1 Teoria-Literária

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TEORIA LITERÁRIA

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

O FORMALISMO RUSSO .................................................................... 4


Figura 1: Esquema sintetizando a teoria do Formalismo Russo .............. 8

ESTRUTURALISMO TCHECO......................................................... 8

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

A Teoria Literária tem como objetivo o estudo da Literatura como área do


conhecimento. Ainda, faz sua organização a partir do reconhecimento de que um
patrimônio da humanidade requer estudo, posicionamento crítico e análise. É
possível, por exemplo, observar um livro ou um conjunto de obras produzidas
em determinado período como o registro de uma época, encontrar sinais de
mudança social e até mesmo identificar traços de evolução da psique humana.
Até o início do século XX, quando a teoria literária se estabeleceu, a literatura
não tinha um tratamento priorizado em relação às outras artes. Todavia, seus
estudos remontam a Aristóteles e sua Poética, que analisava as manifestações
literárias da época. De acordo com Rogel Samuel, a primeira tarefa da teoria
literária é definir claramente o que é literatura. É importante ressaltar que não
existe um único método teórico de analisar esta disciplina. Existem modelos de
teorias centradas no autor, baseadas no texto, centradas no leitor, no código e
no contexto. As principais linhas da teoria literária são: o Formalismo Russo
(primeiras décadas do século passado), o Estruturalismo Tcheco (década de 30
do século passado), o Pós-Estruturalismo e o Desconstrutivismo franceses, e a
Estética da Recepção alemã (década de 60 do século passado), a Crítica de
Gênero (década de 70 do século passado), e os Estudos Pós-Coloniais e
Culturais (a partir da década de 80 do século passado). Dessa forma, a Teoria
Literária objetiva-se a estudar a obra, o autor, o leitor e todo o processo que
envolve as obras literárias. É com base na teoria da literatura que se fazem as
resenhas, as análises, as críticas literárias. É uma base de dados, que permite
construir-se um método de reflexão e análise dos textos literários. No
cruzamento dos dados da história literária, pode-se estabelecer as mudanças
ocorridas no processo histórico com relação ao homem e tudo que o envolve.

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O FORMALISMO RUSSO
A origem do Formalismo Russo encontra-se na Universidade de Moscou,
quando, em 1914-15, um grupo de estudantes fundou o Círculo Linguístico de
Moscou e se dedicou a desenvolver estudos de linguística e de poética. Este
Círculo veio a receber oportuna colaboração da Sociedade de Estudos da
Linguagem Poética (sigla russa: OPOIAZ), a partir de 1917. A primeira
publicação do grupo, A Ressurreição da Palavra (1914), de Viktor Skhlovski, foi
seguida da colectânea Poética, que havia de divulgar os primeiros trabalhos do
grupo. Inicia-se um período de grande polémica, criticando-se sobretudo o
afastamento dos novos linguistas dos “princípios eternos da arte”, sacrificando-
os à primazia de estudos poéticos e linguísticos baseados em teorias puramente
materialistas; por outro lado, os teóricos de inspiração marxista também não
aceitaram que a nova poética ignorasse as realidades sociais e o recurso à
literatura como meio de transformação dessas realidades. O Formalismo Russo
caracterizou-se pela recusa de abordagens sociológica, política e filosófica que
serviam de base para muitos estudos literários da época. O Formalismo, ainda,
reagiu contra os estudos geneticistas da Literatura, negando uma visão científica
e determinista do texto literário. Os formalistas consideravam a autonomia da
obra de arte como objeto de investigação, o que já havia sido esboçado pelos
simbolistas franceses, os quais propunham a “arte pela arte”, o que já havia sido
proposto, no século XIX, por Edgar Allan Poe. Os formalistas russos não se
importavam com a motivação social da obra. O Formalismo ocupa-se da relação
entre a mensagem e o destinatário, mas sem vínculos com o contexto social. Por
esse motivo, o teórico Boris Eichembaum propôs que se considerasse uma
abordagem morfológica da obra, a fim de que se diferenciasse de outras
abordagens, como a psicológica e a sociológica. Pela análise morfológica, o
objeto a ser investigado seria a própria obra, enquanto pelas outras abordagens,
investigar-se-iam outros aspectos que na obra se refletem. Para os formalistas,
a análise literária deveria ser efetuada apenas por meios estéticos, sem relevar
aspectos externos da obra. Entre seus fundadores, destaca-se Roman
Jakobson, importante linguista que se dedicou à análise estrutural da linguagem
de um modo geral, e da poesia em particular. Viktor Chklovsky, considerado pai

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do Formalismo Russo em 1917 formulou o ensaio “A arte como procedimento”,
no qual propõe uma compreensão da literatura a partir de conceitos linguísticos,
baseando-se no argumento de que a língua poética é um desvio da língua
cotidiana, e é considerada um dos marcos da teoria literária moderna. Chklovski
é o desencadeador da abordagem linguística da literatura, pois seu ensaio foi o
primeiro a sistematizar a ideia de língua poética como um desvio da língua
cotidiana, ele ainda, entende a língua poética como uma oposição ao cânone
literário dominante. Ele, de maneira singular introduz, com isso, a noção de que
o valor artístico de uma obra decorre não apenas de sua estrutura verbal, mas
também da maneira como é lida. Conforme essa perspectiva, não existe valor
artístico em termos absolutos, pois afirma que há objetos concebidos como
prosaicos e percebidos como poéticos, assim como há objetos concebidos como
poéticos e percebidos como prosaicos. Uma das principais contribuições do
formalismo russo é o conceito de literariedade, ou seja, trata-se de uma busca
pelas regras da linguagem literária, aquilo que permite defini-la em oposição ao
que não é literário. Eagleton salienta que a tônica do Formalismo russo,
digamos, strictu sensu, reside na busca da “literariedade”, ou seja, a identificação
de artifícios – como som, imagem, sintaxe, métrica, rima – que conduzem ao
efeito de estranhamento da obra literária. Opunha-se, assim, o Formalismo
Russo à crítica impressionista e à erudição em demasia. Voltava-se, nesse
ínterim, à obra enquanto objeto imanente e independente do meio onde se
encontra. Tal viés, por sua vez, fomentou uma primeira posição radical, no que
concerne ao estudo da obra literária dissociada de elementos externos, os quais
deveriam ser analisados em enfoques distintos por outras ciências. A literatura,
em qualquer teórico formalista, é um embate com a linguagem coloquial e
desgastada, visando a primeira ao resgate do valor da palavra consumida pelo
uso. Chklovski, então, instaura uma espécie de teoria da relatividade na
avaliação da arte, cuja apreciação necessariamente implica uma teoria do
conhecimento. Desfaz-se, enfim, a concepção do senso comum segundo o qual
literatura é expressão imediata da vida, como se o texto não fosse um simulacro
convencional de signos. Antes de Chklovski, dominava na Rússia a ideia de que
fazer arte é pensar por imagens, princípio defendido pelo teórico Potebnia e
incorporado pelos poetas simbolistas. Pois, de acordo com esse princípio, a
imagem é procurar semelhança entre coisas diferentes para facilitar o

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conhecimento. De acordo com a teoria de Chklovski, as imagens são um dos
dispositivos pelos quais o poeta singulariza o texto, mediante a produção do
estranhamento, responsável pela dificuldade que atribui densidade à percepção
estética. De acordo com a visão formalista a literatura nunca é sobre coisas ou
situações. Será sempre o resultado da adequação entre procedimento e matéria,
fenômeno que automaticamente a insere num código de referência literária.
Surge daí um conceito funcional de literatura, entendida não mais como um
discurso ornado e ficcional que visa à imortalidade, mas como um modo especial
de articulação da linguagem, cuja ideia de valor é rigorosamente relativa, pois
leva em conta tanto a estrutura verbal do texto quanto a percepção do leitor e o
eventual desgaste das formas, que, de estranhas e desautomatizadoras, podem,
com o passar do tempo, se tornar corriqueiras e previsíveis. Até então, jamais
se chegara a um conceito tão relativo do valor da obra de arte, que passou a ser
definida como uma estrutura sígnica contrária ou divergente do padrão
dominante. Antes dos formalistas, na Rússia, considerava-se que a arte
corresponde ao pensamento organizado por imagens. Privilegiava-se o
conhecimento adquirido com a arte e, para tanto, a imagem, na arte, tinha a
função de promover analogias, ou seja, estabelecer semelhanças entre coisas
diferentes, o que exigia ser a própria imagem mais simples do que a mensagem
que ela pretendia transmitir; além disso, o estudo das imagens estava associado
ao estilo de cada autor. Jakobson estuda inúmeras acepções do termo realismo,
afirmando (e nisso consiste o aspecto mais interessante do ensaio) que todas as
escolas literárias fundamentam suas posturas com a ideia da incorporação do
real: assim procederam os românticos, os realistas, os simbolistas, os futuristas,
os impressionistas e os expressionistas. Entre nós, convém lembrar que até a
poesia concreta, ao romper com a linguagem discursiva, o fez sob o pretexto da
incorporação de certos traços dinâmicos da realidade industrializada. Jakobson,
ainda, elaborou um manifesto que esclarece o processo de literariedade:

"A poesia é linguagem em sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é a
literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determinada obra uma obra literária. E,
no entanto, até hoje, os historiadores da literatura, o mais das vezes, assemelhavam-se à
polícia que, desejando prender determinada pessoa, tivesse apanhado, por via das dúvidas,
tudo e todos que estivessem num apartamento, e também os que passassem casualmente na
rua naquele instante. Tudo servia para os historiadores da literatura: os costumes, a psicologia,

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a política, a filosofia. Em lugar de um estudo da literatura, criava-se um conglomerado de
disciplinas mal- -acabadas. Parecia-se esquecer que estes elementos pertencem às ciências
correspondentes: História da Filosofia, História da Cultura, Psicologia etc., e que estas últimas
podiam, naturalmente, utilizar também os monumentos literários como documentos defeituosos
e de segunda ordem. Se o estudo da literatura quer tornar-se uma ciência, ele deve reconhecer
o 'processo' como seu único 'herói'.
EIKHENBAUM, Boris et alii. Teoria da literatura: formalistas russos, 1978.

O círculo “OPOIAZ” só será desfeito no fim da Segunda Guerra Mundial, em


função da situação política da Checoslováquia. Jakobson emigra para os
Estados Unidos, onde conhece o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, de
cujo relacionamento intelectual se desenvolveria, em grande parte, o
estruturalismo. Esta escola de Praga representou uma espécie de transição do
formalismo para o estruturalismo. Estes teóricos desenvolveram as ideias dos
formalistas, mas sistematizaram-nas dentro do quadro da linguística
saussuriana. Há quem defenda que os formalistas de Praga foram uma versão
científica do New Criticism anglo-americano. Os formalistas russos são
responsáveis por uma renovação da metalinguagem crítica, fornecendo novos
termos de análise do texto literário, discutíveis individualmente, sem dúvida, mas
que constituem ainda hoje objeto de reflexão e discussão, o que prova a sua
importância. Muitos dos temas teóricos escolhidos para investigação nunca
antes haviam sido discutidos: as funções da linguagem, em particular a relação
entre a função emotiva e a função poética (Roman Jakobson), a entoação como
princípio constitutivo do verso (B. Eikhenbaum), a influência do metro, da norma
métrica, do ritmo quer na poesia quer na prosa (B. Tomachevski), a estrutura do
conto fantástico (V. Propp), a metodologia dos estudos literários (J. Tynianov),
etc.

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Figura 1: Esquema sintetizando a teoria do Formalismo Russo

Houve uma a interdição política da atividade dos formalistas, alguns que se


encontravam no estrangeiro, prosseguiram os trabalhos iniciados na Rússia.
Acontece assim com Jakobson, por exemplo, que se mantém sempre fiel à
orientação formalista inicial, mesmo que resvale para o estruturalismo francês
dos anos 60; outros, como Ckhlovsky, acabaram por renegar a sua doutrina
anterior. É evidenciado, então, diversas conexões do método formal com a
retórica antiga, o que foi enfim suficientemente demonstrado pelo estudioso
tcheco Lubomír Dolezel, mediante a investigação do contato da poética russa
com a tradição dos retoricistas germânicos, representada sobretudo por
Schissel, Seuffert e Dibelius.

ESTRUTURALISMO TCHECO
O Círculo Linguístico de Praga (CLP) foi fundado em 1926. O I Congresso de
Linguistas Eslavos de 1929, em Praga, que reuniu linguistas como Roman
Jakobson (foto), Trubetzkoi, e Mathesius, é considerado a base do funcionalismo

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linguístico. Uma das contribuições do CLP diz respeito à noção teleológica de
função. Roman Jakobson é considerado uma das figuras mais destacadas do
chamado Círculo Linguístico de Praga, fundado em 1926, que reuniu diversos
linguistas imbuídos dos mais diversos interesses, tanto da linguística quanto da
teoria literária (LUCCHESI, 2004; BLIKSTEIN, 2010). Porém, antes de fazer
parte do Círculo de Praga, Jakobson ajudou a fundar o Círculo Linguístico de
Moscou (1915), do qual se originou o chamado grupo dos formalistas russos,
que teve atuação pioneira no que se refere ao estudo científico da arte literária
(MATTOSO CÂMARA, 1970; BLIKSTEIN, 2010). Jakobson ampliou as três
funções de Karl Bühler, relacionando cada uma a um dos elementos do esquema
de comunicação, na conhecida proposta das seis funções da linguagem:
emotiva, referencial, conativa, fática, metalinguística e poética. São as seguintes
as funções acrescidas ao rol por Roman Jakobson, embasado em estudos
anteriores:
Função Fática: Esta função tem como escopo o estabelecimento de contato -
geralmente o primeiro - entre interlocutores. O termo foi proposto por Malinowski.
Faz, grosso modo, que permaneçam abertas as possibilidades de manutenção
do intercâmbio comunicativo, quer seja abrindo-o, quer seja encerrando-o. O
estudo da função fática surgiu com a observação da linguagem dos deficientes,
sendo também de proveniência da investigação da linguagem infantil. É muito
encontrada na literatura, sobretudo na dramaturgia, em que, por necessidade,
não raro, de se porem à frente do texto situações plausíveis de contatos do dia-
a-dia, põem-se, pois, aquelas fórmulas - às vezes fossilizadas - de manejo hábil
do estabelecimento do contato de que há pouco falamos.
Função Metalinguística: Centra-se no código, buscando decifrá-lo. Sua
ocorrência maior é quando se faz menção a uma palavra, seja para saber- lhe o
significado, seja para utilizá-la no discurso direto (ou indireto livre) etc. Tudo o
que serve para dar explicações a respeito de um código proferido é função
metalinguística.
Função Poética: Situa-se na mensagem, fazendo com que esta como que se
volte para si mesma. Passa-se a ter em vista cada signo daí retirado, lidando-se,
portanto, não apenas com a transmissão pura e simples daquela mensagem,
senão que, também, com a arrumação daqueles signos, com uma escolha mais
cuidada, mesmo em termos fônicos: visa à integralidade da

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dicotomia significante significado.
(...)
(Caetano, 2008, p. 18-20)

A propósito, cumpre ressaltar que o termo "função" é polissêmico. Uma


discussão sobre isso pode ser vista no artigo do Prof. Américo Saraiva: "O
Plurissignificativo Termo Função". Os membros da Escola de Praga partilham
com os formalistas russos a assunção de que a literatura é um fenómeno
específico de linguagem. Contudo, a sua consideração dos fenómenos
linguísticos não apresenta esses fenómenos como aspectos isolados, mas como
partes de um sistema. Este, por sua vez, deveria ser estudado no âmbito de um
contexto temporal, espacial e social mais vasto. A insistência na dependência
mútua de todos os elementos da linguagem, ou na ideia de que nenhum
fenómeno numa estrutura de linguagem pode ser devidamente avaliado se for
isolado dessa mesma estrutura de que fazem parte, traça o perfil estrutural do
movimento, e com ele também inevitavelmente um método de compreensão da
literatura não como facto isolado, mas como parte de um todo mais vasto. As
posições teóricas do Estruturalismo Checo, e muito particularmente as de Felix
Vodicka e Jan Mukarovský, constituem ainda hoje instrumentos úteis para uma
compreensão dinâmica do processo literário. Contudo, os textos mais relevantes
de J. Mukarovský são os que datam das décadas de Trinta e Quarenta ou,
conforme assinala René Wellek (R. Wellek, 1970), um outro ilustre teórico
emergente do Estruturalismo Checo, os textos verdadeiramente produtivos são
aqueles que foram escritos até 1948-1950, que é a data da cega "conversão" de
Mukarovský a um Marxismo e a uma ortodoxia comunista que, infelizmente, a
partir daí o tolheram e o paralisaram intelectualmente. Nas palavras de Jakobson
(1929 [1973, p. 9] citado em HOLENSTEIN, 1978, p. 9), “não é a impulsão
externa, mas as condições internas da evolução, não é a gênese sob sua
aparência mecânica, mas a função, que estão no centro do interesse científico
atual”. Considera-se, portanto, a função como parte da estrutura geral da língua,
influindo na “estrutura verbal” (JAKOBSON, 2010, p. 157) e, consequentemente,
na significação. Assim, a característica principal da Escola de Praga é a relação
entre estruturalismo e funcionalismo, o que gerou, segundo Paveau e Sarfati
(2006, p. 118), um “estruturalismo funcional”. O termo “estruturalismo” se justifica

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pela consideração de língua, ou seja, o objeto como um sistema. Já a
designação “funcionalismo” da-se pelo acréscimo de outra dimensão, justamente
referente ao termo “funcional”, o que coloca no jogo da estrutura e do sistema a
questão da função e da tarefa (PAVEAU e SARFATI, 2006). Considerando o
quadro ilustrativo da comunicação verbal proposto por Jakobson (2010), em que
toda mensagem está direcionada para um destinatário, entende-se que a função
conativa esteja presente em todos os enunciados, tal como a função emotiva.
Porém, a função conativa encontra sua maior expressão nas mensagens em que
se expressa uma orientação direta ao destinatário, como, por exemplo, nos
vocativos e nos usos verbais do imperativo. Um dos aspectos que mais
substancialmente distingue o quadro teórico checo da conceptualização
estruturalista dos formalistas russos reside na preocupação exaustiva com os
domínios sociais mais vastos da história literária. Quando comparada com o
Formalismo Russo, a visão estruturalista checa acerca da obra literária decorre
de uma noção mais dinâmica de estrutura, a qual não se resume a uma mera
realidade empírica mas é, antes, um modelo fenomenológico implantado na
consciência de uma coletividade. Consequentemente, a estrutura literária sofre
mudanças importantes de todas as vezes que se operam mudanças
significativas na consciência social.

Figura 2: Estrutura da comunicação

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A estrutura da comunicação se faz a partir do remetente que envia uma
mensagem para um destinatário. Esta mensagem exige um conteúdo (contexto
ou referente) compreensível pelo destinatário. Para isso, os requisitos
elementares são: um código comum aos interlocutores e, por fim, um canal físico
de contato e uma conexão psicológica entre codificador e decodificador. Esta
abordagem estrutural é complementada por uma abordagem funcional da
linguagem e da literatura. Tal como as partes individuais de uma língua
dependem umas das outras, assim cada elemento dessa língua existe somente
em articulação com condições extralinguísticas específicas, e cumpre uma
determinada função consoante essas condições. Com isso, acrescenta-se à
noção de estrutura e sistema o seguinte axioma: o sistema é a descrição e a
análise que garantem o funcionamento da estrutura de uma língua. A partir desse
enfoque, chegar-se-á à conclusão de que “estrutura de uma língua somente será
totalmente entendida à medida que se compreendam efetivamente os processos
históricos de sua configuração” (Tarallo, 1999, p.64). Sendo assim, podemos
compreender então que a importância do estudo das funções da linguagem é
fundamental no intercurso para as pesquisas sobre gramaticalização.

PÓS-ESTRUTURALISMO
O pós-estruturalismo diz respeito a uma resposta filosófica que busca superar a
perspectiva de análise do movimento que o antecedeu, o estruturalismo, o qual
se contrapõe e desconstrói alguns conceitos considerados centrais para esta
perspectiva. De acordo com Peters (2000), o pós-estruturalista não deve ser
meramente convertido a uma teoria ou método, mas reconhecido enquanto um
movimento de contestação que surge não com a intensão de negar o
estruturalismo, mas de ampliar e transformar o que já estava consolidado, posto
que o pós-estruturalismo é “[...] uma complexa rede de pensamentos – que
corporifica diferentes formas de prática crítica” (PETERS, 2000, p.29).
O pós-estruturalismo pode ser caracterizado como um modo de pensamento, um estilo de
filosofar e uma forma de escrita, embora o termo não deva ser utilizado para dar qualquer ideia
de homogeneidade, singularidade ou unidade. O termo “pós-estruturalismo” é, ele próprio,
questionável (PETERS, 2000, p. 28).

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A criação da teoria pós-estruturalista é marcada por um duplo acontecimento.
Conforme retrata a história, a gênese do termo pós-estruturalismo se deu no ano
de 1966 e que de acordo com Peters (2000) se caracterizou como uma prática
tradicionalmente estadunidense, sendo que o termo pós-estruturalismo foi a
forma encontrada pela comunidade acadêmica dos Estados Unidos para
descrever filosoficamente ideias que se opõem ao estruturalismo, alicerçado nas
obras de um conjunto diversificado de teóricos. Do outro lado, a concepção da
teoria pós-estruturalista é atribuída aos pensadores franceses, que
coletivamente constituíram um movimento que marcou a história intelectual da
França (PETERS, 2000). O pós-estruturalismo constitui-se em debate
significativo, em que autores como Foucault e Lacan, inicialmente vinculados ao
estruturalismo, vão construindo teorias que acabam questionando as
concepções estruturadas de linguagem, especialmente “em torno da crítica a
Saussure pela defesa da flutuação de sentidos do significante e pela
desestruturação da unidade do signo” (Lopes, 2013, p. 13). Lacan, ao inverter a
relação saussuriana entre significante e significado, quebra a unidade do signo
conferindo primazia ao significante, defendendo que o significante resiste à
significação. Para ele, o sentido do que falamos é sempre posterior ao ato de
fala, porque depende da relação com o outro, pré-existente a nós mesmos,
entendido como linguagem. O rasgo epistemológico pós-estruturalista, as teorias
críticas e pós-críticas de currículo deslocaram a ênfase dos conceitos
meramente pedagógicos de ensino/aprendizagem para os conceitos de
ideologia e poder como construtores da identidade social, o que, por exemplo,
abriu o campo educacional para questões até então marginalizadas pelo sistema
de ensino/aprendizagem/avaliação, cuja metodologia se baseia na análise de
eficiência e objetivos mensurados, através de uma organização planejada. Para
que possamos nos situar sobre o modo com os quais se caracterizam
comumente na historiografia o termo pós-estruturalismo, partamos pela obra de
Michael Peters. Este autor, em Pós-estruturalismo e filosofia da diferença, busca
definir o termo seguindo dois eixos: primeiro, vai extingui-lo tanto do binômio
moderno/pós-moderno, quanto do próprio estruturalismo; segundo, seu
conteúdo diz respeito, de um lado, a uma herança Nietzsche-Heideggeriana e,
de outro, o encaminhamento de uma filosofia da diferença. A definição de Peters
ganha positividade na medida em que ela promove uma reunião do que

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comumente é dito acerca do pós-estruturalismo. Rapidamente, gostaríamos de
discutir os dois eixos dessa definição. Com base em estudos de Mainardes,
Ferreira e Tello (2011, p. 163), destaco, portanto, algumas das contribuições das
abordagens e dos referenciais analíticos para essas pesquisas pós-
estruturalistas e pluralistas: rompem com modelos lineares, constituindo-se
como um diferencial significativo quando comparados com pesquisas que
dispensam o emprego de referenciais teóricos para fundamentar análises
políticas quando investigadas; estimulam o pesquisador a analisar tanto o
contexto amplo quanto os aspectos micro contextuais (escolas, salas de aula
etc.). Ao mesmo tempo, tais referenciais e abordagens colocam aos
pesquisadores uma série de desafios, entre eles está a sua necessidade de
perceber as implicações da abordagem ou do referencial analítico que emprega,
sempre vinculado a concepções epistemológicas específicas em seu trabalho
acadêmico. O movimento pós-estruturalista ao mesmo tempo em que busca
romper com o estruturalismo, ainda mantém, com este, algumas similaridades.
Como destacam Souza, Souza e Silva (2013, p. 204), “[...] o pós-estruturalismo
emerge dentro do estruturalismo e, assim sendo, tais semelhanças não são
meros acasos”. Até certo ponto o pós-estruturalismo adere e amplia alguns
elementos do estruturalismo para além das concepções tradicionais. Porém, o
pós-estruturalismo, ao mesmo tempo em que perpetua algumas características
próximas do estruturalismo, também o transcende. De acordo com a perspectiva
pós-estruturalista, o sujeito passa a ser constituído por diferentes identidades
que delimitam as práticas sociais e culturais, discursivas ou não discursivas e
que também se encontram nas relações de poder e saber entre os grupos e nas
instituições, as quais os indivíduos passam a ser vistos com outras identidades
que estavam ocultas pelo discurso hegemônico (DINIS; PEREIRA, 2015). O
pós-estruturalismo, ainda, além de rejeitar uma concepção essencialista de
sujeito, busca desconstruir a percepção de sujeito centrado a partir de
determinadas relações estruturais.

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Figura 3: Estruturalismo x Pós-Estruturalismo

Ao analisarmos o movimento pós-estruturalismo foi possível compreender que


esta teoria não busca se contrapor completamente às abordagens da teoria
estruturalista, mas ir além dos princípios já delineados pela perspectiva que o
antecedeu. Trata-se de transformar o conceito tradicional de estrutura alicerçado
nos seus próprios princípios. Neste sentido, assim como o estruturalismo, o pós-
estruturalismo concordaria de um modo geral com a possibilidade de se explicar
os fenômenos sociais da realidade, baseado em estruturas. Entretanto,
contrapondo-se ao estruturalismo, o pós-estruturalismo destaca o fato de que
toda estrutura somente se sustenta baseada nas contradições, uma vez que o
significado gerado por meio de um fenômeno, só se torna compreensível a partir
do seu oposto (MENDES, 2015). Observamos, então, que é possível afirmar que
existe um empenho do movimento pós-estruturalista e das teorias de estudos
que a compõe, de problematizar as relações de poder constituídas para além
das dominações provenientes da condição econômica das classes sociais e que
se expressam por meio do preconceito e da subordinação de grupos específicos.
É preciso desconstruir estes princípios que foram concebidos no decorrer da

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história e considerados como únicos, corretos e verdadeiros, a fim de extinguir
as desigualdades e discriminações.

Figura 4: Pós-Estruturalismo

DESCONSTRUTIVISMO
A desconstrução, representado sobretudo pelo filósofo francês Jacques Derrida,
é apenas uma das diversas tendências do pensamento crítico do chamado pós-
estruturalismo, dentre as quais se contam também as formulações de Michel
Foucault e as do new historicism, proposto por Stephen Greemblatt no início dos
anos oitenta. Derrida é ao mesmo tempo herdeiro e crítico do estruturalismo.
Começa por questionar a noção de centro no conceito de estrutura. Assim, o
centro encontra-se ao mesmo tempo dentro e fora da estrutura. Para Derrida, o
valor do centro é sempre afirmado pelo não-valor de seu oposto: Deus/diabo,
homem/mulher, natureza/ cultura, fala/escrita, espírito/corpo, inteligível/sensível
etc. Derrida pontua inclusive que operar essa inversão, ou essa fase de inversão,
"significa ainda operar no terreno e no interior do sistema desconstruído". A
Desconstrução se apresentará como um trabalho no interior dos discursos
sustentadores do pensamento metafísico ocidental, já que esta seria, então, a
melhor forma de abordá-los, desestabilizá-los e, por conseguinte, ampliar seus
limites ou limiares. O pensamento metafísico atribui valor intrínseco aos
elementos que compõem essas dualidades, em que se fundamenta quase toda
a filosofia europeia. Todavia, Derrida não reconhece significado essencial nos
elementos desses pares. Cabe enfatizar que as concepções e práticas do
pensamento de Derrida voltam-se para os sistemas interpretativos,

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desestruturando e desconstruindo o discurso que elabora o entendimento amplo
para que várias possibilidades possam advir desses "fragmentos", dessas
diferenças (différance), nas quais é possível perceber a natureza da consciência
humana como intrínseca à noção de linguagem. De acordo com Derrida,
podemos afirmar que a Desconstrução causou um forte impacto no pensamento
metafísico ocidental, ao proporcionar questionamentos, deslocamentos,
realocações de conceitos que eram considerados canônicos. O
redimensionamento desses conceitos resultou, então, em um abalo na
hegemonia dos discursos (de toda ordem), já que qualquer discurso que visasse
à verdade era colocado na berlinda. Dessa forma, podemos pensar com
Jonathan Culler, quando observa que:

Desconstruir uma oposição é mostrar que ela não é natural e nem inevitável mas uma
construção, produzida por discursos que se apoiam nela, e mostrar que ela é uma construção
num trabalho de desconstrução que busca desmantelá-la e reinscrevê-la - isto é, não destruí-la
mas dar-lhe uma estrutura e funcionamento diferentes (Culler, 1999, p.122).

Para Derrida, o signo linguístico representa um lugar de diferença, onde palavra


e coisa, signo e interpretação nunca são os mesmos. Derrida jogava
constantemente com esta descoberta, de que o signo marca um lugar de
diferença. Para Ellis (1989, p. 137), a desconstrução começa focalizando o ponto
de vista ingênuo do senso comum sobre um assunto particular, de modo a miná-
lo, colocá-lo em questão e problematizá-lo posteriormente. Em outras palavras:
a leitura tem início como de costume, descrevendo/aceitando prontamente as
ideias sem questioná-las. Depois, move-se na direção das ideias opostas, sem
distorcer o texto, mas rejeitando as ideias originais. Isto não implica em romper
com o que o autor está dizendo, tampouco em manter uma hierarquia na direção
oposta ao deslocar o termo “maior” (enfatizado pelo autor) pelo “menor”
(identificado pelo leitor desconstrutivista) na situação privilegiada do deslocado.
Os desconstrucionistas tendem a entende a desconstrução como uma disputa
provocativa, corajosa, inovadora, sofisticada e um desafio ao status quo por meio
de ideias radicais.

17
Figura 5: Jacques Derrida (1930-2004)
A desconstrução encontra os pressupostos metafísicos que não são
questionados e, como ele apontou, não podemos compreender a estrutura se
não entendermos sua gênese. A desconstrução não significa destruição, mas
uma espécie de engenharia reversa para analisar, analisar e encontrar as forças
da significação no texto, desconstruir sua unidade ou até mesmo as diferenças
de indecidibilidade e os vários significados do autor. Essas oposições binárias,
as diferenças críticas de ambiguidades. A hermenêutica na linha de Heidegger
e Ricoeur ligava as coisas como a comunicação, a escrita ou objetos, com sua
interpretação relativa às situações sociais, enquanto a concepção analítica de
Wittgenstein e Carnap, que achavam sem sentido, confiar em convenções,
preconceitos e regras nos jogos de linguagem para criar significado. A
abordagem filosófica pós-moderna e pós-estrutural de Derrida e Lotyard visa
desconstruir as grandes "histórias" conceptuais do pensamento Ocidental, de um
sujeito situado na história, os valores da humanidade, a evolução social, a busca
da verdade, porque essas narrativas habitam como fantasmas invisíveis em
nossa mente, não podem ser considerados uma totalidade estruturalista,
trazendo o multi-significado da diferença entre línguas, culturas e modos de
pensar. Assim, para o pós-estruturalismo, não há verdades universais, mas uma
pluralidade de significados variando dentro de contextos, gerando uma miríade
de diferentes significações, e também nega o estatismo fixo da relação do
significante versus significado.

18
Figura 6: Deconstrucionismo – Derrida

A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO
A Ética da Recepção propõe uma reformulação da historiografia literária e da
interpretação textual, procurando romper com o exclusivismo da teoria de
produção e representação da estética tradicional, pois considera a Literatura
enquanto produção, recepção e comunicação, ou seja, uma relação dinâmica
entre autor, obra e leitor. O ponto de partida da Estética da Recepção
(Rezeptionsästhetik) costuma ser situado na aula inaugural proferida por Hans
Robert Jauss1 , em 1967, na Universidade de Constança, com o título de
Literaturgeschichte als Provokation der Literaturwissenschaft* A partir de então
se formou a assim chamada "Escola de Constança", tendo à frente Hans Robert
Jauss e reunindo vários nomes de importância como, por exemplo, Wolfgang
Iser3 , Hans Neuschäfer, Hans U. Gumbrecht, Karlheinz Stierle e Manfred
Fuhrmann. À Escola de Constança corresponde, na República Democrática
Alemã, o "Grupo de Berlim", cuja figura principal é Manfred Naumann. Esse
grupo é responsável pela publicação da obra coletiva Gesellschaft Literatur
Lesen (1975), a qual tem por subtítulo "recepção da literatura em perspectiva
teórica". O estudo que ora se inicia estará concentrado na Estética da Recepção,
tal como é proposta por Hans Robert Jauss. Para a estética da recepção, a teoria
da literatura deve ser fundada no reconhecimento da historicidade da arte.
Segundo Jauss, as outras linhas teóricas não consideram a história nas análises
do texto literário. O teórico aponta que, na década de 1960, a hegemonia do
estruturalismo transformou a história da literatura em objeto não grato. 20 anos
depois desse lançamento, Jauss ratifica a ideia:

19
A história da literatura como provocação à teoria literária era fundamentalmente, em sua
intenção, uma apologia da compreensão histórica tendo por veículo a experiência estética – e
isso em uma época na qual o estruturalismo havia desacreditado o conhecimento histórico e
começava a expulsar o sujeito dos sistemas de explicação do mundo. (JAUSS, 1994, p. 73)

O surgimento da Estética da Recepção, na década de 60, insere-se no contexto


de um movimento que, nas Ciências Humanas, passou a questionar o paradigma
dominante do estruturalismo. Jauss insurge-se contra a elevação do
estruturalismo a nível de "discurso do método do tempo presente", ao atacar as
seguintes premissas do estruturalismo: "o universo linguístico, fechado, sem
referente, portanto sem relação ao mundo; os sistemas de signos sem sujeito,
portanto sem relação à situação de produção e de recepção do sentido; a noção
de estrutura com valor ontológico, portanto reifiçada e subordinada a toda função
social; a redução das funções de comunicações pragmáticas a um jogo
combinatório da lógica formal”. A estética da recepção é fruto do encontro entre
poética e hermenêutica (estética e interpretação). O teórico defende uma história
da arte fundada nas perspectivas do sujeito produtor e do consumidor e na sua
interação mútua, vendo a obra de arte no horizonte histórico de sua origem,
função social e ação no tempo. São necessários o reconhecimento e a
incorporação da dimensão de recepção e efeito da literatura, somente através
do que se dará conta do caráter estético e do papel social da obra de arte, pois
ambos se concretizam na relação obra/leitor. A doutrina da Estética da Recepção
não deve ser visualizada como um sistema acabado, fixo, imutável. No início, a
atenção dos pesquisadores de Constança esteve concentrada nos problemas da
recepção e do efeito. Depois, houve um desdobramento do campo de pesquisa
com a ampliação dos objetivos até culminar numa verdadeira teoria da
comunicação literária. Os resultados obtidos, nesse curto período de atividades,
outorgaram à Estética da Recepção foros de cidadania no contexto dos estudos
literários. Procuramos, nos limites do trabalho que ora atinge o seu término,
examinar alguns elementos que nos parecem fundamentais na contribuição de
Jauss à Estética da Recepção. a Estética da Recepção não é uma disciplina
para principiantes apressados. Ela exige muito do leitor que se aventurar em
suas paragens. No caso das obras de Jauss é aconselhável uma formação
filológica para acompanhar sua argumentação, suas referências e digressões.

20
Sem esquecer, é óbvio, a história e a teoria da literatura. Mas é na área da
estética da literatura que, a nosso ver, reside o interesse maior do cometimento
de Jauss. E como a estética da literatura — expressão que designa a reflexão
sobre determinado tipo de experiência estética — remete necessariamente para
a estética filosófica (geral), é no campo da Filosofia que se trava o embate
decisivo.

Figura 7: Estética da recepção

Zilberman em Estética da Recepção e História da Literatura (1989) aponta a


inovação trazida por Jauss ao mudar o foco para o leitor, receptor do texto
literário, e ator principal já que é através dele que a obra, que não é
autossuficiente, passa a ter novos sentidos.

[...] a estética da recepção apresenta-se como uma teoria em que a investigação muda de foco:
do texto enquanto estrutura imutável, ele passa para o leitor, o “Terceiro Estado”, conforme
Jauss designa, seguidamente marginalizado, porém não menos importante, já que é condição
da vitalidade da literatura enquanto instituição social (ZILBERMAN, 1989, p. 10-11).

A teoria da Estética da Recepção, trata a obra literária sempre no presente,


afinal, cada novo leitor a atualiza no ato de sua leitura, através de sua bagagem

21
histórico cultural. Zilberman (1989) observa, também, que a Estética da
Recepção foi abrangente ao ponto de contrariar as concepções teóricas,
contrapondo-se a elas e ao mesmo tempo apropriando-se de suas contribuições.
O processo da leitura, a experiência estética e o leitor, principal elo desse
sistema, são elementos centrais para conhecimento e interpretação da obra.
Jauss propõe o estudo da literatura sob a perspectiva de sua relação com a
época de produção e com a posição histórica do intérprete. A estética da
recepção, então, toma como objeto de investigação o receptor. Isso exige dela
a construção de uma nova concepção de leitor que assume, então, “seu papel
genuíno, imprescindível tanto para o conhecimento estético quanto para o
conhecimento histórico: o papel de destinatário a quem, primordialmente, a obra
literária visa”. A estética da recepção, portanto, é o instrumental teórico
adequado para fundamentar, a partir dos conceitos de recepção, horizonte de
expectativas, distância estética e lógica da pergunta e da resposta, a análise das
narrativas infantis, que constituem o corpus dessa dissertação, a fim de se
compreender o processo de produção/recepção da obra literária infantil tendo
como referência o leitor, isto é, com base nos conceitos selecionados da estética
da recepção é possível delinear o horizonte de expectativas de crianças de
diferentes classes sociais em contexto escolar, materializado em normas
literárias e concepções de mundo presentes nas narrativas infantis reproduzidas
de textos literários conhecidos/lidos, uma vez que uma das tarefas da teoria
recepcional, em conformidade com Zilberman, é a reconstrução desse horizonte,
objetivando explicitar a relação da obra literária com o seu público. Resta, ainda,
delinear o espaço percorrido pelo livro na sociedade, tarefa da sociologia da
leitura. A compreensão do texto literário, com todas as suas nuances, pela
criança relaciona-se igualmente com a organização linguística por ele
apresentada, pois o interlocutor da obra é um leitor em processo crescente de
aquisição da língua, cabendo ao autor no momento da escrita considerar essa
questão. Apesar dos conceitos da Estética da Recepção parecerem conflitantes
com outras teorias, não o são, visto que não anula de todo formulações
anteriores, apenas propõe um novo olhar sobre um elemento e confere
responsabilidades e funções a ele: o leitor, que também pode ser chamado de
receptor, coautor e jogador.

22
CRÍTICA DE GÊNERO
Durante a década de 90, foram desenvolveram inúmeras pesquisas para tentar
mapear gêneros tão diversos quanto o gênero editorial de revistas femininas
(Heberle 1995), apresentações acadêmicas (Balocco & Dantas 1997), textos de
auto-ajuda (Meurer 1998), sentenças jurídicas em casos de estupro (Figueiredo
1998), bate-papo virtual (Braga 1999), resumos de dissertações (Biasi-
Rodrigues 1999) e gêneros empresarias (Barbara com Scott, 1999). O conceito
de gênero se integrou ao conhecimento normalizado da disciplina, com um
indicador muito significativo de sua relevância no Brasil: o papel central da idéia
de gêneros nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil 1997), de cuja
elaboração muitos dos colegas fizeram parte. A construção dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) foi concebida como um processo contínuo de
invenção: eles deveriam influenciar positivamente a prática do professor e, ao
mesmo tempo, deveriam poder, com base nessa prática e no processo de
aprendizagem dos alunos, ser revistos e aperfeiçoados (cf.: Brasil 2000:4).
Apesar das controvérsias surgidas entre pesquisadores brasileiros sobre sua
adequação ou mesmo legitimidade, para muitos deles, os PCN "se constituem
como o guia maior das diferentes atividades educacionais no Brasil" (Bronckart
& Machado 2004: 140). Ao defender o conceito de gênero como base da
elaboração da proposta pedagógica de ensino de linguagem (Línguas
Portuguesa e Estrangeira), o documento, faz uma contribuição importante no
que tange à pesquisa e à prática pedagógica em linguagem:

A perspectiva da linguagem adotada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (doravante PCN)


é orientada para a vida social e se configura em um avanço, se comparada à visão
estruturalista amplamente adotada na escola até bem recentemente, em que se definia um
programa de curso em termos de categorias da gramática normativa a serem trabalhadas de
modo descontextualizado, tais como a concordância verbal e o emprego dos advérbios (Motta-
Roth, 2006a: 497).

Segundo Woodward (2000), a identidade tornou-se uma questão central nas


discussões contemporâneas, especialmente no que diz respeito às
reconstruções globais de identidades nacionais e étnicas (e.g. servos e croatas,

23
turcos e curdos, judeus e palestinos) e do surgimento dos "novos movimentos
sociais" (feminista, gay, lésbico, etc.) preocupados com a reafirmação de
identidades pessoais e culturais. A identidade é tanto simbólica quanto social. O
social e o simbólico referem-se a processos diferentes, porém necessários para
a construção e a manutenção das identidades. O social diz respeito às práticas
e relações sociais, enquanto que o simbólico diz respeito aos recursos utilizados
para dar sentido a essas práticas e relações sociais (e.g. como justificamos a
inclusão ou a exclusão de membros em um grupo). As distintas posições de
identidade, assim como as restrições sobre quem pode assumir que identidades
sociais, são produzidas tanto por sistemas simbólicos (e.g. linguagem) quanto
por sociais (práticas e relações sociais) (WOODWARD, 2000).

Figura 8: Desenvolvimento cronológico dos estudos de gênero em relação a estratificação dos


planos comunicativos (linguístico e contextual) (conforme a adaptação de Martin (1992:496) e
de (2005:06)).

O interesse pelas questões de gênero surgiu com mais vigor a partir dos anos
1960, com o advento dos movimentos feministas. Atualmente, a investigação
sobre as questões relativas ao gênero tornou-se uma área de sólida pesquisa e

24
teorização em várias universidades em todo mundo, em campos diversos como
a sociologia, a psicologia, a antropologia, os estudos literários e os estudos
linguísticos. Como afirmam Cranny-Francis et al, "gênero é uma das principais
categorias feministas de análise, categoria que está em intersecção com muitos
outros sistemas sociais (raça, sexualidade) que também são governados por
oposições binárias" (2003, p. 4). O gênero é um sistema binário que divide os
seres humanos em duas categorias: homens e mulheres. Sua força conceitual e
material é tamanha que esse sistema organiza virtualmente todos os aspectos
de nossas vidas, desde os mais íntimos até os mais públicos. Como afirmam
Cranny-Francis et al, "todos os corpos humanos nas sociedades modernas são
alocados um lugar na estrutura binária de gênero" (2003, p. 1). Entretanto, como
lembram as autoras, o sistema de gêneros é insidioso e naturalizado, e está
presente em todos os espaços sociais, o que muitas vezes faz com que seja
difícil detectar seu funcionamento. Ao se ter a linguagem em uso efetivo, temos
que o contexto social pode causar impacto no texto, ou seja, dependendo da
função de um texto, o mesmo pode ser mais ou menos formal, por exemplo,
devido ao fato de ele ser oral ou escrito, bem como pelo grau de proximidade
entre autor e leitor. A essa dimensão do contexto de situação, chamamos de
variável de registro modo. Tal dimensão está relacionada à metafunção textual
que está ligada diretamente à coerência, ela diz respeito ao estabelecimento das
relações entre as frases e sua organização interna e ao seu significado, sendo
este relacionado a categorias, tais como: tema/rema; dado/novo. Na linguagem
dos textos, temos também ilustrados os papéis sociais. Essa dimensão do
contexto, que corresponde aos papéis sociais, chamamos variável de registro
tenor ou relações. Essa variável está diretamente ligada à metafunção
interpessoal, que consiste na interação entre a expressão dos papéis sociais, no
desenvolvimento da personalidade do falante e na expectativa do interlocutor.
Tal metafunção também reflete como os participantes expressam suas visões de
mundo, seus julgamentos, suas atitudes e as relações dos papéis sociais que
estabelecem entre si e com o que está sendo dito. As categorias gramaticais de
modo e pessoa são relevantes para análises realizadas por meio dessa
metafunção. Gêneros, então, se referem a tipos relativamente estáveis de
enunciados, usados para fins específicos em um dado grupo social. São
processos sociais que levam a convenções e expectativas reconhecíveis e

25
compartilhadas. As quatro escolas de gênero, mencionadas anteriormente,
estão muito presentes no contexto brasileiro atual, conforme demonstra a
coletânea Teorias, métodos e debates (Meurer, Bonini e Motta-Roth 2005).
Nesse volume, um grupo de autores brasileiros explica e dá exemplos da análise
proposta por cada um desses enquadramentos teóricos de modo a contribuir
para o entendimento das várias dimensões implicadas na produção de sentido.
Sabemos, então, que gêneros recebem influência das funções, dos objetivos,
das convenções e normas sociais que o precedem, fazendo surgir formas
convencionalizadas que representam o momento social que o originou; por
outro, cada indivíduo irá exercer influência na produção de textos, pois cada um
tem sua história, cada um desempenha um papel em um determinado grupo
social e estará, portanto, habituado a determinadas práticas discursivas.
Entretanto, a forma e o significado atribuídos a seu texto são determinados tanto
pelo discurso quanto pelo gênero discursivo. Assim, podemos dizer que o
conceito de gênero tem uma estreita ligação com o conceito de texto e de
discurso. Ensinar linguagem sob a perspectiva de gênero é trabalhar "com a
compreensão de seu funcionamento na sociedade e na sua relação com os
indivíduos situados naquela cultura e suas instituições", "com as espécies de
textos que uma pessoa num determinado papel [na sociedade] tende a produzir"
(Marcuschi 2005: 10-12). O conceito de gênero discursivo tem emergido como
um uma ferramenta de teorização e de explanação sobre como a linguagem
funciona para criar e recontextualizar interações sociais.

ESTUDOS CULTURAIS E PÓS-COLONIALISMO


Os Estudos Culturais apareceram na segunda metade dos anos 1950 como um
campo de estudos na Grã-Bretanha derivado de uma corrente chamada
leavisismo, a partir do trabalho de F.R Leavis. Um embate que surge em
princípio é justamente a questão da representação do sujeito nos textos
literários escritos por autores coloniais ingleses que escreviam sobre as colônias
e a colonização, obviamente através de um olhar do próprio colonizador. Os
destinadores das teorias pós-coloniais pretendem que elas funcionem, também,

26
como instrumento de análise de relações de hegemonia e desvelamento da
colonialidade do saber segundo uma estratégia de resistência a sistemas de
conformação da tendência hierarquizante da diferença, como seja, por exemplo,
o eurocentrismo. O leavisismo foi uma tentativa de redisseminar o agora
chamado “capital cultural” (Bourdieu) e para isso Leavis propunha usar o sistema
educacional para distribuir mais amplamente (para todas as classes)
conhecimento e apreciação literários baseados numa “grande tradição”, no
cânone da alta cultura. Apesar da influência de Leavis, tanto na prática (através
da absorção de suas ideias nas escolas britânicas durante a expansão do
sistema educacional nos anos 50 e 60), como na teoria, os dois representantes
mais destacados desse início dos EC vão lidar de maneira diferente com essa
ideia de “grande tradição”. A primeira fase de delimitação do conceito de pós-
moderno/pós-modernismo coincide com o florescimento do chamado (em termos
bem gerais) pós-estruturalismo francês, o que resulta na subsequente e
frequente associação da terminologia do último à construção do primeiro. A arte
e a cultura pós-modernistas implicam na prática da citação, na recuperação
lúdica do passado, na des-hierarquização, no des-centramento das formas; e
quase todos os filósofos franceses pós-1960 (Foucault, Derrida, Barthes,
Guattari, Deleuze, Baudrillard, Lyotard...). A intersecção entre pós-modernismo
e pós-estruturalismo se intensificou com a conhecida e discutida proposição de
Jean-François Lyotard (1979), que começa a definir o pós-moderno no fim dos
anos 70 e início dos anos 80. O pós-estruturalismo seria, então, uma fronteira da
modernidade (com tudo o que implica nessa condição de fronteira) e não a
encarnação teórica do pós-modernismo; por mais que por ser um modernismo
nos seus limites carregasse necessariamente um potencial autodestrutivo e
autocrítico, marcado pela transgressão dos limites da linguagem.

27
Figura 9: Quadro de palavras relacionadas ao pós-colonialismo.

A busca de espaços no mercado cultural internacional obviamente não foi o único


fenômeno, nem o mais relevante no Terceiro Mundo no final do século XX (as
guerras no Oriente Médio, África e Europa do Leste; crises financeiras em escala
global), porém as suas consequências foram determinantes para configuração
que próprio conceito de Terceiro Mundo foi ganhando naquele momento. O
debate sobre multiculturalismo tem resvalado desde então para uma oposição
extrema entre conservadores e radicais multiculturalistas, acabando por isolar
cada parte nas suas tentativas de provar a superioridade de sua cultura. Por
outro, foi reaceso o interesse cultural no Outro para além da psicologia,
antropologia, linguística e etnografia. O Outro que emergiu no final dos anos 80
nos cursos universitários europeus e norte-americanos foi sobretudo o “Terceiro
Mundo”. E em especial assuntos concernentes às relações entre “Império” e
“Colônias”, ou “ex-colônias”. Daí o termo, pós-colonial. Quase todas as “estrelas”
da teoria pós-colonialista (e da literatura) da década de 90 tinham em certa
medida algo em comum: a língua inglesa. Quase todos estavam ligados ou ao
passado do império britânico ou ao presente do império norte-americano. O que
comprometia o pós-colonial no sentido de um evidente estreitamento do seu

28
escopo. Quase todas as abordagens pós-coloniais cultura norte-americana (em
uma escala bastante menor, a África, a Ásia, o Caribe e o Canadá franceses
estavam sendo analisados). O conceito de pós-colonial foi se acomodando,
assim, dentro dos limites de um território linguístico determinado. Ao contrário da
antropologia clássica ou da historiografia tradicional, a teoria pós-colonial
poderia representar a periferia diretamente, mais do que isso já que o pós
colonialismo contesta uma já ultrapassada concepção de representação, é a
própria voz do subalterno que está em jogo. Hoje cada vez mais as críticas à
crítica pós-colonial, sobretudo aquelas que vêm dos ex-impérios, convergem
para a consideração de que, não obstante a consciência da necessidade de
dialogar com as “epistemologias do sul” na construção do saber, os atuais
estudos culturais têm-se reorganizado em outros alicerces, diferentes dos
tradicionais, de antagonismos lineares e duais, que continuam a perpetuar a
supremacia de uma estrutura ideológica e histórica espaço-temporal. A
abordagem estudada foi pensada segundo um duplo critério de interação
intercultural e orientação funcional, que dá conta de particularidades estéticas
através de obras representativas de opções estéticas individuais, ou contextuais
e circunstanciais, permite que se captem os espaços e os códigos comuns, a fim
de que o leitor-crítico possa interagir em termos de prazer estético. Dessa forma,
é preciso não esquecer que a construção da identidade, mesmo a literária, é o
resultado da dialética da tensão entre o mesmo e o outro.

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