Tema 03: - Reconvenção
Tema 03: - Reconvenção
Tema 03: - Reconvenção
Aula 01 – Reconvenção
Fonte: BARROSO, Darlan; LETTIÈRE, Juliana Francisca. Prática no processo civil. 9. ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2019, p. 36.
Para a doutrina,
Fonte: BARROSO, Darlan; LETTIÈRE, Juliana Francisca. Prática no processo civil. 9. ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2019, p. 142.
Um ponto que deve ser ressaltado é que nos juizados especiais regidos
pela lei n. 9.099/1990 não cabe reconvenção. Ela é substituída pelo pedido
contraposto que já foi objeto de estudo neste módulo. Sobre os principais
aspectos de semelhanças e diferenças entre reconvenção e pedido
contraposto, pode-se observar o seguinte quadro síntese:
Fonte: LOURENÇO, Haroldo. Processo Civil Sistematizado. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense;
Método, 2021. P. 260
Nesse sentido, as ações dúplices podem ser definidas como ações nas
quais os polos da demanda (ativo e passivo) se confundem mutuamente. As
ações que permitem o pedido contraposto são denominadas processualmente
dúplices (LOURENÇO, 2021). São ações regidas por legislações específicas
e, portanto, seguem o procedimento especial. Isto porque o pedido contraposto
apenas pode ser formulado em casos específicos em que a lei especial
permite.
A principal característica distintiva, portanto, entre reconvenção e
pedido contraposto é que o pedido contraposto se manifesta nos
procedimentos especiais das ações dúplices, por intermédio de um pedido na
contestação. A reconvenção é mais elaborada e abrangente, tendo em vista
também o fato de que o pedido contraposto deve estar limitado aos
argumentos da petição inicial. Assim, enquanto que a reconvenção pode
alegar novos fatos e argumentos, o pedido contraposto não pode fazê-lo,
estando estritamente limitado ao que já foi demonstrado na petição inicial.
Destarte, pedido contraposto em ações dúplices não se confunde com a
reconvenção sucessiva.
Esses são, portanto, aspectos importantes sobre os casos em que
cabem ou não a reconvenção, e suas distinções entre pedido contraposto e
reconvenção sucessiva. Em sede de análise final desta aula, partem-se para
outras questões igualmente importantes sobre a reconvenção, quais sejam:
ampliação subjetiva e objetiva, recurso cabível, procedimento e intimação.
Ao se falar sobre a ampliação subjetiva ou objetiva é preciso, antes,
definir o que significa tal ampliação. Ampliação objetiva tem relação com o
objeto da demanda. A reconvenção possui capacidade para ampliar o objeto
de demanda, no sentido de que pode apresentar novos fatos e argumentos à
lide processual. Por outro lado, a ampliação subjetiva diz respeito aos sujeitos
da lide. Ampliar uma demanda judicial subjetivamente significa aumentar o
número de indivíduos vinculados aos polos ativo e passivo, isto é, ampliar o
número de autores/demandantes ou réus/demandados. Também significa a
possibilidade de inserir-se um terceiro polo na demanda, por intermédio da
intervenção de terceiros no processo.
Assim, a reconvenção possui capacidade de ampliar objetiva a
subjetivamente a lide. Isso porque a reconvenção, além de poder elencar
novos fatos e fundamentos ao processo, também permite que terceiros se
vinculem ao processo em litisconsórcio com a parte demandada (ré). Isso nos
termos do artigo 343, parágrafo quarto do CPC/2015: “ § 4º A reconvenção
pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro” (BRASIL,
2015, s.p.).
A ampliação do limite subjetivo da lide na reconvenção é muito
interessante, pois significa que o réu/demandado pode ingressar com uma
reconvenção sozinho ou em litisconsórcio com terceiro. Não é possível,
todavia, que um terceiro estranho ao processo ingresse com uma reconvenção
de forma autônoma, sem a presença do réu/demandado. Isso porque não há
reconhecido interesse processual no terceiro para ingresso de reconvenção,
uma vez que ela é uma forma de resposta do réu, e o terceiro não é parte do
processo. Assim, essa possibilidade de terceiro ingressante no processo por
intermédio de reconvenção só é viável se ele estiver em litisconsórcio com o
réu reconvinte.
Um ponto interessante de se ressaltar, neste momento do estudo, é que
a reconvenção é distribuída por dependência a tramita no mesmo juízo da ação
principal. Isso não significa, contudo, que ela tramita em apenso à ação.
Portanto,