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Aula 2

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Análises Clínicas e Saúde Pública - ISPAJ

MICOLOGIA

Profº Gabriel Pedro, Esp


3º Ano – 2024-25
TEMA 2.
Características gerais dos fungos
Morfologia dos fungos
Biologia e ultra-estrutura dos fungos
Características Gerais Dos Fungos
Definição de Fungos:

 São organismos eucariotas, unicelulares (leveduriformes) ou multicelulares (filamentosos),


haploides (homo ou heterocarióticos).

 Não apresentam plastos ou pigmentos fotossintéticos.


 São heterotróficos (não sintetizam os constituintes) e nutrem-se de matéria orgânica morta
(fungos saprofíticos) ou viva (fungos parasitários).

 Osmotróficos – absorção – enviam enzimas para o meio ambiente, que por sua vez, vão
degradar os compostos e depois eles absorvem-os.
 Podem possuir parede celular rígida, contendo quitina (polímeros de açúcares
aminados) e α e β-glucano.

 Capacidade de explorar diferentes tipos de substratos.


Características Gerais Dos Fungos

 Unicelulares: leveduriformes »»» as leveduras são fungos


unicelulares não-filamentosos, caracteristicamente esféricas ou
ovais. Reproduzem-se por brotamento ou gemulação e formam
colónias pastosas ou cremosas.

 Pluricelulares: são fungos filamentosos e o seu corpo é composto


de longos filamentos de células conectadas, designadas de hifas.
Formam colónias algodonosas, aveludadas ou pulverulentas.

 Os fungos podem ser microscópicos ou macroscópicos.

 A maioria não produz células flageladas.


Características Gerais Dos Fungos
 Todos os fungos conhecidos, com poucas excepções, têm origem nos esporos
(reprodução sexuada) ou conídios (reprodução assexuada), corpúsculos que podem
ser comparados s sementes das plantas superiores, embora não sejam morfologicamente
semelhantes a estas.

 Ocupam muitos nichos animais:

 Saprófitas de vida livre: formam colónias nos materiais em e composição e em


meios de cultura.

 Comensais: nos materiais orgânicos de hospedeiros animais e vegetais.

 Parasitas: na dependência de animais e plantas causando doenças que podem ser


fatais
.
Estrutura somática dos fungos
 Filamentosos – Filamentos (Hifas) tubulares, multicelulares,
ramificados, 2-10 µm de diâmetros, incolores ou hialinos,
pigmentados ou apocíticos (com septos)ou cenocíticos (sem
septos) e com crescimento apical.
Estrutura somática dos fungos
 Os esporos ou conídios, para germinarem, necessitam de calor e
humidade e o resultado desta germinação é a formação de um ou mais
filamentos finos, conhecidos como tubos germinativos.

Hifas – são os filamentos simples ou ramificados que formam o micélio.

 Micélio – é um conjunto de hifas ou o conjunto de tubos que se


ramificam em todos os sentidos formando uma massa filamentosa, e que
constitui o sistema vegetativo, responsável pelo desenvolvimento fúngico e
pela absorção dos alimentos.
Estrutura somática dos fungos
 Leveduras: não possuem micélio e podem ser dimórficas.

Saccharomyces cerevisiae Candida albicans


Estruturas somáticas dos fungos
Estruturas somáticas dos fungos
Hifas:

 Hifas septadas - quando elas são divididas em unidades celulares


uninucleadas. Os septos possuem poros que fazem com que o citoplasma das
células se comunique.

 Hifas asseptadas: micélio cenocítico.

Funções das hifas:

 Fixação ao substrato;
 Reprodução;
 Digestão extracelular;
 No caso das micorrizas e dos fungos parasitas, as hifas invadem os
tecidos das raízes ou dos hospedeiros.
Estruturas somáticas dos fungos
Estruturas somáticas dos fungos
Hifas

Fungo filamentoso com hifas septadas

Syncephalastrum.
Fungo filamentoso com hifas asseptadas.
Septo
Estruturas somática dos fungos

Podem ter aspectos:

 Macroscópico – morfologia das colónias pode se algodonado,


penugento ou pulverulento, cor, relevo e textura variáveis.

 Microscópicos – aspecto dos filamentos ou das hifas.


MORFOLOGIA DOS
FUNGOS
Morfologia dos Fungos

DIMORFISMO FÚNGICO
 Morfologia diferente in vivo e in vitro.
 Ocorre quando os fungos apresentam a forma de crescimento unicelular
(parasitam o hospedeiro) e multicelular (forma de micélio quando crescem
como saprófitas).
 Apresentam forma de levedura in vivo e a 37ºC, mas quando cultivados a
25ºC apresentam forma filamentosa.
 São variação morfológica reversível por variações da condições
ambientais: temperatura, concentração de CO₂, os nutrientes, humidade e pH
do meio.
Morfologia dos Fungos

DIMORFISMO FÚNGICO

DIMORFISMO
Morfologia dos Fungos

Exemplos de fungos dimórficos:

 Candida albicans – formas de levedura e filamentosa tanto in


vivo como in vitro.

 Coccidioides immitis – esférulas in vivo e filamentoso in vitro.

 Sphorotrix schenckii – corpos asteróides in vivo e filamentosos in vitro.

 Emmonsia parva – adiasporos in vivo e filamentosos in vitro.


Morfologia dos Fungos

Parede celular
 Forma da hifa
 Protecção
 Reconhecimento: processo sexual, simbioses
 Microfibrilas localizadas na parte interna, embebidas numa matriz
amorfa:
 -glucanas e quitina
 -glucanas e glicoproteínas
 não tem celulose apesar de eucariótico (mas tem ergosterol)
Morfologia dos Fungos

Pluricelular

micélio

https://www.jillcarnahan.com/2015/02/08/toxic-mold-exposure-cause-
symptoms/
Morfologia dos Fungos

Pluricelular

Micélio aéreo
(reprodutivo)

Micélio vegetativo
(nutritivo)
Morfologia dos Fungos

Pluricelular

hifa

https://www.anbg.gov.au/fungi/mycelium.html
Morfologia dos Fungos

Pluricelular

As hifas verdadeiras são estruturas tubulares que crescem sem interrupção a partir da
germinação de um esporo. O citoplasma é cercado por uma parede rígida que separa o fungo,
fisicamente e funcionalmente, do meio externo. Pode ser septada ou contínua (cenocítica).

O alongamento da hifa acontece no ápice. A região da ponta se estende enquanto o


citoesqueleto distribui vesículas contendo materiais e enzimas para a dissolução da velha e
construção da nova parede no ápice.

Filos Chytridiomycota/Zygomycota
Filos Ascomycota/Basidiomycota
Morfologia dos Fungos

Hifa septada
demácea
Hifa septada hialina (mucedínea)
Estrutura filamentosa ou tubular
Estrutura filamentosa ou tubular com com tonalidade escura ou negra
pigmentos claros ou incolores
Hifa não septada/cenocítica
Morfologia dos Fungos

Unicelular
Morfologia dos Fungos

Unicelular
Morfologia dos Fungos

Unicelular

Pseudo-hifas são constituída por uma


série de estruturas assexuadas
denominadas conídios ou blastoconídios,
que permanecem aderidas umas às
outras, formando um filamento
semelhante à hifa. Desenvolve-se
inicialmente pelo brotamento/gemulação
do primeiro blastoconídio e, os demais,
originam-se por brotamentos sucessivos.
Unem-se e formam uma cadeia,
semelhante à hifa verdadeira, porém com
sítios de constrição nos pontos de
brotamentos.
Desenvolvimento de uma
Pseudohifa pelo fungo Candida
albicans
Morfologia dos Fungos

Fungos dimórficos
Alguns fungos, particularmente as espécies patogênicas, exibem dimorfismo – duas
formas de crescimento. Esses fungos podem crescer tanto na forma de fungos
filamentosos quanto na forma de levedura. A forma de fungo filamentoso produz hifas
aéreas e vegetativas; a forma de levedura se reproduz por brotamento.

O dimorfismo em fungos patogênicos é dependente da temperatura: a 37°C, o fungo


apresenta forma de levedura, e a 25°C, forma de bolor.

Ascomycota: Blastomyces, Coccidioides, Histoplasma, Paracoccidioides, Sporothrix,


Talaromyces e Emergomyces
ULTRAESTRUTURA
FÚNGICA
Ultraestrutura fúngica

Parede celular
Ultraestrutura fúngica

Parede celular

Criptococoma em hemisfério cerebral


Ultraestrutura fúngica

Parede celular

Nanquim
Ultraestrutura fúngica

Parede celular
Ultraestrutura fúngica

Parede celular

Adesinas
- virulência
- biofilme

Melanina

Hidrolases (quebra de ligação)

Hidrofobinas (reduzem a tensão superficial do


substrato
Ultraestrutura fúngica
Parede celular
Melanina

Patógenos humanos: Cryptococcus neoformans, Paracoccidioides


brasiliensis, Sporothrix schenckii, Aspergillus fumigatus

- resistência à degradação por ácidos e bases


- proteção contra raios UV
- proteção contra lise enzimática Virulência!!!!
- proteção contra agentes oxidantes
- proteção contra extremos de temperatura (em alguns casos)
- rigidez à parede celular
- ...
Ultraestrutura fúngica

Septo

Os septos têm poros que


permitem a passagem de
citoplasma, organelos, e por
vezes núcleos.
Ultraestrutura fúngica

Membrana plasmática

- Invaginações que originam sistema de vacúolos/vesículas

+
Ergosterol
Ultraestrutura fúngica

Membrana plasmática

Ergosterol

- manutenção da estrutura da membrana

- fluidez

- alvo de antifúngicos

- induz piroptose (morte celular associada a infecção)


Ultraestrutura fúngica
Mitocôndrias

- nos ápices hifais

- circulares ou ovais

- alongadas ou ramificadas
em porções mais velhas do
micélio.
Fungi: Biology and Applications, 2005
Ultraestrutura fúngica

Complexo golgiense

- cisternas únicas ou túbulos

- um a poucos elementos de membrana

- subápice hifal

- relacionado à extensão hifal


- proteínas
- polissacarídeos
- fosfatases

- secreção
Ultraestrutura fúngica
Retículo Endoplasmático

- associado a ribossomos

- glicolização de proteínas

Região hifal subapical


Ultraestrutura fúngica

Ribossomo

- no hialoplasma
- nas mitocôndrias
- no reticulo endoplasmático
Ultraestrutura fúngica
Vacúolos

- armazenamento de aminoácidos básicos;


glutamina e fosfato

- empacotamento e secreção de hidrolases

- síntese e secreção de polissacarídeos


extracelulares

- função digestiva

- reserva
Fungi: Biology and Applications, 2005
Ultraestrutura fúngica
Microcorpos

- grupo diversificado de organelas que são encontradas no citoplasma

- mais de 30 enzimas identificadas e agrupados em categorias

* peroxissomos: catalases

* glioxissomos: enzimas de β-oxidação de ácidos gordos e ciclo do


glioxilato

* hidrogenossomos: hidrogenases
Ultraestrutura fúngica

Citoesqueleto

fibras proteicas presente no citoplasma

- microtúbulos (tubulina)

- microfilamentos (actina)

- dineína, cinesina, miosina


Ultraestrutura fúngica
Spitzenkörper

- região de abundantes vesículas citoplasmáticas apicais rodeadas por


membranas de única camada (macro e microvesículas)

- função secretória

- função de extensão hifal

- associadas aos tubos germinativos dos esporos

morfologia do Spitzenkörper varia em função do tipo de fungo


Ultraestrutura fúngica
Spitzenkörper
Ultraestrutura fúngica
Spitzenkörper
Ultraestrutura fúngica
Núcleo

- Semelhante ao dos outros


eucariontes

- uni/binucleados/multinucleados

- ao se dividir não desfaz


envoltório nuclear divisão
intranuclear
MICROSCOPY RESEARCH AND TECHNIQUE 51:496–510 (2000)
Wright, R.
DÚVIDAS???
Tentei pegar no papel pra você escrever
Talvez lindas poesias para se ler
Mas acabei sorrindo ao perceber
Que não sabes ler e nunca vais entender

Pedroviridae Poeta, 13 de Fevereiro de


2017

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