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MA016- O CICLO DA ÁGUA

CASO PRÁTICO

1. Tendo em conta o ciclo hidrológico a poluição atmosférica de origem antropogénica


(causada por atividades humanas) tem um impacto significativo no ciclo hidrológico, que é o
processo natural de circulação de água na Terra. Este ciclo inclui a evaporação, condensação,
precipitação e escoamento. O efeito da poluição atmosférica antropogénica sobre o ciclo
hidrológico pode ser analisado sob vários ângulos.

A poluição atmosférica inclui gases de efeito de estufa (CO₂, metano, óxidos de azoto, etc.) e
partículas finas, como o dióxido de enxofre e o carbono negro. Estes poluentes alteram a
composição química da atmosfera, afetando o equilíbrio térmico e os processos de troca de
calor e humidade.

A poluição atmosférica antropogénica altera o ciclo hidrológico em várias frentes: ao mudar


os padrões de precipitação, acidificar as chuvas, aumentar as temperaturas e influenciar a
formação de nuvens. Estes impactos desequilibram o sistema natural de circulação da água, o
que pode resultar em problemas graves como secas, inundações e a diminuição da
disponibilidade de água potável. A redução da poluição atmosférica, especialmente de gases
de efeito estufa e aerossóis, é crucial para mitigar os efeitos adversos no ciclo hidrológico
global (Cordani e Picazzio, 2009).

A poluição por dióxidos de enxofre (SO₂) e óxidos de azoto (NOₓ), ao combinar-se com a
água na atmosfera, forma ácidos como o ácido sulfúrico e o ácido nítrico. Estes contribuem
para a formação da chuva ácida, que pode ter impactos na alteração da qualidade da água
alterando o pH de corpos d'água, prejudicando ecossistemas aquáticos e tambem afetando os
nutrientes no solo e pode reduzir a sua fertilidade, interferindo nas atividades agrícolas e na
capacidade do solo de reter água. (AYOADE, 2007, p. 25),

A poluição atmosférica antropogénica contribui para o aumento da frequência e intensidade


de eventos climáticos extremos, como secas, inundações e tempestades. Isso perturba o ciclo
hidrológico, criando desequilíbrios nos padrões de evaporação e precipitação, afetando a
disponibilidade de água doce.
Os aerossóis (poeiras, fumaça, sal marinho, matéria orgânica) estão presentes na atmosfera
em quantidades variáveis e implicam em grande regulação no clima, "[...] na distribuição e
nas trocas de energia dentro da atmosfera e entre a superfície da Terra e a atmosfera"
(AYOADE, 2007, p. 17).

A poluição atmosférica antropogênica tem um impacto profundo e multifacetado no ciclo


hidrológico, com efeitos negativos tanto no clima global quanto no desenvolvimento humano.
Mudanças nos padrões de precipitação, evaporação, derretimento de geleiras e qualidade da
água são alguns dos principais fatores influenciados por esse tipo de poluição. Essas
alterações climáticas podem resultar em escassez de água, perda de biodiversidade, redução
da produtividade agrícola e aumento de eventos climáticos extremos, afetando negativamente
o desenvolvimento socioeconômico e ambiental em escala global (CASTRO, 1983, p. 100).

2. Localmente existem gestões para preservação das reservas de água potável tais como a
mitigação da emissão de poluentes atmosféricos por meio de políticas ambientais rigorosas e
a transição para energias renováveis, além de promover a adaptação e resiliência das
comunidades frente às mudanças climáticas . Algumas cidades participam de programas de
cooperação internacional para aprender e adotar melhores práticas de gestão de recursos
hídricos.

3. Aqui está um esquema básico de como as atividades antropogênicas e os processos


naturais afetam o desenvolvimento do ciclo hidrológico:

3.1. Impactos das Atividades Antropogênicas no Ciclo Hidrológico:

 Queima de combustíveis fósseis (Indústrias e Transportes):


o Aumento dos gases de efeito estufa (CO₂, metano), que aquecem a atmosfera
e intensificam a evaporação.
o Mudanças nos padrões climáticos, alterando a distribuição de chuvas.
 Emissão de aerossóis (Poluição do ar):
o Modificação da formação de nuvens, impactando o regime de chuvas.
o Menor quantidade de precipitação em algumas regiões ou chuvas mais
intensas em outras.
 Desmatamento e Agricultura:
o Redução da transpiração (menos vegetação).
o Maior escoamento superficial (a água não penetra tanto no solo), o que pode
levar à erosão e perda de água subterrânea.
o Redução da infiltração e menor recarga dos aquíferos.
 Urbanização (Cidades e Infraestrutura):
o Impermeabilização do solo (asfalto, concreto) aumenta o escoamento
superficial e reduz a infiltração de água no solo.
o Aumento de inundações em áreas urbanas devido à falta de permeabilidade do
solo.
 Uso excessivo de água (Agricultura, Indústria, Abastecimento doméstico):
o Drenagem excessiva de aquíferos subterrâneos, diminuindo a disponibilidade
de água potável.
o Interrupção do fluxo natural de rios, lagos e outros corpos d'água.

3.2 . Efeitos Naturais no Ciclo Hidrológico:

 Variações Climáticas Naturais:


o Ciclos climáticos naturais, alteram os padrões de chuva e temperatura
globalmente, impactando a evaporação, a formação de nuvens e a
precipitação.
 Mudanças na Temperatura Global (sem interferência humana):
o Pequenos aumentos ou diminuições na temperatura global afetam a quantidade
de vapor de água que a atmosfera pode reter, alterando o ciclo de chuvas.
 Atividades Vulcânicas:
o Erupções vulcânicas podem lançar grandes quantidades de aerossóis na
atmosfera, o que pode esfriar temporariamente o clima e alterar os padrões de
precipitação.

Referências Bibliográficas

AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,


2007.
CORDANI, U. G.; PICAZZIO, E. A Terra e suas origens. In: TEIXEIRA, W. et al.
Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

CASTRO, I. E. O problema da escala. In: CASTRO, I. E. de; GOMES, P. C. da C.;


CORRÊA, R. L. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

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