Fasciculo de LP 1 2020
Fasciculo de LP 1 2020
Fasciculo de LP 1 2020
FONOLOGIA E FONÉTICA
Índice
1.1 Fonemas…………..……………………………………………………………….2
1.2 Vogais e consoantes……………………………………………………………...5
1.3 Semivogais……………..………………………………………………………….6
1.4 Encontros vocálicos……………………………………………………………….7
1.5 Encontros consonantais………...…………………………………………….….7
1.6 Dígrafos…………………………………………………………………………….8
1.7 Divisão silábica……...……………………………………………………...……..8
Fonologia é a parte da gramática que trata dos sons produzidos pelo ser
humano para a comunicação, em relação a determinada língua.
1.1 FONEMA
O s fonemas são os elementos sonoros mais simples da língua, capazes de
estabelecer distinção entre duas palavras. Como em: sua e tua. Note que a
distinção entre uma e outra palavra são os fonemas /se/ e /te/.
Veja:
TÁXI
4 letras: t, a, x, i.
5 fonemas: /te/, /a/, /ke/, /se/, /i/.
■ 1.2.1. Vogais
São a base da sílaba em Língua Portuguesa. Há apenas uma vogal em cada
sílaba: sa -pa -to; ca -fé; u -si -na.
■ 1.4.1. Ditongo
Ocorre quando juntamos dois sons vocálicos numa única sílaba: ca-iu; viu;
tou-ro; den -tais.
Os ditongos são classificados de acordo com a sua formação e a sua
pronúncia.
De acordo com a formação, o ditongo pode ser:
■ 1.4.1.1. Crescente
Começa com semivogal e termina com vogal: cárie, história,
tênue.
■ 1.4.1.2. Decrescente
Começa com vogal e termina com semivogal: touro, dentais,
peixe.
■ 1.4.1.3. Oral
Quando o som sai completamente pela boca: tênue, dentais.
■ 1.4.1.4. Nasal
Quando o som sai pelo nariz: pão, mãe, também, cantaram.
■ 1.4.2. Tritongo
Ocorre quando juntamos três sons vocálicos numa única sílaba: iguais; quão.
O tritongo se classifica, quanto à pronúncia, como:
■ 1.4.2.1. Oral
Quando o som sai apenas pela boca: iguais.
■ 1.4.2.2. Nasal
Quando o som sai pelo nariz: quão.
■ 1.4.3. Hiato
Ocorre quando colocamos, simultaneamente, em uma
palavra duas vogais, que pertencem a sílabas diferentes:
sa -í -da; co -o -pe -rar; ga -ú -cho.
2.2.1 VOGAIS
As vogais (a/e/i/o/u/) são sons que produzimos com a glote aberta, ou seja,
sem obstáculo à passagem do ar pelo aparelho fonador. Em nossa língua, elas
são sempre centro de sílaba.
2.2.2 CONSOANTES
As consoantes são sons que produzimos com a glote fechada, ou seja, com
obstáculo à passagem do ar pelo aparelho fonador. Em nossa língua, elas só
aparecem na sílaba junto de uma vogal.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSOANTES
a) Quanto ao ponto de articulação:
- Bilabiais: P, B, M
- Labiodentais: F e V
- Linguodentais: T e D
- Alveolares: S, C e Ç; S e Z; R e RR; L; N
- Palatais: X e CH; G e J; LH; NH
- Velares: C (k) e Q; G (gue).
1.3 SEMIVOGAIS
As semivogais são os fonemas /i/ e /u/ quando, colocados ao lado de uma
vogal, não formam o centro de uma sílaba:
HIATO
Hiato é o encontro de duas vogais.
Ex: visual, saída, piada, nua, rua, feriado, poeta, país, etc.
NÃO SE SEPARAM
1. Ditongos e tritongos
Palavras que possuem, respectivamente, duas e três vogais juntas. Na
separação silábica elas pertencem a uma mesma sílaba.
Exemplos: cau-le, ân-sia, di-nhei-ro, trei-no, des-mai-a-do, U-ru-guai, sa-
guão, Pa-ra-guai, a-ve-ri-guou, quais-quer, etc.
2. Dígrafos
SEPARAM-SE
Ditongo decrescente + vogal
Separam-se grupos formados por ditongo decrescente + vogal (aia, eia, oia,
uia, aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uiu). Não confunda com tritongo: tritongo
é o encontro de uma semivogal com uma vogal e outra semivogal (SV+V+SV).
Nessas palavras, a formação é feita com vogal (a, e, o) + semivogal (i,u) + uma
outra vogal (a,e,o).
Preste atenção!
Exemplos: prai–a, tei–a, joi–a, sa-bo-rei–e, es-tei–o, ar-roi–o, etc.
6. Hiatos
7. Outros dígrafos
Como já dito, dígrafo ocorre quando duas consoantes juntas forma um único
som. Nos casos de: rr, ss, sc, sç, xs, e xc eles devem ser separados.
Exemplos: bar-ro, as-sun-to, guer–ra, sos–se-go, des–çam, cres–ço, etc.
8. Encontros consonantais
Com excepção dos casos já citados, onde a segunda consoante é L ou R, nos
outros casos a separação ocorre.
Exemplos: de-cep–ção, ab–do-me, sub–ma-ri-no, ap–ti-dão, con-vic-ção, as-
tu-to, ap-to, cír-cu-lo, rit–mo, etc.
Obs. Não confunda encontro consonantal com dígrafo consonantal! Exemplo:
campo (o M nasaliza a vogal anterior; não é consoante, é só uma marca de
nasalização; não forma encontro consonantal com P!).
9. Vogais idênticas
aa, ee, ii, oo, uu e os grupos consonantais cc, cç, também são separados.
Exemplos: Sa–a-ra, com-pre–en-do, xi–i-ta, vo–o, pa-ra-cu-u-ba; oc–ci-pi-tal,
in-fec–cão, etc.
Obs.
Na translineação (partição das palavras em fim de linha), além das normas
estabelecidas para a divisão silábica, seguir-se-ão os seguintes critérios:
Dissílabos como ai, sai, ato, rua, ódio, unha, etc., não devem ser
partidos, para que uma letra não fique isolada no fim ou no início da
linha;
Índice
2. 1 Ortografia (dificuldades mais comuns)……………………………………….12
2.1.1. A – OU HÁ?..................................................................................12
2.1.2. ACERCA DE, HÁ CERCA DE OU ACERCA DE?......................12
2.1.3. AO ENCONTRE DE, OU DE ENCONTRO A?.............................12
2.1.4. AFIM OU A FIM?..........................................................................12
2.1.5. AO INVÉS DE OU EM VEZ DE?..................................................13
2.1.6. AO NÍVEL DE OU EM NÍVEL DE?...............................................13
2.1.7. AONDE OU ONDE?.....................................................................13
2.1.8. A PRINCÍPIO OU EM PRINCÍPIO?.............................................13
2.1.9. EM FACE DE OU FACE A?.........................................................13
2.1.10. MAIS, MAS OU MÁS?................................................................13
2.1.11. MAL OU MAU?...........................................................................14
2.1.12. POR QUE, PORQUE, POR QUÊ OU PORQUÊ?......................14
2.1.13. SE NÃO OU SENÃO?................................................................14
2.1.14. TÃO POUCO OU TAMPOUCO?................................................14
2.1.15. O USO DO PRONOME “CUJO”………………………..…………15
2.1.16. QUANDO USAR "X" OU "CH"…………………………...………..15
2.1.17. C, Ç, S OU SS. QUANDO USAR?..,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.......16
2.1.18. O USO DE “ANTES DE”………………………………….....17
2.1.19. O USO DE “APESAR DE” …………………………………..17
2.1.20. ASSISTIR………...……………………………………………17
2.1.21. S ou Z, COMO USAR?......................................................17
2.1.22. G ou J, COMO USAR?......................................................18
2.1.23. O EMPREGO DO HÍFEN……………………..……………..18
2.1.24. PRONÚNCIA CORRECTA DE ALGUMAS PALAVRAS...21
2.1.25. O ALFABETO PORTUGUÊS…………………............................21
2.2. A CRASE….………..……………….……………………………..……..22
2.1.2. A – OU HÁ?
Quando usar?
-João Lourenço foi empossado como presidente da Republica há algum tempo.
Indica tempo que já passou
-Daqui a alguns dias, concluiremos o inquérito.
Indica tempo que vai passar
Indica oposição
Aonde - usado com verbo que indica movimento (ir, chegar, etc.): Aonde
vamos?
Onde – usado com verbo que não indica movimento, isto é, com verbo
estático: Onde está a documentação?
Não existe na nossa língua a expressão “face a”. Assim, devemos usar
sempre em face de: Em face do alto índice de criminalidade…
O uso dos porquês nos traz algumas dificuldades. Por quê? Observe!
Caso não
A não ser
Antes, é importante lembrar que um mesmo fonema (som de uma língua) pode
ser representado por mais de uma letra ou dígrafo, dependendo da etimologia
e da composição da palavra, vejamos.
O fonema /ʃʃ/, aquele chiado fricativo, que encontramos nas palavras "ameixa"
e "salsicha" pode ser representado pela letra "x" ou pelo dígrafo "ch".
Dependendo, de como disse, da posição do fonema dentro da palavra ou da
origem do termo. No exemplo acima a palavra ameixa deve ser grafada com
"x"(xis) pela observação que quase todas palavras que tem o fonema /ʃʃ/
depois de um ditongo como o ei da "ameixa" e de "eixo" são escritas com "x".
Já salsicha se escreve com "ch" por não se encaixar (olhe o ditongo na palavra
pedindo para se usar o x) em nenhuma das situações, citadas abaixo (olhe de
novo o ditongo antes de x na palavra "abaixo") que pedem o uso do "x".
2) Fonema /ʃʃ/ após o grupo en, também se usa "x", exemplos, enxugar,
enxame, enxada e enxurrada. Excepção encher, por causa de cheio.
O uso destas consoantes oferece muitas dúvidas, uma vez que representam
graficamente o mesmo som /s/. Embora o uso de uma ou outra consoante
dependa da raiz da palavra, existem algumas regras que podem ajudar:
3. O s entre vogais tem sempre o som /z/, por isso, nas palavras derivadas e
compostas formadas a partir de uma palavra com s em posição inicial, tem de
se dobrar o s, escrevendo-se ss.
Ex: Sala – antessala / Seguir – prosseguir / Sol – girassol
2.1.19. APESAR DE
Seguida de verbo no infinitivo, não se pode fazer a contracção da preposição
“de” com o artigo ou pronome que se lhe segue: “apesar de o rapaz querer…” e
não “apesar do rapaz querer…”.
2.1.20. ASSISTIR
Exige um complemento indirecto quando significa “VER”: “ele assistiu ao filme”.
Exige complemento directo quando significa “DAR ASSISTÊNCIA”: “ele assistiu
o doente”.
Uso do “Z”
a) nas palavras derivadas de primitiva com Z: cruz = cruzamento, juiz = ajuizar,
deslize = deslizar.
b) nos sufixos -ez/ -eza, formadores de substantivos abstractos a partir de
adjectivos: altivo = altivez; mesquinho = mesquinhez; macio = maciez; belo =
beleza;
c) no sufixo -izar, formador de verbos: hospital = hospitalizar; canal =
canalizar; social = socializar; útil = utilizar; catequese = catequizar.
2º Uso do “J”
a) na terminação -aje: ultraje, traje, laje.
Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a
segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo.
Coobrigar
Coadquirido
Coordenar
Reedita
Proótico
Proinsulina
anti-higiênico
anti-histórico
extra-humano
pró-hidrotrópico
super-homem
Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen.
sub-regional
sub-raça
sub-reino
Diante dos prefixos -além, -aquém, -bem, -ex, -pós, -recém, -sem, - vice,
usa-se o hífen.
além-mar
2.2. A CRASE
Crase é uma palavra que vem do grego (krasis) e tem o sentido de "união,
fusão". Na Língua Portuguesa, ela é indicada por um sinal gráfico, o sinal grave
e significa a contracção da preposição "a" com um outro "a".
A + A = À
Preposição a artigo ou pronome
aquilo = àquilo
Ex:
Refiro-me a alguém.
Agora veja: Refiro-me àquela mulher que entrou agora ou Refiro-me à que
entrou agora.
Não me refiro àquilo que aconteceu ontem. Refiro-me a isso que aconteceu
agora.
Não se assuste em colocar a crase antes de “aquele”, por se tratar de um
termo masculino, pois o que é levado em consideração é o “a” do início.
Este caderno é igual àquele que vimos ontem.
Agora veja com mais exactidão: Você receberá o seu bónus quando este
suceder àquele dos minutos gratuitos.
Você receberá o seu bónus quando ele suceder a este plano de minutos
gratuitos.
A crase também pode ocorrer com os pronomes relativos a qual, as quais:
As celebrações às quais assisti eram muito mais breves.
Ainda pode ocorrer com “à que”, a fim de se evitar repetições desnecessárias:
Comprou uma capa igual à (capa) que tinha estragado na última chuva.
AS HORAS ou ÀS HORAS?
Devemos Usar A Crase Diante [Das Horas]?
Sim, devemos colocar o acento indicativo de crase diante das horas. Primeiro,
porque devemos usar o artigo antes do número de horas. Segundo, porque,
neste caso, o artigo vem sempre depois de uma preposição: a + as 18 horas
=> às 18 horas:
● As aulas começam precisamente [às] 7 horas.
● Às 20 horas começará o jogo.
Se diante de artigo indefinido não há crase, devemos usá-la diante de Uma
Hora?
Também devemos usar porque, neste caso, [uma] não se trata de um artigo
indefinido e, sim do numeral [uma], que determina o número de horas – duas
horas, três horas, etc. Assim sendo:
● Mudaram o meu turno, começo, agora, à uma da madrugada.
TEMA 3
ESTRUTURA FÓNICO-GRÁFICA DAS PALAVRAS
3.2. Pontuação………..……………………………………………………………...29
4.1 ACENTUAÇÃO
ESTRUTURA FÓNICO-GRÁFICA DAS PALAVRAS
3.1.1. Acentuação
A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que, sobrepostos às
vogais, indicam a pronúncia correcta das palavras no que respeita à sílaba
tónica e no que respeita à modulação aberta ou fechada das vogais. Os sinais
diacríticos, que englobam os acentos gráficos e os sinais gráficos auxiliares,
permitem a correcta representação da linguagem falada na linguagem escrita,
Compilado por Maradona Euclides Serrão Gonçalves / ISP-CAÁLA, 2021 Página 26
possibilitando também uma mais fácil leitura e compreensão do conteúdo
escrito.
Til (~)
É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado na vogal a e na vogal o para indicar
nasalização, como em: manhã, coração, põe, … Nem sempre indica a
tonicidade da sílaba, como em: órgão, órfão, bênção, …
Trema (¨)
É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado, desde a entrada em vigor do Novo
Acordo Ortográfico, apenas em substantivos próprios estrangeiros e palavras
derivadas destes, como em: Müller, mülleriano, …
Apóstrofo ('')
É um sinal gráfico auxiliar de escrita que indica a supressão de fonemas em
palavras, como em: copo-d'água, pau-d’óleo, …
São elas: artigo (o, a, os, as, um, uns); Pronome oblíquo átono: o, a, os, as,
lo, la, los, las, no, na, nos, nas, me, te, se, nos, vos, lhe, lhes;
Pronome relativo (que),
Pronome indefinido (que; quando não está acentuado); Preposição (a, com,
de, em, por, sem, sob e contracções, como à, do, na...); Conjunção (e, nem,
mas, ou, que, se), advérbio (”não”; antes do verbo) e formas de tratamento
(dom, frei, são e seu).
3.2 PONTUAÇÃO
Os diversos tipos de sinais de pontuação – Com Nina Catach, entendemos
por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais
sintácticos, destinados a organizar as relações e a proporção das partes do
Exemplos:
1º) As nuvens, as folhas, os ventos não são deste mundo. (A. MAYER)
Ela tem sua claridade, seus caminhos, suas escadas, seus andaimes. (C.
MEIRELES)
a) Nada pode contra o poeta. Nada pode contra esse incorrigível que tão bem
vive e se arranja em meio aos destroços do palácio imaginário que lhe caiu em
cima. (A. M. MACHADO)
Observação:
O PONTO tem sido utilizado pelos escritores modernos onde os antigos poriam
PONTO-E-VÍRGULA ou mesmo VÍRGULA.
2º) Para separar partes de um período, das quais uma pelo menos esteja
subdividida por VÍRGULA:
c) Nas perguntas que denotam surpresa, ou naquelas que não têm endereço
nem resposta, empregam-se por vezes combinados o PONTO-DE-
INTERROGAÇÃO E O PONTO-DE-EXCLAMAÇÃO:
Que negócio é esse: cabra falando?! (C. D. DE ANDRADE)
Observação:
O PONTO-DE-INTERROGAÇÃO nunca se usa no fim de uma interrogação
indirecta, uma vez que esta termina com entoação descendente, exigindo, por
isso, um PONTO.
Comparem-se:
-- Quem chegou? [= INTERROGAÇÃO DIRECTA]
-- Diga-me quem chegou. [= INTERROGAÇÃO INDIRECTA]
b) Depois de um imperativo:
Coração, pára! ou refreia, ou morre! (A. DE OLIVEIRA)
Observação:
A interjeição oh! (escrita com h), que denota geralmente surpresa, alegria ou
desejo, vem seguida de PONTO-DE-EXCLAMAÇÃO. Já à interjeição de apelo
ó, quando acompanhada de vocativo, não se pospõe PONTO-DE-
-- A tal rapariguinha... Não diga que foi a Pôncia que contou. Menos essa, que
não quer enredos comigo! (J. DE ALENCAR)
c) Para indicar que a ideia que se pretende exprimir não se completa com o
término gramatical da frase, e que deve ser suprida com a imaginação do leitor:
Agora é que entendo tudo: as atitudes do pai, o recato da filha... Eu caí numa
cilada... (J. MONTELLO)
O poeta espera a hora da morte e só aspira a que ela "não seja vil, manchada
de medo, submissão ou cálculo". (MANUEL BANDEIRA)
3.2.9. Os PARÊNTESES ( ( ) )
Empregam-se os PARÊNTESES para intercalar num texto qualquer indicação
acessória. Seja, por exemplo:
Os outros (éramos uma dúzia) andavam também por essa idade, que é o doce-
amargo subúrbio da adolescência. (P. MENDES CAMPOS)
3.2.10. Os COLCHETES ( [ ] )
Os COLCHETES são uma variedade de PARÊNTESES, mas de uso restrito.
Empregam-se:
Observação:
"Emprega-se o travessão, e não o hífen, para ligar palavras ou grupo de
palavras que formam, pelo assim dizer, uma cadeia na frase: o trajeto Mauá-
Cascadura; a estrada de ferro Rio-Petrópolis; a linha aérea Brasil-Argentina; o
percurso Barcas-Tijuca; etc." (Formulário Ortográfico).
TEMA 4
Compilado por Maradona Euclides Serrão Gonçalves / ISP-CAÁLA, 2021 Página 34
LÍNGUA, LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E DISCURSO
Índice
4.1. Língua……………..…………………………………………………………..36
4.2. Linguagem……………………………………………..…………….…………..36
4.2.1. Tipos de linguagens…………………………………………………..36
4.3. A comunicação…………………………………...……………………….…….36
4.3.1. Elementos da comunicação…………………………………………37
4.3.2. Esquema da comunicação…...…………………………………..….37
4.3.3. Tipos de comunicação………………………………………………..38
4.3.4. Problemas na comunicação……..………………………………….38
4.4. Funções da linguagem……………………………….………………….38
4.4.1. Função referencial ou denotativa…………………………….…..38
4.4.2. Função emotiva ou expressiva……………………………………39
4.4.3. Função poética (conotativa)……………………………………….39
4.4.4. Função fáctica………………………………………………………40
4.4.5. Função apelativa……………………………………………………40
4.4.6. Função metalinguística…………………………………………….40
4.2. LINGUAGEM
É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias,
opiniões e sentimentos.
Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser classificada como qualquer
sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicarem-se.
4.3. A COMUNICAÇÃO
A comunicação não é mais senão um acto de se comunicar ou a troca de
informação entre pessoas através da fala.
2. Receptor / destinatário
Elemento responsável pelo recebimento e descodificação da mensagem.
Etapas do receptor
Fono-morfossintática – ouvir a mensagem.
Morfossintática- descodificar a mensagem.
Semântica – entender a mensagem.
3. Mensagem
É constituída pelo conteúdo das informações que foram codificadas para
transmissão. Pode ser formada de uma ou mais unidades a que denominamos
signo.
4. Código
É o sistema linguístico escolhido para a transmissão e recepção da mensagem.
5. Referente
Contexto, por sua vez, é o contexto em que se encontram o emissor e o
receptor.
6. Canal
O meio pelo qual esta mensagem é transmitida.
Ruídos
São denominados ruídos as interferências de ordem física, cultural e
psicológica que afectam, em graus diversos, a transmissão da mensagem. As
interferências podem originar-se no canal, no emissor, no receptor ou no
código, ou em dois ou três elementos ao mesmo tempo. São elas: interferência
física - um erro digitado, uma redacção com má grafia, falta de iluminação;
interferência cultural - palavras ou frases complicadas e ambíguas, diferenças
de nível de escolaridade, diferenças de repertório; interferência psicológica -
agressividade, antipatia, aspereza, problemas psicológicos.
A partir disso, esse tipo de texto apresenta na primeira pessoa enfatizando seu
carácter pessoal e pode ser encontrado nos textos poéticos, nas cartas, nos
diários marcada pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências,
ponto de exclamação.
Outro exemplo:
a) Ah, que coisa boa!
b) Tenho um pouco de medo...
c) Nós te amamos!
De qualquer forma, esse tipo de função não pertence somente aos textos
literários posto que aparece também na publicidade ou nas expressões
quotidianas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas,
trocadilhos, músicas).
Exemplo de uma história sobre a avó
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de
sabedoria. Falava de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo
da manga.
4.4.4. Função Fáctica
A função Fáctica tem como objectivo estabelecer ou interromper a
comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o emissor e o
Exemplos
Vote em mim!
Entre. Não vai se arrepender!
É só até amanhã. Não perca!
Não pise nas minas, elas mutilam e matam!
Atenção!
Exemplo
Língua padrão
Linguagem Técnica
Linguagem Científica
Regionalismos
Gírias
São linguagem própria de certos grupos sociais, de certas profissões que usam
um vocabulário próprio, geralmente com a finalidade de não serem
compreendidos por indivíduos estranhos ao seu grupo.
Virgília replicou:
- Promete que algum dia me fará baronesa?
(OC, I, 462.)
Verificamos que o narrador, após introduzir a personagem, Virgília, deixou-a
expressar-se por si mesma, limitando-se a reproduzir-lhe as palavras como ela
as teria efectivamente seleccionado, organizado e emitido.
João Fanhoso fechou os olhos fechou os olhos, mal-humorado. A sola dos pés
doía, doía. Calo miserável!
Índice
Compilado por Maradona Euclides Serrão Gonçalves / ISP-CAÁLA, 2021 Página 45
5.1. Comunidade linguística………………...……………………………………47
5.2. Competência linguística…………………...……………………..………….47
5.2.1. Competência comunicativa……………………………………….…47
5.2.2. Competência metalinguística……………………..…...…………….47
5.3. A proxémica…………..………………………………………………………47
5.4. Signo linguístico………………………………………..…………………….48
5.4.1.língua, fala, significado, significante………..…………….……..…..48
5.4.2.Denotação e conotação……………………...…………..…………...49
5.5. Noções elementares de estilística………………………………….……...50
5.5.1 Vícios de linguagem……………………………………………………….51
5.5.2 Figuras de estilo…………………………………………………………...53
SITUAÇÕES DE
5.1. COMUNIDADE COMUNICAÇÃO LINGUÍSTICA
LINGUÍSTICA
Entende-se por comunidade linguística o conjunto de falantes que usam uma
mesma língua (sem necessariamente ser a língua materna de todos) ou um
mesmo dialecto para comunicarem entre si. Identifica toda a sociedade
humana que desenvolveu uma língua comum como meio de comunicação
natural e de coesão cultural.
5.3. A PROXÉMICA
A comunicação proxémica constitui-se no jogo de distâncias e proximidades
que se entretecem entre as pessoas e o espaço. Traduz as formas como nos
colocamos e movemos uns em relação aos outros, como gerimos e ocupamos
o nosso espaço envolvente. A relação que os comunicantes estabelecem entre
si, a distância espacial entre eles, a orientação do corpo e do rosto, a forma
como se tocam ou se evitam, o modo como dispõem e se posicionam entre os
objectos e os espaços, permite-nos captar mensagens latentes (que não se
manifesta exteriormente).
Significado: conceito
Isto quer dizer que o signo tem uma parte perceptível (constituído de som e
representado por letra) e uma parte inteligível (constituída de conceito [imagem
mental por meio da qual representamos um objecto]).
CAMPO DA ESTILÍSTICA
O campo da estilística é a língua vista numa perspectiva particular, estético,
expressiva e estilística não isola um aspecto da língua para estudar.
a) Pleonasmo vicioso
Repetição desnecessária de um termo ou expressão.
Ex: Grande maioria; elo de ligação; hoje em dia…
b) Ambiguidade
Falta de clareza que acarreta duplo sentido na frase.
Ex: O cão do Paulo voltou a roubar.
d) Barbarismo
É escrever ou pronunciar uma palavra de forma incorrecta, ou dar-lhes sentido
incorrecto.
Ex: comi bem que até rotei. (o correcto é arrotei)
Olha o meu cardeno. (o correcto é caderno)
Ela foi vítima de estrupo. (o correcto é “estupro”)
e) Cacofonia
Quando a junção de duas palavras produz uma terceira com sentido
desagradável.
Ex: Ele não consegue mais amar ela.
A boca dela estava manchada de batom.
f) Estrangeirismo
É o uso desnecessário de palavras estrangeiras.
Ex: Peça ao chofer para estacionar aqui. (motorista)
Traga o menu que eu vou escolher o prato. (cardápio)
g) Solecismo
É a infracção de alguma das regras da sintaxe, seja de concordância verbal ou
nominal, regência ou colocação.
Ex: Assisti uma óptima peça de teatro. (o correcto é “assisti a”)
Vamos no cinema hoje? Não, prefiro ir na praia. (o correcto é “vamos ao”, “ir à”)
Fazem quatro dias que Martin viajou. (o correcto é “faz quatro dias”)
h) Preciosismo
Usar palavras difíceis, comprometendo o significado.
Ex: Seu gesto altruísta e empreendedor ensombrece a existência dos demais
mortais.
VARIEDADES DE METEFORA
Catacrese
Resulta na atribuição de um nome a um objecto, em virtude de não existência
de um termo próprio para o designar.
Ex: pés da cadeira; cú da agulha; embarcar (carro, avião); pepsodente (pasta
de dente); leite moca (leite condensado) …
Estéticas
Hipérbole: exagero da realidade.
Ex: morro de saudades do meu filho / chorei um mar de lágrimas…
Símbolo: quando o nome de um objecto assume um valor convencional.
Ex: branco = pureza, paz, castidade.
Verde = esperança / balança = justiça / cruz = cristianismo
BIBLIOGRAFIA
ASSIS, Machado de. História comum. In: . Relíquias de casa velha. Rio de
Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson, 1953.
Sites