Material de Apoio de Ética Ip 2024

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Material excusivo aos estudantes do IP

Professor : Adão Mbibguila Gikula MATERIAL DE APOIO

UNIVERSIDADE RAINHA NJINGA A MBANDE


INSTITUTO POLITÉCNICO
DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO EM GESTÃO
Material excusivo aos estudantes do IP

Professor : Adão Mbibguila Gikula

ÉTICA E DEONTOLÓGICA PROFISSIONAL

DOCENTE: Adão Mbinguila GikulaAdão Mbibguila Gikula

Cidade Malange

País Angola

Edição 2024

Todos os direitos reservados. Proibido a reprodução total ou parcial sem a prévia autorização do autor

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Professor : Adão Mbibguila Gikula

Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
1. CAPITULO - BREVE ABORDAGEM SOBRE A ÉTICA E DEONTOLOGIA ..................... 6
PROFISSIONAL .................................................................................................................. 6
1.1. Conceitos gerais .................................................................................................... 6
1.1.1. Ética ................................................................................................................... 6
1.1.2. Moral .................................................................................................................. 7
1.1.3. Deontologia ........................................................................................................ 7
2. CAPITULO: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................... 9
2.1. Administração Pública ............................................................................................... 9
2.2. Agentes Públicos ...................................................................................................... 9
2.2.1. Tipologia dos agentes administrativos .............................................................. 10
2.3. Actividade Administrativa: ....................................................................................... 11
3. CAPITULO: A DEONTOLOGIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS ....................................... 11
3.1. Conceitos de Serviços Públicos ........................................................................... 11
3.2. Função dos Serviços Públicos ............................................................................ 12
3.3. DEONTOLÓGICA DO SERVIÇO PUBLICO ........................................................ 13
3.3.1. Definição .......................................................................................................... 13
3.3.2. –Âmbito, conteúdo E aplicação......................................................................... 13
3.4. - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS QUE BALIZAM A ACTIVIDADE
ADMINISTRATIVA ........................................................................................................ 14
3.4.1. VALORES ESSENCIAIS/ PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ............................. 14
1. Princípio da persecução do Interesse Público ........................................................ 14
2. Princípio da Legalidade .......................................................................................... 14
3. Princípio da Integridade e Responsabilidade .......................................................... 15
4. Princípio da Meritocracia ........................................................................................ 15
2.3.2. DEVERES PARA COM OS CIDADÃOS............................................................... 16
5. Princípio da qualidade na prestação do serviço público- ........................................ 16
6. Princípio da Neutralidade/ imparcialidade ............................................................... 17
7. Princípio da Competência e Proporcionalidade- ..................................................... 17
8. Princípio da Cortesia e Informação- ........................................................................ 18
9. – Princípio da proibidade ........................................................................................ 20
2.3.3. DEVERES ESPECIAIS PARA COM ADMINISTRAÇÃO ..................................... 20
10. Princípio do Zelo e Dedicação .............................................................................. 20
11. Princípio da auto formação, aperfeiçoamento e Actualização .............................. 21
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12. Princípio da Reserva e Discrição .......................................................................... 21


13. – Princípio da Parcimônia/ Eficiência Administrativa ............................................. 22
14. Princípio da Solidariedade e Cooperação ............................................................. 23
2.3.4. Deveres para com os Órgãos de Soberania ......................................................... 23
15. Princípio do Zelo e Dedicação ............................................................................. 23
16- Princípio da Lealdade ........................................................................................... 24
17. Princípio da colaboração da administração com os particulares ........................... 24
18. Princípio da participação ...................................................................................... 24
19. Princípio da justiça administrativa ......................................................................... 25
20. Princípio da moralidade ........................................................................................ 25
22. Princípio da Publicidade ....................................................................................... 26
23. Princípio da eficiência ........................................................................................... 27
Referências Bibliográficas ................................................................................................. 29

INTRODUÇÃO

O funcionamento organizado e disciplinado da Administração Pública constitui


uma das condições fundamentais para o asseguramento das funções que lhes
são acometidas, através da adopção de princípios éticos e deontológicos e
preceitos próprios no domínio do seu funcionamento, do qual se deve garantir o
respeito pela Lei, por um lado na emissão da vontade e exercício da autoridade
administrativa e por outro lado, os direitos e interesses legítimos protegidos dos
particulares.
Nesta ordem de ideias, a defesa dos direitos e interesses dos particulares requer
a aplicação de instrumentos e mecanismos de ordem jurisdicional e estritamente
administrativos, com a finalidade de proporcionar os meios adequados para a
prevenção e correcção de eventuais irregularidades da administração no
cumprimento das suas atribuições.

Neste quadro impõem-se a necessidade de capacitar cada vez mais, o capital


humano das Instituições Públicas para melhor servir a comunidade.

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A presente disciplina objectiva-se a capacitar os estudantes com valências éticas


e deontológicos associados ao exercício de quaisquer actividades na
Administração pública;

Configuram-se outros objectivos de fórum específico:

• Aprimorar os futuros gestores com ferramentas ético-deontológica,


capazes de dimensionar o seu perfil profissional, e disciplinar as suas
relações em ambientes organizacionais;
• Despertar valores solidários, de respeito ao cidadão e responsabilidade
laboral com enfoque nos serviços públicos;
• Levar os intervenientes a reconhecer os limites das suas próprias
competências e funções;

• Analisar as exigências éticas e deontológicas em relação aos seus


colegas de trabalho, à própria organização e ao público externo.
• Aperfeiçoar padrões de comportamentos funcionais aos futuros
servidores públicos.

Definidos como público-alvo: estudantes do IP:

Metodologia: leitura de textos em sala, debates, exercício, simulação de


situações, estudos de casos.

Carga Horária: 03 horas semanais.

OBS. O uso do presente material não dispensa a utilização de outros recursos


necessários a compreensão da disciplina.

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1. CAPITULO - BREVE ABORDAGEM SOBRE A ÉTICA E DEONTOLOGIA

PROFISSIONAL

1.1. Conceitos gerais

Numa perspectiva geral e tendo em consideração o desenvolvimento do


pensamento humano, não se afigura normal tratar de um assunto de forma
abstracta. Isto é, falar de um fenómeno ou uma questão sem no entanto
apresentar a sua génese de modos a permitir uma melhor compreensão da parte
de quem tem acesso a esta comunicação, por um lado, e por outro lado, ao
documento que descreve a fenomenologia.

1.1.1. Ética

A palavra ética tem sua derivação do grego (ethos – carácter, em Grego): que
significa a ciência que trata de um conjunto de princípios ou valores morais que
governam o comportamento das pessoas numa sociedade.

Ela pode ser entendida também como a parte da


Filosofia que estuda os valores morais e os
princípios ideais da conduta humana geralmente
aceites;

Este conceito, com profundo sentido filosófico, mereceu o subsequente


tratamento dos mais conceituados pensadores como sendo disciplina que
pretende determinar a finalidade da vida humana e os meios de a alcançar os
objectivos, preconizando juízo de valor que pretendem distinguir entre o bem e
o mal; princípios morais por que um indivíduo rege a sua conduta pessoal ou
profissional”; “moral”; “ciência da moral”.

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Analisando este conceito, verificamos a obrigatoriedade do ser humano assumir


uma postura adequada, baseada em princípios correctos e de uma convivência
sã. O postulado também se esquia na esteira de quão importante é o sujeito ser
portador de uma conduta pessoal e profissional dignas, o que a prior se pode
aprender na escola da vida.

A ética esta muito associada a moral.

1.1.2. Moral

A moral é o conjunto dos costumes e opiniões de um indivíduo ou de um grupo


social respeitantes a comportamento; conjunto de normas de conduta
consideradas validas numa cultura enquadrada num contexto próprio.

Este conceito não se distancia muito do


anterior em termos de conteúdo, importância
e pertinência. Cada sujeito deve possuir uma
organização individual da sua vida, na base
em preceitos e normas que vão de encontro
com o conjunto de normas e princípios
estabelecidos pela sociedade.

Embora existam sociedades naturalmente diferentes, com culturas distintas, é


importante reter que o mundo ou a humanidade definiu um conjunto de princípios
e normas que são comuns para todos os povos. Por exemplo o princípio de
respeito pela a vida humana é universal.

1.1.3. Deontologia
A deontologia é uma palavra também originária do grego (deon – dever, em
Grego):

Deste modo, ela é definida como o “estudo dos deveres especiais de uma situação,
particularmente dos deveres das diversas profissões.

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Este conceito, também mereceu um tratamento interessante por parte de Doran e


Parot (1834), citados por Mbambi (2003-p.2). que consideram o termo para designar
a teoria dos deveres, deveres profissionais. Ou seja, enquanto a ética e a moral se
dedicam a moldar o individuo para o seu melhor posicionamento na sociedade, a
deontologia preocupa-se exclusivamente ao estudo de princípios que o individuo
deve observar no exercício das suas funções nas organizações.

Como se pode verificar, a teorização deste conceito data de muito longe. O


mesmo chama a atenção para o estrito cumprimento dos deveres pessoais e
colectivos, fundamentalmente aos profissionais das distintas áreas ou sectores.

Contudo, podemos entender que toda esta abordagem temática tem um


epicentro sobre o qual gravita toda percepção do designo da cultura
organizacional.

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2. CAPITULO: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2.1. Administração Pública

A Administração Pública pode ser entendida como: o conjunto de órgãos e


agentes do Estado instituídos para consecução dos objectivos do Governo(
Satisfazer as necessidades colectivas); em sentido material, é o conjunto das
funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é
o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do
Estado ou por ele assumidos em benefício da colectividade. Numa visão global,
a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à
realização de serviços, visando à satisfação das necessidades colectivas.

O Governo comanda com responsabilidade constitucional e política, mas sem


responsabilidade profissional pela execução; a Administração executa sem
responsabilidade constitucional ou política, mas com responsabilidade técnica, e
legal pela execução. A Administração é o instrumental de que dispõe o Estado
para pôr em prática as opções políticas do Governo.

Diante dessas colocações resta evidente que é a Administração Pública que


exterioriza a actividade do Estado, colocando em prática as decisões políticas
de seus governantes.

Assim sendo, para que o Estado atinja suas finalidades e promova justiça social
é essencial que toda a máquina administrativa trabalhe com eficiência, ética e
responsabilidade.

2.2. Agentes Públicos

Para o Estado desempenhar suas actividades, faz recurso aos seus agentes
públicos que irão externar seus actos de governo e executá-los, concretizando o
bem comum a que se destina.

A expressão “agente público” é utilizada para designar todo aquele que se


encontre no cumprimento de uma função estatal, quer por representá-lo
politicamente, por manter vínculo de natureza profissional com a Administração,

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por ter sido designado para desempenhar alguma atribuição ou, ainda, por se
tratar de delegatório de serviço público.

2.2.1. Tipologia dos agentes administrativos

Os agentes públicos, segundo nosso doutrinador, classificam-se em:

• Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros


escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por
nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de
atribuições constitucionais. Esses agentes actuam com plena liberdade
funcional, desempenhando suas atribuições com prerrogativas e
responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis
especiais.

• Agentes administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Estado


ou às suas entidades autárquicas e fundamentadas por relações
profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico
determinado pela entidade estatal a que servem. São investidos a título
de emprego e com retribuição pecuniária, em regra por nomeação
(Definitiva ou provisoria) e excepcionalmente por contracto de trabalho ou
credenciamento. Os agentes administrativos não são membros de Poder
de Estado, nem o representam, nem exercem atribuições políticas ou
governamentais; são unicamente servidores públicos, com maior ou
menor hierarquia, encargos e responsabilidades profissionais dentro do
órgão ou da entidade a que servem.
• Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou
nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao
Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de
sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo
empregadicio ou estatutário.
• Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência da
execução de determinada actividade, obra ou serviço público e o realizam
em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do
Estado e sob permanente fiscalização do delegante.
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• Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da


Administração para representá-la em determinado acto ou praticar certa
actividade específica, mediante remuneração do Poder Público.

2.3. Actividade Administrativa:

A actividade administrativa, em sentido amplo, consubstancia-se em gerir bens


próprios ou alheios.

Ao se tratar de bens públicos, a actividade administrativa deve pautar-se nos


estritos limites da moralidade administrativa, devendo, o agente público, agir de
acordo com os princípios constitucionais insculpidos nos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

3. CAPITULO: A DEONTOLOGIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS

3.1. Conceitos de Serviços Públicos

Serviços Públicos constituem um Sistema integrado de órgãos da administração


(directa ou indirecta do Estado) cuja finalidade é essencialmente de atender à
comunidade, satisfazendo os seus interesses, de forma contínua e permanente.

Para o efeito deve o Estado dispor a utilização das suas estruturas e seus
agentes administrativos. Ou seja, Serviço público é toda actividade que se
caracteriza pela prestação de serviços por uma entidade pública ou por quem
lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público.

Filho, (2002) Conceitua o serviço público como o vínculo existente entre o poder
público e o cidadão, caracterizada pela prestação de um serviço.

Figura: 1.1. Exemplo de um serviço Público

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Fonte: Captação própria

3.2. Função dos Serviços Públicos

As pessoas enquanto seres, viventes possuem necessidades, para poder


sobreviver. Estas necessidades são divididas em duas categorias sendo:
primárias, (alimentação, vestuário, habitação,) e secundárias (segurança,
assistência médica e medicamentosa, estabilidade econômica, estabilidade
política, cultura, bem estar,). As necessidades primárias são satisfeitas pelos
próprios cidadãos por meio dos seus esforços, ao passo que as necessidades
secundariam apenas podem ser satisfeitas pelo Estado, por meio dos seus
órgãos e agentes.

Deste modo, sempre que se fala em Serviços Públicos, deve-se ter a ideia de
um conjunto de órgãos e agentes do Estado, cuja função é a satisfação dos
interesses da colectividade, manifestado pela segurança, cultura, e bem-estar.

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3.3. DEONTOLÓGICA DO SERVIÇO PUBLICO

3.3.1. Definição

A pauta deontológica é um dispositivo legal, do ordenamento jurídico-laboral angolano,


que trata de estabelecer os parâmetros que norteiam, o funcionamento dos órgãos da
Administração directa e indirecta do Estado.

3.3.2. –Âmbito, conteúdo E aplicação

1. A Pauta Deontológica do serviço público abrange todos os trabalhadores


da Administração Directa e Indirecta do Estado, independentemente do
seu cargo, nível ou local da actividade, incluindo os que exercem funções
de direcção e chefia.

Central: Ministérios, Governos provinciais


Embaixadas, Institutos, Universidades

• Órgãos da Administração Directa:


Local: Administrações Municipais/autarquias
Comunais, Repartições, Escolas, Hospitais.

• Órgãos da Administração Indirecta: TPA, ENDE, TCUL, CFB, CFL,

Sonangol, TAAG, EPAL, etc.

2. O conteúdo da Pauta Deontológica do serviço público compreende um


conjunto de deveres de índole ético profissional e social que impendem
sobre os trabalhadores públicos no exercício das suas actividades, nas
relações destes com os cidadãos e demais entidades particulares bem
como, com os diferentes órgãos do Estado em especial a Administração
Pública.
3. A aplicação da presente Pauta Deontológica não prejudica a observância
simultânea das regras deontológicos que existam em alguma instituição
ou organismo público.

II- SESSÃO

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3.4. - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS QUE BALIZAM A ACTIVIDADE


ADMINISTRATIVA

Os princípios constitucionais que orientam a actividade administrativa, são

legalmente apresentados em três grupos, como descrevemos mais abaixo.

3.4.1. VALORES ESSENCIAIS/ PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

A defesa dos direitos e interesses dos particulares requer a aplicação de


instrumentos e mecanismos de ordem jurisdicional e estritamente
administrativos, com a finalidade de proporcionar os meios adequados para a
prevenção e correcção de eventuais irregularidades da administração no
cumprimento das suas atribuições.

Neste quadro impõem-se a necessidade de observar os demais princípios da


administração Pública como se segue a sua descrição.

1. Princípio da persecução do Interesse Público

Os trabalhadores da Administração Pública devem exercer as suas funções


exclusivamente ao serviço do interesse público. Os interesses gerais
sustentadores de instabilidade, convivência e tranquilidade sociais e garantes da
satisfação das necessidades fundamentais da colectividade são a razão de ser
última da actuação dos trabalhadores públicos.

Aos órgãos da administração cabe prosseguir o interesse público, no respeito


pelos direitos e interesses dos cidadãos

2. Princípio da Legalidade

– Os trabalhadores da Administração Pública devem proceder no exercício das


suas funções sempre em conformidade com a lei, devendo para o efeito
conhecer e estudar as leis, regulamentos e demais actos jurídicos em vigor bem
como contribuir para a ampla divulgação e conhecimentos da lei e aumento da
consciência jurídica dos cidadãos.

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Na sua actuação os órgãos da Administração pública devem observar


estritamente a lei e o direito nos limites estabelecidos e com os fins para quais
lhes foram conferidos poderes

Andrade (2008) vai mais além, encarando o princípio da legalidade, como uma
forma de preservação dos direitos individuais, pois a garantia desses direitos
depende da sua existência, autorizando-se então os indivíduos à verificação do
confronto entre a actividade administrativa e a lei.

3. Princípio da Integridade e Responsabilidade

Os trabalhos da Administração Pública


devem no exercício das suas funções
pugnar pelo aumento da confiança dos
cidadãos nas Instituições públicas bem
como da eficácia e prestígio dos seus
serviços. A verticalidade, a descrição, a
lealdade e a transparência funcionais
devendo caracterizar a actividade de todos
quantos vinculados
juridicamente à Administração Pública comprometem-se em servi-la para bem
dos interesses gerais da comunidade.

4. Princípio da Meritocracia

Os trabalhadores da Administração Pública devem assumir o mérito, e a


eficiência como critérios mais elevados de profissionalismo no desempenho das
suas funções públicas. A qualidade dos serviços públicos em melhor servir
depende, decisivamente, do aumento constante da capacidade técnica e
profissional dos agentes e funcionários públicos.

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Figura: 1.1.- Meritocracia

Fonte: Image courtesy of Ambro Free Digital Photos. Net

III- SESSÃO

2.3.2. DEVERES PARA COM OS CIDADÃOS

5. Princípio da qualidade na prestação do serviço público-

A consciência e a postura de bem servir, com eficiência e rigor, devem constituir


uma referência obrigatória na actividade dos trabalhadores da Administração
Pública nas suas relações com os cidadãos. Qualidade nas prestações que se
proporcionam aos cidadãos e á sociedade em geral deve significar também uma
forma mais humana de actuação,de participação e de exigência recíproca entre
os trabalhadores públicos e os utentes dos serviços públicos.

Figura 1.2 - Exemplo da má qualidade de um serviço publico

Fonte: Santos, (2014)

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6. Princípio da Neutralidade/ imparcialidade

Os trabalhadores da Administração Pública devem ter sempre presente que


todos os cidadãos são iguais perante a lei, devendo merecer o mesmo no
atendimento, encaminhamento e resolução das suas pretensões ou interesses
legítimos, salvaguardando, no respeito à lei, a igualdade de acesso e de
oportunidade de cada um.

Os trabalhadores da Administração Pública têm o dever de adoptar uma postura


e conduta profissional ditadas pelos critérios da imparcialidade e objectividade
no tratamento e resolução das matérias sob a sua responsabilidade, observando
sempre com justeza, ponderação e respeito, o princípio da igualdade jurídica de
todos os cidadãos perante a lei isentando-se de quaisquer considerações ou
interesses subjectivos de natureza política, económica, religiosa ou outra.

Figura: 1.3. Casos em que ocorrem violação deste princípio

Fonte: Sousa, (2017)

7. Princípio da Competência e Proporcionalidade-

Os funcionários da Administração Pública devem exercer as suas actividades


com observância dos imperativos de ordem técnica e científica requeridos pela
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efectividade e celeridade das suas funções. Devem igualmente saber adequar


em função dos objectivos a alcançar, os meios mais idóneos e proporcionais e
empregar para aquele fim.

Figura: 1.3. Exemplo da falta de Competência e proporcionalidade

Fonte: Santos, (2014)

8. Princípio da Cortesia e Informação-

Os trabalhadores da Administração Pública devem ser corteses no seu


relacionamento com os cidadãos e estabelecer com eles uma relação que
contribua para o desenvolvimento da civilidade e correcção dos serviços e dos
utentes dos serviços públicos. Devem os trabalhadores da Administração
Pública, igualmente, serem prestáveis no asseguramento aos cidadãos das
informações e esclarecimentos de que careçam.

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Figura: 1.5. Exemplo de cortesia na informação

Fonte: Santos, (2014)

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9. – Princípio da proibidade

– Os servidores
da
Administração Pública
não podem solicitar ou
aceitar, para si ou para
terceiros, directa ou
indirectamente quaisquer
presentes, empréstimos,
facilidades ou em
geral, quaisquer outras
ofertas que possam pôr
em causa a liberdade da
sua acção, a independência do
seu juízo e a credibilidade e
autoridade da Administração
Pública, dos seus órgãos e serviços.

Fonte: Santos, (2014)

IV-SESSÃO

2.3.3. DEVERES ESPECIAIS PARA COM ADMINISTRAÇÃO

10. Princípio do Zelo e Dedicação

Os trabalhadores da Administração Pública devem desempenhar as suas


funções com profundo espírito de missão, cumprimento as tarefas que lhe forem
confiadas, com prontidão, racionalidade e eficácia. O respeito pelos superiores
hierárquicos, colegas e subordinados bem como a destreza e criatividade na
análise dos problemas e busca de soluções, deverão ser atributos de relevo na
actuação dos trabalhadores públicos.

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11. Princípio da auto formação, aperfeiçoamento e Actualização

Os trabalhadores da Administração Pública devem assegurar-se do


conhecimento das leis, regulamentos, e instruções em vigor e desenvolver um
esforço permanente e sistemático de actualização dos seus conhecimentos, bem
como da influência neste sentido em relação aos colegas e subordinados. Em
especial os titulares de cargos de direcção e chefia devem ser exemplo e o
elemento dinamizador dessa acção.

Figura: Exemplo de progressão

Fonte: Image courtesy of Ambro Free Digital Photos. Net

12. Princípio da Reserva e Discrição

Os trabalhadores da Administração Pública devem usar da maior reserva e


discrição de modo a evitar a divulgação do facto e informações de que tenham
conhecimento no exercício de funções, sendo-lhes vedado o uso dessas
informações em proveito próprio ou de terceiros.

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Figura: 1.7. Indiscrição

Fonte: Santos, (2014)

13. – Princípio da Parcimônia/ Eficiência Administrativa

Os trabalhadores da Administração Pública devem fazer uma criteriosa utilização


dos bens que lhes são facultados e evitar desperdícios, não devendo utilizar
directa ou indirectamente quaisquer bens públicos em proveito pessoal, nem
permitir que qualquer outra pessoa deles se aproveite à margem da sua
utilização.

Figura: 1.8.- Exemplos de bens públicos

Fonte: Image courtesy of Ambro Free Digital Photos. Net

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14. Princípio da Solidariedade e Cooperação

Os trabalhadores da Administração Pública devem estabelecer e fomentar um


relacionamento correcto e cordial entre si de modo a desenvolver o espírito de
equipa e uma forte atitude de colaboração entre ajuda, procurando o auxílio do
superior e colegas no aperfeiçoamento do nível e qualidade do trabalho a
prestar.

Figura: 1.7. – Cooperação

V-SESSÃO

Fonte: Image courtesy of Ambro Free Digital Photos. Net

2.3.4. Deveres para com os Órgãos de Soberania

15. Princípio do Zelo e Dedicação

- Os trabalhadores da Administração Pública, devem


independentemente das suas convicções políticas,
ideológicas, agir com eficiência e exigências dos
órgãos da Administração a que estão afectos , em
especial, respeitando e fazendo respeitar os direitos ,
liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos
previstos na Constituição e nas leis assim como
contribuindo para o cumprimento rigoroso dos deveres
estabelecidos no ordenamento jurídico.

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16- Princípio da Lealdade

- Os trabalhadores da Administração Pública devem esforçar-se por sua esfera


de acção exercer com lealdade os programas e missões definidas
superiormente, no respeito escrupuloso à lei e às ordens legítimas dos seus
superiores hierárquicos.

17. Princípio da colaboração da administração com os particulares

Com base nas disposições do Artigo 7º, do Decreto 16-A/96, de 15 de Dezembro,


no desempenho das suas funções os órgãos da administração pública, devem
actuar em estreita colaboração com
os particulares, cabendo-lhes
nomeadamente:
a) Prestar informações e
esclarecimentos;
b) Receber sugestões e
informações.

18. Princípio da participação

Aos órgãos da administração pública cabe assegurar a participação dos


particulares, nos actos aos quais estejam directamente afectados. Ou seja
consiste na acção da Administração assistir aos particulares o direito de serem
ouvidos.

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19. Princípio da justiça administrativa

É garantido aos particulares o acesso à justiça administrativa na perspectiva de


fiscalização contenciosa dos actos da administração para tutela dos seus direitos
ou interesses legítimos. (Artigo 10º, do
Decreto 16-A/96, de 15 de Dezembro).

A não observação destes princípios


constitui transgressões
administrativas cujas sanções são
puníveis nos termos da lei.

20. Princípio da moralidade

Na visão de Guerreiro at.all.(2013), este princípio evita que a actuação dos


órgãos e agentes distancie-se da moral, que deve imperar com intensidade e
vigor no âmbito da Administração Pública.

Tal princípio obriga que a actividade administrativa seja pautada cotidianamente


não só pela lei, mas também pelos princípios éticos da boa-fé, lealdade e
probidade, deveres da boa administração.

Os autores explicam ainda que a moralidade administrativa constitui um


pressuposto de validade de todo acto da Administração Pública, que deve
obedecer não somente à lei, mas também a padrões éticos que podem ser
estabelecidos em cada instituição.

No caso de Angola existe um código de ética que deve ser observado, a violação
de regras éticas e morais podem eventualmente configurar uma infração
disciplinar e em casos mais graves, improbidade administrativa. Além disso, todo
e qualquer cidadão pode ajuizar acção popular contra actos públicos que
afrontem a moralidade administrativa. Anota-se ainda, que a moralidade
vinculase com o princípio da razoabilidade, pelo qual os actos do agente público
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devem ser adequados para se atingir a finalidade pública, devem ser brandos
nas restrições que causam aos particulares e os inconvenientes que causam.
Devem ser compensados por benefícios à coletividade.

22. Princípio da Publicidade

A gestão pública, em razão do princípio democrático, deve ser transparente.


Assim, a publicidade impõe a divulgação oficial do acto, processos e contratos
para o conhecimento público. Além disso, todo cidadão tem o direito de conhecer
as informações que a Administração possua a seu respeito, e as que dizem
respeito ao bem-estar da coletividade.

Para Guerreiro et. all., (2013), o


princípio da publicidade abrange
toda a atuação estatal, não só
sob o aspecto de divulgação
oficial de seus actos mas,
também, para conhecimento da
conduta interna de seus agentes.
Os actos e contratos
administrativos que omitirem ou
desatenderem à publicidade
necessária não só deixam de
produzir seus regulares efeitos como se expõem à invalidação.

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23. Princípio da eficiência

A acção da Administração Pública impõe a todo agente público de realizar suas


atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. O princípio da
eficiência é o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em ser desempenhada apenas com suposta legalidade, exigindo
resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
necessidades da comunidade e de seus membros.

Este princípio encontra o seu fundamento nas disposições conjugadas dos


artigos 36º,43º e 44º, do Decreto 16-A/95, de 15 de Dezembro, quando submete
toda actividade do executivo ao controle de resultados fortalecendo o sistema de
mérito (Decreto 33/91 de 26 de Julho) sujeita a Administração indireta a
supervisão ministerial quanto à eficiência administrativa alínea (f) do art. 15º e
alínea (c) art. 16º, II-Secção) do Decreto 33/91 de 26 de Julho, que recomenda
a despromoção ou demissão do servidor comprovadamente ineficiente ou
incompetente.

O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser


considerado em relação ao modo de actuação do agente público, do qual se
espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os
melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar
a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os
melhores resultados na prestação do serviço público.

É certo que a inclusão do princípio da eficiência, revela o descontentamento dos


serviços prestados pela administração ou por seus agentes a sociedade, ao
mesmo tempo em que isso constitui uma esperança de superação das falhas e
omissões do Estado.

Guerreiro et all.,( 2013) Entendem que isto faz com que a actividade
administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
com resultados positivos, para o serviço público seja mais satisfatório no seu
atendimento considerando as necessidades da coletividade. A lentidão, a
omissão, o desperdício de recursos públicos e a falta de planeamento são
atitudes que ofendem esse princípio.
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Figura: 1.8. – Exemplo de ineficiência

Seja um Profissional exemplar no seu trabalho.

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