Modelo de Projeto Multidisciplinar CURRÍCULO E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

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PROJETO MULTIDISCIPLINAR

CURRÍCULO E TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS

Alex Vinicius Gomes da Silva


Curso do Centro Universitário ETEP
em Convênio Interinstitucional com a Faculdade UniBF
Curso: Pedagogia
Data de início no curso: 15/05/2023
Data de envio do trabalho: 14/09/2023

RESUMO

As tecnologias se fazem cada vez mais presentes em diversos setores da sociedade


contemporânea, não sendo diferente na educação. Nesse sentido, torna-se difícil pensar
a educação hoje sem mencionar as tecnologias, pois elas já ultrapassaram os muros
das escolas e se fazem presentes no cotidiano de alunos e professores.
Palavras-chave: Educação; Tecnologias; Cotidiano.

1 INTRODUÇÃO

As iniciativas públicas para a inserção de tecnologias na educação no Brasil,


tiveram início no final da década de 80 do século XX a partir de experimentos piloto em
escolas, desenvolvimento de projetos de pesquisa e de formação de professores em
universidades. Esse processo representou uma inovação ao criar um espaço de diálogo
com pesquisadores que se dedicavam a estudos sobre computadores e educação,
especialistas das secretarias de governos e professores das escolas, bem como fortaleceu
a articulação entre pesquisa, ensino e extensão, a qual se tornou um elemento chave nas
experiências e estudos no campo das tecnologias na educação.
A inserção das tecnologias na escola trouxe novos desafios para a educação, pois
elas “provocaram novas mediações entre a abordagem do professor, a compreensão do
aluno e o conteúdo ensinado” (KENSKI, 2007, p. 45); e o papel da escola e do professor
passou a ser questionado. Assim, acreditamos que tanto a escola quanto os professores
não podem mais ficar indiferentes diante do cenário tecnológico que se instalou na
sociedade contemporânea (RUBIO, 2017), pois as tecnologias “precisam ser
compreendidas e incorporadas pedagogicamente” (KENSKI, 2013, p. 46) no cotidiano
escolar.
O currículo está sempre presente nas atividades que os professores realizam ao
longo do tempo e do espaço. De acordo com Goodson (2001), o currículo, da forma que
conhecemos hoje, não foi constituído em um momento específico da história, mas
dialoga com a história e com os contextos sociais de cada época, até os dias atuais.
Nessa perspectiva teórica, compreendemos que o currículo é, de fato, um espaço de
poder. Assim, um currículo construído a partir das teorias críticas, tende a ser um
aparelho ideológico do estado, um território político, assim como uma construção
social. Logo, ele reproduzirá as estruturas sociais culturalmente e transmitirá a ideologia
dominante (SILVA, 1999).
De acordo com Silva (2006), o currículo também pode ser compreendido como
prática de significação, como prática discursiva, e analisado como discurso. Na mesma
linha de pensamento, Lopes e Macedo (2011) apontam que: O entendimento do
currículo como prática de significação, como criação ou enunciação de sentidos, torna
inócua distinções como currículo formal, vivido, oculto. Qualquer manifestação do
currículo, qualquer episódio curricular, é a mesma coisa: a produção de sentidos. Seja
escrito, falado, velado, o currículo é um texto que tenta direcionar o ‘leitor’, mas que o
faz apenas parcialmente (p. 42).
Na sociedade contemporânea, não é mais possível pensar a educação separada
das Tecnologias Digitais de Rede. Assim, precisamos refletir sobre formas de integrá-
las ao currículo escolar. De acordo com Kenski (2013), educação e tecnologia são
indissociáveis, e para que ocorra essa integração, é preciso que conhecimentos, valores,
hábitos, atitudes e comportamentos do grupo sejam ensinados e aprendidos, ou seja, que
se utilize a educação para ensinar sobre as tecnologias que estão na base da identidade e
da ação do grupo e que se faça uso delas para ensinar as bases dessa educação (p. 43).
2 CORPO DO TRABALHO (os títulos são livres conforme o texto tratado)

Não podemos abordar a problemática suscitada pela Tecnologia Educacional


sem partir de uma definição das relações entre Tecnologia Educacional e Educação.
Este problema está latente em qualquer que seja o conceito de Tecnologia Educacional
que adotemos. A palavra educacional unida a tecnologia significa uma adjetivação dela.
Indica unicamente um campo de aplicação.
Com o objetivo de cumprir com as atividades de uso pedagógico do computador
nas escolas, o Ministério da Educação (MEC) implementou o Projeto FORMAR, em
parceria com universidades que ofereciam cursos de especialização de, pelo menos, 360
horas para a capacitação de professores multiplicadores. Durante esses cursos, os
professores adquiriam habilidades para dominar a tecnologia, ao mesmo tempo em que
estudavam teorias educacionais para compreender as concepções subjacentes ao uso da
informática na educação e desenvolviam propostas para disseminar o uso do
computador em suas instituições de origem (VALENTE, 1999; ALMEIDA, 2000).
No ano de 1989, o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu o pioneiro
Programa Nacional de Informática Educativa - Proninfe (ANDRADE; LIMA, 1993), o
qual adotava a abordagem educacional construcionista, fundamentada nas ideias de
Seymour Papert, e a educação transformadora freiriana, alicerçada na prática
pedagógica crítico-reflexiva e na formação de indivíduos que se reconhecem como
protagonistas de sua história e comprometidos com a construção de uma sociedade mais
justa e igualitária. Havia a expectativa de superar a abordagem educativa baseada na
mera transmissão de informações. No ano de 1996, o Ministério da Educação (MEC)
estabeleceu a Secretaria de Educação a Distância (SEED), com o objetivo principal de
promover a integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na educação
e trabalhar para o desenvolvimento do ensino a distância, visando democratizar e
aprimorar a qualidade da educação. A criação oficial da SEED impulsionou a
implementação de programas voltados para a introdução de tecnologias nas escolas e
para a capacitação dos educadores.
Estes programas e projetos impulsionaram as práticas pedagógicas com a
incorporação de tecnologias. No entanto, cada um se desenvolveu em seu próprio ritmo,
contexto e com uma abordagem específica. Isso resultou na ideia equivocada de que
uma tecnologia poderia ser a solução para todos os desafios e cenários de ensino e
aprendizagem.
A capacitação dos educadores impulsiona um movimento que leva em conta a
realidade do aluno e uma postura crítica em relação ao conhecimento, ao seu contexto e
realidade. No entanto, essa movimentação ainda é pouco expressiva quando comparada
ao percentual de 16% de escolas públicas que foram contempladas com computadores.
De acordo com os dados do Censo Escolar de 2005 (INEP/MEC), cerca de
27.338 escolas estão equipadas com laboratórios de informática, o que representa
aproximadamente 16,8% do total de 162.727 escolas que abrigam 69,5% (33.534.561)
dos estudantes brasileiros. No entanto, é importante mencionar que esse movimento é
relativamente tímido, uma vez que apenas algumas escolas possuem acesso à internet e,
dentre essas, algumas têm equipamentos subutilizados ou não levam em consideração os
objetivos pedagógicos. Esses índices tornam crucial a união de ações já existentes com
novas iniciativas direcionadas ao uso das tecnologias de informação e comunicação
(TIC). Para tanto, é fundamental que haja uma articulação conjunta entre governos,
sociedade civil e iniciativa privada.
Os conhecimentos que surgem no entrelaçar das tramas das redes compõem o
currículo através de ações e atividades que ocorrem por meio das tecnologias,
registrados em documentos digitais e disponíveis para análise, recriação e novos
registros. O currículo é uma construção social, política e histórica que se desenvolve ao
longo do tempo e reflete as vidas dos indivíduos, suas experiências e a realidade que
enfrentam tanto dentro quanto fora da escola, incluindo os valores, crenças,
conhecimentos, afetos e desafetos daqueles que fazem parte da rede. Essa rede se
conecta com outras redes e torna o currículo um sistema aberto, flexível, dinâmico e
múltiplo, similar a um rizoma, com diferentes disciplinas que se intercomunicam,
inúmeros percursos, diversos pontos de partida e chegada; não um currículo, mas
múltiplos currículos (GALLO, 2004, p. 45-46).
Este projeto destaca a vertente política da educação presente na pedagogia crítica
de Freire, uma vez que é necessário assegurar que os estudantes das classes populares
tenham acesso às ferramentas culturais do seu tempo, que são fundamentais para o
desenvolvimento de um currículo centrado na investigação, na flexibilidade, na
liberdade, na colaboração e na autoria dos estudantes. Esses aspectos são
potencializados por meio da utilização de tecnologias móveis, imersivas e interativas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que se refere às tecnologias alinhadas a um currículo inovador, procurando
sempre métodos que despertem no aluno a construção de novos saberes, é visível que a
mesma é de grande valor no processo educacional, trazendo mudanças e inovações na
forma como se ensina e se aprende. É importante buscar conhecer e valorizar a prática
de cada aluno, respeitando sua individualidade e seu meio social. O ambiente escolar
precisa reconhecer que cada aluno é único, com suas próprias experiências e
características singulares. Devemos enxergar cada aluno como um sujeito construtivo,
focando em sua formação. Assim, as tecnologias são aliadas quando bem integradas às
práticas de ensino e aprendizagem.
Segundo Kenski (2012, p. 22) “a expressão “tecnologia” diz respeito a muitas
outras coisas além das máquinas”. O conceito tecnologia engloba a totalidade de coisas
que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas. Conforme
bem apontado por Kenski e reiterando a importância do homem como um ser inventivo,
pode-se afirmar que o ser humano desenvolve suas ideias a partir de suas necessidades e
das realidades impostas pelo tempo. Em outras palavras, ele é alguém que pondera cada
detalhe antes de colocar em prática. É por meio desse processo contínuo de reflexão e
estudo que novas descobertas vão sendo alcançadas, e é seguindo esse mesmo curso que
chegamos a uma era na qual as pessoas interagem de várias formas utilizando a
tecnologia e suas máquinas para atingir seus objetivos.
As narrativas históricas são caracterizadas pelo progresso humano no espaço
ao seu redor, e isso não é diferente dentro da sala de aula, onde esses avanços foram
marcados por diversos instrumentos que tornaram a educação mais significativa. A
invenção do quadro negro foi uma das grandes criações da humanidade e, com o passar
do tempo, surgiram outros meios, como projetores de transparências, fotocopiadoras e
videocassetes, que eram utilizados para a apresentação de informações. No século XX,
novas ferramentas vieram fortalecer os professores, com a criação dos computadores e
programas interativos, e nesse caso, a questão central é como o ser humano terá acesso
às informações.
À medida que a sociedade evolui, os alunos seguem inevitavelmente o mesmo
ritmo, daí a necessidade de os professores embasarem em seus planejamentos e práticas
em sala de aula o uso dessas ferramentas, a fim de proporcionar aprendizado e enxergá-
las como algo positivo.
4 CONCLUSÃO

No Brasil, a união entre formação, pesquisa e prática educacional, por meio do


uso das TIC, permeia toda a sua história. O maior desafio ainda reside na
democratização das TIC e no amplo desenvolvimento de experiências bem-sucedidas.
Na década de 80, a ênfase foi dada à implementação dos primeiros projetos públicos,
sob a abordagem da participação ativa do aluno. Já nos anos 90, com a criação da
SEED/MEC, houve um forte impulso aos programas de utilização de tecnologias na
educação e de educação a distância com suporte tecnológico, por meio da cooperação
entre o governo federal, estadual e municipal. Contudo, essa cooperação é influenciada
por forças políticas que nem sempre convergem em seus interesses.
O maior desafio atualmente consiste em proporcionar acesso às Tecnologias da
Informação e Comunicação para todos os alunos, professores e escolas brasileiras;
promover a compreensão de que a base conceitual para o uso de tecnologias na
educação é a integração das TICs ao currículo, ao ensino e à aprendizagem de forma
nativa, com o objetivo de transformar a escola e a sala de aula em um ambiente de
experiência, formação cidadã e vivência democrática, enriquecido pela presença das
TICs.
Assim, as práticas avançam, tropeçam, superam obstáculos e traçam caminhos
únicos. Ainda que haja um aumento significante na quantidade de equipamentos
instalados nas escolas, bem como a integração tríade entre dispositivos, conexão e
desenvolvimento profissional dos educadores, tanto em países mais ricos quanto nos
mais pobres, a concretização das ações ainda não atinge os objetivos, metas, desejos e
ideais do discurso humanista, da prática crítica-reflexiva, e do compromisso ético e
solidário.
A conclusão deve apresentar o posicionamento sintetizado da argumentação
desenvolvida no corpo do trabalho. Apresenta-se uma análise sobre o trabalho
desenvolvido, informando resultados e reflexões sobre o Estágio, área de concentração.
Também poderá ser relatada uma opinião pessoal sobre a experiência que acaba de
realizar, apresentando recomendações e sugestões referentes ao aperfeiçoamento de
futuros trabalhos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais. Censo Escolar 2005. Sinopse Estatística da Educação Básica. Brasília,
2006. Disponível em: http://www.inep.gov.br/basica/censo/Escolar/Sinopse/
sinopse.asp.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental do Ministério
da Educação. Brasília, 1997.
BALANSKAT, A.; BLAMIRE, R.; KEFALA, S. The ICT impact report: a
review of studies of ICT impact on schools in Europe. [S.l.]: European Communities,
2006. Disponível em: http://ec.europa.eu/education/doc/reports/doc/ictimpact.pdf
DAMÁSIO, M. J. Tecnologia e educação: as tecnologias da informação e da
comunicação e o processo educativo. Lisboa: Vega, 2007.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: Um novo ritmo da
informação. 8. ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 15-25.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como
chegar lá. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2007. 174p

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