1-INTRODUÇÃO
A rúcula (Eruca sativa), também chamada de mostarda persa, é uma hortaliça
originária de regiões próximas ao Mediterrâneo. A mesma era muito utilizada no Império
Romano como afrodisíaco e possui propriedades nutracêuticas. Atualmente, a rúcula é muito
popular na Itália, sendo empregada em vários pratos típicos italianos, já no Brasil, é mais
consumida nos Estados da região sul, mas sua aceitação já vem aumentando e conquistando
espaço em outros mercados, podendo ser consumida na forma de saladas ou de outras
maneiras como em pizzas.
Porém, no que se refere às exigências climáticas da planta, o fator crítico no
desenvolvimento da cultura, são as temperaturas elevadas, e quando cultivada durante os
meses frios, a mesma possui um sabor mais picante, já quando o cultivo é realizado em
épocas mais quentes, a rúcula tem um sabor forte e amargo.
Nas regiões tropicais, especificamente na região de Cáceres-MT, o cultivo desta
hortaliça ocasiona alguns problemas devido ao clima, sendo que essa hortaliça se desenvolve
com características mais aceitáveis pelos consumidores quando cultivada em clima ameno,
assim se torna necessário saber qual cultivar melhor se adapta as condições oferecidas em
nossa região, sendo um dos fatores que os obrigam a buscar alternativas como a utilização de
ambiente protegido, já que o desenvolvimento da Rúcula (Eruca sativa) é bastante
influenciado pelas condições ambientais onde temperaturas elevadas estimulam o seu
pendoamento precoce, que é acelerado na medida em que a temperatura aumenta, além disso,
condições de dias longos associadas às temperaturas elevadas aceleram ainda mais esse
problema.
A introdução de ambiente protegido no desenvolvimento das plantas implica
diretamente na qualidade das plantas, sendo as características físicas e químicas de melhor
qualidade quando se opta por esse sistema de produção. (Fonteno et al., 1981).
O cultivo em ambiente protegido, além de permitir a utilização intensiva da terra e
do capital, permite sua produção de maneira controlada, dependendo menos das condições
climáticas, e melhor aproveitamento dos insumos; possibilita a distribuição da produção ao
longo do ano; regulariza a oferta e proporciona ao produtor a possibilidade de evitar épocas de
menor preço (RODRIGUES et al., 1997).
3
A energia radiante, a temperatura e a umidade afetam o desenvolvimento e o
crescimento dos vegetais, dos insetos e dos microrganismos. A produção de biomassa está
diretamente relacionada à disponibilidade energética no meio, que condiciona a produtividade
potencial de cada cultura (Pereira et al., 2002). Já, o fotoperíodo é outro condicionante
ambiental que exerce influência no desenvolvimento das plantas, pois algumas espécies só
iniciam a fase reprodutiva quando da ocorrência de um valor crítico de fotoperíodo por elas
exigido.
O clima é um fator de grande influencia na produção de hortaliças. No verão as
chuvas demasiadas danificam as hortaliças e criam condições favoráveis para o aparecimento
de doenças. Para auxiliar na resolução desse problema, uma alternativa promissora é o cultivo
protegido, controlando fatores climático como temperatura, umidade do ar, radiação, vento e
composição atmosférica.
Assim, o cultivo protegido de hortaliças garante qualidade e volume necessários
para algumas espécies que apresentam dificuldades de produção em épocas específicas do ano
evitando assim a sazonalidade do produto em algumas épocas do ano. O emprego de práticas
que visam à diminuição dos efeitos da temperatura e da luminosidade pode contribuir para o
aumento da produtividade sob condições adversas (Aburre et al., 2003). Então, utilizar meios
de proteção às culturas pode auxiliar nas modificações microclimáticas favoráveis ao
desenvolvimento das plantas, que são sensíveis em relação às condições externas. Porém,
estas modificações dependem dos materiais aplicados na sua construção e o modelo escolhido
para causar melhores efeitos.
Assim, este trabalho determinará o grau de eficiência de ambientes protegidos
com telas termo-refletoras no desenvolvimento de cultivares de rúcula (Eruca sativa) e as
ações diretas e indiretas dos mesmos em alguns atributos no seu desenvolvimento vegetativo
podendo ser citado o diâmetro e comprimento das folhas, altura das folhas, massa da matéria
fresca e seca, comprimento do caule e número de perfilhos.
2- OBJETIVO
2.1- Objetivo Geral
Produção de Rúcula (Eruca sativa) em diferentes porcentagens de sombreamento
4
com malhas termo-refletoras (aluminet®) no período de inverno em cáceres-MT.
2.2- Objetivos Específico
Determinar em qual dos ambientes campo aberto e telas termo-refletoras ocorre a
melhor produção;
Avaliar número de perfilhos por planta nos diferentes ambientes;
Avaliar peso da massa da matéria fresca e seca da parte aérea das plantas nos
diferentes ambientes.
Avaliar altura das plantas nos diferentes ambientes;
Avaliar em quais dos ambientes vai obter melhor produção total, massa fresta total
e comercial.
3- JUSTIFICATIVA DO PROJETO
Atualmente vem crescendo a aceitação e consumo da rúcula (Eruca sativa Miller)
e conseqüentemente sua demanda vai crescer necessitando os produtores estejam preparados
para atender á demanda produzindo um produto de qualidade e que possa ser oferecido o ano
todo.
Dentre as hortaliças de folhas, a alface é a mais plantada e a mais consumida pela
população brasileira, porém, desde o final da década de 90, a rúcula (Eruca sativa Miller)
vem conquistando maior espaço no mercado. Consumida como salada crua ou de outras
formas, como em pizzas, se diferencia principalmente pelo sabor. Segundo dados fornecidos
pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), a
quantidade de rúcula comercializada nesse mercado teve um crescimento em torno de 78%,
de 1997 para 2003. Outro aspecto relevante diz respeito à valorização da rúcula nesse
mercado. Em 2003 ela apresentou preço anual médio de R$ 2,43 kg-1 em comparação aos R$
0,64 kg-1 obtido pela alface (média dos tipos americana e crespa). Assim, o crescimento na
quantidade comercializada de rúcula e a sua cotação são indicadores de que a atividade é
rentável. Contudo, apesar de sua importância econômica para a horticultura, existem poucos
estudos no tocante à fitotecnia desta planta. As recomendações de adubação para a cultura da
rúcula tem se baseado em culturas de famílias e espécies distintas geralmente utiliza-se a
mesma para a cultura da alface (KATAYAMA, 1993). Também, não existe recomendação
5
diferenciada entre os sistemas de produção em campo e em ambiente protegido, bem como
entre as estações do ano.
Essa planta cresce rapidamente sob temperaturas amenas, florescendo em dias
longos com altas temperaturas (MORALES & JANICK, 2002), sendo que quando ocorrem
temperaturas elevadas à produção fica prejudicada, sendo que as folhas acabam ficando
menores e rijas, tornando-se impróprias para a comercialização.
Uma solução que pode ser empregada é a utilização de telas de sombreamento na
produção a campo que é uma tecnologia que vem sendo empregada por muitos produtores
para viabilizar o cultivo em regiões de altas temperaturas.
A produção em ambiente protegido não pode ser atingida sem a preocupação com
a gestão da qualidade na atividade, o que implica em conhecimento de todas as possibilidades
técnicas disponíveis em cada nível tecnológico da cadeia produtiva, de forma que a utilização
dos recursos seja otimizada e os impactos ambientais minimizados, com retornos financeiros
satisfatórios.
4- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. A cultura da Rúcula
Pertencente a família das brássicas, três espécies são utilizadas no consumo
humano: Eruca sativa Miller, que possui ciclo de crescimento anual, Diplotaxis tenuifolia (L.)
DC. e Diplotaxis muralis (L.) DC., ambas perenes (PIGNONE, 1997).
No Brasil, a espécie mais cultivada é a Eruca sativa Miller, representada
principalmente pelas cultivares Cultivada e Folha Larga. Porém, também se encontram
cultivos em menor escala da espécie Diplotaxis tenuifolia (L.) DC. conhecida como rúcula
selvática.
No Brasil, são escassas ou quase nulas as informações sobre a nutrição da cultura
da rúcula, prevalecendo mais o empirismo. Sendo assim, resultados de pesquisa encontrada
para a cultura da alface são utilizados como orientação para a realização da adubação dessa
cultura (KATAYAMA, 1993). Dessa forma, as recomendações encontradas na literatura para a
cultura da rúcula não fazem distinções entre famílias e espécies.
A rúcula (Eruca sativa Miller) cresce rapidamente sob temperaturas amenas,
6
florescendo em dias longos com altas temperaturas (MORALES & JANICK, 2002). Quando
ocorrem temperaturas elevadas sua produção fica prejudicada, sendo que as folhas acabam
ficando menores e rijas, tornando-se impróprias para a comercialização. Contudo, Filgueira
(2000) cita que apesar da rúcula produzir melhor sob temperaturas amenas, ela tem sido
cultivada ao longo do ano em numerosas regiões brasileiras. Este resultado é comprovado por
Gusmão et al. (2003), que cultivando rúcula nas condições do Trópico Úmido em Belém (PA),
sob alta temperatura e umidade do ar, verificaram um desenvolvimento normal comparável ao
de regiões de temperaturas amenas.
A rúcula é uma hortaliça folhosa herbácea de rápido crescimento vegetativo e
ciclo curto. O período que abrange desde a emergência das plântulas até a iniciação floral,
representa sua produção economicamente viável, que se encerra ao atingir o maior tamanho
das folhas. Suas folhas são relativamente espessas e recortadas, de coloração verde, com
nervuras verde-claras.
Além de servir como alimento, a rúcula possui propriedades nutracêuticas, sendo
um bom depurativo, fonte de vitamina C e de ferro (PIGNONE, 1997).
A rúcula, similarmente à alface, tem sua produção dificultada no verão,
principalmente pela alta pluviosidade, época em que se torna mais interessante para os
produtores, pela melhor remuneração alcançada, devido à escassez do produto e pela alta
demanda do consumo.
A rúcula tem melhor remuneração nos períodos com alta precipitação
pluviométrica que compreende os meses de novembro a março, época em que a oferta é
deficiente, pois sua produção torna-se difícil, devido a fatores ambientais. Essa cultura é
muito sensível às condições climáticas principalmente chuva e temperatura.
Tradicionalmente, a rúcula é mais bem adaptada a temperaturas mais amenas, com
maior produção nas épocas mais frias do ano, em condições de campo.
Outros fatores que afetam a produtividade da cultura estão diretamente
relacionados com o clima. Geralmente, no verão, a maioria das cultivares de rúcula não se
desenvolve bem devido ao calor intenso, dias longo e o excesso de chuva estas condições
favorece o pendoamento precoce. Porém este fenômeno é influenciado pelo comportamento
das cultivares e o uso de tecnologias, como de telas de sombreamento, que amenizam as
condições ambientais desfavoráveis.
No Brasil, segundo Trani et al. (1992), para o bom desenvolvimento da planta,
7
com produção de folhas grandes e tenras, existe a necessidade de temperaturas entre 15 a
18°C.
A semeadura da rúcula pode ser feita diretamente no canteiro definitivo,
utilizando-se 0,2 gramas de semente por metro linear ou em bandejas (poliestireno expandido
ou polietileno), com posterior transplante das mudas para o canteiro. Ressalta-se, que na
semeadura direta, muitas vezes, é difícil obter um estande uniforme, principalmente pela
dificuldade de semeadura devido às sementes da rúcula ser pequenas (REGHIN et al. 2004).
Atualmente o produtor está optando pela produção de mudas em bandejas, pelas vantagens
descritas por Filgueira (2000). Em ambos os sistemas de cultivo, o espaçamento utilizado
entre linhas é de 0,15 a 0,25 m (TRANI et al., 1992).
Com relação à necessidade hídrica da cultura, Trani et al. (1992) e Pimpini &
Enzo (1997) citam que ela não suporta o excesso de água de chuva torrencial ou irrigação
excessiva. O excesso hídrico na fase inicial favorece com freqüência a doença conhecida
como tombamento das plantas (damping off), provocada por fungos de solo. Sob chuva
torrencial, as plantas apresentam menor tamanho, além de ficarem com as folhas
amarelecidas, danificadas e sujas, comprometendo seu valor comercial. Trani et al. (1992)
recomendam que a cultura seja irrigada diariamente com 10 a 20 litros de água por metro
quadrado.
A colheita da rúcula é feita de 30 a 40 dias após a semeadura. Após esse período
as folhas começam a ficar fibrosas e impróprias para o consumo, pois a planta começa a entrar
no estádio reprodutivo. Este termina aproximadamente aos 110 – 130 dias após a semeadura
(DAS), quando tem início a colheita das sementes, com duração de cerca de 25 dias
(MINAMI & TESSARIOLI NETO, 1998).
Para o comércio, as folhas de rúcula (maços ou dúzias de plantas), devem estar
com 15 a 20 cm de comprimento, bem desenvolvidas, verdes e frescas (MINAMI &
TESSARIOLI NETO, 1998). Trani et al. (1994) consideram como padrão comercial a altura
aproximada de 20 cm, aceitando uma variação de 10% em torno dessa medida. Porém o
mercado é muito variável, existindo regiões que preferem folhas grandes e outras que
apreciam folhas pequenas.
A deficiência de nitrogênio na cultura da rúcula induz menor desenvolvimento das
plantas. As folhas mais velhas apresentam inicialmente leve clorose, evoluindo para uma
clorose mais acentuada, podendo chegar a completo amarelecimento da planta e causar morte
8
(KAGUIMOTO et al., 1982). O excesso de nitrogênio também pode ser prejudicial à planta.
O excessivo suprimento de nitrogênio causa crescimento demasiado da parte aérea em relação
ao sistema radicular, deixando a planta mais suscetível ao déficit hídrico e a deficiência de
nutrientes, principalmente fósforo e potássio. Com o excessivo desenvolvimento foliar o
efeito positivo do nitrogênio na fotossíntese diminui pelo sombreamento. O aumento do
sombreamento pode gerar alterações nas condições microclimáticas, potencializando a
incidência de infecções por fungos.
Na literatura nacional, o espaçamento recomendado para essa cultura no sistema
convencional de cultivo, campo com semeadura em canteiros definitivos, é de 0,20 a 0,30 m
entre linhas e aproximadamente 0,05 a 0,10 m entre plantas, após o desbaste (TRANI et al.,
1992; FILGUEIRA, 2000).Em ensaio realizado com espaçamento entre linhas (0,10; 0,15;
0,20; 0,25 e 0,30 m) em campo com a cultura da rúcula, Takaoka & Minami (1984)
concluíram que nos espaçamentos de 0,15 (2,3 kg m-2) a 0,25 m (2,4 kg m-2), consegue-se a
melhor relação da produtividade com o tamanho das plantas (massa de matéria fresca e seca).
Avaliando a influência do espaçamento entre plantas (0,05; 0,10; 0,15 e 0,20 m) e
da quantidade de plântulas (2 ou 4) por torrão transplantado, Reghin et al. (2004) observaram
maior produtividade (4,2 kg m-2) no tratamento com maior população de plantas (menores
espaçamentos e 4 plântulas por torrão). Porém, com o aumento de produtividade,
proporcionada pelo menor espaçamento, observaram que o número de folhas e massa de
matéria fresca e seca das plantas diminuiu. Os autores citam que para a comercialização em
maços, a maior produtividade é mais interessante devido ao alto rendimento por área.
Todavia, o padrão de ótima qualidade das plantas seria encontrado nas menores densidades de
plantio
Com relação à radiação necessária ao cultivo, Pimpini & Enzo (1997) citam que
na falta da mesma, que normalmente é observada nos cultivos em ambiente protegido no
hemisfério norte, no inverno, ocorre estiolamento das plantas, as folhas tornam-se mais finas,
adquirem coloração verde clara, perdem aroma e acumulam mais nitrato.
4.2. Cultivo protegido
A crescente demanda por hortaliças de alta qualidade e ofertas durante o ano todo
tem contribuído para o investimento em novos sistemas de cultivo, que permitam produção
adaptada a diferentes regiões e condições adversas do ambiente.
9
O cultivo em ambiente protegido é um sistema de produção agrícola
especializado, que possibilita certo controle das condições edafoclimáticas como:
temperatura, umidade do ar, radiação, solo, composição atmosférica, vento e outras
intempéries. Esse sistema de cultivo apresenta uma série de vantagens, tais como proteção em
relação aos fenômenos climáticos (geadas, granizo, vento e chuvas), melhor aproveitamento
dos insumos de produção (fertilizantes, defensivos e água) e melhor controle de pragas e
doenças. Por outro lado, o cultivo em ambiente protegido também apresenta desvantagens,
como o alto custo para sua implantação, que pode variar de R$ 28,00 a R$ 60,00 o m²,
dependendo do grau de tecnologia empregada na construção da estrutura e no controle do
ambiente. Além disso, esse sistema de cultivo envolve o conhecimento multidisciplinar para
que o manejo das plantas seja bem feito e se obtenha sucesso.
Suárez (1999) trabalhando com comportamento da tela termorefletora aluminet®
50% em tomate embaixo de estufas observou que a tela termorefletora teve um aceitável
comportamento como era de supor em relação atenuação da radiação e temperatura, só que,
estas foram adversas a partir de condições naturais.
A atenuação da radiação solar, como medida para reduzir a temperatura interna de
abrigos para cultivo protegido, apresenta resultados bastante diversos e, em muitos casos,
além de não se obter a queda de temperatura desejada, são observados prejuízos na produção
dos cultivos pela redução excessiva no aporte de radiação fotossinteticamente ativa (RFA)
(Faria Junior, 2008).
O uso de telas de sombreamento em locais de temperatura e luminosidade
elevadas pode contribuir para diminuir os efeitos extremos da radiação, principalmente a
fotorrespiração, e proporcionar maior produtividade e qualidade das folhas para consumo
(Silva, 1998).
O uso de telas de sombreamento e de cultivares adequadas às condições de
temperatura e luminosidade elevadas na produção de mudas de rúcula pode contribuir para
diminuir os efeitos extremos da radiação, resultando em mudas vigorosas, de boa qualidade
para transplante e, conseqüentemente, aumento na produtividade e na qualidade das folhas
para consumo (Silva,1999).
Conseqüentemente, com essas vantagens há ganho na produtividade e diminuição
na sazonalidade da oferta, diminuindo riscos e conferindo maior competitividade pela
possibilidade de se oferecer produtos de melhor qualidade o ano todo. Segundo Cermeño
10
(1990), a produtividade dentro do ambiente protegido pode chegar a ser duas a três vezes
superior a do campo, além da qualidade superior.
5- MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Área de Estudo
O experimento foi conduzido na área experimental pertencente à UNEMAT,
localizada no Município de Cáceres-MT. A região apresenta clima Tropical altitude média de
118,0 metros do nível do mar latitude de 16°04’33” e longitude de 57°39’10”, com
temperatura máxima anual de 32,4°C, mínima de 20,3°C e média compensada de 32,4°C
(Rozales, 2006), podendo ocorrer temperaturas de 40°C. A pluviosidade anual é de
aproximadamente 1311,85 mm (Tartari, 2006), concentrando 45% nos meses de dezembro a
fevereiro (Guerrini, 1978). O solo é do tipo Plintosolo Pétrico Concrecionário Distrófico
(Embrapa, 1999).
5.2. Procedimentos Metodológicos
Os tratamentos foram quatro ambientes (campo aberto e telas termo refletoras nas
porcentagens de 30, 40 e 50%) e duas cultivares (folha larga e cultivada) da marca Top Seed
utilizando o delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições (Quatro
1). A unidade experimental foi composta por 70 plantas, avaliando as 40 plantas centrais,
descartando as demais como bordadura. Depois de realizado o transplantio das mudas,
realizar-se-à uma vez por semana a coleta de plantas até completar seis semanas, utilizando
apenas plantas das linhas centrais, sendo que as linhas mais externas vão funcionar como
bordadura.
Será realizada a coleta de dados meteorológicos no ambiente protegido e no
campo serão coletadas diariamente as variáveis temperatura do ar e do solo (°C), umidade
relativa do ar (%) e a radiação global e fotossinteticamente ativa (MJ m-2).
Durante o decorrer do experimento, o controle das plantas invasoras será realizado
quando necessário através de capinas manuais.
11
Quadro 01. Ambiente de cultivo em função cultivar e da intensidade de
sombreamento na produção de rúcula.
Tratamentos CULTIVAR TELAS INTENSIDADE DE
CULTIVADA (A) SOMBREAMENTO (%)
FOLHA LARGA
Aluminet®
(B)
T1 A Campo aberto Sem sombreamento
T2 A Termo refletora 30
T3 A Termo refletora 40
T4 A Termo refletora 50
T5 B Campo aberto Sem sombreamento
T6 B Termo refletora 30
T7 B Termo refletora 40
T8 B Termo refletora 50
5.3 – Preparo da área experimental
5.3.1 – Calagem, adubação e preparo do solo
As estimativas das características físicas e químicas do solo foram obtidas a partir
20 sub-amostras, componentes de uma amostra composta retirada das áreas experimentais na
profundidade de 0-20 cm, as quais foram determinadas no laboratório de análise de solo
PLANTE CERTO LTDA, localizado na Rua Sarita Baracat, nº276 em Várzea Grande-MT.
Os resultados desta análise foram os seguintes: M.O.= 28,00 g dm 3; pH= 6,8 H2O,
P= 90,5 mg dm-3; K= 0,33 cmolc dm-3; Ca = 5,19 cmolc dm-3; Mg = 1,94 cmolc dm-3; Al = 0,0
cmolc dm-3;CTC pH7 = 8,30; V = 89,40%, Areia 740 g kg -1 ; Silte 120 g kg-1 ; Argila 140 g kg-
1
, mostrando que o mesmo se encontra com uma ótima saturação por bases sem a necessidade
calagem pois o ideal para a cultura da rúcula é uma saturação por bases de 80% e o solo atual
já ultrapassa este valor.
Após a análise será realizada á adubação de plantio baseado em Trani et al (1997)
para alface, com 200 gramas por metro linear do formulado 4-14-8, mais 200 gramas de
12
superfosfato simples e 9 litros de esterco por metro linear de canteiro. Pois os resultados de
pesquisa encontrada para a cultura da alface são utilizados como orientação para a realização
da adubação dessa cultura (KATAYAMA, 1993). Posteriormente será realizada á adubação
complementar com nitrogênio utilizando uréia parcelada três vezes a cada 10 dias após o
transplantio. Camargo (1992) recomenda para a rúcula, juntamente com mais 11 culturas de
famílias e espécies distintas a aplicação 40 kg ha -1 de N no plantio e mais 120 kg ha -1 de N em
cobertura, em doses iguais, aos dez, vinte e trinta dias após o transplante.
O preparo do solo será realizado antes de cada experimento, com enxada rotativa
(microtrator) dentro do ambiente protegido e a campo depois de feita a adubação.
5.3.2 – Instalação dos ambientes
A área ocupada pelos ambientes das estruturas tem a dimensão de (10x10
m) de comprimento e os canteiros foram levantados com 0,2 m de altura por 9 m de
comprimento e 1,5 m de largura, com espaçamento entre estes de 0,3 m. Cada ambiente ocupa
uma área de 10x10 m2, com pé direito 2,40m de altura, cada ambiente foi coberto com as
diferentes porcentagens de sombreamento. Sendo que somente será utilizado um canteiro por
ambiente, contendo as duas cultivares folha larga e cultivada com quatro repetições cada.
Figura 1 – Ambientes cobertos com as diferentes porcentagens de sombreamento.
A disposição dos ambienta foi disposta de seguinte forma (Figura 2).
13
Figura 2 – Disposição dos ambientes estudados. A – testemunha sem sombreamento, B –
Aluminet® 30%, C – Aluminet® 40% e D – Aluminet® 50%.
5.3.3 – Instalações do Sistema de irrigação
A irrigação utilizada foi do tipo asperção com mangueiras tipo Santeno. Disposta
entre os canteiros (figura 3).
14
Figura 3 – Disposição do sistema de irrigação nos ambientes.
5.4 – Instalações do experimento
A produção de muda de rúcula será realizada no dia 05/08/2009 em bandejas de
polietileno expandido de 128 células (formato de pirâmide invertida). Neste serão colocado
um número fixo de três de sementes por célula da cv. Folha Larga (Top Seed) e cv. Cultivada
(Top Seed).O substrato utilizado será o da marca comercial Plant Max HT® misturado com
terra preta. As bandejas serão cobertas por uma fina camada de casca de arroz carbonizada e
colocadas em viveiro onde receberam os tratos culturais exigidos até o momento do
transplante.As mudas foram dispostas sobre bancadas com 0,7m de altura sob ambiente
protegido coberto com filme plástico agrícola (polietileno).
O transplante será efetuado quando as mudas atingirem a idade fisiológica
adequada isto é, de 03 folhas verdadeiras, nos devidos ambientes. As plântulas serão dispostas
no canteiro com espaçamento de 20 cm entre fileiras e 10 cm entre planta com sete fileiras,
sendo cada fileira será composta por 10 plantas, totalizando 70 plantas por parcela.
5.5 – Características avaliadas
5.5.1 – Altura da planta (cm)
A altura da planta será determinada com auxílio de uma régua, medindo-se a
planta do colo até as folhas mais altas, em quatro plantas por parcela.
5.5.2 – Massa de matéria fresca (g por conjunto de plantas)
A massa de matéria fresca será determinada pela pesagem em balança digital de
precisão, da parte aérea das plantas (folhas) em conjunto de 10 plantas.
5.5.3 – Massa de matéria seca (g por conjunto de plantas)
A massa de matéria seca foi obtida através da secagem da parte aérea das plantas
avaliadas para massa fresca, em estufa de circulação forçada de ar, mantida a
aproximadamente 60°C.
5.5.4 – Produtividade (kg m-2)
15
A produtividade será através do produto da massa de matéria fresca pelo número
de plantas utilizadas em meio metro quadrado.
6- RESULTADOS ESPERADOS
Os dados obtidos para as características avaliadas serão analisados
estatisticamente através da análise de variância com teste F em cada experimento. Toda a
análise realizada será feita através do programa Stat.
Espera-se com isto obter análise se existem diferenças de crescimento e produção
das variedades de rúcula cultivada e folha larga sob diferentes porcentagens de telas termo
refletoras.
7- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Ano de 2009
Atividades
Jul Ago Set Out Nov Dez
1. Coleta dos solos pra análise
X
laboratorial
2. Limpeza da Área X
3. Instalação dos ambientes X
4. Preparo dos canteiros X
5. Preparo das mudas X
6. Transplantio para canteiro
X
definitivo
7. Coleta de dados X X
8. Análise estatística dos dados X
9. Reuniões com a equipe X X X X X
10. Análise conjunta X X
16
11. Entrega Projeto X
12. Apresentação Projeto X
13. Apresentação Monografia X
8-ORÇAMENTO DO PROJETO
8.1- Material de Consumo
Valor unitário
Descrição de materiais Quant. Valor total (R$)
(R$)
Substrato para hortaliças 4 18,00 72,00
Sulfato de Potássio (adubo
15 Kg 3,80 57,00
potássico)
Superfosfato-simples (adubo
50 Kg 0,95 47,50
fosfatado)
Bandeja de polietileno
16 Un. 11,00 176,00
expandido
Material de escritório 1 Un. 30,00 30,00
Sementes 2 lts 10,00 20,00
Combustível (deslocamento,
30 L 2,67 80,10
micro trator e roçadeira)
Total 482,60
8.2- Despesas com terceiros (Pessoa Física e Jurídica)
17
Descrição de materiais Quant. Valor unitário Valor total (R$)
(R$)
Análise química de solo 1 30,00 30,00
Total 30,00
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABURRE, M. E. O.; PUIATTI, M.; COELHO, M. B.; CELON, . R.; HUAMAN,
C. A. M. Y.; PEREIRA, F. H. F. Produtividade de duas cultivares de alface sob malhas
termo-refletoras e difusa no cultivo de verão. Horticultura brasileira. V. 21, n.2, 2003.
Suplemento-CD.
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CERMEÑO, Z. S. Estufas instalação e maneio. Lisboa: Litexa. 1990. 355p
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Classificação de Solos. Brasília-DF, Embrapa Solos, 1999, 412p.
FARIA JÚNIOR, M.J.A.; SENO, S.; HORA, R.C. da; SELEGUINI, A; SILVA,
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abrigos. Mini-curso. Maringá, 2008, p. 50
FONTENO, W.C.; CASSEL,D.K.; LARSON,R.A. Physical properties of three
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container media and their effect on poinsettia growth. Journal of American Society for
Horticultural Science, Alexandria, v.106, n. 6, p.736-741, 1981.
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produção e comercialização de hortaliças. Viçosa. UFV, 2000. 402 p.
GUERRINI, V. Bacia do alto rio Paraguai; estudo climatológico.Brasília-DF:
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