GUINDASTE GIRATÓRIO DE COLUNA PARA OPERAÇÃO EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO - Luan Costa
GUINDASTE GIRATÓRIO DE COLUNA PARA OPERAÇÃO EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO - Luan Costa
GUINDASTE GIRATÓRIO DE COLUNA PARA OPERAÇÃO EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO - Luan Costa
Título do Projeto:
Autor:
Orientador:
Orientador:
Prof. Stella Maris Pires Domingues
Niterói,
2021.
PROJETO DE GRADUAÇÃO II
Título do trabalho:
Grau:
Composição da banca:
À minha família, que me amparou das mais distintas maneiras, fazendo com que
conseguíssemos encerrar esse ciclo nas nossas vidas. Em especial, aos meus pais, Marilene
Fernandes de Oliveira e Wilson Lopes da Costa, pessoas fortes e sábias, que me concederam
parte dessa força e sabedoria para que eu pudesse romper barreiras. À minha irmã, Laila de
Oliveira Costa, conselheira e grande amiga. Ao meu avô, João Fernandes de Oliveira, que me
mostrou, e continua dando exemplos, de como um ser humano pode ser forte, física e
mentalmente.
Aos grandes amigos da escola, que permanecem comigo mesmo depois de tantos anos,
sendo refúgio e fonte de felicidade para mim. Em especial, Lucas Cardoso, Laryssa Ribeiro e
Vitória Mendonça.
Aos Amigos da Vida, pessoas difíceis de descrever, não só pela quantidade de atributos
de cada um, mas pela complexidade desse grupo. Ainda é um mistério para mim, compreender
como seres tão diferentes têm uma energia tão homogênea quando estão juntos. Vocês fazem
parte da minha história, e é ótimo saber que a recíproca é verdadeira.
Aos colegas de curso e de UFF, que tanto me ajudaram ao longo de toda minha vida
acadêmica. Em especial, Caio Siqueira, Fabio Sousa, Gabriel Dias, Ighor Koelblinger, Igor
Rodrigues, João Paulo Cardoso, Julianna Braga, Kadu Pereira, Milena Azeredo, Victor Tayar,
Victória Januário e Yuri Quintana. Além do companheirismo nas horas difíceis, os momentos
de alegria e descontração permanecerão gravados em imagens e na minha memória. Para mim,
sempre foi importante manter registros de cada um, pois recorro a eles com frequência para não
esquecer como me tornei quem sou.
Agradeço à dupla Fabiano Martins e Gabriel Cazagrande. Vocês são exemplos para mim.
Difícil recordar algum momento em que não tenham me dado suporte quando precisei.
Ao Luiz Felipe Santos e Leonardo Ferreira. Pessoas que conheci, entre tantas outras, na
rotina agitada de uma república de estudantes, mas que fiz questão de pinçar e manter do meu
lado, talvez por partilharmos trajetórias semelhantes. Seja como for, vocês foram e são
essenciais nessa caminhada.
Aos meus melhores amigos, Edmagno Santos e Isabel Oliveira. Sorte minha, poder
contar com duas pessoas tão especiais. Obrigado por tudo.
CD Centro de distribuição
E Módulo de elasticidade
FS Fato de segurança
g Aceleração da gravidade
H Comprimento da coluna
M Momento fletor
Mx Coeficiente de majoração
r Raio de giração
rx Erro relativo
V Esforço cortante
εx Erro absoluto
λ Esbeltez
σ Tensão normal
τ Tensão cisalhante
ѱ Coeficiente dinâmico
𝜔 Coeficiente de flambagem
S UMÁRIO
Dedicatória ...................................................................................................................... 6
Agradecimentos .............................................................................................................. 8
Resumo ......................................................................................................................... 10
Abstract ......................................................................................................................... 11
Sumário ......................................................................................................................... 20
1 Introdução............................................................................................................... 25
2 Metodologia ........................................................................................................... 33
Nos últimos anos, o e-commerce tornou-se uma parte indispensável do quadro global
de varejo. Como muitas outras indústrias, o cenário do varejo passou por uma transformação
substancial após o advento da internet, e graças à digitalização contínua da vida moderna,
consumidores de praticamente todos os países agora lucram com as vantagens das transações
online. Como mostrado na Figura 1.1, em 2019, as vendas no varejo de comércio eletrônico em
todo o mundo somaram 3,53 trilhões de dólares, e esse número deve crescer para 6,54 trilhões
de dólares em 2023. As compras online são uma das atividades online mais populares em todo
o mundo (SABANOGLU, 2020).
25
Figura 1-1: Vendas globais de varejo de e-commerce 2014-2023
FONTE: (SABANOGLU, 2020)
Velocidade, agilidade e precisão. Todos esses fatores são mais importantes do que nunca,
e à medida que as expectativas dos consumidores mudam, as empresas também estão sendo
forçadas a mudar. Em outras palavras, há muito tempo são os dias em que um armazém era
apenas um grande edifício para armazenar o inventário; hoje e, no futuro, essas instalações
servirão de muitas maneiras como a força vital de algumas das empresas mais bem-sucedidas
do mundo – não apenas paradas ao longo da cadeia de suprimentos, mas, crucialmente, ligações
importantes em sistemas complexos que movem mercadorias de forma rápida e fácil
(ARIZONA STATE UNIVERSITY, 2018?).
26
• Redução de espaço: os sistemas atuais são compactos, e minimizam qualquer espaço
morto entre os locais de armazenamento. Eles também são capazes de melhor utilização
de altura clara. A combinação desses aspectos de design melhora significativamente a
capacidade armazenamento em relação aos sistemas dos CDs anteriores;
• Operações aprimoradas: com as capacidades de throughput mais altas atuais, controles
aprimorados e recursos de integração de manuseio de materiais, esses sistemas podem
ser mais bem aproveitados para priorizar inteligentemente cargas de trabalho, fornecer
recursos de planejamento melhorados e rotas de forma eficiente através de toda uma
operação;
• Capacidade de armazenamento: utilizando as informações coletadas sobre as
características dos produtos, os requisitos de armazenamento para cada item são
desenvolvidos;
• Integração do sistema: os centros de distribuição atuais usam estratégias que integram
as várias etapas de manipulação da carga. Desde a chegada, seleção e transferência, o
caminho que os produtos passam é mapeado e otimizado. A movimentação de pessoal
também é levada em conta, assim como, manutenção geral e acesso a componentes-
chave do sistema para reparos e reparo preventivo.
27
1.2 PROCESSOS INTERNOS EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
28
1.2.2 Movimentação interna
Para que os materiais passem pelas etapas que exigem a presença física dos mesmos,
eles precisam ser transportados pelas diversas áreas do centro de distribuição. Esse
descolamento é feito pela movimentação interna. Com a utilização de estágios bem definidos,
e o auxílio de equipamentos, esse processo tem, como objetivo, fazer com que esse transporte
seja feito da forma mais fluida e eficiente possível.
29
Figura 1-2: Correia transportadora
FONTE: (WARBEL)
• Guindastes, talhas e elevadores: guindastes fixos e móveis (Figura 1.3), pontes rolantes,
talhas, guinchos, monovias, elevadores;
• Veículos industriais: carrinhos de todos os tipos (Figura 1.4), tratores, trailers e veículos
especiais para transporte a granel;
30
Figura 1-4: Carrinho para transporte de cargas
FONTE: (CIDERAL)
31
Figura 1-6: Pallets de madeira
FONTE: (SB PALLET)
Por essas razões, esse trabalho visa contribuir com o avanço e aperfeiçoamento dessa
área da indústria, realizando o dimensionamento e análise de um equipamento que atende às
novas exigências de produtividade dos novos centros de distribuição: um Guindaste Giratório
de Coluna.
32
2 METODOLOGIA
Por fim, uma análise de custos é apresentada para que seja discutida a viabilidade
financeira do projeto, frente a outros equipamentos semelhantes disponíveis no mercado.
33
3 EQUIPAMENTO A SER PROJETADO
3.1 OBJETIVO
34
Já a Figura 3.2, mostra uma renderização simples do equipamento, feita no software
SolidWorks.
35
3.3 ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO
Os materiais da coluna e da viga, assim como o perfil utilizado, foram escolhidos com
base no histórico de utilização de equipamentos semelhantes, presentes atualmente no mercado.
Propriedade Valor UM
Limite de resistência à tração 310 MPa
Limite de escoamento 276 MPa
Módulo de elasticidade 69 GPa
36
Já o aço ASTM A36, é um dos aços estruturais mais utilizados na indústria, pelo seu
custo e características. Ele é categorizado como um aço carbono de média resistência mecânica
e com boa soldabilidade (Tabela 3.3). Como o projeto em foco visa o dimensionamento de um
guindaste para pequenas cargas, ele apresenta as características necessárias para atender os
requisitos especificados.
Propriedade Valor UM
Limite de resistência à tração 520 MPa
Limite de escoamento 250 MPa
37
Em um centro de distribuição, é comum haver trabalho em dois turnos, e até 6 vezes por
semana. Dessa forma, consideramos que o equipamento será utilizado 312 dias ao ano, 10 horas
por dia, e percorrendo 20 ciclos de operação por hora. É esperado, ainda, que a vida útil do
mesmo seja de 20 anos. Assim, chegamos ao total de 1,248 x 106 ciclos que o guindaste deverá
suportar, ao longo de sua vida útil. Isso o classifica como a categoria D, dentro da classe de
utilização da NBR 8400.
38
Tabela 3-6: Classificação da estrutura em grupos
Tabela 3-7:
39
4 INTRODUÇÃO AO DIMENSIONAMENTO DO GUINDASTE
4.1 SOLICITAÇÕES
Segundo a NBR 8400, o cálculo da estrutura do equipamento é feito com base na análise
das tensões atuantes durante seu funcionamento. Elas serão divididas em duas categorias:
solicitações principais e solicitações devido aos movimentos verticais da carga. E, por último,
será definido o caso de solicitação em que o equipamento se enquadra.
40
A Tabela (4.1) estabelece a relação entre o coeficiente dinâmico e a faixa de velocidade
de elevação da carga, para dois grupos de equipamentos.
Neste projeto, será considerado o Caso I, para a realização das análises. Nesse cenário,
consideram-se as solicitações estáticas devido ao peso próprio (SG) e as solicitações devido à
carga de serviço (SL), multiplicadas pelo coeficiente dinâmico (ѱ). O conjunto destas
solicitações deve ser multiplicado pelo coeficiente de majoração (Mx). Dessa forma, o critério
de falha deve ser verificado através da Eq. (4.1), em que o as contribuições dessas solicitações
devem ser menores ou iguais à tensão admissível (σadm).
41
A tensão admissível à tração pode ser determinada, para cada caso, através das equações
presentes na Tabela (4.2), que relacionam as tensões de escoamento com o fator de segurança
(FS).
276𝑀𝑃𝑎
(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑣𝑖𝑔𝑎 = = 184 𝑀𝑃𝑎 ( 4.2 )
1,5
250𝑀𝑃𝑎
(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = = 167 𝑀𝑃𝑎 ( 4.3 )
1,5
𝜎𝑎𝑑𝑚
𝜏𝑎𝑑𝑚 = ( 4.4 )
√3
184𝑀𝑃𝑎
(𝜏𝑎𝑑𝑚 )𝑣𝑖𝑔𝑎 = = 106 𝑀𝑃𝑎 ( 4.5 )
√3
167𝑀𝑃𝑎
(𝜏𝑎𝑑𝑚 )𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = = 96 𝑀𝑃𝑎 ( 4.6 )
√3
42
5 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA E DOS ELEMENTOS
ESTRUTURAIS
Como foi dito anteriormente, a estrutura do equipamento será dividida entre as partes
que a compõem. Todos os elementos da estrutura devem ser verificados contra os seguintes
casos:
Até este ponto, os valores conhecidos são apresentados na Tabela (5.1). Eles serão
utilizados como base para as etapas do dimensionamento dos elementos.
Classe de utilização D
Estado de carga 1 (leve)
Grupo 5
Coeficiente de majoração 1,12
Coeficiente dinâmico 1,3
Caso de solicitação Caso I (serviço normal sem vento)
Fator de segurança 1,5
Tensão normal admissível da viga 184 MPa
Tensão normal admissível da coluna 167 MPa
Tensão de cisalhamento admissível da viga 106 MPa
Tensão de cisalhamento admissível da coluna 96 MPa
43
5.1 VIGA
Através de uma busca por fornecedores de vigas de alumínio, não foram encontradas
empresas nacionais que fabricam o perfil escolhido. Dessa forma, essa procura se estendeu a
fornecedores de fora do país. O catálogo utilizado como base, para a escolha da viga que atenda
aos critérios do projeto, foi o da plataforma Metals Depot. Este catálogo é apresentado no
Anexo A.
44
Para a análise, foram considerados os dados listados abaixo. Os resultados obtidos são
apresentados na Tabela (5.2).
• 0m≤x≤2m
• 2m≤x≤3m
45
Os gráficos do esforço cortante e do momento fletor são apresentados nas Figura 5.2 e
Figura 5.3, respectivamente.
1200
1000
800
Esforço cortante (N)
600
400
200
0
0 1 2 3
-200
-400
-600
Distância na viga (m)
200
0
0 1 2 3
Momento fletor (Nm)
-200
-400
-600
-800
-1000
-1200
Distância na viga (m)
46
Observando esses diagramas, podemos verificar que, tanto o esforço cortante quanto o
momento fletor, apresentam seus valores máximos em um ponto imediatamente depois da
posição 2 m da viga. Dessa forma, conseguimos determinar esses valores através das Eq. (5.3)
e (5.4), para x = 2 m.
|𝑀(𝑥)𝑚𝑎𝑥 | |−1100|
𝑊= = = 5,98 x 10−6 𝑚3 ( 5.7 )
(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑣𝑖𝑔𝑎 184 x 106
𝐼𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙
𝑊= ( 5.8 )
𝑦
47
Como o perfil B33170 foi utilizado como referência, para determinação da Eq. (5.9),
podemos calcular o valor do momento de inércia desse perfil, e verificar se ele atende à essa
grandeza. O cálculo é feito através da Eq. (5.10), que estabelece a relação entre as dimensões
de um perfil W e seu momento de inércia.
𝑎ℎ3 𝑏
𝐼𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙 𝑊 = ( ) + ( ) (𝐻 3 − ℎ3 ) ( 5.10 )
12 12
Dessa forma, o momento de inércia do perfil B33170 é dado pela Eq. (5.11).
Como Iperfil B33170 > Iperfil, podemos considerar este modelo de viga para o projeto.
48
Figura 5-5: Diagrama de forças da viga (SG)
FONTE: Do autor (2021)
• 0m≤x≤2m
• 2m≤x≤3m
49
Os gráficos do esforço cortante e do momento fletor são apresentados nas Figura 5.6 e
Figura 5.7, respectivamente.
40
30
20
Esforço cortante (N)
10
0
0 1 2 3
-10
-20
-30
-40
Distância na viga (m)
50
Assim como na seção 5.1.1.1.2, os valores máximos ocorrem em um ponto
imediatamente depois da posição 2 m da viga. Eles são apresentados nas Eq. (5.16) e (5.17).
𝑀𝑦
𝜎= ( 5.18 )
𝐼
𝑉
𝜏= ( 5.19 )
𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎
Onde:
σ – Tensão normal;
M – Momento fletor;
τ – Tensão cisalhante;
V – Esforço cortante;
51
Com os valores de V e M encontrados nas Eq. (5.5) e (5.6), podemos calcular as tensões
máximas geradas pela carga de serviço. Já as resultantes do peso próprio da viga, são calculadas
através dos resultados das Eq. (5.16) e (5.17). A área da seção transversal da alma (Aalma), a
distância do ponto mais externo do perfil da viga à linha neutra (y) e o momento de inércia (I)
foram baseados no modelo de viga B33170, presente no Anexo A. Essas tensões são resumidas
na Tabela (5.4).
σ (MPa) τ (MPa)
Tensão máxima (SL) 53,90 3,77
Tensão máxima (SG) 0,71 0,01
Agora, o critério de falha pode ser verificado. Essa análise é feita em duas etapas: na
primeira, cada carga é analisada separadamente, através de uma comparação com as tensões
admissíveis (Eq. 4.2 e 4.5); a segunda, é feita utilizando o critério de Von Mises.
52
O critério também é atendido pelas tensões cisalhantes:
𝑃𝑎𝐿2 𝑥 𝑥 3
𝑦𝑆𝐿 = [ −( ) ] ( 5.30 )
6𝐸𝐼 𝐿 𝐿
𝑊 𝐿𝑥 3 𝑥 4 𝐿3 𝑥
𝑦𝑆𝐺 = [ − − ] ( 5.31 )
𝐸𝐼 18 24 72
53
Onde:
O cálculo da deflexão gerada pelo peso próprio da viga é feito de forma semelhante,
através da Eq. (5.31). Os valores encontrados foram: (xSG)max = 0,72 m e (ySG)max = 27 x 10-3
mm.
Como os pontos não coincidem, devemos analisar a superposição das flechas no ponto
de maior valor, ou seja, (xSL)max = 1,73 m. Nesse ponto, a deflexão gerada pelo peso próprio da
viga é ySG = 5,34 x 10-3 mm. Somando esse valor ao (ySL)max, a deflexão máxima na viga
considerando seu peso próprio e 50% da carga máxima de serviço é ymax = 1,49534 mm. Como
esse valor é menor que os 5 mm especificados pela NBR 8400, a contraflecha será
desconsiderada nesse projeto.
54
5.1.2 Cálculo numérico
Através do método dos elementos finitos, podemos realizar uma análise numérica dos
esforços aplicados sobre a viga. Esse método propõe uma subdivisão da estrutura analisada em
pequenas partes, que podem possuir diversas formas – triangular, quadrilateral, etc. Essas partes
são unidas entre si por pontos (nós), formando uma malha. Assim, as equações matemáticas
que descrevem o comportamento físico da estrutura podem ser resolvidas de forma aproximada.
O resultado se aproxima do real à medida que a malha é refinada (variando a forma e tamanho
dos elementos), e as condições de contorno são corretamente inseridas.
Para a análise deste projeto, o software utilizado foi o Ansys Workbench. Assim
como nas seções 5.1.1.1 e 5.1.1.2, a análise foi dividia em duas partes: solicitações devido à
carga de serviço e devido ao peso próprio da viga.
5.1.2.1 Malha
A malha da viga foi gerada automaticamente pelo software, e refinada posteriormente,
para elementos quadrados com lados de 10 mm. O resultado é apresentado na Figura 5.8.
55
5.1.2.2 Solicitações devido à carga de serviço
5.1.2.2.1 Condições de contorno
As condições de contorno para a análise da carga de serviço foram aplicadas conforme
a análise da seção 5.1.1.1.1, com um apoio na extremidade esquerda e outro a 2 m dessa mesma
extremidade. Além disso, a força de 1100 N foi inserida na extremidade direita do elemento (a
3 m). A Figura 5.9 mostra as condições de contorno.
56
Figura 5-11: Tensão cisalhante devido à carga de serviço
FONTE: Do autor (2021)
𝜀𝑥 = |𝑋 − 𝑋̅| ( 5.32 )
|𝑋 − 𝑋̅|
𝑟𝑥 = ( 5.33 )
|𝑋|
57
5.1.2.3 Solicitações devido ao peso próprio
5.1.2.3.1 Condições de contorno
As condições de contorno são apresentadas na Figura 5.12. Agora, no lugar de uma força
concentrada na extremidade direita, uma carga distribuída é aplicada ao longo da viga,
resultando em um esforço de 87 N.
Conforme dito anteriormente, a precisão dos dados aumenta conforme a malha é refinada.
Com o tipo mais simplificado usado nesta análise, os resultados apresentados podem ser
considerados satisfatórios.
59
5.2 COLUNA
De acordo com a NBR 8400, as seguintes equações devem ser verificadas, para os
elementos submetidos a esforços não centrados que causam um momento provocando uma
flexão:
Onde:
𝜔 – Coeficiente de flambagem.
60
5.2.1.1 Tensões de compressão e devido ao momento fletor
Para a base dos cálculos, iremos utilizar um perfil de tubo quadrado, do fabricante Tuper,
com bitola (a) de 110 mm, espessura (e) de 3,75 mm e 12,42 kg/m de massa linear (m). Este
tubo é apresentado na página 15 do catálogo de tubos estruturais da Tuper. Tal página está
disponível no Anexo B.
Onde:
𝜎𝑀𝐿 – Tensão devido ao momento fletor causado pelo peso da carga de serviço.
𝑎4 − (𝑎 − 2𝑒)4
𝐼𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = = 3,00 x 10−6 𝑚4 ( 5.39 )
12
61
𝑚𝐻𝑔 (12,57)(3,8)(9,81)
𝜎𝐶𝐺 = = = 0,29 𝑀𝑃𝑎 ( 5.40 )
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 1,59 x 10−3
𝑃𝑣𝑖𝑔𝑎 87
𝜎𝐶𝑉 = = = 0,55 𝑀𝑃𝑎 ( 5.41 )
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 1,59 x 10−3
𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 1100
𝜎𝐶𝐿 = = = 0,69 𝑀𝑃𝑎 ( 5.42 )
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 1,59 x 10−3
𝐿𝑣𝑖𝑔𝑎 3
𝑃𝑣𝑖𝑔𝑎
𝜎𝑀𝑉 = 2 𝑦𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = (87)(2)(0,055) = 2,39 𝑀𝑃𝑎 ( 5.44 )
𝐼𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 3 x 10−6
𝐼𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎
𝑟=√ ( 5.47 )
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎
𝐾𝐻
𝜆= ( 5.48 )
𝑟
Onde:
K – Fator de multiplicação
62
O fator de multiplicação é determinado através da Figura 5.16. Para o caso deste projeto,
consideramos a condição em que a extremidade está sujeita a rotação e translação. Dessa forma,
K = 2,1:
3 x 10−6
𝑟=√ −3
= 43,40 x 10−3 𝑚 ( 5.49 )
1,59 x 10
(2,1)(3,8)
𝜆= = 183,87 ≈ 184 ( 5.50 )
43,40 x 10−3
63
Figura 5-17: Coeficiente de flambagem em função da esbeltez para laminados em aço de 37
daN/mm²
FONTE: (NBR 8400)
Dessa forma, foi possível concluir que os coeficientes de segurança estão bem definidos
e a estrutura não sofrerá falha por flambagem na coluna.
64
5.2.2 Cálculo numérico
A análise numérica da coluna foi realizada de forma semelhante à utilizada para a viga,
com um ajuste inicial na malha e uma verificação dos esforços após a adição das condições de
contorno.
5.2.2.1 Malha
A malha utilizada é apresentada na Figura 5.18.
65
Figura 5-19: Condições de contorno para análise da força compressiva
FONTE: Do autor (2021)
66
5.2.2.2.3 Validação dos dados
Novamente, a verificação dos dados é feita através da análise do erro absoluto e relativo,
que são resumidos na Tabela (5.7).
67
5.2.2.3.2 Resultados numéricos
Na Figura 5.22 podemos observar a tensão máxima gerada pelo momento fletor.
68
5.3 TIRANTE
O tirante está sujeito, exclusivamente, à tração exercida pela carga de serviço e pelo
peso próprio da viga. Dessa forma, é necessário analisar o comportamento mecânico desse
componente, verificando se ele atende às necessidades do projeto dentro do fator de segurança
previamente determinado.
Reação vertical no suporte (2 m), devido ao peso próprio da viga (FTSG): 62,25 N
Essas forças estão sendo aplicadas verticalmente, no ponto de fixação do tirante. Para
encontrarmos o módulo de cada uma, devemos utilizar o valor do ângulo entre o tirante e a viga,
que é de 20º, conforme apresentado na Figura 5.23.
69
Os módulos das respectivas forças são determinados através das Eq. (5.53) e (5.54).
1650
𝐹𝑇𝑆𝐿 = ⟹ 𝐹𝑇𝑆𝐿 = 4824 𝑁 ( 5.53 )
sin(20°)
62,25
𝐹𝑇𝑆𝐺 = ⟹ 𝐹𝑇𝑆𝐺 = 182 𝑁 ( 5.54 )
sin(20°)
O tipo de barra escolhida foi a roscada de seção transversal circular, por se tratar de um
elemento versátil e com grande oferta no mercado nacional. Além disso, atendem à necessidade
do projeto, pois são projetadas para resistir à tensão e seus desenhos possibilitam a inserção de
porcas por ambos os lados. Para a base dos cálculos, iremos utilizar a página 20a do catálogo
do fabricante Ciser, que é apresentada no Anexo C. As barras são fabricadas em aço inox AISI
304, que possui um limite de escoamento à tração de 215 MPa (143 MPa, utilizando o fator de
segurança de 1,5). A tensão admissível ao cisalhamento é dada pela Eq. (4.4), resultando em
um valor de 83 MPa.
(𝐹𝑇𝑆𝐿 + 𝐹𝑇𝑆𝐺 )
𝑀𝑥 ѱ𝜎𝑆𝐿 ≤ (𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 ⟹ 𝑀𝑥 ѱ = (𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 ( 5.55 )
𝐴𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎
Onde:
4824 + 182
(1,12)(1,3) ( ) ≤ 143 𝑀𝑃𝑎 ( 5.56 )
𝐷𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎 2
𝜋 4
70
Onde:
Isolando o diâmetro da barra roscada na Eq. (5.56), encontramos um valor de 8,06 mm.
Verificando as dimensões disponíveis, no catálogo do Anexo C, encontramos o diâmetro de 3/8”
(9,52 mm), que atende às necessidades do projeto.
Neste projeto, juntas aparafusadas foram escolhidas para a fixação da base do guindaste,
e para a união da viga e do tirante – entre si e com a coluna. Dessa forma, o dimensionamento
consiste no cálculo dos elementos que irão suportar os esforços aplicados nessas junções.
5.4.1 Base
A base é composta por um flange de 4 furos passantes, conforme a Figura 5.24. A análise
é feita considerando os esforços aplicados sobre os parafusos que serão colocados nesses 4
furos.
Devido ao momento fletor aplicado pela carga e peso da viga, os dois parafusos da frente
estarão sujeitos à compressão, enquanto os da parte de trás sofrerão um esforço de tração. Uma
visão de cima da estrutura, como apresentada na Figura 5.25, traz esse detalhe. Nossa análise
se baseará nos elementos submetidos à tração.
71
Figura 5-25: Esforços sobre os parafusos da base
FONTE: Do autor (2021)
Assim como calculado na seção 5.2.1.1, a tensão causada pelo momento fletor é de
90,76 MPa, e é aplicada sobre a área da coluna, de 1,59 x 10−3 𝑚2 . Portanto, a força gerada
por essa tensão é obtida através da Eq. (5.57).
72
Tabela 5-9: Classes de resistência de parafusos de aço
A tensão sobre cada parafuso sujeito à tração é dada pela Eq. (5.59).
5.4.2 Viga
A viga está fixada com juntas aparafusadas na coluna, em sua extremidade esquerda, e
no tirante, no suporte. Portanto, a análise será dividida em duas etapas.
73
Figura 5-26: Conector tipo clevis
FONTE: (AMERICANAS, 2020)
74
𝜏 ≤ 0,80(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ( 5.70 )
Dessa forma, o critério para escolha do diâmetro do parafuso é dado pela Eq. (5.71).
Nos itens 5.1.1.1.1 e 5.1.1.2.1, as reações no apoio devido a carga de serviço e ao peso
da viga foram calculadas, resultado em forças de 21,75 N e 550 N, respectivamente. Portanto,
inserindo tais valores na Eq. (5.71), e multiplicando a área por 2, por ser tratar de um
cisalhamento duplo, obtemos:
21,75 ѱ550
𝑀𝑥 ( + ) ≤ 0,80(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ( 5.72 )
𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ² 𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ²
2𝜋 2𝜋
4 4
Assim como foi feito no dimensionamento dos parafusos da base, utilizamos a Tabela
(5.9) para determinarmos a classe de resistência. Para essa conexão, a classe escolhida é a 5.6,
que possui as limite de escoamento de 30,0 kg/mm² (294 MPa). Utilizando o fator de segurança
do projeto, (𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 = 196 MPa. Logo, a tensão no parafuso deverá ser de até 157 MPa.
21,75 ѱ550
𝑀𝑥 ( + ) ≤ 0,65(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ( 5.73 )
𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ² 𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ²
𝜋 𝜋
4 4
75
5.4.2.2 Suporte do tirante
O suporte escolhido para unir a viga ao tirante é do tipo “U”, como o apresentado na
Figura 5.28. Os parafusos serão posicionados nos dois furos mais externos.
Os parafusos estarão sujeitos a tração, ocasionada pelas forças apresentadas nas tabelas
Tabela (5.2) e Tabela (5.3). Dividindo cada força (FTSL = 1650 N e FTSG = 62,25 N) pelo número
de parafusos (2), obtemos o esforço aplicado sobre cada um (825 N e 32,62 N). O critério de
escolha é dado pela Eq. (5.74):
32,62 ѱ825
𝑀𝑥 ( + ) ≤ 0,65(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ( 5.74 )
𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ² 𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ²
𝜋 𝜋
4 4
5.4.3 Tirante
O tirante estará unido no suporte da viga e na coluna. Como a força será transmitida nas
duas extremidades da barra roscada, podemos analisar o uso de parafusos semelhantes, assim
como, conexões nas pontas da barra.
76
duplo, pelas forças geradas pela carga de serviço e peso da viga, conforme calculado nas Eq.
(5.53) e (5.54). Assim como na Eq. (5.71), o critério será verificado através do seguinte cálculo:
182 ѱ4824
𝑀𝑥 ( + ) ≤ 0,80(𝜎𝑎𝑑𝑚 )𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ( 5.75 )
𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ² 𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ²
2𝜋 2𝜋
4 4
Utilizando parafusos 5.6, o diâmetro mínimo encontrado é de 6,01 mm, sendo viável o
uso de parafusos M8.
A NBR 8400 orienta que, para os parafusos sujeitos a uma combinação de tração e
cisalhamento simples, devem ser verificadas as seguintes condições:
77
O critério do esforço trativo é verificado pela Eq. (5.78), onde os módulos das forças
foram obtidos nas Eq. (5.53) e (5.54).
O valor obtido para o diâmetro mínimo, utilizando como base a classe 5.6, foi de 5,55
mm. Portanto, um parafuso M6 irá atender às necessidades de projeto considerando a tração
aplicada.
5.4.3.3 Conexão
Conforme dimensionado na seção 5.3.1.1, a barra roscada do tirante possuirá 3/8” de
diâmetro. Dessa forma, as conexões das extremidades precisam possuir o mesmo diâmetro de
rosca, e estarão sujeitas à tração gerada pelas forças calculadas nas Eq. (4.53) e (5.54). O tipo
de conexão escolhida foi a “cabeça de forquilha”, que possui o layout apresentado na Figura
5.30.
78
FONTE: (ROLPEDRA, 2020)
Realizando o cálculo da tensão ao qual a conexão estará submetida (Eq. 5.80), podemos
determinar o material que atenda a esse critério.
𝐹𝑇𝑆𝐺 ѱ𝐹𝑇𝑆𝐿
𝑀𝑥 ( + ) = 102 𝑀𝑃𝑎 ( 5.80 )
𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ² 𝐷𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 ²
𝜋 𝜋
4 4
Neste projeto, juntas soldadas foram escolhidas para a união dos suportes das conexões
clevis e na união da base com seu flange. Portanto, o dimensionamento dos cordões de solda
será dividido nessas duas partes.
79
FONTE: (NBR 8400)
5.5.1 Suportes
Suportes em “U”, como mostrado na Figura 5.31, são soldados na coluna para servirem
de base para as conexões clevis – eles possuem uma base de 56 mm por 25 mm. Uma visão
esquemática desse conjunto é apresentada na Figura 5.31.
80
Nesse esquema, podemos observar a vista lateral da coluna e uma visão frontal dos
suportes, assim como, seus respectivos cordões de solda. As forças aplicadas nos cordões
devido aos esforços verticais (itens 7 e 8 da tabela) também são apresentadas. As análises serão
voltadas para o suporte 1, pois este sofre um esforço consideravelmente maior, durante a
operação do guindaste.
Onde:
Notamos que a área do cordão lateral pode ser encontrada através da Eq. (5.82).
𝐴𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎𝑜 = ℎ𝑒 ( 5.82 )
Onde:
81
ℎ – Altura do suporte “U”;
Utilizando a maior espessura encontrada até então (1 mm), para o cálculo da área na
equação acima, podemos verificar se tal espessura atende também a esse critério. Realizando
esse procedimento, encontramos um valor de 41 MPa para a tensão aplicada. Dessa forma,
podemos considerar um cordão de solda de 1 mm para os suportes 1 e 2.
82
A tensão máxima foi calculada na seção anterior, e possui um valor de 41 MPa. Já a
tensão mínima, é encontrada desconsiderando a carga de serviço, como apresentado na Eq.
(5.84).
𝐹𝑇𝑆𝐺 sin(70°)
𝑀𝑥 ( ) = 1,15 𝑘𝑃𝑎 ( 5.84 )
𝐴𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎𝑜
O grupo da estrutura foi determinado na seção 3.4.3 (Grupo 5). Já o tipo de solda
recomendado, é determinado através da Tabela 62 da NBR 8400, como o caso K2 (risco médio
de ruptura), e referência 2,33.
A razão entre a tensão mínima e máxima (R) deve ser calculada, através da Eq. (5.85).
0,00115
𝑅= = 28 x 10−6 ( 5.85 )
41
Como o valor é muito pequeno, podemos considerá-lo como zero para esta análise.
Com posse dessas informações, recorremos à Figura 30 da NBR 8400, que nos informa
a tensão limite de fadiga (σxa): 100 MPa. Como este valor é significativamente maior que o a
tensão máxima (41 MPa), podemos considerar que a solda resistirá à fadiga.
Conforme calculado na Eq. (5.57), a força gerada pelo momento fletor sobre a coluna é
de 144 kN. Essa força é propagada, também, para o cordão de solda. Portanto, a verificação
deve ser feita através da Eq. (5.86).
144 𝑥 10³
𝑀𝑥 ( ) ≤ 75,33 𝑀𝑃𝑎 ( 5.86 )
𝐴𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎𝑜
83
5.5.2.1 Verificação contra fadiga
Novamente, para analisar se o elemento está suscetível a fadiga, é preciso conhecer a
tensão máxima e mínima, o grupo da estrutura e o tipo de solda utilizada.
A tensão máxima pode ser considerada como a soma das tensões de compressão e
devido ao momento fletor, aplicadas sobre a coluna. Ele valor pode ser obtido através das Eq.
(5.43) e (5.46): 92,71 MPa.
σML), também nas Eq. (5.43) e (5.46). O valor encontrado é de 3,62 MPa.
A razão entre a tensão mínima e máxima é calculada através da Eq. (5.87).
3,62
𝑅= = 0,04 ( 5.87 )
92,71
tensão limite de fadiga (σxa): 120 MPa. Como este valor é maior que o a tensão máxima (92,71
MPa), podemos considerar que a solda resistirá à fadiga.
84
6 SELEÇÃO DOS MECANISMOS
85
Existe uma grande variedade de conexões para manipuladores a vácuo, que variam de
acordo com a capacidade de operação e tipo de superfície da carga. De maneira geral, eles
funcionam com uma ventosa na extremidade de contato com a carga, e possuem um controle
com gatilhos para que o operador possa acionar a coleta ou expedição da carga. O vácuo é
gerado por uma bomba, que é conectada na origem do sistema. Um exemplo é mostrado na
Figura 6.2.
Para este projeto, iremos considerar manipuladores indicados para operação com caixas
de papelão, por se tratar da carga mais comum em um centro de distribuição.
86
Ele possui capacidade para trabalhar com cargas de até 50 kg, e uma conexão com 1
ventosa, conforme apresentado na Figura 6.3.
Mesmo que a capacidade nominal do manipulador seja de 50 kg, ele só deve ser utilizado
em caixas com capacidade igual ou maior que tal carga, pois, caso contrário, a operação estaria
suscetível a acidentes, causados pelo rompimento da caixa.
87
Figura 6-4: Gancho simples
O uso dos ganchos normalmente é associado a outros equipamentos, como cintas. Eles
podem formar configurações semelhantes à mostrada na Figura 6.5.
O guincho escolhido foi o da fabricante Berg-Steel, que possui capacidade de até 500
kg. O equipamento é apresentado na Figura 6.6.
88
Figura 6-6: Gancho simples Berg-Steel 500 kg
6.2 TROLLEY
O trolley é responsável pela translação da carga ao longo da viga. Para esse projeto, ele
possui movimentação manual e deve ter largura e altura que atendam às dimensões da viga, que
possui 76,20 mm de altura e 59,18 mm de largura, como determinado na seção 5.1.1.1.4.
Após uma busca por trolleys de menor capacidade, não foi encontrado um modelo que
atendesse às especificações do projeto. Dessa forma, o modelo selecionado foi o TM 050, da
fabricante Vonder. Como mostrado na Figura 6.7, as rodas possuem 60 mm de diâmetro e, de
acordo com o site, o ajuste de largura (M) pode variar entre 50 mm e 152 mm, atendendo à
especificação do projeto.
89
6.3 EQUIPAMENTOS ADICIONAIS
Além dos mecanismos descritos até aqui, outras peças devem ser incorporadas ao
sistema do guindaste, pois têm papel importante em uma correta operação do equipamento.
Esses mecanismos serão descritos nesta seção.
90
O modelo escolhido é apresentado na Figura 6.9, e foi encontrado na loja Bruta Online.
91
Figura 6-11: Ponteira de proteção escolhida
92
Figura 6-13: Suporte do manipulador a vácuo
93
7 OPERAÇÃO, MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO
7.1 OPERAÇÃO
7.3 INSPEÇÃO
A inspeção do equipamento deve ser feita de maneira regular, de modo a prevenir falhas
durante a operação, e determinar os prazos de manutenção preventiva dos mecanismos. As
orientações acerca da inspeção são apresentadas abaixo:
95
• A umidade do ambiente deve ser devidamente controlada, para evitar
danificações na carga e no equipamento. O responsável pela operação deve
analisar tal fator antes de implementar a utilização do guindaste, assim como,
avaliar a necessidade de utilização de desumidificadores.
96
8 ANÁLISE DE CUSTOS
Realizar uma análise de custos é essencial para todo projeto de engenharia. Através de
um levantamento dos preços dos elementos estruturais, peças e mecanismos selecionados,
conseguimos verificar se o que foi desenhado possui viabilidade econômica.
Neste projeto, os valores das partes que compõem o equipamento foram conseguidos
através de uma pesquisa de mercado – nacional e internacional. Os preços encontrados são
apresentados na Tabela (8.1).
Manipulador a
1 Jumbo Flex 50 Schmalz 15.570,00
vácuo
Ponteira para Quadrada Reta (100 mm x 100mm)
1 Tubo Metalon 24,00
coluna Interna de Embutir
Total 19.035,51
97
O valor total apresentado é aproximado, pois os custos relacionados à logística, mão-
de-obra para fabricação, montagem, ajustes e testes não foram contabilizados, pois fogem do
escopo deste projeto. As taxas de câmbio utilizadas para conversão de valores referem-se ao dia
05/09/21.
Um guindaste semelhante (da empresa Ultimate Lifting Solutions) pode ser encontrado
por cerca de R$22.000,00, o que valida o custo financeiro do projeto.
98
9 CONCLUSÃO
Com o aumento da demanda do setor logístico, o objeto deste projeto torna-se de grande
utilidade no atual cenário econômico, pois contribui para o aumento da eficiência dos CDs, que
são pontos-chave na operação de distribuição de bens, principalmente do e-commerce.
O dimensionamento foi baseado nas diretrizes da NBR 84400. Separando entre as partes
que compõem o guindaste, a otimização das dimensões foi realizada de forma satisfatória,
verificando os critérios de falha da estrutura e mecanismos do equipamento. Com o apoio do
software Ansys Workbench, os cálculos analíticos da viga e da coluna puderem ser verificados,
através da análise numérica utilizando o método dos elementos finitos.
Orientações gerais de operação também foram listadas, assim como, diretrizes acerca
da manutenção e inspeção do equipamento. Seguir tais instruções é indispensável para o bom
funcionamento do guindaste e para segurança do operador.
Por último, uma análise de custos foi realizada. Ela mostrou que o projeto é viável
economicamente, em comparação com equipamentos semelhantes no mercado. Além disso, o
custo de produção desde projeto pode ser reduzido, com a utilização de peças de geometria mais
baratas e mecanismos de utilização mais simples.
• Já existem, no mercado, vigas de alumínio mais leves e com perfis próprios para
aplicação em guindastes de pequeno porte. Dessa forma, a realização de novos
cálculos com a utilização de tais perfis podem gerar resultados ainda mais
positivos;
• A fim de validar os demais cálculos analíticos apresentados neste projeto,
recomenda-se a realização de uma simulação numérica, com uma malha mais
refinada, da estrutura inteira, assim como dos mecanismos solicitados aos
esforços;
99
• Tipos diferentes de manipuladores podem ser buscados no mercado, para tornar
o uso do equipamento ainda mais versátil;
• Uma análise de custo mais detalhada pode ser feita, buscando alternativas para
redução do custo do projeto atual.
• A versão da norma NBR 8400 utilizada neste projeto foi publicada em 1984.
Com a sua atualização – divulgada em 2019 –, este trabalho pode ser revisado
utilizando as novas considerações do documento.
100
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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https://www.brutaonline.com.br/produto/1574-cantoneira-metalica-reforcada-com-capa-
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24 ft. Disponível em: < https://www.ergonomicpartners.com/store/gorbel-wall-bracket-i-beam-
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103
11 ANEXOS
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ANEXO B – CATÁLOGO TUBOS ESTRUTURAIS (TUPER)
105
ANEXO C – CATÁLOGO BARRAS ROSCADAS (CISER)
106
ANEXO D – CATÁLOGO “CABEÇA DE FORQUILHA” (DUNLOP)
107