01 Introducao Educacao Especial

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Introdução a Educação Especial

INTRODUÇÃO

A educação especial assume, a cada ano, importância maior, dentro da

perspectiva de atender às crescentes exigências de uma sociedade em processo de

renovação e de busca incessante da democracia, que só será alcançada quando todas

as pessoas, indiscriminadamente, tiverem acesso a informação, ao conhecimento e aos

meios necessários para a formação de sua plena cidadania.

Já que a educação especial em seu primeiro momento caracterizava –se

pela segregação e exclusão, logo as pessoas com deficiência (PcD) eram

simplesmente ignorados, evitados, abandonados ou encarcerados e muitas vezes

eliminados. Após a evolução histórica, a educação especial até 1990, passou a ser vista

de um outro modo após o evento que formalizou a “educação para todos” como

plataforma básica para o sistema educacional, segundo a proposta na Declaração de

Salamanca (UNESCO, 1994), que levanta aspectos do contexto brasileiro a serem

considerados na adoção e na implantação do processo de inclusão.

Por mais paradoxais e contraditórios que possam parecer, esses aspectos

vêm se refletindo conjuntamente nos sistemas educacionais muito embora esses

reflexos gerem conseqüências inevitáveis para a educação especial já que a

humanidade prima pela igualdade de valores dos seres humanos e, pela garantia dos

direitos entre eles. Por outro lado, essa mesma humanidade exclui de um ritmo de

produção cada vez mais vital à crescente competitividade, pela dificuldade de exercer o

pleno dever de cidadão de uma humanidade trabalhadora, produtiva, participativa e

contribuinte.

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Emergem, assim, a necessidade de indivíduos - cidadãos, sabedores e

conscientes de seus valores, direitos e deveres. Portanto a inserção de todos num

programa educacional flexível que possa abranger o mais variado tipo de aluna do e

oferecer o mesmo conteúdo curricular sem perda da qualidade do ensino e da

aprendizagem.

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PROBLEMÁTICA

A socialização do deficiente auditivo na sociedade dominante, onde ocorre o

preconceito, a falta de educadores qualificados e ambiente adequado para o

atendimento do aluno com necessidades de Educação Especial.

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OBJETIVOS

Promover a acessibilidade das pessoas com deficiência (PcD) em classe

de ensino regular para que possa adquirir incentivo à autonomia e o espírito crítico,

criativo e passe a exercer a sua cidadania.

- Participação da família e da comunidade no processo de desenvolvimento

da personalidade do educando;

- Ingresso do educando com deficiências auditivas em turmas do

ensino regular;

- Expansão do atendimento as pessoas com deficiências auditivas na

rede regular de ensino;

- Preparar a pessoa com necessidades especiais auditivas para o mercado

trabalho;

- Proporcionar as pessoas com necessidades especiais auditivas as

mesmas condições de aprendizagem;

- Sensibilizar a comunidade em relação ao preconceito à inclusão de

pessoas com necessidades auditivas;

- Propiciar aos professores, já em exercício no ensino fundamental, uma

formação continuada que inclua informações e práticas acerca das

pessoas com deficiência (PcD);

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CONCEITO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

É um processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de

pessoas com deficiências, conduta típica ou de altas habilidades, e que

abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino.

Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as

necessidades específicas de seu alunado.

O processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação essencial até os

graus superiores de ensino sob o enfoque sistêmico, a educação especial integra o

sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é a de formar

cidadãos conscientes e participativos.

Segundo Scotti (1999, p.20), “a educação deve ser, por princípio liberal,

democrática e não doutrinária. Dentro desta concepção o educando é, acima de tudo,

digno de respeito e do direito à educação de melhor qualidade”.

A principal preocupação da educação, dessa forma, deve ser o

desenvolvimento integral do homem e a sua preparação para uma vida produtiva na

sociedade, fundada no equilíbrio entre os interesses individuais e as regras de vida nos

grupos sociais.

A Educação Especial obedece aos mesmos princípios da Educação Geral,

deve se iniciar no momento em que se identifique atraso ou alterações no

desenvolvimento global da criança e continuar ao longo de sua vida, valorizando suas

potencialidades e lhe proporcionando todos os meios para desenvolvê-las.

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4.1 Conceito de educação inclusiva

É a implementação de uma pedagogia que é capaz de educar com sucesso

todos os educandos, mesmo aqueles comprometidos, isto é, oferecer às pessoas

com deficiência (PcD) as mesmas condições e oportunidades sociais, educacionais e

profissionais acessíveis as outras pessoas, respeitando-se as características

específicas de cada um.

Logo a Educação Inclusiva dar-se-á através de mecanismos que irá atender

a diversidade, como, por exemplo, proposta curricular adaptadas, a partir daquelas

adotadas pela educação comum. O atendimento dos educandos PcD com

necessidades educativas especiais incluídos em classes comuns, exige serviços de

apoio integrado por docentes e técnicos qualificados e uma escola aberta à diversidade.

4.2 Quem é o aluno de educação especial?

O aluno da Educação Especial é aquele que, por apresentar necessidades

diferentes dos demais alunos no domínio da aprendizagem curricular correspondente à

sua idade, requer recursos pedagógicos e metodológicos educativo específicos.

Genericamente chamados de pessoas com deficiência (PcD) classificando-os

em: pessoas com necessidades mental, visual, auditiva, física, múltipla e pessoas com

altas habilidades (superdotados).

4.3 Características da pessoa com deficiência auditiva

O deficiente auditivo é considerado dessa forma, ao ser constatado sua

perda total ou parcial de resíduos auditivos, por doenças congênitas ou adquiridas

dificultando assim a compreensão da fala através desse órgão (ouvido).

A deficiência auditiva pode manifestar-se como:

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- Surdez leve / moderada: é aquela em que a perda auditiva é de 70

decibéis, que dificulta, mais não impede o indivíduo de se expressar oralmente, bem

como de perceber a voz humana com ou sem a utilização de um aparelho auditivo;

- Surdez severa / profunda: é a perda auditiva acima de 70 decibéis, que

impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem de

adquirir naturalmente o código da língua oral.

Os alunos com deficiência auditiva necessitam de métodos,

recursos didáticos e equipamentos especiais para correção e desenvolvimento da fala e

da linguagem.

4.4 Princípios fundamentais da escola inclusiva

Partindo do princípio de “igualdade de oportunidade” e “educação para

todos” é inegável que se deve ampliar as oportunidades educacionais para uma grande

parcela da população em que está inserido o acesso e permanência à escolarização

aos alunos considerados PcD.

As escolas inclusivas devem reconhecer e responder as necessidades

diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e

assegurando uma educação de qualidade à todos através de um currículo apropriado,

arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceria com as

comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio

proporcional ao contínuo caso de necessidades especiais encontrados dentro da

escola. As crianças com necessidades educativas especiais / auditivas deveriam

receber qualquer suporte extra requerido para assegurar uma educação efetiva.

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4.5 Preparação dos profissionais

Para se incluir crianças com necessidades especiais no ensino regular, deve-

se pensar em uma preparação para os profissionais que irão estar envolvidos nesse

processo, principalmente o educador que irá contactar diretamente com essas crianças,

desta forma, o desenvolvimento de seus conhecimentos e habilidades facilitarão a sua

prática pedagógica na identificação precoce, avaliação e estimulação dessas crianças

desde a pré-escola, com o auxilio de um programa assistencial infantil que atendesse a

criança de 0 (zero) a 6 anos de idade no sentido de promover o desenvolvimento físico,

intelectual, social e a prontidão para a escolarização.

Contudo é necessária a intervenção de profissionais especializados no

processo pedagógico, pelo fato do mesmo ter experiência e fundamentações teóricas

que irão facilitar o trabalho pedagógico tornando-o mais eficaz.

4.6 Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho

A integração profissional está ocorrendo sob três formas:

- As pessoas deficientes são admitidas e contratadas em órgãos públicos e

empresas particulares, desde que tenham qualificação profissional e consigam utilizar

os espaços físicos e os equipamentos de trabalho sem nenhuma modificação.

- Pessoas deficientes são admitidas por empregadores que concordam em

fazer pequenas adaptações específicas para elas, por motivos práticos e não pela

causa da igualdade de oportunidades,

- Pessoas deficientes são aceitas para trabalhar em empresas que as

deixam trabalhando em grupos longe dos demais funcionários e do público, geralmente,

sem carteira assinada e/ou, se contratadas, sem promoções ao longo dos anos.

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Essas inclusões profissionais das pessoas com deficiência (PcD)

esta se dando atualmente, por iniciativa de algumas empresas, geralmente

multinacionais, espelhando-se na inclusão adotada em seus países de origem –

Estados Unidos, por exemplo.

A Educação Inclusiva, segundo Marech, (2001, p.2) “teve início nos Estados

Unidos através da Lei Pública 94.142 de 1975 e atualmente já se encontra na sua

segunda década de implementação”.

A socialização do deficiente auditivo na sociedade dominante, onde ocorre o

preconceito, a falta de educadores qualificados e o ambiente adequado para o

atendimento do aluno com necessidade de Educação Especial para que seja

amenizada esta problemática, a Educação Especial assume a cada ano, importância

maior dentro da perspectiva de atender as crescentes exigências de uma sociedade em

processo de renovação e de busca incessante da democracia, que só será alcançada

quando todas as pessoas indiscriminadamente tiverem acesso a informação, ao

conhecimento e aos meios necessários para a formação de sua plena cidadania.

A inclusão do deficiente auditivo deve ser integral, fluindo desde a

estimulação essencial até os graus superiores de ensino, sob o enfoque sistêmico a

educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua

finalidade, que é a de formar cidadãos conscientes e participativos.

A educação deve ser, por princípio liberal, democrático e não doutrinário.

Dentro desta concepção o educando é acima de tudo, digno de respeito e do direito à

educação de melhor qualidade.

A principal preocupação da educação dessa forma deve ser o

desenvolvimento integral do homem e a sua preparação para uma vida produtiva na

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sociedade fundada no equilíbrio entre os interesses individuais e as regras de vida nos

grupos sociais.

Desta forma o slogan “Educação para todos” representa um compromisso

assumido por nosso país no combate à exclusão de qualquer pessoa do sistema

educacional. Obvio está que para alcançarmos esta meta é fundamental enfrentarmos o

desafio de tornar a escola um espaço aberta e adequado ao ensino de todo e qualquer

aluno, incluindo aqueles com deficiência. Sabemos, entretanto, que são muitos

obstáculos à oferta de educação a esse alunado, particularmente de maneira integrada,

dentro dos princípios da educação inclusiva.

Sabe-se que a humanidade prima pela igualdade de valores dos seres

humanos e, como tal, pela garantia da igualdade de seus direitos. Por mais paradoxais

e contraditórios que possa parecer, este ser era, ou ainda é excluído pelo ritmo de

produção cada vez mais vital à crescente competitividade por lhe dificultar o exercício

pleno de seus deveres de cidadão de uma humanidade trabalhadora, produtiva,

participativa e contribuinte.

A Educação Especial até o ano de 1997, não havia se constituído, enquanto

âmbito de ação da Secretaria Municipal de Educação (Belém) de maneira estruturada e

sistemática. Na verdade, o descaso dos administradores municipais anteriores

demonstrou o quanto esta modalidade de ensino ainda não foi compreendida em toda

sua importância, tanto pelos órgãos governamentais quanto não-governamentais.

A educação especial, no atual momento, vive uma dinâmica vantajosa de

transformação em termos da sua concepção e diretrizes legais. Neste contexto, vem

reafirmar o compromisso de estabelecer um plano de ação político pedagógico para a

área, que envolva a perspectiva de inclusão das pessoas com necessidades

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educativas especiais. Aqui estão presentes os anseios que povoam hoje qualquer

iniciativa de ultrapassar os limites da segregação, do preconceito, da inacessibilidade

do espaço escolar e, principalmente, da falta de qualidade do ensino público.

Entretanto, faz-se necessário traçar, mesmo que sucintamente, contexto

histórico da Educação Especial no Brasil, a fim de delinear seu processo de construção

e compreensão de posicionamentos atuais. Observa-se, nos diferentes momentos

históricos da educação especial, tendências, orientações e diretrizes diversas que vão

desde à compaixão até a perspectiva de inclusão.

Tradicionalmente, esta área tem sido utilizada para conceituar um tipo de

educação diferente da viabilizada no ensino regular, ou seja, uma modalidade da

educação que se destina às crianças excepcionais.

No Brasil, até os anos 50, não se falava educação especial, mas sim, na

educação de deficientes: As escassas instituições que existiam e a restrita literatura

disponível direcionavam-se às deficiências específicas, não se configurando como

sistema e definindo sua clientela com pessoas excepcionais, e isto é, “aquelas que vem

em virtude de características intrínsecas, diferentes da maioria da população,

necessitavam de processos especais de educação”, Bueno (1996 p.101). Não se pode

negar que, nesta década, a educação especial sofre um processo mais intenso de

atuação, incluindo distúrbios, desajustes e inadaptações de diferentes origens,

culminando por volta dos anos 70 com a instalação de um subsistema educacional,

com a disseminação de instituições públicas e privadas de atendimento ao excepcional

e com a criação de órgãos normativos, estadual federal.

A nomenclatura também passou por modificações. O tema proposto será

deficiência, entendendo-se esta, enquanto perda de função psicológica, fisiológica ou

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anatômica, apresentando como características, a normalidade de caráter temporário

permanente em membros, órgãos ou outra estrutura corporal, incluindo aí os sistemas

próprios da função mental.

Atualmente, com o redimensionamento da educação especial, observa-se

uma nova concepção e prática diferente que resulta numa modificação da nomenclatura

vigente. A educação especial decorre, agora, pelas mesmas vias que a educação

regular, constituindo-se em uma modalidade de atendimento que perpassa todos os

níveis de ensino. Privilegia-se uma educação inclusiva, através da qual as escolas

devem buscar práticas de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que têm

maiores comprometimentos (síndromes e deficientes mentais graves).

Deste contexto demanda o termo necessidades educacionais especiais,

referindo-se a “todas as crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função

de deficiências ou dificuldades de aprendizagem” Salamanca, (1994, p.67). Faz-se

necessário dizer que tais conceitos não estão fechados, as discussões não estão

esgotadas, temos tais como, necessidades educativas ou educacionais, especiais ou

específicas; ainda se constituem pontos de debates, cabendo a nós participar também

deste processo.

Uma das causas que levou a pensar-se em inclusões das pessoas com

necessidades educativas foi pelo fato de serem atendidos em Escolas Especiais que

atendiam exclusivamente pessoas com necessidades educativas especiais,

este atendimento sofreu severas críticas, pelo fato de reduzir ou eliminar a

oportunidade do convívio do aluno com deficiência com sua família, vizinhança e

até mesmo com a sociedade. Todavia, é importante mencionarmos que sempre haverá

crianças e adolescentes que necessitarão desses atendimentos em escolas

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especializadas. Já que estas, geralmente, apresentam uma gama de serviços médicos

e paramédicos, além dos educacionais propriamente ditos, que não são encontrados

nos recursos escolares comuns e que, para muitos alunos são imprescindíveis.

Sabendo-se da necessidade que esses alunos apresentam em socializar-se,

foram instalados em escolas comuns, as classes especiais, caracterizadas pelo

agrupamento de alunos de acordo com a sua categoria de excepcionalidade, com a

responsabilidade de um professor especializado. Estas classes especiais funcionam

como auxílio ou como serviço especial, dependendo da forma do atendimento que o

mesmo esteja necessitando. Após feito esse processo sentiu-se a necessidade em

integrar ou incluir esses alunos em uma classe comum de ensino. Dado a essa

necessidade pensou-se em Escola includente, aberta para todos, e de tal qualidade que

possibilite a construção individual de todos os alunos.

Com isso, percebemos uma aproximação nesses dois tipos de ensino, o

regular e o especial, portanto, não se pode acabar com um nem com outro sistema de

ensino, mas sim juntá-los, unificando num sistema educacional único, partindo do

princípio (de que todos os seres humanos possuem o mesmo valor e os mesmos

direitos), otimizando seus esforços e se utilizando de práticas diferenciadas, sempre

que necessário, para que tais direitos sejam garantidos. É isso que significa, na prática,

“incluir a educação especial na estrutura de educação para todos”, conforme

mencionado na declaração de Salamanca (UNESCO, 1994).

“Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e aos gozos e

exercício dos direitos humanos. No campo da educação, tal se reflete no

desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar uma equalização genuína

de oportunidades. A experiência em muitos países demonstra que a integração das

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crianças e dos jovens com necessidades educativas é mais eficazmente alcançada em

escolas inclusivas que servem a todas as crianças de uma comunidade” Unesco

(1994).

Percebe-se que com esse processo de inclusão dos alunos com

necessidades educativas especiais, no ensino regular, que devemos ter uma

perspectiva realista: não se mudam atitudes da noite para o dia, sejam elas individuais

ou coletivas. Principalmente quando consideramos que toda nossa tradição histórica

tem sido omissa, preconceituosa e discriminativa. Tendo como base esse contexto, isso

implica na reformulação de políticas educacionais do sentido excludente ao sentido

inclusivo. Uma grande polêmica referente a esse aspecto, é que localidades em que a

educação especial auditiva já tenha se constituído como sistemas paralelo de ensino,

refere-se à oneração financeira de tal reformulação. Dessa forma, nenhum começo é

fácil.

Sabe-se que existe uma preocupação muito grande nesse processo de

transformação da educação de um paradigma de exclusão para um que seja de

inclusão, já que o educando está acostumado com elementos que apresentam a

mesma deficiência, ao serem incluídos em classes regulares, torna-se constrangedor,

pois terá contato com diversos modelos de alunos, e isso os restringe no início, depois

se adaptam ao processo. Há uma inquietação no que diz respeito a capacitação

profissional da educação regular e da educação especial.

Essa inquietação ocorre pelo fato do profissional de educação regular não se

achar preparado para atuar com esses alunos includentes pelo fato de não terem

cursos específicos para atuarem com essa clientela. Atualmente no curso de magistério

(quase extinto) em seu currículo dá alguns embasamentos para que o educador supere

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essa dificuldade e tende suprir a necessidade encontrada pelo educando, quando isso

não acontece recorrer aos profissionais especializados disponíveis (SEMEC) a atender

ao seu chamamento.

Nesse caso cresce, também, a necessidade de se planejar programas

educacionais flexíveis que possam abranger os mais variados tipos de alunado e que

possam, ao mesmo tempo, oferecer o mesmo conteúdo curricular sem perda de

qualidade do ensino e da aprendizagem. Para que seja bem sucedido é necessário

reunir os profissionais especializados, pedagogos da área (deficiência) e o corpo

técnico da escola, para se chegar a um consenso e adaptar de forma coerente no

currículo, técnicas que suprirão as necessidades tanto das pessoas com deficiência

como dos ditos normais.

4.7 Problemática encontrada na inclusão do surdo

A educação dos surdos é um assunto polêmico, que traz a tona limitações e

problemas do sistema educacional vigente. As propostas educacionais direcionadas

para crianças surdas têm como objetivo proporcionar o desenvolvimento pleno de suas

capacidades. Contudo, diferentes práticas pedagógicas envolvendo tais sujeitos

apresentam uma série de limitações e estes, ao final da escolarização fundamental

(que não é alcançada por muitos) não são capazes de ler e escrever satisfatoriamente

ou ter um domínio adequado dos conteúdos.

Dessa forma as diretrizes oficiais e discussões sobre a inclusão de surdos

mostram ambigüidade e indefinições. Reconhecem que o uso da língua de sinais é um

direito do surdo e uma forma de garantir melhores condições de escolarização. Por

exemplo o Plano Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994) propõe o

“incentivo ao uso e à oficialização da Língua Brasileira de Sinais”.

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Entretanto, são vagas as recomendações para a escola, comum e seus

professores, não ficam especificadas diretrizes no sentido de oportunizar a construção

de uma condição bilíngüe do surdo ou de oferecer um ensino que, em algum aspecto,

seja desenvolvido por meio da Língua de Sinais.

Os discursos atuais evidenciam uma urgência em incluir o aluno com

deficiência auditiva na escola regular. O argumento mais invocado é a

Declaração de Salamanca junto com outros 87 governos. Na verdade, o que

fica no esquecimento é o que diz seu artigo 19, assumindo pelos órgãos oficiais:

“Políticas educacionais deveriam levar em consideração as diferenças e as situações

individuais. A importância da língua de sinais como meio de comunicação entre surdos,

que deveria ser reconhecido”. O fato é que os órgãos governamentais legitimam o

compromisso com a inclusão social, mas não provém de recursos para atendimento

educacional das escolas públicas. O caso do uso da língua de sinais pelo surdo é um

exemplo significativo, pois afirma-lhes o direito de uso, mas há apenas uma

recomendação para que pais e professores aprendam essa língua.

A inclusão do aluno surdo não deve ser norteada pela igualdade em relação

ao ouvinte e sim em suas diferenças sócio-histórico-culturais, às quais o ensino se

ancore em fundamentos lingüísticos, pedagógicos, políticos, históricos, implícito nas

novas definições e representações sobre a surdez. Todavia, selecionar uma língua traz

uma série de tensões, principalmente por se inscreverem um grupo majoritário de

ouvintes, e outro grupo minoritário daqueles que não ouvem. A escola, ao considerar o

surdo como ouvinte numa lógica de igualdade, lida com a pluralidade dessas pessoas

de forma contraditória, ou seja, nega-lhe sua singularidade de indivíduo com

deficiência auditiva. Tais inconsistências reivindicam uma revisão educacional, que

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trace uma nova visão curricular com base no próprio surdo. Em relação à polêmica

discussão acerca da educação dos surdos, configura-se a questão curricular, pois as

escolas encontram-se atreladas a uma ideologia oralista, conveniente aos padrões dos

órgãos de poder.

Na educação dos surdos, o currículo faz parte de práticas educativas e é

efeito de um discurso dominante nas concepções pedagógicas dos ouvintes. Estas

ações materializam-se na afirmação de que o currículo é um espaço contestado de

relação de poder, o que significa dizer que, nas práticas escolares, estas questões

estão literalmente veiculada em uma ordem necessária.

O que a escola discute atualmente, por meio de seu currículo, é que “como

se organizam os saberes e o conhecimento dentro do espaço para se ter uma

educação de qualidade” Silva (2001, p.21).

Mas, para que estas questões passem a ser legítimas, é necessário ir além

delas, olhando o currículo não apenas como organização de conteúdo, pois a educação

não é neutra em seus valores. “No currículo há o conflito na compreensão do papel da

escola em uma sociedade fragmentada do ponto de vista racial, étnico e lingüístico. É

preciso, assumir uma perspectiva sócio-lingüística e antropológica na educação dos

surdos dentro da instituição escolar, considerando a condição bilíngüe do aluno surdo”

Silva (2001, p. 21).

Atualmente tem-se falado muito em mudanças educacionais dos surdos.

Repensar esta proposta, na verdade, é uma tarefa desafiadora. A Lei de Diretrizes e

Bases da Educação (LDB- Lei nº 9394/1996), em seu artigo 58, capítulo V, define a

Educação Especial:

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como modalidade escolar para educandos portadores de
necessidades especiais preferencialmente, na rede regular
de ensino deverão assegurar, entre outras coisas,
professores especializados ou devidamente capacitados
para atuar com qualquer pessoa especial em sala de aula.
Admite também que, nos casos em que necessidades
especiais do aluno impeçam que se desenvolva
satisfatoriamente nas classes existentes, este teria o direito
de ser educado em classe ou serviço especializado.

4.8 Histórico de exclusão: O que é? Porque acontece? Onde acontece?

Sabe-se que as pessoas deficientes / com necessidades especiais,

desde os tempos primórdios não recebiam nenhuma atenção educacional, nem outros

serviços, simplesmente por parte da sociedade que os ignorava, rejeitava, perseguia e

explorava essas pessoas, por serem consideradas “possuídas por maus espíritos ou

vítimas de sina diabólica e feitiçarias” (JONSSON, 1994, p.61).

Dado a esses procedimentos da sociedade e da família direcionadas as

pessoas deficientes serem freqüentes e excludentes surgiram vários problemas sociais

como exploração do trabalho infantil, prostituição e privação cultural e a falta de

estímulo do ambiente e da escolaridade. Dessa forma começou-se a praticar a

exclusão social dessas pessoas por pertencerem a minoria da população. Em várias

partes do Brasil ainda vemos a exclusão e a segregação de diversos grupos sociais

vulneráveis. Muito embora na segunda metade dos anos 80 nos países mais

desenvolvidos começaram a surgir movimentos de inclusão social, tomando impulso na

década de 90.

Esses movimentos tem por objetivo a construção de uma sociedade para

todos inspirado nos princípios de celebração das diferenças, direito de pertencer,

valorização da diversidade humana, solidariedade humanitária, igual importância à

minorias, cidadania com qualidade de vida.

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Dessa forma, segundo Jonsson (1994, p.61) começou a surgir em muitos

países desenvolvidos, a “educação especial” para crianças deficientes, que antes eram

atendidas em instituições por motivos religiosos ou filantrópicos e com pouco ou

nenhum controle sobre a qualidade da atenção recebida.

Assim sendo, algumas dessas crianças passaram a vida inteira dentro

dessas instituições, fazendo com que surgissem as escolas especiais, pois a sociedade

começou a admitir que as pessoas deficientes poderiam ser produtivas e recebessem

escolarização e treinamento profissional. Em seguida surgiram as classes especiais

dentro de escola comum, o que aconteceu não por motivo humanitários e sim para

garantir que as crianças diferentes não “interferissem no em sino” ou não

“absorvessem as energias do professor” a tal ponto que o impedissem de “instruir

adequadamente o número de alunos matriculados nessas classes”.(CHAMBERS e

HARTMAM in JONSSON, 1994, p.62).

Para que as pessoas com deficiência pudessem ter participação plena e

igualdade de oportunidades, seria necessário que não se pensasse em adaptar as

pessoas à sociedade e sim a sociedade as pessoas (JONSSON, 1994, p.63).

Isso fez com que no final da década de 80 surgisse a idéia de inclusão.

Logo os países desenvolvidos como os EUA, Canadá, Espanha, Itália...,

foram os pioneiros na implantação de classes inclusivas e de escolas inclusivas.

Conforme pudemos constatar a educação inclusiva começa a ganhar novos

adeptos logo após a Declaração Mundial de Educação para todos, aprovada pela ONU

(1990), inspirado no Plano Decenal de Educação para todos (BRASIL, MEC, 1993).

Em seguida, a UNESCO registrou na Declaração de Salamanca (1994), o

conceito de “inclusão” no campo da educação comum.

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4.9 O ideal das leis e políticas inclusivas

Nosso país não pode desperdiçar ninguém e precisamos


investir no enorme potencial de cada pessoa através da
implementação da Lei dos Americanos com deficiências. A
minha administração compromete-se a mudar a política
pertinente à deficiência; da exclusão para a independência,
do paternalismo para o impowerment- Presidente dos
E.U.A, Bill Clinton, 23/07/93.

Sabe-se que no Brasil quase tudo é espelhado em leis americanas e como

não deixaria de ser essa legislação tem sido vista como o meio mais importante para

acabar com a discriminação da sociedade, de um modo geral, e das empresas, em

particular, contra a inserção de pessoas com deficiência (GIL e

BENGOECHEA, 1991).

Portanto a legislação é uma faca de dois gumes. Por um lado as lei forçam

para pressionar empregadores a contratarem pessoas deficientes, do outro lado elas

poderão criar antipatia em relação a estas pessoas.

Por isso, percebe-se que elas precisam ser revistas, já que na maioria das

vezes, são demoradas ou nunca acontecem. Com relação as pessoas com deficiências,

basicamente existem dois tipos de leis: as gerais e as especificamente pertinentes à

pessoas deficientes.

Leis Gerais integração mistas: são aquelas que contém dispositivos

separados sobre pessoas com deficiência para lhe garantir alguns direitos, benefícios

ou serviço. Temos como exemplo as Constituições Federal e Estadual (BRASIL, 1998,

por ex. S. Paulo, s.d), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Brasil, 1993) e a

Lei Federal nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, que trata da educação profissional

(BRASIL, 1996).

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Leis Específicas integracionistas são aquelas que trazem no seu bojo a

idéia de que a pessoa com deficiência terá direitos assegurados desde que ela tenha a

capacidade de exercê-los. É o caso da Lei nº 7.853/89, parágrafo único, II, “f”, que trata

da “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e

particulares de pessoas com deficiência capazes de se integrarem no sistema

regular de ensino” (BRASIL, 1994 b); a Instrução Normativa nº 5, que “dispõe sobre a

fiscalização do trabalho das pessoas portadoras de deficiência” (BRASIL, 1991); e a Lei

nº 8.859, de 23/03/94, que entende “aos alunos de ensino especial o direito à

participação em atividades de estágios” (BRASIL,1994).

A Educação Inclusiva teve início nos Estados Unidos através da Lei

Pública 94.142, de 1975, encontrando-se na segunda década de

implementação.

No contexto da Declaração de Salamanca consiste:

proporcionar uma oportunidade única de colocação da


educação especial dentro da estrutura de ‘educação para todos’
firmada em 1990 [...] ela promoveu uma plataforma que afirma
o princípio e a discussão da prática de garantia de inclusão das
crianças com necessidades educacionais especiais nessas
iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa
sociedade de aprendizagem (UNESCO, 1994, p.15)
No que diz respeito ao conceito de necessidades educacionais
especiais, a Declaração afirma que:

durante os últimos quinze ou vinte anos, tem se tornado claro


que o conceito de necessidades educacionais especiais teve de
ser ampliado para incluir todas as crianças que não estejam
conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for.
(UNESCO, 1994, p.15)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando a situação existente em nosso país, pode-se constatar, nas

últimas décadas, foi empreendido inegável esforço por parte de determinados

segmentos sociais e políticos no sentido de incluir em várias leis o direito à igualdade

educacional e atendimento integrado de aluno com deficiência auditiva na rede regular

de ensino.

Mesmo com o respaldo legal, observa-se que o sistema educacional não se

estruturou para oferecer esse serviço educacional, as pessoas com

deficiência em geral, principalmente no sistema público de ensino. Já que a inclusão

não é de interesse apenas dos alunos com deficiência auditiva, uma vez que ao

inserirmos este educando na escola regular estar-se exigindo da instituição novos

posicionamentos e procedimentos de ensino baseados em concepções e práticas

pedagógicas mais evoluídas, além de mudanças na atitude de professores, modos de

avaliação e promoção dos alunos para séries e níveis de ensino mais avançados.

A inclusão é igualmente um motivo que força o aprimoramento da

capacitação profissional dos professores em serviços e que questiona a formação dos

educandos.

A integração tem sido muito falseada na maior parte dos planos e projeto na

área de educação da pessoa com deficiência auditiva em nosso país, conforme o

pensamento de Mazzotte que diz ser a integração apenas constante nos documentos

oficiais e nos discursos políticos.

Na verdade, ainda persistem muitas polêmicas sobre o significado real de

integração, muitas vezes as pessoas envolvidas nesse processo procede de forma

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instituitiva, não conduzindo uma integração educacional efetiva, nesse caso há uma

mera integração física, e não um atendimento específico que venha atender as

necessidades do deficiente, principalmente o auditivo que requer de especificidade em

sua comunicação, variando de acordo com o nível de perda auditiva.

No âmbito escolar, observa-se a falta de preparo pedagógico do professor

para atender essa clientela, pois os cursos de formação para o magistério não dá uma

fundamentação teórica nem prática para o exercício da função referente a esse

processo. Nesse caso, o professor de classe regular necessita de acompanhamento do

especialista para minimizar a sua angústia.

Dessa forma, torna-se necessária uma preparação prévia desse professor, a

redução de números de alunos por turma, uma estrutura física adequada e o apoio

especializado ao docente regular, um acompanhamento permanente aos pais e uma

campanha de conscientização com a comunidade sobre a problemática da inclusão do

surdo em classe regular.

Sabe-se que, ainda há muito que fazer, pensar, pesquisar, discutir e debater

sobre esse assunto, que por si só é tão complexo. As possibilidades não se esgotam

com esta pesquisa, tão pouco se considera encerrado as discussões sobre o tema.

Logo, o objetivo maior é sensibilizar o meio acadêmico, os pais, os

professores que trabalham ou não com educação especial e a própria comunidade em

geral a estarem atentos aos problemas encontrados pelas pessoas com deficiência

auditiva, quanto a seus anseios, as suas dúvidas e os seus desejos.

Pode-se falar em integração ou inclusão das pessoas com deficiência

auditiva no ensino regular a medida que esses segmentos se mobilizarem para tentar

minimizar o tema em estudo, certamente estaremos dando um passo definitivo contra a

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exclusão e a favor da inclusão constituindo um motivo para que a escola se modernize

e atenta às exigências de uma sociedade que não admite preconceito, discriminação,

barreiras sociais, culturais ou pessoais.

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