Estrutura Geral Dos Rins

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Estrutura Geral dos Rins:

Cada rim possui:


1. Cápsula Renal - uma camada externa que protege o órgão.
2. Córtex Renal - a camada externa do tecido renal onde se encontram a maioria dos néfrons,
onde fica os gromerulos e túbulos.
3. Medula Renal - a parte interna dividida em pirâmides renais(multipiramidal, ou não),
onde os túbulos e ductos coletores se acumulam e se conectam ao ureter.
4. Pelve Renal - a cavidade onde a urina coletada é direcionada para o ureter e,
posteriormente, para a bexiga.

Estrutura do Néfron:

O néfron é a unidade funcional do rim e é responsável pela formação da urina através de três
processos principais: filtração, reabsorção e secreção. Cada rim possui cerca de um milhão
de néfrons, e cada néfron é composto pelas seguintes estruturas:

1. Glomérulo - um emaranhado de capilares que realiza a filtração inicial do sangue.


2. Cápsula de Bowman - uma estrutura em forma de cápsula que envolve o glomérulo e
coleta o filtrado glomerular.
3. Túbulo Contorcido Proximal - responsável pela reabsorção inicial de água, íons e
nutrientes essenciais.
4. Alça de Henle- desce na medula renal, onde ocorre reabsorção de água e de íons,
contribuindo para a concentração da urina.
5. Túbulo Contorcido Distal - onde ocorre reabsorção e secreção adicionais, reguladas
principalmente por hormônios.
6. Ducto Coletor - que coleta o filtrado final (agora chamado de urina) e o conduz para a
pelve renal.

Etapas do Processamento Renal no Néfron:

1. Filtração Glomerular
A filtração ocorre no glomérulo, onde a pressão sanguínea força a passagem de água e
pequenas moléculas do sangue para a cápsula de Bowman, formando o **ultrafiltrado
glomerular**. Neste processo, células sanguíneas e proteínas grandes ficam retidas nos
capilares e permanecem no sangue, enquanto sais, glicose, aminoácidos, ureia e água
passam para o néfron.
Passagem: o plasma sai do glomérulo para a cápsula de bowman (corpúsculo renal) ->
túbulos (o líquido sai, ou acrescenta coisas).
2. Reabsorção
A reabsorção é o processo pelo qual substâncias úteis no filtrado (como glicose,
aminoácidos e íons) são transferidas de volta para o sangue. Isso ocorre principalmente no
túbulo contorcido proximal e, em menor medida, na alça de Henle e no túbulo contorcido
distal. A reabsorção envolve tanto transporte ativo quanto passivo:
- Túbulo Contorcido Proximal: onde a maior parte da glicose, aminoácidos e uma
quantidade significativa de água e sais são reabsorvidos.
- Alça de Henle: concentra a urina através da reabsorção de água na parte descendente e
de íons (sódio e cloreto) na parte ascendente.
- Túbulo Contorcido Distal e Ducto Coletor: continuam a reabsorção de água e íons,
regulados por hormônios como aldosterona e hormônio antidiurético (ADH), para ajustar o
equilíbrio hídrico e a pressão sanguínea.

3. Secreção
A secreção envolve o transporte ativo de substâncias indesejadas do sangue para os túbulos
renais. Isso inclui íons hidrogênio (para regulação do pH), potássio e substâncias residuais,
como toxinas e medicamentos. Esse processo ocorre principalmente no túbulo contorcido
distal e no ducto coletor, contribuindo para a regulação da composição final da urina.

Urina: reabsorção - reabsorção + secreção.

Resumo do Fluxo de Filtragem


1. Filtração no glomérulo → 2. Reabsorção no túbulo proximal, alça de Henle e túbulo distal →
3. Secreção no túbulo distal → Formação de urina no ducto coletor.

A combinação desses processos no néfron permite a eliminação de resíduos e a manutenção


do equilíbrio de água, eletrólitos e pH no corpo dos mamíferos.

A composição da urina em mamíferos reflete o resultado da filtração renal, reabsorção e


secreção realizadas pelos néfrons. A urina é formada principalmente por água, mas também
contém diversos compostos resultantes do metabolismo e do equilíbrio de substâncias no
organismo.

Composição Geral da Urina

A urina é composta por:


- **Água** (cerca de 95% do volume total)
- **Solutos** (5%), que incluem:
- **Ureia** – o principal produto de degradação de proteínas.
- **Creatinina** – produto de metabolismo muscular.
- **Ácido úrico** – produto da degradação de purinas.
- **Íons** – como sódio, potássio, cloreto, cálcio, magnésio, e amônia.
- **Pequenas quantidades de substâncias orgânicas** como hormônios, vitaminas e restos
metabólicos.

Elementos Determinantes de Cor, Odor, Densidade e Consistência

1. Cor:
- A cor da urina varia do amarelo claro ao amarelo escuro, dependendo da concentração de
bilirrubina-urobilina, um pigmento resultante da degradação da hemoglobina dos glóbulos
vermelhos.
- A coloração também pode ser influenciada pela concentração dos solutos: quanto mais
concentrada, mais escura a urina; quanto mais diluída, mais clara.
- Alimentos, medicamentos e patologias podem alterar a cor da urina: por exemplo, o
consumo de beterraba pode tingir a urina de avermelhado, enquanto certas infecções podem
dar um aspecto turvo.

2. Odor:
- O odor característico da urina é derivado principalmente de compostos como **amônia**
e outros subprodutos da degradação de proteínas.
- A dieta também influencia o odor: por exemplo, o consumo de aspargos libera compostos
sulfurados, que causam um odor distinto.
- Patologias podem alterar o cheiro: infecções urinárias podem deixar a urina com odor
forte, doce ou frutado (presente em casos de diabetes, devido à cetonúria).

3. Densidade:
- A densidade urinária normal varia de **1,005 a 1,030 g/mL**, dependendo da quantidade
de solutos dissolvidos.
- A densidade aumenta com a concentração de íons, proteínas,ureia e outros compostos,
enquanto a diluição com água baixa a densidade.
- Essa variação permite avaliar a capacidade dos rins em concentrar ou diluir a urina, sendo
um indicador do estado de hidratação e de algumas doenças.

4. Consistência:
- Em condições normais, a urina tem uma consistência líquida e clara.
- A presença de elementos como muco, células, bactérias ou cristais pode torná-la mais
turva e espessa.
- Infecções e inflamações no trato urinário também podem alterar a consistência.

Fatores Adicionais:
- pH: a urina normalmente é levemente ácida (pH 4,5-8), mas pode variar com dieta e
condições metabólicas.
- Níveis de glicose, proteínas e cetona: em indivíduos saudáveis, são praticamente
inexistentes na urina, mas em certas condições (como diabetes e doenças renais), essas
substâncias podem aparecer em concentrações elevadas.

Hormônios envolvidos:

A regulação do volume e da concentração da urina em mamíferos é essencial para a


manutenção do equilíbrio de água e eletrólitos no organismo. Esse processo depende de uma
série de hormônios que ajustam a filtração, reabsorção e secreção de substâncias nos
néfrons dos rins. Os principais hormônios envolvidos são o **hormônio antidiurético (ADH)**,
a **aldosterona** e o **peptídeo natriurético atrial (ANP)**.

1. Hormônio Antidiurético (ADH) ou Vasopressina

O ADH, produzido no **hipotálamo** e liberado pela **neuro-hipófise**, é um dos principais


reguladores da concentração da urina. Ele atua diretamente nos ductos coletores dos
néfrons e é sensível ao estado de hidratação do organismo.

- **Mecanismo de ação**: o ADH aumenta a **permeabilidade à água** nos ductos coletores


dos rins ao promover a inserção de aquaporinas (proteínas de transporte de água) nas
membranas das células. Com isso, mais água é reabsorvida do filtrado para o sangue.
- **Efeito sobre a urina**: quando o ADH está elevado, a água é mais reabsorvida, o que
reduz o volume urinário e aumenta sua concentração. Em estados de baixa hidratação ou alta
osmolaridade do sangue (alto nível de solutos), a secreção de ADH aumenta. Quando o corpo
está bem hidratado, os níveis de ADH caem, resultando em uma urina mais diluída e em
maior volume.

2. Aldosterona

A aldosterona é um hormônio produzido pela **córtex adrenal** e desempenha um papel


crucial na regulação dos níveis de sódio e potássio, o que indiretamente afeta o volume da
urina.

- **Mecanismo de ação**: a aldosterona age principalmente no **túbulo contorcido distal** e


nos **ductos coletores** do néfron. Ela aumenta a reabsorção de sódio (Na⁺) e a excreção de
potássio (K⁺) ao promover a síntese de canais de sódio e bombas de sódio-potássio.
- **Efeito sobre a urina**: a reabsorção de sódio provoca a entrada de água por osmose,
aumentando o volume de água retido pelo organismo e, consequentemente, reduzindo o
volume de urina. Esse mecanismo é ativado principalmente pelo sistema renina-
angiotensina-aldosterona (SRAA) em resposta a uma baixa pressão arterial ou baixa
concentração de sódio no sangue.

3. Peptídeo Natriurético Atrial (ANP)

O ANP é produzido nas células dos átrios do coração em resposta ao aumento da pressão
arterial e do volume sanguíneo. Ele tem efeitos opostos aos de ADH e aldosterona.

- **Mecanismo de ação**: o ANP promove a **excreção de sódio e água** ao inibir a


reabsorção de sódio nos túbulos renais, além de suprimir a liberação de renina e aldosterona.
- **Efeito sobre a urina**: ao aumentar a excreção de sódio e água, o ANP eleva o volume
urinário, o que ajuda a reduzir a pressão arterial e o volume sanguíneo.

Interação entre os Hormônios

Esses hormônios interagem de maneira a manter o equilíbrio hídrico e eletrolítico. Por


exemplo:
- Em situações de **desidratação** ou **aumento de osmolaridade plasmática**, o ADH é
liberado, aumentando a reabsorção de água e concentrando a urina.
- Em situações de **redução de pressão arterial** ou **hiponatremia** (baixa de sódio no
sangue), o SRAA é ativado, levando à liberação de aldosterona, o que aumenta a reabsorção
de sódio e água e reduz o volume urinário.
- Em estados de **alta pressão arterial**, o ANP é liberado, promovendo a excreção de sódio
e água e aumentando o volume urinário para reduzir a pressão.

O processo de formação, transporte e excreção da urina em mamíferos envolve uma série de


estruturas anatômicas e mecanismos fisiológicos que garantem a eliminação dos resíduos do
corpo. Após ser filtrada e processada nos néfrons dos rins, a urina segue um caminho até
sua eliminação através da uretra, passando pelos ureteres e pela bexiga.

Caminho da urina:

1. **Formação nos Néfrons**: nos rins, a urina é formada nos néfrons por meio dos processos
de filtração, reabsorção e secreção. A urina resultante é coletada nos túbulos coletores.
2. **Ductos Coletores e Pelve Renal**: a urina flui dos túbulos coletores para os ductos
coletores e, em seguida, para a **pelve renal**, uma região em forma de funil que coleta a
urina de cada néfron.
3. **Ureteres**: da pelve renal, a urina passa para os **ureteres**, dois tubos finos que
conectam os rins à bexiga. Nos ureteres, a urina é movida por ondas de contrações
musculares, chamadas **peristaltismo**, que empurram a urina até a bexiga.
4. **Bexiga Urinária**: ao chegar na **bexiga**, a urina é armazenada até o momento da
micção. A bexiga possui paredes musculares elásticas e é capaz de se expandir à medida
que se enche de urina.
5. **Uretra**: no momento da micção, a urina é expulsa da bexiga pela **uretra**, o canal
final de excreção que leva a urina para fora do corpo.

Reflexo da Micção

O processo de micção, ou esvaziamento da bexiga, é controlado por um reflexo coordenado


pelo sistema nervoso autônomo e pelo sistema nervoso somático.

1. **Estimulação dos Receptores de Estiramento**: conforme a bexiga se enche e suas


paredes se expandem, receptores de estiramento localizados no músculo liso da parede da
bexiga são ativados. Isso ocorre geralmente quando a bexiga contém entre 200 e 300 mL de
urina.
2. **Sinalização ao Sistema Nervoso Central (SNC)**: os receptores de estiramento enviam
impulsos para a medula espinhal, que então transmite sinais ao **tronco encefálico** e ao
**córtex cerebral**.
3. **Resposta do Sistema Nervoso Parassimpático**: em resposta à sinalização de que a
bexiga está cheia, o sistema nervoso parassimpático estimula a contração do músculo
detrusor (músculo liso da parede da bexiga) e relaxa o esfíncter interno da uretra.
4. **Controle Voluntário pelo Esfíncter Externo**: o esfíncter uretral externo, composto por
músculo esquelético, é controlado voluntariamente pelo sistema nervoso somático. Ao
decidir urinar, esse esfíncter se relaxa, permitindo a saída da urina pela uretra.

### Mecanismo de Controle da Micção

A micção é controlada tanto por reflexos automáticos quanto pela vontade consciente:
- **Em crianças pequenas** e em alguns animais, o reflexo da micção é um processo
totalmente involuntário. Porém, com o desenvolvimento do sistema nervoso, os seres
humanos aprendem a controlar o esfíncter externo voluntariamente.
- **Pressão e Feedback**: quando o volume de urina na bexiga atinge seu limite, a pressão
interna aumenta, intensificando os sinais de estiramento e gerando o desejo de urinar. Se a
micção é adiada, o reflexo é inibido temporariamente, mas o desejo aumenta novamente
conforme o volume e a pressão aumentam na bexiga.

Você também pode gostar