TCC - Luan Souza Oliveira
TCC - Luan Souza Oliveira
TCC - Luan Souza Oliveira
JATAÍ
2022
LUAN SOUZA OLIVEIRA
JATAÍ
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Folha de Aprovação
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado, em 10 de dezembro de 2022, pela banca examinadora
constituída pelos seguintes membros:
BANCA EXAMINADORA
Jataí - GO
2022
AGRADECIMENTOS
Sou grato primeiramente a Deus, pelo caminho que traçou para mim. Por todas as bênçãos e
oportunidades com que fui abençoado.
À minha família, em especial aos meus pais, Euzelio e Isabel, pelo suporte, apoio e dedicação.
Esta conquista também é de vocês.
À minha namorada, Kennia, por caminhar ao meu lado e me apoiar nos momentos em que foi
preciso. Sou grato à cumplicidade e à parceria que sempre tivemos. A caminhada foi muito
mais prazerosa ao seu lado.
Aos meus orientadores, Fabrício e Fábio, por contribuírem com este trabalho de tantas formas.
Agradeço por terem dado o melhor de si.
A todos os professores que de alguma forma contribuíram com a minha formação. Agradeço os
ensinamentos e a dedicação de vocês para com a educação.
(Zaheer)
RESUMO
A análise de uma estrutura se faz de extrema importância para o projeto estrutural haja vista
que é a fase em que se compreende o comportamento da mesma. No entanto, frente à alta
produtividade exigida pelo mercado, o cálculo de uma estrutura sem o uso de ferramentas
computacionais se mostra inviável. Tendo isso em vista, estudos voltados ao entendimento do
comportamento estrutural, assim como a construção de novas ferramentas para este fim, se
fazem necessários para que se tenha o domínio das novas ferramentas, bem como o
conhecimento de suas limitações. Este trabalho objetivou o desenvolvimento de um programa
para análise matricial de pórticos espaciais valendo-se do Método da Rigidez e contemplando-
se a possibilidade de as estruturas estarem sujeitas às ações indiretas de temperatura ou devidas
à deslocamentos prescritos. Dessa forma, a partir da pesquisa desenvolvida foi possível
construir um programa que se apresenta como uma ferramenta educacional para o ensino e
aprendizado de disciplinas relacionadas à análise e ao dimensionamento de estruturas.
The analysis of a structure is extremely important for the structural project, since it is the stage
in which its behavior is understood. However, taking into the high productivity demanded by
the job market, the calculation of a structure without using computational tools proves to be
impracticable. With this in mind, studies aimed at understanding the structural behavior, as well
as the construction of new tools for this purpose, are necessary in order to have mastery of the
new tools, as well as knowledge of their limitations. This work aimed to develop a program for
matrix analysis of space frames using the Stiffness Method and contemplating the possibility
that structures are subject to indirect actions, such as temperature changes and prescribed
displacements. Thus, based on the research carried out, it was possible to build a program that
presents itself as an educational tool for teaching and learning subjects related to the analysis
and design of structures.
Keywords: Matrix Structural Analysis. Stiffness Method. Space frames. Temperature changes.
Support Displacements.
LISTA DE TABELAS
Figura 2.1 - Quatro níveis de abstração referentes a uma estrutura na análise estrutural. ....... 22
Figura 2.2 – Tipos de estruturas reticuladas (a) viga, (b) treliça plana, (c) treliça espacial, (d)
pórtico plano, (e) grelha, (f) pórtico espacial. .......................................................................... 24
Figura 2.3 – Seis graus de liberdade por nó de elemento de pórtico espacial. ......................... 25
Figura 4.2 – Planilha para entrada dos dados acerca dos nós da estrutura. .............................. 46
Figura 4.3 – Planilha para entrada dos dados acerca das barras da estrutura. .......................... 47
Figura 4.4 – Planilha para entrada dos dados acerca das ações distribuídas em cada barra..... 48
Figura 4.5 – Planilha para entrada dos dados acerca das ações nodais. ................................... 49
rad – Radianos
LISTA DE SÍMBOLOS
𝑢 – Deslocamentos nodais
𝐿 – Comprimento do elemento
( )
– Derivada parcial segunda da deflexão 𝑦 em função da posição 𝑥
Nesse sentido, a análise estrutural é parte essencial ao projeto estrutural que, de acordo
com Martha (2017, p. 1), “tem como objetivo a concepção de uma estrutura que atenda a todas
as necessidades para as quais ela será construída”. Para tanto, há de se conhecer tanto as ações
atuantes sobre a mesma, como seu comportamento que, de modo geral, pode ser expresso por
seus esforços solicitantes e deslocamentos. Assim, faz-se necessário que estes aspectos sejam
analisados em consonância com os carregamentos de projeto.
Entretanto, é importante ressaltar que “uma análise exata de uma estrutura nunca pode
ser realizada, tendo em vista que estimativas sempre têm de ser feitas em relação às cargas e às
resistências dos materiais que compõem a estrutura” (HIBBELER, 2013, p. 24). Deste modo, o
modelo estrutural de cálculo deve ser definido visando a melhor simulação do comportamento
real do objeto de análise.
Este método “tem como ideia básica determinar, dentro do conjunto de soluções em
deslocamentos que satisfazem as condições de compatibilidade, qual solução faz com que as
condições de equilíbrio também sejam satisfeitas” (MARTHA, 2017, p. 92). Sua formulação
por meio de álgebra matricial permite a disposição do problema estrutural de modo a viabilizar
De uma forma geral, grande parte das pesquisas desenvolvidas neste campo não levam
em consideração ações indiretas – tais como, variações de temperatura, recalques prescritos e
modificações de montagem – as quais não incidem nas estruturas diretamente como os
carregamentos convencionais, mas impõem deformações que podem influir nos esforços
internos das mesmas. Este Trabalho de Conclusão de Curso trará enfoque a estas tendo em vista
que podem ser recorrentes em situações de projeto e desprezá-las pode significar um mal
dimensionamento dos elementos da estrutura.
1.1 JUSTIFICATIVA
Por este mérito, o presente trabalho visa desenvolver um programa para análise matricial
de pórticos espaciais através do Método da Rigidez contemplando a possibilidade de as
estruturas estarem sujeitas às ações indiretas de temperatura ou devidas à deslocamentos
prescritos, apresentando-se como uma continuação do trabalho realizado por Nogueira (2021),
no qual considerou-se apenas ações diretas.
1.2 OBJETIVOS
Possibilitar ao usuário uma opção mais intuitiva e dinâmica para a entrada de dados
acerca da estrutura a ser analisada através de planilhas;
Comparar resultados obtidos com outros softwares de análise estrutural, tais como
Ftool®, SAP2000® e Robot®;
Este Trabalho de Conclusão de Curso é composto por cinco capítulos. Após este
Capítulo 1, que contém a introdução, justificativa e objetivos, os demais capítulos seguem
conforme descrito a seguir:
Entretanto, frente à alta produtividade exigida pelo mercado, a análise estrutural de uma
edificação acaba sendo negligenciada por muitas vezes e, dessa forma, o cálculo de uma
estrutura sem o auxílio da ferramenta computacional se mostra inviável (NOGUEIRA, 2021),
pensamento corroborado por Kimura (2018) que afirma que ignorar os benefícios decorrentes
do uso da informática aplicada ao projeto de edifícios não faz sentido, significando um enorme
retrocesso.
Figura 2.1 - Quatro níveis de abstração referentes a uma estrutura na análise estrutural.
A análise adequada de uma estrutura demanda que algumas idealizações sejam feitas e,
com isso, haja a definição do modelo estrutural ou modelo matemático que, segundo Martha
(2017), incorpora as teorias e hipóteses elaboradas para descrever o comportamento da estrutura
em função das diversas solicitações levando-se em consideração as leis físicas, tais como o
equilíbrio entre forças e tensões, as relações de compatibilidade entre deslocamentos e
deformações, e as leis constitutivas dos materiais.
Figura 2.2 – Tipos de estruturas reticuladas (a) viga, (b) treliça plana, (c) treliça espacial, (d) pórtico
plano, (e) grelha, (f) pórtico espacial.
Dessa forma, a solução básica obtida a partir da análise de uma estrutura por este método
é o conjunto de deslocamentos nodais ocasionados pela situação de carregamento
(VANDERBILT, 1974). Tendo isso em vista, “a aplicação do método da rigidez exige
subdividir a estrutura em uma série de elementos finitos discretos e identificar seus pontos
extremos como nós” (HIBBELER, 2013, p. 402), o que permite o estudo isolado de suas barras
visando a superposição final de seus efeitos.
Assim sendo, para a abordagem isolada das barras, utiliza-se um sistema de referência
próprio dependente da direção dos elementos dando importância à facilidade advinda dessa
LUAN SOUZA OLIVEIRA Revisão Bibliográfica
Análise Matricial de Pórticos Espaciais pelo Método da Rigidez: Consideração de Ações Indiretas 26
Os coeficientes de rigidez, por sua vez, podem ser calculados a partir de expressões que
relacionam as forças aos deslocamentos. Como exemplo, tomando uma barra 𝑖 qualquer de um
pórtico espacial, tem-se que, para cada um dos graus de liberdade da mesma, há um par de
força-deslocamento, conforme indicado pela Figura 2.4.
Desse modo, por meio das definições de tensão em relação a força e deformação,
conclui-se a relação entre força normal e deslocamento axial indicado na Equação 2.2.
𝐸𝐴
𝑓 = ⋅𝑢 (2.2)
𝐿
(𝜕 𝑦) 𝑀 (𝑥)
= (2.3)
𝜕𝑥 𝐸𝐼
Analisando-se a situação descrita na Figura 2.4 em que se tem uma barra com todos os
graus de liberdade restringidos, conclui-se que as componentes de força que influem no
momento 𝑀 serão aquelas aplicadas aos graus 2 e 6, ou seja, 𝑓 e 𝑓 , de modo que pode ser
expresso em função destas e da posição 𝑥 conforme a Equação 2.4.
𝑀 (𝑥) = 𝑓 ⋅ 𝑥 − 𝑓 (2.4)
6 ⋅ 𝐸𝐼
𝑓 = ⋅𝑢 (2.5)
𝐿
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Análise Matricial de Pórticos Espaciais pelo Método da Rigidez: Consideração de Ações Indiretas 28
2 ⋅ 𝐸𝐼
𝑓 = ⋅𝑢 (2.6)
𝐿
6 ⋅ 𝐸𝐼
𝑓 = − ⋅𝑢 (2.7)
𝐿
4 ⋅ 𝐸𝐼
𝑓 = ⋅𝑢 (2.8)
𝐿
6 ⋅ 𝐸𝐼
𝑘′ , = (2.9)
𝐿
2 ⋅ 𝐸𝐼
𝑘′ , = (2.10)
𝐿
6 ⋅ 𝐸𝐼
𝑘′ , = − (2.11)
𝐿
4 ⋅ 𝐸𝐼
𝑘′ , = (2.12)
𝐿
𝑥 ×
𝑅 × = 𝑦 × (2.13)
𝑧 ×
𝑅 × 0 0 0
0 𝑅 × 0 0
𝑇 × = (2.14)
0 0 𝑅 × 0
0 0 0 𝑅 ×
{𝐹 } = [𝑇 ] ⋅ {𝑓} (2.16)
Deste modo, tanto as forças como os coeficientes de rigidez podem ser somados e
sobrepostos ao vetor de forças global e à matriz de rigidez da estrutura nos seus graus de
liberdade correspondentes. Assim, estando as forças e os coeficientes de rigidez em um mesmo
sistema de referência, torna-se possível aplicar as condições de contorno da estrutura para
resolver o sistema linear apresentado na Equação 2.17, objetivando-se encontrar os
deslocamentos dos nós não restringidos que se apresentam como incógnitas do problema
estrutural.
Ademais, de acordo com Martha (2017), além dos deslocamentos nodais, as reações de
apoio e os esforços internos nas extremidades de cada barra se apresentam como resultados
usuais da análise de uma estrutura reticulada.
De acordo com Süssekind (1981), os apoios tem como função restringir os graus de
liberdade da estrutura e, portanto, desenvolvem reações nas direções impedidas (𝑓 ). Estas
podem ser calculadas no método da rigidez a partir das forças nodais externas e dos resultados
de deslocamentos da estrutura, conforme descrito pela Equação 2.18.
Os esforços internos (𝑓internas), por sua vez, se mostram de extrema importância para o
entendimento do comportamento estrutural, bem como para o processo de dimensionamento
dos elementos constituintes da estrutura. Estes podem ser calculados considerando-se os
deslocamentos resultantes rotacionados para as coordenadas locais, associados às matrizes de
rigidez de cada barra e descontando-se destes os efeitos dos carregamentos nodais equivalentes
das mesmas, assim como indicado na Equação 2.19.
Dessa forma, o método da rigidez permite uma análise completa e abrangente de uma
estrutura, idealizando-a como uma estrutura reticulada visando obter os resultados usuais como
deslocamentos, reações de vinculo e esforços internos.
De acordo com ABNT (2019), as ações podem ser entendidas como “causas que
provocam esforços solicitantes que atuam sobre a estrutura, capazes de produzir ou alterar as
deformações ou o estado de tensão nos elementos estruturais”.
Além disso, Kimura (2018) traz que essas causas não necessariamente são cargas
externas aplicadas diretamente à estrutura. Como exemplo, podem ser mencionadas as
variações de temperatura, os deslocamentos de apoios, e também as imperfeições geométricas.
Neste sentido, as forças e as deformações impostas por estas, podem ser tratadas como se
fossem as próprias ações, sendo assim, designadas por ações indiretas (ABNT, 2003).
Este trabalho tem como foco a consideração das ações indiretas decorrentes das
variações de temperatura e dos deslocamentos prescritos que, segundo Gere e Weaver Junior
(1987), ocasionam esforços nodais equivalentes nos elementos restringidos e, portanto, podem
produzir efeitos significativos em uma estrutura.
Estas variações podem ser uniformes ou até mesmo apresentar gradientes térmicos e,
consequentemente, os elementos reticulados de uma estrutura podem estar sujeitos a variações
de temperatura distintas para suas faces superior e inferior (MARTHA, 2017), conforme
indicado na Figura 2.7.
e𝑘 , .
𝛿 = 𝛼 ⋅ Δ𝑇 ⋅ 𝐿 (2.20)
𝑇 +𝑇
𝑇 = (2.21)
2
Assim sendo, conclui-se que o deslocamento resultante dos extremos das barras é dado
pela Equação 2.22, podendo, então, ser aplicado aos coeficientes de rigidez correspondentes,
visando-se obter as forças nodais equivalentes (Equações 2.23 e 2.24).
𝑢 = −𝑢 = − 𝛼 ⋅ 𝑇 ⋅ 𝐿 (2.22)
𝑓 =𝑘 ⋅ 𝑢 = −𝐸 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝛼 ⋅ 𝑇 (2.23)
𝑓 =𝑘 ⋅𝑢 =𝐸⋅𝐴⋅𝛼⋅𝑇 (2.24)
𝛿 = 𝛼 ⋅ Δ𝑇 ⋅ 𝑑𝑥 (2.25)
𝛿 = 𝛼 ⋅ Δ𝑇 ⋅ 𝑑𝑥 (2.26)
Assim, a rotação infinitesimal devido à temperatura (𝑑𝜃 ) pode ser calculada a partir da
razão entre a diferença de dilatação das faces do elemento e sua altura (Equação 2.27).
Entretanto, na equação da linha elástica descrita na Equação 2.3, tem-se explicitada a relação
𝜕 𝑦⁄𝜕𝑥 , que nada mais é que a taxa de variação da rotação do elemento em função de sua
posição, isto é, 𝑑𝜃⁄𝑑𝑥 . Dessa forma, aplicando a Equação 2.27 na Equação 2.3, tem-se que os
momentos resultantes da variação térmica nos nós inicial e final são dados, respectivamente,
como se segue nas Equações 2.28 e 2.29.
𝛼 ⋅ (Δ𝑇 − Δ𝑇 ) ⋅ 𝑑𝑥
𝑑𝜃 = (2.27)
ℎ
𝐸𝐼 ⋅ 𝛼 ⋅ (Δ𝑇 − Δ𝑇 )
𝑓 = (2.28)
ℎ
𝐸𝐼 ⋅ 𝛼 ⋅ (Δ𝑇 − Δ𝑇 )
𝑓 =− (2.29)
ℎ
Dessa maneira, todos os efeitos das deformações impostas pela variação de temperatura
podem ser considerados no cálculo estrutural de estruturas reticuladas, valendo-se do Método
da Rigidez.
Levando-se em conta que, na análise estrutural, deve-se constar toda e qualquer ação
capaz de produzir efeitos relevantes à segurança da estrutura em exame (CARVALHO;
FIGUEIREDO FILHO, 2020), a consideração dos deslocamentos prescritos se faz de grande
importância, haja vista que podem acarretar esforços adicionais significativos em toda a
estrutura.
Além disso, as ações indiretas, como os recalques de apoio, apresentam grande impacto
em estruturas hiperestáticas, de modo que, quanto maior a rigidez, maior será sua influência.
As isostáticas, por sua vez, apresentam a capacidade de acomodar-se frente a pequenas
modificações sem que apareçam esforços adicionais (MARTHA, 2017).
𝑓 = 𝑓 −𝐾, ⋅𝜌 (2.30)
Nogueira (2021), por sua vez, construiu um programa voltado à análise de pórticos
espaciais. No entanto, em sua abordagem, observou-se a consideração apenas de ações diretas,
tais como os carregamentos externos referentes ao peso próprio e às sobrecargas.
Dessa forma, é possível dizer que todas as pesquisas supracitadas contribuíram para o
amadurecimento dos conceitos e conhecimentos acerca do método, mostrando-se de extrema
importância para elaboração deste trabalho que se apresenta como uma continuação dos demais,
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Análise Matricial de Pórticos Espaciais pelo Método da Rigidez: Consideração de Ações Indiretas 37
mas desta vez, também levando-se em consideração os efeitos de ações indiretas aplicadas a
pórticos espaciais.
Dessa forma, a construção das rotinas de cálculo foi facilitada, permitindo-se assim
focar no método e nos detalhes de sua construção computacional. Neste sentido, a
implementação do método pautou-se na sequência de procedimentos (Figura 3.1) descrita a
seguir:
1.1. Dados acerca dos nós: uma vez armazenados em uma matriz, tornou-se possível a
manipulação destes para se obter o número de nós e, consequentemente, a quantidade
de graus de liberdade da estrutura em análise. Além disso, informações como as
coordenadas nodais e as condições de contorno (vinculações de apoio e deslocamentos
prescritos) foram armazenadas pensando-se em uma futura recorrência.
1.2. Dados acerca das barras: a partir destes, foi possível determinar a quantidade de barras
que delimitaria os laços para o processamento das informações dos elementos. Assim,
foram armazenadas informações como nós inicial e final, propriedades da seção e do
material de constituição.
1.3. Dados acerca das ações: aqui, deu-se o armazenamento das informações das ações
distribuídas ao longo de cada elemento, tais como carregamento convencional e
variação de temperatura. Além disso, foram armazenadas também as informações
acerca das ações nodais.
2.1. Construção das matrizes de rotação para cada barra: nesta etapa foram consideradas as
coordenadas globais dos pontos inicial e final de cada barra para o cálculo dos cossenos
diretores do elemento e, consequentemente, para a construção da matriz de rotação do
mesmo.
2.2. Construção das matrizes de rigidez para cada barra: nesta etapa foram consideradas as
propriedades da seção e do material de constituição da barra para o cálculo dos
coeficientes de rigidez desta.
2.3. Análise da influência de cada barra na estrutura: tendo-se a matriz de rotação e a matriz
de rigidez de cada barra, fez-se possível avaliar a influência de cada elemento na matriz
de rigidez global da estrutura, considerando-se a contribuição nos graus de liberdade
correspondentes.
2.4. Análise das ações distribuídas: as ações distribuídas foram transformadas em ações
nodais equivalentes e, posteriormente, rotacionadas para se sobrepor seus efeitos na
estrutura.
3. Processamento das cargas nodais: uma vez que a entrada de cargas nodais se dá em
coordenadas globais e independem das barras, suas parcelas foram consideradas
diretamente nos graus de liberdade correspondentes.
4. Processamento das condições de contorno: a partir dos dados armazenados de cada nó, as
condições de contorno de vinculação e de deslocamentos prescritos foram consideradas de
forma que sua influência fosse considerada conforme exposto no Capítulo 2 (Equações 2.30
e 2.31).
5. Cálculo dos resultados: com o processamento das informações supracitadas, fez-se possível
calcular os resultados da estrutura conforme abordado no Capítulo 2 e explicitado a seguir.
5.2. Reações de apoio: para o cálculo das reações de apoio, utilizou-se os resultados de
deslocamentos, conforme descrito no Capítulo 2 (Equação 2.18).
5.3. Esforços internos desenvolvidos nos extremos de cada barra: os esforços internos
foram calculados valendo-se da teoria exposta no capítulo anterior (Equação 2.19).
Tendo isso em vista, desenvolveu-se uma pasta de trabalho modelo para assegurar a
correta leitura dos dados e garantindo, assim, a execução correta do programa. Esta pasta de
trabalho foi dividida em planilhas que, além de organizar os dados para a leitura, guiam o
usuário nesta fase de entrada de dados.
Vale-se ressaltar que a escolha por estes softwares se justifica no fato de que tanto o
Ftool® quanto o Robot® são mais acessíveis, haja vista que ambos têm sua versão gratuita para
estudantes. Além disso, os resultados obtidos com o SAP2000® foram extraídos do trabalho
desenvolvido por Nogueira (2021).
4.1 APLICATIVO
Como descrito nos capítulos anteriores, um dos objetivos deste trabalho é proporcionar
uma entrada de dados mais intuitiva e dinâmica que os arquivos de texto. Para tanto, foi
desenvolvido um aplicativo para a leitura de dados em formato de planilhas como indicado na
Figura 4.1.
Visando minimizar os possíveis erros na entrada dos dados, desenvolveu-se uma pasta
de trabalho modelo, na qual as informações acerca da estrutura são informadas
sequencialmente. Primeiro, na planilha “Nodes” (Figura 4.2) informa-se as posições de cada nó
na estrutura, bem como as condições de contorno (vinculações e deslocamentos prescritos) dos
mesmos.
Em seguida, na planilha “Bars” (Figura 4.3), entra-se com os dados a respeito das barras,
tais como, nó inicial, nó final e as propriedades da seção e do material de constituição de cada
elemento. Com isso, faz-se possível a inserção das cargas distribuídas em cada barra e também
das ações nodais nas planilhas “Distributed_Loads” (Figura 4.4) e “Nodal_Forces” (Figura
4.5), respectivamente. É importante ressaltar que as ações nodais são lançadas no sistema global
da estrutura, enquanto que as ações distribuídas são informadas considerando-se o sistema de
coordenadas locais para cada barra.
Figura 4.3 – Planilha para entrada dos dados acerca das barras da estrutura.
Figura 4.4 – Planilha para entrada dos dados acerca das ações distribuídas em cada barra.
Figura 4.5 – Planilha para entrada dos dados acerca das ações nodais.
Tendo isso em vista, vale ressaltar que o programa desenvolvido neste trabalho adota
um sistema de referência (conforme desenvolvido no Capítulo 2) diferindo-se de outros
softwares voltados ao cálculo de estruturas espaciais e, por isso, as rotações e os momentos
aparecem com sinal inverso quando comparados com os calculados pelo SAP2000® e pelo
Robot®. Entretanto, quando comparados com os resultados do software Ftool®, não são
observadas tais divergências, uma vez que se buscou adotar a mesma convenção para o sistema
de referência dos eixos globais da estrutura.
Tabela 4.5. Além disso, verifica-se que os resultados obtidos com os dois programas
não apresentam divergência alguma. As reações de apoio, por sua vez, são apresentadas na
Tabela 4.6 em que se pode observar uma divergência máxima de 0,0050%.
LUAN SOUZA OLIVEIRA Resultados
Análise Matricial de Pórticos Espaciais pelo Método da Rigidez: Consideração de Ações Indiretas 52
Este exemplo, por sua vez, objetivou a verificação da eficácia e robustez do código no
que se refere à análise de estruturas sujeitas às ações indiretas devidas a deslocamentos
prescritos. Dessa forma, no Ftool®, modelou-se o pórtico plano indicado na Figura 4.6, em que
se pode observar a prescrição de dois deslocamentos no nó 6.
O elemento delimitado pelos nós 1 e 3 apresenta seção circular com diâmetro de 2cm.
Já os demais elementos apresentam seção retangular de 20cm × 30cm.
Nesta estrutura todas as barras apresentam seção quadrada de 20cm × 20cm. Sendo a
distância entre os eixos 1 e 2 de 6m. Os eixos A e B também distam 6m entre si. Já a distância
entre os eixos B e B’ é de 8m.
Deste modo, a entrada de dados no programa deu-se como indicado nas Tabelas 4.13,
4.14, 4.15 e 4.16.
Deste modo, a entrada de dados no programa deu-se como indicado nas Tabelas 4.19,
4.20, 4.21 e 4.22.
Além disso, uma vantagem de sua utilização reside no fato de o mesmo ser um programa
gratuito, garantindo uma maior acessibilidade e a possibilidade de sua utilização para fins
acadêmicos.
REFERÊNCIAS
HIBBELER, Russell Charles. Análise das Estruturas. 8. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2013. 522 p. Tradução de: Jorge Ritter; Revisão técnica de: Pedro Vianna.
KASSIMALI, Aslam. Análise Estrutural. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 820 p.
Tradução de: Noveritis do Brasil; Revisão técnica de: Luiz Antônio Vieira Carneiro.
KIMURA, Alio. Informática aplicada a estruturas de concreto armado. 2. ed. São Paulo:
Oficina de Textos, 2018. 428 p.
LOGAN, Daryl L.. A First Course in the Finite Element Method. 6. ed. Platteville:
Cengage Learning, 2017. 973 p.
MARTHA, Luiz Fernando. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos. 2. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2017. 569 p.
MATHWORKS, The. MATLAB: designed for the way you think and the work you do. 2022.
Disponível em: https://www.mathworks.com/products/matlab.html. Acesso em: 08 set. 2022.
NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de Física Básica: fluidos, oscilações e ondas, calor.
Vol. 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blucher, 2014. 375 p. 4 v.
OLIVEIRA, Patrick Lopes de. Análise Matricial de Estruturas pelo Método da Rigidez.
2018. 71 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Instituto Federal de Goiás, Jataí,
2018.
RIBEIRO, Kelly Santos. Análise Matricial de Estruturas pelo Método da Rigidez: pórtico
plano. 2019. 26 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Instituto Federal de Goiás,
Jataí, 2019.
SÜSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural: estruturas isostáticas. Vol. 1. Rio
de Janeiro: Editora Globo, 1981. 366 p. 3 v.