INTRODUÇÃO
O casamento é um estado ligado aos seres humanos, depois de experenciar muitas
fases e estados da vida humana, o ser humano sente-se inclinado a viver em um estado
conjugal, estado esse, que abre porta a uma dimensão da vida humana que nunca abriria-se
se não, por esse meio.
A discórdia entre os cônjuges mostra-se, muitas vezes, inevitável, quando duas
pessoas buscam integrar suas vidas, provocando conflitos que variam em frequência e
intensidade. A vida conjugal não está insenta de desafios, crises ou conflitos. Muitos desses
conflitos são extra conjugal, aquilo que vai além do que se esperava dentro de uma vivência
conjugal, e os outros que são intra, aquilo que está dentro do que se espera em uma vida
conjugal, e muitos desses conflitos têm implicações em muitos domínios ou aspectos da
vida humana, como por exemplo o aspecto psiquico, podendo causar até transtorno
psicológicos.
Conflitos fazem parte das relações humanas e, portanto, permeiam a vida e o
desenvolvimento das famílias. A maneira pela qual as famílias lidam e encaminham suas
desavenças é que diferencia o impacto que tais conflitos terão no desenvolvimento familiar
e no processo desenvolvimental de cada um de seus membros. Merrifield & Gamble
(2013).
O relacionamento conjugal tem sido apontado como um fator preponderante para a
qualidade de vida das famílias, haja vista que o padrão de ajustamento conjugal empregado
pelo casal, as formas de comunicação e as estratégias de resolução de conflitos influenciam
a qualidade das relações entre as figuras parentais e vários subsistemas. Bolze, Schmidt,
Böing, & Crepaldi (2017).
Dessa forma, entende-se que os conflitos conjugais influenciam todo o sistema
familiar, especialmente as relações entre o subsistema conjugal (casal) e o parental
(paiscriança). Bolze et al., 2017;
O Conflito Conjugal pode ser definido como qualquer situação de interação entre o
casal que envolva diferença de opinião e pode ser classificado como construtivo ou
destrutivo. São construtivos quando envolvem comportamentos que incluem sua resolução
com estratégias positivas de resolução dos problemas, como a busca pelo acordo, boa
comunicação e demonstração de afeto, apoio entre o casal, respeito mútuo e percepções
positivas de conflitos não resolvidos. Conflitos destrutivos são entendidos como aqueles
que abarcam estratégias de agressão verbal ou violência física entre os membros do casal,
hostilidade não verbal ou recusa ao diálogo. As estratégias construtivas não apenas
reduzem respostas negativas ou problemas de ajustamento dos filhos, como também
aumentam aspectos positivos do funcionamento psicológico deles. McCoy, George,
Cummings, & Davies (2013).
E movida por este aspecto, decidimos fazer uma pesquisa profunda para compreender os
transtornos decorrentes do conflito conjugal.
Formulação do Problema
Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, compreensível clara e
operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver,
limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o objetivo da
formulação do problema da pesquisa é tomá-lo individualizado, específico, inconfundível".
Rudio (1978).
É indiscutível a ideia de que, os conflitos intra extra conjugal têm suas implicações
nos pares envolvidos na relação conjugal e em outros subsistema da vida, e que transtornos
psiquico podem surgir em decorrência desses conflitos, e até mesmo contribuir para o
desenvolvimento de doenças psicossomáticas. E actualmente tem se verificado que muitas
mulheres com transtornos biológico e psicológicos no aparelho reprodutor causados por
conflitos intra e extra conjugal. Ante todos esses factos, surge o meu engajamento para a
realização desse trabalho.
E isso leva-me a indagar:
Quais são os transtornos psicológicos causados pelos conflitos intra extra conjugal?
HIPÓTESES
Segundo Gil (2002), hipótese consiste em oferecer uma solução possível,
mediante uma proposição, ou seja, uma expressão verbal suscetível de ser declarada
verdadeira ou falsa. A essa proposição dá-se o nome de hipótese. Assim, a hipótese é a
proposição testável que pode vir a ser a solução do problema.
H1- Depressão, sendo este um transtornos de multicausalidade, quando o casal não
lida de maneira saudével ou positiva com os conflitos conjugal, este leva a um sofrimento
que cobra um alto preço emocinal podendo desencadear a depressão.
H2- Ansiedade, a preocupação que os conflitos conjugal provoca, quando não são
balanceadas e gerenciadas de maneira equilibrada, pode suscitar diversas reações, como a
excessiva perca de sono ou alteração no sono, irritabilidade, dificuldade para concetrar-se,
pensamentos extremante acelerado quanto ao futuro, e pode catapultar o transtorno de
ansidade.
H3- Baixa- auto-estima, tendo em conta a causa do coonflito conjugal, muitas vezes
pode provocar a falta de amor próprio, auto-depreciação, comparações disproporcinais que
tende a colocar a um nível degradante a visão que a pessoa tem sobre si mesma, ou seja, a
auto-imagem.
H4- Sendo que os conflitos conjugal afeta não somente os pares envolventes, mas
também vários subsistema incluindo os filhos, muitos problemas de forum emocional ou
psicológicos podem ser desenvolvidos pelos filhos de casal que vivenciam frequente e
intensamente os conflitos conjugal, como por exemplo, transtorno de conduta.
OBJECTIVOS
Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo
intrínseco, quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se
directamente á própria significação da tese pelo projecto. E os objectivos específicos
apresentam carácter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo,
de um lado, atingir o objectivo geral e, de outro, aplicar a situação titulares. Lakatos &
Marconi (1992).
Objectivo Geral
- Compreender os transtornos psicológicos causados pelos conflitos intra extra conjugal
Objectivos Específicos
- Descrever as causas do conflito conjugal;
- Identificar as consequências psicológicas derivadas do conflito conjugal;
- Apresentar soluções de interverção em situações conflituosas na relação conjugal;
DESENHO DO PROJECTO
Quanto ao objectivo da pesquisa, a nossa será pesquisas descritivos: as pesquisas
descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São
inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Gil (2002).
Sob o ponto de vista da abordagem do problema, Utilizaremos a abordagem
qualitativa que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto
é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números.
O pesquisador mantém contato direito com o ambiente e o objecto de estudo em
questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de campo. Nesse caso, as questões são
estudadas no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação intencional do
pesquisador. A utilização desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo
fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um
problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades. Prodanov &
Freitas (2013).
VARIÁVEIS
Variáveis Independente
Tempo de convivência conjugal;
Mulheres com ou sem filhos;
Diagnósticada com algum quadro clínico de forum psicológico.
Variáveis Dependente
Faixa etária;
Casada ou vivendo maritalamente;
POPULAÇÃO
Para o nosso estudo, temos como população, mulheres casadas ou que vivem maritalmente,
tendo filhos ou não.
AMOSTRA
A nossa amostra será de 70 mulheres gestante e não gestante com idade compreendida
entre 18 à 45 anos. Residentes em Angola, província de Luanda, Município do Talatona, na
comunidade do Benfica, Chimbicado.
INSTRUMENTO
Para a nossa presente pesquisa, utilizaremos a técnica de Questionário. Por
questionário entende-se um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo
pesquisado. Gil (2002).
Referir que empregaremos questionário aberto, que parte de perguntas livres, e não
dando apenas algumas opções de respostas para o entrevistado, que tem total liberdade para
formular as suas respostas. Gil (2002).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Bolze, S. D. A., Schmidt, B., Böing, E., & Crepaldi, M. A. (2017). Conflitos conjugais e
parentais em famílias com crianças: características e estratégias de resolução. Paidéia, 27,
457-465.
GIL, A. (2002) Como elaborar projecto de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas.
LAVILLE, C., & DIONNE, J. (1999) A construção do saber: Manual de metodologia da
pesquisa em ciências humanas. 3ª d. Porto Alegre: UFMG.
LAKATOS, E., & MARCONI, M. (1992). Metodologia do trabalho científico. 4ª ed. São
Paulo: Atlas.
Merrifield, K., & Gamble, W. C. (2013). Associations among marital qualities, supportive
and undermining coparenting, and parenting self-efficacy: testing spillover and stress-
buffering processes. Journal of Family Issues, 34(4), 510-533.
McCoy, K. P., George, M. R. W., Cummings, E. M., & Davies, P. T. (2013). Constructive
and destructive marital conflict, parenting, and children’s school and social adjustment.
Social Development, 22(4), 641-662.
PRODANOV, C., & FREITAS, E. (2013). Metodologia do trabalho científico: Métodos e
técnica da pesquisa e do trabalho académico. 2ª ed. Rio grande do sul: Feevale.
RUDIO, V. (1978). Introdução ao Projecto de pesquisa científica. 3ª ed. Petrópolis:
Vozes.
