ODONTOPEDIATRIA

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FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE MANUAS – FOM

MARÍLIA ALVES DE ANDRADE

ODONTOPEDIATRIA

TERAPIA PULPAR EM DENTES DECÍDUOS

MANAUS- AM
2024
Terapia pulpar em dentes decíduos:

A terapia pulpar em dentes decíduos (dentes de leite) é o tratamento realizado


para preservar a saúde e a função dos dentes decíduos em crianças, mesmo após
lesões ou infecções que afetam a polpa dentária. A manutenção dos dentes de
leite é importante para garantir a mastigação, a fala, o crescimento adequado da
arcada dentária e a orientação da erupção dos dentes permanentes.

Anatomia da Polpa Dentária

A polpa dentária é o tecido mole localizado na parte interna do dente, composta


por vasos sanguíneos, nervos e células especializadas. Em dentes decíduos, a
polpa é mais volumosa em comparação aos dentes permanentes, e sua
proximidade com a superfície pode tornar a inflamação e infecção mais prováveis
quando há cáries ou trauma.

Indicações para Terapia Pulpar

A terapia pulpar é indicada em casos onde a polpa dentária foi afetada, mas o
dente pode ser mantido. As principais indicações incluem:

Cáries profundas que atingem a polpa.

Traumatismos dentários, como fraturas que expõem a polpa.

Sintomas de inflamação pulpar, como dor persistente ou abscesso.

Objetivos da Terapia Pulpar

Os principais objetivos da terapia pulpar em dentes decíduos são:

Manter o dente funcional e em posição na arcada até sua esfoliação natural.

Eliminar a infecção e a dor.

Promover a cicatrização e proteger o germe


Diagnóstico da Condição Pulpar

O diagnóstico da condição pulpar em dentes decíduos é fundamental para


determinar o tipo de tratamento necessário. Os métodos de diagnóstico incluem:

Histórico clínico: Coleta de informações sobre a dor, sua duração, intensidade


e resposta a estímulos.

Exame clínico: Inspeção visual do dente e observação de sinais de cáries,


fraturas ou infecções.

Radiografias: Imagens radiográficas ajudam a determinar a profundidade da


lesão e se há envolvimento pulpar ou abscesso.

O diagnóstico é dividido entre:

Pulpite reversível: Inflamação leve da polpa, onde a polpa ainda pode ser
mantida.

Pulpite irreversível: Inflamação grave da polpa, onde a remoção parcial ou total


da polpa é necessária.

Necrose pulpar: Morte da polpa, que exige remoção completa da polpa.

Tipos de Terapia Pulpar em Dentes Decíduos

Existem vários tipos de terapias pulpares, dependendo da extensão do dano à


polpa. As principais técnicas incluem:

Proteção Pulpar Indireta

Indicação: Cárie profunda que ainda não atingiu a polpa, mas que está muito
próxima a ela.

Procedimento: O dentista remove a cárie infectada e coloca um material protetor


(geralmente hidróxido de cálcio ou ionômero de vidro) sobre a dentina, visando
promover a formação de dentina reparadora. O dente é então restaurado.

Objetivo: Evitar a exposição pulpar e manter a vitalidade da polpa.

Proteção Pulpar Direta


Indicação: Exposição mínima da polpa por trauma ou cárie.

Procedimento: Um material biocompatível, como o hidróxido de cálcio ou o


MTA (Agregado Trióxido Mineral), é colocado diretamente sobre a polpa exposta,
seguido de uma restauração definitiva.

Objetivo: Proteger a polpa exposta e promover a cicatrização.

Pulpectomia Parcial (Pulpotomia)

Indicação: Em casos de pulpite reversível, quando a inflamação está restrita à


polpa coronária.

Procedimento: O dentista remove a porção inflamada da polpa na coroa do


dente, deixando a polpa radicular intacta. Após a remoção da polpa coronária, um
agente terapêutico como o formocresol, MTA ou hidróxido de cálcio é aplicado
para promover a cicatrização. O dente é então restaurado.

Objetivo: Preservar a vitalidade da polpa radicular e evitar a necessidade de


extração do dente.

Pulpectomia Total

Indicação: Para casos de pulpite irreversível ou necrose pulpar.

Procedimento: A pulpectomia envolve a remoção completa da polpa coronária


e radicular. Após a remoção, os canais radiculares são limpos, desinfetados e
preenchidos com um material reabsorvível, como pasta de iodofórmio ou óxido de
zinco e eugenol, que não interfere no processo de esfoliação do dente decíduo.

Objetivo: Eliminar a infecção e preservar o dente até que o dente permanente


esteja pronto para erupção.

Extração

Indicação: Quando a infecção ou dano ao dente é extenso, e a preservação do


dente não é possível ou desejável.

Procedimento: O dente afetado é removido e, em alguns casos, é colocado


um mantenedor de espaço para garantir que o espaço seja preservado para a
erupção do dente permanente.
Objetivo: Eliminar a fonte de infecção e prevenir problemas ortodônticos futuros
devido à perda precoce do dente decíduo.

Materiais Utilizados na Terapia Pulpar

Hidróxido de cálcio: Estimula a formação de dentina reparadora e é usado


tanto na proteção pulpar direta quanto na indireta.

MTA (Agregado Trióxido Mineral) Material biocompatível amplamente utilizado


na pulpotomia e proteção pulpar direta.

Formocresol: Utilizado há décadas em pulpotomias, mas seu uso está


diminuindo devido a preocupações com a toxicidade.

Óxido de zinco e eugenol: Material de preenchimento radicular utilizado na


pulpectomia.

Prognóstico da Terapia Pulpar

O sucesso da terapia pulpar em dentes decíduos depende de diversos fatores:

Diagnóstico correto: A correta identificação da condição pulpar (reversível ou


irreversível) é crucial.

Técnica adequada: Seguir protocolos clínicos padronizados garante melhores


resultados.

Cuidados pós-operatórios: Manter uma boa higiene oral e acompanhamento


regular é fundamental para o sucesso do tratamento.

Importância da Terapia Pulpar

Manter os dentes decíduos saudáveis até sua esfoliação natural é essencial para
o desenvolvimento adequado da dentição permanente. Dentes de leite que são
extraídos precocemente podem causar problemas de alinhamento, perda de
espaço e complicações na erupção dos dentes permanentes, resultando em
tratamentos ortodônticos mais complexos no futuro.
Considerações Finais

A terapia pulpar em dentes decíduos é uma prática fundamental para a


odontopediatria, com o objetivo de manter os dentes de leite em funcionamento
até que sejam naturalmente substituídos pelos dentes permanentes. Diagnósticos
corretos, a escolha apropriada do tipo de tratamento e o uso de materiais
adequados são essenciais para o sucesso da terapia e para garantir uma boa
saúde bucal para a criança.

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