Internet - Wikipédia, A Enciclopédia Livre
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Nota: Não confundir com World Wide Web. Para o conceito genérico de redes interligadas ("internet"), veja
interligação de redes.
As origens da Internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos Estados
Unidos na década de 1960 para construir uma[2] forma de comunicação robusta e sem falhas
através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com[3] projetos no Reino
Unido e na França, tenha levado à criação de redes precursoras importantes, ele não criou a
Internet. Não há consenso sobre a data exata em que a Internet moderna surgiu, mas foi em
algum momento em meados da década de 1980. O financiamento de uma nova estrutura
principal de Informática (dita backbone), para os Estados Unidos pela Fundação Nacional da
Ciência nos anos 1980, bem como o financiamento privado para outros similares backbones
comerciais, levou à participação mundial no desenvolvimento de novas tecnologias de rede e da
fusão de muitas redes distintas. Embora a Internet seja amplamente utilizada pela academia
desde os anos 1980, a comercialização da tecnologia na década de 1990 resultou na sua
divulgação e incorporação da rede internacional em praticamente todos os aspectos da vida
humana moderna. Em junho de 2012, mais de 2,4 bilhões de pessoas — mais de um terço da
população mundial — usaram os serviços da Internet, cerca de 100 vezes mais do que em
1995.[1][4] O uso da Internet cresceu rapidamente no Ocidente entre da década de 1990 a início
dos anos 2000 e desde a década de 1990 no mundo em desenvolvimento. Em 1994, apenas 3%
das salas de aula estadunidenses tinham acesso à Internet, enquanto em 2002 esse índice
saltou para 92%.[5]
A maioria das comunicações tradicionais dos meios de comunicação (ou mídia), como telefone,
música, cinema e televisão estão a ser remodeladas ou redefinidas pela Internet, dando origem
a novos serviços, como o protocolo de Internet de voz (VoIP) e o protocolo de Internet de
televisão (IPTV). Jornais, livros e outras publicações impressas estão-se adaptando à tecnologia
web ou têm sido reformulados para blogs e feeds. A Internet permitiu e acelerou a criação de
novas formas de interações humanas através de mensagens instantâneas, fóruns de discussão
e redes sociais. O comércio online tem crescido tanto para grandes lojas de varejo quanto para
pequenos artesãos e comerciantes. Business-to-business e serviços financeiros na Internet
afetam as cadeias de abastecimento por meio de indústrias inteiras. A essa agregação de
funcionalidades por meio dum núcleo comum (Internet, no caso), tem-se usado chamar
convergência tecnológica ou, simplesmente, quando não for ambíguo, convergência.
Terminologia
Os termos Internet e World Wide Web são frequentemente usados como sinônimos na linguagem
corrente, é comum falar-se de "navegar na Internet", em referências ao navegador web para
exibir páginas web. No entanto, a Internet é uma rede mundial de computadores especial
conectando milhões de dispositivos de computação, enquanto a World Wide Web é apenas um
dos muitos serviços que funcionam dentro da Internet. A Web é uma coleção de documentos
interligados (páginas web) e outros recursos da Internet, ligadas por hiperlinks e URLs. Além da
web, muitos outros serviços são implementados através da Internet, como e-mail, transferência
de arquivos, controle remoto de computador, grupos de notícias e jogos online. Todos esses
serviços podem ser implementados em qualquer intranet, acessível para os usuários da rede.[7]
História
Um esboço da ARPANET em
dezembro de 1969. Os nós
da UCLA e do Stanford
Research Institute (SRI)
estão entre os retratados no
desenho.
A Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) foi a responsável pela invenção da
World Wide Web, ou simplesmente a Web, como hoje a conhecemos. Corria o ano de 1990, e o
que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por se tornar a
complexa e essencial Web. O responsável pela invenção chama-se Tim Berners-Lee, que
construiu o seu primeiro computador na Universidade de Oxford, onde se formou em 1976.
Quatro anos depois, tornava-se consultor de engenharia de software no CERN e escrevia o seu
primeiro programa para armazenamento de informação – chamava-se Enquire e, embora nunca
tenha sido publicada, foi a base para o desenvolvimento da Web. Em 1989, propôs um projeto de
hipertexto que permitia às pessoas trabalhar em conjunto, combinando o seu conhecimento
numa rede de documentos. Foi esse projeto que ficou conhecido como a World Wide Web. A
Web funcionou primeiro dentro do CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada
mundialmente.[15][16]
A Internet foi totalmente comercializada nos Estados Unidos em 1995, quando a NSFNET foi
desmantelada, removendo as últimas restrições sobre o uso da Internet para transportar o
tráfego comercial.[17] A Internet começou uma rápida expansão para a Europa e Austrália em
meados da década de 1980[18] e para a Ásia no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.[19]
Desde meados da década de 1990 a Internet teve um enorme impacto sobre a cultura e o
comércio mundiais, como pelo aumento da comunicação instantânea através de e-mails,
mensagens instantâneas, "telefonemas" VoIP, chamadas de vídeo interativas, com a World Wide
Web e seus fóruns de discussão, blogs, redes sociais e sites de compras online. Quantidades
crescentes de dados são transmitidos em velocidades cada vez mais elevadas em redes de fibra
óptica operando a 1 Gbit/s, 10 Gbit/s, ou mais.[21]
A Internet continua a crescer, impulsionando quantidades cada vez maiores de informações on-
line e de conhecimento, comércio, entretenimento e redes sociais.[22] Durante a década de 1990,
estimou-se que o tráfego na Internet pública cresceu cerca 100% ao ano, enquanto estima-se
que o crescimento anual do número de usuários seja de algo entre 20% e 50%.[23] Este
crescimento é muitas vezes atribuído à falta de uma administração central, que permita o
crescimento orgânico da rede, bem como pela natureza não proprietária e aberta dos protocolos
de Internet, o que incentiva o fornecedor de interoperabilidade e impede qualquer empresa de
exercer muito controle sobre a rede.[24] Em 31 de março de 2011, o número total estimado de
usuários da Internet foi de cerca de 2 bilhões de pessoas (ou cerca de 30% da população
mundial).[25] Estima-se que em 1993 a Internet realizou apenas 1% do fluxo de informações
através de duas vias de telecomunicações; em 2000 este valor tinha aumentado para 51% e, até
2007, mais do que 97% de todas as informações telecomunicadas foi realizada através da rede
mundial.[26]
No Brasil
Ver artigo principal: Internet no Brasil
No Brasil existe desde 1995 o Comitê Gestor da Internet, órgão responsável por estabelecer as
diretrizes estratégicas para a navegação na Internet do Brasil.[27]Em 2005 a tarefa de liberar os
registros da Internet no Brasil deixou de ser da FAPESP, que até então foi responsável pela
liberação dos domínios .br( ponto br),e passou a ser responsabilidade do NIC.br, entidade criada
pelo Comitê Gestor da Internet.[28][29] Em 2012 foi atingida a marca de três milhões de domínios
.br (ponto br) registrados.[30][31] Em setembro de 2022 os domínios .br alcançaram a marca de 5
milhões.[32][30][31] No final de 1997, o Comitê Gestor passou a liberar os novos domínios de
segundo nível.[32][33] Antes desses e além o domínio de primeiro nível .br, o Brasil tinha apenas
cinco domínios de segundo nível.[32][34] Em 23 de abril de 2014 foi sancionada a Lei Federal 12
965, do Marco Civil da Internet, que estabeleceu os princípios, garantias, direitos e deveres para
a utilização da Internet no Brasil.[35][36]
Governança
A Internet é uma rede global que compreende muitas redes autônomas interconectadas
voluntariamente e que opera sem um órgão de governo central. A sustentação técnica e a
padronização dos protocolos principais (IPv4 e IPv6) é uma atividade da Internet Engineering
Task Force (IETF), uma organização sem fins lucrativos de participantes internacionais
livremente afiliados, à qual qualquer pessoa pode se associar, contribuindo com conhecimentos
técnicos. Para manter a interoperabilidade, os principais espaços de nomes da Internet são
administrados pela Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN, sigla
em inglês), que é governada por um conselho de diretores internacional (formado por
representantes de comunidades técnicas, empresariais, acadêmicas e outras comunidades não
comerciais da Internet) e coordena a atribuição de identificadores exclusivos para uso na
Internet, incluindo nomes de domínio, endereços IP, números de porta de aplicativos nos
protocolos de transporte, além de vários outros parâmetros. Espaços de nomes globalmente
unificados são essenciais para manter o alcance global da Internet. Este papel da ICANN
distingue-a como talvez o único órgão central de coordenação para a Internet global.[37]
Registros Regionais da Internet (RIRs) foram estabelecidos para cinco regiões do mundo. O
Centro Africano de Informação de Rede (AfriNIC) para a África,[38] o Registro Americano de
Números de Internet (ARIN) para a América do Norte,[39] o Centro de Informação de Rede Ásia-
Pacífico (APNIC) para a região da Ásia e do Pacífico,[40] o Registro de Endereços de Internet da
América Latina e Caribe (LACNIC) para a região da América Latina e Caribe,[41] e o Réseaux IP
Européens – Centro de Coordenação de Rede (RIPE NCC) para a Europa,[42] Oriente Médio e Ásia
Central foram delegados para atribuir blocos de endereços IP e outros parâmetros da Internet a
registros locais, como provedores de serviços de Internet, a partir de um conjunto designado de
endereços reservados para cada região.[43] A Internet Society (ISOC) é outra organização
fundada em 1992 com a missão de “garantir o desenvolvimento aberto, a evolução e o uso da
Internet para o benefício de todas as pessoas em todo o mundo”.[44]
Infraestrutura
Ver também : Interligação de redes e Lista de países por velocidades de conexão de Internet
De acordo com um artigo de junho de 2007, na revista Discover, o peso combinado de todos os
elétrons que se movem dentro da Internet num dia é de 2−6 gramas.[47] Outras estimativas dizem
que o peso total dos elétrons que se movem na Internet diariamente chega a 2 gramas.[48]
Existem muitas análises da Internet e de sua estrutura. Por exemplo, foi determinado que tanto a
estrutura de rotas IP da Internet quanto as ligações de hipertexto da World Wide Web são
exemplos de redes de escala livre. Semelhantemente aos provedores comerciais de Internet, que
se conectam através de pontos neutros, as redes de pesquisa tendem a se interconectar com
subredes maiores, como GEANT; GLORIAD; Internet2 (conhecido anteriormente como Rede
Abilene) e JANET (A Rede Nacional de Pesquisa e Educação do Reino Unido). Essas, então, são
construídas em torno de redes relativamente menores. Diagramas de redes de computador
representam frequentemente a Internet usando um símbolo de nuvem, pelo qual as
comunicações de rede passam.[49]
Níveis de serviço
Ver artigo principal: Fornecedor de acesso à internet
O roteamento de pacotes pela
Internet envolve vários níveis de
provedores de serviços de Internet.
Acesso
Ver artigo principal: Acesso à Internet
Os métodos comuns de acesso à Internet pelos usuários incluem dial-up com um modem de
computador através de circuitos telefônicos, banda larga por cabo coaxial, fibra óptica ou fios de
cobre, Wi-Fi, satélite e tecnologia de telefonia celular (por exemplo, 3G, 4G, 5G). A Internet pode
muitas vezes ser acedida a partir de computadores em bibliotecas e cibercafés. Existem pontos
de acesso à Internet em muitos locais públicos, como saguões de aeroportos e cafeterias.
Muitos hotéis também possuem terminais públicos que geralmente são pagos. Esses terminais
são amplamente acessados para diversos usos, como reserva de passagens, depósito bancário
ou pagamento online. Wi-Fi fornece acesso sem fio à Internet através de redes de computadores
locais. Esses serviços podem ser gratuitos para todos, gratuitos apenas para clientes ou
pagos.[52]
Os esforços de base conduziram à criação de redes comunitárias sem fios. Serviços comerciais
de Wi-Fi que cobrem grandes áreas estão disponíveis em muitas cidades, como Nova Iorque,
Londres, Viena, Toronto, São Francisco, Filadélfia, Chicago e Pittsburgh, onde a Internet pode
então ser acessada de locais como um banco de um parque público.[53] Os smartphones
modernos também podem acessar a Internet através da rede da operadora de celular. Para
navegação na Web, esses dispositivos fornecem aplicativos como Google Chrome, Safari e
Firefox e uma grande variedade de outros softwares de Internet podem ser instalados em lojas
de aplicativos. O uso da Internet por dispositivos móveis e tablets ultrapassou os computadores
em todo o mundo pela primeira vez em outubro de 2016.[54]
Comunicação móvel
A União Internacional de Telecomunicações (UIT) estimou que, até ao final de 2017, 48% dos
utilizadores individuais conectam-se regularmente à Internet, contra 34% em 2012.[55] A
conectividade à Internet móvel tem desempenhado um papel importante na expansão do
acesso nos últimos anos, especialmente na Ásia-Pacífico e África.[56] O número de assinaturas
exclusivas de celular móvel aumentou de 3,9 bilhões em 2012 para 4,8 bilhões em 2016, dois
terços da população mundial, com mais da metade das assinaturas localizadas na Ásia-
Pacífico.[57] Em 2018, 80% da população mundial estava coberta por uma rede 4G.[57] Os limites
que os utilizadores enfrentam no acesso à informação através de aplicações móveis coincidem
com um processo mais amplo de fragmentação da Internet, que restringe o acesso aos
conteúdos midiáticos e tende a afetar mais os utilizadores mais pobres.[56]
O acesso patrocinado, a prática dos fornecedores de serviços de Internet que permite aos
utilizadores conectividade gratuita para aceder a conteúdos ou aplicações específicas sem
custos, tem oferecido oportunidades para superar obstáculos econômicos, mas também foi
acusada pelos seus críticos de criar uma Internet de dois níveis. Para resolver esses problemas,
surgiu um modelo alternativo no conceito de “acesso igualitário” e está a ser testado em
experiências pela Mozilla e pela Orange na África e impede a priorização de um tipo de
conteúdo. Em estudo publicado pela Chatham House, 15 dos 19 países pesquisados na América
Latina tinham algum tipo de produto híbrido ou com acesso patrocinado. Alguns países da
região tinham vários planos para escolher (em todas as operadoras de redes móveis), enquanto
outros, como a Colômbia, ofereciam até 30 planos pré-pagos e 34 planos pós-pagos.[58]
Um estudo de oito países do Sul Global descobriu que existem planos de dados com acesso
patrocinado em todos os países, embora haja uma grande variação na frequência com que são
oferecidos e realmente utilizados em cada um.[59] O estudo analisou as três a cinco principais
transportadoras por quota de mercado em Bangladesh, Colômbia, Gana, Índia, Quênia, Nigéria,
Peru e Filipinas.Dos 181 planos examinados, 13% ofereciam serviços com taxa zero. Outro
estudo, abrangendo Gana, Quênia, Nigéria e África do Sul, concluiu que o Free Basics e o
Wikipedia Zero do Facebook são os conteúdos mais comuns com acesso patrocinado.[60]
Ver também: Lista de protocolos de redes e Lista de portas dos protocolos TCP e UDP
Abaixo desta camada superior, a camada de transporte conecta aplicações em diferentes hosts
com um canal lógico através da rede. Ele fornece a esse serviço uma variedade de
características possíveis, como Protocolo de Controle de Transmissão (TCP) e Protocolo de
Datagrama do Usuário (UDP). Subjacentes a estas camadas estão as tecnologias de rede que
interligam as redes nas suas fronteiras e trocam tráfego entre elas. A camada Internet
implementa o Protocolo Internet (IP), que permite aos computadores identificarem-se e
localizarem-se uns aos outros por endereço IP e encaminharem o seu tráfego através de redes
intermediárias. Na parte inferior da arquitetura está a camada de enlace, que conecta nós no
mesmo enlace físico e contém protocolos que não necessitam de roteadores para travessia
para outros enlaces. O conjunto de protocolos não especifica explicitamente métodos de
hardware para transferir bits ou protocolos para gerenciar tal hardware, mas pressupõe que a
tecnologia apropriada esteja disponível. Exemplos dessa tecnologia incluem Wi-Fi, Ethernet e
DSL.[62]
À medida que os dados do usuário
são processados através da pilha de
protocolos, cada camada de
abstração adiciona informações de
encapsulamento no host remetente.
Os dados são transmitidos por fio no
nível do link entre hosts e roteadores.
O encapsulamento é removido pelo
host receptor. Os relés intermediários
atualizam o encapsulamento do link
em cada salto e inspecionam a
camada IP para fins de roteamento.
Protocolo da Internet
Endereços IP
Para localizar computadores individuais na rede, a Internet fornece endereços IP que são usados
pela infraestrutura da Internet para direcionar os pacotes da Internet aos seus destinos. Eles
consistem em números de comprimento fixo, encontrados dentro do pacote. Os endereços IP
são geralmente atribuídos ao equipamento automaticamente via DHCP ou configurados.[63]
Contudo, a rede também suporta outros sistemas de endereçamento. Os usuários geralmente
inserem nomes de domínio (por exemplo, "pt.wikipedia.org") em vez de endereços IP porque são
mais fáceis de lembrar; eles são convertidos pelo Sistema de Nomes de Domínio (DNS) em
endereços IP que são mais eficientes para fins de roteamento.[64][65][66]
IPv4
IPv6
Devido ao crescimento da Internet e ao esgotamento dos endereços IPv4 disponíveis, uma nova
versão do IP, o IPv6, foi desenvolvida em meados da década de 1990 e fornece capacidades de
endereçamento muito maiores e roteamento mais eficiente do tráfego da Internet. O IPv6 usa
128 bits para o endereço IP e foi padronizado em 1998.[68][69][70] A implantação do IPv6 está em
andamento desde meados da década de 2000 e atualmente está em crescente implantação em
todo o mundo, desde que os registros de endereços da Internet (RIRs) começaram a instar todos
os gerentes de recursos a planejarem a rápida adoção e conversão.[71]
Sub-rede
Uma sub-rede é uma subdivisão lógica de uma rede IP.Os computadores que pertencem a uma
sub-rede são endereçados com um grupo de bits mais significativo idêntico em seus endereços
IP. Isto resulta na divisão lógica de um endereço IP em dois campos, o número da rede ou prefixo
de roteamento e o campo restante ou identificador de host. O campo restante é um identificador
para um host ou interface de rede específico.[72]:1,16
Roteamento
IETF
Ver artigo principal: Internet Engineering Task Force
A Internet carrega muitos aplicativos e serviços, principalmente a World Wide Web, incluindo
mídia social, correio eletrônico, aplicativos móveis, jogos online multijogador, telefonia pela
Internet, compartilhamento de arquivos e serviços de streaming de mídia. A maioria dos
servidores que fornecem esses serviços são hospedados em data centers e o conteúdo é
frequentemente acessado por meio de redes de fornecimento de conteúdo de alto
desempenho.[76]
A World Wide Web é uma coleção global de documentos, imagens, multimídia, aplicativos e
outros recursos, logicamente inter-relacionados por hiperlinks e referenciados com
Identificadores Uniformes de Recursos (URIs), que fornecem um sistema global de referências
nomeadas e identificam simbolicamente serviços, servidores web, bancos de dados e os
documentos e recursos que eles podem fornecer. O Hypertext Transfer Protocol (HTTP) é o
principal protocolo de acesso da World Wide Web. Os serviços da Web também usam HTTP para
comunicação entre sistemas de software para transferência de informações, compartilhamento
e troca de dados de negócios e logística e é uma das muitas linguagens ou protocolos que
podem ser usados para comunicação na Internet.[77]
Softwares de navegador web da World Wide Web, como Internet Explorer / Edge da Microsoft,
Mozilla Firefox, Opera, Safari da Apple e Google Chrome, permitem que os usuários naveguem
de uma página da web para outra por meio de hiperlinks incorporados nos documentos. Esses
documentos também podem conter qualquer combinação de dados de computador, incluindo
gráficos, sons, texto, vídeo, multimídia e conteúdo interativo que é executado enquanto o usuário
interage com a página.[78][79] Por meio de pesquisas na Internet baseadas em palavras-chave,
usando mecanismos de busca como Yahoo!, Bing e Google, usuários em todo o mundo têm
acesso fácil e instantâneo a uma vasta e diversificada quantidade de informações on-line.
Comparada com a mídia impressa, livros, enciclopédias e bibliotecas tradicionais, a World Wide
Web permitiu a descentralização da informação em escal gigantesca.[80]
A Web permitiu que indivíduos e organizações publicassem ideias e informações on-line para
um público potencialmente grande, com custos e atrasos bastante reduzidos. Publicar uma
página web, um blog ou construir um site envolve pouco custo inicial e muitos serviços gratuitos
estão disponíveis. A publicidade online em páginas web populares pode ser lucrativa e o
comércio eletrônico, que é a venda de produtos e serviços diretamente através da Web, continua
a crescer. A publicidade online é uma forma de marketing e publicidade que utiliza a Internet
para entregar mensagens promocionais de marketing aos consumidores. Inclui marketing por e-
mail, marketing em mecanismos de pesquisa (SEM), marketing em mídias sociais, muitos tipos
de publicidade gráfica (incluindo publicidade em banner na web) e publicidade móvel . Em 2011,
as receitas de publicidade na Internet nos Estados Unidos ultrapassaram as da televisão por
cabo e quase ultrapassaram as da televisão aberta.[81]:19
Comunicação
Ver artigos principais: E-mail e Voz sobre IP
A telefonia pela Internet é um serviço de comunicação comum realizado com a Internet. O nome
do principal protocolo de interligação de redes, Internet Protocol, empresta seu nome ao
protocolo de voz sobre Internet (VoIP). A ideia começou no início da década de 1990 com
aplicativos de voz semelhantes a walkie-talkies para computadores pessoais. Os sistemas VoIP
dominam hoje muitos mercados e são tão fáceis de usar e convenientes quanto um telefone
tradicional. O benefício tem sido uma economia substancial de custos em relação às chamadas
telefônicas tradicionais, especialmente em longas distâncias. Redes de dados móveis, a cabo e
ADSL fornecem acesso à Internet nas instalações do cliente e adaptadores de rede VoIP baratos
fornecem a conexão para aparelhos telefônicos analógicos tradicionais.[84]
Compartilhamento de dados
As webcams são uma extensão de baixo custo desse fenômeno. Embora algumas possam
fornecer vídeo com taxa de quadros total, a imagem geralmente é pequena ou é atualizada
lentamente. Os internautas podem observar animais em uma reserva biológica africana, navios
no Canal do Panamá, trafegar em uma rotatória local ou monitorar sua própria residência, ao
vivo e em tempo real. Salas de chat de vídeo e videoconferência também são populares, com
muitos usos encontrados para webcams pessoais, com e sem som bidirecional. O YouTube foi
fundado em 15 de fevereiro de 2005 e é hoje o site líder em streaming de vídeo gratuito, com
mais de dois bilhões de usuários.[86] Ele usa um web player baseado em HTML5 por padrão para
transmitir e mostrar arquivos de vídeo.[87]
Impacto social
Uso
Ver artigo principal: Uso da Internet no mundo
No entanto, em 2018, só a Ásia representava 51% de todos os utilizadores da Internet, com 2,2
bilhões dos 4,3 bilhões de usuários da Internet no mundo. Os utilizadores da Internet na China
ultrapassaram um marco importante em 2018, quando a autoridade reguladora da Internet do
país, o Centro de Informação da Rede de Internet da China, anunciou que o país tinha 802
milhões de usuários.[94] A China foi seguida pela Índia, com cerca de 700 milhões de usuários,
com os Estados Unidos em terceiro lugar, com 275 milhões de usuários. No entanto, em termos
de penetração, em 2022 a China tinha uma taxa de penetração de 70% em comparação com os
60% da Índia e os 90% dos Estados Unidos.[95] Em 2022, 54% dos utilizadores mundiais da
Internet estavam baseados na Ásia, 14% na Europa, 7% na América do Norte, 10% na América
Latina e Caribe, 11% na África, 4% no Oriente Médio e 1% em Oceania.[96] Em 2019, Kuwait, Catar,
Ilhas Malvinas, Bermudas e Islândia tinham a maior penetração da Internet por número de
usuários, com 93% ou mais da população com acesso à rede.[97] Em 2022, estimou-se que 5,4
bilhões de pessoas usassem a Internet, mais de dois terços da população mundial na época.[98]
A língua predominante para comunicação através da Internet sempre foi o inglês. Isso pode ser
resultado da origem da Internet, bem como do papel da língua como língua franca e como língua
mundial no século XXI. Os primeiros sistemas de computador limitavam-se aos caracteres do
American Standard Code for Information Interchange (ASCII), um subconjunto do alfabeto latino.
Depois do inglês (27%), os idiomas mais solicitados na World Wide Web são o chinês (25%), o
espanhol (8%), o japonês (5%), o português e o alemão (4% cada), o árabe, o francês e o russo
(3% cada) e coreano (2%).[99]
Num estudo realizado nos Estados Unidos em 2005, a percentagem de homens que utilizam a
Internet estava ligeiramente à frente da percentagem de mulheres, embora esta diferença se
invertesse naqueles com menos de 30 anos de idade. Os homens acessavam com mais
frequência, passavam mais tempo online e eram mais propensos a utilizar banda larga,
enquanto as mulheres tendiam a aproveitar mais as oportunidades de comunicação (como o e-
mail). Os homens eram mais propensos a utilizar a Internet para pagar contas, participar em
leilões e para recreação, como descarregar músicas e vídeos. Homens e mulheres tinham a
mesma probabilidade de utilizar a Internet para fazer compras e serviços bancários.[100] Em
2008, as mulheres superavam significativamente os homens na maioria dos serviços de redes
sociais, como o Facebook e o Myspace, embora os rácios variassem com a idade.[101] As
mulheres assistiram mais conteúdo em streaming, enquanto os homens baixaram mais.[102] Os
homens eram mais propensos a blogar. Entre aqueles que blogam, os homens eram mais
propensos a ter um blog profissional, enquanto as mulheres eram mais propensas a ter um blog
pessoal.[103]
Existem vários neologismos que se referem aos usuários da Internet: "netizen" (como em
"cidadão da rede")[104] refere-se àqueles ativamente envolvidos na melhoria das comunidades
online, da Internet em geral ou em assuntos políticos e direitos como a liberdade de
expressão,[105][106] "internauta" refere-se a operadores ou usuários da Internet com alta
capacidade técnica,[107][108] "cidadão digital" refere-se a uma pessoa que usa a Internet para se
envolver na sociedade, na política e na participação governamental.[109]
Usuários da Internet por idioma [99]
Educação
Muitas pessoas utilizam a World Wide Web para aceder a notícias, previsões meteorológicas e
boletins esportivos, para planejar e reservar férias e para prosseguir os seus interesses
pessoais. As pessoas usam bate-papo, mensagens e e-mail para fazer e manter contato com
amigos em todo o mundo, às vezes da mesma forma que alguns tinham amigos por
correspondência anteriormente. Serviços de redes sociais virtuais, como Facebook, Twitter,
Instagram e TikTok, criaram novas maneiras de socializar e interagir.[112][113]
Os usuários desses sites podem adicionar uma ampla variedade de informações às páginas,
buscar interesses comuns e conectar-se com outras pessoas. Também é possível encontrar
conhecidos existentes, para permitir a comunicação entre grupos de pessoas existentes. Sites
como o LinkedIn promovem conexões comerciais, empresariais e profissionais. O YouTube e o
Flickr são especializados em vídeos e fotografias dos usuários. Os serviços de redes sociais
também são amplamente utilizados por empresas e outras organizações para promover as suas
marcas, comercializar junto dos seus clientes e incentivar as publicações "viralizarem".[114]
Técnicas de mídia social "black hat" também são empregadas por algumas organizações, como
contas de spam e astroturfing.[115][116]
A Internet tem sido um importante canal para atividades de lazer desde o seu início, com
experiências sociais divertidas, como MUDs e MOOs, sendo conduzidas em servidores
universitários, e grupos de usenet relacionados ao humor recebendo muito tráfego.[117] Muitos
fóruns da Internet possuem seções dedicadas a jogos e vídeos engraçados.[117]
Saúde mental
Ver artigos principais: Cultura do cancelamento, Assédio virtual e Pornografia na Internet
O uso da Internet tem sido correlacionado à solidão dos usuários.[121] Um livro de 2017 afirmou
que a Internet consolida a maioria dos aspectos do esforço humano em arenas singulares das
quais toda a humanidade são membros e concorrentes potenciais, com impactos
fundamentalmente negativos na saúde mental. Embora os sucessos em cada campo de
atividade sejam amplamente visíveis e alardeados, eles estão reservados para uma fatia
extremamente tênue dos mais excepcionais do mundo, deixando todos os demais para trás.
Enquanto, antes da Internet, as expectativas de sucesso em qualquer área eram apoiadas por
probabilidades razoáveis de sucesso a nível de aldeia, subúrbio, cidade ou mesmo estadual, é
praticamente certo que as mesmas expectativas no mundo da Internet trarão decepção hoje: há
sempre alguém em outro lugar, em algum lugar do planeta, quem pode fazer melhor e ocupar o
agora único lugar de destaque.[122]
O cibersectarismo é uma nova forma organizacional que envolve "pequenos grupos altamente
dispersos de praticantes que podem permanecer em grande parte anônimos dentro do contexto
social mais amplo e operar em relativo sigilo, embora ainda ligados remotamente a uma rede
maior de crentes que compartilham um conjunto de práticas e textos, e muitas vezes uma
devoção comum a um determinado líder. Os apoiadores estrangeiros fornecem financiamento;
os profissionais nacionais distribuem folhetos, participam em atos de resistência e partilham
informações sobre a situação interna com pessoas de fora, trocando testemunhos pessoais e
engajando-se no estudo coletivo por e-mail, salas de bate-papo on-line e fóruns de mensagens
baseados na web”.[123]
Negócios eletrônicos
Ver artigos principais: E-business e Comércio eletrônico
Embora muito tenha sido escrito sobre as vantagens econômicas do comércio possibilitado pela
Internet, há também evidências de que alguns aspectos da Internet, como mapas e serviços de
reconhecimento de localização, podem servir para reforçar a desigualdade econômica e a
exclusão digital.[127] O comércio eletrônico pode ser responsável pela consolidação e pelo
declínio das empresas familiares e físicas, resultando no aumento da desigualdade de
renda.[128][129][130]
O autor Andrew Keen, um crítico de longa data das transformações sociais causadas pela
Internet, concentrou-se nos efeitos econômicos da consolidação dos negócios na Internet. Keen
cita um relatório de 2013 do Institute for Local Self-Reliance dizendo que os varejistas
tradicionais empregam 47 pessoas para cada 10 milhões de dólares em vendas, enquanto a
Amazon emprega apenas 14. Da mesma forma, o Airbnb, start-up de aluguel de quartos com
700 funcionários, foi avaliado em 10 bilhões de dólares em 2014, cerca de metade do valor da
Hilton Worldwide, que emprega 152 mil pessoas. Naquela época, o Uber empregava mil
funcionários em tempo integral e era avaliado em 18,2 bilhões de dólares, aproximadamente a
mesma avaliação da Avis Rent a Car e da The Hertz Corporation combinadas, que juntas
empregavam quase 60 mil pessoas.[131]
Trabalho remoto
Ver artigo principal: Trabalho remoto
O trabalho remoto é facilitado por ferramentas como groupware, redes privadas virtuais,
teleconferência, videotelefonia e VoIP para que o trabalho possa ser realizado de qualquer local,
sendo mais conveniente a casa do trabalhador. Pode ser eficiente e útil para as empresas, pois
permite que os trabalhadores se comuniquem a longas distâncias, economizando tempo e
custos significativos de viagem. Mais trabalhadores têm largura de banda adequada em casa
para utilizar estas ferramentas para ligar a sua casa à intranet corporativa e às redes de
comunicação interna.[132][133]
Publicações colaborativas
Ver artigo principal: Wiki
Os sites wikis também têm sido utilizados na comunidade acadêmica para partilha e
disseminação de informação através de fronteiras institucionais e internacionais.[134] Nesses
ambientes, eles foram considerados úteis para colaboração de planejamento estratégico,
documentação departamental e trabalho de comitê, entre outros aspectos.[135] O Escritório de
Marcas e Patentes dos Estados Unidos usa um wiki para permitir que o público colabore na
descoberta de técnicas anteriores relevantes para o exame de pedidos de patentes pendentes. O
distrito de Queens, em Nova York, usou um wiki para permitir que os cidadãos colaborem no
projeto e no planejamento de um parque local.[136] A Wikipédia em inglês tem a maior base de
usuários entre os wikis da World Wide Web[137] e está entre os 10 primeiros entre todos os sites
do mundo em termos de tráfego.[138]
A Internet alcançou uma nova relevância como ferramenta política. A campanha presidencial de
Howard Dean em 2004 nos Estados Unidos foi notável pelo sucesso na solicitação de doações
via Internet. Muitos grupos políticos utilizam a Internet para alcançar um novo método de
organização para o cumprimento da sua missão, tendo dado origem ao ciberativismo.[139][140]
Em 2011, o jornal estadunidense The New York Times sugeriu que os websites de redes sociais,
como o Facebook e o Twitter, ajudaram as pessoas a organizar protestos durante a Revolução
Egípcia de 2011, ajudando os ativistas a comunicar queixas e disseminar informação.[141]
Muitos entenderam a Internet como uma extensão da noção habermasiana de esfera pública,
observando como as tecnologias de comunicação em rede proporcionam algo como um fórum
cívico global. No entanto, já foram registados incidentes de censura na Internet por motivos
políticos em muitos países, incluindo nas democracias ocidentais.[142][143]
A difusão do acesso de baixo custo à Internet nos países em desenvolvimento abriu novas
possibilidades para instituições de caridade peer-to-peer, que permitem que indivíduos
contribuam com pequenas quantias para projetos de caridade para outros indivíduos. Sites
como DonorsChoose e GlobalGiving permitem que doadores de pequena escala direcionem
fundos para projetos individuais de sua escolha. Uma variação popular da filantropia baseada na
Internet é o uso de empréstimos peer-to-peer para fins de caridade. A empresa Kiva foi pioneira
neste conceito em 2005, oferecendo o primeiro serviço baseado na web para publicar perfis de
empréstimos individuais para financiamento.[146][147]
Segurança
Programas maliciosos
Ver artigo principal: Malware
Malware é software malicioso usado e distribuído pela Internet. Inclui vírus de computador que
são copiados com a ajuda de humanos, worms de computador que se copiam
automaticamente, software para ataques de negação de serviço, ransomware, botnets e
spyware que relatam a atividade e a digitação dos usuários. Geralmente, essas atividades
constituem crimes cibernéticos. Os teóricos da defesa também especularam sobre as
possibilidades de hackers usarem a guerra cibernética usando métodos semelhantes em grande
escala.[148]
Vigilância
Ver artigo principal: Vigilância de computadores e redes
Controle e censura
Ver artigo principal: Censura na Internet
A Coreia do Norte por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o órgão de
controle de uso da rede (Centro Oficial de Computação) e o portal oficial do governo. Para
população, é completamente vetado o uso de Internet até porque não existem provedores no
país. Existem cyber’s autorizados pelo governo, com conteúdo controlado e ainda assim as idas
e vindas dos policiais são indispensáveis. Apenas os governantes têm acesso a conexão via
satélite.[168] Já em Cuba, existe apenas um cyber e o preço para acessar sites estrangeiros (e
controlado) é de cerca de 6 dólares por hora, sendo que o salário médio da população é de 17
dólares por mês. Com a velocidade da informação que a Internet proporciona, os governantes
desses países omitem informações da população, pois elas não têm acesso a esse emaranhado
de notícias em tempo real.[168]
Alguns países também adotam leis que visam combater "noticias falsas", críticos dessas leis
argumentam que essas leis são geralmente genéricas e muito vagas[171] e podem ser usadas
para censurar opositores e calar a oposição política.[172] A Declaração conjunta sobre a
liberdade de expressão e "fake news", desinformação e propaganda, relatório publicado em
março de 2017 pela ONU e organismos regionais de direitos humanos, concluiu que criminalizar
a partilha de informação baseada em ideias vagas e ambíguas, como “notícias falsas”, é
incompatível com os padrões internacionais para à liberdade de expressão e a
democracia.[173][174]
Em novembro de 2021 o parlamento da Grécia aprovou uma lei que alterou o código penal
visando processar cidadãos gregos que difundam informações falsas durante a pandemia de
COVID-19.[175][174] Segundo a lei qualquer cidadão grego que divulgue informações falsas sobre
saúde pública poderá enfrentar 5 anos de prisão. Esta medida, juntamente com outras
semelhantes a nível mundial, alarmou jornalistas e defensores dos direitos humanos, que
afirmaram: "Afinal, quem decide o que constitui “notícia falsa”? E o que impede esta nova
legislação de se tornar um instrumento de censura institucionalizada?"[175][174] O Journalists'
Union of Athens Daily Newspapers (ESIEA), uma associação de jornalistas gregos, afirma que a
nova alteração legal pode pôr em perigo o direito à liberdade de expressão e de imprensa e
precisa de ser reescrita. Segundo a associação, a alteração legal sobre a “divulgação de notícias
falsas” é demasiado vaga. A associação afirma tambem que os jornalistas podem ser
responsabilizados criminalmente por expressarem as suas opiniões sobre a crise sanitária.[171]
Seguindo a mesma linha, governo da Bielorrússia aprovou em 2018 uma lei de "combate as fake
news" na internet do país. A Assembleia Nacional da Bielorrússia votou em 14 de junho de 2018
a segunda e última leitura do projeto de alterações que o governo afirma que lhe permitirão
processar pessoas suspeitas de espalharem informações "falsas" na Internet.[172] Segundo o
governo Bielorrússo “A adoção da legislação facilitará o fornecimento eficiente de segurança da
informação e a aplicação do direito constitucional dos cidadãos de receber informações
completas, precisas e oportunas”, disse Valyantsina Razhanets , vice-presidente da Comissão de
Direitos Humanos e Relações Étnicas da assembleia e Mídia.[172] A lei de "combate as fake
news" na Bielorrússia altera às leis de comunicação social do país e passará a exigir que os
autores de todas as publicações e comentários em fóruns online fossem identificados e que os
comentários fossem moderados pelos proprietários dos websites e isso permitiria que redes
sociais e outros sites fossem bloqueados no país.[172] A Associação Bielorrussa de Jornalistas]]
e os meios de comunicação independentes criticaram as alterações propostas à lei, tal como o
Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, que afirmou que a
legislação poderia “censurar ainda mais” os meios de comunicação no país.[172] A Coordenadora
do Programa do CPJ para a Europa e Ásia Central, Nina Ognianova, disse em uma declaração de
8 de junho que o governo bielorrusso "aderiu ao movimento das 'notícias falsas' não porque
queira proteger os cidadãos das falsidades, mas porque quer mais poder para decidir quais
informações eles querem. receber."[172] Os críticos dizem temer que o governo autoritário do
presidente Aleksandr Lukashenko use a lei como uma ferramenta para aumentar o controle
sobre a Internet.[172]
Desempenho
Como a Internet é uma rede heterogênea, suas características físicas, incluindo, por exemplo, as
taxas de transferência de dados das conexões, variam bastante. Exibe fenômenos emergentes
que dependem de sua organização em larga escala.[183]
Volume de tráfego
O volume de tráfego da Internet é difícil de medir porque não existe um ponto único de medição
na topologia não hierárquica e de múltiplas camadas. Os dados de tráfego podem ser estimados
a partir do volume agregado através dos pontos de peering dos fornecedores de rede Tier 1, mas
o tráfego que permanece local em redes de grandes fornecedores pode não ser contabilizado.
Em dezembro de 2022, quase metade (48%) do tráfego da Internet estava em Índia e China,
enquanto América do Norte e Europa têm cerca de um quarto do tráfego global da Internet.[184]
Interrupções
Um apagão ou interrupção da Internet pode ser causado por interrupções de sinalização local.
As interrupções nos cabos de comunicações submarinos podem causar apagões ou lentidão
em grandes áreas, como ocorreu em 2008. Os países menos desenvolvidos são mais
vulneráveis devido ao pequeno número de ligações de alta capacidade. Os cabos terrestres
também são vulneráveis, como em 2011, quando uma mulher que procurava sucata cortou a
maior parte da conectividade da Armênia.[185] Os apagões da Internet que afetam quase países
inteiros podem ser alcançados pelos governos como uma forma de censura na Internet, como
no bloqueio da Internet no Egito, em que aproximadamente 93%[186] das redes ficaram sem
acesso durante a revolução egípcia de 2011, numa tentativa de parar a mobilização para
medidas anti-protestos.[187]
Uso de energia
Em 2011, pesquisadores acadêmicos estimaram que a energia total utilizada pela Internet
estava entre 170 e 307 gigawatts, menos de dois por cento da energia utilizada pela
humanidade. Esta estimativa incluiu a energia necessária para construir, operar e substituir
periodicamente os estimados 750 milhões de laptops, um bilhão de smartphones e 100 milhões
de servidores em todo o mundo, bem como a energia que roteadores, torres de celular, switches
ópticos, transmissores Wi-Fi e dispositivos de armazenamento em nuvem usam ao transmitir o
tráfego da Internet.[189][190] De acordo com um estudo não revisto por pares publicado em 2018
pelo The Shift Project (um think tank francês financiado por patrocinadores empresariais), quase
4% das emissões globais de CO2 poderiam ser atribuídas à transferência global de dados e à
infraestrutura necessária.[191] O estudo também afirmou que só o streaming de vídeo online foi
responsável por 60% desta transferência de dados e, portanto, contribuiu para mais de 300
milhões de toneladas de emissões de CO2 por ano e defendeu novas regulamentações de
"sobriedade digital" que restringem o uso e o tamanho de arquivos de vídeo.[192]
Ver também
Crowdsourcing Freenet
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