REDAO1ANO
REDAO1ANO
REDAO1ANO
REDAÇÃO
1º ANO - ENSINO MÉDIO
DATA: ____/____/____
POESIA
Psicologia da Composição
João Cabral de Melo Neto
1.
Saio de meu poema
como quem lava as mãos.
2.
Esta folha branca
me proscreve o sonho,
me incita ao verso
nítido e preciso.
Eu me refugio
nesta praia pura
onde nada existe
em que a noite pouse.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Procura da Poesia
Carlos Drummond de Andrade
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Fonte: https://encurtador.com.br/achv5
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Fonte: https://www.tudoepoema.com.br/paulo-leminski-desencontrarios/
Poética
Manuel Bandeira
Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
São 5
e.e. cummings
http://www.culturapara.art.br/opoema/eecummings/eecummings.htm
Pelos poemas lidos, podemos perceber que nada na poesia é fixo ou pré-
determinado, podendo poemas sobre uma mesma temática (nesse caso, a criação
do poema) apresentarem tamanhos, estilos, vocabulários e propósitos diferentes.
Ainda assim, todos são grandes poemas.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Temáticas sugeridas:
Infância
Sociedade
Mundo
Sonhos
Solidão
Existência
Amadurecimento
Futuro
Liberdade
Felicidade
Você também pode (e deve) procurar outros poemas que estejam dentro da
temática que você escolheu, buscando inspiração e ampliação do seu repertório
cultural.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
DATA: ____/____/____
CRÔNICAS
Uma leitora se refere aos textos aqui publicados como “reportagens”. Um leitor os
chama de “artigos”. Um estudante fala deles como “contos”. Há os que dizem: “seus
comentários”. Outros os chamam de “críticas”. Para alguns, é “sua coluna”.
Há crônicas que são dissertações, como em Machado de Assis; outras são poemas
em prosa, como em Paulo Mendes Campos; outras são pequenos contos, como em
Nelson Rodrigues; ou casos, como os de Fernando Sabino; outras são evocações,
como em Drummond e Rubem Braga; ou memórias e reflexões, como em tantos. A
crônica tem a mobilidade de aparências e de discursos que a poesia tem – e
facilidades que a melhor poesia não se permite.
Está em toda a imprensa brasileira, de 150 anos para cá. O professor Antonio
Candido observa: “Até se poderia dizer que sob vários aspectos é um gênero
brasileiro, pela naturalidade com que se aclimatou aqui e pela originalidade com
que aqui se desenvolveu”.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
A crônica é frágil e íntima, uma relação pessoal. Como se fosse escrita para um
leitor, como se só com ele o narrador pudesse se expor tanto. Conversam sobre o
momento, cúmplices: nós vimos isto, não é, leitor?, vivemos isto, não é?, sentimos
isto, não é? O narrador da crônica procura sensibilidades irmãs.
Se é tão antiga e íntima, por que muitos leitores não aprenderam a chamá-la pelo
nome? É que ela tem muitas máscaras. Recorro a Eça de Queirós, mestre do estilo
antigo. Ela “não tem a voz grossa da política, nem a voz indolente do poeta, nem a
voz doutoral do crítico; tem uma pequena voz serena, leve e clara, com que conta
aos seus amigos tudo o que andou ouvindo, perguntando, esmiuçando”.
A crônica mudou, tudo muda. Como a própria sociedade que ela observa com olhos
atentos. Não é preciso comparar grandezas, botar Rubem Braga diante de
Machado de Assis. É mais exato apreciá-la desdobrando-se no tempo, como fez
Antonio Candido em “A vida ao rés do chão”: “Creio que a fórmula moderna, na
qual entram um fato miúdo e um toque humorístico, com o seu quantum satis³ de
poesia, representa o amadurecimento e o encontro mais puro da crônica consigo
mesma”. Ainda ele: “Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de
adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma
beleza ou uma singularidade insuspeitadas”.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Férias de verão, minha mãe e meu padrasto alugaram uma casa em Arraial do
Cabo para passarmos o mês de janeiro. Na véspera da viagem, arrumaram as
malas, fizeram uma grande compra de supermercado e mandaram besuntar o
Passat verde-musgo com óleo de mamona — suposta proteção contra a maresia
que, até hoje, não sei se era uma particularidade da nossa família ou uma dessas
bizarrices comuns no final do século XX, como passar Coca-Cola na pele antes de
tomar sol ou fazer polichinelos nas aulas de educação física. Na manhã seguinte,
com o porta-malas lotado, a lataria viscosa e os ânimos exaltados, pegamos a
estrada.
Nossa casa ficava no alto de uma encosta, bem diante do mar. Tinha um quintal
com pomar atrás, e uma varanda na frente, sombreada pela copa de uma
amendoeira centenária. Todos os dias acordávamos cedo, tomávamos café da
manhã na mesinha embaixo da amendoeira e, depois de uns cinco minutos
ziguezagueando pela trilha do morro, chegávamos à praia, com as dunas de areia
branca só para nós, meia dúzia de forasteiros e os pescadores. Armávamos o
guarda-sol, abríamos as cadeiras e esteiras e ali ficávamos, quase até o anoitecer.
Nas infinitas manhãs, enquanto minha mãe e meu padrasto liam, eu e minhas irmãs
nos dedicávamos às típicas atividades de criança na praia: nadávamos, rolávamos
na areia (chamávamos de “fazer croquete”), construíamos castelos, cavávamos
buracos, realizávamos autópsias nos baiacus inchados trazidos pelo mar. Lá pelas
três, meu padrasto fechava o livro: “E aí, quem quer uma birita?”. Caminhávamos
até uma birosca de pau a pique, comíamos pastéis, eles bebiam caipirinha e nós,
Fanta Uva.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Minha mãe propôs que caminhássemos até as pedras, que fizéssemos um castelo,
disse até que poderia ler algo dos irmãos Grimm ou do Monteiro Lobato, mas o
tédio tem uma bunda imensa: quando assenta as nádegas sobre nossas cabeças,
achata toda a circunferência do mundo conhecido; para escapar de seu adiposo
domínio, só encontrando alguma atividade inédita, em mares nunca dantes
navegados. Conhecendo intuitivamente o antídoto, minha meia-irmã bateu os olhos
no livro que seu pai tentava ler e perguntou o que era. Romeu e Julieta, ele disse, e
não o deixamos mais continuar a leitura: “Sobre o que é? Por que eles não podiam
casar? Onde fica Verona? Dá pra chegar de carro? E de barco? Pra que lado? É
antes ou depois da África?”.
Hoje, acho que entendo o porquê do nosso interesse por Romeu e Julieta. Filhos de
pais recém-separados, não nos eram nada distantes, perdidas no século XVI,
situações como “amor impossível”, “relações inconciliáveis”, “a casa dos Montéquio”
e “a casa dos Capuleto”. Por mais civilizados que tivessem sido os divórcios do
meu pai e da minha mãe, do meu padrasto e de sua ex-mulher, em algum lugar
devíamos nos solidarizar com dois jovens cujas vidas eram afetadas pelas rixas de
seus antecessores. Ou, talvez, nem precisássemos ir tão longe. Afinal: o que é a
infância senão uma sequência de desejos cerceados pelos adultos?
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Eis o que se perguntavam meu padrasto e minha mãe, vez após outra, naquela
insone noite de verão. Como sair da arapuca em que haviam se colocado?
Deveriam profanar Shakespeare, censurando o final, fazendo, talvez, com que a
carta de Julieta chegasse a Romeu via pombo-correio, em vez de viajar no bolso de
um emissário? Cometeriam um hediondo anacronismo colocando ao lado da
sepultura um providencial orelhão, cujo toque, no momento em que Romeu
erguesse a adaga, mudaria, deus ex machina, os rumos da história? Ou o correto
seria seguirem fiéis ao enredo, Shakespeare é Shakespeare, a arte está acima de
tudo, não se pode esconder a verdade das crianças, e, no fim das contas, elas
sairiam fortalecidas da experiência?
Lembrem-se, era o início dos anos 80. Maio de 68 estava mais próximo de nós que
a obrigatoriedade de cadeirinha para bebês no banco de trás dos carros, a
discussão, portanto, sobre o que seria mais danoso às crianças — a violência da
história ou da mentira — entrou noite adentro, escorando-se em Harold Bloom e
Paulo Freire, Bakhtin e Piaget, Nietzsche, Freud e sabe-se lá mais quem. Já estava
amanhecendo quando chegaram a uma conclusão.
Pela última vez, tomamos café sob a amendoeira, descemos a trilha até a praia,
cruzamos as dunas, armamos acampamento. Lá pelas três, depois da birita, como
de costume, sentamos em volta dos dois, prontos para ouvir o aguardado final de
Romeu e Julieta.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Como você pode notar, a crônica é um texto que procura contar ou comentar
histórias do dia a dia. São histórias que poderiam ter acontecido com qualquer um -
você, algum familiar, amigos ou desconhecidos. No entanto, é preciso cuidado ao
contar algo que aconteceu, de forma que a narração dos fatos ganhe interesse
especial e produza no leitor uma expectativa acerca do desenrolar da história.
Sendo assim, o texto da crônica precisa ser construído com uma atenção especial,
mas sem torná-lo rígido, formal demais e até forçado, perdendo o interesse do
leitor.
As crônicas são geralmente produzidas para jornais e revistas, e por isso têm uma
“vida curta”, afinal, narram acontecimentos do cotidiano, são muito marcadas pelo
contexto em que ocorrem, e por isso, com o passar do tempo, muitas deixam de ser
relevantes ou interessantes, afinal, o contexto mudou. Porém, podemos encontrar
muitas crônicas ligadas ao contexto histórico que mostram que, infelizmente, muita
coisa não muda com o passar do tempo.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Podemos ver que para ser um bom cronista é preciso ser principalmente um bom
observador da sociedade em que se vive e ser capaz de olhar de forma particular e
original para o que acontece a nossa volta. Também é preciso saber dosar a
informalidade do texto, que apresenta uma linguagem coloquial e leve, mas que
deve ser bem pensada e trabalhada visando atribuir novos significados ao
cotidiano.
Com isso em mente, escolha uma situação atual da sua cidade, seja no campo
político, social, cultural ou outro de sua preferência, e escreva uma crônica
jornalística para ser publicada no principal jornal de circulação da região. Não se
esqueça de aplicar o seu olhar particular e criativo acerca do tema e de usar uma
linguagem coloquial, leve e adequada.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
DATA: ____/____/____
CONTOS
Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a
alma e os anseios íntimos. A galinha é ansiosa, enquanto o galo tem angústia
quase humana: falta-lhe um amor verdadeiro naquele seu harém, e ainda mais tem
que vigiar a noite toda para não perder a primeira das mais longínquas claridades e
cantar o mais sonoro possível. É o seu dever e a sua arte. Voltando às galinhas, a
menina possuía duas só dela. Uma se chamava Pedrina e a outra Petronilha.
Quando a menina achava que uma delas estava doente do fígado, ela cheirava
embaixo das asas delas, com uma simplicidade de enfermeira, o que considerava
ser o sintoma máximo de doenças, pois o cheiro de galinha viva não é de se
brincar. Então pedia um remédio a uma tia. E a tia: “Você não tem coisa nenhuma
no fígado”. Então, com a intimidade que tinha com essa tia eleita, explicou-lhe para
quem era o remédio. A menina achou de bom alvitre dá-lo tanto a Pedrina quanto a
Petronilha para evitar contágios misteriosos. Era quase inútil dar o remédio porque
Pedrina e Petronilha continuavam a passar o dia ciscando o chão e comendo
porcarias que faziam mal ao fígado. E o cheiro debaixo das asas era aquela
morrinha mesmo. Não lhe ocorreu dar um desodorante porque nas Minas Gerais
onde o grupo vivia não eram usados assim como não se usavam roupas íntimas de
nylon e sim de cambraia. A tia continuava a lhe dar o remédio, um líquido escuro
que a menina desconfiava ser água com uns pingos de café — e vinha o inferno de
tentar abrir o bico das galinhas para administrar-lhes o que as curaria de serem
galinhas. A menina ainda não tinha entendido que os homens não podem ser
curados de serem homens e as galinhas de serem galinhas: tanto o homem como a
galinha têm misérias e grandeza (a da galinha é a de pôr um ovo branco de forma
perfeita) inerentes à própria espécie. A menina morava no campo e não havia
farmácia perto para ela consultar.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
— Mas é o galo, que é um nervoso, é quem quer! Elas não fazem nada demais! E é
tão rápido que mal se vê! O galo é quem fica procurando amar uma e não
consegue!
Um dia a família resolveu levar a menina para passar o dia na casa de um parente,
bem longe de casa. E quando voltou, já não existia aquela que em vida fora
Petronilha. Sua tia informou:
A menina era uma criatura de grande capacidade de amar: uma galinha não
corresponde ao amor que se lhe dá e no entanto a menina continuava a amá-la
sem esperar reciprocidade. Quando soube o que acontecera com Petronilha
passou a odiar todo o mundo da casa, menos sua mãe que não gostava de comer
galinha e os empregados que comeram carne de vaca ou de boi. O seu pai, então,
ela mal conseguiu olhar: era ele quem mais gostava de comer galinha. Sua mãe
percebeu tudo e explicou-lhe:
— Quando a gente come bichos, os bichos ficam mais parecidos com a gente,
estando assim dentro de nós. Daqui de casa só nós duas é que não temos
Petronilha dentro de nós. É uma pena.
O amor por Eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o
amor de quem já sofreu por amor. E quando chegou a vez de Eponina ser comida, a
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Mas a menina não esquecera o que sua mãe dissera a respeito de comer bichos
amados: comeu Eponina mais do que todo o resto da família, comeu sem fome,
mas com um prazer quase físico porque sabia agora que assim Eponina se
incorporaria nela e se tornaria mais sua do que em vida. Tinham feito Eponina ao
molho pardo. De modo que a menina, num ritual pagão que lhe foi transmitido de
corpo a corpo através dos séculos, comeu-lhe a carne e bebeu-lhe o sangue.
Nessa refeição tinha ciúmes de quem também comia Eponina. A menina era um ser
feito para amar até que se tornou moça e havia os homens.
Fonte: https://contobrasileiro.com.br/uma-historia-de-tanto-amor-conto-de-clarice-lispector/
Fonte: https://contobrasileiro.com.br/quero-minha-mae-conto-de-adelia-prado/
Fonte: https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13274.pdf
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
Além disso, o enredo do conto pode ser apresentado de forma linear (seguindo uma
sequência lógica) ou não linear (apresentando os fatos fora de uma sequência
lógica).
Como você conseguiu perceber nos contos lidos anteriormente, um conto não tem
um tamanho determinado, podendo ser bastante longo ou até mais curto do que o
conto de Drummond apresentado nesta aula. Esses contos mais curtos são
chamados de minicontos e entram numa categoria chamada de “contos
minimalistas”. Essa categoria possibilita a liberdade criativa dos escritores e
escritoras, que não precisam se prender a uma estrutura narrativa fixa, mas ainda
assim, sempre voltada para um conflito, um clímax. Leia a seguir um famoso
microconto de Ernest Hemingway:
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários [...] para
experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
DATA: ____/____/____
ARTIGOS DE OPINIÃO
Um país que prioriza o fim da violência contra a mulher não silencia nem promove
cortes sucessivos de recursos para políticas de proteção
Quando se trata de segurança pública, uma sociedade mais saudável não depende
apenas de repressão a crimes. É necessário desenvolver políticas que
compreendam a origem da violência e, dessa forma, evitem que um crime ocorra. O
objetivo não deve ser simplesmente punir todos os crimes, mas, principalmente, ter
cada vez menos crimes para punir. O mundo ideal precisa de menos impunidade,
mas principalmente de menos vítimas.
Um país que prioriza o fim da violência contra a mulher não aceita nem promove
cortes sucessivos de recursos para políticas de proteção. Não é leniente com (e
muito menos fonte de) toda sorte de ofensa direcionada a mulheres usando seu
gênero como forma de tentar diminuí-las. Não chama denúncias de assédio,
violência psicológica, desigualdade salarial e abandono paterno de “exageros”.
A dura conclusão é que a maior parte dos gestores e agentes públicos ainda não
reconhece, ou não compreende, a importância da produção de dados de qualidade
para a formulação de políticas públicas voltadas para a prevenção da violência e a
proteção das mulheres. Temos poucos exemplos do contrário, como o Dossiê
Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Por mais raros que sejam, exemplos como esse mostram que é possível produzir as
informações necessárias para apoiar políticas públicas com capacidade para
interromper ciclos de violência contra mulheres no Brasil.
O texto que você acabou de ler se chama “artigo de opinião” e, como o próprio
nome já mostra, é caracterizado por apresentar a opinião do autor (ou autores) de
forma explícita no texto. Esse tipo de texto costuma ser encontrado em jornais,
revistas e portais de notícias de grande audiência.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou
global [...] artigos de opinião [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico [...]
Sabemos que uma introdução no texto dissertativo pode cumprir diversas funções,
principalmente apontar, de forma direta ou indireta, a questão chave, contextualizar
o tempo e o espaço envolvidos na questão, direcionar o caminho do debate, além
de esclarecer as motivações do autor que, afinal de contas, escreve esse artigo de
opinião com um objetivo específico.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou
global [...] artigos de opinião [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico [...]
Um apelo desesperado a uma mãe que partiu há muito tempo. Implorando desde as
entranhas profundas da frágil humanidade. Respirando com dificuldade. Implorando
por misericórdia. O mundo inteiro ouviu o grito trágico. A família de nações viu seu
rosto bater contra o asfalto duro. Dor insuportável em plena luz do dia. Um pescoço
preso sob o joelho e o peso da história. Um gigante gentil, desesperadamente
agarrado à vida. Desejando poder respirar, livremente, até seu último suspiro.
Como líderes africanos nas Nações Unidas, as últimas semanas de protestos pelo
assassinato de George Floyd sob custódia policial, deixaram-nos indignados com a
injustiça da prática do racismo que continua difundida em nosso país anfitrião e em
todo o mundo.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou
global [...] artigos de opinião [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico [...]
Foi no auge do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos e durante a
emergência das nações africanas independentes pós-coloniais, que ingressaram
nas Nações Unidas, que a Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial (Icerd) entrou em vigor em 1969.
(*) Todos os signatários listados abaixo são altos funcionários da ONU que ocupam o cargo de
subsecretário-geral. Eles assinaram este artigo de opinião como indivíduos independentes. Este
artigo não expressa a opinião das Nações Unidas
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou
global [...] artigos de opinião [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico [...]
Escolha um tema sobre o qual você de fato tenha uma opinião (e que seja
possível embasá-la por meio de argumentos e dados).
Organize suas ideias e objetivos antes de começar o seu texto, e lembre-se que
você pode (e deve) reescrevê-lo antes de decidir uma versão final.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou
global [...] artigos de opinião [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico [...]
DATA: ____/____/____
RESENHA CRÍTICA
Árido, seco, hostil, áspero. Ler a obra de Graciliano Ramos é como tocar na terra do
sertão nordestino e sentir integralmente a dureza e a agressividade num lugar onde
o destino é condicionado por um sol que brilha como se existisse unicamente para
castigar seus habitantes. É como apalpar e vivenciar um ambiente onde qualquer
possibilidade de sonho e vida secam.
(EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções,
espetáculos de teatro e dança, exposições etc. [...]
O discurso indireto livre cria também, uma convergência entre o que está sendo
narrado e o leitor. O que caracteriza esta refinada técnica é a ambigüidade
resultante da fusão entre o discurso no narrador e as falas ou pensamento dos
personagens: “Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de
mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de
alforria!” (RAMOS, 2008, p. 94). Essa engenhosa técnica corrobora para a reflexão
acerca das condições inimagináveis e desumanas de sobrevivência, acirrando
ainda mais os aspectos sociais da obra. Em todo livro permite-se entrever marcas
do contexto histórico-social da saga do povo do sertão nordestino. Em “Vidas
Secas” ouve-se a voz deste povo. Ouve-se a voz dos personagens de poucas falas.
Por tudo isso “Vidas Secas” é um romance áspero e rude, e, de forma contundente,
já apontava a urgência na reforma agrária e social do país há mais de 70 anos. É
uma obra clássica, mas inquietante e questionadora que quase escancara que o
“sol nasce para todos”, mas a sombra, não.
Fonte: https://www.e-publicacoes.uerj.br/palimpsesto/article/download/35185/24893/117257
Uma resenha crítica é um texto que se propõe a avaliar uma manifestação cultural
(filmes, livros, peças de teatro, shows, exposições, etc.). Sua função social é
comentar e avaliar essas obras culturais para que o leitor possa, com essas
informações em mãos, avaliar se determinada produção é de seu interesse.
(EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções,
espetáculos de teatro e dança, exposições etc. [...]
Alguns cuidados são importantes quando vamos produzir uma resenha crítica. O
primeiro deles é ler e anotar os principais aspectos da obra a ser avaliada. Se for
um livro, lê-lo por completo, de preferência mais de uma vez, anotando e
destacando informações importantes e relevantes para a produção da resenha. Se
for uma obra audiovisual, como um filme ou uma série, é interessante buscar
informações sobre as pessoas envolvidas na produção, procurando entender os
aspectos que se destacam na produção e de que lugar surgiram.
Lembre-se que o leitor da resenha pode não ter conhecimento prévio algum acerca
da obra resenhada, portanto, é de extrema importância iniciar o texto apresentando
as informações básicas da obra em questão, de forma clara, objetiva e acessível.
Com essas dicas em mente, produza sua própria resenha crítica, de no mínimo 30
linhas, sobre uma manifestação cultural de sua preferência. Não se esqueça do
título, de referenciar a obra analisada, de usar paráfrases, citações diretas (se
possível) e argumentar seu ponto de vista de forma coerente. Revise seu texto!
(EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções,
espetáculos de teatro e dança, exposições etc. [...]
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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Ação humana transformou 89% da Caatinga
Biólogos concluem que restam 11% da vegetação nativa típica do Nordeste
Carlos Fioravanti - Edição 335 jan. 2024
De acordo com esse estudo, a área que deve ter sido ocupada por florestas, de
731.211 km², correspondentes a 84,6% da área total do bioma, caiu para 31.793
km², ou 4% do total (ver mapa). A vegetação arbustiva avançou 390% sobre as
matas fechadas e mais densas.
“Com imagens de satélite conseguimos mapear com precisão as áreas de uso por
agricultura, que têm contornos bem definidos, mas as áreas de uso por pastagens
podem ser confundidas com áreas naturais não florestadas, a Caatinga herbácea”,
informa o coordenador do MapBiomas Caatinga, o geólogo Washington Rocha, da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). “O método atualmente utilizado
mapeia bem as áreas de Caatinga florestada e arbóreo-arbustiva, mas não permite
distinguir com precisão áreas naturais daquelas com vegetação regenerada ou
restaurada.”
(EM13LP31) Compreender criticamente textos de divulgação científica orais, escritos e multissemióticos de
diferentes áreas do conhecimento, identificando sua organização tópica e a hierarquização das informações [...]
Restauração
Araujo, Tabarelli e pesquisadores de outras instituições examinam as possibilidades
de recuperação da vegetação nativa. Outros estudos do grupo, publicados na Land
Use Policee Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change, indicaram que
a perda de água do solo, comum em áreas degradadas, poderia ser evitada quando
as matas nativas ocupassem 50% da propriedade rural. De acordo com esses
trabalhos, áreas com mais vegetação nativa que os 20% obrigatórios por lei são
mais produtivas, principalmente durante os anos de estiagem.
Artigos científicos
ARAUJO, H. F. P. et al. Human disturbance is the major driver of vegetation changes in the Caatinga
dry forest region. Scientific Reports. v. 13, 18440. 27 out. 2023.
ARAUJO, H. F. P. et al. Vegetation productivity under climate change depends on landscape
complexity in tropical drylands. Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change. v. 27, n.
54. set. 2022
ARAUJO, H. F. P. et al. A sustainable agricultural landscape model for tropical drylands. Land Use
Policy. v. 100, 104913. jan. 2021.
VENTER, O. et al. Global terrestrial human footprint maps for 1993 and 2009. Scientific Data. v. 3,
160067. 23 ago. 2016.
Livros
ARAUJO, H. F. P. Nexus – Água, energia e alimento na região mais seca do Brasil: Informativo
prático sobre princípios de paisagens agrícolas sustentáveis. Areias, PB. 2020.
MAPBIOMAS. Destaques do mapeamento anual da cobertura e uso da terra no Brasil de 1985 a
2021 – Caatinga. out. 2022.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/acao-humana-transformou-89-da-caatinga/
Artigo científico
ROCHA, W.R.N. et al. JWST Observations of Young protoStars (JOYS+): Detecting icy complex
organic molecules and ions. Astronomy & Astrophysics. 13 mar. 2024.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/encontradas-pela-primeira-vez-
moleculas-organicas-complexas-no-gelo-de-estrelas-nascentes/
Na coluna passada, tratamos do tema cristais e o seu verdadeiro poder o seu uso em
tecnologias que nos beneficiam diariamente. Acontece que, o termo cristal também é
usado para rotular produtos com propriedades de elevada transparência, incolores,
quebradiços e que apresentam um som agudo quando sofrem uma pequena batida.
De onde surgiu a ideia para esta associação? Podemos dizer que os cristais naturais,
como o quartzo (os mesmos encontrados em abundância pelo país e nas lojas
esotéricas) e as geleiras, presentes em regiões de frio intenso, que apresentam estas
propriedades, podem ter sido responsáveis por estimular os artistas de séculos
passados a fazer esta associação quando trabalhavam com vidros.
(EM13LP31) Compreender criticamente textos de divulgação científica orais, escritos e multissemióticos de
diferentes áreas do conhecimento, identificando sua organização tópica e a hierarquização das informações [...]
Mas, o que difere o vidro de um cristal sob o olhar da ciência? Como dissemos na
semana passada, o arranjo de átomos (pode ser também de moléculas ou íons) em
uma configuração geométrica específica, de modo a produzir uma unidade básica que
se repetirá em todas as direções, são os cristais. E os vidros?
Os vidros são o que os cientistas chamam de sólido não-cristalino em que não está
presente a configuração geométrica específica de maneira periódica ao longo de todo
o sólido. Isto significa dizer, para voltar no exemplo da semana passada, que não
temos uma unidade básica (um cubo menor) que será a responsável pelo
aparecimento do vidro (cubo maior). O que temos em materiais vítreos é pequenos
arranjos muito localizados de átomos ou íons que se distribuem através de todo o
sólido. A natureza intrínseca dos vidros é muito diferente dos cristais, por isso são
chamados de nãocristalinos
Agora você deve ter percebido que o armário envidraçado que algumas pessoas
possuem em casa com nome de cristaleira tem um significado muito particular. Os
vidros que compõem o móvel têm propriedades muito específicas. Também, quando
for adquirir espelhos ou outros objetos nas vidraçarias da cidade, você vai estar
sabendo que o espelho cristal que o vendedor está oferecendo é um vidro especial.
Esteja, então, atento à qualidade.
Portanto, não confunda mais. Vidro cristal, utilizado na fabricação de taças, lustres,
entre outros objetos, de marcas famosas, como Baccarat, Tiffany ou Saint Louis, ou
não, com cristais propriamente dito, como o diamante, as esmeraldas, o açúcar e o
silício usado nos chips dos computadores.
Antonio Carlos Hernandes, professor associado do Instituto de Física de São Carlos, da USP, e coordenador de
difusão do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos da FAPESP. email:
[email protected]
Fonte: https://encurtador.com.br/bmzO8
O texto de divulgação científica pode ser voltado para o público leigo, ou seja, o
público que não conhece tanto sobre o assunto, ou para o público especializado,
como outros cientistas e profissionais da ciência.
O gênero apresenta uma predominância do tipo textual expositivo, haja visto que
apresenta temas e procura explicá-los para garantir a compreensão do leitor. Outro
ponto interessante é a possibilidade de apresentar elementos não verbais ou mistos,
como gráficos, fotos, infográficos, ilustrações, etc.
Nos três textos lidos, podemos perceber que não há uma única forma de se produzir
um texto de divulgação científica. No primeiro texto lido, o caráter do texto é mais
sério, mais preocupante, apresentando um gráfico com informações importantes e
possui uma extensão um pouco maior. O texto foi publicado pela revista Pesquisa
FAPESP, que é especializada em divulgar a produção científica e tecnológica no
Brasil. A revista busca ampliar o acesso aos resultados e descobertas científicas para
pessoas e instituições, apresentando assim textos que podem ser mais complexos e
outros mais simples.
Primeiro, é importante escolher bem uma ideia que será apresentada. Para isso,
pense em algo que desperte o seu interesse e sobre o que você gostaria de
pesquisar acerca desse assunto.
Após escolher o seu tema e a sua ideia, é preciso fazer uma pesquisa aprofundada
para encontrar dados e fatos que vão embasar o seu texto, ou seja, que vão dar ao
seu texto o caráter de divulgação científica. Procure em diferentes fontes, apresente
dados e referências, além de pesquisas e dados, se possível. Lembre-se que seu
texto é tão bom quanto a sua pesquisa.
Na hora de iniciar sua produção textual em si, apresente o tema de modo simples e
didático, aproximando-o do leitor e usando sua introdução para situar e atrair esse
leitor.
Se for possível, apresente elementos não verbais para enriquecer o seu texto e
auxiliar a compreensão do leitor sobre o assunto. Seu texto deve ter no mínimo 40
linhas.
DATA: ____/____/____
PARÓDIA
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Canção do Exílio
Murilo Mendes
Poesias (1925-1955) (1959)
Nosso céu tem mais estrelas, Nossos bancos têm mais juros
mas no chão continua o assombro: nossos corruptos mais favores
a melhor conjunção do horóscopo nossos pobres mais desgraça
é a de quatro estrelas no ombro. nossa vida mais amores.
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Minha terra tem sabores Mas não permita Deus que eu morra
que tais não encontro eu cá. sem que eu volte para lá.
Todos os vinhos do exílio
por um gole de guaraná!
lá?
ah!
sabiá…
papá…
maná…
sofá…
sinhá…
cá?
bah!
Uma Canção
Mário Quintana
Antologia poética (1966)
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Turma da Mônica
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2019/02/img_5c6f1a7860353.png
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Ou seja, por depender diretamente de uma outra obra para existir, é preciso que o
leitor consiga estabelecer a ligação entre os textos produzidos para que o objetivo
da paródia seja alcançado. As paródias buscam, por meio da subversão, trazer
novas perspectivas e críticas, levar o leitor a analisar a obra original de uma nova
forma - refletindo sobre aspectos da sociedade, comportamentos, hábitos, etc.
Portanto, a paródia é uma meio de contestação das ideias do texto original, ou seja,
uma intertextualidade das diferenças. Nela, há um choque de interpretação, uma
transformação dos sentidos da obra original, uma releitura subversiva do texto.
Normalmente, a paródia busca trazer a tona algo que o texto original deixou de
dizer. Por exemplo, no poema de Gonçalves Dias, ele fala das maravilhas do país,
mas deixa de lado todos os defeitos - que aparecem em quase todos as paródias
do poema original.
As artes plásticas também são responsáveis por produzir paródias, por exemplo:
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Fonte: https://inspi.com.br/2016/12/15-parodias-divertidas-pintura-american-gothic/ e
https://arteref.com/arte/curiosidades/american-gothic-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-a-obra/
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Escolha uma obra literária (poema, canção, conto, crônica, romance, etc.) e crie
uma paródia a partir dela.
Sua paródia pode ser sobre um assunto atual, sobre algo de seu interesse (esporte,
filme, jogo, etc.) ou até sobre uma outra paródia.
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
DATA: ____/____/____
FANFIC
Muito se engana quem acredita que as fanfictions (ou fanfics) são invenção da
internet e das redes sociais. As primeiras fanfics apareceram nos Estados Unidos,
na década de 1930, quando grupos de fã (chamados de fandoms, ou seja, fãs
unidos) de uma determinada obra de comunicação em massa, principalmente filmes
e séries, sentiram que precisavam expandir o contato com as obras de ficção que
eles tanto gostavam.
Obviamente, o advento da internet, dos sites, dos blogs e das redes sociais permitiu
que a produção das fanfics encontrasse novos e maiores públicos e assim aquelas
histórias que existiam apenas para suprir a falta que uma determinada série ou filme
fazia para o seu público alvo, começou a alcançar diversos leitores pelo mundo.
Apesar do preconceito que as fanfics ainda sofrem no meio literário, o que não se
pode negar é o impacto delas no hábito de leitura dos jovens no Brasil.
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Esse texto é uma interpretação do leitor (e fã) da obra original e pode ser
trabalhado da forma que o ficwritter escolher conduzir a história. Ou seja, o autor da
fanfic pode escrever qualquer coisa a partir daquelas informações (personagens,
ambientes, realidades daquele universo, etc.).
É, portanto, fundamental que o autor da fanfic saiba ler o texto original e absorver
aquele universo, aqueles acontecimentos, aquelas realidades e consiga transformar
tudo isso em um texto que seja seu, seja continuando histórias vistas, recontando
narrativas com outros personagens, seja recriando totalmente os cenários
imaginados pelo autor original.
Existem muitas possibilidades para a escrita das fanfics, mas vamos conhecer
melhor algumas das mais comuns a seguir.
RECONTEXTUALIZAÇÃO
Quando a fanfic busca trazer mais informações para situações que não foram bem
detalhadas na obra original, ou que os fãs acreditam que poderia apresentar
algumas informações a mais para esclarecer melhor determinados acontecimentos,
ou para que algumas atitudes fossem melhor esclarecidas, etc.
Como o nome já fiz, são fanfics que abordam fatos do passado (ou do futuro) que
não foram bem explorados pelo textos. Seja porque um personagem já apareceu na
história um pouco mais velho, e portanto não conhecemos detalhes da vida antes
daquele momento, ou talvez porque um personagem não faz parte mais da
narrativa principal, e assim não sabemos novas informações sobre ele. Também
podemos encontrar fanfics que continuam a história como um todo, estendendo o
“felizes para sempre” do final do livro.
CROSS OVER
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
REFOCALIZAÇÃO
Esse tipo de fanfic é muito comum com os personagens secundários que são muito
queridos pelo público da obra original, mas na narrativa criada pelo autor daquela
história eles não ganham tanto destaque. Sendo assim, os fãs criam suas próprias
histórias e dão maior foco a esses personagens secundários.
REALINHAMENTO MORAL
FLUFF
Essas histórias normalmente são mais curtas e tem um caráter doce, divertido e
feliz. De forma geral, esse tipo de história gira em torno de um romance.
As fanfics estão disponíveis em diversos sites pela internet, a maioria deles voltada
exatamente para esse tipo de produção. Alguns dos mais famosos são:
Wattpad
Spirit Fanfiction
Archive of Our Own
Nyah! Fanfiction
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Eu me sentia apenas uma simples escrava, que tinha que seguir ordens do
comendador, não tinha família, me sentia sozinha no mundo. A única pessoa que eu
podia confiar era a esposa do comendador. Ela era uma segunda mãe para mim,
uma melhor amiga. Mas logo morreu, me senti sem chão. Só queria ter a minha
liberdade, fazer o que eu quisesse fazer, não aguentava mais tal situação. Então eu
resolvi fugir, para bem longe dali, fui para o Recife. Logo de cara encontrei um
rapaz lindo, educado, um dos mais ricos daquele estado, seu nome era Álvaro, me
apaixonei pela primeira vista, e ele demonstrou a mesma coisa. Senti uma
sensação que não sei explicar, nunca tinha me sentido amada antes, nunca tinha
me apaixonado por alguém antes. Mas ele não sabia o que eu realmente era, tive
medo de perdê-lo por isso. Logo o comendador descobriu que eu estava ali, e veio
até mim para levar-me de volta. Eu não queria, não queria mesmo. Álvaro, já
sabendo que eu era uma escrava se virou a mim e disse:
— Isaura, eu amo você, sendo ou não uma escrava, lutarei pela sua liberdade nem
que seja a última coisa que eu faça.
Eu não sabia o que responder, fiquei sem reação e a única coisa que eu consegui
fazer, foi dar-lhe um abraço com toda a força. Mas, eu tinha que voltar com o
comendador, querendo ou não. E de novo eu me senti sozinha, sem ninguém. Ele
me obrigou a casar com o Belchior, jardineiro da fazenda, para ter minha liberdade.
Não tinha outra escolha, aceitei casar-me com ele. No dia do casamento, Álvaro
apareceu na cerimônia e disse:
— Senhor Comendador, você não pode obrigá-la a se casar, nada mais lhe
pertence, muito menos seus escravos, comprei todas as suas dividas e essa
fazenda é minha agora.
Não estava acreditando no que ouvia, apenas sentia uma felicidade imensa dentro
de mim, e foi ai que o Comendador em silêncio se retirou do salão, e se matou. Eu
não entendi nada, apenas corri até Álvaro, o abracei e disse:
— Obrigada, obrigada por tudo. Não sei o que seria de mim sem você, obrigada por
ter conseguido a minha liberdade. Eu te amo!
—Meu amor, eu disse que eu faria tudo por você, pela sua liberdade. A única coisa
que falta agora é, aceita se casar comigo?
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Elinor
Elinor,
Minha querida irmã,
Decidi lhe escrever agora que a saudade apertou. Apesar de estar bem, sinto
saudades de casa, da mamãe, de Margaret, mas principalmente de você.
Nós sempre fomos tão apegadas, que só agora que estamos mais distantes que eu
percebi que não sou completa sem você ao meu lado. Você é a melhor parte de
mim, Elinor.
Eu e o Coronel Brandon estamos muito felizes juntos, mas tenho que admitir que
Edward Ferrars é o homem de sorte por ter sido escolhido por você. Espero que ele
esteja lhe fazendo a mulher mais feliz do mundo, caso contrário irei lhe chutar a
bunda.
Tem tantas coisas que nesse momento eu gostaria de lhe dizer, coisas que na
realidade eu já deveria ter lhe dito antes, mas não o fiz, talvez porque nem eu
mesma soubesse nomear tão bem como agora.
Você sempre foi mais racional do que eu, mais inteligente e sempre pronta para
resolver tudo e ajudar, enquanto eu apenas me desmanchava em lágrimas e fazia
escolhas erradas. Mas mesmo assim você tem o maior e mais lindo coração que eu
já conheci. Apesar de toda sua racionalidade, você é um ser de extrema
sensibilidade que eu admiro por ter conseguido guardar coisas tão profundas
consigo por tanto tempo sem desmontar.
Queria ter sido melhor para lhe amparar naqueles momentos, mas eu estava tão
frágil, diferente de você que até na fragilidade encontra forças. Você é uma mulher
forte, Elinor!
Espero que Margaret tenha, assim como eu tenho, você como exemplo a ser
seguido nessa vida.
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Apesar de todo o amor que você sente por Edward e que me deixa extremamente
feliz saber que ele sente o mesmo, você não precisa de um homem ao seu lado,
você nunca precisou, você sempre foi o suficiente para si mesma, coisa que eu não
sei se conseguiria ser, mas você sempre foi o suficiente para mim também.
Sinto saudades de dizer que gostaria de passear a tarde e ouvir suas reclamações
de que iria chover. Você estava certa sobre mim, sempre que eu digo que não irá
chover, chove. E tem chovido muito ultimamente, chovido saudades.
Iremos lhes visitar em breve, mas eu senti uma imensa necessidade de lhe escrever
essa carta para dizer-lhe tudo que você merece ouvir e eu nunca fui capaz de
demonstrar, talvez não com palavras.
Obrigada Elinor, por ter cuidado de mim, da nossa família, por ter me feito crescer
como uma pessoa melhor e por me ensinar tantas coisas boas e a ser forte e
suportar as piores tempestades. Não que eu consiga fazer isso melhor que você.
Mas minha irmã, saiba que sempre que precisar desmoronar eu estarei aqui por
você, não sei se saberei lhe dizer tudo o que deveria ouvir, mas com certeza lhe
abraçarei até que tudo passe, assim como você sempre fez e esteve por mim, até
mesmo quando eu não merecia.
Obrigada por tudo, por ser minha irmã, mas Obrigada principalmente por ser você,
Elinor!
Marianne..
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
Como podemos perceber pelo título e pelo nome da personagem, a primeira fanfic
que você leu traz a personagem da Escrava Isaura, um clássico da literatura
brasileira e mostra Isaura procurando um vida feliz e em liberdade. É uma história
curta, simples, mas que apresenta uma versão da vida dessa personagem.
Ambas as fanfics foram retiradas do site Nyah! Fanfiction, que conta com um acervo
enorme com centanas de fanfics.
Como você pode ver, as possibilidades para produzir uma fanfic são muitas e para
essa atividade tanto a obra base quanto o tipo de fanfic produzida são de escolha
pessoal. É importante que você escolha uma obra que conheça bem, para que
possa entender melhor o que deve ou não ser modificado na sua produção.
Sua fanfic pode ser um texto narrativo, conter diálogos, ser um fluxo de pensamento
de determinado personagem, pode ser uma carta ou e-mail, pode ser expositivo de
uma situação específica, desperte sua criatividade e pense sempre no que você
gostaria de ler sobre a obra original. O que falta? O que você faria diferente? O que
você gostaria que tivesse sido melhor explicado? Ou mais desenvolvido? Essa é a
sua chance de “melhorar” a história do seu jeito!
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias [...] e/ou produções derivadas (paródias,
estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
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NOTÍCIAS
A prefeitura estima criar uma grande mobilização para a construção de uma cidade
mais limpa.
Por G1 CE - 09/05/2024
"Uma cidade mais limpa é uma cidade mais saudável, onde a família vive melhor. O
programa Fortaleza Limpa terá três eixos, educação, fiscalização e limpeza urbana,
e vamos engajar toda a cidade nesse compromisso que é de todos nós, do poder
público, da iniciativa privada e dos cidadãos e cidadãs”, comentou o prefeito.
O prefeito também explicou que para cada 10 quilos de lixo que a prefeitura recolhe
nas residências, durante a coleta regular, 12 quilos são retirados das ruas e locais
públicos por conta do descarte irregular.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local
ou global, notícias [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter [...]
Eixos de atuação
A prefeitura vai utilizar câmeras de videomonitoramento com tecnologia de
identificação automática de descarte inadequado de resíduos em áreas públicas.
Esses equipamentos estão conectados aos órgãos de fiscalização para coibir
crimes ambientais. Além disso, 60 ciclomonitores farão educação ambiental e
fiscalização, monitorando pontos de lixo, identificando infratores e acionando a
Agefis quando necessário.
Fonte: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2024/05/09/fortaleza-limpa-mais-de-10-mil-
agentes-sao-convocados-para-acoes-de-educacao-fiscalizacao-e-limpeza-urbana.ghtml
A agência informou que havia sido notificada pela empresa sobre o recolhimento
voluntário do produto, mas não divulgou quando isso aconteceu.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local
ou global, notícias [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter [...]
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Química Amparo informa que os lotes de lava louças, objeto da ação voluntária de
recolhimento informada pela Anvisa, haviam sido rastreados pelo controle de
qualidade da empresa, que iniciou o recolhimento dos itens há mais de um mês,
conforme plano previamente submetido à agência reguladora.
Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/05/09/anvisa-suspende-lotes-de-
detergente-ype-por-risco-de-contaminacao-veja-lista.ghtml [adaptado]
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local
ou global, notícias [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter [...]
Conforme a SES-MG, região ultrapassou marca das 100 mil contaminações desde
o início do ano.
Por G1 Sul de Minas - 09/05/2024
Conforme a SES-MG, a região chegou a 106,1 mil infecções desde o início do ano e
atingiu marca de 47 óbitos registrados em 2024. Só esta semana, foram +12.459
casos confirmados e 10 novas mortes.
Na semana passada, eram três cidades, mas Alagoa teve duas confirmações nos
dados divulgados na segunda-feira (6) e Marmelópolis registrou o primeiro caso
registrado no município.
Fonte: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2024/05/09/dengue-so-uma-
cidade-do-sul-de-minas-segue-sem-nenhum-caso-confirmado-saiba-qual-e.ghtml
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local
ou global, notícias [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter [...]
O título principal também é conhecido como manchete e é o que vai sintetizar o que
é trabalhado na notícia, de forma a garantir a atenção e o interesse do leitor.
Já o título auxiliar busca explicar um pouco melhor o que foi anunciado na
manchete, por isso costuma ser um pouco maior.
Lide
Corpo da notícia
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local
ou global, notícias [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter [...]
Escolha bem seu tema! Sua notícia deve apresentar no mínimo 20 linhas.
(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local
ou global, notícias [...] vivenciando de forma significativa o papel de repórter [...]