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ANEXO I

ROTEIRO PRÁTICO PARA VERIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE


DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

DECADÊNCIA

1º PASSO
Ver no título executivo (CDA) a natureza da dívida (tributária ou não-
tributária), a data da ocorrência do fato gerador.

2º PASSO
a) Dívida tributária (ex.: impostos, taxas, contribuições de melhoria,
contribuições sociais, anuidades de Conselhos profissionais) – proceder à
contagem do prazo de decadência (5 anos):

a.1) Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação (ex.: IR, CSLL,
PIS, COFINS, contribuições previdenciárias, IPI, ICMS e ISS) a partir do fato
gerador, quanto à diferença não declarada nem paga antecipadamente (regra
específica do art. 150, § 4º, CTN);

a.2) Nos demais casos, a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que o lançamento poderia ter sido efetuado (regra geral do art. 173, I,
CTN), assim considerado:

a.2.1) Para os tributos sujeitos a lançamento de ofício (ex.: ITR, IPVA e


IPTU), o exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador;

a.2.2) Para os tributos sujeitos a lançamento por declaração (ex.: ITCMD e


ITBI), do decurso do prazo para a apresentação da declaração pelo sujeito
passivo;
a.2.3) Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o exercício
seguinte ao do vencimento do tributo SEM qualquer pagamento pelo sujeito
passivo.

b) Dívida não-tributária (ex.: infrações de trânsito, ambiental e outras de


natureza administrativa) deve-se verificar a legislação específica a fim de
saber qual o prazo de decadência e a regra aplicável para sua contagem.

3º PASSO
Realizada a contagem, verificar se a notificação ao sujeito passivo (ato que
ultima o lançamento) ocorreu dentro do prazo decadencial. Caso afirmativo,
não haverá decadência. Negativa a resposta, o juiz deverá pronunciar de ofício
a decadência e extinguir, por sentença, a execução.

PRESCRIÇÃO

1º PASSO
a) Crédito tributário:

a.1) Examinar a CDA para saber a forma de constituição do crédito tributário,


se por meio de declaração do sujeito passivo (no lançamento “por
homologação”) ou notificação (nos casos de lançamento “de ofício”,
lançamento “por declaração” ou “auto de infração”):

a.1.1) se por meio de declaração, no caso do lançamento “por homologação”


ou “autolançamento” (ex.: IR, CSLL, PIS, COFINS, contribuições
previdenciárias, IPI, ICMS e ISS), verificar a data de entrega da declaração ou
do vencimento do tributo (se posterior), a partir de quando deverá ser contado
o prazo prescricional de 5 anos;

a.1.2) se por meio de lançamento “de ofício” (ex.: ITR, IPTU e IPVA) ou
lançamento “por declaração” (ITBI, ITCMD), o prazo de prescrição deverá
ser contado a partir da data de vencimento da notificação para pagamento;
a.1.3) se por meio de “auto de infração” (para todos as espécies de tributos e
obrigações acessórias), o prazo de prescrição deverá ser contado a partir do
término do prazo da notificação sem pagamento e impugnação ou da
notificação da decisão definitiva no recurso administrativo;

b) Crédito não-tributário (ex.: multas de trânsito, ambiental e outras de


natureza administrativa) – verificar a legislação específica a fim de saber qual
o prazo de prescrição e a regra aplicável para sua contagem. Tratando-se de
multas de Conselhos profissionais e outras punitivas impostas pela Fazenda
Pública deve-se aplicar, por analogia, o prazo de 5 anos previsto no Decreto
20.910/32, a partir do fato gerador da obrigação.

2º PASSO
a) Crédito tributário – verificar a data da efetiva citação, pois, até
09/06/2005 (entrada em vigor da LC 118/05, que alterou o art. 174, p. ún., inc.
I, do CTN), a citação interrompia o prazo prescricional. A partir de
09/06/2005, o despacho ordenando a citação passou a interromper o prazo
de prescrição.

b) Crédito não-tributário – verificar a data do despacho ordenando a


citação, pois constitui causa interruptiva do prazo de prescrição nos termos do
art. 8º, § 2º, da Lei 6.830/80 (LEF). Aqui não se aplicam as regras do CTN.

3º PASSO
a) Crédito tributário – decorrido tempo superior ao prazo prescricional
previsto para a hipótese, determinar à parte exequente que preste informação
acerca de eventuais causas interruptivas e/ou suspensivas do prazo
prescricional (ex.: confissão e parcelamento do débito).

b) Crédito não-tributário – verificar na legislação específica acerca da


existência de causas de interrupção e suspensão do prazo de prescrição.
4º PASSO
Proceder à contagem do prazo de prescrição, considerando eventuais causas
de interrupção (nova contagem, desprezando-se o tempo transcorrido) e de
suspensão (reinício da contagem, considerando o tempo já transcorrido).

5º PASSO
a) Crédito tributário – realizada a contagem, verificar se a citação ou o
despacho ordenando-a (conforme antes ou depois da vigência da LC 118/05)
ocorreu dentro do prazo de prescrição. Caso afirmativo, não haverá
prescrição. Negativa a resposta, o juiz deverá pronunciar de ofício a
prescrição e extinguir, por sentença, a execução.

b) Crédito não-tributário – procedida a contagem, verificar se o despacho


ordenando a citação ocorreu dentro do prazo de prescrição. Caso afirmativo,
não haverá prescrição. Negativa a resposta, o juiz deverá pronunciar de ofício
a prescrição e extinguir, por sentença, a execução.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

1º PASSO
Examinar os autos a fim de verificar se, após a interrupção do prazo de
prescrição pela citação ou o despacho ordenando-a (conforme o caso), houve a
paralisação da tramitação processual pelo tempo equivalente ao da prescrição
previsto para a hipótese (ex.: 5 anos para o crédito tributário). Caso
afirmativo, determinar à parte exequente que preste informação sobre
eventuais causas interruptivas e/ou suspensivas do prazo prescricional (ex.:
confissão e parcelamento do débito).
2º PASSO
Não tendo ocorrido qualquer causa interruptiva ou suspensiva do prazo da
prescrição e concluindo-se que a paralisação da tramitação processual se deu
por inércia ou culpa da parte exequente, deverá o juiz pronunciar de ofício a
prescrição intercorrente e extinguir, por sentença, a execução.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO
ART. 40, § 4º DA LEI Nº 6.830/80 (LEF)

1º PASSO
Examinar os autos a fim de verificar se, da decisão que ordenou o
arquivamento provisório previsto no § 2º do art. 40 da LEF, houve o decurso
do prazo prescricional previsto para a hipótese. Caso afirmativo, intimar a
parte exequente para se manifestar (§ 4º).

2º PASSO
Após manifestação da parte exequente e não se verificando qualquer causa
interruptiva ou suspensiva do prazo prescricional no período do arquivamento,
deverá o juiz pronunciar de ofício a prescrição intercorrente e extinguir, por
sentença, a execução.

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