Exercícios de Figuras de Linguagem

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 22

Exercícios de figuras de linguagem

Questão 1
Que figura de linguagem está presente neste diálogo entre mãe e filho:

— Não estou satisfeita com as tuas notas, filho.


— Eu sei, mãe. Não sou bom nessas matérias.

Ver Resposta
A figura presente é a Litote, a qual é utilizada para suavizar o discurso. Parecida
com o Eufemismo, a Litote atenua a ideia por meio de uma negação.

Assim, em vez de a mãe dizer que estava chateada ou decepcionada, disse


que não estava satisfeita. Por sua vez, em vez de o filho dizer que é ruim nas
matérias, diz que não é bom nelas.

Lembrando que no Eufemismo, o discurso é suavizado, mas sem recorrer à


negação. Exemplo: Ele entregou a alma a Deus (em vez de se dizer: Ele morreu).

Questão 2
Indique as alternativas que apresentam a figura de linguagem personificação,
também chamada de prosopopeia.

a) as pedras humilham
b) os confetes festejam
c) os diários contam segredos
d) os copos celebram as alegrias
e) a floresta clama por piedade

Ver Resposta
Todas as alternativas, porque em todas elas são atribuídas ações humanas
(humilham, festejam, contam, celebram, clama) a seres irracionais (pedras,
confetes, diários, copos, floresta).

Questão 3
Identifique as figuras de linguagem nas orações abaixo:

a) O Velho Chico ocupa cerca de 8% do território brasileiro.


b) Aquele tum-tum do seu coração aumentava cada vez que se aproximava da
pretendente.
c) “Chove chuva, chove sem parar.” (Jorge Ben Jor)
d) A mim me enganou só uma vez.
e) Sou um passarinho com desejo de voar.

Ver Resposta
a) Antonomásia, porque “Velho Chico” substitui o nome do Rio São Francisco.
b) Onomatopeia, porque “tum-tum imita o batimento cardíaco.
c) Aliteração, porque há a repetição do som consonantal “ch”.
d) Pleonasmo, porque a ideia da primeira pessoa (mim, me) para intensificar o
significado da oração.
e) Metáfora, porque me compara a um passarinho em virtude do meu desejo de
voar.

Questão 4
Indique a alternativa correta.

a) Antítese e paradoxo são dois nomes para a mesma figura de linguagem, a que
utiliza ideias contrárias.
b) Aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia são figuras de sintaxe.
c) As figuras de linguagem são classificadas em: figuras de palavras, figuras de
pensamento, figuras morfológicas e figuras de som.
d) Aliteração é a repetição de sons vocálicos.
e) Este é um exemplo de metonímia: “Parece que temos um Pavarotti”.

Ver Resposta
Alternativa e: Este é um exemplo de metonímia: “Parece que temos um Pavarotti
em casa”.

A metonímia é a figura de palavra que substitui uma palavra por outra. Assim,
“Pavarotti” substitui o artista por “cantor lírico”. A oração poderia ser escrita da
seguinte forma: “Parece que temos um cantor lírico em casa”.

Alguns exemplos de metonímia:

 parte pelo todo: Até hoje não tem o seu próprio teto (em vez de dizer “Até
hoje não tem a sua própria casa);
 autor pela obra: Li Camões (em vez de dizer “Li as obras escritas por
Camões”);
 marca pelo produto: Preciso comprar Maizena (em vez de dizer “Preciso
comprar amido de milho”).

Quanto às alternativas restantes:

a) Antítese e Paradoxo são figuras de linguagem diferentes. Enquanto a antítese


utiliza termos com sentidos opostos (Mantêm uma relação de amor e ódio), o
paradoxo apresenta ideias - não só termos - com sentidos opostos (“Já estou cheio
de me sentir vazio.”, Renato Russo)

b) Aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia são figuras de som ou


harmonia (e não figuras de sintaxe).

c) As figuras de linguagem são classificadas em: figuras de palavras, figuras de


pensamento, figuras de sintaxe e figuras de som. Não existem figuras
morfológicas.

d) Aliteração é a repetição de sons consonantais. A figura de linguagem que


consiste na repetição de sons vocálicos é a Assonância.

Questão 5
Quais figuras de sintaxe foram usadas nas orações abaixo?
a) Tudo o que ele disse eu já fiz.
b) Gosto de campo, ele de praia.
c) Na memória, lindas recordações de infância.
d) Fez e refez, leu e releu e deu o trabalho por concluído.
e) Eu quero sair, eu quero passear, eu quero ver gente, eu quero dançar!

Ver Resposta
a) Hipérbato, porque há uma alteração na ordem direta da oração. A ordem direta
seria: Eu já fiz tudo o que ele disse.
b) Zeugma, porque omite a palavra “gosta” para evitar a repetição.
c) Elipse, porque omite uma palavra que é facilmente identificada: Na memória,
(tinha) lindas recordações de infância.
d) Polissíndeto, porque utiliza o conectivo “e” repetidamente.
e) Anáfora, porque a oração apresenta repetições regulares; neste caso, “eu
quero”.

Questão 6
Qual das orações abaixo apresenta uma perífrase, também chamada de
antonomásia?

a) Saia já para fora!


b) Foi salvo pelo melhor amigo do homem.
c) “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho” (Tom Jobim)
d) Escreveu, não leu; o pau comeu.
e) Não aguentava mais aquele buá-buá nos meus ouvidos.

Ver Resposta
Alternativa b: Foi salvo pelo melhor amigo do homem.

A antonomásia, também chamada de Perífrase, é a figura de palavra que substitui


uma palavra por outra(s) que a identifique. Neste caso, “o melhor amigo do
homem” substitui a palavra “cão”.

As figuras de linguagem presentes nas alternativas restantes são:

a) Pleonasmo;
c) Anáfora;
d) Assonância;
e) Onomatopeia.

Questão 7
Indique em quais alternativas foram usadas metáforas e em quais foram usadas
comparações.

a) Ele é simplesmente um deus grego.


b) Ele é bonito como um deus grego.
c) Suas palavras são doces da minha infância.
d) Age como um burro!
e) Aquele homem é um burro.

Ver Resposta
As alternativas em que constam metáforas são:
a) Ele é simplesmente um deus grego.
c) Suas palavras são doces da minha infância.
e) Aquele homem é um burro.

As alternativas em que constam comparações são:

b) Ele é bonito como um deus grego.


d) Age como um burro!

Metáfora e Comparação são figuras de linguagem que contém comparações. A


diferença entre ambas é que a Comparação é explícita, porque nela são usados
conectivos de comparação (como, assim), tal como verificamos nas orações das
alternativas acima.

Questão 8
Qual a figura de linguagem presente nas orações abaixo?

1. Convide-o a retirar-se, por favor.


2. A testemunha faltou com a verdade.

Ver Resposta
A figura presente é o Eufemismo, que é utilizado para suavizar o discurso. Assim,

1. “convidar alguém a se retirar” é uma forma mais amena de mandar alguém


embora.
2. “faltar com a verdade”, é uma forma mais branda de dizer que mentiu.

Questão 9
São exemplos de catacrese:

a) cabeça do alfinete, fio de óleo, corpo do texto.


b) olhos frios, tristeza de cheiro, brisa doce.
c) pulmão do mundo, cidade maravilhosa, ouro negro.
d) a nuvem chora, a noite celebra, vida cruel.
e) O cavaleiro, muito cavalheiro, ajudou a moça a descer do cavalo.

Ver Resposta
Alternativa a: cabeça do alfinete, fio de óleo, corpo do texto.

Catacrese é a figura de palavra em que se utiliza uma palavra imprópria na


ausência de outra específica. Assim: o alfinete não tem cabeça, não pode existir
concretamente um fio de óleo, bem como um texto não tem corpo. No entanto,
essas expressões são conhecidas e facilitam a nossa comunicação.

As alternativas restantes são exemplos de:

b) Sinestesia;
c) Perífrase;
d) Personificação;
e) Paronomásia.

Questão 10
Qual a figura de linguagem presente na oração abaixo?

“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de
relógio do que eu”. (Rubem Braga).

Ver Resposta
Anacoluto, porque essa figura de linguagem se caracteriza pelo fato de utilizar
mudanças repentinas nas estruturas das frases.

É um recurso muito utilizado na literatura, com o intuito de enfatizar a mensagem.


Mas também é recorrente na linguagem oral, no momento em que o falante altera
a sua linha de pensamento de forma repentina.

Questão 11
(UFPB)

I. "À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita


paciência..."
II. "... se se queria que estivesse sério, desatava a rir..."
III. "... parece que uma mola oculta o impelia..."
IV. "... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode
imaginar."

Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente,

a) gradação, antítese, comparação e hipérbole


b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação
c) hipérbole, antítese, comparação e paradoxo
d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole
e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole

Ver Resposta
Alternativa d: gradação, antítese, metáfora e hipérbole.

Gradação, porque as ideias se apresentam de forma progressiva “muitos


trabalhos, muitas fadigas, muita paciência”;

Antítese, porque utiliza termos com sentidos opostos “... que estivesse sério,
desatava a rir...”;

Metáfora, porque faz uma comparação sem utilizar conectivo de comparação -


como, tal qual - “parecia uma mola oculta”;

Hipérbole, porque exagera de forma intencional “a mais refinada má-criação”.

Questão 12
(UFF)

TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas,


pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de
uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de
uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio
universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam


para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a
montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas
tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se
suficientemente e morrem de inanição

A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos


extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos,
aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas.

Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo
motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou
vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.)

Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a


supressão (elipse) do verbo:

a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas.


b) A paz, nesse caso, é a destruição (…)
c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos
os demais efeitos das ações bélicas.
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…)
e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se (…)

Ver Resposta
Alternativa a: Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas.

Na frase acima é possível identificar facilmente a omissão de algo como “seja


dado/sejam dadas”. Assim, a frase completa, ou seja, sem a utilização da figura de
linguagem elipse, seria: “Ao vencido, seja dado ódio ou compaixão, ao vencedor,
sejam dadas as batatas.”.

Questão 13
(UFPA)

Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)

Nos versos

“E se encorpando em tela, entre todos,


se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de

a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia

Ver Resposta
Alternativa c: aliteração.

Aliteração é a repetição de sons consonantais, tal como se verifica nos versos


acima em que o som do “t” se repete - tela, todos; tenda, todos; todos, toldo.

Questão 14
(Fuvest) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro
bravo”, ocorre em:

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.


b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

Ver Resposta
Alternativa c: Apressadamente, todos embarcaram no trem.

“Embarcar” é uma palavra que deriva de barco, e significa entrar no barco, mas na
ausência de termos específicos para eles, também é usada para outros meios de
transporte. Essa é a função que caracteriza a catacrese, ou seja, usar uma palavra
por não haver outra mais específica.

Questão 15
(FEI) Assinalar a alternativa correta, com relação às figuras de linguagem,
presentes nos fragmentos a seguir:

I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puros viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém,
discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, para, ergue a mão em viseira,
firma os olhos.”
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma

Ver Resposta
Alternativa b: hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto.

Hipérbato, porque a ordem da oração está alterada. A ordem direta seria: “... que
já viste nos meus olhos tão puros.” ("viste nos meus olhos", em vez de "nos olhos
meus viste");

Zeugma, porque foi omitida a palavra “legisla” para evitar a repetição: “A moral
legisla para o homem; o direito (legisla) para o cidadão.”;

Silepse, porque o verbo “discordar” não está concordando com a palavra


“maioria” (como na primeira oração “A maioria concordava...”), mas com a ideia
de que a palavra “maioria” traz de várias pessoas, ou seja: “a maioria
discordavam nos pormenores” (a ideia implícita é "(pessoas) discordavam nos
pormenores");

Assíndeto, porque não foram usados conectivos. Com conectivos, a oração


poderia ficar assim: “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, então, para,
ergue a mão em viseira e firma os olhos.”.

Questão 16
(USF) Leia estes versos:

“As ondas amarguradas


Encostam a cabeça nas pedras do cais.
Até as ondas possuem
Uma pedra para descansar a cabeça.
Eu na verdade possuo
Todas as pedras que há no mundo,
Mas não descanso”.

(Murilo Mendes)

A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é:

a) metáfora
b) sinédoque
c) hipérbole
d) aliteração
e) anáfora

Ver Resposta
Alternativa c: hipérbole.

A hipérbole é uma figura de pensamento que apresenta um exagero intencional do


autor para dar ênfase às expressões. Observamos a presença da ideia
intensificada em “todas as pedras que há no mundo”, porque é um exagero
alguém dizer que tem todas essas pedras.
Questão 17
(Vunesp ) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô",
encontramos a figura de linguagem chamada:

a) silepse de pessoa
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número

Ver Resposta
Alternativa e: silepse de número.

Na oração acima, o verbo “estar” concorda com a ideia de número de pessoas que
a palavra “pessoal” transmite: “O pessoal estão exagerando” em vez de "O
pessoal está exagerando".

Questão 18
(UFU) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não
está classificada corretamente:

a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia)


b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)

Ver Resposta
Alternativa c: Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora).

A alternativa está incorreta, porque a metáfora representa uma comparação, algo


que não está presente na oração acima.

O recurso estilístico utilizado é hipérbole, o qual se identifica na expressão “mil


desculpas”, que é um exagero para explicar o quanto alguém sente pelo que
aconteceu e quer muito se desculpar.

Questão 19
(Vunesp) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando
o máximo”, a figura de linguagem presente é chamada:

a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese

Ver Resposta
Alternativa e: antítese.
A presença de termos com sentidos opostos, neste caso “mínimo e máximo”, é a
marca característica da antítese.

Questão 20
(Fatec) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a
mesma figura de linguagem que há na frase acima:

a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."


b) "Nasci na sala do 3° ano."
c) "O bonde passa cheio de pernas."
d) "O meu amor, paralisado, pula."
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."

Ver Resposta
Alternativa c: "O bonde passa cheio de pernas.".

A figura de linguagem presente em “óculos imperiosos” e “bonde cheio de pernas”


é a prosopopeia ou personificação, uma vez que em ambos os casos são atribuídas
qualidades humanas a seres irracionais.

Questão 21
(Enem)

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.


Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.

(Carlos Drummond de Andrade)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria


linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção
crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e
objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes
vida.

Ver Resposta
Alternativa c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com
intenção crítica.
A ironia é uma figura de pensamento em que se expressa o oposto daquilo que se
pensa. Assim, Drummond utiliza esse recurso estilístico com a finalidade de criticar
o desenvolvimento da cidade mineira Montes Claros.

Questão 22
(UFSC) Leia os provérbios (itens A e B) e a citação (item C) abaixo.

A. “A palavra é prata, o silêncio é ouro.”


B. “Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem.”
C. “Há coisas que melhor se dizem calando.” (Machado de Assis)

Com base na leitura acima, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

1. Em cada um dos provérbios observa-se um paralelismo sintático, que ajuda a


conferir ritmo ao provérbio e favorece sua memorização.
2. No provérbio (A) ocorrem duas metáforas.
4. No provérbio (B) as orações “o que sabem” e “o que dizem” funcionam como
adjetivos que caracterizam, respectivamente, os sábios e os tolos.
8. Tanto o item A quanto o item C funcionam como elogios à discrição.
16. A frase de Machado de Assis contém um pleonasmo, porque é um exagero
dizer que se pode falar calado.
32. No provérbio (B) temos a figura de linguagem paradoxo, porque é absurdo que
os sábios tenham que se calar para que os tolos falem.

Ver Resposta
As proposições corretas são:

1. Em cada um dos provérbios observa-se um paralelismo sintático, que ajuda a


conferir ritmo ao provérbio e favorece sua memorização. É o que se verifica em: A)
A palavra é …, o silêncio é…” e B) Os sábios não dizem …, os tolos não sabem …”;

2. No provérbio (A) ocorrem duas metáforas. A metáfora está presente na


comparação entre palavra e silêncio com prata e ouro, respectivamente;

8. Tanto o item A quanto o item C funcionam como elogios à discrição. É o que se


verifica em A) ao comparar o silêncio com ouro e, em C) cuja citação tem o sentido
de que às vezes é melhor não dizer nada.

Questão 23
(FAU) Nos versos:

“Bomba atômica que aterra


Pomba atônita da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”

A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico


denominado:

a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora

Ver Resposta
Alternativa d: aliteração.

Aliteração é uma figura de som cujo recurso é repetir sons consonantais, tais como
b e p que constam nos versos acima em “bomba-pomba”.

Questão 24
(Mackenzie) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao conflito de duas
visões antagônicas:

“Saio do hotel com quatro olhos,


- Dois do presente,
- Dois do passado.”

Esta figura de linguagem recebe o nome de:

a) metonímia
b) catacrese
c) hipérbole
d) antítese
e) hipérbato

Ver Resposta
Alternativa d: antítese.

A antítese consiste no recurso estilístico que utiliza termos com sentidos opostos
para dar mais ênfase à comunicação. Neste caso, os termos “presente” e
“passado” têm essa intenção nos versos acima.

Questão 25
(ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)


b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia)
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro.
(silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia).

Ver Resposta
Alternativa c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de
Janeiro. (silepse de número).

A figura utilizada nesta oração é silepse. No entanto, ela não está classificada
corretamente, uma vez que se trata de uma silepse de gênero, em que a palavra
“cidade” está subentendida, e por esse motivo o adjetivo violenta está no feminino
em vez de no masculino:
Já não são tão frequentes os passeios noturnos no violento Rio de Janeiro.
Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta (cidade) Rio de Janeiro.

Questão 26
(PUC-SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de
oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as
palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes
figuras de linguagem:

a) prosopopeia e hipérbole
b) hipérbole e metonímia
c) perífrase e hipérbole
d) metonímia e eufemismo
e) metonímia e prosopopeia.

Ver Resposta
Alternativa e: metonímia e prosopopeia.

A metonímia é uma figura muito utilizada quando se fala no autor em vez de se


referir às suas obras. É o que acontece na oração "...nem um dos autores
nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major", o que
significa que o major tem as obras desses autores, e não que os autores estão na
sua estante.

A prosopopeia é figura de linguagem em que qualidades humanas são atribuídas a


seres irracionais. Em "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e
deseja", está sendo atribuído ao violão a capacidade humana de pedir e de desejar
algo.

Questão 27
(Cesgranrio) Na frase "O fio da ideia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre
processo de gradação. Não há gradação em:

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.


b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.

Ver Resposta
Alternativa e: João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.

Na oração acima, não existe sequência de uma mesma ideia que progride, mas
sim ações diferentes conectadas num mesmo período.

Questão 28
(Funcab) As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar
maior valor expressivo à linguagem.

No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura,


denominada:
a) onomatopeia
b) hipérbole
c) metáfora
d) catacrese
e) sinestesia

Ver Resposta
Alternativa c: metáfora.

A metáfora é a figura de linguagem em que existe comparação de palavras com


significados diferentes. Na metáfora, o termo comparativo não é usado
explicitamente na frase, tal como na comparação.

Assim, na oração “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]”, chuva e terra são
respectivamente comparados a tu e eu.

Se fosse a figura de linguagem utilizada fosse comparação, a oração seria: “Tu


és como a chuva e eu sou como a terra [...]”.

Questão 29
(Unicamp)

Morro da Babilônia

À noite, do morro
descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua
Geral).

Quando houve revolução, os soldados


espalharam no morro,
o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado.

Mas as vozes do morro


não são propriamente lúgubres.
Há mesmo um cavaquinho bem afinado
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.

(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.19.)

No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de Andrade,

a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo indireto,


metonimicamente, pela referência ao Morro da Babilônia.
b) o sentimento do mundo é representado pela percepção particular sobre a
cidade do Rio de Janeiro, aludida pela metáfora do Morro da Babilônia.
c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se ao que é dado a uma
pessoa, o que caracteriza a figura de estilo denominada paronomásia.
d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no percurso figurativo do poema, um
oxímoro: a relação entre terror e gentileza no espaço urbano.

Ver Resposta
Alternativa a: a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo indireto,
metonimicamente, pela referência ao Morro da Babilônia.

Na metonímia, considera-se a parte pelo todo. Assim, verificamos no poema de


Drummond que “as vozes do morro” refere-se às vozes das pessoas que vivem no
Morro da Babilônia e, logo, às pessoas que vivem no Rio de Janeiro, uma vez que o
morro em referência localiza-se nessa cidade.

Questão 30
(Insper)

POÇAS D’ÁGUA

As poças d´água são um mundo mágico


Um céu quebrado no chão
Onde em vez de tristes estrelas
Brilham os letreiros de gás Néon.
(Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.)

Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a metáfora


presente no primeiro verso se justifica porque as poças

a) estimulam a imaginação.
b) permitem ver as estrelas.
c) são iluminadas pelo Néon.
d) se opõem à tristeza das estrelas.
e) revelam a realidade como espelhos.

Ver Resposta
Alternativa a: estimulam a imaginação.

A metáfora foi o recurso estilístico utilizado para enfatizar a beleza dos versos.
Comparar poças d’água com um mundo mágico leva as pessoas a imaginar o que
quiserem ver a partir do reflexo de uma poça d’água.

Questão 31
(IFPE) Responda à questão com base na tirinha abaixo.
O humor da tirinha foi conferido, sobretudo, pela não compreensão por parte da
personagem Chico Bento da figura de linguagem utilizada por seu interlocutor. A
essa referida figura de linguagem dá-se o nome de

a) anáfora
b) metonímia
c) perífrase
d) hipérbole
e) aliteração

Ver Resposta
Alternativa b: metonímia.

“Cabeça de gado” é uma expressão que toma a parte - neste caso, a cabeça -
como o animal inteiro, que é um sentido que o personagem Chico Bento
desconhece.

É justamente esse recurso que caracteriza a figura de linguagem metonímia, ou


seja, referir-se a uma parte com o sentido do todo.

Questão 32
(UERJ)

A namorada

Havia um muro alto entre nossas casas.


1
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
2
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da
goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.

(Manoel de Barros

Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)


O pai era uma onça (ref. 2). Nesse verso, a palavra onça está empregada em um
sentido que se define como:

a) enfático
b) antitético
c) metafórico
d) metonímico

Ver Resposta
Alternativa c: metafórico.

O rapaz comparava o pai da namorada com uma onça para expressar o quanto ele
era bravo “O pai era uma onça.” e “No tempo do onça era assim.”.

A metáfora consiste na comparação de termos com significados distintos (pai -


humano com onça - animal).

Além disso, na metáfora não é utilizado termo de comparação (como, assim): O


pai era como uma onça.

Questão 33
(FGV) Assinale a alternativa que indica a correta sequência das figuras
encontradas nas frases abaixo.

O bom rapaz buscava, no fim do dia, negociar com os traficantes de drogas.


Naquele dia, o presidente entregou a alma a Deus.
Os operários sofriam, naquela mina, pelo frio em julho e pelo calor em dezembro.
A população deste bairro corre grande risco de ser soterrada por esta montanha
de lixo.
A neve convidava os turistas que, receosos, a olhavam de longe.

a) Ironia, eufemismo, antítese, hipérbole, prosopopeia


b) Reticências, retificação, gradação, apóstrofe, ironia
c) Antítese, hipérbole, personificação, ironia, eufemismo
d) Gradação, apóstrofe, personificação, reticências, retificação
e) Ironia, eufemismo, antítese, apóstrofe, gradação

Ver Resposta
Alternativa a: Ironia, eufemismo, antítese, hipérbole, prosopopeia.

Ironia, porque “bom rapaz” transmite ideia contrária daquilo que realmente se
pensa acerca do rapaz;

Eufemismo, porque “entregou a alma a Deus” é uma forma mais branda de dizer
que morreu;

Antítese, porque utiliza termos com sentidos opostos - frio e calor;

Hipérbole, porque exagera quando faz referência à quantidade de lixo -


“montanha de lixo”;

Prosopopeia, porque a neve não tem a capacidade humana de convidar turistas.


Questão 34
(PUC-SP) Em uma grande concessionária de São Paulo leu-se a seguinte chamada:
“Queima total de seminovos”. A mesma estratégia foi utilizada em uma chamada
de um grande hipermercado, em que se podia ler: “Grande queima de colchões”.
Acerca dos sentidos criados por essas chamadas, é apropriado afirmar que

a) em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido estritamente literal.


b) apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido estritamente
literal.
c) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação com o
contexto.
d) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas regras
gramaticais.
e) em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido porque é
incoerente.

Ver Resposta
Alternativa c: em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação
com o contexto.

A ação de “queimar” é comparada à ação de “liquidar”, ou seja, vender tudo, daí a


utilização da metáfora, que é apropriada ao seu contexto.

Questão 35
(Vunesp)

Texto 1 Gregório de Matos

Goza, goza da flor da mocidade,


que o tempo trata a toda ligeireza
e imprime em toda flor a sua pisada.

Ó não aguardes, que a madura idade


te converta essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

Texto 2 Basílio da Gama

Pois se sabes que a tua formosura


Por força há de sofrer da idade os danos,
Por que me negas hoje esta ventura?

Guarda para seu tempo os desenganos,


Gozemo-nos agora, enquanto dura,
Já que dura tão pouco a flor dos anos.

A expressão latina carpe diem, que significa “aproveite o dia (presente)”, foi uma
constante nos dois períodos literários representados pelos poemas de Gregório de
Matos e Basílio da Gama.
a) Transcreva, de cada um dos poemas, um verso em que a ideia do carpe
diem esteja explicitamente apresentada.
b) Que metáfora é comum aos dois poemas?

Ver Resposta
a) Texto I: “Goza, goza da flor da mocidade,” e Texto II: “Gozemo-nos agora,
enquanto dura”;

b) Flor é utilizado como metáfora de mocidade nos dois textos. É o que


constatamos, por exemplo:

Texto I

“Ó não aguardes, que a madura idade


te converta essa flor, essa beleza,”

Texto II

“Já que dura tão pouco a flor dos anos.”

Questão 36
(Unifesp)

Maria Bofetão

A surra que Maria Clara aplicou na vilã Laura levantou a audiência da novela
Celebridade.

Na segunda-feira passada, 28 tabefes bem aplicados pela heroína Maria Clara


(Malu Mader) derrubaram a ignóbil Laura (Cláudia Abreu) e levantaram a audiência
de Celebridade, a novela das 8 da Globo. (…)

Tanto a mocinha quanto a vilã ganharam nova dimensão nos últimos tempos.
Maria Clara, depois de perder sua fortuna, deixou de ser apenas uma patricinha
magnânima e insossa, a aborrecida Maria Chata. Ela ganhou fibra e mostrou que
não tem sangue de barata. Quanto à Laura, ficou claro que sua maldade tem
proporções oceânicas: continuou com suas perfídias mesmo depois de conquistar
a fama e o dinheiro que almejava. Por tripudiar tanto assim sobre a inimiga, atraiu
o ódio dos noveleiros. (Veja, 05.05.2004.)

Em “Quanto à Laura, ficou claro que sua maldade tem proporções oceânicas”, a
figura de linguagem presente é

a) uma metáfora, já que compara a maldade com o oceano.


b) uma hipérbole, pois expressa a ideia de uma maldade exagerada.
c) um eufemismo, já que não afirma diretamente o quanto há de maldade.
d) uma ironia, pois se reconhece a maldade, mas ficam pressupostos outros
sentidos.
e) um pleonasmo, já que entre maldade e oceânicas há uma repetição de sentido.

Ver Resposta
Alternativa b: uma hipérbole, pois expressa a ideia de uma maldade exagerada.
A figura de linguagem hipérbole consiste na transposição de exagero à mensagem
com um sentido intencional. Assim, “proporções oceânicas” expressa a gravidade
da maldade da personagem da novela.

Questão 37
(FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no
trem” e que serrou “os pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem
denominada:

a) metonímia
b) antítese
c) paródia
d) alegoria
e) catacrese

Ver Resposta
Alternativa e: catacrese.

A catacrese é utilizada quando recorremos a certas palavras por não haver outras
específicas para falar sobre algo em determinado. É o que acontece em:

“enterrar o dedo”, uma vez que enterrar significa colocar debaixo da terra;

“embarcar no trem”, uma vez que embarcar significa entrar no barco;

"pés da mesa", uma vez que pés fazem parte do corpo humano e não dos objetos.

Questão 38
(Anhembi)

Tenho fases
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
outro desapareceu…
(Lua Adversa – Cecília Meireles)
Indique a alternativa que não contenha a mesma figura de linguagem presente no
poema:

a) A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano.


b) “O meu olhar é nítido como um girassol” (Alberto Caeiro)
c) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja” (Oswald de
Andrade)
d) A casa dela é escura como a noite.
e) Ele é lerdo como uma lesma.

Ver Resposta
Alternativa a: A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano.

Na alternativa a) a figura de linguagem presente é a metáfora, uma comparação


que dispensa a utilização de termo comparativo (como, tal qual) e que não foi
utilizada no poema de Cecília Meireles;

Nas alternativas restantes, está presente a comparação, a qual também consta no


poema acima em “tenho fases, como a lua…”.

Questão 39
(UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopeia.

a) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice


Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…”
(Drummond)
c) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
d) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.”
(Clarice Lispector)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)

Ver Resposta
Alternativa e: “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de
Melo Neto)

A palavra “nome” foi omitida pelo fato de já ter sido utiliza na primeira oração.
Caso não fosse omitida, soaria de forma repetitiva: “Meu nome é Severino, Não
tenho outro nome de pia”. A omissão de uma palavra já utilizada na mensagem é
característica da figura de linguagem conhecida como zeugma.

A prosopopeia, por sua vez, caracteriza-se por atribuir capacidades humanas a


seres irracionais, tal como constatamos nas restantes alternativas: a) “essa não-
palavra morde”, b) “as palavras se beijam”, c) “a poesia vai comprar jornal” e d)
“a luminosidade sorria”.

Questão 40
Apenas uma das alternativas apresenta sinestesia. Indique qual.

a) Adorava aquele som doce entrando pela janela.


b) A noite adormece cansada.
c) Aquele cocóricó ensurdecedor de todas as manhãs irritava qualquer um.
d) Se você voltar, se você me quiser, se você deixar, eu posso mudar.
e) Entra pra dentro agora ou vou aí te buscar com o chinelo na mão!

Ver Resposta
Alternativa a: Adorava aquele som doce entrando pela janela.

A sinestesia é a figura de linguagem em que as sensações não são percebidas


pelos órgãos de sentido esperados. Assim, nesta oração, audição (som) e paladar
(doce) se confundem.

Você também pode gostar