Soc EM MIOLO
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pedagógicas
S O C I O LO G I A
Ensino Médio
Horizontes
compartilhados:
Sociologia
e a temática
étnico-racial
no Ensino Médio
BRUNO VILAS BOAS BISPO
RAFAELA SANTIAGO LOBO
Equipe Técnica
PRODUÇÃO EDITORIAL
Companhia Editora de Pernambuco - Cepe
SOBRE OS AUTORES
Bruno Vilas Boas Bispo: Professor Adjunto na UPE, graduado em Licenciatura e Bacharelado
em Ciências Sociais pela UFBA, com mestrado e doutorado na mesma instituição no
PPGCS. Com experiência na rede básica de Ensino e na Formação de Professores na
Bahia, Minas Gerais e Pernambuco. Sua pesquisa está concentrada nas seguintes
áreas: sociologia da arte, cinema, utopia, emancipação e movimentos sociais.
Bibliografia.
ISBN 978-65-85999-05-2
24-199310 CDD-301
Capítulo 1
Teoria social e relações étnico-raciais ......................................... 5
Capítulo 2
Sociologia da Educação e relações étnico-raciais .................... 8
Capítulo 3
A racialização das desigualdades sociais no Brasil ................11
Capítulo 4
Teoria Social Brasileira sob uma perspectiva racializada ����� 14
4.1 Florestan Fernandes ..................................................................... 15
4.2 Guerreiro Ramos ............................................................................. 15
4.3 Clóvis Moura ..................................................................................... 15
4.4 Lélia González ................................................................................... 15
4.5 Luiza Bairros ..................................................................................... 16
Capítulo 5
A questão indígena no Brasil ......................................................... 17
Capítulo 6
Identidade e diversidade cultural ................................................. 20
Capítulo 7
Sugestões de metodologias didáticas ......................................... 23
7.1 Analisando o filme Como era gostoso o meu francês ���� 23
7.2 Corrida do privilégio ...................................................................... 25
7.3 Vozes da comunidade: mapeando experiências raciais
em nossa escola ...................................................................................... 26
7.4 Perfis de intelectuais em redes sociais..............................28
Considerações finais ......................................................................... 29
Referências bibliográficas .............................................................. 30
Para início de conversa
A escola é um espaço fundamental de socialização das sociedades modernas.
Por um lado, a educação carrega o potencial de uma ferramenta poderosa na
construção de uma sociedade mais justa e igualitária; por outro, tem sido his-
toricamente um espaço privilegiado de reprodução de desigualdades e pre-
conceitos. A integração da temática étnico-racial no currículo de Sociologia
representa uma oportunidade de promover o entendimento, a empatia e o res-
peito pela diversidade, assim como a “desnaturalização” da vida social, qual
seja, do entendimento que os fenômenos sociais estão inseridos no devir his-
tórico e são dinâmicos e mutáveis.
Refletir sobre as questões étnico-raciais envolve o esforço de não elaborar
uma narrativa determinista sobre os grupos subalternizados, evitando refor-
çar os estereótipos de pessoas negras, indígenas, ciganas, entre outros grupos;
de modo que os povos e suas identidade sejam reconhecidas também por suas
contribuições à humanidade e suas potências em geral, não relegando-os à sua
condição histórica de povos que foram escravizados ou tratados como seres so-
cialmente inferiores.
Este material didático visa fornecer aos professores e professoras recursos
complementares para abordar a temática étnico-racial de maneira construtiva
e significativa, alinhada aos princípios e conceitos fundamentais da Sociologia
e das diretrizes curriculares do estado de Pernambuco. Buscamos, sempre que
pudemos, extrapolar o papel com recursos adicionais, através de QR Codes.
Desejamos uma boa jornada a vocês.
Tiganá - Maçalê.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=AyelJOizOxo
PARA REFLETIR...
FALA PESQUISADOR/A
Em um sistema efetivamente democrático, minorias, como os
indígenas, teriam que fazer parte dos parlamentos para que
seus interesses e anseios fossem realmente ouvidos, em um
verdadeiro espírito multicultural. Essa falta de representação
indígena só agrava um processo histórico de exclusão e
segregação social. (Dornelles & Veronese, 2018, p.53)
Essa desigualdade abissal que envolve o aspecto racial no Brasil não é mero
acaso, mas resultado da nossa formação. E é importante ressaltarmos que a es-
cola teve e tem papel importante nesse processo histórico de manutenção das
desigualdades.
Clóvis Moura aborda a questão racial a partir de uma perspectiva crítica, desta-
cando o papel ativo dos negros na história e na sociedade brasileira. Moura critica
o racismo institucionalizado e o eurocentrismo na historiografia e na Sociologia
brasileiras. Ele desenvolve ainda o conceito de “dependência racial”, que analisa
como as estruturas de poder e as relações sociais no Brasil foram construídas so-
bre bases raciais, perpetuando a desigualdade e a exclusão dos negros.
Lélia González investigou como o caráter triplo da discriminação que recai sobre
as mulheres negras interfere na forma como essas são inseridas na sociedade.
ATIVIDADE SUGERIDA
1. Pedir que os estudantes
escrevam uma carta em
resposta a uma das Cartas
para o Bem Viver, do livro
(gratuito) de Suzane Lima
Costa e Rafael Xucuru-Kariri.
https://cartasindigenasaobrasil.com.
br/livro/cartas-para-o-bem-viver/
https://www.youtube.com/
ATIVIDADE SUGERIDA
watch?v=c74M2eowmS8
Se houver recursos em sua
escola, vocês poderiam
organizar uma ida ao
maracatu mais próximo a sua
cidade ou ao centro histórico
de Recife, visitando, por
exemplo, o Paço do Frevo.
o meu francês
com/watch?v=r-70cBxqHYE
Roteiro de análise
Contextualização histórica:
1) Pesquise e discuta o contexto histórico do Brasil no século XVI, focando na
chegada dos europeus, nas relações com os povos indígenas e na introdução da
escravização africana.
2) Reflita sobre como o filme retrata essas relações e se há anacronismos ou
distorções históricas.
Perspectiva colonial:
1) Observe como o filme apresenta a perspectiva dos colonizadores europeus em
relação aos povos indígenas e africanos. Há sinais de etnocentrismo ou racismo?
2) Considere a escolha do título do filme e como ele reflete a visão dos coloni-
zadores.
7.2 Corrida do
privilégio
Objetivo: Sensibilizar estudantes do
Ensino Médio sobre desigualdades
sociais, raciais e de gênero, utilizando
a Corrida do privilégio.
Materiais: Espaço amplo, lista de afir-
mações, quadro para anotações.
Jogo do privilégio branco:
Introdução https://www.youtube.com/
watch?v=MuOE3IJZoZU
Breve explicação sobre privilégio so-
cial e o propósito da atividade.
Instruções
1. Alinhar os estudantes e explicar o procedimento: passos à frente ou atrás
conforme as afirmações lidas.
2. Ler as afirmações adaptadas ao contexto local, permitindo que os alunos se
movam conforme suas experiências.
3. Discussão: manter as posições finais e iniciar uma discussão sobre as obser-
vações e sentimentos durante a atividade. (Observação: destacar a importância
da empatia e do respeito pelas diferentes vivências e fomentar a reflexividade
acerca da relação entre experiência individual e estrutura social)
1. Se já se sentiu sozinho(a) ou acuada(o) por ser a única pessoa da sua cor em
algum lugar, dê um passo atrás.
2. Se você acha que nunca perdeu uma chance de trabalho ou na escola só por ser
menino ou menina, dê um passo à frente.
3. Se seu pai esteve presente e te ajudou a crescer, avance.
4. Se já ficou desconfortável ou chateado(a) com algo que falaram do seu jeito de
ser, cabelo ou aparência, mas ficou com medo de responder, dê um passo atrás.
5. Se teve que trabalhar enquanto estudava para ajudar em casa, dê um passo atrás.
6. Se você anda tranquilo(a) pelas ruas do seu bairro, sem medo, dê um passo à
frente.
7. Se o nome que as pessoas te chamam é o mesmo que está no seu RG, dê um passo
à frente.
8. Se você acha que pessoas como você quase não aparecem na TV ou nos filmes,
ou, aparecem em papéis secundários ou de subordinação, dê um passo atrás.
9. Se nunca te deram um apelido chato por causa da sua cor, raça ou de onde você
vem, dê um passo à frente.
10. Se tinha muitos livros em casa quando você era criança, dê um passo à frente.
Objetivo geral:
Investigar e documentar as diversas experiências raciais dentro da comunidade
escolar, destacando os aspectos positivos (como inclusão e representatividade)
e os negativos (como discriminação e racismo), para promover um ambiente
escolar mais inclusivo e consciente.
Avaliação:
A avaliação da pesquisa será baseada na profundidade da investigação, na cla-
reza da apresentação dos resultados e na viabilidade das recomendações pro-
postas. O envolvimento ativo dos participantes e a reflexão crítica sobre o pro-
cesso e os resultados também serão considerados.
APIB: @apiboficial
ANMIGA: @anmigaorg
Geni Núñez: @genipapos
Tukumã Pataxó: @tukuma_pataxo
Alice Pataxó: @alice_pataxo
Txai Suruí: @txaisurui
Samela Sateré-Mawé: @sam_sateremawe
Cristian Wariu: @cristianwariu
Lídia Guajajara: @lidiaguajajara
Trudruá Dorrico: @trudruadorrico
Priscila Tapajowara: @priscilatapajowara
Elison Santos: @indigena_memes
Bárbara Carine: @uma_intelectual_diferentona
Erika Hilton: @hilton_erika
Instituto Luiz Gama: @institutoluizgama
Rádio Yande: @radioyande
Giovanna Heliodoro: @transpreta
Nath Finanças: @nathfinancas
Kananda Eller: @deusacientista
Natália Romualdo: @pretasflix
Maristela Rosa: @papodepreta
Jade lobo: @jadealobo
Thiago Torres: @chavosodausp.02
Nátaly Nery: @natalyneri
ABECS: @abecs.nacional
Considerações finais
Referências bibliográficas
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS IBGE. Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e mais da me-
tade deles vive na Amazônia Legal. 2012.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 9. ed. Campinas, SP: Autores Associados,
2011a.
_______. Pesquisa: Princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo: Cortez,
2011b.
GOMES, I.; FERREIRA, I. Em 2022, analfabetismo cai, mas continua mais alto en-
tre idosos, pretos e pardos e no Nordeste. IBGE Notícias, 07 jun. 2023.
IBGE. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE,
2022.
IPAM. Imagens de satélite comprovam que terras indígenas são as áreas mais pre-
servadas do Brasil nas últimas décadas. 2021.