Fundamento Direito Societario
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DIREITO SOCIETÁRIO
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ÍNDICE
1. FUNDAMENTOS DO DIREITO SOCIETÁRIO............................................................. 4
Noções Iniciais de Direito Societário.........................................................................................................................4
Unidade do Direito Societário........................................................................................................................................4
Natureza Societária................................................................................................................................................................ 5
Distinções de Institutos Similares................................................................................................................................. 5
3. CAPITAL SOCIAL..............................................................................................................9
Patrimônio.................................................................................................................................................................................. 10
6. DISSOLUÇÃO SOCIAL..................................................................................................19
A) Vontade dos Sócios......................................................................................................................................................19
B) Decurso de Prazo............................................................................................................................................................19
C) Unipessoalidade...............................................................................................................................................................19
D) Exaurimento ou Realização do Objeto Social............................................................................................19
E) Extinção da Autorização de Funcionamento.............................................................................................19
F) Falência.................................................................................................................................................................................20
Diante dessa formação, existirão duas relações na sociedade: a relação interna, que diz
respeito à relação entre os sujeitos entre si (associados) e a relação externa, que diz
respeito às relações da sociedade como uma unidade com terceiros no exercício da
atividade.
O problema que surge com essa definição é a existência das sociedades unipessoais,
que são sociedades que não possuem, como de praxe, mais de uma pessoa. Diante
disso, uma definição mais moderna seria a de que o objeto do direito societário, mais
do que fenômeno associativo enquanto cooperação de duas ou mais pessoas, seria o
direito das associações finalísticas privadas, ou seja, o estudo de qualquer organização
que constitui uma autonomia própria para realizar uma atividade econômica.
Assim, mediante todo o exposto até o momento, fica evidente a diferenciação entre
associações e sociedades, vez que a sociedade é caracterizada pelo exercício comum de
uma atividade econômica com o escopo de dividir lucros, não existindo sociedade se o
intuito dela não for o de partilhar resultados.
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Natureza Societária
Dentre a classificação doutrinária das sociedades empresarias, chama atenção a que
distingue esta organização em contratuais, regidas por um contrato, das institucionais,
encontrando no estatuto seu elemento de disciplina jurídica.
Por outro lado, uma sociedade em instituição é uma organização permanente de pessoas
e/ou coisas que visam a alcançar uma determinada finalidade. Assim, no ordenamento
brasileiro, as sociedades anônimas e em comandita por ações têm natureza institucional.
Nesse tipo de sociedade, o interesse não é apenas dos sócios, existem terceiros a quem
muito interessa sua performance.
(ii) fundação:
" O condomínio não é um contrato, é um estado ou situação jurídica em que mais de uma pessoa
tenha titularidade sobre um bem (arts. 1314 e segs., CC).
" As fundações, diferentemente das sociedades, não se dão pela união de pessoas, mas sim de
um patrimônio personalizado.
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Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Art. 44, §2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que
são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código (o Livro II trata das sociedades empresárias).
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2. Elementos Essenciais do Contrato de Sociedade
Os elementos essenciais do contrato de sociedades são os elementos que garantirão
a sua existência. O contrato de sociedade simplesmente não poderia existir sem esses
fundamentos: pluralidade de sócios (com única exceção da Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada), direitos e obrigações dos sócios e finalidade comum.
1. Pluralidade de Sócios --> O contrato da sociedade deve ser celebrado por
duas ou mais partes (art. 981 CC). Conforme o CC/2002, a ausência desse ele-
mento gera a dissolução da sociedade, se a situação não for resolvida dentro de
180 dias (art. 1033, IV, CC).
2. Direitos e Obrigações dos Sócios --> Primeiramente, temos a participação
de cada sócio nos lucros e nas perdas da sociedade (art. 997, VII, CC e 109, I,
L.6404/76). Essa é a prerrogativa mais importante, tendo em vista que sem esta
o contrato social é inválido.
Ademais, temos ainda as responsabilidades sociais, que dizem respeito às contribuições
dos sócios para a sociedade, e responsabilidade societária, que é a limitação ou não da
responsabilidade do sócio diante de perdas da sociedade.
Existe, ainda, a obrigação do sócio de fiscalizar a sociedade (art. 109, L.6404/76) por meio
dos livros, dos papéis da companhia, da verificação dos dados e contratos celebrados
etc.
Este seria um clássico exemplo de ‘sociedade leonina’, que é aquela em que se faz a
distribuição do lucro em benefício de apenas um ou alguns dos sócios. Esta distorção
ocorria porque muitas sociedades eram criadas com a quase totalidade das quotas e favor
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de um sócio, existindo o outro apenas para justificar a composição de uma sociedade.
Essa distorção já foi corrigida pelo legislador com a implantação da Empresa Individual
de Responsabilidade Limitada (980-A, CC), já mencionada, em que apenas uma pessoa
figura como sócio de uma empresa de responsabilidade limitada.
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3. Capital Social
O capital social é o valor que os sócios estimam ser necessário ao desenvolvimento
da atividade social. É a soma da contribuição de todos os sócios que é destinada à
sociedade para consecução de sua atividade fim.
Nesse passo, o capital social é cláusula obrigatória nos contratos sociais, nos termos do
artigo 997, IV, do Código Civil, dividindo-se em quotas, iguais ou desiguais, pertencentes
aos sócios, como prescreve o artigo 1.055 do mesmo diploma legal.
De acordo com o professor Alfredo Lamy Filho, “é função do capital social garantir
os credores da companhia, conciliando a responsabilidade limitada dos acionistas
(indispensável para que se possam associar, na mesma empresa, centenas ou milhares de
sócios) com proteção ao crédito, necessário ao funcionamento do sistema econômico”.
Assim, além da função de fornecer recursos para que a empresa possa expandir-se em
seu período inicial, há objetivo de proteção aos credores, conforme citado acima.
Diante disso, o capital social pode ser divido em duas funções: vinculativa e organizativa:
1. Função Vinculativa:
• Uma Garantia aos Credores: o capital social servirá como garantia indireta ao
credores, vez que, apesar deste ser intocável, todo credor da sociedade terá certeza
de que pelo menos o montante relacionado ao capital social está presente.
2. Função Organizativa:
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Patrimônio
A figura do capital social não deve ser confundida com a do patrimônio. O patrimônio da
sociedade é o conjunto de valores de que esta dispõe. Nesse patrimônio, existem valores
ativos – tudo o que a sociedade tem (dinheiro, créditos, imóveis, móveis etc), e valores
passivos – o que a sociedade deve (títulos a pagar, empréstimos, folha salarial, impostos).
Diante disso, fala-se em patrimônio líquido, que é a diferença entre o ativo e o passivo.
Se o ativo for superior ao passivo, a sociedade terá um patrimônio líquido positivo; se
inferior, terá patrimônio líquido negativo. Nesse passo, evidente que, diferentemente do
capital social, o patrimônio não é fixo, sendo dotado de mutabilidade.
Por outro lado, no patrimônio social das sociedades personificadas, ocorre a transferência
da titularidade da contribuição dos sócios à sociedade, saindo da esfera jurídica
patrimonial do social e fundindo-se à esfera jurídica patrimonial da sociedade.
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4. Desconsideração da Personalidade Jurídica
O principal fundamento da limitação da responsabilidade dos empreendedores é o
estímulo à exploração das atividades econômicas. Poucos estariam dispostos a iniciar um
novo negócio, a constituir uma nova sociedade, se seus patrimônios pessoais pudessem
ser alcançados na hipótese de insucesso do empreendimento, não é mesmo?
A redação do art. 133 do novo CPC enterrou, de uma vez por todas, a tese de que o
mecanismo jurídico deve ser operado mediante ação autônoma na justiça, posto que
o texto permite ao juiz, em qualquer processo e em qualquer fase processual, aplicar o
instituto.
Esse incidente pode ser pedido pela parte ou pelo Ministério Público em qualquer fase
processual (dispensável se requisitado na petição inicial), se couber ao MP intervir no
processo, desde que observados os devidos pressupostos previstos em lei (art. 133, §1º e
art. 134, §4º do CPC).
Instaurado o incidente, o sócio (ou a pessoa jurídica) será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias. O incidente será resolvido por decisão
interlocutória, portanto, contra ela cabe agravo de instrumento. Ademais, a alienação
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ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao
requerente do pedido de desconsideração da personalidade jurídica.
Então, se o sócio alienou parte de seus bens em fraude à execução, ainda que ele
inicialmente não respondesse, diante da declaração de desconsideração, essa alienação
torna-se ineficaz.
(II) Teoria Menor (art. 28) – apesar de chamar-se teoria menor, este dispositivo
contém uma expressão muito ampla, permitindo a desconsideração sempre que
“sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores”.
4. Impossibilidade de Exigência do Cumprimento da Obrigação Principal: o
Código Tributário Nacional prevê uma desconsideração menos ampla, atingindo
sócios específicos; o art. 134, VII, determina a desconsideração da personalidade
jurídica diante da impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação
principal pelo contribuinte, ou seja, um motivo fático.
5. Atos Praticados com Excesso de Poderes: o art. 135 do CTN determina que,
diante da criação de obrigações tributárias com excesso de poderes ou infração
de lei, contrato social ou estatutos, serão pessoalmente responsáveis os direto-
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res, gerentes ou representantes da sociedade que executaram o ato.
6. Grupo Industrial e Comercial (Direito Trabalhista): o art. 2, §2º da CLT prevê a
possibilidade de responsabilização solidária sempre que uma ou mais empresas,
tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob
a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial ou
comercial; aqui é importante atentar-se à jurisprudência trabalhista, vez que é
permitido buscar a dívida de emprego com pessoas físicas, configurando des-
consideração da personalidade.
7. Antitruste/Ambiental/Anticorrupção: apesar de não ser o momento para
adentrar nas especificidades dessas leis, importante ressaltar que existem esses
regramentos com previsões específicas para a desconsideração da personalida-
de jurídica de sociedades que ferirem suas disposições.
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos
estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado
de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
Art. 25, §5°. Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
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5. Sociedades Não Personificadas
Como ensinado anteriormente no presente módulo, a sociedade em sentido amplo é
a união de duas ou mais pessoas através de um contrato de sociedade, em que estas
pessoas reciprocamente se obrigam a contribuir para o exercício de atividade econômica
e a partilha dos resultados.
A) Sociedade em Comum
A sociedade em comum é qualquer sociedade que explora uma atividade econômica e
que ainda não está registrada. É também conhecida por “sociedade de fato” ou“sociedade
irregular”.
Não se trata de um tipo de sociedade empresária, pois lhe falta o registro como pessoa
jurídica. Determina o código que, enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á
a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto nos seus artigos 986 a
990, que trata da sociedade em comum.
Portanto, uma sociedade pode ser comum tanto pela vontade das partes de criar
uma sociedade privada sem registro quanto pela pendência de registro de outro tipo
societário. Se uma sociedade limitada, por exemplo, estiver em processo de constituição,
enquanto não for concluído o seu registro e, se já estiver em funcionamento, será regida
na forma de sociedade em comum.
Importante atentar-se a que nesse tipo de sociedade, conforme inteligência do art. 990,
todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
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em posição ostensiva (exercendo a atividade) e outros, em posição oculta (chamam-se
estes de sócios participantes. Na prática, são investidores).
Por não ter personalidade jurídica, a sociedade em conta de participação não assume,
em seu nome, nenhuma obrigação. São os sócios ostensivos - juntos ou separadamente
- que assumem, como obrigações pessoais, as obrigações da sociedade. Assim sendo,
em se tratando de responsabilidade pessoal, não há que se falar de subsidiariedade ou
limitação.
Os sócios participantes não mantêm qualquer relação jurídica com os credores por
obrigações decorrentes do empreendimento comum. Estes credores devem demandar
do sócio ou sócios ostensivos, os quais, em regresso, e nas condições do contrato,
poderão voltar-se contra os participantes. Do mesmo modo, os participantes não podem
demandar os devedores da sociedade.
Convém salientar que o sócio participante, embora não possa administrar a sociedade,
tem direito de fiscalizar a gestão dos negócios. Contudo, se passar a tomar parte nas
relações do sócio ostensivo com terceiros, passará a responder solidariamente com ele.
Sociedades Personificadas
As sociedades personificadas - arts. 997 a 1.101 do CC/2002 - possuem personalidade
jurídica, que é adquirida com o registro, nos termos do art. 985 e do art. 1.150, ambos do
CC/2002.
A) SOCIEDADE SIMPLES
A sociedade simples é a mais importante sociedade personificada, tendo sido escolhida
pelo legislador como o centro regulador de todas as sociedades, sendo a sociedade que
tem a regulação mais extensa e completa, enquanto as outras sociedades utilizam seus
parâmetros para formar novos tipos societários.
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de participantes, serão sempre consideradas sociedades simples (pois os profissionais
exercem a atividade fim da parceria).
De acordo com o art. 1.039 do CC, essa sociedade é constituída, necessariamente, por
pessoas físicas. A administração desta sociedade cabe exclusivamente aos sócios, não
podendo um terceiro exercer este papel administrativo (art. 1.042, CC).
Por fim, esta sociedade deve adotar a firma social. Todas as peculiaridades da sociedade
em nome coletivo estão previstas nos arts. 1.039 a 1.044 do CC.
Por outro lado, têm-se os sócios comanditados, que são pessoas físicas que respondem
solidariamente e de forma ilimitada pelas obrigações sociais, podendo contribuir com
capital e trabalho.
A administração desta sociedade pode ser exercida somente pelos sócios comanditados.
De acordo com o previsto no art. 1.047 do CC: “não pode o comanditário praticar
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às
responsabilidades de sócio comanditado”. Todas as peculiaridades deste tipo societário
estão previstas nos arts. 1.045 a 1.051 do CC.
A sociedade limitada consiste num tipo de associação que estabelece normas com
base no valor investido por cada associado. Esse formato de sociedade permite que
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a empresa tenha um administrador que não pertence ao quadro de sócios, desde que
tenha o consentimento desses.
Importante ressaltar que, aqui, falamos da empresária limitada, vez que a sociedade
simples também pode ser limitada, ou melhor dizendo, a limitada pode adotar natureza
simples quando não empresária. Conforme mencionado anteriormente, o art. 966, CC
dispõe que a natureza empresária advém do exercício profissional de atividade com
escopo lucrativo, então as atividades intelectuais e artísticas a que uma limitada venha
a se dedicar não são empresárias, sendo esta hipotética sociedade de natureza simples,
não empresária.
Essa modalidade foi criada em 2011 e surgiu com o propósito de acabar com a figura do
sócio “fictício”, prática comum dentre aqueles que não desejavam operar suas empresas
com um sócio. Antes, empresas só poderiam ser registradas se constituídas por, no
mínimo, duas pessoas, e agora podem ser abertas com um único sócio.
F) Sociedade Anônima
A sociedade anônima, apesar de prevista no Código Civil de 2002, é regulada pela Lei
6.404/76. A sociedade anônima é uma sociedade de capital: os títulos representativos
da participação societária (ação) são livremente negociáveis. Nenhum dos acionistas
pode impedir, por conseguinte, o ingresso de quem quer que seja no quadro associativo.
O capital social deste tipo societário é fracionado em unidades representadas por ações.
Os seus sócios, por isso, são chamados de acionistas, e eles respondem pelas obrigações
sociais até o limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares.
Por fim, a sociedade anônima é sempre empresária, mesmo que seu objeto seja atividade
econômica civil (CC, art. 982, parágrafo único; LSA, art. 2º, § 1º).
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em comandita por ações é um dos dois tipos de sociedade por ações admitidos no
direito brasileiro.
Atualmente, contrariando boa parte da doutrina que prega a extinção desse tipo de
estrutura societária, dado o seu desuso, o direito brasileiro manteve o tratamento dado às
sociedades em comandita por ações. Fran Martins, por exemplo, informa que, em todo o
território nacional, não existem mais que dez sociedades em comandita por ações ainda
em atividade.
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6. Dissolução Social
Como mencionado anteriormente no presente módulo, a sociedade simples é o centro
normativo do direito societário brasileiro, sendo a sociedade mais completa, da qual a
outras derivam.
Este modelo societário será o foco deste tópico, tendo em vista que estas hipóteses
serão aplicáveis à maioria das sociedades. Quaisquer especificidades de outros tipos
societários serão abordadas em momento oportuno.
B) Decurso de Prazo
está ligado às sociedades que têm tempo de funcionamento determinado previamente.
C) Unipessoalidade
a unipessoalidade (art. 1.033, IV, CC.), ou seja, a falta de, pelo menos, dois sócios na
sociedade, conforme mencionado na aula de elementos essenciais do contrato, gera a
dissolução da sociedade (importante lembrar da existência do IN38 do DREI, que fala de
bloqueio de registros ao invés de dissolução).
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F) Falência
uma sociedade que não possui mais viabilidade econômica, poderá ter decretada
sua falência, resultando na liquidação de seus bens para o pagamento das dívidas e,
finalmente, a sociedade dissolvida.
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7. Resolução da Sociedade em Relação ao Sócio
Nosso ordenamento jurídico explana algumas possibilidades de resolução da sociedade
em relação a algum sócio.
A primeira possibilidade se dá com a morte do sócio (art. 1.028, CC). Diante deste cenário,
existem dois possíveis caminhos a serem tomados: liquidação da cota do sócio falecido
ou substituição dele por seus herdeiros. Importante ressaltar que, nas sociedades
regidas pelo Código Civil (especialmente sociedades simples e limitada), será necessária
a aprovação dos demais sócios para que ocorra a substituição.
A segunda possibilidade é o direito de retirada (art. 1.029, CC). O sócio pode sair a
qualquer momento de uma sociedade por tempo indeterminado mediante notificação
com prazo de antecedência de 60 dias.
Por fim, essencial frisar que, em qualquer dos casos, tanto o sócio retirante quanto os
herdeiros de sócio falecido, permanecem responsáveis por suas obrigações sociais pelo
período de 2 anos.
B) SOCIEDADE ANÔNIMA
A sociedade anônima é uma sociedade de capital por excelência, ou seja, não depende
de vínculo pessoal, sendo desnecessária a aprovação dos demais sócios para que alguém
entre ou saia da sociedade. Assim, na sociedade anônima é livre o direito de entrada e de
alienação da cota de participação do sócio (ação).
Conforme disposto no art. 109, IV, da L.6404/76, é direito essencial do acionista exercer
o direito retirada quando lhe couber esta faculdade. Dessa forma, qualquer tipo de
restrição é proibida, sendo vedada qualquer barreira a este direito no estatuto social.
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Nesse contexto, diante da própria natureza das S/A, as hipóteses específicas de resolução
da sociedade em relação ao sócio serão restritas.
A primeira possibilidade está prevista no art. 137, da L.6404/76, que autoriza a retirada
do acionista dissidente mediante reembolso de suas ações quando ocorrer criação de
ações preferenciais ou da mesma espécie.
Por fim, o art. 136-A da L.6404/76 garante, ao sócio dissidente, o direito de retirada
quando ocorrer a inclusão de cláusula arbitral no estatuto social da empresa.
EXCLUSÃO DE SÓCIO
Além da possibilidade de saída voluntária do sócio, existe a possibilidade de excluir um
dos sócios contra seu alvedrio. Assim, a legislação permite a exclusão do sócio de duas
formas: exclusão judicial ou exclusão extrajudicial.
A exclusão judicial serve para qualquer tipo societário. As possibilidades para esse tipo
de exclusão estão dispostas no art. 1.030 do CC/2002: por falta grave no cumprimento
de suas obrigações (Entende-se por falta grave algum ato que atente contra o interesse
social da empresa ou contra o vínculo societário.) ou por incapacidade superveniente
(pode ser capacidade civil ou autorização legal, por exemplo, sociedade de advogados
em que um dos sócios perca sua inscrição nos quadros da OAB) mediante iniciativa da
maioria simples dos demais sócios.
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Por outro lado, a exclusão extrajudicial, prevista no art. 1.085 do CC/2002, somente é
possível na sociedade limitada. O supramencionado artigo somente permite a exclusão
mediante justa causa. O problema aqui é que o termo justa causa não possui um
entendimento fixo, sendo importante analisar o caso concreto. Via de regra, constitui-se
a justa causa mediante ato que gere risco à continuidade da empresa.
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8. Procedimento da Dissolução Parcial de Sociedade
Os procedimentos que tratam da dissolução parcial da sociedade estão previstos no art.
599 e seguintes do NCPC.
A) Legítimos Ativos:
Espólio do Sócio Falecido: o espólio do sócio falecido, por meio do inventariante, tem
legitimidade para pedir a dissolução de suas cotas.
Sócio: quando ele exerce o direito de retirada (saída imotivada) ou recesso (com base em
autorização legal) e quando ele é excluído da sociedade, cabe-lhe o direito de ingressar
com a ação para que sejam dissolvidas suas cotas.
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B) Procedimento:
Primeiramente, essa ação possui um requisito especial já na petição inicial, que deve ser
instruída com o contrato social solidado da empresa (art. 599, §1º, CPC). Essa determinação
gera um problema, vez que depende de a sociedade de fato ter consolidado o contrato
nas ultimas alterações. Assim, ficou decidido que a inicial deve ser instruída com o último
contrato social consolidado junto com todas as alterações posteriores.
C) Liquidação:
Ultrapassadas as outras questões processuais, será iniciada a liquidação, que começa
com fixação da data de resolução pelo juiz. A legislação traz alguns parâmetros para
auxiliar o julgador nessa situação:
1. Se a ação baseia-se no falecimento do sócio, a resolução será na data do
óbito;
2. Se der-se pelo exercício do direito de retirada, será 60 dias após a retirada;
3. Se pelo exercício do direito de recesso, será o dia do recebimento da notifica-
ção;
4. Se por decisão de todos os sócios, será a data da assembleia;
5. Se por decisão judicial, será a data da sentença que declarou o sócio excluí-
do.
Assim, tem-se o ato constitutivo negativo formado na data em que a sociedade se
desconstituiu parcialmente em relação ao sócio. A partir daí, verifica-se a segunda
hipótese de pedido dessa ação: a apuração de haveres.
1. Esse valor poderá ter critério definido no contrato social, o que será seguido
pelo juiz;
2. Sem valor estipulado previamente em contrato, aplica-se a regra geral do
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valor patrimonial das cotas, que será verificado por um perito especialista.
Por fim, insta salientar que, apesar desses parâmetros definidos em lei, o juiz tem
faculdade de modificar ou revisar a data ou critério para apuração de haveres por pedido
de qualquer uma das partes, desde que ainda não tenha sido iniciada a perícia (art. 607,
CPC).
D) Pagamento
Faz parte do valor de pagamento de haveres a participação nos lucros, juros sobre capital
próprio e remuneração como administrador até a data de resolução (art. 607, CPC). A
partir desta data, não se fala mais disso mas, após essa data, devem ser aplicados os
valores corrigidos e os juros legais (art. 608, p.ú., CPC).
Por fim, a forma de pagamento poderá estar prevista no contrato social ou estatuto. Caso
não exista disposição acerca do assunto, o art. 609, CPC, e 1031, §4º, CC, determinam o
pagamento em dinheiro no prazo de 90 dias.
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