Caderno de Resumos - II SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE PESSOAS SURDAS

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 73

CADERNO DE RESUMOS

II SEMINÁRIO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE
PESSOAS SURDAS

Porto Seguro (BA)


Outubro de 2024
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA - UFSB

Reitora: Prof.ª Dra. Joana Angélica Guimarães da Luz


Vice-reitor: Prof. Dr. Francisco José Gomes Mesquita
Pró-reitor de Extensão e Cultura: Prof. Dr. Hamilton Richard Alexandrino Ferreira dos Santos

Organizadores:
Daniane Pereira (UFSB)
Crisiane de Freitas Soares (UFPel)
Jaqson Alves Santos (UFSB)
Joeli Teixeira Antunes (Unimontes)
Jônatas Lino Rodrigues (Unimontes)
Liliane Pereira Barbosa (Unimontes)
Maria Alice Mota (Unimontes)
Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
Raimirys Costa Rocha (SME Brumado/BA)
Samuel Parrela Braga (Unimontes)

FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenação geral do evento

Daniane Pereira (UFSB)

Comissão organizadora

Ana Cristina Santos Peixoto (UFSB)


Antonio Alves Cavalcante Junior (UNIFESSPA)
Charlene Cardoso Andrade (SEE BA)
Cíntia Kelly Inês Freitas (UNIASSELVI)
Cláudia Gonçalves Magalhães (Unimontes)
Crisiane de Freitas Soares (UFPel)
Daiane Paula Soares Xavier (Unimontes)
Daniane Pereira (UFSB)
Diocles Igor Castro Pires Alves (IFBA)
Dilsa Maria Santos Carrera (UFSB)
Helen Rodrigues de Oliveira (UFSB)
Ivanildo Félix da Silva Júnior (UFSB)
Jacqueline de Souza Gomes (UFF)
Jaqueline França da Silva (PMVC/BA)
Jaqson Alves Santos (UFSB)
Joao Vitor Nascimento de Santana (UFSB)
Joeli Teixeira Antunes (Unimontes)
Jônatas Lino Rodrigues (Unimontes)
Kerson Kleber Espinola Pereira (UFSB)
Leandro de Oliveira Santos (UFSB)
Luiz Felipe Pontes Dias (UNIFESSPA)
Liliane Pereira Barbosa (Unimontes)
Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
Luciana Patrício Duarte Martins (Unimontes)
Mailson Matos Marques (UFVJM)
Maria Alice Mota (Unimontes)
Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
Mileide Santos Leite (IFBA)
Raimirys Costa Rocha (SME Brumado/BA)
Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares (UFVJM)
Samuel Parrela Braga (Unimontes)
Thaiana Ferreira dos Santos (UNEB)
Thiago Loyola Franco (UFMG)

Comissão científica

Ana Cristina Santos Peixoto (UFSB)


Antonio Alves Cavalcante Junior (UNIFESSPA)
Cláudia Gonçalves Magalhães (Unimontes)
Crisiane de Freitas Soares (UFPel)
Daniane Pereira (UFSB)
Diocles Igor Castro Pires Alves (IFBA)
Ivanildo Félix da Silva Júnior (UFSB)
Jaqson Alves Santos (UFSB)
Joeli Teixeira Antunes (Unimontes)
Liliane Pereira Barbosa (Unimontes)
Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
Luciana Patrício Duarte Martins (Unimontes)
Mailson Matos Marques (UFVJM)
Maria Alice Mota (Unimontes)
Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
Mileide Santos Leite (IFBA)
Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares (UFVJM)
Thaiana Ferreira dos Santos (UNEB)
Thiago Loyola Franco (UFMG)

Tradutores Intérpretes de Libras/LP:

Antonio Alves Cavalcante Junior (UNIFESSPA)


Charlene Cardoso Andrade (SEE BA)
Cíntia Kelly Inês Freitas (UNIASSELVI)
Crisiane de Freitas Soares (UFPel)
Daiane Paula Soares Xavier (Unimontes)
Helen Rodrigues de Oliveira
Jaqueline França da Silva (PMVC/BA)
Kerson Kleber Espinola Pereira (UFSB)
Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
Luiz Felipe Pontes Dias (UNIFESSPA)
Mailson Matos Marques (UFVJM)
Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
Mileide Santos Leite (IFBA)
Raimirys Costa Rocha (SME Brumado/BA)
Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares (UFVJM)
Thaiana Ferreira dos Santos (UNEB)
Thiago Loyola Franco (UFMG)

Equipe de monitores

Dilsa Maria Santos Carrera (UFSB)


Isabela Rodrigues da Silva (UFSB)
Kenzo Silva Yamakoshi (UFSB)
Jamile Alexandrino dos Santos (UFSB)
Joao Vitor Nascimento de Santana (UFSB)
Jônatas Lino Rodrigues (Unimontes)
Leandro de Oliveira Santos (UFSB)
Letícia Andrade Elesbão (UFSB)
Lusinete Maria Dantas (UFSB)
Marcia Gabrielle Brito Mascarenhas (UFSB/CJA)
Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
Roseane Macedo dos Santos (UFSB)
Simone Morais de Oliveira (UFSB)
Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)
Equipe de Arte

Samuel Parrela Braga


Leandro de Oliveira Santos
Equipe de Editoração

Daniane Pereira
Maria Alice Mota
Jônatas Lino Rodrigues
Samuel Parrela Braga

Realização

Grupo de Estudos em Língua de Sinais Brasileira (GELIS) da Universidade Federal do Sul da


Bahia (UFSB).
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO................................................................................................................. .........................................9
PROGRAMAÇÃO.................................................................................................................. ......................................10

LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA, SOCIEDADE E INTERAÇÃO

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS EM RELAÇÃO A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DOS SURDOS


NEGROS: UM ESTUDO SOBRE PERFORMATIVIDADE....................................................................................16
Luana Isabel Gonçalves de Lima

CONFLITOS ENTRE SURDOS E INTÉRPRETES: A "VILANIA" NOS PAPÉIS EM SITUAÇÕES DE


INTERPRETAÇÃO. ....................................................................................................................................................17
Karina de Souza Borges Lima

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PARA PESSOAS SURDAS......................18


Daniane Pereira, Mailson Matos Marques e Raimirys Costa Rocha

EDUCAÇÃO SOBRE SEXUALIDADE PARA ALUNOS SURDOS: A LIBRAS COMO LÍNGUA DE


INSTRUÇÃO E CONFORTO PARA O DIÁLOGO.......................................................................................... ........19
Karolina Santos e Neiva de Aquino Albres

INTERSUBJETIVIDADE E LINGUAGEM NO SUJEITO SURDO.......................................................................20


Daniane Pereira, Joeli Teixeira Antunes e Martha Daniele Santos

LIBRAS, LITERATURA SURDA E A INTERAÇÃO SOCIAL: UM ESTUDO DE O FEIJÃOZINHO


SURDO........................................................................................................................ ...................................................21
Joeli Teixeira Antunes, Carlos Antonio Jacinto, Taísa Aparecida Carvalho Sales e Crisiane de Freitas Soares

SOLIDÃO, LETRAMENTO AFETIVO E APRENDIZAGEM SOCIOEMOCIONAL: RELAÇÕES ENTRE


PESSOAS SURDAS E TILSP....................................................................................................... ................................22
Martha Daniele Santos, Daniane Pereira, Simone Rodrigues Luz Lima e Raimirys Costa Rocha

TRADUÇÃO COMENTADA COMO FERRAMENTA DE INTERAÇÃO SOCIAL: MAPA DAS


PUBLICAÇÕES REALIZADAS EM PERIÓDICOS NACIONAIS DE 1997 A 2024.............................................23
Victor Hugo Lima Nazário e Neiva de Aquino Albres

LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA, MÍDIA E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

A CONSTRUÇÃO DA MATERIALIDADE VÍDEO: UMA TRADUÇÃO COMENTADA DA POESIA “JOGO


DE BOLA” DE CECÍLIA MEIRELES PARA LIBRAS............................................................................................25
Neiva de Aquino Albres, Elaine Aparecida de Oliveira da Silva e Carlos Magno Leonel Terrazas

A EDUCAÇÃO MUSICAL DE SUJEITOS SURDOS: DESMITIFICANDO A RELAÇÃO COM O SOM POR


MEIO DE PARTITURAS COLORIDAS E INSTRUMENTOS ALTERNATIVOS..............................................26
Maria Luciene Silva Chagas e Antonio Alves Cavalcante Junior

A INTERNET E A LIBRAS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO PARA AS PESSOAS SURDAS.............27


Simone Rodrigues Luz Lima

A POESIA DE MULHERES SURDAS: ARTE E AUTORIA NA CONDIÇÃO DO SILENCIAMENTO


TRANSGREDIDO PELA LÍNGUA DE SINAIS........................................................................................................28
Neiva de Aquino Albres

DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO ENSINO REMOTO..............................29


Crisiane de Freitas Soares, Antonio Alves Cavalcante Junior, João Vitor Nascimento de Santana e Cláudia Gonçalves
Magalhães
EXPANSÃO BILÍNGUE E PERSONALIZADA: EXPLORANDO PLATAFORMAS DE APRENDIZAGEM
ONLINE PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ESCRITA PARA SURDOS......................................30
Mailson Matos Marques

IMPACTO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA APRENDIZAGEM DE SURDOS: UMA ANÁLISE


DO USO DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA.....................................................................................................31
Taynan Alécio da Silva e Ivanilda de Almeida Meira Novais

IMPORTÂNCIA DAS GRAVAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: DISSEMINAÇÃO


DA LIBRAS NAS REDES SOCIAIS...........................................................................................................................32
José Arnor de Lima Júnior, Indira Simionatto Stedile Assis Moura e Sédina dos Santos Jales Ferreira

PLATAFORMAS DIGITAIS NO ENSINO DE SURDOS: REQUISITOS E IMPACTOS....................................33


Alba Valéria Rodrigues Araújo Freire e Cícera Aparecida Lima Malheiro

TECNOLOGIA E SUA RELAÇAO COM ALUNOS SURDOS...............................................................................34


Leticia Andrade Elesbão

LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA E EDUCAÇÃO

A CRIANÇA SURDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O SOCIOINTERACIONISMO E A AQUISIÇÃO DA


LINGUAGEM. .................................................................................................................. ............................................36
Maria Gabriela da Silva

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA COM ALUNOS SURDOS.........................................................................37


Vanessa Adriana Pozzebom e Luciane Schutz Kruche

A INVISIBILIDADE DO ALUNO SURDO NO AMBIENTE EDUCACIONAL DIANTE DA PRESENÇA DO


INTÉRPRETE................................................................................................................... ............................................38
Gilberto Rodrigues da Silva

A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA A ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS:


O CASO DA UFRB............................................................................................................... .........................................39
Emmanuelle Félix dos Santos e Nanci Rodrigues Orrico

A UTILIZAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS ESCRITO COMO


SEGUNDA LÍNGUA PARA ESTUDANTES SURDOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DO ENSINO SUPERIOR
NAS ESCOLAS BRASILEIRAS..................................................................................................................................40
Greyd Cardoso Mattos, Maraísa Kíssila Oliveira Fernandes e Camila de Carvalho Mendonça Assis

AUTORRELATOS DE TRANSFORMAÇÃO: A UTILIZAÇÃO DA LIBRAS NO AEE EM OLHO D'ÁGUA


(PB)......................................................................................................................... ........................................................41
Camila Pereira de Almeida e Jaqson Alves Santos

BILINGUISMO EM SALA DE AULA: PROJEÇÕES E EXPECTATIVAS..........................................................42


José Arnor de Lima Júnior, Indira Simionatto Stedile Assis Moura e Sédina dos Santos Jales Ferreira

BILINGUISMO NA SALA DE AULA INCLUSIVA: O LÚDICO NA INTERAÇÃO ENTRE OS PARES.........43


Keissy Sibelly Morais Limite

CARTO-GRAFAR JOGOS PEDAGÓGICOS NO ENSINO DE LIBRAS NO CURSO DE LETRAS..................44


Danilly Lorrane Pantoja Furtado e José Orlando Ferreira de Miranda Junior

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA EM LÍNGUA DE SINAIS E TRADUÇÃO PARA CRIANÇAS SURDAS............45


Maria José Ruiz González

CUIDADOS COM O CORPO E ROTINA: CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS ACESSÍVEIS PARA


CRIANÇAS SURDAS EM PROCESSO DE AQUISIÇÃO LINGUÍSTICA............................................................46
Cíntia Kelly Inês Freitas

CURSO BÁSICO DE ESCRITA DE SINAIS (SIGNWRITING) PARA SURDOS: RELATO DE


EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO PRIMEIRO CURSO DE FORMAÇÃO PRESENCIAL DE
SIGNWRITING PARA SURDOS NO ESTADO DO MARANHÃO........................................................................47
Rubens Ramos de Almeida, Valerie Sutton, Léa Cristina Ferreira Santos e Carlos Antonio Jacinto

DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS SURDOS: A VALORIZAÇÃO DA LIBRAS NO


CONTEXTO EDUCACIONAL DE MARABÁ-PA...................................................................................................48
Nadia de Oliveira Lima, Tania Regina da Silva Romano e Antonio Alves Cavalcante Junior

DESENHANDO SENTIDOS: IMAGENS COMO PONTE PARA O ENSINO DA LIBRAS EM CRIANÇAS


SURDAS....................................................................................................................... ..................................................49
Andressa Mouana de Freita Rodrigues, Gabriella Araújo Silva, Luiz Felipe Pontes Dias e Antonio Alves Cavalcante
Junior

DO SILÊNCIO AO SIGNIFICADO: DESAFIOS DA AQUISIÇÃO LINGUÍSTICA BILÍNGUE PARA


SURDOS EM MARABÁ....................................................................................................................... ........................50
Gabriella Araújo Silva, Andressa Mouana de Freita Rodrigues, Luiz Felipe Pontes Dias e Antonio Alves Cavalcante
Junior

EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS: DISCURSOS E PRÁTICAS....................................................................51


Cléria Martins Lino e Silva e Wellington Jhonner Divino Barbosa da Silva

EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA ALUNOS SURDOS: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DA


MATEMÁTICA NA ESCOLA REGULAR................................................................................................................52
Lidiane Nogueira da Silva, Greyd Cardoso Mattos e Maraísa Kíssila Oliveira Fernandes

ENSINO DE LIBRAS NO CURSO DE LETRAS: POSSIBILIDADES E LIMITES..............................................53


Danilly Lorrane Pantoja Furtado, Eldiane Pacheco de Medeiros e José Orlando Ferreira de Miranda Junior

ENSINO DE PORTUGUÊS PARA SURDOS:UMA EXPERIÊNCIA DE LETRAMENTO BILÍNGUE NO


ENSINO MÉDIO SOB A ÓTICA DO CURRÍCULO BILÍNGUE............................................................................54
Camila de Carvalho Mendonça Assis

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO A ALUNOS


SURDOS....................................................................................................................... ..................................................55
Gilberto Rodrigues da Silva

IMPLEMENTAÇÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA NO ENSINO FUNDAMENTAL: DESENHO


UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM COMO FERRAMENTA INCLUSIVA.............................................56
Antonio Alves Cavalcante Junior, Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares, Carlos Antonio Jacinto e Jaqueline
França da Silva

LITERATURA SURDA ESCRITA (SIGNWRITING/PORTUGUÊS): CONSIDERAÇÕES ACERCA DE


DUAS OBRAS BILÍNGUES À LUZ DA MULTIMODALIDADE...........................................................................57
Carlos Antonio Jacinto, Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis, Rubens Ramos de Almeida e Samuel Parrela Braga

LUDICIDADE E INCLUSÃO: A CRIAÇÃO DE JOGOS EM LIBRAS COMO FERRAMENTA


PEDAGÓGICA NO ENSINO DE ALUNOS SURDOS..............................................................................................58
Jaqson Alves Santos

MATERIAIS DIDÁTICOS ACESSÍVEIS PARA A EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS: DESAFIOS E


PERSPECTIVAS INCLUSIVAS NA REDE PÚBLICA DE MARABÁ-PA............................................................59
Luiz Felipe Pontes Dias, Crisiane de Freitas Soares, Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis e Antonio Alves Cavalcante
Junior

METODOLOGIA MULTISSEMIÓTICA PARA O ENSINO DE DIVISÃO SILÁBICA: ABORDAGEM


VISUAL NA EDUCAÇÃO DE SURDOS....................................................................................................................60
David do Carmo Oliveira, Sarah Rayane Cabral Morais, William Jônatas Vidal Coutinho e Antonio Alves Cavalcante
Junior

METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LIBRAS PARA CRIANÇAS SURDAS EM IDADE ESCOLAR- NA


ÓTICA DA REVISÃO INTEGRATIVA.....................................................................................................................61
Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis, Luiz Felipe Pontes Dias, Cíntia Kelly Inês Freitas e Rubens Ramos de Almeida

O DIREITO À EDUCAÇÃO BILÍNGUE DAS PESSOAS SURDAS À LUZ DOS ACÓRDÃOS DO TJSP x
TJSC......................................................................................................................... ......................................................62
Samuel dos Santos Silva Jesus

O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA NA MODALIDADE ESCRITA PARA ALUNOS


SURDOS DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE NA PERSPECTIVA DOS MULTILETRAMENTOS...........63
Camila de Carvalho Mendonça Assis e Greyd Cardoso Mattos

O JOGO DA MEMÓRIA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE LIBRAS: UM ESTUDO


DE CASO COM ALUNOS OUVINTES DO 9º ANO.................................................................................................64
Aline Carla de Freitas Lopes Barichello e Jaqson Alves Santos

O SERVIÇO DE INTERPRETAÇÃO DO PAR LINGUÍSTICO LIBRAS- PORTUGUÊS DENTRO DO


CAMPUS DE ABAETETUBA/UFPA: A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS SURDOS...............................................65
Keiliane dos Passos Goes, Wevellyn Kethelyn Pinheiro Lobato, Fábio da Silva Pereira e Márcia Monteiro Carvalho

OS DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS COMO MODALIDADE DE


ENSINO NA LBD.......................................................................................................................................... ................65
Darlem Herciton dos Reis Lopes, Carolina Furtado Farias e Ricardo Janoario

PEDAGOGIAS INOVADORAS NO ENSINO DE BIOLOGIA PARA ALUNOS SURDOS: EXPLORANDO


PRÁTICAS EDUCACIONAIS....................................................................................................................................67
Luana Miglio Sales e Antonio Alves Cavalcante Junior

PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE ASL EM ESCOLAS BILÍNGUE DE SURDOS..................68


Lucas Ferreira da Silva e Felipe de Almeida Coura

UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA LENDA DO UIRAPURU NA LITERATURA SURDA...........................69


Taísa Aparecida Carvalho Sales, Carmen Elisabete de Oliveira, Simone Rodrigues Luz Lima e Luciana Patrício Duarte
Martins

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE AS VISÕES DE SURDEZ EM POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NO BRASIL..70


Mikael Sousa Silva e Thiago Loyola Franco
APRESENTAÇÃO

O II SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE PESSOAS SURDAS foi


organizado pelo Grupo de Estudos em Língua de Sinais Brasileira (GELIS) da Universidade Federal
do Sul da Bahia (UFSB), coordenado pela prof.ª Daniane Pereira.

Em sua segunda edição, o objetivo do evento foi congregar professores e acadêmicos da área de Letras
e Educação, tradutores, intérpretes (pessoas surdas e ouvintes) e demais interessados em refletir e
discutir sobre aspectos que envolvem a língua de sinais, tais como: aspectos linguísticos; contato de
línguas; bilinguismo; aquisição de L2; aquisição da LSB; oralidade e escrita de LSB, políticas
linguísticas voltadas às pessoas surdas; tradução e interpretação; processo de ensino e aprendizagem
como primeira (L1) e segunda língua (L2). Desta forma, o GELIS, através do II SEMINÁRIO
NACIONAL DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE PESSOAS SURDAS, atua como meio de promover o
uso e a difusão da Língua de Sinais Brasileira (LSB), contribuindo, também, para a formação de
profissionais bilíngues que colaborem para o processo de educação bilíngue para surdos no sistema
educacional brasileiro, com igualdade e equidade de direitos à Comunidade Surda.

O evento, que ocorreu entre os dias 29 e 31 de outubro de 2024, em formato remoto, reuniu graduandos,
pós-graduandos, professores e demais pesquisadores da UFSB e de outras instituições de diversos
estados brasileiros. Reuniu aproximadamente 506 participantes, 53 trabalhos apresentados e 11
convidados. A programação contou com atividades no matutino, vespertino e noturno, entre
minicursos, workshops, palestras, relatos de experiências e apresentação de trabalhos científicos.

Os resumos aprovados para o II SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE


PESSOAS SURDAS estão reunidos neste Caderno de Resumos, organizados nos seguintes eixos
temáticos: Língua de Sinais Brasileira, sociedade e interação; Língua de Sinais Brasileira, mídias e
tecnologias educacionais; Língua de Sinais Brasileira e educação.

Por fim, enfatiza-se que o evento proporcionou um real intercâmbio de conhecimentos aos graduandos,
pós-graduandos, professores, pesquisadores e convidados, favorecendo a propagação da pesquisa, do
ensino e da extensão no âmbito da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Até a próxima edição!

Desejamos uma boa leitura!

A Comissão Organizadora

9
PROGRAMAÇÃO

29 de outubro de 2024 (terça-feira)

Manhã (9h00min às 12h00min): Apresentação de trabalhos

Mediadores: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB)


Prof. Me. Jaqson Alves Santos (UFSB)
Prof.ª Dr.ª Joeli Teixeira Antunes (Unimontes)
Monitor(a):
1. Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
2. Roseane Macedo dos Santos (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Mailson Matos Marques (UFVJM)
2. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
3. Mileide Santos Leite (IFBA)

Tarde (13h00min às 17h00min):


1- Minicurso: Pesquisa em bases de dados com ênfase na educação bilíngue de surdos

Ministrantes: Prof.ª Dr.ª Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares (UFVJM)


Prof.ª Ma. Cláudia Gonçalves Magalhães (Unimontes)

Monitoras:
1. Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
2. Letícia Andrade Elesbão (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
2. Thaiana Ferreira dos Santos (UNEB)
3. Luiz Felipe Pontes Dias (UNIFESSPA)

2- Minicurso: Letramento literário para surdos: sequências exemplares

Ministrante: Prof.ª Ma. Taísa Aparecida Carvalho Sales (UFG)

Monitora:
1. Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Jaqueline França da Silva (PMVC/BA)
2. Kerson Kleber Espinola Pereira (UFSB)
3. Leni Aparecida Rabelo da Silva Mendes (Unimontes)
4. Mailson Matos Marques (UFVJM)

Noite (19h00min às 20h00min): Palestra: “Educação bilíngue de surdos e LDB”

10
Palestrante: Prof.ª Dr.ª Sônia Marta de Oliveira (SME BH/MG)

Mediadora: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB)

Monitoras:
1. Dilsa Maria Santos Carrera (UFSB)
2. Simone Morais de Oliveira (UFSB)
3. Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Antonio Alves Cavalcante Junior (UNIFESSPA)
2. Charlene cardoso Andrade (SEE BA)
3. Cíntia Kelly Inês Freitas (UNIASSELVI)
4. Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
5. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
6. Raimirys Costa Rocha (SME Brumado/BA)

30 de outubro de 2024 (quarta-feira)

Manhã (9h00min às 12h00min): Apresentação de trabalhos

Mediadores: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB)


Prof. Me. Jaqson Alves Santos (UFSB)
Prof.ª Dr.ª Joeli Teixeira Antunes (Unimontes)

Monitor(a):
1. Martha Daniele Santos (Cefet RJ)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


3. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
4. Mileide Santos Leite (IFBA)
Tarde (13h00min às 17h00min):
1- Workshop: Bilinguismo na sala de aula inclusiva: o lúdico na interação entre os pares

Ministrante: Prof.ª Ma. Keissy Sibelly Morais Limite (INES)

Monitoras:
1. Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
2. Letícia Andrade Elesbão (UFSB)
3. Jamile Alexandrino dos Santos (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Charlene cardoso Andrade (SEE BA)
2. Kerson Kleber Espinola Pereira (UFSB)
3. Leni Aparecida Rabelo da Silva Mendes (Unimontes)
4. Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
5. Thaiana Ferreira dos Santos (UNEB)

11
2- Minicurso: Escrita da Língua de Sinais Brasileira em SignWriting

Ministrante: Prof. Esp. Rubens Ramos de Almeida (SEDUC-MA)

Monitora:
1. Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)
2. Roseane Macedo dos Santos (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Jaqueline França da Silva (PMVC/BA)
2. Luiz Felipe Pontes Dias (UNIFESSPA)
3. Mailson Matos Marques (UFVJM)
4. Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares (UFVJM)
5. Thiago Loyola Franco (UFMG)

Noite (19h00min às 20h00min): Palestra: “Modalidade bilíngue de ensino de surdos e os novos


desafios para sua implantação: currículo e avaliação do ensino em Libras”

Palestrante: Prof.ª Dr.ª Vanessa Regina de Oliveira Martins (UFSCar)

Mediadora: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB)

Monitoras:
1. Dilsa Maria Santos Carrera (UFSB)
2. Isabela Rodrigues da Silva (UFSB)
3. Simone Morais de Oliveira (UFSB)
4. Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Antonio Alves Cavalcante Junior (UNIFESSPA)
2. Cíntia Kelly Inês Freitas (UNIASSELVI)
3. Crisiane de Freitas Soares (UFPel)
4. Helen Rodrigues de Oliveira (UFSB)
5. Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
6. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)

31 de outubro de 2024 (quinta-feira)

Manhã (9h00min às 12h00min): Apresentação de trabalhos

Mediadores: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB)


Prof. Me. Jaqson Alves Santos (UFSB)
Prof.ª Dr.ª Joeli Teixeira Antunes (Unimontes)
Monitoras:
1. Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
2. Letícia Andrade Elesbão (UFSB)
3. Jamile Alexandrino dos Santos (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:

12
1. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
2. Mileide Santos Leite (IFBA)

Tarde (13h00min às 17h00min):


1- Minicurso: Estratégias de Ensino de Língua Portuguesa na modalidade escrita para surdos

Ministrante: Prof.ª Esp. Natane Pereira da Silva Gonçalves (SEE MG)

Monitora:
1. Martha Daniele Santos (Cefet RJ)
2. Roseane Macedo dos Santos (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Helen Rodrigues de Oliveira (UFSB)
2. Jaqueline França da Silva (PMVC/BA)
3. Kerson Kleber Espinola Pereira (UFSB)
4. Leni Aparecida Rabelo da Silva Mendes (Unimontes)
5. Luana Isabel Gonçalves de Lima (UFV)
6. Thaiana Ferreira dos Santos (UNEB)
7. Thiago Loyola Franco (UFMG)

2- Minicurso: Descobrindo a Libras

Ministrantes: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB), Prof.ª Dr.ª Joeli Teixeira Antunes (Unimontes),
Prof.ª Ma. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes), Prof.ª Esp. Raimirys Costa Rocha
(SME Brumado/BA) e Prof.ª Esp. Claudineia Gonçalves dos Santos (Unimontes)

Monitora:
1. Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)

Noite (19h00min às 20h00min): Palestra: “Surdos sul-americanos e o ensino superior”

Palestrante: Prof.ª Dr.ª Keli Krause (UNIPAMPA)

Mediadora: Prof.ª Ma. Daniane Pereira (UFSB)

Monitoras:
1. Dilsa Maria Santos Carrera (UFSB)
2. Isabela Rodrigues da Silva (UFSB)
3. Simone Morais de Oliveira (UFSB)
4. Simone Rodrigues Luz Lima (UFSB)

Tradutor(a) Intérprete de Libras/LP:


1. Antonio Alves Cavalcante Junior (UNIFESSPA)
2. Charlene cardoso Andrade (SEE BA)
3. Cíntia Kelly Inês Freitas (UNIASSELVI)
4. Luiz Felipe Pontes Dias (UNIFESSPA)

13
5. Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis (Unimontes)
6. Raimirys Costa Rocha (SME Brumado/BA)
7. Thiago Loyola Franco (UFMG)

14
EIXO 1
LÍNGUA DE SINAIS
BRASILEIRA,
SOCIEDADE E
INTERAÇÃO

15
A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS EM RELAÇÃO A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
DOS SURDOS NEGROS: UM ESTUDO SOBRE PERFORMATIVIDADE

Luana Isabel Gonçalves de Lima


[email protected]
Universidade Federal de Viçosa - UFV

RESUMO: Esta pesquisa pretende verificar se os negros surdos performatizam a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) de acordo com sua construção identitária, étnico racial e o impacto da língua. A
discussão volta-se a partir de dois momentos específicos: 1) - Apresentar os estudos que abordam a
Linguística Aplicada Transgressiva desenvolvida por Pennycook (2006) em diálogo com os Estudos
Culturais de Hall (1997); 2) - Verificar a possibilidade de uma sinalização ou sinais próprios dos negros
surdos. Ao refletirmos sobre essa temática, podemos fazer a seguinte indagação: Os sujeitos negros
surdos performatizam a Libras conforme a sua identidade étnico racial? Para responder ao problema
da pesquisa, este estudo se baseia nos pressupostos teóricos do campo da Linguística Aplicada, Crítica
e Transgressiva em consonância com os Estudos Culturais que abordam as concepções de surdez,
identidades, performatividade e racialidade. Como procedimentos metodológicos, dentro da
abordagem qualitativa, utilizamos a pesquisa etnográfica e o estudo de caso, e para alcançar os
objetivos propostos, a técnica escolhida para a geração de dados foi a entrevista semiestruturada. Para
complementar a pesquisa foram realizadas entrevistas com Tradutores e Intérpretes de Libras/Língua
Portuguesa, concebidas como narrativas dentro desse trabalho como teor memorialístico, onde foi
realizado uma pergunta geradora para que fosse desenvolvido de forma livre, sobre a temática voltada
para o racismo dentro do ambiente de trabalho. Dos resultados alcançados, os sujeitos negros surdos
performatizam a Libras diferente por serem negros e pela questão social, voltada ao acesso
educacional, por serem de famílias de baixa renda, o não acesso à escolarização e a falta de
acessibilidade para esses sujeitos. Desse modo, o impacto está diretamente relacionado às
comunidades surdas, pelo fato da presença dos Tradutores e Intérpretes de Libras/Língua Portuguesa
no ambiente escolar ser escassa, e quando tratamos de escolas periféricas a escassez é ainda maior.
Além disso, a maioria dos surdos nasce em famílias ouvintes e a aquisição da Libras acontece de forma
tardia.

Palavras-chave: Identidade; Libras; Negros Surdos; Performatividade.

16
CONFLITOS ENTRE SURDOS E INTÉRPRETES: A "VILANIA" NOS PAPÉIS EM
SITUAÇÕES DE INTERPRETAÇÃO

Karina de Souza Borges Lima


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

RESUMO: Esta pesquisa que ocorreu no nível de mestrado no Programa de Pós-Graduação em


Estudos da Tradução (PGET/UFSC) teve como objetivo examinar como os participantes (intérpretes
de Libras-Português), avaliam os conflitos que surgem em contextos de interpretação com base no
Sistema de Avaliatividade (Martin; White, 2005), mais especificamente no Subsistema de Atitude
(afeto, julgamento e apreciação). Utilizamos como base teórica e metodológica a Linguística
Sistêmico-Funcional (Halliday; Matthiessen, 2004; Fuzer; Cabral, 2014). Além disso, abordamos as
trajetórias de surdos e intérpretes (Santos, 2006; Strobel, 2009; Ramos, 2011; Brito, 2013), os efeitos
da modalidade de línguas de sinais na interpretação e os papéis presumidos nesta interação (Lourenço,
2015; Witter-Merithew, 1986; Napier; Rohan, 2007), o conceito de conflito (Bercovitch; Kremenyuk;
Zartman, 2009; Giddens; Sutton, 2016) e como ele se manifesta nas relações entre intérpretes e surdos
(Grosjean, 1982; Bienvenu, 1989; Robinson, Sheneman; Henner, 2020). A abordagem metodológica
da pesquisa é quantiqualitativa e empregou como método de coleta de dados um questionário aberto e
fechado e uma entrevista com um grupo focal reflexivo. A análise dos dados coletados de três
participantes do grupo focal revelou que as avaliações referentes às atitudes de maior recorrência estão
ligadas a Julgamentos de Estima Social por Capacidade e Normalidade, ambos de dimensão negativa.
Também, que o âmbito educacional é o mais recorrente nos conflitos relatados. Com respeito às
relações entre clientes surdos e intérpretes concluímos que apresentam desequilíbrios ligados
principalmente à flutuação de poder entre os interactantes, e à falta de clareza dos papéis que cada um
ocupa na interação. Além disso, manifestaram-se como dinâmicas de conflito: (a) Postura e atuação
opressora antiética e coercitiva; (b) Interrupção da interpretação; (c) Abandono do ambiente frente às
negativas, (d) Atitude reativa a fim de obter vantagem, e (e) Feedback negativo não assertivo. Em
relação às causas dos conflitos foram identificadas: (a) Assimetrias de Poder; (b) Atitudes Opressoras;
(c) Capacitismo tóxico, e (d) Expectativas frustradas em relação aos papéis.

Palavras-chave: Interpretação; Conflito; Linguística Sistêmico-Funcional; Metafunção Interpessoal;


Sistema de Avaliatividade.

17
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PARA PESSOAS
SURDAS

Daniane Pereira
[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

Mailson Matos Marques


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Raimirys Costa Rocha


[email protected]
Secretaria Municipal de Educação de Brumado/Bahia - SME Brumado BA

RESUMO: O intuito deste texto é discutir as políticas linguísticas voltadas para pessoas surdas,
analisando os desafios e as perspectivas dessas políticas, através de pesquisa bibliográfica (Gil, 2007).
Oliveira (2016), comenta sobre a importância das políticas linguísticas para grupos minoritários,
devido a língua influenciar a identidade cultural, possibilitar a comunicação e preservar tradições,
conhecimentos, modos de vida, o acesso à educação, ao mercado de trabalho e a garantia de que as
crianças aprendam a língua materna, o que é crucial para seu desenvolvimento cognitivo e acadêmico.
Para ele, as políticas linguísticas estão relacionadas à inclusão social e a cidadania plena, permitindo
que todas as pessoas possam participar na vida social e política. Corroborando com o exposto, Quadros
e Lillo-Martin (2021) afirmam que no caso das pessoas surdas, essas políticas são mais importantes
porque as línguas de sinais, como a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou Língua de Sinais Brasileira
(LSB), são as línguas naturais das comunidades surdas, influenciando em sua identidade cultural e
social. No entanto, segundo as autoras, essas pessoas enfrentam desafios devido à marginalização
histórica de suas línguas. A pesquisa aborda a importância do reconhecimento da língua de sinais, a
educação bilíngue, e as barreiras sociais e legais enfrentadas pelas comunidades surdas (Quadros;
Lillo-Martin, 2021). Apresenta uma análise crítica das políticas linguísticas para pessoas surdas, com
foco em avanços e desafios. A história das políticas linguísticas para sujeitos surdos reflete uma
trajetória de desafios e conquistas (Oliveira, 2016). Desde a marginalização inicial e o retrocesso
imposto pelo Congresso de Milão, até o renascimento das línguas de sinais e seu reconhecimento legal,
as políticas linguísticas para sujeitos surdos têm evoluído para promover maior inclusão e equidade
(Rodrigues; Silvério, 2013). Concluímos, portanto, que a educação bilíngue e o reconhecimento das
línguas de sinais como meios legítimos de comunicação são avanços importantes, mas ainda há um
longo caminho a percorrer para garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso pleno aos seus
direitos linguísticos e possam participar plenamente da sociedade.

Palavras-chave: Direito Linguístico; Educação Bilíngue; Língua de Sinais Brasileira; Política


Linguística; Surdos.

18
EDUCAÇÃO SOBRE SEXUALIDADE PARA ALUNOS SURDOS: A LIBRAS COMO
LÍNGUA DE INSTRUÇÃO E CONFORTO PARA O DIÁLOGO

Karolina Santos
[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Neiva de Aquino Albres


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

RESUMO: Neste estudo propõe-se uma análise do contexto da educação sobre sexualidade para
pessoas surdas, refletindo a construção histórica das pesquisas com esse objeto de estudo. O objetivo
geral é quantificar as publicações científicas e identificar as tendências de estudos nessa área, avaliar
o estado atual das pesquisas. Como objetivos específicos, delineamos: desenvolver o levantamento em
diferentes plataformas de busca (bancos de dados artigos e repositórios institucionais acadêmicos);
categorizar os tipos de publicações em artigos, trabalhos de conclusão de curso, capítulos de livros e
livros. As questões levantadas são: Quais temas abordados da educação sobre sexualidade para pessoas
surdas? Em que perspectiva teórica se fundamentam essas pesquisas? Qual a contribuição para a
educação de surdos? Fundamentadas na perspectiva dialógica do discurso de Bakhtin e do círculo
(2006, 2008), refletimos sobre a organização da sociedade, os discursos dos pesquisadores. Delineia-
se como método uma revisão sistemática de pesquisas publicados entre 2005 e 2024. Selecionados 18
trabalhos, analisados a partir de sua intersecção com a educação, classificados segundo critérios
institucionais, cronológico, e área de conhecimento. Nesse sentido, adotamos como palavras de busca
estas três áreas: educação sexual e Libras, educação sobre sexualidade e Libras. Constatamos que os
autores empregam os termos educação sexual ou orientação sexual, educação e sexualidade, focando
principalmente na discussão sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis ou sobre o
comportamento dos jovens surdos. Identificamos que pouco se tem estudados sobre a “orientação
sexual” no sentido de diversidade sexual e uma educação democrática e empática com as diferenças.
Como resultado, constatou-se a predominância de artigos empíricos e de natureza qualitativa. Há
preferência pela análise dos discursos e comportamentos dos surdos, configurando lacuna de pesquisa
o tema das práticas pedagógicas em uma perspectiva de educação sobre a sexualidade. As
contribuições deste estudo residem na apresentação de frentes de pesquisa, cujo propósito maior é
auxiliar o desenvolvimento teórico e empírico da educação de surdos humana, diversa e aberta.
Consideramos ser necessário dois pontos de trabalho, um relacionado à prevenção de doenças e outros
relacionado a discussão e compreensão da diversidade sexual.

Palavras-chave: Dialogismo; Discurso; Educação sobre Sexualidade; Libras.

19
INTERSUBJETIVIDADE E LINGUAGEM NO SUJEITO SURDO

Daniane Pereira
[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia -UFSB

Joeli Teixeira Antunes


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

Martha Daniele Santos


[email protected]
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - Cefet RJ

RESUMO: O objetivo deste texto é discutir a relação entre linguagem e intersubjetividade no sujeito
surdo. Relação que envolve uma complexa intersecção entre identidade, cultura e comunicação.
Segundo Quadros e Lillo-Martin (2021), a intersubjetividade na comunicação surda é mediada pela
língua de sinais, que não só possibilita a troca de informações, mas também a construção de uma
identidade cultural e social única. Isto posto, aborda-se o papel fundamental que a língua de sinais
desempenha, de acordo com Skliar (2013), não apenas como um meio de comunicação, mas também
como um componente essencial da identidade cultural das pessoas surdas. Assim, conforme Busch
(2019), destaca-se a interação do sujeito surdo com o mundo, sendo esta, profundamente influenciada
pela linguagem visual-gestual, que difere das convenções linguísticas da sociedade majoritariamente
ouvinte. Portanto, a língua de sinais é vital para a construção de uma identidade surda positiva, como
prega Quadros (2021), proporcionando um sentido de pertencimento e uma plataforma para a
resistência cultural diante das práticas de oralização. Deste modo, nota-se que a intersubjetividade na
comunicação surda é enriquecida pela língua de sinais, que facilita a troca de significados e a
construção de um espaço de entendimento mútuo, como afirmam Quadros et al. (2018). Diante disto,
observa-se que a comunidade surda valoriza a língua de sinais não apenas como um meio de
comunicação, mas como um símbolo de identidade cultural, essencial para a integração social e a
formação de uma identidade coletiva, consoante Perlin (2000). A metodologia adotada para este estudo
foi a abordagem qualitativa (Gil, 2008). Nesse contexto, a pesquisa bibliográfica foi escolhida como
procedimento metodológico principal (Sousa; Oliveira; Alves, 2021). Com isto, concluímos que ao
valorizar diferentes formas de comunicação e reconhecer a diversidade linguística, é possível construir
uma sociedade mais inclusiva, onde todos possam expressar suas identidades de forma plena e
autêntica, contribuindo para uma maior coesão social e uma compreensão mútua mais profunda.

Palavras-chave: Intersubjetividade; Língua de Sinais Brasileira; Linguagem; Surdos.

20
LIBRAS, LITERATURA SURDA E A INTERAÇÃO SOCIAL: UM ESTUDO DE O
FEIJÃOZINHO SURDO

Joeli Teixeira Antunes


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

Carlos Antonio Jacinto


[email protected]
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Taísa Aparecida Carvalho Sales


[email protected]
Universidade Federal de Goiás - UFG

Crisiane de Freitas Soares


[email protected]
Universidade Federal de Pelotas - UFPel

RESUMO: Investigar o papel da literatura surda, com foco no livro Feijãozinho Surdo, no processo
de interação social e construção identitária do aluno surdo justifica-se pela relevância em compreender
como essas narrativas impactam a formação de uma sociedade mais justa, acessível e inclusiva. A
partir dessa perspectiva, questiona-se: de que maneira a literatura surda, exemplificada por Feijãozinho
Surdo, pode contribuir para a interação social entre crianças surdas e ouvintes e favorecer a construção
de uma identidade surda crítica, além de reduzir o preconceito linguístico no contexto escolar? Os
objetivos são: explorar a importância da Libras na mediação da interação social e na construção
identitária dos alunos surdos, a partir da análise de Feijãozinho Surdo; investigar o papel da literatura
surda como ferramenta de inclusão e conscientização sobre a surdez, observando como histórias como
a de Feijãozinho Surdo promovem diálogos sobre diversidade cultural e preconceito linguístico; e
identificar estratégias didáticas para utilizar a literatura surda em sala de aula, visando ao
fortalecimento da interação entre o aluno surdo e o aluno ouvinte e à promoção de uma educação mais
inclusiva. O referencial teórico inclui Strobel (2013), Rosa (2011) e Mourão (2016), que tratam do
diálogo intercultural promovido pela Libras; Hall (2003, 2005) e Chauí (2000), que destacam a
relevância da diversidade cultural e da desconstrução de preconceitos sobre a surdez; Karnopp (2006)
e Strobel (2013), que veem a literatura surda como um espaço de resistência e fortalecimento cultural;
e Lajolo e Zilberman (1986) e Coelho (1984), que defendem a literatura infantil como ferramenta para
educar os jovens sobre temas sociais. A pesquisa, de abordagem qualitativa e interpretativa, foi
dividida em duas etapas: análise documental e aplicação de práticas pedagógicas com base no livro
Feijãozinho Surdo. O resultado parcial, a partir da pesquisa bibliográfica, constata que a literatura
surda, exemplificada pelo livro Feijãozinho Surdo, pode ser uma ferramenta eficaz na promoção da
interação social entre crianças surdas e ouvintes, contribuindo para a inclusão e a construção de uma
identidade crítica em relação à surdez.

Palavras-chave: Interação Social; Libras; Literatura Surda.

21
SOLIDÃO, LETRAMENTO AFETIVO E APRENDIZAGEM SOCIOEMOCIONAL:
RELAÇÕES ENTRE PESSOAS SURDAS E TILSP

Martha Daniele Santos


[email protected]
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Daniane Pereira
[email protected]
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Simone Rodrigues Luz Lima


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

Raimirys Costa Rocha


[email protected]
Secretaria Municipal de Educação de Brumado /Bahia - SME BA

RESUMO: Este trabalho busca problematizar a solidão, frequentemente enfrentada por pessoas
surdas, como uma condição que transcende o isolamento físico e a qual permeia as relações sociais e
profissionais que envolvem a comunidade surda. Deste modo, explorar como essa solidão impacta o
relacionamento entre sujeitos surdos e Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais/Língua Portuguesa
(TILSP), destacando os estigmas sociais, e as barreiras ambientais que agravam essa experiência na
perspectiva dos campos teóricos do Letramento Afetivo e da Aprendizagem Socioemocinal, torna-se
de grande valia para o enfrentamento da ignorância emocional na constituição inter/intrapessoal dos
sujeitos e suas vivências coletivas. Com isto, essa análise recai sobre a importância da aprendizagem
afetiva e socioemocional na formação dos TILSP, como um componente crucial para a promoção do
bem-estar profissional e da eficácia comunicativa desses agentes no convívio profissional e pessoal
com pessoas surdas. Assim, com base em uma revisão bibliográfica e na análise qualitativa de relatos
de experiências, este estudo propõe que a integração do Letramento Afetivo e da Aprendizado
Socioemocional na formação dos TILSP pode não apenas fortalecer as relações inter/intrapessoais,
mas também promover relacionamentos mais inclusivos e acolhedores para a comunidade surda com
base no conhecimento necessário para que essas vivências possam ser mais respeitosas e empáticas
para todos os seus participantes. Neste intuito, este estudo se apoia em um diálogo transdisciplinar com
as teorias de Goleman (1995), ao refletir sobre a importância da inteligência emocional, em Gardner
(1995) e a teoria das inteligências múltiplas. Ademais, em Bronfenbrenner (2005) discute-se o
desenvolvimento humano na perspectiva ecológica como abordagem que permite uma compreensão
mais holística de como fatores externos, como estigmas sociais e barreiras estruturais, moldam as
subjetividades e as interações afetivas entre esses grupos. Por conseguinte, Tajfel e Turner (1986),
colaboram com a visão sobre como o pertencimento a diferentes grupos sociais pode influenciar as
relações de afeto e das emoções. Logo, cada um desses teóricos oferecem uma perspectiva distinta,
mas complementar, sobre os afetos, as relações e as emoções no contexto das interações sociais na
perspectiva dos afetos, conforme Spinoza (2009), como modificações do corpo que podem aumentar
ou diminuir a capacidade de ação diante de determinada emoção; e dos afetos como linguagem
representativa na perspectiva das “voltas pragmáticas” nas interações sociais (Pennycook apud Moita-
Lopes, 2006).

Palavras-chave: Interações; Intérprete; Letramento Afetivo; Solidão; Surdo.

22
TRADUÇÃO COMENTADA COMO FERRAMENTA DE INTERAÇÃO SOCIAL: MAPA
DAS PUBLICAÇÕES REALIZADAS EM PERIÓDICOS NACIONAIS DE 1997 A 2024

Victor Hugo Lima Nazário


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Neiva de Aquino Albres


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

RESUMO: A Tradução Comentada (TC) vem ganhando cada vez mais espaço no âmbito de
periódicos especializados em publicações sobre os Estudos da Tradução em nosso país, apresentando
um crescente interesse de pesquisadores por realizar investigações no campo da TC. Contudo, muitas
das publicações sobre metodologia da pesquisa científica não fazem menção de como desenvolver uma
pesquisa de TC, além de serem incipientes trabalhos que tragam detalhamentos para a elaboração desse
tipo de pesquisa. Compreendemos que a TC configura-se simultaneamente como um gênero
acadêmico-literário (Bakhtin, 1997; 2003; Williams; Chesterman, 2002; Zavaglia; Renard; Janczur,
2015; Torres, 2017) e um método de pesquisa (Yin, 2001; Lakatos; Marconi, 2003; Gil, 2002; 2008;
Prodanov; Freitas, 2013), logo, nosso objetivo é apresentar como a TC proporciona interação social
entre leitores surdos e ouvintes, que podem conhecer mais sobre aspectos não só linguísticos, como
também sócio-histórico-culturais tanto da Língua Brasileira de Sinais (Libras) quanto da Língua
Portuguesa por meio dos comentários da tradução feitos pelo tradutor/autor. Como metodologia de
pesquisa, adotamos princípios da pesquisa cienciométrica, a partir de um recorte dos dados do
“Observatório da Tradução e da Interpretação de Línguas de Sinais” (Otradilis) da Universidade Federal
de Santa Catarina, o corpus constitui uma investigação realizada com base em artigos científicos
publicados entre 1997 e 2024 em periódicos científicos. Encontramos até o presente momento 18
artigos, a primeira tradução comentada foi publicada em 2010. Como procedimento metodológico
realizamos uma revisão sistemática de artigos científicos publicados em periódicos indexados a fim de
identificar, selecionar e analisar as produções de TC. Os resultados mostraram claramente um aumento
significativo no número de publicações ao longo dos anos, retratando a grande influência da formação
na pós-graduação em Estudos da Tradução para o aprimoramento desse tipo de pesquisa. Nossos
resultados descrevem (1) os principais autores; (2) quais são os principais periódicos, e publicações da
área; (3) quais as universidades e agências de financiamento mais contribuem para o desenvolvimento
de pesquisas na área; (4) as pesquisas conceituais, de revisão sistemática e de projetos de tradução
comentada; (5) as redes de colaboração estabelecidas; e (6) quais são as lacunas da área. Nossa
principal contribuição é oferecer um panorama sobre a evolução do campo. As conclusões levam a
implicações com impacto prático na sociedade que tem acesso, geralmente, às traduções associadas ao
processo reflexivo do tradutor.

Palavras-chave: Artigos em Periódicos; Cienciometria; Estudos da Tradução; Tradução Comentada.

23
EIXO 2
LÍNGUA DE SINAIS
BRASILEIRA, MÍDIAS E
TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS

24
A CONSTRUÇÃO DA MATERIALIDADE VÍDEO: UMA TRADUÇÃO COMENTADA DA
POESIA “JOGO DE BOLA” DE CECÍLIA MEIRELES PARA LIBRAS

Neiva de Aquino Albres


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Elaine Aparecida de Oliveira da Silva


[email protected]
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS

Carlos Magno Leonel Terrazas


[email protected]
Instituto Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS

RESUMO: O poema de partida para a tradução “Jogo de bola” pertence à coleção de poemas “Ou isto
ou aquilo” (1964), de Cecília Meireles, escrito em português. A tradução para a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) foi produzida pelos pesquisadores no ano de 2022. A educação bilíngue de pessoas
surdas tida como uma diretriz nacional (Brasil, 2005) requer a produção e tradução de materiais
didáticos em Libras para as diferentes áreas do conhecimento, assim como a tradução de bens culturais
historicamente construídos como literatura infantil. Toma-se como objetivos analisar o delineamento
de elementos composicionais presentes na poesia (material multimodal) traduzido e as características
do gênero para a construção da tradução para a Libras; assim como refletir sobre os problemas de
tradução desta poesia. Fundamenta-se na tradução transcultural em perspectiva dialógica (Sobral,
2018; Kumar, 2018), considerando a correspondência de atributos poéticos (Brito, 2015, 2019).
Desenvolvemos uma pesquisa de Tradução Comentada, investigação qualitativa e caracteristicamente
desenhada como um estudo de caso. Como instrumento de pesquisa, utilizamos o Diário de Tradução,
em que se registra a documentação e versões da tradução (Albres, 2020). Analisamos tanto o processo
quanto o produto da tradução, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=HdDwh0vIaGk.
A partir da tradução comentada, concluímos que a tradução de poesias de autores clássicos proporciona
um importante acesso ao conhecimento, historicamente, às pessoas surdas. Por ser uma tradução de
livro impresso com texto, figura e design para o vídeo com Libras com figura, texto e edição,
configura-se como uma tradução intersemiótica. Os tradutores criaram na edição e na composição do
vestuário do tradutor/ator (camiseta amarela e camiseta azul) elementos para diferenciar os dois
personagens. Tanto o texto multimodal (livro) quanto o vídeo midiático desafiam os tradutores nessa
transcriação. Uma construção criativa e de autoria reafirmada considerando os elementos
extralinguísticos na produção da tradução. A dimensão linguística envolve os sinais, a corporalidade e
expressões faciais; a dimensão extralinguística envolve todos os elementos visuais que compõem a
obra materializada no vídeo. A educação de crianças surdas requer a produção de obras em Libras e
traduções com qualidade e sensíveis ao uso das tecnologias.

Palavras-chave: Cecília Meireles; Libras; Tradução Comentada; Tradução de Poesia.

25
A EDUCAÇÃO MUSICAL DE SUJEITOS SURDOS: DESMITIFICANDO A RELAÇÃO
COM O SOM POR MEIO DE PARTITURAS COLORIDAS E INSTRUMENTOS
ALTERNATIVOS

Maria Luciene Silva Chagas


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: Por muitos anos, a surdez foi vista como uma barreira que impedia o sujeito surdo de
vivenciar plenamente atividades sociais e culturais, como a música. A sociedade, ao adotar práticas
excludentes e limitadoras, isola o sujeito surdo, criando barreiras que restringiam suas experiências
sensoriais e criativas. Contudo, estudos como os de Vygotsky (2012) ressaltam que a surdez, embora
classificada como uma deficiência orgânica, não representa uma lacuna particularmente grave em
termos de desenvolvimento cognitivo. A capacidade de construção do saber e de interação com o
mundo é possível através de abordagens pedagógicas que respeitem as especificidades de cada sujeito.
Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo geral desmistificar a ideia de que o sujeito surdo é
incapaz de perceber sons ou de se engajar na educação musical. Para isso, delimitou-se com objetivos
específicos: (i) investigar como sujeitos com surdez podem participar da educação musical por meio
de partituras coloridas e instrumentos alternativos, como chocalhos e tambores; (ii) analisar a
percepção sonora e musical de alunos surdos da rede pública de ensino de Marabá-PA, utilizando
recursos que estimulam os “resíduos auditivos” e outros estímulos sensoriais; (iii) demonstrar que,
apesar da surdez, os alunos surdos podem desenvolver habilidades musicais e vivenciar a música como
uma ferramenta de comunicação e interação. O referencial teórico é fundamentado em Vygotsky
(2012), que propõe uma visão não determinista da surdez; Rodrigues e Gattino (2015), que contribuem
para a compreensão da educação musical de sujeitos surdos; e Veras e Daxenberger (2017), que
discutem a aplicação de estímulos sonoros e a educação musical inclusiva. Esses estudos formam a
base para a investigação das potencialidades musicais de sujeitos com surdez. Este trabalho se
caracteriza como pesquisa de campo, uma vez que serão aplicadas atividades práticas de música em
sala de aula. Os alunos participarão de atividades utilizando partituras coloridas e instrumentos
percussivos, e os dados serão coletados por meio de observação direta e questionários aplicados aos
professores e alunos envolvidos no processo. Os dados serão analisados qualitativamente. Espera-se
que os resultados revelem a eficácia das partituras coloridas e dos instrumentos alternativos na
percepção musical dos alunos surdos, demonstrando que a música pode ser uma ferramenta inclusiva
e acessível para essa comunidade.

Palavras-chave: Educação Musical; Inclusão Educacional; Sujeitos Surdos.

26
A INTERNET E A LIBRAS COMO FERRAMENTA
DE INCLUSÃO PARA AS PESSOAS SURDAS

Simone Rodrigues Luz Lima


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

RESUMO: A internet associada à Língua Brasileira de Sinais - Libras, apresenta-se como um


disposivo que potencializa a liberdade comunicacional das pessoas surdas. Nesse sentido, esse trabalho
objetiva trazer informações importantes no que diz respeito à comunicação, inclusão, autonomia e o
uso da tecnologia para amplificar o potencial desses elementos para as pessoas surdas. Sendo a
problemática: Como as pessoas surdas podem acessar o dispositivo e obter as informações? Nesse
contexto, a pesquisa justifica-se pelo fato da internet desempenhar um papel essencial como
ferramenta de inclusão e acessibilidade para as pessoas surdas, oferecendo diversas oportunidades para
facilitar a comunicação, um exemplo são os aplicativos de tradução (VLibras e HandTalk), que
traduzem textos e falas para a Língua Brasileira de Sinais, plataformas de videoconferência, como
Zoom e Google Meet, permitem a inserção de Tradutores Intérpretes de Libras/Língua Portuguesa em
reuniões ou aulas online, garantindo que pessoas surdas possam participar ativamente. Dessa forma,
foi utilizado como base teórica para fundamentar esta pesquisa: Lei nº 10.436 (Brasil, 2002), Lei n°
13.146 (Brasil, 2015), Lei nº 12.319 (Brasil, 2010), Corrêa, Gomes e Ribeiro (2017). Esta foi uma
pesquisa bibliográfica realizada, através de artigos científicos, cadernos de resumos, revistas
científicas, Capes Periódicos e buscas na internet através de bases de dados como o Google Acadêmico
e SciELO. Os resultados revelam que, com o avanço tecnológico proporcionado pela internet, as
pessoas surdas passaram a ter acesso a informações mais rápidas, o que as fez sentir-se mais integradas
socialmente. Em síntese, a internet associada à Libras é uma ferramenta poderosa para a inclusão de
pessoas surdas, fornecendo novas formas de comunicação e interação social, por meio da expansão de
tecnologias acessíveis, como aplicativos de tradução e plataformas de conteúdo com legendas. Deste
modo, as barreiras enfrentadas por pessoas surdas estão diminuindo. No entanto, ainda há um longo
caminho a percorrer para garantir que todos os recursos digitais sejam totalmente acessíveis e
inclusivos.

Palavras-chave: Informação; Internet; Liberdade; Libras; Surdos.

27
A POESIA DE MULHERES SURDAS: ARTE E AUTORIA NA CONDIÇÃO DO
SILENCIAMENTO TRANSGREDIDO PELA LÍNGUA DE SINAIS

Neiva de Aquino Albres


E-mail [email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

RESUMO: Neste estudo propõe-se uma análise do contexto da política linguística para pessoas surdas
e a produção de poetisas surdas sobre a opressão e violência sofrida pelas mulheres, refletindo sobre
as ações linguísticas institucionais e as práticas cotidianas de discriminação. Tem-se o objetivo de
investigar como os signos poéticos foram introduzidos nessas textualidades como estratégia de
produção de sentido (como mediadores do mundo). Quem são as pioneiras poetisas surdas a produzir
literatura em Língua Brasileira de Sinais (Libras) com a temática feminista no Brasil? Pautada na
perspectiva dialógica do discurso de Bakhtin e do círculo (2006, 2008) é preciso considerar a
organização da sociedade, o intercâmbio enunciativo social, a interação social, os enunciados que
compõem os discursos e as formas de expressão que configuram esses enunciados. Para tanto, foram
selecionadas três entrevistas com poetisas surdas da revista “Diálogos em Libras” (UFSC) no intuito
de descrevê-las, analisá-las e compará-las. As poetisas são Cristiane Esteves, Priscilla Leonor e Renata
Freitas. Constata-se que, apesar da política no Brasil garantir o acesso às informações em Libras e
igualdade de gênero, isso não ocorre de fato. Os discursos das poetisas, citando as suas obras, leva à
reflexão sobre a questão da subalternidade feminina no seio social e implica pensar a forma como as
mulheres são perseguidas, vulneráveis, discriminadas, desinformadas no meio em que vivem, levando
em consideração a sua condição de ser outro ou diferente daquele perfil idealizado que vem sendo
imposto ao longo dos anos, destacando três pontos: a surdez (pela discriminação linguística e
capacitismo), a estética do corpo feminino (padrão de feminilidade e beleza imposto) e o abuso (pelo
preconceito racial e machismo). Na produção do gênero poesia verificamos que cada poetisa cria
efeitos estéticos manuais e corporais singulares. A poesia é um ato político pela igualdade de gênero e
a tradução comentada é uma forma de quebrar os sinais abafados aos olhos dos ouvintes e levá-las a
outras culturas e povos.

Palavras-chave: Dialogismo; Discurso; Libras; Política Linguística; Tradução Comentada.

28
DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO ENSINO REMOTO

Crisiane de Freitas Soares


[email protected]
Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

João Vitor Nascimento de Santana


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

Cláudia Gonçalves Magalhães


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

RESUMO: A pandemia da COVID-19 impôs desafios inéditos à educação, exigindo uma rápida
adaptação às aulas remotas. Enquanto professores buscavam novas ferramentas e metodologias para
atender a todos os alunos, a educação de surdos demandava atenção especial. A interação entre
professores, Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais/Língua Portuguesa (TILSP) e alunos surdos,
antes presencial e direta, precisou ser reconfigurada no ambiente virtual. A atuação dos TILSP,
fundamental para a aprendizagem dos alunos surdos, também foi impactada pelas mudanças. A
mediação da língua, antes realizada de forma presencial, passou a ocorrer por meio de plataformas
digitais, exigindo novas estratégias e habilidades dos profissionais. A qualidade dessa mediação virtual
é crucial para garantir o acesso dos alunos surdos ao conteúdo e promover sua participação nas aulas.
Este estudo busca compreender como a educação de surdos se desenvolveu no contexto do ensino
remoto, analisando a interação entre os três atores envolvidos: professor, TILSP e aluno surdo. A
pesquisa, de natureza qualitativa, tem como objetivo identificar as tecnologias utilizadas, avaliar a
eficácia do ensino remoto para alunos surdos e verificar a qualidade da interação mediada pela
tecnologia. A revisão da literatura, com base em autores como Lacerda (1998), Shimazaki et al. (2015)
e Santos e Kumada (2023), permitirá aprofundar a discussão sobre as diferentes abordagens utilizadas
na educação de surdos, os desafios do ensino remoto e a importância da formação de professores para
atender às necessidades específicas desses alunos. Hipóteses preliminares indicam a existência de uma
variedade de ferramentas tecnológicas disponíveis para o ensino de surdos, mas apontam a dificuldade
dos alunos em sanar dúvidas em tempo real e a desigualdade no acesso à tecnologia como obstáculos
a serem superados. Além disso, a necessidade de capacitação dos professores para lidar com as
especificidades da língua de sinais e a importância da mediação cultural dos TILSP são aspectos
cruciais para a inclusão dos alunos surdos no ensino remoto. A pesquisa em andamento permitirá
aprofundar essas questões e contribuir para a construção de práticas pedagógicas mais eficazes e
inclusivas para alunos surdos no contexto do ensino remoto.

Palavras-chave: Educação de Surdos, Ensino Remoto, Libras, Tecnologia, Inclusão.

29
EXPANSÃO BILÍNGUE E PERSONALIZADA:
EXPLORANDO PLATAFORMAS DE APRENDIZAGEM ONLINE PARA O ENSINO DE
LÍNGUA PORTUGUESA ESCRITA PARA SURDOS

Mailson Matos Marques


[email protected]
Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

RESUMO: Este estudo investiga a eficácia de uma plataforma web de aprendizagem no ensino de
Língua Portuguesa escrita para surdos, abordando a lacuna existente nas práticas educacionais dessa
comunidade. O projeto, ainda em fase de desenvolvimento, explora a criação de uma plataforma
específica que integra recursos multimídia e abordagens de multiletramento, fundamentais para
superar os desafios enfrentados pelos alunos surdos na aquisição da língua escrita, que é
majoritariamente auditiva. A pesquisa objetiva analisar como o uso de tecnologias educacionais pode
promover um ensino bilíngue e personalizado, ampliando as competências linguísticas e
comunicativas dos surdos. Os objetivos específicos incluem: analisar criticamente o uso de recursos
multimídia interativos no ensino da Língua Portuguesa escrita para surdos, investigar a eficácia das
estratégias tecnológicas na aquisição da Língua Portuguesa como segunda língua, examinar
percepções, desafios e vantagens percebidas por professores e alunos surdos, e avaliar a efetividade
das abordagens pedagógicas multiletradas integrando tecnologias educacionais no desenvolvimento
das habilidades de escrita e leitura. O referencial teórico baseia-se em conceitos de multiletramento e
no impacto das tecnologias educacionais, destacando-se autores como (Rocha; Ferreira, 2019), (Dias;
Barbosa, 2020), que investigam abordagens bilíngues na educação de alunos surdos. A metodologia
adotada é um estudo de caso qualitativo, com coleta de dados por meio de observações participantes e
entrevistas semiestruturadas realizadas na plataforma web em desenvolvimento. A pesquisa será
conduzida com pessoas surdas atendidas pelo Centro de Atendimento a Pessoas Surdas de Diamantina
e região, onde uma plataforma web com videoaulas de Língua Portuguesa escrita será disponibilizada.
Essa abordagem permitirá uma análise detalhada das interações dos sujeitos envolvidos,
proporcionando uma compreensão profunda das percepções, desafios e benefícios do ensino mediado
por tecnologia para alunos surdos. Nos resultados parciais, a pesquisa retoma a problemática inicial e
destaca hipóteses sobre a efetividade da plataforma web em superar barreiras educacionais enfrentadas
pelos surdos, indicando descobertas promissoras quanto à personalização do ensino e à bilingue.
Espera-se que o estudo contribua para a formulação de políticas educacionais mais acessíveis e para o
desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras que valorizem a diversidade linguística e
cognitiva dos alunos.

Palavras-chave: Educação Bilingue; Inclusão; Multiletramento; Tecnologias Educacionais.

30
IMPACTO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA APRENDIZAGEM DE SURDOS:
UMA ANÁLISE DO USO DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA

Taynan Alécio da Silva


[email protected]
Universidade Estadual de Maringá - UEM

Ivanilda de Almeida Meira Novais


[email protected]
Universidade Estadual de Maringá- UEM

RESUMO: A inclusão educacional de alunos surdos apresenta desafios significativos, especialmente


no que se refere à comunicação efetiva e ao acesso ao conteúdo didático. A Língua de Sinais Brasileira
(Libras) é crucial para a educação desses alunos. Com o avanço das tecnologias educacionais, surgem
novas possibilidades para melhorar a acessibilidade e a qualidade do ensino. No entanto, há uma
carência de estudos que investiguem o impacto dessas tecnologias na aprendizagem de alunos surdos.
Este trabalho se justifica pela necessidade de compreender e aprimorar o uso de tecnologias
educacionais na inclusão de alunos surdos. Analisar o impacto das tecnologias educacionais na
aprendizagem de alunos surdos, focando no uso da Libras. Identificar as principais ferramentas
tecnológicas utilizadas, avaliar sua eficácia e propor melhorias para a integração de Libras nas
plataformas educacionais. A pesquisa baseia-se nas teorias de inclusão educacional e práticas
pedagógicas adaptadas para alunos surdos. Lacerda (2013) discute a importância da Libras no processo
educativo. Quadros (2004) contribui com conceitos fundamentais sobre a educação de surdos. Silva
(2024) aborda a integração de tecnologias no ensino, e Novais e Grando (2021) explora as
contribuições da educação digital, fornecendo bases teóricas para entender os desafios e oportunidades
do uso de tecnologias na educação de surdos. Para as autoras, no cenário atual de comunicação intensa
e acelerada via tecnologia, o ensino convencional perde espaço, permitindo a reorganização das
práticas educativas. A pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, realizando um estudo de caso e
conduzindo entrevistas semiestruturadas. Participaram do estudo alunos surdos, professores de Libras
e especialistas em tecnologias educacionais. A análise de conteúdo foi empregada para interpretar os
dados coletados, identificando padrões e temas recorrentes. Os resultados preliminares indicam que as
tecnologias educacionais têm um impacto significativo na aprendizagem de alunos surdos.
Ferramentas que incorporam Libras, como vídeos com intérpretes e aplicativos educacionais,
mostraram-se eficazes para melhorar a compreensão e a participação dos alunos nas atividades
acadêmicas. Contudo, foram identificados desafios, como a falta de formação adequada para
professores e a escassez de recursos tecnológicos específicos para a educação de surdos. As hipóteses
sugerem que uma maior integração de Libras nas plataformas educacionais pode reduzir barreiras de
comunicação e promover uma aprendizagem mais inclusiva. Conclui-se que as tecnologias
educacionais, quando integradas adequadamente com a Libras, podem transformar a experiência de
aprendizagem dos alunos surdos. Recomenda-se investir em formação contínua para professores e no
desenvolvimento de recursos tecnológicos específicos para essa comunidade, visando uma educação
mais inclusiva e equitativa.

Palavras-chave: Aprendizagem de Surdos; Educação Inclusiva, Inclusão Digital; Língua de Sinais


Brasileira, Tecnologias Educacionais.

31
IMPORTÂNCIA DAS GRAVAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM:
DISSEMINAÇÃO DA LIBRAS NAS REDES SOCIAIS

José Arnor de Lima Júnior


[email protected]
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Indira Simionatto Stedile Assis Moura


[email protected]
Universidade Federal de Rondônia - UFRO

Sédina dos Santos Jales Ferreira


[email protected]
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

RESUMO: As gravações desempenham importante papel no processo de ensino-aprendizagem de


pessoas surdas, especialmente daqueles que cursam Licenciatura em Língua Brasileira de Sinais
(Libras). Estas filmagens possibilitam um ambiente de aprendizado mais acessível e dinâmico,
permitindo que os alunos surdos revisitem e estudem o material didático em seu próprio ritmo. A
utilização de vídeos e gravações facilita a compreensão e prática da Libras, ao mesmo tempo em que
proporciona uma plataforma para a disseminação e promoção da língua de sinais para um público mais
amplo. O impacto das gravações vai além do simples registro de informações; elas atuam como uma
ferramenta vital na construção de um acervo visual e acessível da língua e da cultura surda.
Considerando a realidade apresentada, este trabalho tenciona compreender como se dá o trabalho de
filmagem no curso superior de Libras. Mais especificamente, tem o propósito de entender quais
estratégias são mobilizadas por parte do corpo docente responsável, e qual o impacto observado nos
alunos (em consonância com os objetivos pedagógicos inicialmente estipulados). Para realizar a
investigação, procedeu-se a uma entrevista semiestruturada com professores da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN), em que se observou, fundamentalmente, as estratégias criadas por
parte do corpo docente. Para além disso, observaram-se registros, a exemplo de fotos, materiais
escritos, apresentações e das próprias filmagens produzidas durante os componentes curriculares. No
que tange ao referencial teórico, a literatura empregada compõe-se dos escritos bakhtinianos, dos
Estudos Surdos e dos Estudos Culturais. Com base na análise realizada, percebeu-se a gravação como
um recurso que permite aos alunos surdos compartilharem seu conhecimento e experiências com uma
audiência diversificada, contribuindo para a visibilidade e valorização da Libras. Além disso, ao
utilizar as redes sociais para a divulgação, notou-se uma democratização do acesso ao ensino da Libras,
favorecendo a quebra de barreiras comunicacionais.

Palavras-chave: Gravações; Libras; Redes Sociais.

32
PLATAFORMAS DIGITAIS NO ENSINO DE SURDOS: REQUISITOS E IMPACTOS

Alba Valéria Rodrigues Araújo Freire


[email protected]
Universidade Estadual Paulista - Unesp

Cícera Aparecida Lima Malheiro


[email protected]
Universidade Estadual Paulista - Unesp

RESUMO: A educação de estudantes surdos demanda recursos e metodologias específicas que


favorecem o desenvolvimento das suas habilidades cognitivas e linguísticas. Embora haja muitos
avanços tecnológicos, a falta de ferramentas e recursos tecnológicos adequados ainda é uma barreira
real para inúmeros estudantes surdos. O presente estudo tem como objetivo identificar e descrever os
requisitos das plataformas e recursos digitais que possam ser utilizados no ensino para estudantes
surdos. Compreende-se que as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, por meio de
elementos multimodais, facilitam o acesso dos estudantes surdos ao conteúdo escrito e podem
contribuir para o desenvolvimento de suas habilidades comunicativas. A relevância deste estudo está
nos recursos visuais que essas plataformas oferecem, por meio de uma linguagem computacional, com
o objetivo de promover a criatividade, a autonomia e a aprendizagem significativa dos estudantes
surdos. Este resumo faz parte de uma pesquisa em andamento no mestrado, inserida em um contexto
complexo e multifacetado da educação bilíngue de surdos. Como aporte teórico que embasa este
estudo, propomos Bersch (2013) e Valente (2014), autores que abordam o papel das tecnologias
digitais na educação. Faria-Nascimento (no prelo), Salles et al. (2007), contribuem com pesquisas
sobre a educação de surdos e a importância do uso dos recursos visuais. A pesquisa adota uma
abordagem qualitativa, conforme Mattar e Ramos (2021), buscando descrever e explorar os fenômenos
investigados. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, pois os conhecimentos gerados
contribuirão para a educação de surdos e sua aplicação prática no contexto educacional, visando
solucionar problemas específicos relacionados às situações comunicativas e linguísticas dos
estudantes. Para alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma revisão sistemática da literatura nos
periódicos da CAPES, focando na utilização de plataformas e recursos digitais na educação de surdos,
especialmente no ensino da língua portuguesa como segunda língua. Os principais resultados
alcançados mostram poucos estudos na área, no entanto as plataformas digitais multimodais
demonstram potenciais significativos voltados à compreensão e interação dos estudantes surdos,
facilitando o processo de ensino e aprendizagem. Assim, as Considerações Finais mostram algumas
plataformas como mais acessíveis e possíveis aos estudantes surdos como ferramentas didáticas e
como sugestão para futuras pesquisas, destaca-se a possibilidade de averiguar a efetividade dessas
plataformas em diferentes contextos educacionais para surdos.

Palavras-chave: Ensino de Português; Recursos Digitais; Surdos.

33
TECNOLOGIA E SUA RELAÇAO COM ALUNOS SURDOS

Leticia Andrade Elesbão


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

RESUMO: Este estudo aborda a evolução da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Brasil,
destacando a exclusão histórica e o avanço recente na educação de sujeitos surdos. Assim, destaca-se
como problema de pesquisa a relação entre tecnologia e educação de alunos surdos. Neste contexto,
esta pesquisa justifica-se pelo avanço significativo da educação bilíngue para indivíduos surdos no
Brasil, graças a políticas públicas, leis específicas e um crescente reconhecimento da importância da
Libras na formação educacional de alunos surdos, conforme Queiroz (2022). Apresenta-se como
objetivo, analisar o impacto das mídias e tecnologias na disseminação e ensino da Libras.
Teoricamente, baseia-se em autores como Strobel (2009), Silva e Moreira (2021), Da Silva (2010), e
Andrioli, Vieira e Campos (2013) que discutem a inclusão dos sujeitos surdos na sociedade e a
importância das mídias no processo de ensino e aprendizagem desses alunos. A metodologia é
bibliográfica e exploratória, conforme De Pádua (2019) e Boccato (2006), no qual buscamos investigar
o desenvolvimento da Libras no decorrer do tempo e sua relação com tecnologias no ensino de alunos
surdos. A comunicação é o maior desafio para pessoas surdas, uma vez que tais sujeitos estão imersos
em uma sociedade que fora criada para ouvintes. Apesar dos avanços, a inclusão de alunos surdos
ainda enfrenta desafios significativos, especialmente na qualificação de professores e no acesso a
tecnologias inclusivas, segundo Bisol e Valentine (2012). A pesquisa enfatiza a importância de
políticas públicas e do desenvolvimento de novas tecnologias para a plena efetivação da educação
bilíngue de surdos, promovendo um ambiente educacional mais equitativo e inclusivo para esses
alunos. Conclui-se que, o desenvolvimento de tecnologias inclusivas são cruciais para a promoção da
Libras na sociedade.

Palavras-chave: Inclusão; Surdos; Tecnologias.

34
EIXO 3
LÍNGUA DE SINAIS
BRASILEIRA E
EDUCAÇÃO

35
A CRIANÇA SURDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O SOCIOINTERACIONISMO E A
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

Maria Gabriela da Silva


[email protected]
Uníntese

RESUMO: A educação infantil é uma etapa crucial no desenvolvimento de quaisquer educandos. De


acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, art.29 “a educação infantil, primeira etapa da educação básica,
tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físicos,
psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (Brasil, 1996).
A teoria sociointeracionista, desenvolvida por Vygotsky, baseia-se nas relações com o outro para o
desenvolvimento da linguagem e das aprendizagens. A partir do conhecimento legal e das teorias do
desenvolvimento, nos questionamos como as creches estão preparadas para receber as crianças surdas
e quais os caminhos para uma aprendizagem significativa para essas crianças. Para Vigotsky (200 p.
131) “A mudança crucial para o pensamento verbalizado não é uma forma inata, natural de
comportamento, mas uma forma que depende da interação social e por isso é histórico-social”. Ou
seja, a criança precisa de estímulos significativos para desenvolver suas capacidades, portanto, as
creches precisam de profissionais preparados para atender as suas necessidades. Frequentemente,
esbarramos em relatos de pessoas surdas que não receberam uma educação de qualidade na primeira
infância, ocasionando em dificuldades de aprendizagens no decorrer de sua trajetória acadêmica. É
preciso pensar escolas com professores bilíngues não para que a criança tenha a obrigatoriedade de ser
bilíngue, mas para que a sua língua materna (língua de sinais) seja respeitada em todos os aspectos. A
criança surda na educação infantil, quando trabalhada dentro da perspectiva bilíngue, desenvolve suas
capacidades cognoscitivas sem prejuízos, além disto, reflete o direito da pessoa surda a ser respeitada
em sua língua. Em classes de ensino regular o ensino bilíngue junto a crianças ouvintes é um agente
fundamental neste processo, visto que o sociointeracional é trabalhado diariamente na relação
estudante surdo-professor, estudante surdo-estudante ouvinte. Com isto, urge a necessidade de
desenvolvimentos de um currículo surdo nas redes regulares de ensino, bem como a valorização dos
profissionais bilíngues.

Palavras-chave: Bilinguismo; Educação, Sociointeracionismo; Surdez.

36
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA COM ALUNOS SURDOS
Vanessa Adriana Pozzebom
[email protected]
Universidade Feevale - Feevale

Luciane Schutz Kruche


[email protected]
Universidade Feevale - Feevale

RESUMO: Este trabalho busca refletir sobre a educação de surdos na escola bilíngue e na educação
inclusiva, visando compreender de que forma a literatura é desenvolvida nas instituições pesquisadas.
Independentemente de estar em uma escola regular inclusiva ou escola bilíngue para surdos, o aluno
tem direito à metodologia que atenda às suas diferenças, respeitando e valorizando a língua de sinais.
O presente trabalho busca abordar o tema sobre educação de surdos, voltado para as atividades
realizadas em sala de aula, especificamente a contação de histórias. Analisar como é a inserção da
literatura na aprendizagem, em escola bilíngue para surdos e em escolas de educação inclusiva,
buscando entender como esses alunos adquirem os conhecimentos de obras literárias. Durante todo o
processo, desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras,
contação de história, legislação, diretrizes e afins, onde utilizou-se autores como: Karnopp (2005,
2010); Mantoan (2003); Vygostsky (1998, 2004, 2006); Sassaki (2002, 2006, 2009). A pesquisa
qualitativa foi realizada em duas escolas, uma bilíngue para surdos e outra escola regular inclusiva,
ambas da região metropolitana de Porto Alegre, tendo como coleta de dados entrevistas com as
professoras, bem como observação presencial de uma das aulas com a professora de Libras e também
um questionário com os professores da escola bilíngue e o acompanhamento de uma aula remota. Deste
modo, a pesquisa reintera que é possível realizar atividades de literatura com o aluno surdo, em um
ambiente onde os demais colegas sejam ouvintes. Na escola bilíngue, foi possível averiguar as
diferentes maneiras que acontecem as aulas com os alunos surdos. Contudo, ainda faltam ser realizadas
algumas adaptações na escola inclusiva, para que de fato haja a inclusão, mas se cada um dos
profissionais conseguirem fazer a sua parte, conseguem desenvolver as aprendizagens de todos os
estudantes de uma melhor forma.

Palavras-chave: Aluno Surdo; Inclusão; Libras; Literatura.

37
A INVISIBILIDADE DO ALUNO SURDO NO AMBIENTE EDUCACIONAL DIANTE DA
PRESENÇA DO INTÉRPRETE

Gilberto Rodrigues da Silva


[email protected]
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE

RESUMO: A presença de Tradutor Intérprete de Língua de Sinais/Língua Portuguesa (TILSP) nas


salas de aula é uma conquista significativa para a inclusão dos alunos surdos. No entanto, a presença
do TILSP pode, inadvertidamente, contribuir para a invisibilidade dos alunos surdos no ambiente
educacional. Este estudo investiga como a dinâmica entre alunos surdos e TILSP pode impactar a
visibilidade e a participação ativa dos alunos surdos nas atividades escolares. A relevância deste estudo
reside na necessidade de promover uma inclusão efetiva que vá além da mera presença física,
garantindo a integração real dos alunos surdos na comunidade escolar. O objetivo é analisar os efeitos
da mediação do TILSP na interação entre professores, alunos surdos e colegas ouvintes, identificando
as barreiras que contribuem para a invisibilidade dos alunos surdos e propondo estratégias para superá-
las. O referencial teórico baseia-se em autores como Lacerda (2006), que aborda a inclusão escolar e
o papel do TILSP, e Quadros (2004), que discute as práticas pedagógicas inclusivas. A pesquisa
também se apoia nas teorias de Vygotsky (1993) sobre mediação e aprendizagem social, explorando
como a mediação do TILSP pode ser otimizada para favorecer a participação dos alunos surdos. A
metodologia adotada é um relato de experiência, baseado na vivência do autor como TILSP em sala
de aula. As observações e reflexões pessoais sobre a interação entre alunos surdos, intérpretes e
professores fornecem insights valiosos sobre as dinâmicas e desafios enfrentados. Os resultados
parciais indicam que, embora a presença do TILSP seja fundamental, muitas vezes os alunos surdos
são relegados a uma posição passiva, com interações limitadas diretamente com o professor e os
colegas ouvintes. A pesquisa sugere a necessidade de estratégias que promovam a autonomia dos
alunos surdos, incentivando a interação direta e a participação ativa. Conclui-se que uma formação
contínua para professores e intérpretes, bem como a implementação de práticas pedagógicas que
valorizem a presença e a voz dos alunos surdos, são essenciais para combater a invisibilidade e
promover uma verdadeira inclusão.

Palavras-chave: Alunos Surdos; Educação Bilíngue; Inclusão Educacional; Invisibilidade; Tradutor


Intérprete de Língua de Sinais/Língua Portuguesa.

38
A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA A ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO
BILÍNGUE DE SURDOS: O CASO DA UFRB

Emmanuelle Félix dos Santos


[email protected]
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Nanci Rodrigues Orrico


[email protected]
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

RESUMO: A formação de professores para atuar na educação de surdos é uma necessidade urgente
dada às demandas que surgem das conquistas alcançadas pelas políticas, em especial, pelo Art. 60-A
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Brasil, 1996), que assegura às pessoas surdas o direito à
educação bilíngue como modalidade de ensino, mediada pela Língua brasileira de Sinais (Libras) como
primeira língua (L1) e o português escrito como segunda língua (L2). Mas como implantar uma política
de educação bilíngue de surdos sem professores capacitados? Frente a esta questão, este trabalho,
sustentado no estudo de caso, objetiva contextualizar e refletir sobre a implantação do curso de
Licenciatura em Educação Bilíngue de Surdos ofertado pela Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia (UFRB) por meio do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica
(PARFOR/EQUIDADE), sendo um polo na cidade de Laje - Bahia e outro polo na cidade de Ipiaú -
Bahia. Respaldado no relatório do grupo de trabalho que construiu subsídios para a política linguística
de educação bilíngue (Brasil, 2014), entende-se que o referido curso visa formar professores para o
ensino de crianças surdas na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, criando
ambientes linguísticos que possibilitem a aquisição da Libras e do português escrito no tempo de
desenvolvimento linguístico similar das crianças ouvintes, com uma escolarização que respeite a
condição da pessoa surda e a importância da experiência visual para constituição de sua identidade e
cultura. Essa formação é recente e vem sendo protagonizada pelo Instituto Nacional de Surdos (INES),
na modalidade EaD, com a oferta de 30 vagas nos 13 polos em várias capitais do Brasil. Na Bahia, a
Universidade Federal da Bahia (UFBA) sedia um polo, contudo, a distância entre a capital Salvador e
as cidades polos onde ofertam os cursos de educação bilíngue de surdos da UFRB chegam a 233,2 Km
e 361 km, respectivamente. Agregado à distância entre essa oferta e o público, soma-se o quantitativo
de vagas ofertadas, que também não contemplam a formação dos profissionais da educação da Bahia
para atender a demanda dos educandos surdos. Desse modo, o curso de Educação Bilíngue de Surdos
da UFRB/PARFOR EQUIDADE se torna uma importante ferramenta para implantação de classes
bilíngues para surdos na Bahia. Por fim, apresentar o contexto de implantação desse curso é um meio
de mensurar as possibilidades de avanços e retrocessos na educação dos surdos no Brasil.

Palavras-chave: Bilinguismo; Licenciatura; Surdo; UFRB; PARFOR.

39
A UTILIZAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS
ESCRITO COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA ESTUDANTES SURDOS DA EDUCAÇÃO
BÁSICA E DO ENSINO SUPERIOR NAS ESCOLAS BRASILEIRAS

Greyd Cardoso Mattos


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Maraísa Kíssila Oliveira Fernandes


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Camila de Carvalho Mendonça Assis


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado de Goiás – SEDUC GO

RESUMO: Em 2021 foi promulgada a Lei nº 14.191 (Brasil, 2021), que alterou a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), oficializando a Educação Bilíngue para Surdos como uma
modalidade de ensino. Contudo, essa realidade ainda não se faz presente em todos os municípios. Ou
seja, os surdos ainda estão inseridos no ensino regular. Nesse mesmo ano, foi publicada a Proposta
Curricular para o Ensino de Português Escrito como Segunda Língua para Estudantes Surdos da
Educação Básica e do Ensino Superior, que nos apresenta um currículo pensado a partir das
especificidades linguísticas do surdo. Nesse contexto, surgiu a inquietude em investigar: As pesquisas
publicadas indicam o uso da Proposta Curricular para o Ensino de Português Escrito como Segunda
Língua para Estudantes Surdos da Educação Básica e do Ensino Superior nas escolas brasileiras?
Como? Para responder o problema de pesquisa será necessário: apresentar Proposta e investigar o seu
uso nas escolas, bem como discutir sobre o ensino da língua portuguesa como segunda língua para
surdos. O debate em torno da inclusão do aluno surdo na escola regular e do ensino da língua
portuguesa para esse grupo, vem sendo discutido por diversos pesquisadores: Skliar (1999; 2010),
Fernandes (2015), Quadros (1997; 2006), Lacerda e Lodi (2009), Rojo (2023), Pereira e Ribeiro
(2024), dentre outros. As discussões apresentadas nos levam a refletir o quanto o processo educacional
da comunidade surda vem sendo negligenciado. É possível afirmar que as dificuldades educacionais
enfrentadas pelos alunos surdos estão diretamente ligadas às questões linguísticas, ou seja, as
diferenças existentes entre as línguas orais e as línguas de sinais. A pesquisa aqui apresentada é
bibliográfica, e está sendo realizada a partir das publicações de artigos divulgadas em três bases de
dados: SciELO, Google Acadêmico e Periódico Capes (2021 a 2024). A busca pelos dados se deu a
partir de quatro palavras-chave: "ensino"; "português"; "surdos"; "educação bilíngue". Foram
encontrados 140 artigos, distribuídos da seguinte forma: SciELO (1); Periódicos Capes (73); Google
acadêmico (66). Para responder ao problema de pesquisa e cumprir com os objetivos propostos só
serão analisados os artigos que atendam aos critérios de inclusão: escritos em português, que
contemplem o uso da Proposta. A seleção dos dados está acontecendo a partir da leitura dos resumos
dos artigos, ao término dessa etapa, será iniciada a fase da análise. Espera-se conseguir responder ao
problema de pesquisa e descobrir se e como a Proposta Curricular está sendo utilizadas nas escolas
brasileiras.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Ensino de Português para Surdos; Proposta Curricular.

40
AUTORRELATOS DE TRANSFORMAÇÃO: A UTILIZAÇÃO DA LIBRAS NO AEE EM
OLHO D'ÁGUA (PB)
Camila Pereira de Almeida
[email protected]
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Jaqson Alves Santos


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

RESUMO: O presente trabalho está em andamento e explora a utilização da Língua Brasileira de


Sinais (Libras) no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em um município do interior da
Paraíba. A problemática central busca compreender como a Libras pode ser eficaz na inclusão e
desenvolvimento de crianças surdas em contextos educacionais especializados, levando em
consideração suas trajetórias linguísticas e familiares diversas. A relevância do estudo se dá pela
ausência de investigações que considerem o impacto da Libras no AEE em regiões interioranas, onde
muitas crianças surdas entram em contato com a língua apenas no ambiente escolar. O principal
objetivo da pesquisa é analisar como a Libras tem sido utilizada no AEE para promover a inclusão e o
desenvolvimento dos alunos surdos. Busca-se levantar hipóteses sobre as barreiras e avanços no
processo de aprendizagem da Libras, com ênfase nas trajetórias familiares dos alunos e na interação
social no ambiente escolar. Teoricamente, o estudo está fundamentado em Quadros (1997), que discute
a importância da Libras no desenvolvimento linguístico e social de crianças surdas, Karnopp e Quadros
(2001), que destaca o papel dos métodos interativos e lúdicos no desenvolvimento cognitivo infantil.
A metodologia é de natureza qualitativa, baseada em observações diretas e registros de campo nas
aulas do AEE, acompanhando quatro alunos surdos com diferentes históricos de contato com a Libras.
Atividades lúdicas e jogos foram aplicados para facilitar a prática da língua de maneira interativa. Os
resultados ainda são hipotéticos, mas sugere-se que alunos com contato precoce com a Libras
apresentam um desenvolvimento linguístico mais acelerado, enquanto aqueles oriundos de famílias
que utilizam sinais caseiros enfrentam dificuldades iniciais, mas podem progredir com o tempo. Essas
hipóteses reforçam a importância de metodologias lúdicas e políticas educacionais que promovam o
ensino da Libras desde a infância para garantir uma inclusão efetiva no AEE.

Palavras-chave: Atendimento Educacional Especializado; Libras; Metodologia.

41
BILINGUISMO EM SALA DE AULA: PROJEÇÕES E EXPECTATIVAS

José Arnor de Lima Júnior


[email protected]
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Indira Simionatto Stedile Assis Moura


[email protected]
Universidade Federal de Rondônia - UFRO

Sédina dos Santos Jales Ferreira


[email protected]
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

RESUMO: O bilinguismo é uma filosofia educacional que se baseia na adoção de diferentes línguas
de acordo com o contexto comunicativo. Essa abordagem é significativamente distinta das
metodologias de ensino predominantes décadas atrás, as quais se centravam exclusivamente no ensino
das línguas orais para pessoas surdas. Antigamente, a imposição forçada das línguas orais-auditivas à
comunidade surda não apenas resultava em dificuldades na comunicação efetiva, mas também
impunha sérios empecilhos ao desenvolvimento cognitivo e à construção de um sentimento de
pertença. Essa abordagem unilateral e restritiva frequentemente ignorava as necessidades linguísticas
e culturais específicas dos indivíduos surdos, prejudicando seu progresso educacional e seu senso de
identidade dentro da sociedade. Na atualidade, especificamente no contexto brasileiro, uma série de
conquistas foram obtidas no âmbito legal. Aproveitando-se desse momento propício à discussão e
reflexão desses avanços, esta investigação tem o fito de compreender o estado das políticas bilíngues
a nível nacional, centrando-se, mormente, nas projeções e expectativas por parte da comunidade surda.
Para alcançar este objetivo, do ponto de vista metodológico, realizou-se uma entrevista semiestruturada
com líderes da comunidade surda. Estes, tendo acompanhado uma série de medidas legais, estão aptos
a dissertar sobre possibilidades e dirimir eventuais equívocos comumente disseminados. No que se
refere ao alicerce teórico, abordam-se os conceitos de cultura e identidade surda, bem como se explicita
o papel do movimento surdo brasileiro na arena política. Os resultados encontrados apontam para um
cenário promissor, haja vista, como mesmo asseveram alguns dos entrevistados, o panorama ser
radicalmente distinto de quando eram jovens. Apesar disso, parecem acenar para certo
descontentamento generalizado,
uma vez que, ao reunirem as comunidades surdas no ambiente acadêmico, passaram a centralizar a
interlocução entre os pares e impossibilitam a disseminação das pautas num debate mais amplo com
outros grupos de minoria e com grupos majoritários.

Palavras-chave: Bilinguismo; Ensino; Surdos.

42
BILINGUISMO NA SALA DE AULA INCLUSIVA: O LÚDICO NA INTERAÇÃO ENTRE
OS PARES

Keissy Sibelly Morais Limite


[email protected]
Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES

RESUMO: A educação especial na perspectiva da educação inclusiva tem sido vivenciada nas
escolas? A interação entre professor e aluno é elemento construtor da aprendizagem, portanto,
aprimorar estratégias de ensino bilíngue na formação docente e meios de estabelecer vínculos com e
entre os alunos é relevante. Dentre os objetivos da pesquisa destacam-se: aplicar atividades inclusivas
para todos os alunos; conscientizar os professores sobre a importância do ambiente inclusivo; ampliar
as possibilidades da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na sala de aula para todos os alunos. Campello
(2008), Skiliar (2003), Moitinho (2016), Pradanov e Freitas (2013), Nóvoa (2009), Limite (2023),
Christo e Santos (2024) são os principais autores que embasam esta pesquisa e revelam aspectos da
inclusão, uso da Libras, processo de formação do professor, educação como direito, produção de
materiais pedagógicos inclusivos e autismo. A metodologia é do tipo pesquisa social pesquisa-ação
que tem em vista o desenvolvimento de um conhecimento baseado em inquéritos dentro de um
contexto específico e prático, com atores ativos na abordagem do problema. Para aproximar o campo
da pesquisa foi aplicado o “Curso de Extensão em Educação Bilíngue para Docentes: da teoria à
prática”, com 30 professores do município de Iguaba Grande (Rio de Janeiro), no período de julho de
2023 a junho de 2024, sob coordenação do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Bilíngue de
Surdos do Departamento de Ensino Superior do Instituto Nacional de Educação de Surdos. Dentre as
atividades do curso, foi previsto o desenvolvimento de dinâmicas inclusivas e bilíngues com os alunos.
Relatos dos professores evidenciaram o sucesso de brincadeiras e jogos. Uma das professoras que
apresentou o conteúdo dos animais em Libras, com uso de imagens e Língua Portuguesa, para todos
os alunos, inclusive uma aluna surda, relatou que “hoje estou mais atenta às demandas dos alunos, não
só surdos, mas me ampliou um campo visual de estratégias para minha turma de uma forma integrada.”
Outra professora que desenvolveu uma atividade de reconhecimento dos números em Libras e imagem
com alunos com autismo na Sala de Recursos, relatou que os alunos “demonstraram muita facilidade
em reproduzir os sinais, e memorizá-los” esse fato a surpreendeu pois são alunos que apresentam
dificuldade em manter a concentração e reter informações. Portanto, trabalhar na formação continuada
dos professores ampliando suas estratégias inclusivas mostra-se benéfico para os alunos. Pesquisas
têm se aprofundado na temática, e as práticas docentes no curso revelaram caminhos e apontamentos
para a continuidade do trabalho.

Palavras-chave: Autismo; Formação de Professores; Inclusão; Libras.

43
CARTO-GRAFAR JOGOS PEDAGÓGICOS NO ENSINO DE LIBRAS NO CURSO DE
LETRAS

Danilly Lorrane Pantoja Furtado


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

José Orlando Ferreira de Miranda Junior


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

RESUMO: O presente trabalho explora a relevância da utilização de jogos pedagógicos na


aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para os educandos. A inclusão da Libras no
currículo é fundamental para preparar os profissionais para atuarem em ambientes educacionais
inclusivos. Este estudo busca investigar como os jogos, através de abordagens cartográficas, podem
facilitar a apropriação da Libras e promover uma prática pedagógica efetiva. Os objetivos deste
trabalho são: investigar como os futuros educadores vivenciam a aprendizagem da Libras por meio de
jogos pedagógicos; analisar as percepções dos alunos sobre a importância da Libras em suas práticas.
O referencial teórico fundamenta-se em Passos, Kastrup e Escóssia (2015), que abordam a metodologia
cartográfica para mapear experiências educativas. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa,
utilizando a cartografia para registrar as interações durante as atividades com jogos como "Quem Sou
Eu?" e "Torta na Cara". A observação das dinâmicas em grupo, acompanhada de questionários,
permitirá compreender as vivências dos alunos em relação ao aprendizado da Libras e à inclusão da
cultura surda. Os resultados preliminares indicam que os jogos pedagógicos não apenas enriquecem a
fluência em Libras, mas também ajudam a desenvolver uma consciência inclusiva entre os alunos.
Como afirmam Passos, Kastrup e Escóssia (2015), a cartografia possibilita uma leitura das práticas
educativas em suas complexidades e particularidades. As hipóteses levantadas sugerem que essas
atividades promovem interações mais significativas e um clima colaborativo nas salas de aula. Assim,
este estudo contribui para a discussão sobre a formação docente, destacando a importância de práticas
pedagógicas que integrem a Libras como ferramenta fundamental para a inclusão.

Palavras-chave: Carto-Grafar, Educação Inclusiva; Ensino de Libras; Jogos Pedagógicos.

44
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA EM LÍNGUA DE SINAIS E TRADUÇÃO PARA CRIANÇAS
SURDAS

Maria José Ruiz González


E-mail [email protected]
Universidade /Chile

RESUMO: Este estudo discute as estratégias visuais e pedagógicas da contação de histórias em língua
de sinais para a educação de surdos nos primeiros anos da educação básica. Para tanto, explora o
potencial de desenvolvimento linguístico e cultural-identitário proporcionado pela contação de
histórias por educadores surdos. Toma-se como fundamentação teórica os Estudos Surdos, a
Linguística Aplicada e os Estudos da Tradução. Adotamos uma perspectiva qualitativa de pesquisa,
utilizando-se do estudo de caso. Selecionamos materiais didáticos produzidos por educador surdo para
análise, apresentando, ao fim, possibilidades didáticas para a sala de aula. Segundo Sisto (2020, p. 12),
“O processo pedagógico de toda e qualquer escola certamente estará enriquecido com a inclusão de
atividades de contação de histórias, bem como propiciará a inserção do sujeito na realidade mais ampla
do mundo”. Nesse sentido, não adianta admitir a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras)
e da cultura surda se a comunidade escolar não conhece, não utiliza e não se sente confortável com a
perspectiva de uma educação visual e bilíngue. A proposta de uma escola inclusiva e bilíngue só poderá
ser pensada quando houver providências efetivas para tornar toda a comunidade escolar bilíngue
(Prado, 2017, p. 96). A partir da análise dos materiais produzidos para a contação de história em língua
de sinais, constatamos que ao ter contato com histórias contadas em língua de sinais amplia a visão de
mundo e contribui significativamente para a aquisição da linguagem. Os materiais produzidos como
maquetes, painéis, aventais e fantoches têm mãos e olhos ampliados, destacando a visualidade dos
surdos e a importância da comunicação pelas mãos, ou seja, pela língua de sinais. O desenvolvimento
do vocabulário e da estruturação de sentenças na língua de sinais é realizado de maneira
contextualizada, permitindo sua aplicação em variados espaços e momentos, facilitando a
compreensão de si mesmo e do outro. Isso permite à criança refletir e se manifestar e formar sua
identidade. Assim sendo, reiteramos que a narração de histórias em Libras auxilia no progresso
cognitivo, linguístico e cultural-identitário de alunos surdos no Ensino Fundamental, mesmo que as
intenções do educador não estejam claramente definidas. Concluímos que as histórias contadas e
traduzidas da literatura possuem enorme potencial para o crescimento de crianças surdas.

Palavras-chave: Contação de Histórias; Educação de Surdos; Libras.

45
CUIDADOS COM O CORPO E ROTINA: CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS ACESSÍVEIS
PARA CRIANÇAS SURDAS EM PROCESSO DE AQUISIÇÃO LINGUÍSTICA
Cíntia Kelly Inês Freitas
[email protected]
Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais – SEE MG

RESUMO: Os ambientes que são palco do processo de aquisição linguística da Língua Brasileira de
Sinais (Libras) e a construção da identidade de crianças e adolescentes surdos, evidenciam a
importância e urgência da produção de recursos que promovam um aprendizado eficaz. Além da
construção de conhecimentos relacionados às disciplinas da matriz curricular, é necessário promover
o desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal, de posicionamento e autonomia.
Considerando que a maioria das crianças e adolescentes surdos crescem em núcleos familiares
ouvintes, onde frequentemente enfrentam barreiras de comunicação que acarretam prejuízos
emocionais e sociais, que podem dificultar o desenvolvimento pleno da criança. Deste modo, este
trabalho tem como objetivo apresentar a experiência de construção de materiais acessíveis para orientar
crianças e adolescentes surdos em processo de aquisição linguística, sobre o cuidado com o corpo,
entendimento da própria rotina e aspectos das relações interpessoais no ambiente escolar. As
orientações para trabalhar a promoção destes aspectos na educação de surdos, encontra base em
discussões teóricas elaboradas por autores como Skliar (1999), Quadros (2004), Karnopp (2010),
Sacks (1990) e Perlin (2013), que destacam a importância de uma educação bilíngue que reconheça a
aquisição da língua de sinais e a cultura surda como primordiais para que a criança surda possa
desenvolver-se plenamente. Sendo assim, foram desenvolvidas, plaquinhas de comunicação e
cadernetas de rotina individual, a partir do levantamento de necessidades através de observações e
interações dentro da escola. Após identificar as urgências, os materiais foram construídos com a
participação e protagonismo das crianças. Atualmente, esta proposta encontra-se na fase de aplicação,
acompanhamento, avaliação, adaptação e levantamento de resultados. À vista disso, esta abordagem
se fundamenta em práticas pedagógicas bilíngues - no par Libras/Português, centradas na promoção
de autonomia e habilidades de comunicação. Os resultados parciais reafirmam que o ambiente escolar
e o estímulo à aquisição da Libras, assumem um papel crucial no processo de desenvolvimento da
identidade surda, proporcionando não apenas o aprendizado dos componentes curriculares, mas
também o fortalecimento da comunicação interpessoal e da autonomia.

Palavras-chave: Adaptação de Materiais; Aquisição Linguística; Identidade Surda; Libras.

46
CURSO BÁSICO DE ESCRITA DE SINAIS (SIGNWRITING) PARA SURDOS: RELATO
DE EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO PRIMEIRO CURSO DE FORMAÇÃO
PRESENCIAL DE SIGNWRITING PARA SURDOS NO ESTADO DO MARANHÃO

Rubens Ramos de Almeida


[email protected]
Secretaria de Educação do Governo do Estado do Maranhão – SEDUC MA

Valerie Sutton
[email protected]
Center for Sutton Movement Writing, Inc.

Léa Cristina Ferreira Santos


[email protected]
Secretaria de Educação do Governo do Estado do Maranhão – SEDUC MA

Carlos Antonio Jacinto


[email protected]
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

RESUMO: O presente estudo se propõe a apresentar e discutir relatos de experiências ocorridas


durante a implantação de um curso de extensão voltado a Surdos, resultado da parceria entre o Núcleo
de Acessibilidade da UEMA (NAU/UEMA) e a Coordenação do Projeto “Escreva em Libras
Maranhão” do Centro de Educação Especial para pessoas com surdez (COPELMA/CAS-MA). Em
virtude da escassez de formação oferecida a esse público, há uma quantidade reduzida de publicações
que abordam a temática, além do distanciamento entre a comunidade Surda e a escrita de sinais, apesar
deste sistema ser notoriamente reconhecido e consolidado na academia. Deste modo, torna-se
imprescindível que haja iniciativas para o processo de ensino-aprendizagem para pessoas surdas em
sua própria língua na modalidade escrita, tendo em vista que a escrita de sinais proporciona que se
desenvolvam suas habilidades linguísticas, tanto na língua de sinais quanto na Língua Portuguesa como
segunda língua. Assim, o objetivo desta pesquisa é demonstrar de que maneiras os envolvidos
adquirirem as competências necessárias para entender e aplicar a SignWriting como forma de escrita
de sua língua no cotidiano e em outros espaços, como resultado da formação. Para contextualizar a
pesquisa, foi utilizado como fundamentação teórica os estudos que consideram a história e trajetória
do sistema Sutton SignWriting no mundo e no Brasil, bem como suas contribuições para o processo de
letramento visual de crianças surdas e até a leitura de textos em Língua Brasileira de Sinais (Libras)
escrita (SignWriting) por surdos acadêmicos, que foi o objeto de pesquisa de Gonçalves Filho (2023),
e outras bases teóricas debruçadas por Stumpf (2005), Barreto e Barreto (2015), e Sutton (2011). A
pesquisa teve uma abordagem qualitativa, por utilizar uma metodologia participativa, por permitir
interação entre cursistas e professores, promovendo discussões e trocas de experiências, uma vez que
as aulas presenciais eram realizadas no laboratório de informática onde eram aplicadas atividades
práticas, e assim, a coleta de dados, foi realizada por observação participante, e análise de
questionários. Com a implementação do curso, constatou-se que os discentes surdos foram capazes de
compreender grafemas (símbolos) básicos do sistema de escrita e iniciaram suas produções escritas
em Libras, além de conseguirem realizar leituras de textos registrados em um nível de escrita de sinais
mais complexo. Por conseguinte, espera-se que por meio do relato de experiência considerado neste
processo formativo possa estimular e auxiliar futuros cursos de escrita de sinais destinados ao povo
Surdo.

Palavras-chave: Formação; Libras; SignWriting; Surdos.

47
DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS SURDOS: A VALORIZAÇÃO DA
LIBRAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL DE MARABÁ-PA

Nadia de Oliveira Lima


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Tania Regina da Silva Romano


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: A inclusão escolar de alunos surdos na rede pública de ensino de Marabá-Pará ainda
caminha de forma lenta e enfrenta desafios significativos, principalmente devido à falta de valorização
da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no ambiente educacional. A ausência de práticas pedagógicas
que respeitem as especificidades dos alunos surdos compromete sua socialização e desenvolvimento
cognitivo. Nesse contexto, a educação bilíngue, com o uso da Libras e a promoção da cultura surda, é
fundamental para garantir o acesso e permanência dos alunos surdos nas escolas regulares. A
problemática desta pesquisa reside na pouca atenção dada às necessidades educacionais desses alunos
e na ausência de formação continuada dos professores para atender essas demandas, resultando no
isolamento social dos estudantes surdos. O objetivo deste estudo é investigar a importância da inclusão
da Libras como disciplina no currículo escolar, desde a educação infantil até o nível superior, e
identificar como a valorização dessa língua pode contribuir para minimizar o isolamento social dos
alunos surdos. Além disso, busca-se promover a compreensão dos profissionais de educação sobre a
importância da formação continuada em Libras, de modo a incentivar práticas pedagógicas que
favoreçam a inclusão e a interação dos sujeitos surdos no ambiente escolar. O referencial teórico desta
pesquisa é embasado nos estudos de Quadros (2010), que discute a relevância da educação bilíngue e
da inclusão da Libras no contexto escolar, e Pêgo (2013), que explora a importância de práticas
inclusivas e a formação de professores. Esses autores fornecem uma base sólida para entender como a
exclusão social no ambiente escolar pode ser minimizada por meio de uma abordagem educacional
que valorize a língua de sinais. A metodologia adotada é qualitativa, com base em entrevistas
semiestruturadas realizadas com professores da rede pública de Marabá-Pará. Os dados obtidos visam
analisar as práticas pedagógicas utilizadas com alunos surdos e identificar os principais desafios
enfrentados pelos educadores na promoção de um ambiente escolar inclusivo. Os resultados parciais
indicam que a ausência de formação continuada em Libras e de uma disciplina dedicada a essa língua
contribui diretamente para o isolamento social dos alunos surdos, reforçando a necessidade de
mudanças nas políticas educacionais. A hipótese levantada é que a inclusão da Libras no currículo
escolar poderá promover uma maior interação entre alunos surdos e ouvintes, minimizando o
isolamento e garantindo uma educação mais inclusiva e equitativa.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Inclusão Escolar; Libras.

48
DESENHANDO SENTIDOS: IMAGENS COMO PONTE PARA O ENSINO DA LIBRAS EM
CRIANÇAS SURDAS

Andressa Mouana de Freita Rodrigues


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Gabriella Araújo Silva


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Luiz Felipe Pontes Dias


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: Este trabalho aborda o processo de ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como
primeira língua (L1) para crianças surdas, destacando a importância de compreender as especificidades
desse público. A problemática que orienta a pesquisa envolve a necessidade de se reconhecer a Libras
como a língua materna das crianças surdas, o que requer uma metodologia de ensino diferenciada,
voltada para o uso de recursos visuais. A relevância do estudo reside no fato de que a língua de sinais
é fundamental para a construção do conhecimento e das interações sociais das crianças surdas, sendo
o principal meio para o desenvolvimento cognitivo e afetivo, sem que a surdez represente uma
limitação nesses aspectos. O objetivo da pesquisa é investigar a eficiência do ensino da Libras como
L1 para crianças surdas, com ênfase no uso de imagens como ferramenta pedagógica. Busca-se
compreender como esse método facilita a aprendizagem da língua e quais são os impactos na
construção das subjetividades das crianças surdas em seu contexto educacional. O trabalho também
visa contribuir para o debate sobre práticas pedagógicas mais adequadas para esse público,
reconhecendo suas especificidades linguísticas. O referencial teórico baseia-se em autores como Reily
(2003), que discute a importância da língua de sinais na educação de surdos, Stumpf (2004), que aborda
metodologias inclusivas para o ensino de Libras, e Lopes (2016), que trata da surdez e dos desafios
educacionais para surdos. Esses autores corroboram a ideia de que o ensino deve ser visual, priorizando
metodologias que respeitem as características sensoriais das crianças surdas. A metodologia utilizada
foi uma abordagem qualitativa, com foco na aplicação de atividades pedagógicas centradas no uso de
imagens, sempre com o objetivo de facilitar a compreensão e o desenvolvimento da Libras pelas
crianças surdas. Os resultados parciais indicam que o uso de imagens no ensino de Libras para crianças
surdas é uma prática eficaz, confirmando a hipótese de que esse recurso facilita o aprendizado da
língua. Observou-se uma evolução significativa no processo de aprendizagem, o que reforça a
importância de adaptar as práticas pedagógicas às necessidades específicas desse público, promovendo
uma educação mais acessível e inclusiva.

Palavras-chave: Educação de Surdos; Metodologia Visual; Visualidade.

49
DO SILÊNCIO AO SIGNIFICADO: DESAFIOS DA AQUISIÇÃO LINGUÍSTICA
BILÍNGUE PARA SURDOS EM MARABÁ

Gabriella Araújo Silva


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Andressa Mouana de Freita Rodrigues


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Luiz Felipe Pontes Dias


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: A presente pesquisa investiga os desafios enfrentados por estudantes surdos do ensino
fundamental de Marabá na aquisição da Língua Portuguesa e da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A ausência de um ensino adequado da Libras como primeira língua tem impacto direto no
desenvolvimento cognitivo e social desses alunos, comprometendo seu desempenho acadêmico.
Gomes (2022) aponta que essa lacuna contribui para práticas pedagógicas excludentes, que
desconsideram as necessidades específicas dos estudantes surdos. A relevância deste estudo está em
mostrar que uma abordagem bilíngue, que valorize a Libras como língua principal, é essencial para
garantir uma educação inclusiva, respeitando as singularidades desse público. O principal objetivo
deste trabalho é destacar a importância de transformar a realidade educacional de estudantes surdos,
rompendo com métodos tradicionais excludentes e promovendo um ambiente de aprendizagem que
valorize suas particularidades. Pretende-se, assim, demonstrar que a educação bilíngue é crucial para
o desenvolvimento integral dos alunos surdos, favorecendo tanto seu desenvolvimento cognitivo
quanto sua integração social. O referencial teórico desta pesquisa está ancorado em Quadros (2004),
que define a educação bilíngue como um processo em que a Libras atua como primeira língua e a
Língua Portuguesa é ensinada como segunda língua. Lopes (2016) enfatiza a necessidade de
metodologias inclusivas que garantam o aprendizado por meio da Libras, assegurando uma verdadeira
inclusão educacional. Reily (2003) destaca a importância de recursos visuais no ensino de surdos,
sublinhando que tais ferramentas facilitam a compreensão dos conteúdos e o desenvolvimento de
competências linguísticas. A pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, utilizando o estudo de caso
de um aluno surdo de 12 anos, inserido em um programa bilíngue realizado no Centro Especializado
na Área da Surdez (CAES) e no Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (NAIA), em Marabá.
A pesquisa foi conduzida no contexto do programa de extensão "Práticas Extensionais em Inclusão de
Surdos", no qual o aluno participou de atividades curriculares em Libras, nas disciplinas de Língua
Portuguesa, História, Ciências e Geografia, além de aulas específicas de língua de sinais. Os resultados
parciais indicam que o uso da Libras, associado a recursos visuais, desempenha um papel central na
aprendizagem do aluno. A hipótese de que métodos bilíngues, que combinam a Libras com abordagens
visuais, facilita a compreensão dos conteúdos foi confirmada. Esses achados sugerem a necessidade
de adequar as práticas pedagógicas para que se alinhem às especificidades dos estudantes surdos,
favorecendo sua participação mais efetiva no processo educacional.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Educação de Surdos; Visualidade.

50
EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS: DISCURSOS E PRÁTICAS

Cléria Martins Lino e Silva


[email protected]
Universidade Federal de Catalão - UFCAT

Wellington Jhonner Divino Barbosa da Silva


[email protected]
Universidade Federal de Catalão - UFCAT

RESUMO: A educação de pessoas surdas tem sido objeto de intensos e atuais debates nos últimos
anos por profissionais envolvidos nesta área, e pela própria comunidade surda. Com a oficialização
da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por meio da Lei nº 10.436 (Brasil, 2002), o Decreto Lei nº
5.626 (Brasil, 2005) e mais recente a aprovação da Lei nº 14.191 (Brasil, 2021), foram garantidas
novas possibilidades à escolarização do público em questão. Assim, todos os envolvidos com esta
temática lutam por um ensino de qualidade, provocando e exigindo das escolas brasileiras novos
posicionamentos, demandando modernização do processo de ensino-aprendizagem e o
aperfeiçoamento de concepções e práticas docentes. Por conseguinte, este trabalho objetiva debater
acerca de conceções e práticas bilíngues sistematizadas e evidenciadas em discursos de professores
que atuam com alunos surdos. Para alcançarmos tal objetivo, propomo-nos a realização de uma
investigação de abordagem qualitativa, contanto, inicialmente, com a pesquisa bibliográfica ancorada
nos estudos de Favorito; Silva (2022), Lima e Reis (2022), Silva (2023), entre outros, ao que tange às
concepções e práticas de educação bilíngue em contexto da educação básica. Por se tratar de uma
pesquisa que se encontra em andamento, feita a parte teórica, utilizaremos a entrevista semiestruturada
(Ludke; André, 2008). Os participantes serão professores da educação básica que atuam com surdos
na região sudeste goiana. Os dados advindos das entrevistas serão sistematizados em eixos analíticos
e analisados por meio da concepção dialógica de lingua(gem) bakhtiniana (Bakhtin, 2002; Brait, 2018).
Os resultados, obtidos até o momento, evidenciaram que educação bilíngue, como modalidade
independente, vai resguardar o direito ao aluno surdo de ter acesso a professores bilíngues e com
formação adequada em nível superior, materiais didáticos e educação escolar bilíngue e intercultural.

Palavras-chave: Bilinguismo; Formação Continuada; Surdez.

51
EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA ALUNOS SURDOS: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO
DA MATEMÁTICA NA ESCOLA REGULAR

Lidiane Nogueira da Silva


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Greyd Cardoso Mattos


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Maraísa Kíssila Oliveira Fernandes


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

RESUMO: A educação bilíngue para surdos vem sendo discutida e defendida pela comunidade surda
e diversos pesquisadores e profissionais da área. Mesmo essa sendo uma modalidade de ensino
reconhecida e amparada pela Lei 14.191 (Brasil, 2021), sabemos que ela não é, e não será uma
realidade acessível a todos os brasileiros surdos. Sendo assim, torna-se necessário repensar o ensino
para os alunos surdos nas escolas inclusivas, de acordo com as perspectivas da educação bilíngue.
Nesse sentido, surgiu a necessidade de investigar como a proposta de ensino bilíngue pode contribuir
para o ensino de matemática na escola regular. A partir dos dados obtidos, será elaborada uma
sequência didática para o ensino das operações básicas aos alunos surdos do sexto ano do Ensino
Fundamental. Para isso foram traçados os seguintes objetivos: analisar a importância da educação
bilíngue no processo de ensino e aprendizagem da matemática para alunos surdos, discutir sobre a
história e a legislação que ampara a educação dos surdos; investigar as metodologias mais utilizadas
para o ensino da matemática para alunos surdos; apresentar uma proposta de ensino da matemática
para alunos surdos tendo como referência a educação bilíngue. Para a construção do referencial teórico,
até o momento, as discussões sobre as diferenças linguísticas entre surdos e ouvintes e a importância
de se pensar um processo de escolarização que atenda as necessidades dos alunos surdos estão sendo
sustentadas por Quadros (1997; 2006; 2010), Lacerda e Lodi (2010), Skliar (1999; 2010) e o ensino
da matemática a partir das ideias de Lorenzato (2010; 2012). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica.
Os dados foram obtidos através de consulta às bases de dados eletrônicas científicas, Google
Acadêmico e Portal de Periódicos da Capes. Serão analisadas todas as publicações atendam aos
critérios de inclusão: artigos publicados em língua portuguesa, dos últimos 10 anos (2014 – 2024), que
versem sobre propostas metodológicas bilíngues para o ensino de matemática para alunos surdos. A
busca foi realizada pelas palavras-chave: "Bilinguismo" e "Ensino" e “Matemática" e "Surdos", nela
foram encontrados 46 resultados. Contudo, após a leitura dos resumos, foi identificado que apenas 9
(nove) atendem aos critérios de inclusão, esses foram selecionados para a investigação. A partir da
análise dos artigos secionados será elaborada uma sequência didática para o ensino da matemática para
alunos surdos, considerando os princípios da educação bilíngue. A sequência será pensada para alunos
do 6º ano do Ensino Fundamental e nela serão abordados conteúdos referentes às quatro operações
básicas.

Palavras-chave: Bilinguismo; Educação Bilíngue; Ensino da Matemática; Surdez.

52
ENSINO DE LIBRAS NO CURSO DE LETRAS: POSSIBILIDADES E LIMITES

Danilly Lorrane Pantoja Furtado


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

Eldiane Pacheco de Medeiros


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

José Orlando Ferreira de Miranda Junior


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo principal expor a respeito da implementação da
disciplina de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na grade curricular obrigatória nos cursos de
Licenciatura em Letras. Conforme a Lei nº 10.436 (Brasil, 2002), a Libras foi reconhecida como meio
legal de comunicação para pessoas surdas. Essa legislação estabelece a necessidade de garantir a
institucionalização e difusão da Libras, além de tornar sua inclusão como disciplina obrigatória nos
cursos de formação de professores. Posteriormente, o Decreto nº 5.626 (Brasil, 2005), regulamentou
essa lei, reforçando as diretrizes para a sua implementação que assegura que a Libras deve ser parte da
formação dos educadores, com tentativa de investigar como a universidade, especificamente a
Universidade Federal do Pará - UFPA, Campus Universitário do Tocantins/Cametá tem realizado a
garantia da oferta da disciplina e como os alunos têm aproveitamento, observando a partir do uso
metodológico cartográfico. A cartografia é um método de pesquisa-intervenção que não se limita à
descrição de especificações, mas que ocupa o acompanhamento de processos. O cartógrafo acompanha
o processo que desenha o mapa e, ao fazê-lo, implica-se nesse mesmo processo . Trata-se de uma
pesquisa que visa acompanhar a produção de subjetividades e, assim, captar as forças em jogo, os
movimentos de criação, de transformação e de resistência, em vez de tentar fixar uma representação
final e estável (Passos; Kastrup, 2015, p. 17), quais os avanços e limitações, vistas pelos estudantes,
haja vista que a disciplina foi ofertada para as turmas de 2020 e 2021, vespertino e noturno,
respectivamente, como disciplina afim, na tentativa de reduzir a ausência deste componente curricular
aos futuros professores. Ainda, é possível identificar como os estudantes se identificam ou não com a
disciplina no final do curso e qual a opinião destes sobre a oferta e suas reverberações na futura
profissão. Salientamos ainda, que os estudantes foram consultados e responderam a um questionário
com perguntas semiestruturadas e abertas com o intuito de apresentar os dados por nós compilados.

Palavras-chave: Cartografia; Curso de Letras; Libras.

53
ENSINO DE PORTUGUÊS PARA SURDOS:UMA EXPERIÊNCIA DE LETRAMENTO
BILÍNGUE NO ENSINO MÉDIO SOB A ÓTICA DO CURRÍCULO BILÍNGUE

Camila de Carvalho Mendonça Assis


[email protected]
Universidade Estadual de Goiás - UEG

RESUMO: Este estudo investiga o ensino de língua portuguesa como segunda língua na perspectiva
dos letramentos, com foco na análise de atividades realizadas em uma escola do ensino médio, com
base no documento " Proposta Curricular para o Ensino de Português Escrito como Segunda Língua
para Estudantes Surdos da Educação Básica e do Ensino Superior". Fundamentado nas teorias de
Quadros (2022), Rojo (2022), Hofman (2007), Pereira (2023), sobre educação bilíngue e os
multiletramentos, o estudo adota uma abordagem metodológica de pesquisa-ação, na qual a
pesquisadora analisa as atividades e propõe intervenções pedagógicas para o ensino de segunda língua
(L2), numa perspectiva voltada para os letramentos. Intui-se descrever como o referido documento
pode favorecer o aprendizado da L2 e como a influência da Língua Brasileira de Sinais (Libras) se
reflete na produção escrita da L2. A metodologia envolveu a observação direta das atividades, a coleta
de dados e a análise detalhada das produções escrita por um discente surdo, bem como as interações
entre o pesquisador e o aluno. Foram comparadas atividades executadas antes e depois da
implementação do currículo proposto, permitindo uma análise das mudanças no desempenho
linguístico. Os resultados revelam padrões de interlinguagem e mostram como a interculturalidade é
abordada no contexto do ensino de L2 para alunos surdos. Concluímos destacando a importância de
abordagens pedagógicas sensíveis à diversidade linguística e cultural dos alunos, oferecendo insights
valiosos para o desenvolvimento de práticas de ensino mais inclusivas e eficazes.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Interlíngua; Multiletramentos; Translinguagem.

54
FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO A ALUNOS SURDOS

Gilberto Rodrigues da Silva


[email protected]
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE

RESUMO: A formação dos professores responsáveis pelo Atendimento Educacional Especializado


para alunos surdos é crucial para garantir uma educação inclusiva e de qualidade. Este estudo investiga
como a formação desses docentes está alinhada com as necessidades dos alunos surdos, considerando
a crescente importância de uma educação bilíngue e inclusiva. A relevância da pesquisa reside na
necessidade de identificar lacunas e potencialidades na formação docente, visando melhorar as práticas
pedagógicas e o Atendimento Educacional Especializado. O objetivo principal é mapear os processos
formativos dos professores, identificar as competências necessárias e os desafios enfrentados na
educação inclusiva. Busca-se entender como os cursos de formação continuada contribuem para a
qualificação desses profissionais e quais práticas pedagógicas são mais eficazes no ensino de alunos
surdos. O referencial teórico fundamenta-se em autores como Skliar (1998), que discute a educação de
surdos em uma perspectiva bilíngue, Quadros (2004), que aborda a formação de professores em
contextos inclusivos, e Gesser (2009), que trata da identidade surda e a importância da Língua
Brasileira de Sinais (Libras). Esses autores fornecem uma base teórica sólida para a análise das práticas
formativas e pedagógicas. A metodologia adotada é qualitativa, com entrevistas semiestruturadas
realizadas com professores de salas de Atendimento Educacional Especializado e coordenadores
pedagógicos. A análise dos dados segue os princípios da análise de conteúdo de Bardin (2011),
permitindo uma compreensão aprofundada das percepções e experiências dos entrevistados. Os
resultados parciais indicam que, embora haja avanços significativos na formação de professores,
persistem desafios importantes, especialmente na prática pedagógica inclusiva e no domínio da Libras.
A formação continuada é vista como essencial para o desenvolvimento profissional dos docentes e
para a melhoria do atendimento aos alunos surdos. Conclui-se que são necessárias políticas públicas
mais eficazes e programas de formação que atendam às especificidades da educação de surdos,
promovendo uma inclusão efetiva e de qualidade.

Palavras-chave: Alunos Surdos; Educação Bilíngue; Educação Inclusiva; Formação de Professores;


Língua Brasileira de Sinais.

55
IMPLEMENTAÇÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA NO ENSINO FUNDAMENTAL:
DESENHO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM COMO FERRAMENTA INCLUSIVA

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

Raquel Schwenck de Mello Vianna Soares


[email protected]
Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Carlos Antonio Jacinto


[email protected]
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Jaqueline França da Silva


[email protected]
Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista/Bahia - PMVC BA

RESUMO: Este estudo investiga a implementação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como
disciplina obrigatória nos anos finais do ensino fundamental nas escolas estaduais de Tocantins, com
foco em estratégias pedagógicas inclusivas que atendam à diversidade de estudantes, especialmente
aqueles com deficiência. A problemática central está na insuficiência de práticas pedagógicas eficazes
para o ensino de Libras como segunda língua (L2), o que resulta em obstáculos para a aprendizagem
e a inclusão. A relevância da pesquisa se justifica pela necessidade de explorar métodos que promovam
a acessibilidade no ensino, com ênfase no Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), uma
metodologia que visa flexibilizar o processo educacional para torná-lo mais inclusivo. O principal
objetivo desta pesquisa é investigar como os princípios do DUA podem ser aplicados ao ensino de
Libras, facilitando o desenvolvimento de competências linguísticas em estudantes com deficiência. Os
objetivos específicos incluem analisar a aplicabilidade do DUA no contexto escolar, avaliar o impacto
de práticas pedagógicas inclusivas e propor estratégias que possam ser replicadas em outras
instituições de ensino. O referencial teórico baseia-se em estudos de Silva e Lídia (2020), que abordam
métodos eficazes para o ensino de Libras, e Zerbato (2018), que explora a implementação do DUA
como ferramenta para práticas pedagógicas inclusivas. Os conceitos fundamentais do DUA, como
engajamento, representação e expressão, orientam a pesquisa com o intuito de garantir que os
estudantes tenham melhores oportunidades de aprendizado, levando em consideração suas diferentes
formas de interação com o conteúdo. A metodologia adotada é a Pesquisa-Ação, com abordagem
qualitativa, permitindo uma interação contínua com o ambiente escolar. A pesquisa será realizada em
três turmas do ensino fundamental que incluem estudantes com deficiência. Inicialmente, será feita
uma avaliação diagnóstica das competências linguísticas, seguida pela implementação dos princípios
do DUA nas aulas de Libras. Ao final do semestre, uma nova avaliação será realizada para verificar o
progresso dos alunos. Espera-se que os resultados confirmem o DUA como uma metodologia eficaz
para lidar com os desafios educacionais, contribuindo com reflexões sobre políticas pedagógicas
inclusivas. A pesquisa pretende demonstrar que a aplicação dos princípios do DUA no ensino de Libras
pode ampliar a acessibilidade e favorecer o aprendizado, promovendo uma educação mais inclusiva e
multilíngue.

Palavras-chave: Desenho Universal para a Aprendizagem; Inclusão Educacional; Língua Brasileira


de Sinais.

56
LITERATURA SURDA ESCRITA (SIGNWRITING/PORTUGUÊS): CONSIDERAÇÕES
ACERCA DE DUAS OBRAS BILÍNGUES À LUZ DA MULTIMODALIDADE

Carlos Antonio Jacinto


[email protected]
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Rubens Ramos de Almeida


[email protected]
Secretaria de Estado da Educação do Estado do Maranhão – SEDUC MA

Samuel Parrela Braga


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

RESUMO: Neste estudo, mobilizamos reflexões acerca da circulação da Literatura Surda na


modalidade escrita, na Língua Portuguesa e em SignWriting, e sua difusão na Comunidade Surda.
Desta forma, justifica-se em decorrências das experiências dos Surdos bilíngues envolvem, muito mais
que a proposição de uma escrita ou outra, sua circulação e adesão em práticas sociais. Nesse sentido,
de acordo com Karnopp (2008), a Língua Portuguesa escrita tem sido utilizada como forma de
materialização da Literatura Surda em virtude da experiência bilíngue desses sujeitos. Ademais, Peluso
(2018) problematiza que, apesar de termos a proposição de sistemas de escrita voltados para a Língua
Brasileira de Sinais (Libras), esses ainda são pouco utilizados. Desta forma, deve-se conceber
ferramentas mediadoras que modifiquem essa realidade e possibilitem uma maior circulação de ambas
escritas, sendo a literatura imprescindível para isso. A fim de ilustrar essa materialização, selecionamos
e analisamos a constituição linguística e de diagramação das produções Onze histórias e um segredo:
desvendando as lendas amazônicas (Sales, 2016) e Telasco e sua turma em: a lenda da Manguda
(Almeida, 2023) à luz dos princípios da multimodalidade (Kress; Van Leeuwen, 2006 [1996]; 2011).
Inicialmente, destaca-se que são produções que tematizam e veiculam saberes das regiões norte e
nordeste do Brasil, possibilitando a sua difusão para outras comunidades. Acerca das línguas presentes,
ambas as obras são bilíngues. Contudo, o modo como as línguas são mobilizadas e possibilitam
práticas de leitura destoam-se. No primeiro caso, toda a constituição da obra envolveu três elementos
em série: a ilustração, seguida do texto na Língua Portuguesa e em SignWriting. Enquanto língua de
acesso e significação do mundo, acreditamos que a Libras deve constar como primeiro elemento em
obras bilíngues e, em seguida, através do contato com a segunda língua, se possibilitaria uma análise
contrastiva bilíngue. Por sua vez, na segunda obra, identificamos que as informações são distribuídas
de duas formas: introduz-se com ilustrações que são seguidas, na segunda página, das informações
verbais em SignWriting, em primeiro plano, seguido das versões em Língua Portuguesa escrita e da
sinalização em Libras e disponível por QRCode. Reforçamos que esse comparativo não visou favorecer
uma publicação em detrimento da outra ou diminuir seu valor literário. Todavia, buscamos evidenciar,
inicialmente, que ambas as escritas são propícias para o registro da Literatura Surda e que, em termos
de leitura e de organização de informações em obras físicas, o modo como as informações são
disponibilizadas pode impactar a representação linguística e o processamento da leitura.

Palavras-chave: Escrita; Língua Portuguesa; Literatura Surda; SignWriting.

57
LUDICIDADE E INCLUSÃO: A CRIAÇÃO DE JOGOS EM LIBRAS COMO
FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO ENSINO DE ALUNOS SURDOS

Jaqson Alves Santos


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

RESUMO: A criação de jogos em Língua Brasileira de Sinais (Libras) pelos licenciandos da


Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), no âmbito do Laboratório Interdisciplinar de Recursos
Pedagógicos Inclusivos (LABIRPI), desponta como uma iniciativa de elevada relevância no contexto
da educação bilíngue e inclusiva. Diante da escassez de materiais pedagógicos acessíveis que atendam
às especificidades dos alunos surdos, essa proposta busca preencher lacunas existentes no processo de
ensino-aprendizagem, promovendo práticas pedagógicas inovadoras e interculturais. A urgência dessa
questão está alicerçada na necessidade de uma educação que celebre e valorize a diversidade linguística
e cultural, alinhada aos princípios da educação bilíngue e inclusiva. O objetivo central é desenvolver
jogos pedagógicos em Libras, com vistas a fortalecer as práticas educativas inclusivas e ampliar a
acessibilidade para os estudantes surdos. Intenciona-se, assim, capacitar os licenciandos com o
conhecimento e as habilidades necessárias para criar recursos lúdico-pedagógicos que atendam às
particularidades dos aprendizes surdos, promovendo um diálogo entre o lúdico e o desenvolvimento
cognitivo. O referencial teórico que fundamenta esta pesquisa inclui, entre outros, as contribuições de
Vygotsky (1984), que sublinha a importância do lúdico no desenvolvimento infantil, e Quadros (2006),
que destaca a relevância do ensino em Libras como língua de instrução para estudantes surdos. Os
resultados preliminares revelam que a criação de jogos em Libras possui um impacto transformador
no ambiente escolar, proporcionando um espaço de aprendizagem mais dinâmico, interativo e
inclusivo. As hipóteses levantadas sugerem que esses recursos ampliam as possibilidades de interação
e compreensão entre alunos surdos e não-surdos, ao mesmo tempo em que contribuem para a
valorização da Libras no ambiente educacional. Em suma, o desenvolvimento desses jogos se mostra
uma estratégia eficaz para a superação de barreiras comunicacionais e pedagógicas, reforçando o
compromisso com uma educação inclusiva, equitativa e acessível para todos os alunos.

Palavras-chave: Acessibilidade; Alunos Surdos; Jogos Pedagógicos; Libras.

58
MATERIAIS DIDÁTICOS ACESSÍVEIS PARA A EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS:
DESAFIOS E PERSPECTIVAS INCLUSIVAS NA REDE PÚBLICA DE MARABÁ-PA

Luiz Felipe Pontes Dias


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA

Crisiane de Freitas Soares


[email protected]
Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: A educação de surdos no Brasil, e em especial na rede pública de ensino de Marabá-Pará,


enfrenta um desafio significativo no que se refere à adequação dos materiais didáticos acessíveis,
particularmente no que concerne à inclusão da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A ausência de
recursos pedagógicos que contemplem as especificidades da educação bilíngue tem limitado o
processo de aprendizagem e inclusão dos alunos surdos. Esta pesquisa tem como objetivo investigar a
adequação dos materiais didáticos atualmente utilizados e propor melhorias que possam contribuir para
um ambiente educacional mais inclusivo e adaptado às necessidades da comunidade surda. O objetivo
da pesquisa será analisar a adequação dos materiais didáticos acessíveis no ensino de surdos nas
escolas públicas de Marabá, identificar as lacunas existentes e propor diretrizes para o
desenvolvimento de novos recursos pedagógicos. Além disso, a pesquisa pretende sensibilizar os
educadores sobre a importância da formação contínua em Libras e em metodologias inclusivas, além
de incentivar a colaboração entre a comunidade surda e as instituições de ensino para promover uma
educação mais equitativa. O referencial teórico será embasado em autores como Karnopp (2012), que
discute a relevância da educação bilíngue; Nunes (2008), que enfatiza a necessidade de materiais
didáticos acessíveis; Lacerda (2016), que explora o uso de recursos multimídia inclusivos; e Gonçalves
(2017), que aborda a formação de professores como elemento essencial para a inclusão de surdos.
Esses autores fornecerão uma base sólida para a discussão sobre práticas pedagógicas inclusivas e as
necessidades dos alunos surdos. A metodologia será qualitativa, baseada em análise documental e
entrevistas semiestruturadas com educadores e especialistas da área. A pesquisa será realizada nas
escolas públicas de Marabá-Pará, onde serão analisados os materiais didáticos utilizados no ensino de
surdos e as dificuldades enfrentadas por professores e equipes pedagógicas no uso desses recursos.
Espera-se que os resultados revelem uma lacuna significativa na produção e distribuição de materiais
acessíveis para a educação bilíngue de surdos. A hipótese é que, com a criação de recursos pedagógicos
específicos e o fortalecimento da formação continuada dos educadores em Libras, será possível
promover uma inclusão mais efetiva, respeitando as singularidades da comunidade surda de Marabá.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Inclusão Escolar; Materiais Didáticos Acessíveis.

59
METODOLOGIA MULTISSEMIÓTICA PARA O ENSINO DE DIVISÃO SILÁBICA:
ABORDAGEM VISUAL NA EDUCAÇÃO DE SURDOS

David do Carmo Oliveira


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Sarah Rayane Cabral Morais


[email protected]
Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

William Jônatas Vidal Coutinho


[email protected]
Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: A educação de surdos apresenta o desafio de desenvolver metodologias de ensino que


valorizem a visualidade como elemento central na apreensão dos conceitos linguísticos. Considerando
a necessidade de adaptação de práticas pedagógicas, este trabalho propõe a criação de uma
metodologia multissemiótica para o ensino da divisão silábica a alunos surdos, utilizando cores para
representar unidades fonológicas, como dígrafos, encontros consonantais e grupos consonantais. A
relevância dessa proposta reside na demanda crescente por estratégias educativas que levem em
consideração a especificidade da aprendizagem visual dos surdos, proporcionando-lhes uma
experiência mais acessível e significativa no processo de aquisição da Língua Portuguesa como
segunda língua (L2). O objetivo da pesquisa é construir uma metodologia que, ao incorporar recursos
visuais, facilite a compreensão da divisão silábica por meio da atribuição de cores às diferentes
unidades fonológicas, com destaque para a vogal, elemento central da sílaba. A metodologia visa
fornecer uma ferramenta pedagógica que atenda às necessidades do público surdo, permitindo uma
apreensão clara e eficaz dos conceitos gramaticais, sem depender de aspectos sonoros da língua. O
referencial teórico baseia-se em autores como Karnopp (2012), Lacerda (2016) e Carvalho, Santos e
Vasconcelos (2022), que discutem a aquisição de língua por sujeitos surdos e o papel das estratégias
multissemióticas no ensino de Língua Portuguesa. Esses estudos apontam a importância de métodos
visuais e multimodais no processo de aprendizagem dos surdos, servindo de base para o
desenvolvimento da proposta apresentada neste trabalho. A metodologia a ser aplicada terá abordagem
qualitativa, consistindo na implementação de atividades pedagógicas baseadas no uso de cores para
ensinar a divisão silábica. As atividades serão aplicadas em uma turma de alunos surdos, e os dados
serão coletados por meio de observação participante e análise das produções dos alunos durante as
tarefas. Espera-se que os resultados confirmem a hipótese de que o uso de cores como recurso visual
para representar as unidades fonológicas facilita a compreensão e favorece o aprendizado dos alunos
surdos. A pesquisa pretende contribuir para o desenvolvimento de novas abordagens pedagógicas,
destacando a importância de práticas educativas que considerem a centralidade da visualidade e as
especificidades dos sujeitos surdos no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Educação de Surdos; Metodologia Multissemiótica; Visualidade.

60
METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LIBRAS PARA CRIANÇAS SURDAS EM IDADE
ESCOLAR- NA ÓTICA DA REVISÃO INTEGRATIVA

Maria Leidiane Rodrigues Pereira Reis


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

Luiz Felipe Pontes Dias


[email protected]
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa

Cíntia Kelly Inês Freitas


[email protected]
Centro Universitário Leonardo da Vinci - Uniasselvi

Rubens Ramos de Almeida


[email protected]
Secretaria de Educação do Governo do Estado do Maranhão – SEDUC MA

RESUMO: No contexto da inclusão no ambiente educacional, percebemos a relevância das


estratégias de ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para crianças surdas. Assim, por meio
deste estudo buscamos analisar e discutir, através da revisão integrativa de literatura essas estratégias,
em pesquisa nas principais bases de dados, com o uso das palavras chaves encontramos 10.523 artigos,
após critérios de exclusão e leitura dinâmica esse número reduziu-se a 5 (cinco) artigos para o estudo
que se segue. Destacamos a relevância deste estudo, pois busca contribuir na melhoria da realidade
escolar dos alunos surdos, apresentando metodologias adequadas para o ensino e aprendizagem da
Libras. Quadros e Cruz (2011) afirmam que a aquisição da primeira língua de forma consistente, em
um período que é considerado normal, oferece uma base linguística para aquisição de uma segunda
língua. Isso reafirma que quanto mais cedo a criança surda se familiarizar com a sua língua materna,
maior será seu desempenho nas relações sociais. Deste modo, é imprescindível pensar em estratégias
metodológicas de aquisição que atendam às reais necessidades das crianças, tais como, utilização de
aparatos tecnológicos que apresente os conteúdos em sala explorando ao máximo as potencialidades
visuais, incluir na grade curricular aulas que fomentem a aquisição do vocabulário básico de Libras
pelos ouvintes, se expressar de forma dinâmica aos alunos, por meio de atividades lúdicas, dentre
outros. Basso, Strobel e Massuti (2009) completam que o estudante surdo ao adquirir a língua de sinais
no início da escolarização terá experiências e competências linguísticas suficientes para acessar o
conhecimento de forma crítica e ativa. Para que as crianças surdas obtenham uma aprendizagem
satisfatória, Cruz (2016) defende que além dos programas de intervenção/estimulação, essas precisam
do estímulo à aprendizagem. Nesse sentido, Carvalho e Santos acrescentam: “se a criança surda não
tiver estímulos precoces, tanto sociais quanto linguísticos, no que se refere à aquisição de sua L1, o
aprendizado será tardio, acarretando prejuízos especialmente em sua comunicação” (Carvalho; Santos,
2016, p. 192). Concluímos que a aquisição tardia da Libras tem provocado uma série de danos ao
desenvolvimento intelectual, comunicativo e de aprendizagem da pessoa surda. Como mencionado em
diversos debates, a maioria destas não foram incentivadas à aquisição do vocabulário de sinais em sua
infância, ou seja, desde ao nascer, por serem descendentes de pais ouvintes.

Palavras-chave: Aprendizado; Aquisição de Libras; Libras; Metodologias.

61
O DIREITO À EDUCAÇÃO BILÍNGUE DAS PESSOAS SURDAS À LUZ DOS ACÓRDÃOS
DO TJSP x TJSC?

Samuel dos Santos Silva Jesus


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

RESUMO: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), em seu artigo 60-A,
estabelece o direito à educação bilíngue das pessoas surdas, com seus direitos e deveres. Ao olhar para
o campo do Direito, nota-se que as fontes, as leis, as doutrinas e as jurisprudências se constituem de
base material e formal, isto é, respectivamente por onde se cria propriamente os direitos das pessoas e
como se aplica a produção dessas normas. Nessa perspectiva, os autores que refletem e contribuem
para se pensar nessa interseccionalidade entre o Direito e a Educação Bilíngue de Surdos são Favorito
(2006), Jesus (2016), Lodi (2021), Albres (2021), Reis e Lima (2022). Dessa maneira, o direito à
educação bilíngue das pessoas surdas deve ser analisado sob a ótica das leis constitucionais,
infraconstitucionais e das jurisprudências que perpassam essa matéria. Neste sentido, a presente
pesquisa pretende mapear e analisar como ocorre a garantia dos direitos das pessoas surdas nos
acórdãos – um gênero textual jurídico de reanálise de sentença da primeira instância – do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) e de Santa Catarina (TJSC). Visando entender como ocorre a
figura do direito da educação bilíngue das pessoas surdas no sistema educacional desses dois estados
brasileiros, pergunta-se: Como o direito à educação bilíngue vem sendo assegurado nos processos
judiciais de segunda instância em São Paulo e Santa Catarina? Para elucidar essa questão, esta pesquisa
pauta-se na pesquisa documental e utiliza a análise de conteúdo para examinar os materiais coletados,
o qual metodologicamente utiliza uma abordagem qualitativa. Na coleta de dados, foram selecionadas
4 (quatro) decisões de jurisprudência do TJSC com a palavra-chave "intérprete de libras", "educação"
e 1(uma) decisão de jurisprudência do TJSP com a palavra-chave "intérprete de libras"; "educação",
os quais neste estudo serão analisadas 5 (cinco) decisões de dois tribunais diferentes que retratavam
sobre o direito à educação bilíngue de surdos. Nesta análise, três categorias foram identificadas: (i) os
direitos à educação das pessoas surdas sob o olhar de dois tribunais distintos (ii) nomenclaturas das
pessoas surdas; (iii) o caso, características, especificidades e sua decisão. Os resultados constatam, por
exemplo, inconsistências terminológicas inapropriadas das comunidades surdas nos acórdãos, como
expressões de "surdo-mudo que se comunica com linguagem de sinais". Com essa pesquisa, espera-se
contribuir para o estabelecimento de políticas linguísticas dentro da educação bilíngue de surdos,
garantindo visibilidade à essa modalidade de educação às pessoas surdas.

Palavras-chave: Acórdãos TJSP; Direito; Educação Bilíngue de Surdos.

62
O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA NA MODALIDADE ESCRITA
PARA ALUNOS SURDOS DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE NA PERSPECTIVA DOS
MULTILETRAMENTOS

Camila de Carvalho Mendonça Assis


[email protected]
Universidade Estadual de Goiás - UEG

Greyd Cardoso Mattos


[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

RESUMO: A pesquisa aqui apresentada faz uma reflexão acerca das contribuições dos movimentos
recentes das comunidades surdas em relação ao modelo de Educação Bilíngue, pautado especialmente
pela consolidação da Lei nº 14.191 (Brasil, 2021). O trabalho foi realizado com o intuito de responder
a seguinte problemática: As práticas listadas na proposta curricular, promovem, a partir dos
pressupostos teóricos dos multiletramentos uma educação linguística crítica e intercultural dos
estudantes surdos da educação básica? A pesquisa teve como principal objetivo analisar a “Proposta
Curricular para o Ensino de Português Escrito como Segunda Língua para Estudantes Surdos da
Educação Básica e do Ensino Superior” sob a perspectiva dos Multiletramentos e da educação
linguística crítica e intercultural. Foi traçado um paralelo entre o modelo educacional vigente nas
escolas inclusivas e o que se espera da proposta recém aprovada. Visto que é de extrema importância
diferenciar os conceitos relacionados ao bilinguismo, dos que definem a proposta de educação
bilíngue. Para isso foi considerado o papel documental do Currículo Escolar, como um possível guia
de referência das praxiologias no ensino da Língua Portuguesa e da Língua Brasileira de Sinais (Libras)
como instrumento de empoderamento da cultura e identidade surda. O embasamento teórico foi
construído a luz de Quadros e Skliar (2012), Souza (2011), Rojo (2023) Rabelo (2007), Salles (2003),
Quadros e Schmiedt (2003). A metodologia do trabalho se enquadra em uma abordagem qualitativa e
recorreu aos métodos de pesquisa documental, por meio de documentos oficiais do Governo Federal,
para a coleta de dados. Os dados coletados foram analisados segundo os estudos de Bardin (2020) por
meio da Análise de Conteúdo, em uma perspectiva interpretativa. Foi possível identificar as
contribuições e possíveis entraves da referida proposta curricular para uma educação libertária e
igualitária dos discentes surdos, uma vez que a Educação Bilíngue poderá fomentar as praxiologias
culturais e de fortalecimento da comunidade, embora não se tenha respostas dos impactos dessa
abordagem para a escola regular. Também foi possível perceber que enquanto o surdo não tiver acesso
a uma educação que contemple sua identidade, sua literacia, sua cultura, sua língua como instrução,
mediação e criação, não falaremos em educação linguística, letramento crítico, mas em pseudo-
inclusão e descarada exclusão desse povo estrangeiro linguístico em seu próprio país.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Educação de Surdos; Educação Linguística Crítica;


Multiletramentos.

63
O JOGO DA MEMÓRIA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE
LIBRAS: UM ESTUDO DE CASO COM ALUNOS OUVINTES DO 9º ANO

Aline Carla de Freitas Lopes Barichello


[email protected]
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Jaqson Alves Santos


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

RESUMO: Este trabalho apresenta uma análise do uso do jogo da memória como estratégia
pedagógica para o ensino de categorias em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com ênfase na
aprendizagem dos números. O estudo será desenvolvido em uma turma do 9º ano do Ensino
Fundamental em uma escola pública do Rio Grande do Norte, que é composta por 26 alunos ouvintes,
e aborda a relevância de ferramentas lúdicas no contexto educacional, destacando que o jogo pode
servir não apenas para o conhecimento e o contexto da língua de sinais por si só, mas também irá
promover a inclusão e a conscientização sobre a diversidade linguística. Ao unir o lúdico com o ensino,
o professor deverá criar um ambiente com maior dinamicidade e colaboração, incentivando a
curiosidade e o interesse dos estudantes. A pesquisa busca investigar como o jogo da memória pode
servir para o ensino de categorias em Libras e tem o objetivo principal de investigar o impacto dessa
estratégia de ensino na compreensão dos números na língua de sinais, além de analisar a sua eficácia
como um recurso didático para ser utilizado dentro de sala de aula, podendo observar se haverá
contribuição do material para a redução de preconceitos com a comunidade surda e se os alunos
ouvintes irão buscar se envolver de forma mais acolhedora com estudantes surdos. Para isso, diversos
autores foram pesquisados e vários trabalhos abordam a temática da valorização do uso de jogos para
o ensino de Libras. Dentre esses, podemos citar Silva e Santos (2019), Freitas e Carvalho (2020),
Moura, Silva e Ribeiro (2020) e Alves e Luma Junior (2023). Por consequência, são esperados
resultados que indiquem o jogo da memória como um facilitador da aprendizagem, que sirva para
auxiliar no conhecimento visual-espacial, podendo ser uma ferramenta poderosa para promover o
ensino de forma interessante, além da inclusão e da conscientização sobre a importância do
conhecimento de Libras no cotidiano.

Palavras-chave: Aprendizagem; Jogo da memória; Libras; Números.

64
O SERVIÇO DE INTERPRETAÇÃO DO PAR LINGUÍSTICO LIBRAS- PORTUGUÊS
DENTRO DO CAMPUS DE ABAETETUBA/UFPA: A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS SURDOS

Keiliane dos Passos Goes


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

Wevellyn Kethelyn Pinheiro Lobato


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

Fábio da Silva Pereira


[email protected]
Instituto Federal do Pará - IFPA

Márcia Monteiro Carvalho


[email protected]
Universidade Federal do Pará - UFPA

RESUMO: Para muitos alunos surdos, a presença de intérpretes é um fator determinante para o seu
desempenho acadêmico e social. Entender qual a percepção dos usuários do serviço de interpretação
dentro da universidade é fundamental para o seu aprimoramento. A pesquisa sobre esse tema pode
ajudar a identificar pontos de melhoria no ensino superior, para a comunidade surda e fortalecer as
práticas de inclusão no campus de Abaetetuba/ Universidade Federal do Pará. Este estudo aponta as
barreiras enfrentadas por esses alunos, que frequentemente encontram empecilhos na interação
acadêmica e social, comprometendo sua participação plena na vida universitária. Os objetivos, incluem
identificar quais as perspectivas em relação ao serviço de interpretação, como esses serviços
contribuem ou interferem na permanência da comunidade surda na universidade, apresentar relatos
dos alunos sobre o suporte recebido, e analisar as barreiras institucionais que dificultam a inclusão. A
relevância do estudo reside na necessidade de promover um ambiente educacional acessível e
inclusivo, reconhecendo a (Língua Brasileira de Sinais) Libras como uma língua essencial para a
comunicação. Utilizamos como base teórica e metodológica a Linguística Sistêmico-Funcional (LSF),
especificamente pelo Sistema de Modalidade (Halliday; Hassan, 1985; Halliday; Matthiessen, 2004;
Fuzer; Cabral, 2014; Carvalho, 2020; Lima, 2023). Segundo a LSF, a linguagem possibilita interagir
com as outras pessoas no meio social. Através da interação, podemos estabelecer e desenvolver papeis
sociais e identidade, bem como participar de grande variedade de processos sociais. Além disso,
conforme destacado por Fuzer e Cabral (2014), a modalidade é um recurso utilizado para expressar
significados relacionados ao julgamento do falante em diferentes graus, pela posição que assumem,
expressão de uma opinião ou ponto de vista. A metodologia emprega uma abordagem qualitativa,
combinando análise de documentos institucionais e registros acadêmicos, além de entrevistas
individuais feitas com alunos surdos que desistiram, se formaram e aqueles que continuam na
instituição. A pesquisa ainda em andamento revela a importância de um serviço de interpretação de
qualidade para a inclusão acadêmica de estudantes surdos. Os dados preliminares apontam que a
competência dos intérpretes, a interação com professores e o acesso a materiais adequados em Libras
são fundamentais para uma boa experiência educativa. Além disso, é fundamental que os professores
do ensino superior recebam formação específica para adaptar seus conteúdos, tornando-os acessíveis
a todos os alunos que enfrentam limitações auditivas, visuais ou intelectuais, compreendendo a
distinção entre o papel do intérprete educacional e o professor. Esse estudo tem o potencial de
contribuir com a educação inclusiva no ensino superior.

Palavras-chave: Educação de Surdos; Educação Inclusiva; Surdos no Ensino Superior.


65
OS DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS COMO
MODALIDADE DE ENSINO NA LBD

Darlem Herciton dos Reis Lopes


[email protected]
Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES

Carolina Furtado Farias


[email protected]
Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES

Ricardo Janoario
[email protected]
Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES

RESUMO: Na atualidade a discussão acerca da educação bilíngue para surdos vem conquistando
novas veredas, e nos faz refletir sobre a realidade das escolas, onde ainda é visível a falta de incentivos
e de professores com formação adequada para trabalhar e se comunicar com os estudantes surdos. Essa
percepção parece fazer sentido quando nos reportamos à comunidade surda, o foco ainda é direcionado
para a deficiência auditiva ao invés de privilegiar o indivíduo, reconhecendo-o apto a aprender,
transformando-o em sentido e sendo transformador da sociedade em que vive. Sendo assim, a
presidente da revista Feneis, Strobel (2011) diz que ainda precisamos mudar a concepção médica da
surdez aos olhos da sociedade, para que os gestores cessem de confundir escola especial com escola
bilíngue (Strobel, 2011. p. 3). Toda essa mobilização, nos mostra o quanto as escolas bilíngues são de
extrema importância para o desenvolvimento dos alunos surdos, tendo como primeira língua a Língua
Brasileira de Sinais (Libras) e posteriormente a Língua Portuguesa. Essa não inserção de pessoas
surdas nas escolas aconteceu por vários motivos, porém, um desses motivos pode ser justamente a falta
de profissional qualificado para que essa pessoa possa ir para a escola aprender, compreender e ser
compreendido. Uma vez se sentindo que faz parte de fato do meio no qual está inserido, se sente mais
à vontade para continuar a fazer parte. Esta pesquisa se justifica em virtude de recentemente ter sido
promulgada, no Brasil, a Lei nº 14.191 (Brasil, 2021), oriunda do Projeto nº 4.909 (Brasil, 2020), em
que institui a educação bilíngue para os estudantes surdos. Porém, percebemos que há uma certa
dificuldade na efetivação dessa lei, visto que a maioria dos professores, equipe técnica escolar e os
demais alunos não sabem se comunicar em Libras, e ainda se vê o discurso que essas escolas não estão
preparadas para isso. As escolas ditas “normais” ainda não conseguem oferecer uma educação de
qualidade para pessoas surdas e o máximo que essas escolas fazem, é integrar essas referidas pessoas
para a educação especial. Tendo assim uma visão equivocada sobre a maneira de educar da
comunidade surda, não oportunizando uma melhor inserção desses educandos e, consequentemente,
tendo déficit no ensino de qualidade. Cada aluno é um, e como tal, possui suas necessidades e anseios,
portanto, é essencial que a escola ofereça uma educação que contribua para a formação do indivíduo,
respeitando-se suas diferenças, seus limites e o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Uma vez que
todos têm direito à educação e que devem ser respeitados como seres que possuem limitações,
dificuldades e que aprendem progressivamente. Partindo do princípio de que a escola é um espaço
privilegiado para a aquisição de conhecimentos necessários para formação de cidadãos críticos e
reflexivos. E a partir da efetivação da educação bilíngue, o estudante surdo tem a possibilidade de
acesso e a permanência e conclusão com sucesso dos seus estudos.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Escola Bilingue de Surdos; Legislação.

66
PEDAGOGIAS INOVADORAS NO ENSINO DE BIOLOGIA PARA ALUNOS SURDOS:
EXPLORANDO PRÁTICAS EDUCACIONAIS

Luana Miglio Sales


[email protected]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Antonio Alves Cavalcante Junior


[email protected]
Secretaria de Educação do Estado do Tocantins - SEDUC TO

RESUMO: No ambiente escolar, à medida que os alunos avançam para os últimos anos do Ensino
Fundamental e ingressam no Ensino Médio, são expostos a conteúdos científicos de crescente
complexidade, como as fases da hematose e a estrutura celular. Para os alunos surdos, essas demandas
apresentam desafios significativos, uma vez que as abordagens pedagógicas tradicionais
frequentemente não consideram as especificidades linguísticas e cognitivas desta população. A falta
de estratégias adequadas agrava a exclusão desses alunos dos processos de ensino e aprendizagem,
reforçando barreiras ao pleno desenvolvimento educacional. Esta pesquisa tem como objetivo
investigar como pedagogias inovadoras, como as abordagens de Montessori (2017) e Steiner (2003),
podem contribuir com a elaboração de estratégias didáticas no ensino de Biologia para alunos surdos.
Esses modelos pedagógicos defendem a aprendizagem experiencial e o uso de atividades práticas para
facilitar a compreensão de conceitos abstratos. Autores contemporâneos, como Karnopp (2012) e
Lacerda (2016), complementam essa perspectiva ao discutir os desafios e potencialidades da educação
bilíngue e inclusiva para surdos, oferecendo subsídios teóricos essenciais para repensar práticas
pedagógicas em contextos inclusivos. A metodologia proposta inclui uma revisão bibliográfica sobre
pedagogias inovadoras e uma pesquisa de campo em sala de aula. Serão realizadas oficinas práticas
complementares à disciplina de Biologia com alunos surdos, visando explorar a eficácia dessas
abordagens no contexto educacional. As oficinas, focadas na experimentação de conceitos científicos,
serão gravadas em vídeo, com autorização prévia, e posteriormente analisadas qualitativamente para
captar os feedbacks dos participantes e avaliar as estratégias pedagógicas propostas. Espera-se que os
resultados indiquem que as pedagogias inovadoras facilitem significativamente a compreensão dos
conteúdos científicos por parte dos alunos surdos, oferecendo um caminho promissor para o
desenvolvimento de práticas pedagógicas mais inclusivas. Além de ampliar as possibilidades
metodológicas no ensino de Biologia, o estudo sugere que tais abordagens possam impactar
positivamente a trajetória escolar e pessoal dos alunos, permitindo maior inserção no campo científico
e em outras esferas sociais.

Palavras-chave: Educação de Surdos; Metodologia Multissemiótica; Pedagogias Inovadoras.

67
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE ASL EM ESCOLAS BILÍNGUE DE
SURDOS

Lucas Ferreira da Silva


[email protected]
Universidade Federal do Tocantins - UFTO

Felipe de Almeida Coura


[email protected]
Universidade Federal do Tocantins - UFTO

RESUMO: Este trabalho apresenta resultados parciais da dissertação de mestrado realizada no


Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins, e tem como objetivo
refletir sobre a inserção de uma língua estrangeira de sinais, especificamente a American Sign
Language (ASL), no currículo do Ensino Médio das escolas bilíngues para surdos. A ASL, além de
ser amplamente utilizada em contextos internacionais, tem se destacado como uma língua franca global
em eventos e encontros internacionais da comunidade surda, devido aos seus padrões de emergência,
difusão e circulação em nível global (Kusters, 2022). A Lei nº13.415 (Brasil, 2017) estabeleceu o
ensino obrigatório da língua inglesa nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, mas
questiona-se: seria viável ofertar, além do inglês, outra língua estrangeira nas escolas bilíngues de
surdos, como a ASL, que pode contribuir para a formação linguística e cultural dos alunos surdos?
Dentro desse contexto de educação bilíngue, os alunos surdos aprendem a Língua Brasileira de Sinais
(Libras) como primeira língua e a língua portuguesa, na modalidade escrita, como segunda língua. A
proposta desta pesquisa é refletir sobre a inserção de uma língua estrangeira como uma língua
adicional, expandindo as possibilidades de interação global dos alunos. A fundamentação teórica se
baseia em estudos sobre aquisição de língua, com foco em conceitos de língua estrangeira, língua
franca e língua adicional, além das especificidades da educação bilíngue para surdos. A pesquisa, de
abordagem qualitativa e caráter não empírico, sugere a inclusão da ASL como uma língua estrangeira
nas escolas bilíngues para surdos, no eixo temático da adaptação curricular. A discussão aborda a
viabilidade pedagógica e legal dessa implementação, além de seus impactos no processo de ensino-
aprendizagem e no desenvolvimento da competência multilíngue dos alunos surdos. Conclui-se que a
introdução da ASL no currículo pode ampliar o repertório comunicativo e cultural dos estudantes,
fortalecendo suas habilidades em um cenário internacional. Espera-se que este estudo contribua para
debates futuros sobre políticas educacionais voltadas à comunidade surda e suas necessidades em
contextos multilíngues.

Palavras-chave: American Sign Language; Educação Bilíngue; Língua Brasileira de Sinais; Língua
Estrangeira; Surdo.

68
UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA LENDA DO UIRAPURU NA LITERATURA SURDA

Taísa Aparecida Carvalho Sales


[email protected]
Universidade Federal de Goiás – UFG

Carmen Elisabete de Oliveira


[email protected]
Universidade Federal Fronteira Sul - UFFS

Simone Rodrigues Luz Lima


[email protected]
Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

Luciana Patrício Duarte Martins


[email protected]
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

RESUMO: Neste trabalho apresentamos a Literatura Surda, cujo destaque é o seu valor estético
descolonizador, a fim de contribuir na valorização das obras desta Literatura e que deixem de ser vistas
apenas como uma ferramenta para auxiliar na alfabetização de crianças surdas. Assim, analisamos a
lenda de autoria da amazonense Sara Magalhães, nominada: Lenda do Uirapuru, que é uma adaptação
à Cultura Surda, e, que integra a obra Onze Histórias e um Segredo: desvendando as lendas
amazônicas (2016). É uma análise comparativa entre a lenda adaptada e a lenda fonte: A Lenda do
Uirapuru (autor desconhecido). Este estudo analisa lendas, que é um gênero amplamente conhecido
pelas criações fantásticas que surgem da imaginação coletiva de um grupo de pessoas ou de um povo,
em que há personagens ou fatos sobrenaturais, e nela expressam-se medos, fantasias, dúvidas, e
instigam a imaginação de quem a recebe, sendo transmitidas oralmente de geração a geração. A
presente investigação é desenvolvida metodologicamente a partir da análise das obras, o que envolve
observações em relação às questões linguísticas e culturais, para posteriormente descrevê-las,
compará-las com uma abordagem qualitativa O embasamento teórico está ancorado nos Estudos
Comparados, com autores como Cândido (2011), Todorov (2009), Cascudo (2006), e, na área de
Literatura Surda o estudo fundamenta-se em Karnopp (2010), Mourão (2011), Sutton-Spence (2021)
e Marta Morgado (2011). É importante ressaltar que a comunidade surda tem lutado pelo direito de ser
representada na Literatura Surda e ter acesso à Literatura em geral. Isso tem acontecido por meio de
festivais culturais nas associações e escolas de surdos, nas universidades, com ampla produção de
alunos surdos e ouvintes. Com este estudo espera-se somar-se às pesquisas que se aproximam deste
campo de saber, no sentido de destacar a função social da literatura surda como meio de fortalecimento
da língua e da cultura surda. Esta literatura tem potencial para promover reflexões acerca da resistência
dos surdos frente ao ouvintismo, e transformar a si, ao outro e quiçá transformar também as práticas
sociais excludentes.

Palavras-chave: Adaptações Literárias; Literatura Surda; Estudos Comparados; Linguagem Literária;


Lenda do Uirapuru.

69
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE AS VISÕES DE SURDEZ EM POLÍTICAS
LINGUÍSTICAS NO BRASIL
Mikael Sousa Silva
[email protected]
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Thiago Loyola Franco


[email protected]
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

RESUMO: Por um longo período da história da educação de surdos, a surdez foi amplamente vista
como um problema a ser resolvido, o que acabou por refletir em inúmeros campos do funcionamento
da vida social, incluindo as políticas linguísticas, que reverberam diretamente na vida das pessoas,
sobretudo na vida de usuários de uma língua minoritarizada, como os surdos. Contemporaneamente,
pesquisadores, educadores e militantes da causa surda têm lançado uma outra mirada sobre a surdez,
compreendendo-a como como uma identidade linguística e cultural, e não como a ausência da audição,
de modo a se romper com o discurso do déficit. Dessa maneira, este trabalho objetiva reconhecer os
modelos de surdez que são veiculados e fortalecidos pelas políticas linguísticas com base nos
dispositivos legais federais publicados sobre a educação de surdos no Brasil a partir de 2002. Para
tanto, ancoramo-nos em contribuições teóricas dos estudos sobre Políticas Linguísticas e dos Estudos
Surdos, como Pasian e Rocha (2022) e Santos (2021), além de Skliar (1997), que postula os dois
modelos de surdez que tomamos como básicos para a compreensão das abordagens presentes nos
documentos analisados. Assim, nesta pesquisa bibliográfica e documental, fazemos uma retomada dos
dispositivos legais que influenciam na educação brasileira de surdos desde 2002, ano da publicação da
Lei nº 10.436 (Brasil, 2002), de modo a analisá-los considerando os dois modelos de surdez postulados
por Skliar (1997): o clínico-terapêutico e o socioantropológico. Por se tratar de uma pesquisa ainda em
andamento, tivemos como resultado parcial a identificação de sete (sete) dispositivos legais: (i) Lei nº
10.436, de abril de 2002 (Brasil, 2002); (ii) Decreto nº 5.626, de dezembro de 2005 (Brasil, 2005); (iii)
Lei nº 12.319, de setembro de 2010 (Brasil, 2010); (iv) Lei nº 13.005, de junho de 2014 (Brasil, 2014);
(v) Lei nº 13.146, de julho de 2015 (Brasil, 2015); (vi) Decreto nº 10.502, de setembro de 2020 (Brasil,
2020); e (vii) Lei nº 14.191, de dezembro de 2021 (Brasil, 2021). Apesar de ainda não termos
resultados consistentes, consideramos que, levando em consideração o fato de que a lei mais
recentemente publicada se volta para a promoção de uma educação bilíngue, que considera a
especificidade linguística e cultural do surdo, os resultados parciais apontam para um movimento de
respeito à diversidade linguística das pessoas surdas no campo das políticas linguísticas voltadas para
a educação desses sujeitos.

Palavras-chave: Educação de Surdos; Modelos de Surdez; Políticas Linguísticas.

70
71

Você também pode gostar