Teoria Da Comunicação
Teoria Da Comunicação
Teoria Da Comunicação
COMUNICAÇÃO
TEORIA DA
COMUNICAÇÃO
Marília/SP
2023
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
TEORIA DA COMUNICAÇÃO
PROF.a KELLY DE CONTI
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 O QUE É COMUNICAÇÃO 06
CAPÍTULO 1
O QUE É COMUNICAÇÃO
https://www.freepik.com/free-vector/primal-tribe-people-illustration_4331180.htm#query=prehistory%20comunication&position=31&from_view=search&track=ais
https://www.freepik.com/free-photo/portrait-african-american-grandmother-mother-children-watching-movie-eating-popcorn-while-sitting-sofa-home-family-
lifestyle-concept_10104278.htm#query=watching%20tv&position=19&from_view=search&track=ais
ANOTE ISSO
https://www.freepik.com/free-photo/successful-business-people-with-speech-bubbles_2978556.htm#query=comunication&position=7&from_
view=search&track=sph
Mas é preciso acrescentar uma observação a esse respeito. A natureza dos estudos
em comunicação começou a partir de olhares de outros campos de conhecimento.
Como afirma Vera França (p.7 – artigo Paradigmas da Comunicação), eles “claramente
se originaram do aporte de diversas disciplinas; as práticas comunicativas suscitaram
o olhar – e se transformaram em objeto de estudo das várias ciências. Sua natureza
interdisciplinar, fundada no cruzamento de diferentes contribuições, é indiscutível”.
“Como é possível que um monte de sons façam a gente sorrir, chorar, lutar ou
dançar? Que poder é esse da vibração das moléculas de ar que quando toca nossos
tímpanos cria todo tipo de sensação?”
Essas são algumas das perguntas respondidas no podcast Ser Sonoro. A produção
traz diversos aspectos presentes nos elementos sonoros que explicam os
Comunicação, sobre a qual tratamos aqui, esta contém algumas semelhanças, como a
ideia de troca de informações. Mas seria apenas esse o princípio definidor que procuramos?
Após as definições acima, o dicionário enumera uma sequência de “expressões” que
acompanham o termo comunicação. comunicação analógica, comunicação coletiva,
comunicação interpessoal, comunicação de massa são algumas delas. No item sobre
Comunicação Social, há duas possibilidades, segundo o Michaelis: a) comunicação que
se processa entre uma empresa ou instituição e a comunidade; b) atividade profissional
que se ocupa de tal tarefa.
Essas definições começam a elencar alguns pontos importantes sobre o estudo das
teorias da comunicação. Mas ainda precisamos buscar outras questões que as envolvem.
Um aspecto importante de se mencionar trata-se do fato de alguns autores definirem
informação como o envio de mensagens sem a obrigatoriedade de retorno, enquanto
comunicação exige transmissão/recepção.
Se considerarmos essa definição, significaria que, antes do advento da internet, as
informações transmitidas por meios analógicos, como o rádio, não seria um processo
de comunicação caso não houvesse qualquer retorno – no sentido de resposta direta a
quem enviou a informação – por parte de outros indivíduos? Não se trata desse tipo de
retorno direto, mas da existência de outro indivíduo capaz de decodificar a informação.
Assim, ele a interpreta, o que já estabelece uma forma de comunicação. Isso significa
dizer que “a informação é a matéria prima da comunicação, mas existe independente
da comunicação. Quando o receptor interpreta a informação, realiza-se um processo de
comunicação” (TEMER E NERY, 2004, p. 16).
https://www.freepik.com/free-photo/people-using-digital-devices-smart-technology-double-color-exposure-effect_15667172.
htm#query=comunication&position=10&from_view=search&track=sph
CAPÍTULO 2
COMUNICAÇÃO – PROCESSOS
E OBJETO DE ESTUDO
https://www.freepik.com/free-photo/low-angle-boy-library-reading_7150703.htm#query=ler&position=15&from_view=search&track=sph
Desse modo, as autoras também afirmam que o ato do conhecimento supõe quatro
aspectos primordiais: a) a presença de sujeitos, b) um objeto ou um problema que
suscita sua atenção compreensiva, c) o uso de instrumentos de apreensão, d) um
trabalho de debruçar-se sobre.
Mas a comunicação suscita que tipos de conhecimento humano? O primeiro deles
é o prático ou operacional, uma vez que a comunicação encontra-se no domínio do
fazer. Ou seja, trata-se da “ação humana, intervenção especializada dos indivíduos no
mundo” (FRANÇA; SIMÕES, 2016, p. 19). Desse modo, o trabalho com a comunicação
supõe o domínio de determinadas técnicas e operações, a familiaridade com suas
linguagens, o desenvolvimento de certas atitudes, como a criatividade, o senso crítico,
a capacidade de organização e de síntese.
Contudo, há um outro tipo de conhecimento tão importante quanto e, inclusive,
complementar ao prático. Este é um “conhecimento mais global, que vem indagar sobre
o alcance e o significado das próprias práticas comunicativas, sobre a intervenção
e a criação dos indivíduos no terreno das imagens e dos sentidos, sobre a produção
das representações e dos mundos imaginais” (FRANÇA; SIMÕES, 2016, p. 19). As
autoras referem-se a ele como o conhecimento a respeito dos significados, sobre os
contextos e a própria intervenção humana na prática da comunicação. Constitui-se,
portanto, em um saber sobre o fazer.
Essas questões fazem parte de estudos que buscam refletir a respeito da comunicação
e sua existência enquanto fenômeno social. A procura por conhecer, compreender e
explicar esse fenômeno é o que chamamos de Teorias da Comunicação.
Mas devemos salientar um ponto de suma importância. O conhecimento faz parte
do nosso mundo, da natureza humana. Mas o conhecimento científico é aquele que
utiliza um trabalho sistemático de pesquisa e estudo, com o recurso a metodologias
específicas e bem elaboradas. Chamamos a atenção para esse ponto pois devemos
lembrar que os estudos da comunicação devem ter métodos para que sejam validados.
https://www.freepik.com/free-vector/live-breaking-news-tv-studio-interior-with-television-news-program-presenters-characters_22655992.
htm#query=jornalismo%20televis%C3%A3o&position=22&from_view=search&track=ais
Saliente-se, ainda, que não é preciso ser jornalista ou estudar Comunicação para
compreender isso. O entendimento fica claro para todos que têm esses elementos
como algo comum no seu cotidiano. Entretanto, quando falamos do segundo tipo de
conhecimento – a reflexão a respeito da prática – entramos em outro ponto: o estudo
sobre os modos de fazer. Neste, avaliamos e julgamos, por meio do conhecimento
adquirido a respeito da prática, os modos como aqueles jornalistas estão praticando o
ato de comunicar, por exemplo. Esse tipo de avaliação é que levou às diversas teorias
da comunicação, como veremos adiante.
Diante de tudo isso, vemos que a capacidade de interpretação é fundamental dentro
do processo de comunicação. E também, quando falamos em estudo (e, inclusive,
sobre as Teorias da Comunicação), devemos nos atentar aos aspectos científicos
envolvidos. Para começarmos a entender o que envolve esses estudos, devemos fazer
uma pergunta essencial: qual é o objeto de estudo da comunicação?
https://br.freepik.com/fotos-gratis/colagem-de-conceito-de-noticias-esportivas_33751815.htm#query=jornalista&position=7&from_view=search&track=sph
https://www.freepik.com/free-photo/closeup-shot-person-writing-book-with-gavel-table_25928542.htm#query=advogado&position=10&from_
view=search&track=sph
Diante de tudo isso, afirmam que o objeto empírico das Teorias da Comunicação é
a comunicação humana de uma maneira geral, e a comunicação midiática de forma
particular. Recorrendo ao exemplo da televisão, diversas disciplinas estudam o objeto
em si, mas a Comunicação estudará o processo comunicativo naquele programa,
naquela emissora, naquele jornalista em particular, etc.
Vejamos um exemplo prático disso. O resumo abaixo pertence ao artigo científico
“Webjornalismo: considerações gerais sobre jornalismo na web”, de João Canavilhas
(2003).
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21
TEORIA DA COMUNICAÇÃO
PROF.a KELLY DE CONTI
CAPÍTULO 3
A COMUNICAÇÃO
ENQUANTO CIÊNCIA
1.1 As transformações
Uma das grandes transformações ocorridas ao longo do século XIX referem-se às
questões sociais, econômicas e aos modos de comunicação. Tais mudanças viraram
objetos de reflexão por parte de diversas ciências, como a sociologia, com o objetivo
de compreender os motivos, os processos e as consequências desses eventos.
Com isso, devemos lembrar que a própria ciência encontra-se inserida em um
processo histórico e social. Isso implica dizer que, em suas investigações, emergem
as marcas das vicissitudes de seu tempo, do conhecimento acumulado anteriormente
e dos recursos disponíveis. Refletir sobre a sociedade dos séculos XIX e XX nos levam
a compreender os motivos da emergência de novos meios de comunicação e das
pesquisas sobre a comunicação em si.
Esta, como vimos anteriormente, existe desde os primórdios da civilização humana.
Por meio das pinturas rupestres e outros elementos, as pessoas buscavam se comunicar.
Também não podemos ignorar a efervescência dos estudos filosóficos na Grécia Antiga,
que também implicavam as relações humanas e sociais com as características do
discurso. Como lembram França e Simões (2016, p. 34):
https://br.freepik.com/fotos-gratis/ruinas-da-acropole_10399408.htm#query=atenas&position=24&from_view=search&track=sph
Voltando para os séculos XIX e XX, vemos a marcante presença de estudos sobre
a sociedade moderna, como fizeram, por exemplo, Alexis de Tocqueville, Max Weber,
Émile Durkheim, Karl Marx e Ferdinand Tönnies. Seus pensamentos e investigações
tomaram como ponto de partida as transformações daquele período.
Como afirma Ferreira (2001, p. 101), “a concentração populacional nos espaços,
caracterizados pela urbanização e industrialização, leva inevitavelmente a pensar na
massificação”. Esse fenômeno da “massa” foi alvo de estudos de várias áreas e com
distintos focos e objetivos. Uma consequência dessa urbanização foi o surgimento
de “organizações ditas de massa: partidos, associações, sindicatos... com suas
reivindicações coletivas. Isso sem falar em outras manifestações como o espetáculo
e o esporte, que vão neste mesmo sentido, como o cinema e o futebol”.
Nesses novos espaços e modos de convívio, agilizam-se os processos de
industrialização e de especialização da técnica. Esta fomenta a capacidade produtiva e
também afeta as relações. Ferreira (2001, p. 102) destaca que a especialização “suscitou
o aparecimento das relações contratuais. As pessoas são ligadas às obrigações por
https://br.freepik.com/fotos-gratis/interior-vista-aco-fabrica_1119672.htm#query=trabalho%20f%C3%A1brica&position=41&from_view=search&track=ais
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/telegrafo.htm
Após esse percurso, vale destacar que “não é apenas o conhecimento científico
que produz teorias”, mas também “nossa convivência e nosso desempenho no terreno
da comunicação promovem um grande estoque de conhecimentos sobre ela, mais
ou menos sistematizados”. Junto a esse conhecimento espontâneo, “no entanto, um
outro esforço compreensivo vem sendo desenvolvido no campo da ciência, através do
desenvolvimento de inúmeros estudos sobre os meios de comunicação e a realidade
comunicativa”. Desse modo, “a teoria ou as teorias da comunicação são o resultado
Paul Lazarsfeld
https://lnrj.wordpress.com/teoricos-da-comunicacao/paul-lazarsfeld/
Todo esse contexto fica nítido nesses estudos, muitos dos quais estão intimamente
ligados a questões de ordem política e econômica. Por um lado, a expansão da produção
industrial e a necessidade de ampliar a venda dos novos produtos – ou seja, de
de estimular a formação e a ampliação dos mercados consumidores – “impulsiona
o investimento em pesquisas voltadas para o comportamento das audiências e
para o aperfeiçoamento das técnicas de intervenção e de persuasão”. Por outro, “a
reacomodação do mundo sob o impacto da fase monopolista do capitalismo, bem
como a ascensão dos Estados Unidos como grande potência imperialista, atribuem
à comunicação um papel estratégico” (FRANÇA; SIMÕES, 2016, p. 36).
Neste ponto, as duas Grandes Guerras também impactaram, consideravelmente,
os papeis dos meios de comunicação:
Joseph Goebbels
https://www.elconfidencial.com/cultura/2015-04-20/goebbels-hitler-derechos-de-autor-nazismo_762747/
O pioneirismo de Otto Groth rende, até os dias atuais, diversas análises a respeito
de seus estudos e avanços. Alguns de seus principais textos constam na obra “O
poder cultural desconhecido: Fundamentos da ciência dos jornais”, traduzido para o
português por Liriam Sponholz.
CAPÍTULO 4
AS CLASSIFICAÇÕES DAS
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
https://www.freepik.com/free-photo/front-view-stacked-books-ladders-with-copy-space-education-day_21745444.htm#page=2&query=estudo&position=48&from_
view=search&track=sph
1.2 Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é uma característica fundamental das teorias da comunicação,
uma vez que a comunicação é um fenômeno complexo que envolve diferentes
dimensões e perspectivas. Como campo de estudo, a comunicação engloba várias
disciplinas acadêmicas, como sociologia, psicologia, ciência política, antropologia,
linguística, filosofia, entre outras.
https://br.freepik.com/fotos-gratis/disposicao-de-livros-de-vista-superior_12975498.htm#query=livros&position=34&from_view=search&track=sph
podemos citar estas abaixo. As definições são apenas alguns resumos de conceitos
e análises mais complexos, os quais veremos nos próximos capítulos.
• Abordagem funcionalista: esta abordagem teórica enfatiza a forma como a
comunicação é usada para satisfazer necessidades sociais, como a coordenação
social, a transmissão de informação e a formação de identidade.
• Abordagem crítica: destaca como a comunicação é usada para perpetuar
desigualdades e relações de poder na sociedade, e busca desafiar e transformar
essas relações.
• Abordagem cultural: neste caso, a análise engloba a forma como a comunicação
é usada para construir e transmitir significados culturais e simbólicos, e como
esses significados moldam as interações sociais.
• Abordagem interpretativa: esta abordagem teórica foca a interpretação e a
subjetividade na comunicação, e busca entender como os indivíduos constroem
significados a partir das mensagens que recebem.
• Abordagem histórica: destaca a importância do contexto histórico e das mudanças
sociais na compreensão da comunicação ao longo do tempo.
• Abordagem sistêmica: enfatiza a forma como a comunicação é integrada em
sistemas mais amplos, como sistemas políticos, econômicos e culturais.
Cada uma dessas abordagens teóricas oferece uma perspectiva para entender
a comunicação, e muitas teorias de comunicação combinam várias delas em suas
análises.
https://br.freepik.com/psd-gratuitas/mulher-trabalhando-dela-laptop_4153268.htm#query=computador&position=22&from_view=search&track=sph
- Primeira fase
A primeira fase surgiu a partir da década de 1920 e é, predominantemente, baseada
em modelos de transmissão, os quais enfatizam a comunicação como um processo
de envio de mensagens de um emissor para um receptor através de um meio de
comunicação. Algumas das teorias dessa fase incluem:
- Segunda fase
A segunda fase começou a surgir por volta da década de 1960 e foi marcada por
uma mudança de foco, que passou da transmissão de mensagens para a produção
de significados e sentidos na comunicação. Algumas teorias importantes desta fase
incluem:
• Teoria da Agenda Setting: Esta teoria, proposta por Maxwell McCombs e Donald
Shaw em 1972, sugere que a mídia não apenas transmite informações, mas também
tem a capacidade de influenciar a agenda pública, destacando certos temas e questões
em detrimento de outros. Desse modo, ela se concentra no papel da mídia na definição
da agenda pública, ou seja, na seleção e ênfase de tópicos e questões que se tornam
importantes na agenda pública. A teoria argumenta que a mídia tem o poder de definir
quais questões são consideradas importantes pela sociedade, ao enfatizar certos
temas e negligenciar outros. Ela sustenta que a mídia não apenas reflete a realidade,
mas também molda a percepção pública da realidade.
de controle e manipulação social, usadas pelas elites dominantes para manter seu
poder e controlar a opinião pública. Ela questiona a ideia de que a mídia é um espaço
pluralista e democrático onde diferentes vozes e opiniões podem ser ouvidas.
- Terceira fase
Essas são apenas algumas das principais escolas e centros de estudo de teorias da
comunicação, e há outros que se concentram em diferentes aspectos da comunicação
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 5
MASS COMMUNICATION
RESEARCH
A obra que se costuma indicar como o marco desse campo é “Propaganda Techniques
in the World War”, de Lasswell, publicada em 1927. Os primeiros estudos sobre a mídia
foram realizados por psicólogos e sociólogos que estavam interessados em entender
como a mídia poderia ser usada para educar e informar as massas. Com o passar dos
anos, a Mass Communication Research evoluiu para se tornar um campo interdisciplinar,
que busca entender como a comunicação de massa afeta a sociedade e a cultura.
https://www.amazon.com.br/Propaganda-Technique-World-Harold-Lasswell/dp/1614275068
https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/livros/noticia/2021/12/hq-rara-do-super-homem-e-vendida-por-us-26-milhoes-ckxes21ja002a01fb29izy1oq.html
ANOTE ISSO
https://www.californiamuseum.org/inductee/gregory-bateson
Assim, a Escola de Palo Alto foi uma das pioneiras no estudo dos sistemas
complexos, entendendo que as interações entre os indivíduos e o ambiente são
mais importantes do que as características individuais isoladas. A partir disso, os
pesquisadores desenvolveram técnicas terapêuticas e educacionais que levam em
conta o contexto em que o indivíduo está inserido, além de buscar soluções que
envolvam a participação ativa de todas as partes envolvidas.
Entre as principais contribuições da Escola de Palo Alto estão a Terapia Familiar
Sistêmica e a Comunicação Não-Violenta, que se tornaram ferramentas importantes
em diversas áreas do conhecimento.
Com esse processo em mente, a Escola de Palo Alto desenvolveu um modelo de
comunicação que enfatiza a natureza circular e recursiva do processo comunicativo.
Nesse modelo, a comunicação é vista como um processo em que as pessoas trocam
informações por meio de símbolos, que são interpretados dentro de um contexto.
O modelo da Escola de Palo Alto enfatiza a importância da retroalimentação na
comunicação. De acordo com essa abordagem, a comunicação não é uma linha reta
entre emissor e receptor, mas sim um processo circular e recursivo. Isso significa que
a comunicação é influenciada pelo contexto em que ocorre e que a retroalimentação
é essencial para que a comunicação seja efetiva.
Além disso, a Escola de Palo Alto enfatiza a importância da meta-comunicação na
comunicação humana. A meta-comunicação é a comunicação sobre a comunicação, ou
seja, é quando as pessoas usam a comunicação para transmitir informações adicionais
sobre a mensagem, como sua intenção, emoções e atitudes.
Portanto, a Escola de Palo Alto se concentra nas interações entre os indivíduos e o
ambiente, e como isso influencia o comportamento humano. Essa escola é conhecida
por sua abordagem sistêmica, que busca entender como as interações entre as pessoas
em um contexto específico podem afetar o comportamento e a saúde mental dos
indivíduos.
CAPÍTULO 6
AS TEORIAS DE BASE
https://www.freepik.com/free-photo/laptop-computer-book-workplace-library-room_3737799.htm#query=livros%20
comunica%C3%A7%C3%A3o&position=8&from_view=search&track=ais
https://br.freepik.com/fotos-gratis/pais-medianos-e-menina-com-livro_14530217.htm#query=familia%20livro&position=10&from_view=search&track=ais
https://br.freepik.com/fotos-gratis/amigos-multietnicos-rindo-enquanto-assistiam-a-um-filme-de-comedia-curtindo-o-tempo-que-passavam-juntos-animados-
misturados_15938748.htm#query=amigos%20televis%C3%A3o&position=2&from_view=search&track=ais
No entanto, uma das críticas à linha funcionalista destaca sua ênfase na estabilidade
e na harmonia social, em detrimento da mudança social e do conflito. Alguns críticos
argumentam que essa abordagem pode ser usada para justificar a manutenção de
estruturas sociais desiguais e opressivas.
6.3 Behaviorismo
O behaviorismo é uma abordagem psicológica que se concentra no estudo do
comportamento humano e animal. Ela enfatiza a importância do ambiente e da
experiência na formação do comportamento.
O fundador dessa linha de análise foi o norte-americano J. B. Watson (1878-1958). Se
anteriormente citamos a base das ciências biológicas no funcionalismo, aqui também
a proposta era tornar a Psicologia como as ciências naturais. Esse objetivo seria
https://www.firstdiscoverers.co.uk/child-development-theories-john-watson/
https://comportese.com/2012/06/14/o-behaviorismo-a-educacao-e-a-desinformacao/
https://www.freepik.com/free-photo/fright-woman-with-newspaper_1186543.htm#query=medo%20jornal&position=8&from_view=search&track=ais
CAPÍTULO 7
A TEORIA MATEMÁTICA
E OS EIXOS DA MASS
COMMUNICATION RESEARCH
https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-lateral-de-um-microfone-de-radio-com-espaco-de-copia_11797775.htm#query=radio&position=5&from_
view=search&track=sph
massa; (2) o estudo dos efeitos provocados pelos meios nas audiências. Falaremos
sobre esses desdobramentos na sequência.
Antes de entrarmos neles, porém, vamos conhecer uma linha de estudos que se
desenvolveu nesse mesmo período: a Teoria Matemática da Comunicação. Como
se trata de uma forma de análise relativamente distinta em função de sua proposta,
traremos seu contexto e suas características antes de abordarmos as teorias da Mass
Communication Research.
https://energiainteligenteufjf.com.br/especial/shannon-e-a-teoria-da-informacao/
https://www.freepik.com/free-photo/group-people-taking-interview-outdoors_16133174.htm#query=jornalista%20pol%C3%ADtico&position=9&from_
view=search&track=ais
https://br.freepik.com/fotos-gratis/feliz-jovem-afro-americana-com-fones-de-ouvido-pesquisa-musica-no-site-da-internet-para-fazer-upload-na-lista-de-
reproducao-usa-um-celular-moderno-conectado-a-wi-fi-em-uma-cafeteria-aconchegante-menina-hippie-ouvindo-audio_9545218.htm#query=ouvindo%20
radio&position=2&from_view=search&track=ais
Como exemplo deste segundo caso, podemos citar a disfunção narcotizante, criadas
por Lazarsfeld e Merton (1978, p. 241). Neste caso, os meios de comunicação de
massa, como a televisão e os jornais, podem ter um efeito narcotizante sobre as
pessoas, levando-as a se preocupar mais com informações do que com a ação. Os
autores apontavam que, quando as pessoas são expostas a grandes quantidades de
informações sobre um assunto, elas podem se sentir mais informadas, mas também
podem se tornar passivas e apáticas em relação a ele. Isso ocorre porque elas acreditam
que já sabem o suficiente sobre o assunto e não sentem a necessidade de fazer
mais nada a respeito. Afirmam os autores que o cidadão, nessa situação, “acaba
confundindo conhecer os problemas do momento com fazer algo a seu respeito”
(Lazarsfeld; Merton, 1978, p. 241).
Vários outros autores também criaram classificações e definições sobre as funções
dos meios de comunicação de massa. Mas, mais do que apresentar todas, devemos
observar o objetivo comum a elas, o qual se trata de analisar os papeis desses meios
na perspectiva da sociedade e dos indivíduos e os impactos no bom funcionamento do
sistema social. Também consideremos que cada função elaborada pelos autores não
é, necessariamente, excludente. Ou seja, diversas funções podem se complementar.
nesse sentido, o foco analítico se volta para o âmbito da recepção, a fim de perceber
as mudanças individuais de opinião, atitude, comportamento”.
https://br.freepik.com/fotos-gratis/retrato-de-jovem-sentado-no-sofa-cinza-e-olhando-espantado-no-laptop-em-casa_22540739.htm#query=computador%20
medo&position=7&from_view=search&track=ais
Um elemento notório, ainda, é que grande parte das pesquisas – como aquelas
que tratavam das audiências, efeitos de campanhas políticas e propagandas – “eram
CAPÍTULO 8
TEORIA DA AGULHA E
HIPODÉRMICA E TEORIA
DA PERSUASÃO
https://www.freepik.com/free-photo/syringe-hand-isolated-white_20988072.htm#query=agulha%20hipodermica&position=32&from_view=search&track=ais
https://www.freepik.com/free-photo/people-holding-retro-television-each-other_2894273.htm#query=cabe%C3%A7a%20de%20
televis%C3%A3o&position=22&from_view=search&track=ais
Durante o período das duas guerras, inclusive, houve uma grande disputa
propagandista. Muitos dos cartazes americanos também ficaram bastante famosos.
O “Tio Sam” foi um dos mais impactantes nesse sentido. O pôster de recrutamento do
Exército dos EUA, ainda na época da Primeira Guerra Mundial, mostra um comandante
apontando o dedo para o espectador e incentivando os jovens a se alistar no esforço
de guerra.
A arte foi criada pelo ilustrador americano James Montgomery Flagg. A primeira
aparição foi na capa da edição de 6 de julho de 1916 da revista Leslie’s Weekly, com
o título “O que você está fazendo para se preparar?”. Posteriormente, “a imagem foi
adaptada pelo Exército dos EUA para o cartaz com o novo e inesquecível apelo à ação.
Mais de 4 milhões de cópias foram impressas entre 1917 e 1918” (KNAUER, 2017).
Na imagem ao lado, a ideia é bastante semelhante. O pôster de 1945 mostra uma
família alemã com roupas militares e afirma: “Frankfurt, a cidade da linha de frente,
será mantida [por nós]!”. A ideia é que a cidade deveria ser defendida contra os ataques
dos Aliados. Isso significava que até mesmo os civis deveriam se mobilizar pela causa.
Mas não é apenas nas guerras e em espaços políticos que isso acontece. Esse
tipo de convencimento imperativo aparece de modo bastante semelhante em diversas
propagandas, por exemplo. É o caso da famosa mensagem “compre Baton” e “peça
Baton”, utilizadas em peças publicitárias da década de 1990. Buscava-se atingir as
crianças para que pedissem o chocolate da Garoto para os pais.
http://edasuaepoca.blogspot.com/2012/03/1990-propaganda-baton.html
https://lnrj.files.wordpress.com/2011/05/carliverhovland.jpg
https://www.linkedin.com/pulse/os-5-mandamentos-para-uma-boa-comunica%C3%A7%C3%A3o-luciana-carpinelli/?originalSubdomain=pt
Outro viés importante nos estudos do autor refere-se à credibilidade da fonte, considerando
ela uma das variáveis mais importantes na determinação da eficácia da mensagem
persuasiva. De acordo com Hovland, essa credibilidade também sofre influência de alguns
fatores, sendo os principais: competência e confiabilidade.
A competência diz respeito ao grau em que a fonte da mensagem é percebida como
tendo conhecimento ou experiência em relação ao assunto em questão. Já a confiabilidade
se refere ao grau de percepção de que a fonte da informação é honesta e confiável.
Uma série de estudos buscou investigar a importância da credibilidade e, segundo o autor,
descobriram que as mensagens persuasivas apresentadas por fontes altamente credíveis
eram mais eficazes na mudança de atitudes do público do que aquelas apresentadas por
fontes de baixa credibilidade. Além disso, eles também apontavam que a importância
da credibilidade da fonte era maior em situações em que a mensagem era ambígua ou
contraditória.
Outro argumento importante discutido por Hovland era a de que a repetição da mensagem
é uma das maneiras mais eficazes de aumentar a persuasão. Segundo ele, a familiaridade
da mensagem a torna mais fácil de lembrar. Além disso, ele argumentou que a repetição
pode ajudar a reduzir a resistência à mensagem, permitindo que ela seja processada com
mais facilidade e levando a uma mudança mais rápida de atitudes.
Em suas investigações a esse respeito, propôs que a repetição da mensagem aumentava
a persuasão, mas apenas até um certo ponto. Ele percebeu que, depois de mostra-la
insistentemente, o convencimento começava a diminuir, sugerindo que a fadiga da
mensagem pode ocorrer se houver exagero.
Também apontou uma outra variável nesse sentido: se a fonte da mensagem for
considerada altamente credível e confiável, a repetição pode levar a uma mudança mais
rápida de atitudes. No entanto, se a fonte for considerada de baixa credibilidade, a repetição
pode não ser eficaz ou até mesmo prejudicar a persuasão.
https://www.freepik.com/free-photo/man-yelling-his-brother_1157237.htm#query=erro%20de%20comunica%C3%A7%C3%A3o&position=28&from_
view=search&track=ais
Com isso, nota-se que essa perspectiva busca compreender o que há além do
processo de estímulo e resposta. Ou seja, dava-se conta de que “esse processo obedece
a uma lógica bem mais complexa do que descrito pelas leituras anteriores”. Desse
modo, “dois avanços podem ser aqui contabilizados: primeiramente, a ideia de instinto
(resposta instintiva) cede lugar à identificação de respostas distintas emitidas por
indivíduos dotados de personalidades diferentes”. E outro ponto é que “a ideia de um
estímulo é substituída por uma estrutura de causas; os efeitos são resultados da
intervenção de vários fatores atuantes” (FRANÇA, SIMÕES, 2016, p. 65).
CAPÍTULO 9
MODELO DE LASSWELL
E TEORIA DOS EFEITOS
LIMITADOS
http://photoarchive.lib.uchicago.edu/db.xqy?one=apf1-10329.xml
https://www.freepik.com/free-photo/male-business-executive-giving-speech_8236858.htm#query=pol%C3%ADtico&position=6&from_view=search&track=sph
https://www.freepik.com/free-photo/angry-businessman-yelling-laptop-home_4360411.htm#query=pessoa%20digitando%20brava&position=2&from_
view=search&track=ais
https://www.freepik.com/free-photo/cheerful-business-woman-standing-grey-wall-with-newspapers_7337953.htm#query=mulher%20negra%20lendo%20
jornal&position=25&from_view=search&track=ais
O clássico estudo “The People’s Choice” (1948), de Paul Lazarsfeld, Bernard Berelson
e Hazel Gaudet, todos da Universidade de Columbia, foi importante nessa linha de
raciocínio. Segundo Pedro Mundim (2007, p. 1), a pesquisa queria entender como
era “a formação, a mudança e o desenvolvimento da opinião pública durante uma
eleição presidencial. A hipótese era de que a mídia teria um importante papel nesse
processo. Tanto que o seu potencial para manipular a opinião pública era uma das
preocupações normativas dos pesquisadores”.
Contudo, como também destaca o autor, “os resultados da pesquisa apontaram
para um exagero das preocupações sobre os efeitos da mídia. Não era alto o número
de pessoas que tinha contato com as informações políticas produzidas durante as
eleições. Somente uma pequena parcela dos eleitores estava sujeito à mudança do voto:
os indecisos”. A influência das mensagens veiculadas pelos meios de comunicação
acontecia “de maneira indireta e mediada, através do contato pessoal com indivíduos
mais expostos às informações políticas, os ‘líderes de opinião’.
Sobre esses personagens, falaremos a seguir. Antes, vejamos algumas das principais
ideias da teoria dos efeitos limitados incluem:
Uma das análises pioneiras nessa linha foi o “Estudo de Eleição de Erie County”,
desenvolvida pela equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia liderada por
Paul F. Lazarsfeld. A pesquisa foi uma das primeiras a utilizar métodos empíricos para
analisar a influência dos meios de comunicação na formação de opiniões políticas e
comportamentos eleitorais.
O estudo foi conduzido durante a eleição presidencial dos Estados Unidos em
1940, na qual o candidato democrata Franklin D. Roosevelt foi reeleito. A equipe de
Lazarsfeld selecionou aleatoriamente um grupo de eleitores do Condado de Erie, em
Ohio, para participar do estudo.
https://cropper.watch.aetnd.com/public-content-aetn.video.aetnd.com/video-thumbnails/AETN-History_Prod/74/236/History_Speeches_1146_FDR_Statement_
of_Neutrality_still_624x352.jpg
A respeito dos líderes de opinião, vale a pena citar a ideia do fluxo de comunicação
em dois passos (teoria do two-step flow of communication), segundo a qual a mídia não
influencia diretamente o público, mas sim através de pessoas influentes. As mensagens,
portanto, são transmitidas inicialmente para um pequeno grupo de líderes de opinião,
que depois disseminam essas mensagens para um público mais amplo. Essa teoria
enfatiza a importância do papel dos intermediários no processo de comunicação e
influência.
https://www.freepik.com/free-photo/still-life-business-roles-with-various-pawns_24749581.htm
CAPÍTULO 10
DESDOBRAMENTOS
NO JORNALISMO
Assim, como destacam França e Simões (2016, p. 78), ao propor essa função de
agenda dos meios de comunicação, a agenda-setting muda o olhar sobre a natureza
dos efeitos acarretados na sociedade. Eles passam a ser vistos como “consequências a
longo prazo, cumulativas e que afetam a construção do entorno cognitivo dos sujeitos.
Ou seja, emerge a visão de que os meios participam da construção do estoque de
conhecimentos do mundo e atuam, portanto, na própria construção da realidade sócia”.
https://www.elon.edu/u/news/2011/03/31/father-of-agenda-setting-theory-donald-shaw-leaves-impact-on-communications-students/
e uma sistemática que relate essas influências apontadas leva essa proposta a ser
chamada, de modo mais frequente e preciso, de “hipótese do agendamento”.
Dessa forma, o agendamento agrega contribuições diversas nas reflexões a respeito
do modo como a mídia pauta temáticas e discussões na sociedade e, assim, partida da
construção da realidade. Mas a cautela necessária se refere ao fato de que é preciso
ter cuidado para não exagerar no poder dados aos meios de comunicação, como fez
a teoria da bala mágica no passado. Os elementos mais agregadores dessa hipótese
são as discussões sobre as escolhas dos temas e seus destaques dentro da mídia,
a importância disso para a realidade social e os efeitos de longo prazo que podem
advir dessas escolhas.
dos meios” (FRANÇA E SIMÕES, 2016, p. 80). Isso significa encontrar “uma vinculação
entre as necessidades do público e o uso dos meios de comunicação de massa”.
https://fch.lisboa.ucp.pt/pt-pt/noticias/memoriam-elihu-katz-1926-2021-63281
Nesse texto citado, os autores trazem dois eixos principais para investigar os
usos e gratificações pela mídia. O primeiro deles é “apreender as necessidades e os
interesses dos indivíduos, a partir de uma classificação e uma hierarquização dos
mesmos, de modo a identificar os conteúdos midiáticos que possam satisfazê-los”.
Já o segundo “analisa o conteúdo dos programas específicos, a fim de inferir as
possíveis necessidades que pretendem satisfazer” (FRANÇA E SIMÕES, 2016, p. 80).
Algumas das necessidades identificadas pelas pesquisas estão:
• Entretenimento: busca por diversão e como um escape às tensões do cotidiano;
• Relacionamento pessoal ou integração: uma procura de companhia ou de
insumos que possam garantir a conversação e a discussão sociais, ou seja,
as pessoas utilizam os meios de comunicação para expressar suas opiniões,
sentimentos e pensamentos
• Identificação: busca por reconhecimento de situações e personagens que possam
afirmar e/ou desconstruir questões ligadas à própria vida;
• Conhecimento ou vigilância: procura de informações e novidades que possam
enriquecer a experiência vivida pelos sujeitos e e obtenção de conhecimento
sobre o mundo ao seu redor.
https://www.freepik.com/free-photo/happy-young-woman-sitting-sofa-home-watch-
Desse modo, também vemos que os receptores são vistos como indivíduos ativos e
racionais. Eles identificam suas próprias necessidades e realizam suas escolhas frente
ao leque de possibilidades oferecido pela mídia. Esse olhar sobre o modo como os
sujeitos agem na sua relação com os veículos de comunicação foi uma contribuição
essencial dessa teoria.
Contudo, também vale observar que muitos teóricos apontam as dificuldades de
sistematizar e categorizar de modo preciso as necessidades humanas e os níveis de
satisfação. Outro ponto é que, muitas vezes, tais usos da mídia por advir de aspectos que
se encontram inconscientes no sujeito. Esse fator pode levar a resultados imprecisos
se a pesquisa não tiver o aprofundamento necessário. Tomar os indivíduos de modo
isolado e autônomo também pode ser um risco se minimizar o poder da mídia na
determinação daquilo que vai ser veiculado e oferecido aos sujeitos.
1.3 Newsmaking
A teoria do newsmaking (produção de notícias, em tradução livre) é uma abordagem
da comunicação que se concentra na maneira como as notícias são produzidas pelos
jornalistas e pela mídia em geral. Ela sugere que a produção de notícias não é um
processo neutro, mas sim influenciado por fatores como valores jornalísticos, pressões
comerciais, interesses políticos e ideológicos, entre outros.
A teoria parte do pressuposto de que os jornalistas selecionam, organizam e
apresentam as informações de acordo com suas próprias crenças e valores, bem
como de acordo com as normas e práticas profissionais da indústria jornalística. Desse
modo, as notícias não são uma simples representação da realidade, mas sim uma
construção social que reflete as prioridades e perspectivas dos jornalistas e da mídia.
O conceito de gatekeeper (ou “guardião do portão”) desenvolvido por Kurt Lewin,
em texto sobre as dinâmicas dos grupos sociais, publicado em 1947, “é retomado em
diferentes estudos que procuram perceber o que (ou quem) funciona como cancela ou
porteiro em um fluxo de notícias”. Ou seja, refere-se ao papel dos jornalistas na seleção
e no controle do fluxo de informações que chegam ao público por meio das notícias.
De acordo com esse conceito, os jornalistas atuam como gatekeepers, decidindo
quais informações serão divulgadas e em que formato, e quais serão descartadas
ou deixadas de lado.
https://www.freepik.com/free-photo/young-business-man-talking-phone-working-computer_11601442.htm#query=telefone%20escritorio&position=3&from_
view=search&track=ais
Mauro Wolf (2003, p. 185) apresenta a pesquisa de David Manning White, que
conduziu um estudo de caso sobre um jornalista, com 25 anos de experiência,
cujo papel é selecionar notícias de agências que serão publicadas no jornal. Ele
permitiu “compreender como ocorre o processo de seleção, tanto quantitativa como
qualitativamente”.
Os gatekeepers, assim, podem ser influenciados por diversos fatores, como sua visão
de mundo, sua formação profissional, os valores jornalísticos, as pressões comerciais,
as preferências dos leitores e as demandas dos editores e proprietários dos meios de
comunicação. Esses fatores podem levar os jornalistas a selecionar certas notícias
em detrimento de outras, a dar mais destaque a algumas histórias do que a outras,
ou a interpretar os eventos de maneira particular.
https://www.freepik.com/free-photo/top-view-women-doing-radio-together_11797742.htm#from_view=detail_serie
Outro ponto que vale destaque na teoria do newsmaking é que as notícias são vistas
como uma construção da realidade, mas não como distorção ou manipulação (WOLF,
2003), formas de observação que orientaram muitas das pesquisas anteriormente.
Além disso, levantou possibilidades de análises sobre a atuação dos jornalistas.
Um aspecto, por exemplo, é observar como os jornalistas atuam como intermediários
entre os eventos e o público, interpretando as informações e fornecendo contexto
e análise crítica. Eles também podem servir como mediadores entre as fontes de
informação e o público, selecionando e filtrando as informações de acordo com suas
próprias crenças e valores.
Eles também fazem escolhas como o enquadramento das notícias. Ou seja,
organizam as informações em torno de um foco, que é uma perspectiva ou ponto de
vista específico que guia a cobertura da notícia. O enquadramento pode ser influenciado
por fatores como os valores jornalísticos, as pressões comerciais, os interesses políticos
e ideológicos, entre outros.
https://www.freepik.com/free-photo/woman-s-hands-with-magazine_933063.htm#query=reda%C3%A7%C3%A3o%20jornal&position=24&from_
view=search&track=ais
CAPÍTULO 11
ESCOLA DE FRANKFURT
https://www.fischerverlage.de/autor/max-horkheimer-1002297
https://www.blogletras.com/2019/05/engagement-de-theodor-w-adorno.html
sociais e políticas para entender como elas perpetuam a desigualdade e a injustiça. Esta
foi a principal contribuição da Escola de Frankfurt. Ao longo deste capítulo, veremos
como isso funcionou e as heranças deixadas por esse grupo de pensadores.
ANOTE ISSO
Fica bastante evidente, na Teoria Crítica, uma perspectiva que busca promover a
crítica aos rumos tomados pela racionalidade iluminista. Esta, prometeria a libertação
da razão, mas promoveria uma coerção por trás desse discurso.
Adorno e Horkheimer (1985, p. 24) afirmam que “o esclarecimento comporta-se
com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na
medida em que pode manipulá-los”. Na citação, eles comparam o esclarecimento -
https://redahelp.com.br/repertorio/arthur-schopenhauer/
CAPÍTULO 12
A ESCOLA FRANCESA
sentidos e significados. Isso é alcançado através do uso de signos e símbolos, que são
influenciados pelas normas culturais e sociais.
Além disso, a escola francesa é uma abordagem multidisciplinar que combina ideias
da linguística, filosofia, antropologia, psicanálise e a comunicação. Assim, há estudos
com variados focos.
Um dos precursores dos estudos foi Ferdinand de Saussure, considerado o pai da
linguística moderna. Em sua corrente, buscou delimitar, em seu Curso de Linguística Geral,
o objeto de estudo da Linguística: a língua. A respeito desta, destaca-se sua circunscrição
em relação à linguagem:
[...] mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a
linguagem; é somente uma parte determinada, essencial dela,
indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da
faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias,
adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade
nos indivíduos. (...) A língua constitui algo adquirido e convencional”.
(SAUSSURE, 2000, p. 17)
Essa separação entre língua e linguagem é importante em seu trabalho por abrir caminho
para delimitar as relações dicotômicas por ele estabelecidas, a começar pela bifurcação
língua (langue) e fala (parole). A primeira precede a segunda, uma vez que a língua é uma
instituição social, enquanto a fala configura um ato individual. Esta representa o colocar
em prática a língua – o código socialmente compartilhado – pelo falante.
https://colunastortas.com.br/ferdinand-de-saussure/
Por ser esse produto social que acontece em determinada comunidade linguística e
possuir um código homogêneo é que Saussure caracteriza a língua como o objeto de
sua área do conhecimento. Enquanto a fala é um mecanismo psíquico-físico individual,
a língua possui seus padrões de combinação com “[...] um sistema gramatical que
existe virtualmente em cada cérebro ou, mais exatamente, num cérebro dum conjunto
de indivíduos, pois a língua não está completa em nenhum, e só na massa ela existe
de modo completo” (SAUSSURE, 2000, p. 21).
Outra dicotomia determinante nos estudos desse linguista, aliás, refere-se ao par
“sincronia” e “diacronia”. A primeira estuda a língua e suas estruturas em determinado
momento. A diacronia se refere à perspectiva que investiga as transformações ao
longo do tempo. Saussure debruçava-se sobre o primeiro modo para investigar as
estruturas linguísticas em determinado recorte temporal.
A partir dessas percepções, ele pôde desenvolver a formulação do signo linguístico, o
qual “[...] une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica”
(SAUSSURE, 2000, p.80). O autor, posteriormente, denominá-los-á de significado e
significante, respectivamente. Este confere à língua uma instância psíquica, afinal,
os falantes não são capazes de uma execução idêntica dos sons. O que permitiria
o reconhecimento mútuo desses sons é a identificação dos fonemas, “[...] a imagem
sensorial que temos da produção física dos sons”. Então, ocorrem psiquicamente “[...]
representações dos sons fazendo que, mesmo que foneticamente não sejam iguais,
possa haver um mecanismo psíquico que permite o reconhecimento desses sons em
torno de uma mesma unidade da língua, os fonemas” (DEZERTO, 2010, p.66).
O papel da língua, portanto, é “[...] servir de intermediário entre o pensamento e o
som, em condições tais que uma união conduza necessariamente a delimitações
recíprocas de unidades.” (SAUSSURE, 2000, p. 131). Ou seja, a associação entre
significado e significante não pode ser mudada pela vontade individual, pois essa
relação é indissolúvel.
https://www.freepik.com/free-photo/good-book-cup-coffee-morning_12652205.htm#query=leitura&position=4&from_view=search&track=sph
https://shop.tlon.it/prodotto/il-vocabolario-delle-istituzioni-indoeuropee-economia-parentela-societa-emile-benveniste/
concluir, uma vez que a data informada não existe. Como afirma Lacan (1998, p. 508),
“o que essa estrutura significante revela é a possibilidade que eu tenho, justamente
na medida em que sua língua é comum com outros sujeitos, isto é, em que a língua
existe, de me servir dela para expressar algo completamente diferente do que ela
diz”. Ao contrário do algoritmo saussuriano, cuja estrutura já trazia previamente os
elementos de sua composição de forma indissociável, o lacaniano preza por essa
variação significante e sua imersão no contexto.
De diversos modos e em várias áreas do conhecimento, outros autores também
utilizaram reflexões semelhantes para tratar das relações entre a linguagem, o sujeito,
a sociedade e os contextos envolvidos na comunicação.
Jacques Derrida, por exemplo, desenvolveu uma crítica radical à noção de estrutura,
enfatizando a importância da desconstrução como método de análise crítica. Ele
contribuiu para as reflexões que criticavam a ideia de que a linguagem pode transmitir
significado de forma objetiva e transparente. Derrida argumenta que todas as estruturas
têm lacunas e contradições internas que são suprimidas pelo uso da linguagem, e
que a desconstrução revela essas falhas e instabilidades.
Já Michel Foucault buscou a análise das relações de poder, das instituições sociais
e da sexualidade. No que tange às relações de poder, Foucault acreditava que elas não
são algo que se possa possuir, mas sim uma relação social que se estabelece entre
as pessoas em contextos específicos. Ele propôs uma análise das práticas discursivas
e institucionais que constituem e mantêm as relações de poder.
https://revistacult.uol.com.br/home/michel-foucault-e-a-zona-noturna-da-vida/
https://br.freepik.com/fotos-gratis/pessoas-assistindo-noticias-na-tv_32222141.htm#query=ricos%20assistindo%20televis%C3%A3o&position=23&from_
view=search&track=ais
Uma das principais ferramentas utilizadas pela semiótica para a análise dos meios
de comunicação é a análise dos códigos. Os códigos são sistemas de regras que
governam a forma como os signos são utilizados para transmitir significado. Através
da análise dos códigos, a semiótica busca identificar os padrões e as convenções que
governam a utilização dos signos em um determinado meio de comunicação, tais
como o cinema, a televisão, a publicidade, entre outros.
A semiótica também utiliza a noção de polissemia para a análise dos meios de
comunicação. A polissemia se refere à capacidade que os signos têm de transmitir
múltiplos significados. Ao analisar a polissemia em um determinado meio de
comunicação, a semiótica busca identificar os diferentes significados que os signos
utilizados nesse meio podem transmitir, e como esses significados podem ser
interpretados de maneiras diferentes por diferentes grupos de pessoas.
Enquanto isso, a análise do discurso é uma abordagem que busca entender o
discurso como um fenômeno social, cultural e político que está relacionado a questões
de poder, ideologia e identidade. Ela considera que o discurso é uma prática social
que é influenciada por fatores como a cultura, a história e as relações de poder, e que,
por sua vez, contribui para moldar esses fatores.
A análise do discurso envolve a investigação a respeito de como o discurso é
produzido, transmitido e interpretado em diferentes contextos e por diferentes grupos
de pessoas. Isso inclui a análise de elementos como a estrutura linguística do discurso,
as formas de expressão e as convenções sociais que governam sua produção e
interpretação.
Em diversos estudos, a análise das ideologias, dos valores e das relações de poder
também estão em evidência. Isso envolve a compreensão de como o discurso é usado
para construir e reforçar as identidades sociais, para sustentar ou contestar normas
sociais e políticas, e para reproduzir ou transformar as relações de poder existentes.
Entre as duas abordagens mencionadas, a semiótica concentra-se na análise dos
signos, como imagens, textos, sons, entre outros, e como eles transmitem significado.
Por outro lado, a análise do discurso se concentra na relação entre o discurso e o
contexto social, político e histórico em que ele é produzido e interpretado.
Em termos de metodologia, a análise do discurso utiliza principalmente técnicas que
examinam as características discursivas e os contextos de produção desse discurso,
o que inclui as relações de poder, a cultura, etc. A semiótica utiliza uma variedade de
técnicas para analisar os signos, incluindo a análise estrutural, a análise narrativa e
a análise semiótica multimodal.
A semiótica ajuda a entender como esses sistemas de signos funcionam e como eles
são usados na comunicação. Por exemplo, na comunicação verbal, a semiótica ajuda
a entender como as palavras são utilizadas para construir significados e como esses
significados são interpretados pelos indivíduos. Na comunicação visual, a semiótica
ajuda a entender como as imagens são usadas para transmitir mensagens e como
essas mensagens são interpretadas pelos indivíduos.
https://br.freepik.com/fotos-gratis/explicando-os-pontos-do-projeto_5401863.htm#query=conversa&position=5&from_view=search&track=sph
CAPÍTULO 13
OS ESTUDOS CULTURAIS
https://www.nytimes.com/2014/04/24/books/richard-h-hoggart-lady-chatterleys-savior-dies-at-95.html
https://revistacult.uol.com.br/home/raymond-williams-televisao/
https://www.freepik.com/free-photo/miniature-people-travelling-globe_991580.htm#query=diferentespaises&position=7&from_view=search&track=ais?log-
in=google
https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-idoso-barbudo-sentado-na-barbearia_4753156.htm#query=televis%C3%A3o%20livro&position=37&from_
view=search&track=ais
https://torontolife.com/city/marshall-mcluhan-profile/
CAPÍTULO 14
OS ESTUDOS LATINO-
AMERICANOS
https://arquitecturayempresa.es/noticia/ciespal-casa-de-tarzan-para-los-quitenos
abordagens, somada à combinação com teorias críticas que enfatizam a análise das
estruturas de poder subjacentes à produção e consumo de mensagens midiáticas,
são importantes para entender como os veículos de comunicação podem ser usados
para controlar ou desafiar as estruturas de poder existentes na sociedade.
Vejamos, também, alguns pontos para sintetizar certas características da Escola
Latino-Americana das Teorias da Comunicação:
• Contextualização histórico-social: A escola valoriza a análise dos processos
históricos, políticos e sociais que influenciam a comunicação em diferentes
contextos latino-americanos. Nesse sentido, a comunicação é entendida como
uma prática social e cultural que se relaciona diretamente com o desenvolvimento
histórico da região.
• Abordagem crítica: A escola latino-americana das teorias da comunicação possui
uma abordagem crítica, que busca entender como as práticas comunicativas
podem ser utilizadas para reforçar ou contestar as relações de poder e as
desigualdades sociais e culturais presentes na região.
• Valorização da diversidade cultural: A escola valoriza a diversidade cultural da
América Latina e busca entender como as diferentes manifestações culturais
são representadas e reproduzidas nas práticas comunicativas e na produção
midiática.
• Foco na participação popular: A escola também valoriza a participação popular
na produção e no consumo de conteúdos comunicativos, buscando entender
como as comunidades locais podem se apropriar dos meios de comunicação
para reforçar sua identidade cultural e lutar por seus direitos.
• Diálogo com outras áreas do conhecimento: A escola latino-americana das teorias
da comunicação dialoga com outras áreas do conhecimento, como a sociologia,
a antropologia e a política, para compreender as práticas comunicativas em
sua complexidade.
http://mescla.cc/2021/06/30/o-legado-de-jesus-martin-barbero/
https://www.cronicajalisco.com/notas/2018/90604.html
https://www.portalintercom.org.br/premios_new/luiz-beltrao/luiz-beltrao-patrono
https://www.rededucom.org/os-precursores/mario-kaplun-pt.htm
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/mortes-pesquisador-do-jornalismo-foi-um-maioral-na-academia.shtml
CAPÍTULO 15
A COMUNICAÇÃO
É UMA CIÊNCIA
https://www.freepik.com/free-photo/team-meeting-online-conference-call-laptop_13108561.htm#query=videoconferencia&position=8&from_
view=search&track=sph
Cada um desses passos foram dados a partir das necessidades que a vida conjunta
criou para os seres humanos. E vimos como isso levou, também, ao estudo a respeito
da comunicação. A conjuntura da revolução industrial, urbanização e desenvolvimento
tecnológico foi determinante nesse sentido. Neste capítulo, traremos um resumo do que
estudamos para termos uma visão das contribuições de cada uma das classificações
das teorias da comunicação.
amplo dos processos comunicativos, que incluem desde a linguagem verbal até as
mídias digitais.
Assim, desse período até os dias atuais, as teorias da comunicação surgiram aos
poucos, emprestando conceitos e propostas de outras áreas do conhecimento, como
a sociologia e a psicologia. Com o progresso dos estudos, tornaram-se um conjunto
de ideias e conceitos que buscam explicar como a comunicação funciona e como ela
afeta a sociedade e a cultura.
Por ser esse campo vasto e complexo, que englobou diversas disciplinas ao longo
de sua história, a classificação das teorias da comunicação é uma tarefa desafiadora.
Cada uma delas utiliza determinados critérios específicos, como, por exemplo, a divisão
por fases e a classificação por centros de estudos.
Nas nossas aulas, optamos pela classificação por escolas e centros de estudo por
ajudar a entender como as teorias se desenvolvem em diferentes contextos culturais
e sociais, e como elas podem ser aplicadas para resolver problemas específicos. A
primeira categoria foi a Mass Communication Research.
https://www.freepik.com/free-photo/closeup-crowd-protesters-with-arms-raised-demonstrating-streets_26391250.
htm#page=2&query=protesto&position=20&from_view=search&track=sph
https://www.freepik.com/free-photo/press-reporter-fallowing-leads-case_30117747.htm#query=jornalista&position=9&from_view=search&track=sph
A Teoria Crítica foi a base conceitual principal. Ela busca compreender a forma como
as ideias e as instituições se relacionam com a manutenção do poder e da dominação
social. Um dos principais conceitos advindos dela é o de “Indústria Cultural”, que se
refere ao modo como as formas culturais são produzidas em massa e vendidas como
mercadorias para consumo em massa, muitas vezes reproduzindo e reforçando as
desigualdades sociais e culturais existentes.
Entre as críticas à Escola de Frankfurt está a visão elitista sobre a cultura. A ideia
de existir uma arte superior a outra acaba por negligenciar e desvalorizar a cultura
popular em favor de formas mais eruditas e apontadas como superiores.
A concepção maniqueísta também passou a marcar as críticas, uma vez que “os
autores não apenas promovem uma divisão muito nítida entre o bem o mal, mas
também uma verdadeira demonização desse mal (da indústria cultural)” (FRANÇA E
SIMÕES, 2016, p. 130).
https://www.freepik.com/free-photo/flat-lay-newspaper-pieces-assortment_23994215.htm#from_view=detail_serie
Uma das análises dos estudos culturais em relação aos meios de comunicação
é a sua influência na formação de opinião pública e na construção de imaginários
sociais. Segundo essa perspectiva, os meios são capazes de moldar a percepção que
as pessoas têm sobre si mesmas, sobre os outros e sobre o mundo, o que pode ser
usado tanto para fortalecer a hegemonia dominante quanto para contestá-la.
Essa vertente também tem se preocupado com a relação entre os meios de
comunicação e as minorias, como grupos étnicos, sexuais e religiosos, que têm sido
historicamente sub-representados na mídia. Nesse sentido, eles buscam entender
como a mídia pode reforçar estereótipos e preconceitos em relação a esses grupos,
mas também como pode ser um espaço de resistência e de construção de identidades.
https://www.freepik.com/free-photo/hand-holding-wooden-stick-close-up_16130607.htm#query=cultura%20popular&position=28&from_view=search&track=ais