Karl Marx

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Karl Marx

O Marxismo e a Sociologia da Educação

Sofia Serafim, nº 24654


Maria Nunes, nº 24692
Mariana Teixeira, nº 24693
Samuel Rocha, nº 24694

Trabalho apresentado no âmbito da unidade curricular de


Introdução á Sociologia,
Curso de Acompanhamento de Crianças e Jovens

2024-2025
ÍNDICE

1
1. Introdução……………………………………………………… 3
2. Biografia de Karl Marx………………………………..………..
3
2.1. Quem foi Karl Marx?............................................................................ 3
2.2. Como tudo começou?............................................................................
4
3. Marxismo……………………………………………………….
5
4. O surgimento do Marxismo na Sociologia da Educação….……
4
4.1. Marx e Engels………………………………………………………....
4
4.2. Marx e Bakunin……………………………………….………………
4
4.3. Marx e Gramsci……………………………………………………….
4
4.4. Marx e Althusser………………………………………………..….… 4
5. Conclusão..………………………………………….……………...….. 4
6. Referencias…………………………………………………….. 4

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Introdução
No âmbito da Unidade Curricular, “Introdução á Sociologia”, foi-nos proposto abordar o
sociólogo Karl Marx e a sua teoria, para compreendermos o alcance e os limites da obra sendo
necessário compreender as condições históricas e teóricas onde esta se desenvolve.
Deste modo começamos por pesquisar sobre a da história de vida de Marx onde retratamos
como tudo começou e onde o mesmo estudou e cresceu.
De seguida falamos sobre o Marxismo e a sua metodologia referindo a sua visão dialética de
transformação social.
Retratamos depois sobre a educação e produção de Marx e Engels Marx, ambos defendem a
integração entre o ensino e o trabalho produtivo. Sem esquecer das ideias de autogestão do
ensino de Bakunin onde o mesmo propôs uma educação integral que preparasse os indivíduos
para a vida intelectual e o trabalho material. Falamos sobre Gramsci que propõe uma "Escola
Unitária" e Althusser que enfatiza que a escola não é um espaço de emancipação e sim de
adaptação.
E para concluir uma síntese geral dos conteúdos desenvolvidos ao longo do trabalho.

Biografia de Karl Marx

Quem foi Karl Marx?

Karl Marx foi um filósofo, economista e um revolucionista alemão. Karl Marx nasceu a 5 de
Maio de 1818 em Trier, cidade ao sul da Prússia Renana, na fronteira da França.
Filho de Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, descendente de judeus, onde foi
perseguido pelo governo absolutista de Frederico Guilherme III. O sociólogo apesar de ter
recebido uma educação em uma escola luterana, mais tarde, haveria rejeitado a sua religião e
vindo a se tornar ateu materialista, o Aforismo, “A religião é o ópio do povo” sendo esta frase
de sua autoria, tornando-se assim um dos ícones comunistas.

Em 1835 concluiu o curso ginasial no Liceu Friedrich Wilhelm, ainda nesse ano e boa parte
de 1836, Karl estudou Direito, História, Filosofia, Arte e Literatura na Universidade de Bonn.
No final de 1836, o sociólogo vai para Berlim, onde se propagam as ideias de Hegel,
destacado filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os "hegelianos de esquerda", que

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procuram analisar as questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na
burguesia da Alemanha.
Entre 1838 e 1840, dedica-se a elaboração de sua tese, em busca de um cargo de professor.
Em 1841, na Universidade de Iena, apresenta o trabalho "A Diferença Entre a Filosofia da
Natureza de Demócrito e a de Epicuro” e por motivos políticos, Karl não é nomeado, já que as
universidades não aceitam mestres que seguem as ideias de Hegel.
Desiludido, dedica-se ao jornalismo, onde escreve artigos para os Anais Alemães, de seu
amigo Arnold Ruge, mas a censura impede sua publicação. Em outubro de 1842, muda-se
para Colônia, e assume a direção do jornal Gazeta Renana, mas logo após a publicação do
artigo sobre o absolutismo russo, o governo fecha o jornal.

Em julho de 1843, casa-se com Jenne, irmã de seu amigo Edgard von Westphalen, o casal
muda-se para Paris, onde junto com Ruge funda a revista "Anais Franco Alemães", onde
publica os artigos de Fredrich Engels. Marx publica "Introdução à Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel" e "Sobre a Questão Judaica".
Ingressa numa sociedade secreta, mas é expulso da cidade. Publica em 1848 o "Manifesto
Comunista", onde já esboça suas principais idéias com a luta de classes e o materialismo
histórico.

Como tudo começou?

Em fins de 1844, Marx começa a escrever para o "Vornaerts" em Paris. As opiniões


desagradam o governo de Frederico Guilherme V, imperador da Prússia, que pressiona o
governo francês a expulsar os colaboradores da publicação, entre eles Marx e Engels.
Em fevereiro é obrigado a sair da França e vai para Bélgica, sendo um membro ativo da Liga
Comunista, onde dedica-se a escrever teses sobre o socialismo e mantém contato com o
movimento operário europeu. Funda a "Sociedade dos Trabalhadores Alemães". Junto com
Engels, adquirem um semanário e se integram à "Liga dos Justos", entidade secreta de
operários alemães, com filiais por toda a Europa. No 2º Congresso da Liga, são solicitados
para redigir um manifesto. Com base no trabalho de Engels, "Os Princípios do Comunismo",
Marx escreve o "Manifesto Comunista", que envia para Londres em janeiro de 1848.

Na obra, Karl critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário, e termina com
um apelo pela união dos operários no mundo todo. Pouco tempo depois, Karl e sua mulher
são presos e expulsos da Bélgica devido ao seu radicalismo, mudou-se para a Colonia, mais
uma vez o jornal que editou em 1848 “Neue Rheinische Zeitung” o levou á obrigatoriedade de
cumprir o exilio, seguiu para França onde mais uma vez foi expulso e assim optou por ficar
em Londres.
Apesar da crise, em 1864 funda a "Associação Internacional dos Trabalhadores, em
Londres" que fica conhecida como "Primeira Internacional". Com a ajuda de Engels, publica
em 1867, o primeiro volume de sua mais importante obra, "O Capital", em que sintetiza suas
críticas à economia capitalista. Ao escrever "Crítica ao Programa de Gotha", condena o
programa que o partido socialista alemão adotara em 1875. As teorias de Marx influenciaram
a Revolução Russa de 1917, teóricos e políticos como Lênin, Trotski, Stalin e Mao Tsé-Tung.
Assim, sua doutrina esteve presente em vários países, como a extinta URSS, a China e Cuba.
Contudo Marx, dotado de uma enorme capacidade intelectual, escreveu centenas de artigos,
relatórios e livros, contudo, a sua grande obra foi “O Capital”, para qual leu todas as teorias

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económico-financeiras existentes nas principais línguas europeia, a sua ideia base das suas
teses era a conceção materialista da História.
Para Marx, tudo não passava de um continuo processo dialético, onde cada estádio resultava
do produto da tese (período capitalista), antítese (exploração do trabalhador) e síntese
(comunismo).

Karl Heinrich Marx adoeceu gravemente sendo incapaz de produzir qualquer trabalho
intelectual nos últimos 12 anos de sua vida, morre em Londres, na sua cadeira de baloiço no
dia 14 de março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas respiratórios,
tinha apenas 64 anos.

Marxismo
O Marxismo consistiu em um conjunto de Doutrinas filosóficas, históricas, políticas e
económicas, concebidas por Karl Marx e posteriormente desenvolvidas por Engles, Lenine,
Rosa Luxemburgo, Estaline, e Mao Tsé-Tung, entre outros. Baseando-se no materialismo
histórico para a explicação dos fatos sociais, advogando a ditadura do proletariado e a
coletivização dos meios de produção, como forma de atingir as sociedades sem classes, ou sej,
a instauração do Comunismo.

O surgimento do Marxismo na Sociologia da Educação


O enquadramento do Marxismo na Educação fez-se em relação ao seu desenvolvimento no
processo histórico das sociedades. O modelo marxista consistia-se entre o infraestrutural e a
superestrutura, o infraestrutural (dialético, de relação recíproca), e a escola faz parte da
superestrutura (como o Estado ou a família) sendo então a educação um elemento de
manutenção da hierarquia social de controlo das classes dominantes, sobre as classes
dominadas, isto é, de dominação da burguesia sobre o proletariado.
Consoante à teoria marxista, a luta de classes que compõe a história da humanidade é uma
luta material, baseada na produção, e essa constatação levou Marx a reconhecer que a análise
sociológica é uma análise materialista e histórica, criando então o conceito de materialismo
histórico dialético.

O marxismo trouxe duas grandes contribuições para entender a educação na sociedade


capitalista:
- A união entre ensino e produção, valoriza o aprendizado como uma prática que deve
integrar o saber e o fazer;
- A análise da educação como um meio de dominação, evidencia o caráter ideológico e
classista da educação, que reforça a estrutura de classes na sociedade capitalista.

Karl Marx juntamente com Friedrich Engels apontam que, embora a educação não seja o
meio central de transformação social, tem um papel importante na luta pela mudança.
A tradição marxista, vê a educação como forma de integrar conhecimento e produção e
como ferramenta para resistir ao sistema de opressão capitalista.

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O que consistiu em uma análise rigorosa da história da humanidade, onde deu-se uma luta de
classes, que segundo a história sucedeu-se o “comunismo”, a história diz-nos que sucedeu
assim uma sociedade sem classes, sem propriedades privadas, sem exploração, homem pelo
homem ao longo do seculo XX.

Marx e Engels
A Educação e a Produção

Marx e Engels apresentam no Manifesto comunista, em 1848, e nas Críticas ao Programa de


“Ghota”, em 1875, passando pela Ideologia alemã e O capital, o que persiste é a ideia da
necessidade, para os trabalhadores, da união do ensino com o trabalho, ou seja, Marx e Engels
defendem a integração entre o ensino e o trabalho produtivo, pois acreditavam que o
aprendizado prático e técnico ajudaria no proletariado e a conquistar habilidades necessárias
para o controle dos processos de produção.
Para eles, a educação é um meio revolucionário, instruindo a classe trabalhadora para
enfrentar as contradições do capitalismo.
Durante a Revolução Industrial, com o aumento do trabalho infantil nas fábricas, as leis
começaram a exigir educação para crianças trabalhadoras, o que Marx via como uma
oportunidade para unir o ensino com o trabalho e promover uma educação tecnológica.
Marx argumenta que o aprendizado técnico possibilita ao operário entender e controlar a
produção, elemento essencial para a luta de classes e para o desenvolvimento de um "Homem
Integral" – um ser humano plenamente desenvolvido, sem a divisão entre o trabalho manual e
o intelectual.

Marx e Bakunin

Estas mesmas ideias de autogestão do ensino, educação integrada e não-separação entre


trabalho e estudo - estarão presentes no russo Mikhail Bakunin (1814-1876), especialmente a
segunda. Marx enfatiza a terceira ideia. Bakunin, em seu texto A Instrução Integral, em
primeiro lugar, demonstra a relação entre a dominação de classe e a educação desigual:

"A instrução deve ser igual em todos os graus para todos; por conseguinte, deve ser integral,
quer dizer, deve preparar as crianças de ambos os sexos tanto para a vida intelectual como a
vida do trabalho, visando a que todos possam chegar a ser pessoas completas"
(Bakunin, 2003, p. 78).

Apesar disso, a ênfase de Bakunin sempre esteve na transformação econômica e no poder da


revolução sociopolítica inclusive violenta, que foram considerados por ele como os principais
meios a edificar uma sociedade em que, enfim, seria possível a instrução integral. Aquém das
disputas políticas pela hegemonia no movimento comunista do início da segunda metade do
século XX, nisto Bakunin assemelha-se a Marx: na sua concepção sobre o poder limitado da
educação como meio de transformação social.

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Marx e Gramsci
A Educação Unitária e o Industrialismo

Toda a teoria de Gramsci incorpora categorias marxianas, considerando em suas formulações


as origens materiais e históricas de classe, os antagonismos presentes na luta de classes
(dominantes/burguesia e dominados/proletariado), como a importância da luta pela
consciência de classe no processo de transformação da sociedade capitalista.

O Estado é a organização econômico-política da classe burguesa. O Estado é a classe


burguesa na sua concreta força atual”
(Antonio Grasmin)

Gramsci, deste modo propõe a “Escola Unitária”, uma instituição educacional que incorpora
princípios do trabalho industrial sem reduzir o ensino a uma mera prática técnica.
Ele acreditava que a educação deve formar intelectuais capazes de liderar as classes
populares em sua luta por hegemonia, ou seja, por controle cultural e político da sociedade.

Gramsci desenvolve então o conceito de "industrialismo", vendo o trabalho fabril moderno


como uma forma de disciplinar o ser humano para o desenvolvimento de habilidades de
organização e precisão.
Sendo assim, a escola unitária, na visão de Gramsci, seria o local onde se cultivariam esses
princípios, mas de forma a promover uma cultura ampla e "desinteressada" – voltada não
apenas para a técnica, mas para o desenvolvimento humano integral.
Alem disso na sociedade civil (composta por instituições como sindicatos, igrejas e partidos),
a escola teria o papel de promover uma educação crítica, desenvolvendo nos alunos uma visão
cultural e histórica do seu papel na sociedade. Ele também defende uma disciplina
educacional que supere e promova o desenvolvimento da autonomia dos alunos.

Marx e Althusser
Educação e Dominação Ideológica

O filósofo francês, Louis Althusser filiou-se ao Partido Comunista. Tinha um pouco mais de
40 anos quando começou a ter grande reconhecimento por seu pensamento. Suas
preocupações iniciais versavam sobre a relação entre cristianismo e marxismo, enfatizando a
crítica de Hegel no pensamento de Marx. Althusser ministrava seminários de estudos
marxistas e já se desenhava como um dos intérpretes contemporâneos mais influentes do autor
de “O Capital”.
Louis Althusser aborda assim a educação sob uma ótica estruturalista, considerando-a um
“Aparelho Ideológico de Estado” (AIE).
Ele acredita que a escola, assim como a família, a igreja e a mídia, eram usadas para impor
nos indivíduos as ideologias dominantes da classe burguesa. Dessa forma, a educação serve
para perpetuar as relações de produção capitalista, assegurando que as classes sociais
mantenham seus papéis dentro da estrutura econômica.

Diferente de Gramsci, Althusser enfatiza que a escola não é um espaço de emancipação, mas
de adaptação e alienação. A educação, segundo ele, condiciona os indivíduos a aceitarem seus

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papéis sociais, formando desde cedo trabalhadores resignados e obedientes, preparados para
reproduzir o sistema econômico existente.
Na prática, isso ocorre desde a infância, onde a escola transmite não apenas conhecimentos
técnicos, mas também os valores ideológicos necessários para manter o capitalismo.
A educação incute nos futuros trabalhadores uma “consciência de classe” compatível com a
exploração, formando, ao mesmo tempo, gestores e dirigentes que darão continuidade à
estrutura de dominação.

Conclusão
Em virtude dos fatos mencionados, cada um dos autores marxistas vê a educação como um
terreno de disputa e transformação social, embora com perspetivas e ênfases diferentes,
através de cada teoria desenvolvida por cada filosofo com Karl Marx surgiam também várias
críticas.
Marx e Engels defendem a integração entre o ensino e o trabalho produtivos, acreditando
que o aprendizado prático e técnico ajudaria o proletariado a conquistar habilidades
necessárias para o controle dos processos de produção, criticando a “crítica a tudo o que há”,
Marx e Engels realizaram a crítica de conjunto ao modo capitalista de produção.
Gramsci vê a educação como um meio de criação de uma hegemonia proletária propondo a
"Escola Unitária", uma instituição educacional que incorpora princípios do trabalho industrial
sem reduzir o ensino a uma mera prática técnica.
Por sua vez, Althusser aborda a educação sob uma ótica estruturalista, considerando-a um
"Aparelho Ideológico de Estado", que serve para inculcar nos indivíduos as ideologias
dominantes da classe burguesa e perpetuar as relações de produção capitalista, onde critica o
“Aparelho Ideológico Escolar” e seus desdobramentos no que diz respeito à educação
brasileira.
Bakunin propôs uma educação integral que preparasse os indivíduos para a vida intelectual
e o trabalho material. No entanto, ele acreditava que q transformação económica e a revolução
sociopolítica eram os principais meios para construir uma sociedade com educação integral.
Dado o exposto, este legado marxista inspira a crítica sobre como a educação reflete e
reforça as desigualdades sociais e incentiva uma visão de ensino voltada para a transformação
da sociedade.

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Referências
https://repositorio.ual.pt/server/api/core/bitstreams/549ca041-8d10-4ce9-a880-
79624256c8fd/content

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/conceitos-marxismo.htm

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