Ficha 1-Sistematica Dos Seres Vivos
Ficha 1-Sistematica Dos Seres Vivos
Ficha 1-Sistematica Dos Seres Vivos
Ano letivo 2024/2025 Os sistemas de classificação artificiais foram propostos pela primeira
Sistemática dos Seres Vivos vez por Aristóteles e baseiam-se num número relativamente pequeno de
características, fazendo com que exista um número pequeno de grupos.
Sistemas de classificação Esses grupos englobam seres vivos muito diferentes uns dos outros, pois
A sistemática é a área do conhecimento biológico que se ocupa do diferem em muitas outras caraterísticas que não são consideradas.
estudo das relações evolutivas dos diferentes grupos de seres vivos, do Os sistemas de classificação naturais foram desenvolvidos por Lineu,
seu agrupamento e consequente classificação. O seu objetivo principal é tendo por base uma organização dos grupos segundo um número maior
criar sistemas de classificação que não se limitem a agrupar seres vivos de caraterísticas possível. Este tipo de classificação consegue reunir
atuais, mas que reflitam a evolução sofrida por esses grupos ao longo seres vivos com maior grau de semelhança.
dos tempos.
Para melhor compreender este capítulo é necessário ter em mente alguns OBS: As classificações Artificiais e Naturais eram estáticas e não tinha
termos bem como o seu significado: em conta o fator tempo, uma vez que admitia a hipótese da
imutabilidade das espécies. Por isso são designadas de classificações
- Sistemática – é a ciência dedicada a inventariar e descrever a Horizontais.
biodiversidade e compreender as relações filogenéticas existentes entre
elas. Inclui a taxonomia e a filogenia (estudo das relações evolutivas Sistemas horizontais (Fenéticos) e sistemas verticais (Filogenéticos)
entre os organismos).
- Taxonomia - parte da sistemática que trata do estudo teórico de Os sistemas de classificação horizontais privilegiam as características
classificação e da criação das regras de nomenclatura. estruturais dos organismos e não tem em conta o fator tempo. Por este
- Classificação – ordenação dos seres vivos em grupos, com base em motivo, são designados sistemas de classificação fenéticos. Este tipo
parentesco, semelhança morfológica, entre outros e a sua de classificação baseia-se no grau mínimo de semelhança entre
hierarquização. organismos, tendo em conta a presença ou ausência de uma serie de
- Identificação - atividade de identificar organismos. Ocupa a maior carateres fenotípicos.
parte do tempo do taxonomista e o leigo (desconhecedor) imagina que é Contudo, os seres vivos passaram a ser classificados, não apenas de
apenas isso que esse profissional faz. acordo com a sua afinidade estrutural e morfologia, mas também de
Evolução dos sistemas de classificação acordo com a sua história evolutiva.
Assim, surgiram os sistemas de classificação verticais, sistemas que
Sistemas práticos e racionais têm em conta o
As primeiras classificações feitas pelo Homem tinham um carácter fator tempo. As
prático, criados na tentativa de satisfazer as necessidades básicas do semelhanças
Homem, como a defesa e alimentação. Apesar de seres os mais entre os
primitivos, perduram até os dias de hoje. Ex. animais domésticos e organismos
animais selvagens. surgem como
Os sistemas de classificação racionais baseiam-se nas características consequência de
morfológicas e fisiológicas dos seres vivos e pode ser dividido em um ancestral
artificiais e naturais. comum, a partir
do qual os vários
grupos foram
divergindo ao
longo do tempo, e desta forma, existindo grau de parentesco entre os Além destas categorias básicas, podem existir outros taxa, a cujo nome
seres vivos. Desta forma, surgem assim as árvores filogenéticas, que se acrescenta os prefixos sub, infra ou super.
tentam agrupar os organismos de acordo com o grau de parentesco entre
eles. Ex: Uma superclasse, subfilo.
Árvore Filogenética - diagrama com diferentes ramificações que OBS: Segundo os evolucionistas, há uma relação direta entre os taxa, a
representam a origem dos grupos de seres vivos a partir dos ancestrais evolução e o tempo. Assim, dois seres são tanto mais aparentados
comuns. Cada uma das ramificações de uma árvore filogenética assinala quanto mais baixo for o grupo taxonómico a que ambos pertencem, isto
o aparecimento de novas formas. é, que divergiram há menos tempo de um antepassado comum.
Carl Von Lineé – Lineu é considerado o pai da taxonomia moderna, Plantas animais e outros organismos são popularmente conhecidos por
porque elaborou um sistema de classificação tanto para plantas como nomes variáveis. Ao mesmo ser vivo, de país para país ou de região para
para animais, publicado no Systema Naturae. Considerou a espécie região podem ser atribuídas nomes vulgares diferentes.
como unidade básica da classificação. Na tentativa de universalizar os nomes atribuídos, os cientistas criaram a
O modelo Lineano de ordenação dos seres vivos numa série ascendente nomenclatura para a designação dos seres vivos, estabelecendo regras
de grupos de complexidade crescente é um Sistema Hierárquica de para atribuição de nomes científicos aos diferentes grupos taxonómicos.
Classificação. Estes nomes devem:
Segundo ele, as espécies semelhantes agrupam – se e género, os - Representar um dado tipo de organismo como diferente dos outros;
géneros mais relacionados em famílias, as famílias em ordens e as - Representar sempre o mesmo organismo, seja qual for o local em que
ordens em classes. Posteriormente foram criadas mais duas categorias se encontre;
superiores á classe, divisão (plantas) ou filo (animais). - Ser o único nome válido para esse organismo;
Cada uma categoria ou nível taxonómica é também designada por Nomenclatura – é atribuição de um nome científico a um ser vivo, de
Taxon (plural Taxa). acordo com as regras internacionais do código de nomenclatura
Nas classificações atuais consideram – se sete categorias principais: Botânica ou Zoológica. É necessário estabelecer a distinção entre nome
Espécie, Género, Família, Ordem, Classe, Filo ou Divisão e Reino. vernáculo ou vulgar e nome científico.
Nome Vernáculo – é restrito a uma determinada área geográfica, pois
varia de país para país e de região para região. Podem mudar com o
decorrer do tempo e não obedece a quaisquer regras.
Nome Científico – nome que obedece as regras da nomenclatura.
Regras Básicas da Nomenclatura
- Desde a.C. ao sec. XVI – nomenclatura trivial (banal/vulgar), com
nomes vernáculos;
- No sec XVII, John Ray, ao sec. XVIII – desenvolveu um sistema de
nomenclatura sem regras (geralmente polinominal) com a utilização do
latim ou nomes latinizados;
Nomenclatura Polinominal – consiste numa longa sequência de
termos correspondente a uma descrição de um organismo.
Ex: Nome da abelha era: Apis, pubescens, thorace subgriseo,
abdomine fusco, pedibus, posticis glabris utrinque margine
ciliatis.
No sec. XVIII, Lineu, propôs as regras da nomenclatura utilizada
até hoje: OBS: O restritivo específico e subespecífico pode ser palavras iguais ou
diferentes. O restritivo isoladamente não significa nada. Pois o mesmo
Utilização do latim para designar todos os seres vivos. restritivo associado a géneros diferentes corresponde a espécies
diferentes.
Nomenclatura uninominal (constando de uma única palavra, que
é um substantivo, escrito com letra maiúscula) para grupos Os Reinos dos Seres Vivos
superiores à espécie;
Há mais de 24 séculos, os seres vivos foram classificados por
O nome da família nos animais obtém-se acrescentando a Aristóteles e Teofrasto, um discípulo seu, em dois grupos – Animal e
terminação – idae após o nome do género (Ex: Homo sapiens – Vegetal. No século XVIII, os trabalhos de Lineu reforçaram esta mesma
Género: Homo; Família: Hominidae e nas plantas é – aceae; ideia e introduziu o conceito de reino nesta classificação. E segundo ele
(coqueiro e as palmeiras são da família Palmaceae) as coisas naturais no mundo estão divididas em dois reinos:
Género – escrito em itálico ou sublinhado para manuscrito; Reino Animalia – era inserido os seres não fotossintéticos, que
Para designação de Espécie – nomenclatura binominal (duas tem locomoção e que obtêm alimentos por ingestão. Incluía
palavras latina ou latinizadas) – escrita em itálico ou também alguns seres vivos unicelulares (Protozoários), com
sublinhado para manuscrito. A primeira palavra é um locomoção e alimentação por ingestão e também os metazoários
substantivo escrita com inicial maiúscula e corresponde ao nome (animais);
do género a que espécie pertence e a segunda, escrita com inicial Reino Plantae - incluíam - se organismos fotossintéticos, sem
minúscula, designa – se por restritivo específico ou epíteto, locomoção e sem ingestão e que realizam fotossíntese; As
sendo geralmente um adjetivo. bactérias e os fungos, como apresentavam parede celular, eram
também incluídas neste reino; Seres unicelulares com
cloroplastos.
Por sugestão de Ernst Haeckel, no sec XIX, foi criado um terceiro reino
de organismos vivos - Reino Protista, onde incluía todos os seres vivos
unicelulares, separando-os dos animais e das plantas.
Mais tarde, Herbert Copeland introduziu um quarto reino para as
bactérias, que têm uma organização celular procariótica, enquanto os
organismos dos restantes três reinos são formados por organismos
eucarióticos. Ele chamou a este reino Mychota, nome que foi mais tarde
Nomenclatura trinominal quando uma espécie tem subespécies,
substituído por Monera (que significa formas primitivas - procariontes).
escreve-se o nome de espécie seguido de um terceiro termo
designado por restritivo ou epíteto subespecífico; Em 1968, Whittaker propôs um sistema de classificação em cinco
reinos, passando os fungos a constituir um reino independente. Deste
modo, passam a existir os cinco reinos que atualmente são considerados: pluricelulares. Segundo o sistema apresentado em 1968, as algas foram
Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. incluídas no Reino Protista (que incluía apenas seres unicelulares) e no
reino Plantae. Na sua versão corrigida o grupo foi definitivamente
Sistema de Classificação de Whittaker incluído, na sua totalidade, no reino Protista.
O sistema de classificação de Whittaker baseava-se fundamentalmente O quadro seguinte refere as principais características dos cinco
nos seguintes critérios: reinos do sistema de Whittaker modificado (1979).
Nível de organização estrutural
Seres Procarióticos-Reino Monera;
Seres Eucarióticos unicelulares-Reino Protista;
Seres Eucariótico multicelulares- reino Planta, Fungi e Animalia
Tipo de Nutrição
Reino Monera – absorção, podendo alguns ser fotossintéticos e
quimiossintético (sem ingestão);
Reino Protista – seres que obtém os alimentos por ingestão, absorção e
fotossíntese;
Reino Plantae – seres fotossíntéticos;
Reino Fungi – obtém alimentos por absorção;
Reino Animalia - obtém alimentos por ingestão
Interação nos ecossistemas – Os tipos de nutrição relacionam-se com
as interações alimentares que os organismos estabelecem no
ecossistema. Segundo as interações alimentares consideram-se:
Produtores- São os seres autotróficos, que produzem a sua própria
fonte de matéria orgânica e podem ser vistos como o início das cadeias
alimentares. É o caso das plantas, algas e algumas bactérias.
Macroconsumidores - São os seres heterotróficos, que ingerem os
alimentares, sendo representado por animais e alguns protistas.
Microconsumidores – São seres heterotróficos que decompõem a
matéria orgânica, absorvem alguns produtos resultantes da
decomposição e libertam substâncias inorgânicas para o meio. São
também chamados decompositores ou saprófitos.
Este sistema de classificação tinha algumas limitações que o próprio
Whittaker apresentou mais tarde, em 1979, uma versão modificada do
seu sistema de cinco reinos.
Um dos problemas era relativo à separação de alguns seres eucariontes
unicelulares e multicelulares. Como exemplo temos o caso das algas,
que são autotróficas e apresentam espécies unicelulares, coloniais e