Projeto de Um Gerador de Van de Graaff

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 16

PROJETO DE UM GERADOR DE VAN DE GRAAFF

Diego Gally de Souza


Erick Leone B. Soares
Gustavo Coutinho de Brito
João Pedro Cavalcanti de Santana
Pedro Cajado Bulhões

Salvador

2021

Diego Gally de Souza


Erick Leone B. Soares
Gustavo Coutinho de Brito
João Pedro Cavalcanti de Santana
Pedro Cajado Bulhões
PROJETO DE UM GERADOR DE VAN DE GRAAFF

Salvador

2021

SUMÁRIO

1.0 – Introdução………………………………………………………………………05

2.0 – Justificativa……………………………………………………………….....….07

3.0 – Objetivos…………………………………………………………………….......08

4.0 – Metodologia…………………………………………………………………….09

5.0 – Resultados e Discussões…………………………………………………...

6.0 – Considerações Finais………………………………………………………...


7.0 – Referências………………………………………………………………………..

0.0) RESUMO:
Na Engenharia e, sobretudo, na Física Experimental, existem muitos
aparatos capazes de simular e realizar movimentos e provocar fenômenos
extremamente interessantes de serem estudados, contudo, nenhum deles é tão
admirável quanto o Gerador de Van De Graaff. Trata-se de um equipamento
constituído basicamente de um motor capaz de movimentar uma correia feita de
material isolante sob uma estrutura metálica, que, ao entrar em contato com uma
diferença de potencial, é capaz de gerar cargas elétricas e demonstrar na prática,
alguns dos principais processos de eletrização, tão amplamente estudados na
Eletrostática. Este trabalho de produção científica consiste num projeto de
engenharia de um Gerador de Van De Graaff desde seu dimensionamento, até a
descrição de funções e projeto conceitual até a apresentação de um modelo visual.

Palavras-chave: Eletricidade; Carga; Gerador; Eletrização; Atrito.

0.1) ABSTRACT:
In Engineering, and especially in Experimental Physics, there are many
devices capable of simulating and performing movements and causing extremely
interesting phenomena to be studied, however, none of them is as admirable as the
Van De Graaff Generator. This is an equipment consisting basically of a motor
capable of moving a belt made of insulating material under a metal structure, which,
when in contact with a potential difference, is able to generate electrical charges and
demonstrate in practice, some of the main processes of electrification, so widely
studied in Electrostatics. This scientific production work consists of an engineering
project of a Van De Graaff Generator from its sizing, function description and
conceptual design to the presentation of a visual model.

Keywords: Electricity; Charge; Generator; Electrification; Friction.

1.0) INTRODUÇÃO:
Ao longo das eras, muitas teorias foram comprovadas com a construção de
aparatos experimentais, das quais podemos citar: A Ampola de Crookes, A Bússola
de Öersted e o Experimento de Millikan, porém dentre todos esses, um dos
equipamentos mais bem elaborados para demonstração de fenômenos físicos, é o
Gerador de Van De Graaff.

O chamado gerador de Van De Graaff foi idealizado pelo engenheiro


americano Jemison Van De Graaff, em 1929, com o objetivo de atingir altas
tensões. Esse equipamento foi indispensável para a condução das pesquisas sobre
a constituição dos átomos e pesquisas nucleares.

O gerador, mais especificamente, é constituído de um motor elétrico que


movimenta uma correia de borracha entre dois roletes isolantes. Ao se atritar com o
rolete inferior, a correia adquire carga negativa. Durante o seu movimento, a correia
leva essas cargas para cima; ao chegar no rolete superior, as cargas saltam para
um arranjo de pontas metálicas. Destas últimas, as cargas negativas são
transferidas para uma grande esfera metálica oca. A esfera está eletricamente
isolada do conjunto. À medida que mais cargas são levadas para cima, a esfera fica
altamente carregada e o seu potencial elétrico é da ordem de 100 kV.

Ao se aproximar uma esfera metálica descarregada do gerador, são


produzidas faíscas de alguns centímetros de comprimento. As correntes elétricas
produzidas nas descargas são da ordem de micro Ampéres.
Figura 01. Elementos estruturais de um Gerador de Van De Graaff

Fonte: (UFMG;2013)

O terminal pode atingir um potencial de vários milhões de volts, no caso dos


grandes geradores utilizados para experiências de física atômica, ou até centenas
de milhares de volts nos pequenos geradores utilizados para demonstrações nos
laboratórios de ensino.

Geradores profissionais utilizam sistemas eletrônicos, para depositar carga na


correia, eliminando assim as instabilidades de desempenho causadas pela
excitação por atrito e permitindo regulação precisa da tensão obtida. A operação
dentro de câmaras de alta pressão contendo gases especiais permite maior
densidade de carga na correia sem ionização, aumentando a corrente que carrega o
terminal.

O funcionamento do Gerador de Van De Graaff é regido especificamente por


alguns fenômenos elétricos, dos quais podemos citar e descrever: O Poder das
Pontas, O Efeito Corona e o Processo de Eletrização por Atrito. Num condutor as
cargas se espalham pela superfície. Se o condutor for esférico, as cargas
distribuem-se uniformemente. Nas regiões pontiagudas, pontas, farpas,
descontinuidades e cantos vivos, a densidade superficial de cargas elétricas d carga ,
dada no sistema internacional de unidades em C/m² é maior do que em regiões
planas ou arredondadas.

A este fenômeno damos o nome de Poder das Pontas, evento este, que está
intimamente relacionado com a grandeza rigidez dielétrica. A rigidez dielétrica
corresponde ao maior valor do campo elétrico que torna um isolante um condutor
elétrico e pode ser calculada através da expressão a seguir:

ϵ
k=
ϵ0

Na expressão acima, k representa a constante dielétrica relativa, ϵ é a


constante dielétrica do meio e por fim, ϵ 0 é a constante dielétrica no vácuo, validado
o caráter empírico desta grandeza, percebe-se que ela só pode ser obtida por meio
de comparações e cálculo relativo.

No caso do ar atmosférico, a rigidez dielétrica é 30 V/m; no vidro, entre 75 e


600 V/m. Isto significa que se na superfície de um condutor eletrizado existir uma
ponta onde o campo elétrico é E = 30 V/m, por esta ponta ocorrerá uma perda de
cargas. As pontas também facilitam a eletrização. A tabela a seguir exemplifica
alguns meios de propagação de cargas e suas respectivas resistências diéletricas.
Tabela 01. Lista de coeficientes de rigidez dielétrica para os meios de propagação mais comuns

Fonte: (UFMG;2013)

Por sua vez, em regiões acúleas ou pontiagudas, quando o campo elétrico E


se acumula o fenômeno chamado de Efeito Corona pode ser visualizado. O Efeito
Corona é um fenômeno observado próximo de pontas de um condutor onde
ocorrem descargas elétricas. Isto ocorre devido à grande concentração de cargas
elétricas na ponta, tornando o campo elétrico muito intenso. Com isto ocorrerá
atração para a ponta de íons de sinal contrário às cargas da ponta e repulsão de
íons de mesmo sinal. Os íons atraídos provocam descarga da ponta.

Por exemplo, aproximando-se um eletróforo carregado positivamente das


pontas de uma tela, as cargas positivas atraem elétrons livres para as pontas;
quanto menor a distância entre as cargas positivas e negativas, mais intenso torna-
se o campo. No momento em que a rigidez dielétrica for rompida, uma faísca salta
entre o eletróforo e as pontas.
2.0) JUSTIFICATIVA:
O projeto de um Gerador de Van De Graaff é uma tarefa complexa, pois
existem muitas variáveis e restrições de projeto. No entanto, há como executar o
projeto desse mesmo aparato em uma escala menor e com materiais mais
acessíveis. O desenvolvimento do projeto pode ser obtido de formas empíricas ou
pode ser efetivamente obtido por iteração, isto é, baseado em cálculos e pré-
dimensionamentos, desta forma, menos tempo é gasto nestas empreitadas. Para
além disso, a elaboração, planejamento e organização de um projeto, foram
acrescidas de ferramentas estatísticas, programas de cálculos, nos quais, aplicando
as equações e obtendo suas soluções, além disso, diversos catálogos e portais de
especificação disponíveis na internet forneceram as informações necessárias para
definição dos materiais empregados e elementos de máquinas e mecanismos que
viriam a ser utilizados, desta maneira, reduzindo o tempo de projeto, evitando assim,
o superdimensionamento, e consequentemente reduzindo o tamanho e o custo final
do projeto.
3.0) OBJETIVOS:
3.1) Objetivo Geral:

Este trabalho tem como objetivo aplicar a metodologia de projeto de um


Gerador de Van De Graaff, no qual, são definidas as funções objetivo, variáveis de
projeto, restrições, protótipos e modelos visuais.

3.2) Objetivos Específicos:

● Desenvolver uma estrutura funcional para o gerador, especificando suas


partes essenciais e especificando equipamentos acessórios;

● Executar uma definição de parâmetros essenciais (Quantidade de carga,


potencial elétrico, etc.);

● Executar uma definição de parâmetros adicionais (Área da base, Superfície


da cúpula, etc.);

● Com auxílio do software Microsoft Excel, e PTC Mathcad 6.0.0.0.


desenvolver os cálculos necessários para a elaboração do projeto;

● Modelar e criar uma animação de um Gerador de Van De Graaff, em um


software CAD, como por exemplo, o SOLIDWORKS;

● Testar o protótipo do projeto e realizar as devidas correções, a julgar


necessárias.
4.0) METODOLOGIA:
4.1) Projeto-base:

É possível construir um pequeno gerador com material de fácil acesso e ter


despesas controladas, uma vez que, suas partes podem ser obtidas no comércio ou
podem ser fabricadas. O modelo apresentado em projeto é para um gerador com
uma correia de 3 centímetros até 5 centímetros de largura, a cúpula de descarga
elétrica foi imaginada tendo dimensões de cerca de 20 a 30 centímetros de diâmetro
e algo entre 40 centímetros e pouco mais de meio metro de altura. O modelo é
baseado em vídeos tutoriais, manuais de instrução e artigos científicos
disponibilizados na internet, com algumas alterações inerentes aos requisitos de
projeto estabelecidos por nós e pela disciplina.

4.2) Especificação do motor:

O motor selecionado trata-se de um motor elétrico, com um dos modelos de


motores de indução mais comuns. Naturalmente, o motor deve apresentar o
seguinte: velocidade rotacional média de 5.000 a 7.000 rotações por minuto.
Figura 02. Motor de máquina de costura

Fonte: (Mercado Livre; 2021)


As dimensões do eixo seguem o padrão de dimensionamento ASME de 1/3"
a 4/9" de diâmetro por 1,5" a 2" de comprimento livre. A montagem do motor é feita
sob uma base de fixação plana, como uma base de madeira rígida de 3 centímetros
de espessura. A fixação do motor é feita por meio de furos de fixação, nos quais 4
parafusos de 3 milímetros seriam empregados para tal. Soma-se a isto, a instalação
de uma ventoinha que seria montada a fim de refrigerar a lateral do motor, ainda na
base de madeira e também para remover a deposição de material do uso do
aparato quando ativado.

Além disso, o motor é associado por meio de uma instalação elétrica, a um


potenciômetro que seria responsável por regular a velocidade do motor por
intermédio de uma chave ativadora, que seria acionada na base em um ponto de
destaque. Lembrando que a parte elétrica ficaria sob a responsabilidade de uma
fonte de 19V de um carregador de computador, que seria mais que o suficiente para
fornecer a diferença de potencial necessária para acionar o motor elétrico.

Com base no descrito, o motor elétrico selecionado é o Singer Elgin, por estar
dentro do que foi procurado em relação a potência entregue e rotação buscada, fora
a facilidade de se acionar com o pedal.

4.3) Especificação da haste:

A haste, ou coluna de sustentação do sistema é feita com um cano de PVC,


podendo também, alternativamente, ser executada sob um cilindro de acrílico. Por
questões de controle de tensões e equilíbrio estático e dinâmico do sistema, o tubo
da haste possui um diâmetro um pouco menor que um certo múltiplo de seu
comprimento. Neste caso, o tubo da haste tem pouco mais de meio metro e seu
diâmetro é de 10 centímetros. Para sustentar esses cilindros, a força exercida pela
borracha esticada, o peso do domo e a espessura da parede do tubo são fatores
importantes.

4.4) Especificação da correia:

O material da correia deve ser bem especificado, uma vez que, para
aplicações mais comuns, pode gerar muito material particulado com o desgaste e a
ciclagem que podem vir a comprometer a integridade do aparato, e, em casos mais
extremos, a saúde dos experimentalistas.

Conforme a velocidade do gerador aumenta, maior é a força centrípeta sobre


a região da correia que passa acima do rolete superior e abaixo do rolete inferior.
Essa força tende a afastar a correia do rolete, e a correia ficará instável em altas
velocidades. Desta maneira, quanto menor a massa da correia, menor será sua
tendência de se afastar dos roletes.

Desta maneira as correias especificadas são de material polimérico que não


contém aditivos de carvão, e será fixada por meio de encaixe por interferência,
assim sua remoção por eventual manutenção e substituição, desta forma a correia
selecionada é do tipo Correia Roliça CETRO de PVC com teflon Modelo Datador P/
Sa1000 de dimensões 61mm por 67mm por 3mm.
Figura 03. Correia de polímero usada no sistema do Gerador

Fonte: (CETRO Máquinas; 2020)

4.5) Especificação da cúpula de descarga:

Como demonstrado na seção 1.0, o princípio de funcionamento do Gerador


de Van De Graaff é a Eletrização por Atrito, e o deslocamento das cargas elétricas
em sua estrutura, contudo, em termos materiais, a teoria chamada de Poder das
Pontas norteia como funciona a cúpula de descarga do Gerador.
Havendo necessidade de que a superfície da cúpula seja o mais polida
possível e seu acabamento seja executado em níveis precisos, realizar um pedido
sob encomenda da cúpula, para serviços de conformação e usinagem é
interessante, entretanto, existem métodos mais artesanais e acessíveis de se obter
a estrutura desejada.
No caso descrito, a cúpula foi confeccionada com uma esfera oca metálica de
20cm de diâmetro obtida numa loja de materiais.

Tabela de preços
Componentes Quantidade Valor (reais)

Motor 1 R$ 75,00

Tábua de madeira 1 m^2 R$ 50,00

Cano de PVC 3 R$ 30,00

Cúpula metálica maior 1 R$ 150,00

Esfera metálica 1 R$ 50,00

Bastão de madeira 1 R$ 0,00

Fiação 1m R$ 34,00

Correia 1 R$ 13,00

Ventoinha 1 R$ 40,00

Fonte 19V 1 R$ 82,00

Elemento de fixação 12 R$ 20,00

Potenciômetro 1 R$ 2,00

Total R$ 546,00

5.0) RESULTADOS E DISCUSSÕES:


Após realizada a construção do projeto, fizemos o teste de funcionamento do
mesmo. Vimos que o mesmo funcionava de acordo com o que foi projetado para
fazer. O gerador de Van de Graaff funciona da seguinte forma, um motor capaz de
movimentar uma correia feita de material isolante. A correia atrita-se na parte
inferior com uma escova metálica ligada ao eletrodo negativo ou positivo de uma
fonte. Esse movimento eletriza a correia por atrito, que sobe pelo lado esquerdo
eletrizada. Ao chegar à parte superior, a correia toca uma segunda escova, que está
em contato com a camada esférica do gerador. Cargas elétricas de sinal oposto ao
da correia penetram por ela, deixando a esfera do gerador eletricamente carregada
é capaz de gerar altas tensões elétricas ao seu redor.

Figura 04: Gerador de Van de Graaff em funcionamento

Fonte: Wikipédia

Figura 05: Modelo CAD da equipe


Fonte: Própria

6.0) CONSIDERAÇÕES FINAIS:


O projeto em questão não pode ser fabricado por conta da atual situação da
pandemia, seria melhor ter projetado e fabricado com ajuda dos laboratórios do
SENAI. sendo assim diante do que foi apresentado, pôde-se entender que o gerador
de Van De Graaff foi fundamental para a compreensão de muitos fenômenos da
física, que foram aplicados em muitas áreas da engenharia. O principal desses
fenômenos foi a eletrização por atrito. Esse projeto teórico pode servir para uma
melhoria ou para um re-projeto, dessa forma realizaria-se a construção efetiva do
gerador.

7.0) REFERÊNCIAS:
LOJA CONSERMAQ. Motor P/ Maquina Costura Doméstica Singer Elgin - Preto.
Mercado Livre. 1 p. Disponível em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-
838110988-motor-p-maquina-costura-domestica-singer-elgin-preto-_JM?
matt_tool=56291529&matt_word=&matt_source=google&matt_campaign_id=143034
13604&matt_ad_group_id=125984287157&matt_match_type=&matt_network=g&ma
tt_device=c&matt_creative=539354956218&matt_keyword=&matt_ad_position=&ma
tt_ad_type=pla&matt_merchant_id=149267568&matt_product_id=MLB838110988&
matt_product_partition_id=1404886571258&matt_target_id=pla-
1404886571258&gclid=CjwKCAiAhreNBhAYEiwAFGGKPLxVhbm3LSGC6KJ86994
4HXeQBdptEqHhf66ZLrMP30AJH6JVGf36BoCAn4QAvD_BwE. Acesso em: 5 dez.
2021.

SILAS, Joab. Gerador de Van de Graaff. Brasilescola, 2021 disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/fisica/gerador-van-graaff.htm. Acesso em: 07 dez.
2021

Você também pode gostar