse, a pessoa possa executar seu planejamento ou tarefa.
O texto é um dos mais importantes meios de funcionamento e articulação da
língua na nossa sociedade. “O texto é uma materialidade fundamental através da
qual o homem se significa, é significado e atribui sentidos para o real” (MACHADO,
2019, p. 28). Ele pode ser considerado uma unidade de sentido, um tipo específico
de discurso que é produzido por um(a) ou mais locutores(as) e que será endereçado,
direcionado a um(a) ou mais leitores(as) que farão a sua interpretação. O texto,
portanto, tem um direcionamento que estabelece uma organização interna entre
os(as) autores(as) e os(as) destinatários(as). Para o termo que estamos analisando,
o Texto liga-se através da proposição de à palavra Apoio, estabelecendo uma relação
de subordinação entre elas. Em seguida, essa expressão recebe, dentro do contexto
aqui analisado, o endereçamento: aos Professores. Em outras palavras, a função
primeira do Texto de Apoio aos Professores é justamente prestar uma ajuda, uma
assistência e/ou um incentivo. Tal benefício é oferecido por um ou mais indivíduos
que, partindo de seus conhecimentos e experiências, destinam essa contribuição
aos seus pares por meio de palavras escritas.
Apesar desse ordenamento, linguisticamente um texto vai mais além e estende
seus significados “não na soma dos sentidos emitidos pelas palavras que o compõem,
nem no conjunto de enunciados que o constituem, mas na articulação dos elementos
e características que o formam, uma vez que ele é resultado das condições em que
foi produzido.” (VAL; VIEIRA, 2005, p. 37). Nessa perspectiva, o “Texto de Apoio
aos Professores”, produzido por um(a) pesquisador(a) com a intencionalidade de
que ele seja um Produto Educacional, é um instrumento interacionista. O processo
de sua construção tem abertamente uma finalidade dialógica entre indivíduos que
compartilham identidades e constituições profissionais semelhantes. Isso pode ser
entendido pois, de um lado, temos os(as) autores(as) que, normalmente, são docentes
que estão produzindo o Produto Educacional, a partir de um problema de ensino
ou aprendizagem por eles(as) constatados. (BUSS, 2019). E, de outro, os(as) profes-
sores(as) que buscam o Produto Educacional, tanto para qualificar suas práticas,
quanto para abarcar problemas semelhantes aos enfrentados pelos(as) autores(as).
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Considerações finais
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Cristiano da Silva Buss
Abstract
This article raises a concern regarding the lack of definition of Educational Products of the Sup-
port Text for Teachers type produced in Professional Graduate Programs. Through an investiga-
tion carried out with the help of the Google Academic platform, it was identified that although
many types of Products are constructed and named in different ways by researchers, the Sup-
port Texts represent a very common format in the field of Education. Upon further analysis, it was
noticed that there is no concern with the conceptualization of such Product on the part of the
authors. Therefore, it is proposed a first attempt at description and attribution of meanings of the
Educational Product of the Teacher Support Text type.
Referências
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