Heterónimos de Atena Iv - Atena Palas

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HETERÓNIMOS DE ATENA IV - ATENA PALAS,

A DEUSA MÃE DA TALASSOCRASSIA CRETENSE, por A. Felisberto.


ATENA NA BATALHA CONTRA O TITÃ PALLAS
Figura 1: Palas Atena.
A deusa da guerra dos antigos
gregos era Atena, muitas vezes
chamada de Pallas Atena, ou
simplesmente Pallas. Os romanos
identificaram-na como Minerva e
classificaram-na em terceiro lugar
entre os seus deuses, depois de Júpiter
e Juno. Atena era também adorada
como a deusa da sabedoria e do ofício,
especialmente da fiação e da
1
tecelagem.

É um título de deusa tão


familiar a partir de Homero que este
segundo nome parece adquirir mais do
que a qualidade de um epíteto. Um é
tanto o nome dela como o outro .2
Pseudo-Apolodoro,
Bibliotheca 1. 38 (trad. Aldrich)
(mitógrafo grego C2 d.C.): "[Na
Guerra dos Gigantes:] Ela [Atena]
arrancou a pele a Pallas e usou-a
para proteger o seu próprio corpo
durante a batalha."
Suídas s.v. Pallas (trad. Suda
On Line) (léxico grego bizantino C10
d.C.): "Pallas: Uma grande virgem. "

É um epíteto de Atenas; por brandir (pallein) a lança, ou por ter morto Pallas,
um dos Gigantes (Gigantes).
Afinal o nome próprio da padroeira de Atenas era Atena ou Palas?
Mais adiante se verá, a propósito do nome dos deuses do fogo, particularmente
em relação ao fogo do céu dos astros nocturnos como a lua, que Atena / Anat foi um
dos nomes mais arcaicos e originais da Deusa mãe enquanto deusa do fogo do céu!
Sendo assim é mais que provável que Palas tenha sido um dos epítetos desta Virgem
Mãe que aliás seria o correlativo feminino do nome de Apolo reforçando assim a
suspeita de que Atena seria uma mera variante Jónica de Artemisa! A possibilidade

1
The war goddess of the ancient Greeks was Athena often called Pallas Athena, or simply Pallas. The Romans
identified her as Minerva and ranked her third among their gods, after Jupiter and Juno. Athena was also
worshiped as the goddess of wisdom and of crafts, especially spinning and weaving.- Excerpted from Compton's
Interactive Encyclopedia. Copyright (c) 1994, 1995 Compton's NewMedia, Inc. All Rights Reserved
2
Is so familiar a title of the goddess from Homer onwards that this second name seems to acquire more than the
quality of an epithet. The one is as much her name as the other. THE BAAL (AND THE ASHERAH?) IN
SEVENTH-CENTURY JUDAH, Baruch Halpern - York University, Toronto.
de ter havido um casal original de irmãos gémeos Palas & Palos (= Artemisa &
Apolo) obtém o contraponto da mitologia latina no nome dos deuses Pales.
Desde Homero e até aos limites do nosso estudo, verifica-se claramente que o
“outro nome” de Atena pertence sobretudo ao campo lexical dos géneros discursivos
poéticos 20. Sejamos mais precisos, porém: “Pallas” não é apenas um nome poético; é
um nome resultante de tradição religiosa – cujo início não pode ser datado –,
atualizado pela poesia inspirada 21. Contudo, o facto de o seu uso ser reservado ao
domínio poético não faz deste nome um termo utilizado exclusivamente por alguns
estudiosos. (...)
No Palladion, eis a história que contamos. Após o seu nascimento, diz-se,
Atenas foi criada por Tritão, que teve uma filha, Pallas. As duas meninas, que
praticavam exercícios guerreiros, um dia confrontaram-se. E quando Pallas estava
prestes a desferir-lhe um golpe, Zeus assustou-se e colocou a sua égide diante de
Atena. Pallas, assustada, ergueu os olhos, de tal modo que foi ferida por Atena e caiu
64 -- D’une Athéna à l’autre. L’emploi du nom «Pallas» dans les sources athéniennes
du VIe au IVe siècle av. J.-C. Audrey Vasselin.
Do meu ponto de vista, estaríamos certos em pensar que esse nome deriva de
sua dança com armas e armaduras, para erguer a si mesmo ou qualquer outra coisa,
seja acima da terra ou nas mãos, o que é chamado de "sacudir" (pallein) e "dançar"
ou ser sacudido; (pallesthai), ou "ser sacudido" e "ser dançado". (406d-407a, autor
da tradução). – Patão, Kratylos.

(...) Cada topónimo citado por Orestes refere-se, na verdade, a um nome preciso
para Atena: o “rio que viu nascer” (γενεθλίου πόρου ) evoca, sem dúvida, a Tritogenia,
enquanto “a planície de Phlegra” recorda as suas façanhas bélicas durante a
Gigantomaquia e, por isso, se refere a Pallas. Este último ponto, no entanto, merece ser
desenvolvido. A planície de Phlegra mencionada por Orestes foi o palco da batalha
entre os Gigantes e os Olímpicos. Depois de esmagar Encélado, Atena celebrou a
vitória do seu lado à sua maneira, realizando uma dança. Foi assim que foi inventado o
Pirro, uma dança armada que simula uma luta. Ora, vimos que os estudiosos clássicos
atenienses gostavam de comparar “Pallas” ao verbo pallein, cujo significado (“salto”,
“saltar”) se ajusta bem à coreografia marcial do Pirro *. * Esta etimologia de “Pallas”
ecoa, sem dúvida, o entusiasmo experimentado pelo tema da Gigantomaquia no século VI. Na
iconografia ateniense, o tema teve grande sucesso; apareceu pela primeira vez nos vasos sagrados da
Acrópole por volta de meados do século VI a.C. AC, depois no escudo do Partenos. Acima de tudo, como
observa Vian 1952, 246-259, existe uma “espécie de simbiose entre a Gigantomaquia e os ritos
destinados a consolidar a organização social e política da Cidade”. -- D’une Athéna à l’autre.
L’emploi du nom « Pallas » dans les sources athéniennes du VIe au IVe siècle av. J.-
C. Audrey Vasselin.

A península Pallene, em cujo istmo está situada a cidade anteriormente


chamada Potidaea e agora Cassandreia, foi chamada de Phlegra em tempos ainda
mais antigos. Costumava ser habitada pelos gigantes de quem se fala nos mitos, uma
tribo ímpia e sem lei, que Hércules destruiu. - Estrabão, Geografia. Livro VII,
fragmento 27.
Parece assim que os deuses Pales seriam dos mais antigos dos titãs porque
deram nome à península onde primeiramente existiram miticamente e ao local onde
Zeus os derrotou para a mitologia na planície virtual de Phlegra.
Flegra < Phlegra < φλέγω (phlégō, "queimar")  Lat. flagrō
< proto-helénico *phlegō < *phelek- < Micen. pe-re-ke-we  Peles / Pales
> Faleg > Peleg > *Phelekiku
> *pelasku > peleset > «filist(eu)»  hebraico ‫( פְ ּלִ ְש ִׁתּים‬Pəlíštim) > «palestino».
> Πελασγός (Pelasgós) < origem pré-grega.
 acadic. KURpi-lis-ta, KURpa-la-as-tu₂, KURpi-liš-ta-a-a.

Ver: PELASGOS (***)


& *KARTU, A DEUSA MÃE DA TALASOCRACIA CRTENSE (***)

Pelegue, Peleg ou Faleg (2247–2008 a.C.) é um personagem do Antigo


Testamento, mencionado nos capítulos 10 e 11 do livro de Génesis como um dos
descendentes de Sem.

Desde Homero e até aos limites do nosso estudo, verifica-se claramente que o
“outro nome” de Atena pertence sobretudo ao campo lexical dos géneros discursivos
poéticos. Sejamos mais precisos, porém: “Pallas” não é apenas um nome poético; é um
nome resultante de tradição religiosa – cujo início não pode ser datado –, actualizado
pela poesia inspirada 21. Contudo, o facto de o seu uso ser reservado ao domínio
poético não faz deste nome um termo utilizado exclusivamente por alguns estudiosos.
(...)
No Palladion, eis a história que contamos. Após o seu nascimento, diz-se,
Atenas foi criada por Tritão, que teve uma filha, Pallas. As duas meninas, que
praticavam exercícios guerreiros, um dia confrontaram-se. E quando Pallas estava
prestes a desferir-lhe um golpe, Zeus assustou-se e colocou a sua égide diante de
Atena. Pallas, assustada, ergueu os olhos, de tal modo que foi ferida por Atena e caiu
64 -- D’une Athéna à l’autre. L’emploi du nom «Pallas» dans les sources athéniennes
du VIe au IVe siècle av. J.-C. Audrey Vasselin.
Do meu ponto de vista, estaríamos certos em pensar que esse nome deriva de
sua dança com armas e armaduras, para erguer a si mesmo ou qualquer outra coisa,
seja acima da terra ou nas mãos, o que é chamado de "sacudir" (pallein) e "dançar"
ou ser sacudido; (pallesthai), ou "ser sacudido" e "ser dançado". (406d-407a, autor
da tradução). – Patão, Kratylos.

(...) Cada topónimo citado por Orestes refere-se, na verdade, a um nome preciso
para Atena: o “rio que viu nascer” (γενεθλίου πόρου ) evoca, sem dúvida, a Tritogenia,
enquanto “a planície de Phlegra” 67 recorda as suas façanhas bélicas durante a
Gigantomaquia e, por isso, se refere a Pallas. Este último ponto, no entanto, merece ser
desenvolvido. A planície de Phlegra mencionada por Orestes foi o palco da batalha
entre os Gigantes e os Olímpicos. Depois de esmagar Encélado, Atena celebrou a
vitória do seu lado à sua maneira, realizando uma dança. Foi assim que foi inventado o
Pirro, uma dança armada que simula uma luta. Ora, vimos que os estudiosos clássicos
atenienses gostavam de comparar “Pallas” ao verbo pallein, cujo significado (“salto”,
“saltar”) se ajusta bem à coreografia marcial do Pirro 68. 68 Esta etimologia de
“Pallas” ecoa, sem dúvida, o entusiasmo experimentado pelo tema da Gigantomaquia
no século VI. Na iconografia ateniense, o tema teve grande sucesso; apareceu pela
primeira vez nos vasos sagrados da Acrópole por volta de meados do século VI a.C.
AC, depois no escudo do Partenos. Acima de tudo, como observa Vian 1952, 246-259,
existe uma “espécie de simbiose entre a Gigantomaquia e os ritos destinados a
consolidar a organização social e política da Cidade”. -- D’une Athéna à l’autre.
L’emploi du nom « Pallas » dans les sources athéniennes du VIe au IVe siècle av. J.-
C. Audrey Vasselin.
Πᾰ́λλᾱς / (Pállās) m (genitivo Πᾰ́λλ-ᾰντος = Pal- + Antu).
= Pal-las, o nome de uma série de figuras masculinas da mitologia grega.
< πάλ-λω (pállō, “baloiçar, balançar > balançear”).
< proto-helénico *pə́ľľō < Mic. pe-re = transitar < -pher = «transferir», «fretar»
< Ker < Kur.

Ver: HETERÓNIMOS DE ATENA II – PALADIUM (***)

Como é que a «balança» aparece no nome do gigante Palas precisamente no


conceito de “transferência”, seguramente derivado da mitologia pré grega do mesmo
gigante que desconhecemos por completo, e que se estende a outros termos
relacionados com Atena como seja “sacudir, dançar” ou seja “balancear”? Muito
possivelmente porque Palas seria possivelmente um “manda chuva” por ser um Titã
da guerra e da temporada das campanhas da primavera, ou seja, aguadeiro divino
que transportava, num «pau» às costas na forma de canga, dois potes de água, como se
explicou na etimologia de Júpiter a propósito do «jugo». De facto:
Pallas / Pallantos < Phalant- < Valentia < Wer-Antia
*Werentia  Lat. bi-lanx > «balança».
Objectivamente o nome da «balança» foi um neologismo latino significando
coisa de “prato duplo”, mas que poderia ter tido a ressonância de um virtual *Werentia
também virtualmente relacionado com a mitologia dos deuses Palas em vieram a ser
na Itália os Pales ou Palaci.
Figura 2: Uma fotografia do
século 19 de um carregador de água
de Khujand (agora no Tadjiquistão)
com sua canga.
Na mitologia grega, Pallas ou
Pallant (/ˈpæləs/; Grego: Πάλλας)
era, de acordo com Hesíodo, filho dos
titãs Críus e Euríbia, irmão de
Astráus e Perses, marido de Estige e
pai de Zelus ("Zelo" ou "Emulação"),
Nike ("Vitória"), Kratos ("Força" ou
"Poder") e Bia ("Poder" ou "Força").
[Higino diz que Palas, a quem ele
chama de "o gigante", também gerou
com Estige: Cila, Fontus ("Fontes") e
Lacus ("Lagos"). Pallas às vezes era
considerado o deus Titã da guerra e
da temporada de campanha da
primavera. (...)

Ver: DEUSES LATINOS – JUPITER II


O Hino homérico "A Hermes" faz da deusa da lua Selene (geralmente a filha
dos titãs Hipérion e Theia), filha de um Palas, filho de (um desconhecido)
Megamedes, que é possivelmente o mesmo que este Palas. Ovídio usa o patronímico
"Pallantias" ou "Pallantis" como outro nome para Aurora, o equivalente romano do
grego Eos ("Amanhecer"), que era irmã de Selene; Ovídio aparentemente
considerando Aurora (ou Eos) como filha de (ou de outra forma relacionada a) Palas.

Pales era uma divindade da mitologia romana relacionada com a vida


pastoril. Em algumas fontes, como em Ovídio e em Virgílio, a divindade é
apresentada como feminina, enquanto que outras fontes se referem a Pales como uma
divindade masculina. Desconhece-se igualmente se Pales seria apenas uma divindade
ou duas.
As ambiguidades dos autores latinos clássicos explicam-se pelo facto de Roma
ter sido durante muito tempo uma república que possivelmente terá descurado os
cultos tradicionais de tipo aristocrático. No entanto, alem da Parilia existiu uma festa a
Palibus duobus.
De acordo com o Fasti Antiates Maiores, havia um festival para "os dois
Pales" (Palibus duobus) em 7 de Julho, provavelmente para marcar a dedicação deste
templo.
Os estudos sugeriram que as divindades Pales estão relacionadas ao par de
deuses sicilianos Palici, e ambos os conjuntos de irmãos podem ser reflexos do
mitema indo-europeu dos gêmeos divinos.
A principal tradição concorrente em relação à ascendência de Atenas envolve
alguns dos seus epítetos mais misteriosos: Pallas, como no grego antigo Παλλάς
Άθήνη (também Pallantias) e Tritogeneia (também Trito, Tritonis, Tritoneia,
Tritogenes). É invocada uma entidade separada chamada Pallas – seja o pai, a irmã,
a irmã adotiva, a companheira ou o adversário de Atena em batalha. Em todos os
casos, Atena mata Pallas, acidentalmente, e ganha assim o nome para si. (…) Sobre
este tema, Walter Burkert diz “ela é a Pallas de Atenas, Pallas Athenaie, tal como
Hera de Argos é Aqui Argeie. título antigo.
No entanto, no caso específico das ambiguidades relativas ao sexo da deusa
Pales seriam idênticas às relativas às deusas másculas helenistas, Atena e Artemisa.
O festival dedicado a Pales decorria no dia 21 de Abril e recebia o nome de
Parilia (ou Palilia). Neste dia os pastores faziam fogueiras de restolho e espinhos
sobre as quais saltavam. Pediam também perdão pelos seus animais terem penetrado
em locais considerados como sagrados.
Se alguns autores associam o nome desta divindade ao nome dos falos é porque
a fonética parece óbvia como também a mítica pastoril subjacente ao deus Fauno e
Pan.
Os Palici (em grego antigo: Παλικοί, romanizado: Palikoi), ou Palaci, eram
um par de divindades ctônicas sicilianas indígenas na mitologia romana e, em menor
grau, na mitologia grega. Eles são mencionados nas Metamorfoses V de Ovídio, 406,
e na Eneida IX de Virgílio, 585. Seu culto centrava-se em três pequenos lagos que
emitiam vapores sulfurosos na planície da Palagónia e, como resultado, esses irmãos
gêmeos estavam associados a gêiseres e ao submundo. Havia também um santuário
para os Palaci em Palacia, onde as pessoas podiam sujeitar a si mesmas ou a outros a
testes de confiabilidade por meio do julgamento divino; passar significava que um
juramento podia ser confiável.
Pales < Palici < Palaci < *Phala + Ker > Phalacer > Falacer.

FALACER
De acordo com Carandini, Falacer teria sido simplesmente o equivalente
masculino da deusa Pales, ambos originalmente patronos da paliçada que teria
cercado o assentamento (pagus) em Cermalus, para defender o gado e os habitantes
de ameaças externas (incursões de lobos e inimigos, representados pelo deus Fauno
no complexo mítico da Roma arcaica).
Esta explicação não convence totalmente, pois o deus Fauno era o parceiro da
deusa Fauna sendo Fauno filho de Potnia Theron, a Senhora das Feras e quem
poderia representar os deuses das defesas e paliçadas permanece obscuro. Muito
menos Fauno poderia representar os inimigos de Roma porque neste caso nunca seria
adorado em Roma como o era nas lupercálias nem a loba seria o animal totémico da
cidade de Roma.

Ver: LUPERCALIA E A LOBA DOS ROMANOS (***)

O nome de Falacer seria comparável à falisca, um tipo de bastão de guerra, à


semelhança de outros casos (Quirinus para «curis» e Pilumnus para «pilum»), e que
talvez fosse um atributo dele.
Fal-isca > fal-isca-rium > *falicar > *falacir > Falacer, o portador da fal-isca
< Phal-isca < *Kar-isk > Phalus > Palus < Pales > Peles > pilum > Pilu-Minus.
> *Kauris > curis.
Obviamente que envolve algum risco correlacionar Falacer com os deuses
Pales e o pago (> «fogo» como lar duma aldeia) de Cermalus que nos recorda os
Kerameicos atenienses. No entanto tal possibilidade levanta a hipótese de Falacer
poder ter sido ou evoluído para *Palacer
«Prazer» < Galaic. pracer < Esp. placer < B. Lat. placere < *Palacer.
< Lat. placeō, placēre, placuī or placitus sum, placitum > placens < *Placentia.
Plācō, plācāre, plācāvī, plācātum.
*Placentia seria literalmente a deusa do prazer por ser assistente de Fauno /
Pan, como Nossa Senhora da Consolação, e padroeira da cidade de Placência (em
italiano: Piacenza).
Pal-es < Phal-es > Fale + Ker (-malus) => Falacer.
> Ker-Marus > Caramulo  Hermes.
Făla (phal-), ae, f. falae dictae ab altitudine, a falar, quod apud Etruscos
significat caelum, Paul. ex Fest. pág. 88, 12 Mul.,
I. Um andaime. Estrutura de tábuas ou pranchas.
I. Estrutura utilizada nos cercos, a partir da qual eram lançados mísseis
contra uma cidade: malos difindunt, fiunt tabulata falaeque, Enn. ap. Não. 114, 7
(Ann. v. 389 ed. Vahl.).—Prov.: “subire sub falas”, i. e. correr um grande risco por
um pequeno ganho, Plaut. A maioria de. 2, 1, 10.-
II. Um dos sete pilares de madeira da espinha do Circo, Juv. 6.590; cf. Dito de
Anthon. da Antiguidade. pág. 254, A. (...)
Fălārĭca (phal-), ae, f. < Fala,
I. uma espécie de míssil enrolado em reboque e piche, incendiado e lançado
pela catapulta (cf. para sin.: “tragula, sagitta, sparus, spicula, telum, míssil, etc.)”,
Liv. 21, 8, 10 m²; Sil. 1.351; 9, 239; Lucas. 6, 198; Vegetariano Mil. 4, 18.-
II. Transf., um míssil semelhante lançado manualmente, Verg. A. 9, 705; Enn.
ap. Nº 555, 15 (Ann. v. 534 ed. Vahl.); Nv. 34, 14, 11; Grato. Cineg. 342.
Fălăcĕr, cris, m.
I. O nome de um herói mítico italiano, Varr. L. L. 5, 15, § 84 Müll.; Enn. ap.
Varr. LL 7, 3, § 45.-
II. = flamen: “flamen a divo patre Falacre,” Varr. L. L. 5, § 84 Müll.;
Cadastre-se Murat. 100, 6. -- A Latin Dictionary. Founded on Andrews' edition of
Freund's Latin dictionary. revised, enlarged, and in great part rewritten by.
Charlton T. Lewis, Ph.D. and. Charles Short, LL.D. Oxford. Clarendon Press. 1879.
The National Endowment for the Humanities provided support for entering this
text..
Quando Varro (L. L. V, 84 e VII, 45) menciona um divus pater Falacer como
uma das divindades perdidas, que também tinha o seu próprio flamínio, gostaria de o
reconhecer como sendo a mesma pessoa com Júpiter, uma vez que falandum é o nome
etrusco, segundo Festo, do céu foi (**). Finalmente, o deus recebeu o cognome de
Supinalis (***), ou seja, aquele que se curva para cima.
(**) Paul. Diac. p. 66. falae dictae ab altitudine, a falando, quod apud Etruscos significat
coelum. O nome Faleri e Falisci talvez também esteja relacionado com isso?
(***) Agostinho VII, 11. Apuleio, sobre o mundo p. 752. dicitur et Fulgurator etc. et multo
plura eius modi apud haruspices et veteres Romanos invenies. Festus p. 201. s. v. provorsum. Sueton.
Aug. 91 , 4. Ennius Concurrunt veluti venti, cum spiritus Austri, Imbricitorque Aquiloque suo cum
flamine contra Certant. -- Hartung, Johann Adam: Die Religion der Roemer.

Uma divindade semelhante deve ter existido entre os sabinos, como pode ser
deduzido do topónimo Fala-crinae (perto da atual Cittareale), formado a partir do
nome da divindade padroeira de maneira semelhante a Quirinalis. A denominação
de pater é comum a outras divindades padroeiras de assentamentos específicos,
como Quirino, Semo, Indiges, Reatinus, Soranus, Pyrgensis, Curtis, Erinis (CIL,
9.3808), Turpenus (CIL, 14.2902).
O deus perderia importância até desaparecer de fato, devido à crescente
influência de Quirino, que culminou na assimilação de Rómulo. Carandini supõe
que o santuário de Falacer e a residência de seu flamine devem ter sido
localizados no Cermalus, em correspondência com a Cúria VII, no topo do Scalae
Caci.
Seu nome pode aparecer no nome da cidade de Falacrine (latim:
Falacrīnum ou Phalacrīna). O nome também tem uma correlação com Falerii e
Falisci, e por isso foi sugerido que Falacer pode ter sido o ancestral homónimo
dessas tribos antigas.
Fala (8ALA) "ser malformado, perigoso" [az96];falas "ser malformado,
perigoso" [az96];falas, falas "erro, desvio" [az96]; falsti "em falta (plural)" [az96];
falar topónimo etrusco [mp68:372];*falatu, fala "céu" [g/lb83, mp68: 368, pa, dep];
fala "andaime" latim de origem etrusca [lrp 48]; faltu "pálio (manto), paludamentum
(manto militar)" [az96]; faluthras "protegidas" [az96]; ver falau, falaS, falS-ti, falza-
thi, falica, faluthras [mp68];;Gloss. latino falado, falando (Verrio Flacco) [g/lb83,
mp68: 368, pa];<*pel "cobrir" [az96];cidade etrusca de falerii em honra da família
[lrp 57]; falica "(aquele que) cai" [az96]. – Etruscan Glossary. Compilation and
translations from French, Italian and Latin by Rick Mc Callister and Silvia Mc
Callister-Castillo ©1999. (3)
«Falha» < Franc. faille < faillir < Fr. Ant. falir < Lat. Vulg. *fallīre.
< lat. fallō, fallere, fefellī, falsum < proto-itálico *falsō < Etrusc. falsti
< σφᾰ́λλω / (sphállō) > ἐσφᾰλκός > Lat. falsus > B. lat. *fallita, / *fallitus
> «falta». > B Lat. de-falcare > falcare > «dês-falque».
«falcão» < latim tardio falco / onis > φάλκων,
«falésia» < Fr. antigo faleise, < Franc. *falisa < Etrusc. fálica < *phalik
< Greg. Ant. φαλλός (phallós) < Incerto!!!
< *karik < La. carrus ("vagão"), < Gaulês *karros
< proto-indo-europeu *k̑ers- ("correr") < Sumer. Kar.
A raiz etrusca fal- parece conter o conceito de “coisa mal engendrada” como
seria, ainda mais do que hoje continua a ser, a carpintaria dos “andaimes” ad hoc da
construção civil, então feitos de «paus» atamancados, atados com lianas e cordames de
ocasião desde o tempo da pedra lascada. Ainda hoje as quedas de andaimes são uma
das causas de mortalidade de pedreiros, carpinteiros e pintores de paredes por isso os
etruscos usavam o termo do latino andaime como metáfora de “coisa mal feita e
perigosa” em concreto e pecado ou desvio, abstracto.
(faladum)= céu. Compare-se o latim palatum (“palato”). Note-se que
esta palavra não está atestada na escrita etrusca, apenas como uma obscura palavra
etrusca latinizada falandum ou faladum que Festus glosa como latim coelum (“céu”)
(ver De verborum significatione, 78, 23 "falae dictae ab altitudine a fala(n ) do, quod
apud Etruscos caelum significat"; "falae (“torres de cerco”) são assim chamadas
devido à sua extensão ao falandum (“fala(n)dum”), que significa "céu" entre os
Etruscos"). A terminação -o deve-se certamente ao contexto latino, pelo que a palavra
etrusca é provavelmente simplesmente (*falaθ) ou algo semelhante, pois isto constitui
a base para os supostos derivados falaθres (= gentílico), etc., que são atestados em
etrusco.
Como aparece a referência latina falando relacionada com o céu? Porque os as
faliscas serviam para trepar e subir até ao topo das muralhas das cidades os andaimes
permitiam construir abóbadas como as celestes que imitavam a cúpula do céu que por
analogia deram nome de «palato» ao “céu da boca” e monte palatino onde
possivelmente se adoravam os deuses Pales a caminho do céu.
Segundo, o Monte Palácio (mons Palatium) adquiriu seu nome do
assentamento arcaico de Palâncio. (...) Outra tese é que o radical seria o mesmo do
nome dos deuses Pales, a quem era dedicada a antiquíssima tradição da festa da
Palília ou Parília, comemorada em 21 de Abril e que coincidiam com o dia da
fundação da cidade. Finalmente, para outros estudiosos, a derivação do nome
"Palatino" era da palavra palus, porque muitas construções dos antigos romanos
eram de fato feitas sobre palafitas (...).

3
http://www.etruskisch.de/pgs/vc.htm
Fal-anius m sg (genitivo Falaniī ou Falanī); nome gentilico romano, gens ou
"nome de família", famoso por: Falanius, um cavaleiro romano.

FALAE (Paulus ex Festo 78, 23 L): Falae dictae ab altitudine, afalado, quod
apud Etruscos significat caelum. «Les falae portent ce nom en raison de leur élévation.
Le mot provient de faladum, qui signifie 'ciel' dans la langue des Étrusques».
FALARICA (Paulus ex Festo 78, 20 L): Falarica genus teli missile quo utuntur
exfalis, id est ex Zoeis extructis, dimicantes. «La falarique est un genre de projectile,
dont se servent ceux qui combattent du haut desfalae, c'est-à-dire d'ouvrages élevés de
main d 'homme».
Trois réalités sont rapprochées: un ouvrage de fortification, une désignation du
ciel, une arme de jet. Si l'on se reporte à la bibliographie pléthorique qui concerne ces
mots 104, on a bien souvent l'occasion de constater que les chercheurs qui étudient une
forme italique ou étrusque commençant par la séquence fal- ont pour la plupart
spontanément tendance à mettre cette forme à initiale fal- en rapport avec la glose de
Festus falae. En réalité, il n'est pas du tout établi avec certitude que des formes telles
que le toponyme Falerii, l'osque fale(r)niias (*105 Cp 28. Voir Edward Togo SALMON: Samnium
and the Samnites. Cambridge: Cambridge University Press 1967, p. 156. L'auteur estime qu 'il s'agit de la
ou le sabin faletnei
dénomination d 'un mois associé à une grande quantité de lumiere diurne, comme juin.)
(Poggio Sommavilla) soient apparentées à falae. Cette tendance est également illustrée
à propos d'une inscription découverte récemment1 sur la base d 'une statue à Campo
della Fiera, qui date des années 525-500, et qui contient une forme dont le début est
fal-: kanuta larecenas laute/nia arania pinies puia turuce // tlusXva marveul
falia/ere. La structure de l'inscription est typique des dédicaces votives. Elle est
destinée aux divinités Tluskhva de la part d'une femme, Kanuta, l'épouse d'Aranth
Pinie et l'affranchie de la famille Larecena. Faliaere serait une forme de locatif, mais
la structure interne de *faliaera- n'est pas claire, et la signification du mot ne peut pas
être déterminée à partir du contexte. Malgré tout, S. Stopponi rapproche un peu
gratuitement faliaere de faladum “ciel”et traduit “nel (luogo) celeste”. conviendrait
de rester plus circonspect.
On trouve dans l'onomastique le gentilice Falares (Vs 1.176). À ce groupe
appartient peut-être fal(a)ś du Cippus Perusinus (Pe 4.8) unzule falas et ii falśti
(référence possible à un aqueduc). La forme falza est malaisée à exploiter.
Serait-il possible d'expliquer falārica “javelot, falarique” comme dérivé d'un
pluriel étrusque *falar “les hauteurs”? Cela est concevable, mais nous n'avons hélas
aucun indice positif en ce sens, et la longue en seconde syllabe resterait inexpliquée. On
pourrait songer également à une formation étrusque *fala- + -ra- ou au contraire à une
formation latine à double suffixe, *-āri- et *-(i)ko-.
Finalement, l 'information de Verrius pourrait certes reposer sur un fondement
exact. Existe bien une base étrusque fal-, et cette base pourrait signifier “hauteur”.
Néanmoins, il faut résister à la tentation de ramener tous les éléments étrusques ou
italiques commençant par fal- à cette base fal- unique. -- Lingua Tuscorum dicitur
Festo teste. Les mots présentés comme étrusques chez Verrius Flaccus et ses
abréviateu rs (Festus, Paul Diacre), Barbora MACHAJDÍKOVÁ, Bratislava.
Portanto, se Falacer se relaciona com *Palacentia e com o prazer da vida,
bucólica e pastoril, nada impediria que se relacionasse com o céu e com as delícias do
Paraíso mas não podemos esquecer a sua relação com Pales e destes com *Palus,
possível origem de Apolo e seguramente dos falos e com os «paus».
No final do final da República, a Parília tornou-se associada ao aniversário de
Roma. Existem numerosos relatos da fundação de Roma, mas o particular
relacionado à Parília é descrito por Ovídio em seu Fasti. De acordo com esse mito,
Rômulo, ao chegar a Roma no dia da Pária, pegou um pedaço de pau e gravou uma
linha no chão que definia os limites da nova cidade (pomerium). Ele então orou aos
deuses Júpiter, Marte e Vesta pedindo proteção para esta área. No entanto, seu irmão
Remo, sem saber dos limites, cruzou a linha e foi derrubado pelo capanga de Rômulo,
Celer.
Por isso, o termo mais arcaico seria mesmo o material fundamental com que os
andaimes eram feitos: o «pau» e de «talas» de madeira toscas o que nos reporta para a
etimologia das dos deuses das «talas», «taliscas», «talos» e dos «paus».
Por outro lado, os andaimes serviam precisamente para fazer subir os
trabalhadores da construção civil ao topo construções ficando próximos dos tetos e das
cúpulas que noutros contextos são metáfora da abobada celeste.

Figura 3: Hunting in the Pontine Marshes, oil on canvas by Horace Vernet, 1833.

Ver: O MISTÉRIO DAS TALÁBRIGAS LUSITANAS – I


/ TALA/TALLA E A SEMÂNTICA DE TALÁBRIGA (***)

«Pau» < Galaico-português pao < latim pālus ("estaca" / “pântano”) 


 dórico πᾱλός (pālós) argila, terra, usada por pedreiros e oleiros
< Sem uma etimologia convincente. Talvez pré-grego. < phalo
< Mic. ka-ru > Kar-ys-tia > Κάρυ-στος / Karystos.
Desde os tempos antigos, Κάρυστος / Karystos era conhecida pelo famoso
mármore branco-esverdeado com veios verde-esmeralda, a "pedra Karystia e Styria"
(...) que foi extraída de Styra até o sopé ocidental do Monte Ochi. [...]. Este mármore
foi utilizado principalmente na época romana, quando a sua procura era muito
elevada, principalmente sob a forma de monólitos, de grandes dimensões, alguns dos
quais preservados na zona a noroeste de Aetos. A exploração das pedreiras de
ardósia de Karystos é um fator dominante para a economia do sul de Karystia, desde
os tempos antigos até os tempos modernos.
Portanto, o «pau» e a pedra foi o primeiro instrumento de trabalho humano
sendo possível que a sua etimologia seja comum neste caso pelo menos pela pedra de
calcário da «cal» relacionada com a deusa *Kula e a hindu Kali tal como Ker < Kur
> Kar se relaciona com o «pau» por meio do «falo».
O interessante é que se em grego πᾱλός (pālós) seja apenas argila, terra mas em
latim palus / paludis seja, ora «pau» ora «palude» ou «pau» quiçá porque as zonas
pantanosas costumem estar cheias tanto de lama e barro como de paus e galhos de
arvores apodrecidos materiais com que os primeiros humanos construí as suas aldeias
lacustres com palafitas (literalmente dos paus que davam à costa das zonas lacunares e
paludes.
Figura 4: Reconstrução duma Aldeia
da Idade do Bronze nos lagos alpinos.

Os Sítios palafíticos pré-


históricos em redor dos Alpes são os
vestígios de habitações pré-históricas
lacustres (palafitas) que se encontram
em volta dos lagos e pântanos dos
Alpes e do arco alpino e se encontram
na Alemanha, Áustria, França, Itália,
Eslovénia e Suíça. (…)
A presença do Homem no arco alpino está confirmado a partir do Paleolítico
Médio (há cerca de 100000 anos).

PELE
A linhagem mitológica dos Palici é incerta. Uma versão da lenda atribui sua
ascendência ao deus do céu Zeus e à ninfa Aetna. Outros associam seu nascimento a
um acoplamento entre a própria Aetna e a divindade ferreira Hefesto. A "versão
grega" indica que eles são filhos de Zeus e outra ninfa, chamada Thaleia. Um terceiro
relato afirmava que os Palici eram filhos da divindade siciliana Adranus.
Mais intrigante, interessante também, neste mito é o facto de uma deidade com
estas mesmas qualidades, de deusa da terra e do fogo como Vesta, ter chegado aos
antípodas do mediterrânico, muito para além do extremo do mundo conhecido pelos
antigos onde foi adorada como Pele pelo povo do Havai, ou seja, após uma
longuíssima viagem de quase circum-navegação Pale transformou-se em Pele ao
aportar às ilhas do paraíso perdido do pacífico!
Ora, quase seguramente que esta entidade era já a deformação da deusa grega
da morte violenta que foi Ker, de que derivou Kali, Cer, Hera, Tellus, Talia, etc.
Já menos intrigante é verificar que deidades de morte como Ker pudessem ter
uma face simpática de deidade pastoril e primaveril uma vez que é próprio das deusas
mães primordiais serem simultaneamente divindades do parto da aurora solar e do
enterro do sol-posto! Uma prova adicional de que estamos no mesmo campo
semântico dos nomes da Deusa Mãe, da vida e da morte, encontramo-la num pequeno
mito de aparente importância secundária.

Figura 5: Interpretação moderna da deusa Pele.

Pálicos. Seduzida por Zeus, a ninfa Tália logo passou a carregar dois filhos
no seio. Temendo os efeitos do ciúme terrível de Hera, ela pediu ao amante que a
escondesse nas entranhas da terra. Zeus satisfez-lhe o pedido. Pouco depois, não
longe de Palica, dois gémeos saíram do solo da Sicília. Foram logo colocados entre o
número dos deuses infernais. Em honra destes Pálicos, os Gregos construíram um
templo junto a um pequeno lago vulcânico de iguais sulfurosas e a ferver, que passava
por ter servido de berço aos gémeos divinos.
Este mito sugere o aparecimento de dois montes vulcânicos gémeos,
considerados sacrossantos pelos povos arcaicos, de que o lago vulcânico de Palica
seria o remanescente geológico. A verdade é que estamos no campo da realidade
magmática da Deusa Mãe que foi sugerida na relação de Talos com o vulcanismo de
Santorini, com a relação de Kali com o fogo e obviamente dom a realidade vulcânica e
telúrica de Pele adorada na cratera Halemaumau do Kilauea, o maior vulcão do
Havai.
Kilauea < Kirão(?)-Eia, lit. «a grande montanha de Eos / Geia» > | Phil >
Pele-| Awaia, lit. «Pele do Hawai» ou Palas, a Aqueia (???). O estranhíssimo destas
equações virtuais reside no facto de quase se poder demonstrar que o Havai foi outrora
colonizado por povos oriundos do mar Egeu, seguramente nos tempos áureos da
talassocracia cretense.
Halemaumau < Hare-(momo forma plural  mesh) > Hermes.

Ver: TALOS (***)

Ainda que seja inegável uma relação arcaica entre a mitologia dos falos e este
tipo de deidades a verdade é que o exibicionismo da pujança da sexualidade deixou de
ser, entre os gregos, tão juvenil quanto isso e passou a fazer parte do culto do varonil
do barbudo Hermes, seguramente um irmão gémeo de Apolo, do mesmo modo que,
ainda de forma mais paradoxal, deixou de andar relacionada com a super casta (e
quase lésbica!) Artemisa ou mesmo da sempre virgem Atena, precisamente porque
passou a fazer parte, quase que exclusivamente, dos cultos da amorosa Afrodite e da
devassa Eos!
Pallax, akos = youth, below the age of an ephêbos: fem. girl--  also pallêx. 4
No entanto os exegetas destes assuntos ainda se conseguem espantar com as
relações etimológicas pouco limpas entre este virginal epíteto de Atena e a
concupiscência de termos congéneres estrangeiros!
(...) Pallas is generally referred to an ancient Greek word meaning "maiden" or
"youth." The Latin word pellex and the Hebrew word pallesh/pillegesh, both meaning
"young girl or concubine," would appear to trace to the same root. Since Hebrew seems
to have borrowed its term for "concubine" from some other language family (= pileges
// < Gr. pallax, > Lat. pellex), the possibility of a congeneric assimilation of the
Assyrian term with the term asherah should not altogether be ruled out of court.5
Esta relação de Atena com Ashera vamos encontra-la no epíteto de Athena
Zôstêria (= a «Trave» mestra) < Ki-Ashteria, lit. «a árvore das ashas da fogueiras de
Ki (> Engl. ash tree???) < Ki-Ish-Tar => Ishtar-ki => tarwe > «Trave», feita do
hullupo de Inana, a deusa dos troncos da «árvore da vida»!
Palla, hê, ball (sphaira ek poikilôn namatôn (fort. nêmatôn) pepoiêmenê
Hsch.), read by Dionysodorus for sphaira in Hom. Od. 6.115. -- 6
«Bola» < «bala» < Kalla (Kali ou Gala) > Phalla > Palla > «pela»!

ATENA PHILE
Pallas < Pallias < Pharia < Kaurias > Phorias > Pollias = "Another name for
Pallas Atenas".
Atena era também Phile, quiçá por ser muito amada e adorada, mas sobretudo
por ser um nome que é uma nítida reminiscência de Phi-El, variante de Kafura, o
arcaico deus ofídio do Sol, do fogo e do amor!

4
Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek.
5
THE BAAL (AND THE ASHERAH?) IN SEVENTH-CENTURY JUDAH, Baruch Halpern - York University,
Toronto
6
Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek.
Atena File, de tanto ser amiga do pai acabou sendo a filha de todas as filhas,
pelo menos ao ser trazida para a língua latina.
De resto, Kur < Kaur > Koré
> Kyre > Phile > Hawaian. Pele.
«Filho» < Lat. filiu < *File-u
Por outro lado, de Phile a Pallas e a Pele vai um curto espaço semântico e
assim, com um golpe de lógica mítica, de ofídio e pescadinha de rabo na boca, se
fecha o círculo de da deusa das cobras cretense que foi Pallas Atena!
Assim sendo, quando Atenas, cidade já habitada 3.000 anos a. C. e de que a
deusa Pallas era patrona, se viu obrigada a defender-se da selvajaria dos dórios não
chegou a ter que dar o elmo de guerreira a esta deusa que já o tinha da deusa mãe!
Se foi associada a uma congénere mais aguerrida e cujo nome derivaria de At
kina < At Ki An = deus da terra dos hititas ou deusa do poder da terra foi por mera
estratégia geopolítica relacionada coma a guerra de Tróia e com o ascendente das
colónias jónicas asiáticas.

Ver: HELIOS SKOTAIOS / HECATEBOLOS


(**) & HULUPPU DE INANA (***)

Figura 6: Uma Deusa Mãe das cobras


cretense.
Deusa das Serpentes é o nome
dado a estatueteas de uma mulher
segurando uma serpente em cada mão
encontradas nas escavações de sítios
arqueológicos minóicos em Creta, de
cerca de 1600 a. C., embora não se
conheça sua identidade, nem se tenha
certeza de que se trata de uma deusa ou
de uma sacerdotisa. A primeira, em
faiança, foi descoberta pelo arqueólogo
britânico Arthur Evans em 1903.

Supõe-se que a estreita conexão


da serpente com a casa minoana indica
que essas figuras representam uma deusa
doméstica. A função dessas estatuetas
não é clara, mas os seios grandes e
expostos sugerem que se trata de uma
figura ligada à fertilidade. A serpente é
frequentemente associada com a
renovação da vida por trocar
periodicamente de pele. Alguns mitólogos
especulam que essa deusa seja Ariadne,
pois esse nome significa "a mais
sagrada".

A Ariadne do mito grego seria a


deusa reduzida pela lenda a uma heroína
folclórica.
Outras deusas associadas explicitamente a cobras são as deusas serpentes egípcias
Renutet (frequentemente representada como uma cascavel), Meretseger e Wadjet, esta
associada com o santuário de Buto, no Baixo Egipto.
Re-nutet < Er-nutet < Ar(i)-Neit  Ari-Aten
= Atena Areja < Ari-Aten Ariadne.
B-uto < Wadj-et < Bés + Anu > Besanu > Vishnu.
Os autores que especulam que a deusa mãe das cobras cretenses seria Ariadne
estão no bom caminho da etimologia porque esta via permite relacionar esta deusa
com a equivalente egípcia Renutet. Sendo Ariadne esposa ou mãe de Dionísio aceita-
se que esta tenha acabado por ser Ísis. Por outro lado, esta mítica permite compreender
que a relação de Dioníso com o Egipto seria por meio de Vishnu, o deus das cobras,
filho de Wadjet, que como Meretseger seriam nomes alternativo da deusa mãe das
cobras.

Ver: ARIADNE (***)


A relação entre a «bola» e o disco solar é óbvia e também continua a sê-lo com
o disco lunar.
No entanto a rotundidade da mulher grávida está fora do contexto de Palas
Atena o que poderia indiciar que esta conotação estaria totalmente fora do contexto da
esfericidade. Porém, sphaira / Ishtar, a rainha do céu e, por isso mesmo, a grande
«esfera» celeste que é a “branca lua-cheia” ! Ora bem, no campo da etimologia é
inevitável esta constante tentação de cair no preconceito de julgar que antes do grego e
do latim não existiram línguas nem culturas suficientemente desenvolvidas e
importantes que justificassem a origem etimológica das línguas clássicas quando,
afinal, a hegemonia do helenismo não vai além do primeiro século a. de C. e o início
da cultura clássica não remonta alem da segunda metade do último milénio a. de C. Se
as pileges dos hebreus foram importadas em «fragatas» e transportadas para a casa dos
senhores em «pilecas» (< Hebr. pileges???), seguramente que poderiam ter sido
vendidas por agentes intermediários «filisteus».
Sphaira < Saphira < Ashkura  Ishtar.
Filisteus < fileshetu < *phileshet + -eu > Egpt. Peleset, com que aliás este
nome se aparenta.
«Pelágios» < Pher-aski < *Kur-ash-Ki, lit. “a terra do *Caraças” (o rei dos
infernos do Kur que foi Iscur) => peleshet.
E então já nem se estranha que durante tanto tempo se tenha ignorado que
Golias (< Gr. Kouros) foi um vulgar guerreiro cretense, miticamente transformado em
gigante pela lenda depois de ter sido abatido por um jovem semita que era Davide mas
que, por causa deste feito, afinal de valor mais simbólico do que real, veio a ser um
dos grandes reis de Israel! Ora bem, não eram os gregos da afamada etimologia
clássica que pensavam que os antigos e arcaicos habitantes da Grécia tinham sido os
«pelágios» / peleshet?
Ora bem, o importante para a linha relativa à etimologia dos nomes da deusa
Atena é verificar que tanto os cretenses como os filisteus tinham na etimologia do seu
nome o conceito da Deusa Mãe, *Kaki-Kur, de que deriva o nome de Afrodite.
Se outra vantagem não existira pelo menos ficávamos deste modo a saber que
afinal a deusa do Amor era natural de Creta, e não de África ou da Fenícia como a
tradição supõe, e foi de facto uma deusa das cobras adoradas nos palácios labirínticos
dos cretenses. Ora, pode ter sido a sensação de desespero e abandono relativo aos
trágicos acontecimentos naturais do século XVIII a. C. que terão provocado primeiro
as invasões micénicas e depois dóricas, que terá feito com que os filisteus e
possivelmente seus irmãos israelitas se tornassem fanáticos paternalistas misóginos!
De qualquer modo:
Pileges7 // Lat. pellex < Gr. pallax < Palla-ash < *Kar-la Kaki, «filha da
mulher de Kar, o rei-sol, ou seja, a princesa» > pallakis [a^], idos, hê, = «concubina».
Pripelaga, a female earth divinity cognate with Themis, Cybele, Rhea and
Demeter, and believed to be the Mother of humanity. In the Slavic mythology, the deity
is often referred to as too much involved in the sensory pleasures of the Oak Tree.
Pripelaga < Phry-Pela-Ka < Kur-Kera-ka < *Kurkuraka
> Ka-Phry-Pela < *Kaphur-Phera, lit. «a que transporta o deus
menino, a cobra solar»  Afrodite.
Não será isto uma tão foneticamente espantosa quão semiologicamente
miraculosa coincidência étmica??? Porém, mais espantosa ainda é a correlação étmica
entre Palas Atena e o palladion.
«Paladino» < Fr. ant. paladin, lit. palatinos ou “cortesãos do palácio”, cada um
dos principais cavaleiros que acompanhavam Carlos Magno nas suas campanhas
militares < Lat. palatinu < Pala-Thiana > Pale Diana = Palas (Atena) > Pajas >
pagens < Puja > (< Giulia > «Julia»).

Seguir para: HETERÓNIMOS DE ATENA II - PALADIUM (***)

7
=> «pileca» = • s. f. cavalgadura pequena, ordinária.
O NASCIMENTO DE PALAS ATENA.

The mythology of Athena, Velikovsky maintained, commemorated spectacular events


involving the planet Venus -- or, to be more specific, the protoplanet Venus whilst undergoing a
comet-like phase. And, in fact, the oldest extant account of Athena's epiphany as a war-goddess,
that found in the Iliad, presents the goddess as a comet-like body shooting across the heavens:
"Like a blazing star which the lord of heaven shoots forth, bright and scattering sparks all
around, to be a portent for sailors or for some great army of men, so Pallas Athena shot down
to earth and leapt into the throng." This passage, of course, has long been the subject of
scholarly debate and was duly emphasized by Velikovsky. Unbeknownst to Velikovsky, however,
was the fact that other traditions surrounding Athena present a similar picture of the goddess.
Athena's intimate association with the Palladium (the diminutive of Pallas), for example, has
long drawn the attention of scholars, the latter object being described as a meteor-like object
which fell (or was thrown) from heaven. This tradition brings to mind Athena's intimate relation
to (and probable identification with) Zeus' thunderbolt -- the latter object being described as a
fiery, serpentine-formed body thrown from heaven. Such traditions suggest that Homer's choice
of imagery with regards to the goddess' spectacular epiphany was truly inspired. -- TOWARDS
A SCIENCE OF MYTHOLOGY: VELIKOVSKY'S CONTRIBUTION, By: Ev Cochrane “also a
goddess of crafts and of wisdom. This is symbolized by the myth of her birth: in one version she
is said to have sprung, full-grown, from the head of Zeus; in another (in Hesiod), she is the
daughter of Zeus and the Titaness Metis, «Good Counsel».'
O nascimento forçado de Atena da cabeça do deus do céu pode ser uma mera
alegoria da aurora mas também um recurso operático do tipo deus ex maquina para o
mistério da auto-criação desta deusa mãe primordial e arcaica dos tempos matriarcais
da época dos caçadores recolectores.
Figura 7: Nascimento de Atena na forma de palladion.
The epithet Tritogeneia meant that Athena was thrice-born – for she belonged
originally to the group of antique self-born goddesses – but, in the course of time, when her
savage adorers reached the stage of development in which the matriarchal family was
constituted, she was endowed with a mother, who bore different names, according to the people
who worshipped Athena -- Paul Lafargue
Algum tempo depois, Zeus foi acometido de violentíssima dor de cabeça e
rogou a Hefesto que lhe fendesse a cabeça com o machado. Mal recebeu o golpe de
machado, saiu-lhe do cérebro, armada de todas as suas peças, a filha Atena, nova
encarnação da sabedoria divina.
Assim a dor de cabeça de Zeus mais do que «dor de parto», que sempre seria
impróprio mesmo para quem emprenha pelos ouvidos duma profecia indiscreta, seria a
típica enxaqueca que se segue a uma olímpica ressaca de cerveja! Quanto à história
mais sarcástica do que drástica de Zeus ter pedido a Hefesto para lhe partir a cabeça só
prova o que as mulheres sabiam há muito: Que os homens são medricas por natureza e
que a sua a heroicidade encobre mal a incapacidade para suportarem as dores de parto.
Ora, como nos tempos arcaicos a dor dum dente se curava arrancando-o, e como
«similia similibus curantur» uma dor de cabeça curava-se...partindo-a,
metaforicamente claro! Só que as metáforas míticas costumavam ser tão literais quanto
infantis a menos que estejamos perante um mito fundador da trepanação que os
arqueólogos teimam encontrar como prática médica mais arcaica do que a sangria!
Quase seguramente que a maioria dos factos que servem de prova resultam de
golpes perfurantes com armas de arremesso em acidentes de caça ou de premeditados
homicídios à paulada ou à calhoada! No entanto, não esta fora do domínio do plausível
que trepanações empíricas feitas com a intenção mágica de tomar a à letra a metáfora
de retirar “cefaleias” abrindo a cabeça à força de cacetadas tenha salvo a vida em
alguns casos de hematomas traumáticos ou de hemorragias hipertensivas! No entanto o
preço pago pela humanidade por esta descoberta precoce de neurocirurgia resultou
numa infinidade de trepanações mal feitas e/ou complicadas e/ou sem indicação, como
aconteceu em todos os casos de epilepsia que assim eram tratados na idade média!

Ver: TEMIS (***)

When Zeus swallowed his wife Metis she had been about to give birth to a child.
Shortly afterwards Zeus was tortured by an intolerable headache. To cure him
Hephaestus - split open his skull with a bronze axe and from the gaping wound,
shouting a triumphant cry of victory, sprang Athena - fully armed and brandishing a
sharp javelin. At the sight, all the Immortals were struck with astonishment and filled
with awe. Great Olympus was profoundly shaken by the dash and impetuosity of the
bright-eyed Goddess. The earth echoed with a terrible sound, the sea trembled and its
dark waves rose…
In Crete they said that the Goddess had been hidden in a cloud and that it was
by striking this cloud with his head that Zeus had caused Athena to emerge. The event
was supposed to have taken place near Cnossus beside a stream, the Triton: whence the
epithet Tritogeneia (born of Triton) often given to Athena. It was also explained by
making her the daughter of Poseidon and of Lake Tritonis.
Finally some said that Athena's father was the giant Pallas whom she had killed
because he wished to ravish her. But these various relationships were dubious and it
was generally agreed that Athena was the daughter of Zeus, engendered by the God
himself.
This birth, in which she had played no part, infuriated Hera who, in reprisal,
gave unassisted birth to the monster Typhon.
Athena was Zeus' favorite child. His preference for her was marked and his
indulgence towards her so extreme that it aroused the jealousy of the other Gods.
You has fathered, says Ares to Zeus, a rash and foolish daughter who delights
only in guilty acts. All the other Gods who live on Olympus obey you and each of us
submits to your will. But she, to you never curbs neither by word nor deed; she does
as she pleases. -- 8
Na mesma linha de delírios retóricos em que tal experiência só poderia ser
imaginada tão impossível quanto dolorosa, Zeus só poderia voltar a conceber Atena
em pensamento, ou seja, pela cabeça, o que correspondia a uma mais do que obvia
metáfora, aliás convenientemente alegórica para a uma «deusa da sabedoria»!

8
Athena, Virgin and Mother in Greek Religion (1952) Karl Kerenyi
Figura 8: Esta actual representação livre e naíve de
Atena Partenos, a virgem Mãe, tem a particularidade de
expressar bem a candura dos sentimentos maternais
populares que deveriam ser comuns no culto democrático
dos atenienses.

Pindar authenticates another vivid but unclassical


and rather archaic feature of the mythologem, i.e.,
Hephaestus “help at the birth, which he effected through a
blow to the head of Zeus with his crescent-moon ax.
Whereupon," Athena sprang from the skull of Zeus with an
earth-shattering battle-cry, so that the heavens and the
mother earth shook. "The poet of the 28th Homeric Hymn,
using the same poetic style, seeks to give the complete
account. Present in his description, too, are the epithets
associated with Metis. In this epiphany, however, the other
martial aspect of Athena comes more clearly to the fore: she
is born from the sacred head, clad in armor of resplendent
gold; all the Gods are awed by her appearance as she leaps
before aegis-bearing Zeus from his immortal head,
brandishing the sharp-pointed spear; great Olympus quakes
under the force of the owl-eyed Goddess;

the earth all about resounds deeply and the sea heaves in an uproar of dark-colored
waves, the ocean's tides burst over the shores, and for a long while, until Pallas Athena
finally removes the divine armor from her shoulders, Hyperion's heavenly son allows the
sun's horses to stand still. In conclusion the poet of the Hymn once more alludes to the Metis
aspect, when he adds: "And Zeus the God replete with wise counsel, rejoiced." -- 9
Claro que Atenas só poderia ter sido filha de Zeus e de uma das muitas Deusas
Mães primordiais pois não era muito comum que a mitologia se afastasse muito do
senso comum. E tanto é assim que é Métis, lit. «A filha da mãe», a que foi a mãe
legítima de Atena, lit. «a Lua, filha do céu», porque teria que ser esta a mais adequada
figura de retórica da poética mítica uma vez que:
Métis < Met-ish = Ma-at, a deusa da Verdade, no Egipto.
<= Ma-ish, lit. «A filha da mãe» > celt. Macha < Hind. Makaki Devi.
Ora, não será por acaso que, pelo menos Maat e Atena tiveram papéis
funcionais relacionados com a cultura da verdade ou seja, com a sabedoria!
Quando absurdos destes acontecem é evidente que estamos em presença de
artifícios estilísticos com que os poetas resolviam as incoerências e que resultavam dos
erros naturais e inevitáveis na transmição oral da tradição mítica. No caso do
nascimento de Atena temos aliás uma repetição do artifício estilístico que está na base
do mito de Prometeu.

9
idem.
Figura 9: O nascimento de Atena do museu do Louvre ou o triunfo da infância genial do
desenho como fascínio da terna caligrafia escolar que é toda a iconografia do senso
comum enquanto representação ideológica do poder da fantasia. 10
O absurdo deste divino parto forçado pela cabeça do pai constitui de tal forma
um delírio patriarcal que encobre quase seguramente a impossibilidade de poder
mistura na mesma entidade Hefesto, Zeus e Poseidon que já se encontravam na época
clássica excessivamente individualizados e autónomos! Ora, Hefesto enquanto arcaico
deus do fogo que Zeus também era pode ser correlacionado com Poseidon por
intermédio de Enki, também este deus das artes e ofícios da forja e não só! O certo é
que se assim fosse, Eritónio / Tritão seria o mesmo deus menino que Atena
carinhosamente transporta ao colo nas suas representações mais populares.
Eritónio < Eritónio < *Kur-ish-Kanu, lit. « Kurisko, o filho de Enki >
Teritonio > Tritónio.
Ora, este menino alado não é senão um dos erotes o que reforça a ideia de que
Zeus, que foi inicialmente Enki, emprenhava as filhas todas transformando-as deste
modo em Deusas Mães pelo que a virgindade de Atenas é tão suspeita e plausível
como a da Virgem Mães de Deus, que na linha desta mesma tradição incestuosa,
também emprenhou pelos ouvidos do Pai da divina sabedoria que era Enki!

Ver: TETIS (***)

10
Restauro cibernético do autor.

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