1 Historia Da Saude Ebook
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Apresentação
Nesta unidade, abordaremos a história da saúde e a sua evolução, juntamente com
os conceitos de saúde e doença.
História da saúde
A história da saúde caminha junto com a história da medicina. Os primeiros
registros foram do médico grego Galeno, que documentou o conhecimento médico
da sua época. Para ele, a saúde era um equilíbrio entre as partes primárias do
corpo. Esse estudo do equilíbrio constituiu um tratado de anatomia considerado
um dos maiores da Grécia antiga, o qual foi utilizado por muito tempo na medicina
ocidental.
Já na Idade Média, surgiu a teoria miasmática, que considerava como causa das
doenças fatores externos, como gases ou resíduos nocivos, que tinham sua origem
na atmosfera ou a partir do solo. Assim, segundo a teoria, essas substâncias eram
levadas pelo vento e chegavam até um indivíduo provocando a doença.
O cenário mudou no fim do século XVIII e início do século XX, quando a medicina
criou condições adequadas de salubridade para a sociedade, abrindo espaços
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para a prática da medicina tradicional. Já no século XIX aparecem a bacteriologia
e a teoria de que para cada doença existe um agente que poderia ser combatido
com agentes químicos ou vacinas. A história da saúde e a medicina foram
influenciadas pelo empirismo, porém no século XIX a biologia científica se fortalece,
sem influência direta da filosofia, passando de ciência empírica para ciência
experimental.
Curiosidade
Bacteriologia é um ramo da ciência que pertence à biologia,
responsável por todos os estudos e pesquisas relacionados às
bactérias e suas propriedades.
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Na tentativa de definir saúde e doença, alguns fatores merecem destaque nos
tempos atuais. Quando se fala sobre o que é normal, é levada em consideração a
frequência de certo fenômeno para determinar o estado mais comum ou prevalente.
Então, estabelecendo-se o estado mais frequente, percebe-se também qual o mais
saudável.
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interpretações, traduções como formas de objetivação, com o intuito de descobrir o
sentido do fenômeno (queixas, doenças) apresentado.
Atenção
O termo “biopsicossocial” é muito utilizado para definições no
contexto psicológico, quando referimos que devemos ter um
olhar amplo sobre o indivíduo, observar as diferentes áreas como
psicológicas, biológicas ou físicas, sociais, ambientais, familiares
e culturais.
Entendemos, então, que a saúde é identificada como uma questão integral, com
muitas pluralidades, marcando o sujeito como indivisível e completo. Não se está
agindo apenas sobre o indivíduo, mas sobre a relação, as ações que ele estabelece
consigo e com os outros. Não existe apenas uma definição para o conceito de
saúde, mas formas que o conceito vai assumindo de acordo com os campos que
ultrapassa.
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No enfoque psicológico, a saúde não age sobre o indivíduo, mas sim sobre suas
ações. Ao definir a saúde como uma questão integral, o intuito é agir sobre as
relações e ações que cada ser humano estabelece com ele e o seu meio social. O
foco da psicologia é afirmar que não existe uma definição rígida para o conceito
de saúde, mas formas diferentes que o conceito pode assumir nos diferentes
campos da vida. A compreensão é de que o sujeito não é apenas um ser biológico,
mas também psicológico, então os estudos desse campo estão voltados
para compreender os fenômenos psicológicos do ser humano que levaram ao
adoecimento.
Curiosidade
O termo “saúde coletiva” refere-se ao processo de trabalho em
saúde que objetiva promoção de saúde e prevenção de risco e
agravos, com foco na melhoria da qualidade de vida, privilegiando
mudanças nos modos de vida de determinada população.
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um grande impacto com a entrada da vacinação na prevenção de algumas
doenças. Surgem então os primeiros comitês de vacinação, e assim as
questões de riscos envolvendo as doenças passam a ser um objetivo coletivo
e não apenas individual.
No início do século XX, surgiu a proteção sanitária como política de governo. Foram
criadas três formas clássicas de prevenção: primária, secundária e terciária. A
forma primária trabalha com a eliminação das causas e condições de aparecimento
das doenças, agindo no ambiente. A secundária, ou prevenção específica,
busca impedir o aparecimento de determinada doença, por meio da vacinação,
campanhas, e controles de saúde. Já a forma terciária visa limitar a prevalência de
incapacidades crônicas ou recidivas.
A política sanitária também obteve o seu espaço. O médico Emílio Marcondes Ribas
foi o condutor dessa visão, e o estado de São Paulo tornou-se um polo científico e
sanitário.
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Emilio Ribas
O ano de 1926 foi um marco na saúde pública brasileira, com os movimentos mais
intensificados pela população e a publicação, pelo Instituto Oswaldo Cruz, dos
cadernos de viagem dos médicos Artur Neiva e Belisário Pena, que realizaram um
trabalho no interior dos estados do Nordeste e de Goiás. Essa viagem denunciou as
precárias condições de vida no interior do país, e o movimento sanitarista passou a
ser também o “saneamento dos sertões”. Essa missão impulsionou o poder central
dos estados da região Nordeste frente às políticas públicas de saúde.
Na década de 1930, um novo sistema voltado aos trabalhadores foi criado. Esse
sistema era o Instituto de Aposentadoria (IAPS), que tinha o objetivo de integrar as
categorias dos trabalhadores. Esse período foi marcado pela desigualdade, porque
alguns movimentos trabalhistas exerciam mais força e poder sobre outros, e essa
pressão resultava em piores ou melhores serviços.
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A partir desse momento a saúde pública brasileira iniciou a fase do modelo
assistencial-privatista, a assistência médica da previdência social. Esse
modelo tinha como base as ações médicas de evolução da medicina
terapêutica para a medicina preventiva. O Ministério da Saúde atribuiu
também os chamados “negócios de saúde pública” a outros profissionais, e
não apenas aos médicos sanitaristas da época.
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Fechamento
Compreendemos que a história da medicina caminha junto a história da saúde
e conhecemos seus processos ao longo da história antiga, na idade média e na
modernidade.
Refletimos sobre o conceito de doença para Cangulhem (2006) que a define para
além do sofrimento físico, considerando todos os sentimentos expressos pelo
sujeito. Assim, compreendemos a saúde como uma questão integral.
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Referências
BAPTISTA, H. Higiene e Segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Senai, S.d.
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MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao
estratégico. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
SOLHA, R. K. T. Saúde coletiva para iniciantes. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
SOUZA, L. M. M. de. Saúde ocupacional. São Paulo: Erica, 2014. E-book. Disponível
em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513027>. Acesso
em: 31 jul. 2018.
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Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 16. ed.
Organização de Alexandre de Moraes. São Paulo: Atlas, 2000.
SOLHA, R. K. T. Saúde coletiva para iniciantes. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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