Compilado de Materiais Dogmas Marianos

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FORMAÇÃO

Entenda os Dogmas Marianos


Que o exemplo da Mãe do Senhor nos inspire a seguir mais
fielmente os passos do Divino Redentor.
8 Maio 2023

O dogma é uma verdade de fé proclamada pelo Magistério da Igreja que deve ser objeto da
adesão de todos os fiéis e precisa ter uma conexão necessária ou estar claramente enunciado na
Sagrada Escritura ou na Sagrada Tradição. Os dogmas referentes ao papel da Virgem Maria na
história da salvação, são profundamente coerentes entre si e expressam a beleza da ação de
Deus para resgatar o gênero humano. Este texto intenta fornecer uma exposição simples dos
dogmas marianos ressaltando, apenas, o que neles há de essencial.

Primeiro dogma: A Maternidade Divina


No III Concílio Ecumênico de Éfeso, em 431, a Igreja proclamou que a Virgem Maria é Mãe de
Deus (Theotókos) para combater Nestório que não percebeu que Jesus Cristo é uma única
pessoa na qual devemos reconhecer a natureza humana e a natureza divina, porém sem
confusão, mudança, divisão e separação.

Este dogma mariano salvaguardou a unidade da pessoa de Jesus e a eficácia da salvação que
Ele operou com o derramamento do Seu sangue (Col 1, 19-20). Isabel antecipou o dogma quando
disse: ‘Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite’ (Lc 1, 43). O grande erro de Nestório
foi negar a humanidade de Jesus e, na prática, negar a salvação por Ele trazida.

Segundo dogma: A Virgindade Perpetua de Maria


No Concílio de Latrão, em 649, foi definido o dogma mariano da virgindade perpetua de Maria.
Jesus foi concebido pela ação do Espírito Santo (Lc 1, 34). A virgindade de Maria não foi violada
durante o parto. O Evangelho indica que ‘Maria deu à luz o seu filho primogênito e o enfaixou e o
reclinou em um presépio’ (Lc 2,7), ação incomum para quem acabou de ter um parto normal.

Deus isentou Maria da punição cominada à Eva: ‘na dor darás à luz filhos’ (Gn 3,16). ‘O Senhor
atravessou portas fechadas e veio até nós pelo seio fechado da Virgem Maria’. Inexistem nos
evangelhos referências a outros filhos da Mãe de Jesus. As referências aos irmãos de Jesus
dizem respeito aos filhos de Cleofas, irmão de São José, e de sua esposa Maria.

Maria de Cleofas é apresentada como mãe de Tiago e de José (Mt 27,56), logo eles são primos de
Jesus, embora (Mt 15,35) se refira a eles como irmãos do Senhor. Trata-se de um uso mais amplo
da palavra irmãos para fazer referência, também, a parentes.

Pouco antes de morrer, o Salvador entregou sua Mãe aos cuidados de João, que era de outra
família (Jo 19, 26-27). Tendo permanecido virgem e sendo mãe de um só Filho, Maria teve
condições de fazer de Jesus o centro absoluto da sua vida. De outro modo, dispersaria as suas
atenções e não realizaria a contento a sua exigentíssima missão. Deus concedeu a Ela a ventura
de ter em São José um dedicadíssimo esposo que exerceu eximiamente a função de pai adotivo
de Jesus.

Terceiro dogma: A Imaculada Conceição de Maria


Em 1854, na Bula Ineffabilis Deus, o Papa Pio IX definiu o dogma da Imaculada Conceição,
segundo o qual a Bem-Aventurada Virgem Maria, ‘por singular graça e privilégio de Deus Todo-
Poderoso e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano’ foi preservada da
mancha original que fez os primeiros pais perderem o estado de justiça original (Gn 3, 1-7) e
transmitirem uma natureza decaída aos seus descendentes.

A Mãe do Senhor foi preservada do pecado original porque é a origem humana do Corpo de Jesus
e seria irrazoável supor a possibilidade de Ela transmitir uma natureza decaída ao Senhor. O
arcanjo Gabriel a chama de ‘cheia de graça’ (Kecharitomene, Lc 1, 28) porque Maria é
integralmente preenchida pela graça de Deus, o que é incompatível com uma natureza decaída,
mas Ela continuou sempre dependente da graça de Deus.

Quarto dogma: A Assunção de Maria


Subjaz ao dogma da Assunção de Maria a noção de que não é razoável presumir que o corpo
virginal do qual o Senhor foi gerado tivesse sido corrompido pela natureza. A vitória sobre a
serpente (Gn 3, 15) implica vitória sobre a morte, que é o salário do pecado (Rm 4, 25).

Por isso, em 1950, Pio XII declarou solenemente que a Virgem Santíssima ao terminar o curso
desta vida foi elevada por Deus em corpo e alma à glória celeste. Ela acompanhou Jesus da
Anunciação ao Calvário e favoreceu com a sua presença a Igreja nascente em Pentecostes. A
Mãe do Senhor se apresenta agora como uma mulher que enfrenta os inimigos do Reino de Deus
e contribui para gerar o Cristo na vida dos membros da Igreja (Ap 12, 1ss).

Por Átila Amaral Brilhante


Professor do curso de Filosofia – UFC/ICA
Credo Apostólico

Maternidade Divina de Maria


Sabendo que em Jesus Cristo existe a pessoa divina e duas naturezas: a humana e a divina, ao
se perguntar de quem Maria é mãe obtém-se a seguinte resposta: ela a mãe do próprio Deus,
segunda pessoa da Santíssima Trindade. Ela não gerou a divindade de Jesus, mas um homem,
cuja natureza é divina. O que foi que Maria deu à luz? A um corpo humano. Quem foi que nasceu?
O próprio Deus feito homem.

"Denominada nos Evangelhos ‘a mãe de Jesus’ ; Maria é aclamada, sob o impulso do


Espírito, desde antes do nascimento do seu Filho, como a ‘Mãe do meu Senhor’. Com efeito,
Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente
seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho Eterno do Pai, a segunda Pessoa da
Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus
(Theotókos)".

Sempre que a Igreja Católica refere-se à Maria dois adjetivos são utilizados: Virgem e Mãe.
Os filósofos modernos tendem a resolver a tensão gerada por essa aparente contradição
simplesmente eliminando um dos dogmas. A realidade é que existem os dois dogmas: o
dogma da Maternidade Divina e o dogma da Virgindade Perpétua de Maria, e que,
aparentemente, ambos constituem um paradoxo que gera uma espécie de tensão
intelectual. Antes de tentar resolver essa tensão é preciso crer.

O Concílio de Éfeso, em 431, proclamou que Maria é a geradora de Deus (Theotókos, em


grego ou Deípara, em latim):

"Com efeito, não nasceu antes, da Santa Virgem, um homem qualquer, sobre o qual
depois desceria o Verbo, mas se diz que este, unido desde o útero materno, assumiu o
nascimento carnal, apropriando-se o nascimento de sua própria carne... Por isso, os
santos Padres não duvidaram chamar a santa Virgem de Deípara, não no sentido de
que a natureza do Verbo ou sua divindade tenham tido origem da Santa Virgem, mas
no sentido de que, por ter recebido dela o santo corpo dotado de alma racional ao qual
também estava unido segundo a hipóstase, o Verbo se diz nascido segundo a carne."
(DH 251)
Sabendo que em Jesus Cristo existe a pessoa divina e duas naturezas: a humana e a divina,
ao se perguntar de quem Maria é mãe obtém-se a seguinte resposta: ela a mãe do próprio
Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade. Ela não gerou a divindade de Jesus, mas um
homem, cuja natureza é divina. O que foi que Maria deu à luz? A um corpo humano. Quem foi
que nasceu? O próprio Deus feito homem.

Deus Eterno enquanto natureza divina não tem mãe, mas Deus Encarnado quis tê-la. Essa é
a grande dificuldade de entendimento dos protestantes, o pensamento deles assemelha-se
e muito ao pensamento da heresia nestoriana (separação do humano e do divino), cujo fim
foi justamente a resolução oferecida pelo Concílio de Éfeso, acima citado.

O referido Concílio, ao pronunciar-se, nada mais fez do que repetir o que Santa Isabel disse
no Evangelho de Lucas. O Catecismo da Igreja Católica diz que:

"Denominada nos Evangelhos ‘a mãe de Jesus’ ; Maria é aclamada, sob o impulso do


Espírito, desde antes do nascimento do seu Filho, como a ‘Mãe do meu Senhor’. Com
efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou
verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho Eterno do Pai, a
segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é
verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos)" (495).

A primeira tensão - Maria, Mãe de Deus - está resolvida. Vejamos quanto à segunda: a
Virgindade de Maria.

A Igreja, desde o seu início, sempre considerou a virgindade de Maria, ou seja, que ‘Jesus
foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria (...),
sem sêmem’. Tanto é verdade que já nas primeiras fórmulas ocidentais percebe-se a
presença dessa verdade de fé, a saber:

1. Hipólito de Roma: Traditio Apostolica (versão latina): "Crês em jesus Cristo, Filho de
Deus, que nasceu do Espírito Santo, do seio da Virgem Maria, …"

2. Saltério do rei Etelstano: "Creio em Deus Pai onipotente, e em Cristo Jesus, seu Filho
unigênito, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e Maria virgem, … "
3. Codex Laudianus: "Creio em Deus pai onipotente, e em Cristo Jesus (Jesus Cristo), seu
unico Filho, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e Maria virgem, … "

4. Ambrósio, bispo de Milão: Explanatio Symboli: "Creio em Deus Pai onipotente, e em


Jesus cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo, do seio de Maria
virgem, …"

5. Agostinho: Sermão 213 (= Sermo Gueferbytanus 1), na entrega do Símbolo: "Creio em


Deus Pai onipotente, e em Jesus Cristo seu único filho, nosso Senhor, que nasceu do
Espírito Santo e da Virgem Maria, …"

6. Pedro Crisólogo: Sermões 57-62: "Creio em Deus Pai onipotente, e em Jesus Cristo, seu
único Filho, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo, do seio de Maria virgem, …"

7. Tirânio Rufino: Expositio (ou Comentarius) in symbolum: "Creio em Deus Pai onipotente,
invisível e impassível, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu do
Espírito Santo, do seio de Maria virgem, …"

8. Missal e sacramentário florentino: "Creio em Deus Pai onipotente, e em Jesus Cristo,


seu único Filho, nosso Senhor, nascido do Espírito Santo e de Maria Virgem, …"

9. Nicetas, bispo de Remesiana: Explicação do Símbolo: "Creio em Deus Pai, Criador do


céu e da terra, e no seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, nascido do Espírito Santo e do
seio da Virgem Maria, …"

10. Agostinho: Sermão 215, na devolução do Símbolo: "Cremos em Deus Pai onipotente,
criador de tudo, rei dos séculos, imortal e invisível. Cremos também em seu Filho, nosso
senhor Jesus Cristo, nascido do Espírito Santo, do seio da virgem Maria, …"

11. Pseudo-Agostinho [Quodvuldeus de Cartago]: Sermões sobre o Símbolo: "Creio em


Deus Pai onipotente, criador de tudo, rei dos séculos, imortal e invisível. Creio também em
seu Filho, Jesus Cristo, seu Filho único, nosso senhor, que nasceu do Espírito Santo, do seio
da Virgem Maria;..."

12. Ildefonso de Toledo: De cognitione baptismi: "Creio em Deus Pai onipotente, e em


Jesus Cristo, seu único Filho, Deus e Senhor nosso, que nasceu do Espírito Santo e do seio
de Maria Virgem, …"

13. Fragmentos de um Símbolo gálico antigo: "Creio em Deus Pai onipotente. Creio
também em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, nosso Senhor, que foi concebido do Espírito
Santo, nasceu do seio de Maria Virgem, …"

14. Missale Gallicanum Vetus: Sermão [9 de Cesário de Arles] sobre o Símbolo: "Creio em
Deus Pai onipotente, criador do céu e da terra. creio também em Jesus Cristo, seu Filho
unigênito sempiterno, que foi concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, …"

15. Pirmínio: Compilação de textos canônicos: "Crês em Deus Pai onipotente, criador do
céu e da terra? Crês também em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi
concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, …"

16. Antifonário de Bangor: "Creio em Deus Pai onipotente, inivísvel, criador de todas as
criaturas visíveis e invisíveis. Creio também em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Deus onipotente, concebido do Espírito Santo, nascido de Maria Virgem, …"

17. Ritual batismal romano (Ordo Romanus XI ed. Andrieu = VII ed. Mabillon): "Creio em
Deus Pai onipotente, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu do seio de Maria Virgem, …"

As citações acima são das fórmulas ocidentais tão somente, prosseguindo na verificação
junto ao Denzinger, encontram-se as fórmulas orientais, portanto, é possível afirmar que
sempre houve uma unanimidade na crença na virgindade de Maria. O Sínodo de Latrão, no
ano 649, afirmou que:

"Cânon 3: Se alguém não professa, de acordo com os santos Padres, em sentido


próprio e segundo a verdade, genitora de Deus a santa sempre virgem e imaculada
Maria, já que ela, em sentido específico e verdadeiro, no fim dos séculos, sem sêmem,
concebeu do Espírito Santo e sem corrupção gerou o próprio Deus Verbo, que antes
de todos os séculos nasceu de Deus Pai, e que depois do parto permaneceu inviolada
a sua virgindade, seja condenado." (DH 503)

Portanto, a realidade concreta e atestada é a de que Jesus foi concebido pelo Espírito
Santo no seio de Maria, sem sêmem. A virgindade de Maria é um sinal específico de que o
pai é o próprio Deus. Evidente que Deus, sendo onipotente, poderia ter feito tudo diferente,
porém, Ele quis mostrar pela virgindade de Maria que não houve teogamia (cópula entre
deus e um humano, como se vê na mitologia grega). Mais que isso, além de não ter havido
relação sexual, Maria permaneceu virgem mesmo após o parto, ou seja, o hímem de Maria
não se recompeu.

"Os relatos evangélicos entendem a conceição virginal como uma obra divina que
ultrapassa toda compreensão e toda possibilidade humanas. O que foi gerado nela
vem do Espírito, diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva. A Igreja vê aí o
cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: ‘Eis que a virgem conceberá
e dará à luz um filho’." (497)

Na aula seguinte prosseguir-se-ão os estudos acerca da Virgindade de Maria e de sua


Maternidade.
Credo Apostólico

A virgindade de Maria
Dando continuidade ao estudo acerca das duas características de Maria: Virgem e Mãe, tem-se que,
para os Santos Padres, o fato de Jesus Cristo ter sido concebido do Espírito Santo, isto é, sem
semêm, "[é um] sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a
nossa" (496).

Foi, de fato, concebido do Espírito Santo no útero da virgem mãe, que o deu à luz,
permanecendo intacta a sua virgindade, assim como com intacta virgindade o concebeu..." (DH
291)

Dando continuidade ao estudo acerca das duas características de Maria: Virgem e Mãe, tem-se
que, para os Santos Padres, o fato de Jesus Cristo ter sido concebido do Espírito Santo, isto é,
sem semêm, "[é um] sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa
humanidade como a nossa" (496).

Para a Igreja, Maria permanece real e perpetuamente virgem, mesmo durante o parto de Jesus.
Virgem antes, durante e depois do parto. Esta é a fé da Igreja. A Carta "Lectis dilectionis tuae",
de São Leão Magno ao bispo Flaviano de Constantinopla, em 13 de junho de 449, diz que:

"O mesmo sempiterno unigênito do Genitor sempiterno 'nasceu do Espírito Santo e de


Maria virgem'. Este nascimento temporal em nada diminuiu-lhe o nascimento divino e
sempiterno, nem nada lhe acrescentou; mas ee se dedicou todo a recuperar o homem, que
tinha sido enganado, com o fim de vencer a morte e de destruir com a sua força o diabo,
que tinha o domínio da morte. De fato, não poderíamos vencer o autor do pecado e da
morte, se não assumíssemos a nossa natureza e a fizesse sua aquele que nem o pecado
pôde contaminar, nem a morte deter.
Foi, de fato, concebido do Espírito Santo no útero da virgem mãe, que o deu à luz,
permanecendo intacta a sua virgindade, assim como com intacta virgindade o concebeu..."
(DH 291)
"Gerado, mas num novo nascimento: porque a virgindade inviolada ignorou a
concupiscência e subministrou a matéria da carne. Da mãe do Senhor foi assumida a
natureza, mas não a culpa; e no Senhor Jesus Cristo nascido do seio da Virgem a natureza
não é diferente da nossa por ser admirável o seu nascimento." (DH 294)
Acerca do mesmo tema, em 03 de fevereiro de 557, tem-se a Carta "Humani generis", ao rei
Hildeberto I, que diz:

"Creio e professo, pois, que, desta Trindade santa e beatíssima e consubstancial, uma
pessoa, isto é, o Filho de Deus, desceu dos céus para a salvação do gênero humano nos
últimos tempos, sem deixar a sede do Pai e o governo do mundo; e logo que o Espírito
Santo veio do céu na bem-aventurada virgem Maria e a força do Altíssimo a cobriu com sua
sombra, este mesmo Verbo e Filho de Deus entrou suavemente no útero da mesma santa
virgem Maria e, da carne dela, uniu a si uma carne animada por alma racional e intelectiva;
não que antes tivesse sido criada a carne e depois o Filho de Deus tivesse sobrevindo, mas,
como está escrito 'construindo a Sabedoria para si uma casa', imediatamente a carne do
útero da Virgem se fez a carne do Verbo de Deus e, portanto, o Verbo e o Filho de Deus se
fez homem sem nenhuma mudança ou tranformação da natureza do Verbo e da carne, um
só em ambas as naturezas, isto é, na e divina e na humana; e assim, Jesus Cristo procedeu,
isto é, nasceu verdadeiro Deus e, o mesmo, verdadeiro homem, conservada a integridade
da virgindade materna, pois ela o gerou permanecendo virgem assim como virgem o havia
concebido. Pelo que professamos de maneira veracíssima a mesma bem-aventurada
virgem Maria genitora de Deus, pois ela gerou o Verbo de Deus encarnado." (DH 442)

O Sínodo de Toledo, iniciado em 02 de maio de 693, afirmou que:

"Daí, mesmo sendo inseoaráveis as obras da Trindade, todavia segundo a fé proclamamos...


que não a inteira Trindade assumiu a carne, mas só o Filho de Deus, que antes dos tempos
foi gerado da substância de Deus Pai e ao fim dos tempos nasceu da Virgem Maria,
segundo o testemunho do Evangelho que diz: 'O Verbo se fez carne e habitou entre nós'... O
oráculo do anjo, dizendo que o Espírito Santo virá sobre ela e anunciando que o poder do
Altíssimo, que é o Filho de Deus Pai, a cobriria com sua sombra, mostrou que a trindade
inteira coopera com a carne do Filho. De fato, como a virgem antes da concepção
conservou o pudor da virgindade, assim depois do nascimento a sua integridade não sofreu
corrupção; pois como virgem concebeu, como virgem deu à luz e depois do nascimento
conservou, sem que nada se subtraísse o pudor da incorrupção..." (DH 571)

Sendo assim, como explicar que os Evangelhos falam de 'irmãos de Jesus'? O Catecismo
esclarece que: "a Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da
Virgem Maria: com efeito, Tiago e José, 'irmãos de Jesus", são os filhos de uma Maria discípula
de Cristo que significativamente é designada como 'a outra Maria'. Trata-se de parentes
próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento." (500)

A propósito da maternidade virginal de Maria no desígnío de Deus, o Catecismo apresenta o


verdadeiro método de se fazer teologia, ou seja, primeiro se deve crer e somente depois é que
se deve buscar as razões. Nesse viés, primeiro é preciso acreditar que Maria foi Virgem e Mãe,
para somente depois tentar raciocinar nas razões de Deus teve para querer assim. O Catecismo
elencou quatro razões - não para provar a virgindade de Maria, mas apenas para mostrar a
racionalidade dessa:

1. Maria e Jesus são a Nova Eva e o Novo Adão, ou seja, a virgindade e a maternidade
significam um novo início;

2. O nascimento de Jesus significa o novo nascimento que todos devem ter, todos são
chamados a nascer do alto;

3. Maria concebeu Jesus mais por causa de sua fé do que por causa da sua cooperação
carnal;

4. Maria, Virgem e Mãe, é a figura perfeita da Igreja.

É por tudo isso que a Igreja Católica com muita veneração e amor, em uníssono, diz:

Ave Maria, gratia plena, dominus tecum,


benedicta tu in mulieribus
et benedictus fructus ventris tui, Jesus.
Sancta Maria, mater Dei,
ora pro nobis peccatoribus,
nunc et in hora mortis nostrae.
Amen.
Credo Apostólico

A Imaculada Conceição
A Igreja Católica crê que Maria Santíssima foi preservada do pecado original e suas
consequências, como aconteceu realmente não é possível precisar. Porém, Deus é oniponte e
tudo pode fazer. Antes de Nossa Senhora, Adão e Eva tabém foram imaculados.

A Igreja Católica, portanto, crê que Maria Santíssima foi preservada do pecado original e
suas consequências, como, de fato, aconteceu não é possível precisar. Contudo, é preciso
recordar que Deus é onipotente e tudo pode fazer, inclusive preservar Maria da mancha do
pecado primeiro. Aliás, Maria não foi a primeira. Da mesma forma, Adão e Eva foram
também imaculados.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado em 1854, pelo Bem-aventurado


Pio IX, após uma consulta aos 603 Bispos do mundo todo. Desses, 546 responderam
favoravelmente à proclamação do dogma. Assim, por meio da bula Ineffabilis Deus, de 08
de dezembro de 1854, o dogma foi instituído.

Inicialmente é preciso esclarecer o que quer dizer a palavra conceição. Trata-se de uma
palavra de pouco uso no vocabulário português e quer dizer concepção. Assim, Imaculada
Conceição de Maria quer dizer que Maria foi concebida sem o pecado original, porém,
proveniente de uma relação sexual de seus pais, São Joaquim e Santa Ana. Como
compreender tal afirmação se é sabido que toda a humanidade traz em si a mancha do
pecado original? A bula Ineffabilis Deus, diz que:

"O Deus inefável... desde o princípio e antes dos séculos, escolheu e predestinou para
seu Filho unigênito uma mãe da qual nascesse, feito carne, na bem-aventurada
plenitude dos tempos; e a acompanhou com tão grande amor, de preferência a todas
as criaturas, que unicamente nela se comprouve com a mais propensa vontade. Por
isso, adminiravelmente a cumulou, mas que a todos os espíritos angélicos e todos os
santos, com a abundância de todos os carismas celestes, haurida do tesouro da
divindade. Assim ela, sempre absolutamente livre de toda mancha do pecado, toda
bela e perfeita, possui uma tal plenitude de inocência e de santidade que de modo
nenhum se pode conceber maior, depois de Deus, e que, foram de Deus, ninguém
pode apreender por mero pensamento." (DS 2800)

A Igreja Católica, portanto, crê que Maria Santíssima foi preservada do pecado original e
suas consequências, como, de fato, aconteceu não é possível precisar. Contudo, é preciso
recordar que Deus é onipotente e tudo pode fazer, inclusive preservar Maria da mancha do
pecado primeiro. Aliás, Maria não foi a primeira. Da mesma forma, Adão e Eva foram
também imaculados. A bula Ineffabilis Deus continua explicando:

"E certamente era de todo conveniente que uma mãe tão venerável refulgisse sempre
adornada dos esplendores da santidade mais perfeita e, inteiramente imune da
mancha da culpa original, alcançasse o mais completo triunfo sobre a antiga serpente.
A ela, Deus Pai decidiu dar seu Filho único, ao qual, gerado do seu coração, igual a ele
mesmo, ama como a si mesmo, e decidiu dar de modo tal que ele fosse, por natureza,
um só e o mesmo Filho comum de Deus Pai e da Virgem; a ela, o mesmo Filho a
escolheu para fazê-la sua mãe de modo substancial, e o Espírito Santo quis e atuou
para que por ela fosse concebido e nascesse aquele do qual ele mesmo procede." (DS
2801)

Maria foi redimida desde o momento de sua concepção. Ela foi salva por Jesus, quando
este morreu na cruz. Isso só é possível porque Deus olha as coisas fora do tempo. Assim, o
olhar do Pai sobre os méritos do Filho, preserva Maria de todo o pecado ainda no ventre de
sua mãe. Trata-se de uma dificuldade intelectual, pois é muito difícil entender como isso se
dá, mas, nesse caso, a fé busca a intelecção.

"De fato, a Igreja de Cristo, diligente guardiã e vindicadora das doutrinas a ela
confiadas, nelas nada jamais altera, nada omite, nada acrescenta, mas, com todo o
zelo, tratanto fiel e sabiamente os velhos dados que desde tempos remotos tomaram
forma e que a fé do Padres semeou, procura limá-los e poli-los de tal mdo que aqueles
antigos dogmas da doutrina celeste recebam evidência, luz e precisão, mas
conservem sua plenitude, integridade e característica e se desenvolvem somente
segundo seu próprio gênero, ou seja, no mesmo dogma, no mesmo sentido, na mesma
sentença." (DS 2802)
Isso quer dizer que a Igreja sempre creu na Imaculada Conceição de Maria, contudo, antes
do pronunciamento oficial era permitido que houvesse debate, que as pessoas não
acreditassem, porém, a partir do momento em que a Igreja afirmou sempre ter crido na
concepção sem pecado de Maria cessaram-se as discussões.

"... Para a honra da santa e indivisa Trindade, para adorno e ornamento da Virgem
Deíprara, para exaltação da fé católica e incremento da religião cristã, com a
autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e
Paulo e nossa, declaramos, proclamamos e definimos: a doutrina que sustenta que a
beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e
privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do
gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por
Deus e por isso deve ser crda firme e constantemente por todos os fiéis." (DS 2803)

A partir da proclamação do dogma, em dezembro de 1854, a concepção sem pecado de


Maria Santíssima passou a ser uma verdade da fé católica:

"Portanto, se houver quem presuma - o que Deus não permita - pensar no coração
diferente do que foi por Nós definido, tais tomem conhecimento e saibam que,
condenados por seu próprio juízo, naufragaram na fé e estão separados da unidade da
Igreja, e ainda incorreram automaticamente nas penas estabelecidas pela lei, se se
atreverem a manifestar por palavra, por escrito ou de qualquer outro modo externo, o
que pensam no coração." (DS 2804)

Portanto, que cada um esteja pronto a aceitar e a defender essa verdade de fé,
proclamando a Imaculada Conceição de Maria Santíssima. Que cada um traga nos lábios e
no coração este belo Hino do oficio das leituras:

Cantando teus louvores, ó pura Mãe de Deus!


Os hinos que entoamos se elevam até os céus.
Do Adão terrestre filhos, nascemos para o mal;
Só tu cremos isenta da culpa original.
Teus níveos pés esmagaram as fauces do dragão,
Ó Virgem concebida em pura conceição.
Florão do estirpe humana, que amparas todo réu:
Ajuda-nos na terra, conduze-nos ao céu.
Esmaga a vil serpente, repele o tentador;
Contigo cantaremos as glórias do Senhor.
Louvor e honra ao Deus trino, que tanto te amou,
Pois já antes do pecado da culpa te livrou!
A vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus.
Não desprezais as nossas súplicas em nossas necessidades,
mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.
Amém.
02/05/23, 08:26 Conheça os motivos pelos quais a Igreja proclamou a Assunção de Nossa Senhora

FORMAÇÃO

V I RGEM M A R I A

Conheça os motivos pelos quais a Igreja proclamou a Assunção de Nossa


Senhora

A Sagrada Tradição da Igreja ensina que Nossa Senhora foi elevada ao céu de corpo e alma após sua morte. No entanto,
as particularidades da “morte” da Virgem Maria não são conhecidas. Santo Epifânio, bispo de Salamina de Chipre,
compôs, nos anos de 374-377, o livro sobre as heresias, no qual escreve: “Ou a Santa Virgem morreu e foi sepultada e
seguiu-se depois sua Assunção na glória, ou, sem fim, verificou-se em plena e ilibada pureza, adornando a coroa de sua
virgindade” (MS, p. 267).

O Dogma da Assunção da Virgem Santíssima foi proclamado, solenemente, pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro
de 1950, e sua festa é celebrada no dia 15 de agosto. Grande júbilo e alegria pairou sobre todo o mundo católico
naquela data, especialmente, para os filhos de Maria. Quando o Papa o decretou, por meio da Constituição Apostólica
Munificentissimus Deus, foi uma verdadeira apoteose, tanto na Praça de São Pedro, em Roma, como nas outras cidades
do mundo católico.

Nesse documento, disse o Papa: “Cristo, com Sua morte, venceu o pecado e a morte e sobre esta e sobre aquele
alcançará também vitória pelos merecimentos de Cristo quem for regenerado sobrenaturalmente pelo batismo. Mas
por lei natural Deus não quer conceder aos justos o completo efeito dessa vitória sobre a morte, senão quando chegar
o fim dos tempos.

Revisar consentimento

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02/05/23, 08:26 Conheça os motivos pelos quais a Igreja proclamou a Assunção de Nossa Senhora

Foto Ilustrativa: sedmak by Getty Images / cancaonova.com

Por isso, os corpos dos justos se dissolvem depois da morte e, somente no último dia, tornarão a unir-se, cada um com
sua própria alma gloriosa. Mas, desta lei geral, Deus quis excetuar a Bem-Aventurada Virgem Maria
(https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/dogma/a-presenca-da-virgem-maria-na-vida-de-cada-um-de-nos/).
Ela, por um privilégio todo singular, venceu o pecado; por sua Imaculada Conceição, não estando por isso sujeita à lei
natural de ficar na corrupção do sepulcro, não foi preciso que esperasse até o fim do mundo para obter a ressurreição
do corpo”.

Imaculada virgem Maria


Assim, na Praça de São Pedro, em Roma, diante do pórtico de São Pedro, circundado por 36 Cardeais, 555 Patriarcas,
Arcebispos e Bispos e sacerdotes, e perante cerca de um milhão de fiéis, o Papa proclamava solenemente: depois de
haver mais uma vez elevado a Deus nossas súplicas e invocado as luzes do Espírito Santo, a glória de Deus Onipotente,
que derramou sobre a Virgem Maria.

Sua especial benevolência, em honra de Seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte, para
maior glória de Sua augusta Mãe e para a alegria e exultação de toda a santa Igreja, e pela autoridade de Nosso Senhor
Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma de fé
revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus (https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-
senhora/conheca-origem-da-devocao-ao-imaculado-coracao-de-maria/), sempre Virgem Maria, terminado o curso de
sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma (MS, p. 282).
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Solenidade

Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus, resume a importância desse dogma numa expressão cheia de
densidade: “A solenidade de 15 de agosto celebra a gloriosa Assunção de Maria ao Céu, festa de seu destino de
plenitude e de bem-aventurança, glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal, de sua perfeita
configuração com Cristo ressuscitado” (MC n.6).

Assim, Maria participa da ressurreição e glorificação de Cristo. É preciso lembrar, aqui, que somente Jesus e Maria
subiram ao Céu de corpo e alma. Os santos (https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/o-que-e-ser-um-
santo/) estão lá apenas com suas almas, pois os corpos estão na terra, aguardando a ressurreição do último dia. Maria,
ao contrário, foi elevada ao céu também com seu corpo já ressuscitado. É uma grande glória dela.

A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, em uma Instrução de 17-05-1979, deixou bem claro: a Igreja, ao expor
a sorte do homem após a morte, exclui qualquer explicação que tire o sentido à Assunção de Nossa Senhora naquilo
que ela tem de único, ou seja, o fato de ser a glorificação corporal da Virgem Santíssima uma antecipação da
glorificação que está destinada a todos os outros eleitos (n. 6).

Quais os motivos da Assunção de Nossa Senhora?

1 – Como Maria não esteve sujeita ao poder do pecado (https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-


oracao/o-pecado-e-uma-ruptura-da-nossa-relacao-com-deus/) para poder ser a Mãe de Deus, também não podia ficar
sob o império da morte, pois, como disse São Paulo, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Assim, Maria não
experimentou a corrupção da carne, mas foi glorificada em sua alma e seu corpo.

2 – A carne de Jesus e a de Maria são a mesma carne. Portanto, a carne de Maria devia ter a mesma glória que teve a de
seu Filho.

São João de Damasco, no ano 749, escreve: “Era necessário que aquela que, no parto, havia conservado ilesa sua
virgindade, conservasse também sem corrupção alguma seu corpo depois da morte. Era preciso que aquela que havia
trazido no seio o Criador feito menino habitasse nos tabernáculos divinos. Era necessário que aquela que tinha visto o
Filho sobre a cruz, recebendo no coração aquela espada das dores das quais fora imune ao dá-Lo à luz, O contemplasse
sentado à direita do Pai. Era necessário que a Mãe de Deus (https://formacao.cancaonova.com/nossa-
senhora/devocao-nossa-senhora/maria-e-a-mae-de-deus/) possuísse aquilo que pertence ao Filho e fosse honrada por
todas as criaturas como Mãe de Deus”.

E assim também se exprime São Germano, patriarca de Constantinopla, falecido em 735, e outros santos (MS, pp. 272
e 273).

Leia mais:
.: Por que Nossa Senhora é mãe da Igreja?
(https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/por-que-nossa-senhora-e-mae-da-igreja/).:Como se relacionar
com Nossa Senhora no dia a dia?
(https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/como-se-relacionar-com-nossa-senhora-
no-dia-a-dia/).:As Nossas Senhoras são a mesma Virgem Maria?

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(https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/as-nossas-senhoras-sao-a-mesma-virgem-
maria/).:A devoção a Nossa Senhora do Carmo (https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-
senhora/quem-foi-nossa-senhora-do-carmo/)

Festa do trânsito de Maria

A festa do Trânsito de Maria, que honrava sua morte, passou gradualmente a comemorar sua Assunção corporal ao
céu. No sacramentário enviado pelo Papa Adriano I ao Imperador Carlos Magno (768-814), que introduziu o
Cristianismo (https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/o-cristianismo-e-religiao-da-palavra-de-deus-por-
que/) em todo o vasto império franco, está escrito: digna de honra é para nós, Senhor, a festividade deste dia em que a
Beata Virgem Maria, a Santa Mãe de Deus, sofreu a morte temporal, mas não pôde ser retida pelos inexoráveis laços,
porque ela deu à luz Seu Filho, nosso Senhor, que tomou sua carne (MS, p. 273). No Sínodo de Mainz, no ano 813,
Carlos Magno introduziu a festa da Assunção de Maria ao Céu, depois de haver obtido autorização de Roma.

Foi São Gregório de Tours, falecido em 596, o primeiro a proclamar a Assunção corpórea de Maria ao Céu. Um século
mais tarde, Santo Ildefonso de Toledo afirmou: “Não devemos esquecer que muitos consideram que ela [Maria] foi,
neste dia, levada corporalmente ao céu por Nosso Senhor Jesus Cristo” (MS, p. 274).

Mãe de Deus

Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das Mães a participação em sua
ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles, sua dignidade
(https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/voce-sabe-importancia-da-dignidade-da-pessoa-humana/) de Mãe
de Deus exige a Assunção.

Para Santo Irineu, do século II, como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou
depois da morte, e seu corpo não experimentou a corrupção (MS, p. 277).

Como Maria não teve na alma a mancha do pecado original (https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/como-


seria-a-vida-humana-sem-o-pecado-original/), ficou isenta da dura sentença dada aos demais: “Es pó e em pó hás de
tornar” (Gn 3,19). A nós que herdamos o pecado original, é preciso voltar ao pó da terra de onde saímos, para que, na
ressurreição do último dia, o Senhor nos refaça sem as sequelas do mal.

Glória da Assunção de Nossa Senhora

A rica Tradição da Igreja reconheceu, desde os primeiros séculos, a gloriosa Assunção de Nossa Senhora. Dela dão
testemunho S. João Damasceno, São João Crisóstomo, S. Tomás de Aquino, S. Boaventura, S. Anselmo, São Bernardo e
outros luminares e teólogos famosos. Além disso, a Sagrada Liturgia sempre confirmou a verdade desse dogma, tanto
nos antigos missais como nos sacramentários, hinos e saudações à subida da Rainha ao Céu. Além disso, nunca, em
Igreja nenhuma da Terra, venerou-se uma relíquia do corpo de Maria Santíssima, mostrando com isso uma convicção
certa e inabalável de que Ela está no céu.

Contudo, a razão mais forte da Assunção de Nossa Senhora está no fato de ela ser a Mãe do Senhor. Como disse o frei
Francisco de Monte Alverne: “consentiria o meigo Jesus de Nazaré
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que sua morada puríssima, o céu esplêndido onde por nove meses repousaria, a estátua viva esculpida pelo próprio
Criador, ficasse nessa terra de exílio? Porventura o Rei dos Exércitos esperaria o fim dos tempos para que a corte
celeste prestasse homenagens reais à sua Mãe. Não, pois era mister que a humanidade reconhecesse quanto era
considerada uma mãe tão extremosa” (nota 22 e Tm p. 314).

A glória da Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que
o céu existe e é nosso destino.

(https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/)

(h //
Felipe Aquino
Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e
“Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana
prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica
pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova (https://loja.cancaonova.com/curadores/prof-felipe-aquino).
Página do professor: www.cleofas.com.br (http://cleofas.com.br/) e Twitter: @pfelipeaquino
(https://twitter.com/PFelipeAquino?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor)

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VIRGEM MARIA

Cinco lições que a Assunção tem


a nos ensinar
A bela festa da Assunção da bem-aventurada Virgem Maria é um dos “lembretes”
mais poderosos do nosso glorioso destino e do poder infinito de Deus para nos
levar de volta para casa.

Peter Kwasniewski • Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere


16.Ago.2019 • Tempo de leitura: 5 minutos

Diante da enxurrada de males que inundam hoje a Igreja de Cristo, acabamos


facilmente perdendo de vista o que deve ser para nós um consolo e estímulo
constantes à prática da virtude: a única finalidade dos nossos esforços é a vida
eterna no Reino de Deus, a Jerusalém celeste, a Igreja em sua perfeição materna
e imaculada, junto de Nosso Senhor, de Nossa Senhora e de todos os anjos e
santos.

O caminho que devemos percorrer até lá chegar é a caridade e a busca da


santidade. E a belíssima festa da Assunção da bem-aventurada Virgem Maria é
um dos “lembretes” mais poderosos do nosso glorioso destino e do poder infinito
de Deus para nos levar de volta para casa.

A única finalidade dos nossos esforços é a vida eterna no Reino de


Deus.
Esta festa tem muito a ensinar; consideremos, porém, somente cinco coisas:

1) Em primeiro lugar, não temos morada definitiva nesta terra, este vale de
lágrimas mortal, passageiro, infestado de pecados. Em sua imutável
eternidade, Deus pensou em cada um de nós, criou-nos para si mesmo e
colocou-nos no jardim deste mundo para cultivá-lo e guardá-lo, até que chegasse
o momento de conduzir-nos àquele grande e belo paraíso do qual este mundo é
sombra opaca, ou precipitar-nos para todo o sempre no inferno, por causa da
nossa preguiça, desobediência e desprezo pelo chamado que nos fizera o nosso
Criador.

Mas por que — alguém poderia pensar — temos nós de permanecer neste
mundo por algum tempo antes de sermos elevados à morada eterna dos santos?
Os seres humanos, sendo criaturas racionais, devem alcançar seu próprio fim
passo a passo, e não de imediato, com um único ato (como foi o caso dos anjos,
logo após serem criados). A condição humana, tal como Deus a quis, consiste em
crescer até a maturidade, em crescer no conhecimento e na entrega de si
mesmo. A nossa vida na terra, portanto, é uma escola de virtudes, de oração e
amor, é um período de prova para saber o que realmente valemos e para onde
queremos ir por toda a eternidade. E vemos que Nossa Senhora foi a melhor
aluna desta escola: é aquela que escutou o Pai, recebeu sua Palavra e a deu
livremente ao mundo.

2) Em segundo, a nossa condição real não é a de um fantasma, nem a de uma


ideia ou de um anjo, puramente espiritual. Não, somos feitos de carne e osso,
somos o ponto de encontro entre o visível e o invisível. O Verbo se faz carne
para redimir e divinizar este animal racional que somos nós, para lhe aperfeiçoar
tanto a racionalidade como a animalidade. Em Cristo ressuscitado vemos, pois,
perfeição tanto de espírito como de matéria. Eis aí o nosso destino: ressuscitar
dos mortos, com nossas carnes íntegras e nossa alma unida ao corpo — a
pessoa humana inteira, criada por Deus do pó da terra e insuflada com o sopro
divino.

É o que já aconteceu com a Virgem Maria: ela, que não conheceu a corrupção
do pecado, não havia de conhecer a corrupção do sepulcro; ela, em cujo ventre
habitou a Palavra viva e vivificante, não havia de ser acorrentada pela morte:
antes, pelo contrário, em toda a beleza de sua natureza humana, intacta, íntegra e
cheia de graça, ela foi assunta em corpo e alma à glória do céu, tendo já
alcançado plenamente a promessa da ressurreição.

3) Em terceiro lugar, a festa da Assunção nos ensina que as leis da natureza, por
terem em Deus sua origem última, não limitam o poder e a vontade divina.
Nossa Senhora foi elevada aos céus, contrariando assim o que chamamos de
“leis físicas”, mas em total harmonia com a lei suprema que é a vontade de Deus.
Ela entrou em outra dimensão, que não é medida pelo movimento de corpos
corruptíveis e pelo tempo que eles levam para ir de um lugar a outro, uma
dimensão muito acima do nosso espaço e tempo. Assim também aconteceu com
Nosso Senhor em sua Ascensão, isto é, quando Ele subiu ao céu e “uma nuvem o
ocultou aos olhos” dos Apóstolos (At 1, 9). Foi o jeito que o evangelista encontrou
de dizer que Jesus saiu deste mundo criado e entrou na dimensão própria de
Deus, a sua “terra pátria”, misteriosa e inefável, oculta a olhos mortais, mas agora
aberta, graças à sua Paixão e Cruz, a quantos forem salvos.

A Virgem Maria, que não conheceu a corrupção do pecado, não


havia de conhecer a corrupção do sepulcro.

4) Em quarto, a festa de hoje nos ensina a enorme dignidade do corpo humano,


templo do Espírito Santo, que não deveríamos nunca profanar com lascívia ou
impureza, desfigurar com mutilação e tatuagens, destruir com vícios e
indolências, idolatrar com certa obsessão por esportes e exercícios, nem
aparentemente desprezar pela cremação de seus restos mortais. O corpo é a
digníssima morada de uma alma imortal e do Corpo de Cristo na Santíssima
Eucaristia; é o digníssimo instrumento de que Deus se serve para transmitir a
vida humana; é o meio essencial por que realizamos obras de caridade espiritual
e material. E é este mesmo corpo que há de ressuscitar no último dia. Não é o
corpo, contudo, que nos faz humanos nem aquilo em virtude do qual nos
tornamos filhos de Deus: isto quem o faz é a nossa alma espiritual, que dá vida ao
corpo e, por meio dos sacramentos, recebe o dom da graça santificante.
Reconhecer o valor do corpo à luz de sua ordenação à alma e à vida eterna é a
chave para debelar vários males atuais que tão mal fazem à carne.

5) Em quinto e último lugar, a Assunção nos revela que Nossa Senhora está
perto, muito perto de Nosso Senhor: ela vê nossas necessidades e intercede
por nós junto a Ele, assim como fizera outrora nas bodas de Caná: “Eles não têm
mais vinho”. Ela sabe do que precisamos, ela escuta os pedidos de seus filhos e
lhes providencia o necessário, como faria toda mãe amorosa, e ela é a mais
amorosa de todas. E Jesus, que já sabe do que precisamos, como já sabia da
falta de vinho nas bodas de Caná, está disposto a ouvir sua Mãe, dando-lhe
assim a dignidade de cooperar para a nossa salvação.

A Assunção, pois, traz Nossa Senhora para mais perto de nós do que nunca,
justamente por elevá-la para junto do Senhor, que está presente sempre e em
todos os lugares. Não temos nada a temer, porque temos uma Mãe tão atenciosa
e um Redentor tão generoso.

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