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Internet

sistema global de redes de computadores interligadas

Nota: Não confundir com World Wide Web. Para o conceito genérico de redes interligadas ("internet"), veja
interligação de redes.

A Internet[1] é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um


conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol Suite ou TCP/IP) com o propósito de servir
progressivamente usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que consiste de
milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e
que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas. A
Internet traz uma extensa gama de recursos de informação e serviços, tais como os
documentos inter-relacionados de hipertextos da World Wide Web (WWW), redes ponto a ponto
(peer-to-peer) e infraestrutura de apoio a correio eletrônico (e-mails).

As origens da Internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos Estados
Unidos na década de 1960 para construir uma[2] forma de comunicação robusta e sem falhas
através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com[3] projetos no Reino
Unido e na França, tenha levado à criação de redes precursoras importantes, ele não criou a
Internet. Não há consenso sobre a data exata em que a Internet moderna surgiu, mas foi em
algum momento em meados da década de 1980. O financiamento de uma nova estrutura
principal de Informática (dita backbone), para os Estados Unidos pela Fundação Nacional da
Ciência nos anos 1980, bem como o financiamento privado para outros similares backbones
comerciais, levou à participação mundial no desenvolvimento de novas tecnologias de rede e da
fusão de muitas redes distintas. Embora a Internet seja amplamente utilizada pela academia
desde os anos 1980, a comercialização da tecnologia na década de 1990 resultou na sua
divulgação e incorporação da rede internacional em praticamente todos os aspectos da vida
humana moderna. Em junho de 2012, mais de 2,4 bilhões de pessoas — mais de um terço da
população mundial — usaram os serviços da Internet, cerca de 100 vezes mais do que em
1995.[1][4] O uso da Internet cresceu rapidamente no Ocidente entre da década de 1990 a início
dos anos 2000 e desde a década de 1990 no mundo em desenvolvimento. Em 1994, apenas 3%
das salas de aula estadunidenses tinham acesso à Internet, enquanto em 2002 esse índice
saltou para 92%.[5]

A maioria das comunicações tradicionais dos meios de comunicação (ou mídia), como telefone,
música, cinema e televisão estão a ser remodeladas ou redefinidas pela Internet, dando origem
a novos serviços, como o protocolo de Internet de voz (VoIP) e o protocolo de Internet de
televisão (IPTV). Jornais, livros e outras publicações impressas estão-se adaptando à tecnologia
web ou têm sido reformulados para blogs e feeds. A Internet permitiu e acelerou a criação de
novas formas de interações humanas através de mensagens instantâneas, fóruns de discussão
e redes sociais. O comércio online tem crescido tanto para grandes lojas de varejo quanto para
pequenos artesãos e comerciantes. Business-to-business e serviços financeiros na Internet
afetam as cadeias de abastecimento por meio de indústrias inteiras. A essa agregação de
funcionalidades por meio dum núcleo comum (Internet, no caso), tem-se usado chamar
convergência tecnológica ou, simplesmente, quando não for ambíguo, convergência.

A Internet não tem governança centralizada em qualquer aplicação tecnológica ou políticas de


acesso e uso; cada rede constituinte define suas próprias políticas. Apenas as definições de
excesso dos dois principais espaços de nomes na Internet — o espaço de endereçamento
Protocolo de Internet e Domain Name System — são dirigidos por uma organização
mantenedora, a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN). A
sustentação técnica e a padronização dos protocolos de núcleo (IPv4 e IPv6) é uma atividade do
Internet Engineering Task Force (IETF), uma organização sem fins lucrativos de participantes
internacionais vagamente filiados, sendo que qualquer pessoa pode se associar contribuindo
com a perícia técnica.

Terminologia

Obra Internet Messenger, de Buky


Schwartz em Holon, Israel.

O termo Internet, como um sistema global específico de redes de IPs interconectados, é um


nome próprio. A Internet também é muitas vezes referida como Net. A palavra "internet" foi
utilizada historicamente, como substantivo comum em inglês, logo em 1883 como um verbo e
adjetivo para se referir a movimentos interligados. No início dos anos 1970, o termo Internet
começou a ser usado como nome próprio para o conjunto de redes técnicas, o resultado da
interligação de redes de computadores com gateways especiais ou roteadores. Ele também foi
usado (em inglês) como um verbo que significa "conectar", especialmente redes.[3][6]

Os termos Internet e World Wide Web são frequentemente usados como sinônimos na linguagem
corrente, é comum falar-se de "navegar na Internet", em referências ao navegador web para
exibir páginas web. No entanto, a Internet é uma rede mundial de computadores especial
conectando milhões de dispositivos de computação, enquanto a World Wide Web é apenas um
dos muitos serviços que funcionam dentro da Internet. A Web é uma coleção de documentos
interligados (páginas web) e outros recursos da Internet, ligadas por hiperlinks e URLs. Além da
web, muitos outros serviços são implementados através da Internet, como e-mail, transferência
de arquivos, controle remoto de computador, grupos de notícias e jogos online. Todos esses
serviços podem ser implementados em qualquer intranet, acessível para os usuários da rede.[7]

História

Ver artigos principais: História da Internet e História da World Wide Web

Um esboço da ARPANET em
dezembro de 1969. Os nós
da UCLA e do Stanford
Research Institute (SRI)
estão entre os retratados no
desenho.

A pesquisa sobre a comutação de pacotes começou na década de 1960 e redes de comutação


de pacotes, como Mark I, no NPL no Reino Unido,[8] ARPANET, CYCLADES,[9][10] Merit Network,[11]
Tymnet e Telenet, foram desenvolvidas em final dos anos 1960 e início dos anos 1970, usando
uma variedade de protocolos. A ARPANET, em particular, levou ao desenvolvimento de
protocolos para internetworking, onde várias redes separadas poderiam ser unidas em uma rede
de redes. Os dois primeiros nós do que viria a ser a ARPANET foram interconectados entre o
Network Measurement Center de Leonard Kleinrock na Escola de Engenharia e Ciências
Aplicadas da UCLA e o sistema NLS de Douglas Engelbart no SRI International (SRI), em Menlo
Park, Califórnia, em 29 de outubro de 1969.[11] O terceiro nó da ARPANET era o Culler-Fried
Interactive Mathematics Center da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara e o quarto era o
Departamento Gráfico da Universidade de Utah. Em um sinal precoce de crescimento futuro, já
havia quinze sites conectados à jovem ARPANET até o final de 1971.[2][12]

Em dezembro de 1974, o RFC 675 - Specification of Internet Transmission Control Program, de


Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine usou o termo internet como uma abreviação para
internetworking e RFCs posteriores repetiram esse termo.[13] O acesso à ARPANET foi ampliado
em 1981, quando a Fundação Nacional da Ciência (NSF), desenvolvido a Computer Science
Network (CSNET). Em 1982, o Internet Protocol Suite (TCP/IP) foi padronizada e o conceito de
uma rede mundial de redes TCP/IP totalmente interligadas chamado de Internet foi introduzido.

Mapa da rede ARPANET em 1972.

O acesso à rede TCP/IP expandiu-se novamente em 1986, quando o National Science


Foundation Network (NSFNET) proveu acesso a sites de supercomputadores nos Estados
Unidos a partir de organizações de pesquisa e de educação, o primeiro a 56 kbit/s e, mais tarde,
1,5 Mbit/s e 45 Mbit/s.[14]

Tim Berners-Lee usou este NeXTcube


no CERN para criar o primeiro
servidor web do mundo.

A Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) foi a responsável pela invenção da
World Wide Web, ou simplesmente a Web, como hoje a conhecemos. Corria o ano de 1990, e o
que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por se tornar a
complexa e essencial Web. O responsável pela invenção chama-se Tim Berners-Lee, que
construiu o seu primeiro computador na Universidade de Oxford, onde se formou em 1976.
Quatro anos depois, tornava-se consultor de engenharia de software no CERN e escrevia o seu
primeiro programa para armazenamento de informação – chamava-se Enquire e, embora nunca
tenha sido publicada, foi a base para o desenvolvimento da Web. Em 1989, propôs um projeto de
hipertexto que permitia às pessoas trabalhar em conjunto, combinando o seu conhecimento
numa rede de documentos. Foi esse projeto que ficou conhecido como a World Wide Web. A
Web funcionou primeiro dentro do CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada
mundialmente.[15][16]

A Internet foi totalmente comercializada nos Estados Unidos em 1995, quando a NSFNET foi
desmantelada, removendo as últimas restrições sobre o uso da Internet para transportar o
tráfego comercial.[17] A Internet começou uma rápida expansão para a Europa e Austrália em
meados da década de 1980[18] e para a Ásia no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.[19]

Gráfico mostrando a proporção de


usuários de Internet a cada 100
pessoas, entre 1996 e 2014, feita pela
União Internacional de
Telecomunicações.[20]

Desde meados da década de 1990 a Internet teve um enorme impacto sobre a cultura e o
comércio mundiais, como pelo aumento da comunicação instantânea através de e-mails,
mensagens instantâneas, "telefonemas" VoIP, chamadas de vídeo interativas, com a World Wide
Web e seus fóruns de discussão, blogs, redes sociais e sites de compras online. Quantidades
crescentes de dados são transmitidos em velocidades cada vez mais elevadas em redes de fibra
óptica operando a 1 Gbit/s, 10 Gbit/s, ou mais.[21]

A Internet continua a crescer, impulsionando quantidades cada vez maiores de informações on-
line e de conhecimento, comércio, entretenimento e redes sociais.[22] Durante a década de 1990,
estimou-se que o tráfego na Internet pública cresceu cerca 100% ao ano, enquanto estima-se
que o crescimento anual do número de usuários seja de algo entre 20% e 50%.[23] Este
crescimento é muitas vezes atribuído à falta de uma administração central, que permita o
crescimento orgânico da rede, bem como pela natureza não proprietária e aberta dos protocolos
de Internet, o que incentiva o fornecedor de interoperabilidade e impede qualquer empresa de
exercer muito controle sobre a rede.[24] Em 31 de março de 2011, o número total estimado de
usuários da Internet foi de cerca de 2 bilhões de pessoas (ou cerca de 30% da população
mundial).[25] Estima-se que em 1993 a Internet realizou apenas 1% do fluxo de informações
através de duas vias de telecomunicações; em 2000 este valor tinha aumentado para 51% e, até
2007, mais do que 97% de todas as informações telecomunicadas foi realizada através da rede
mundial.[26]

No Brasil
Ver artigo principal: Internet no Brasil
No Brasil existe desde 1995 o Comitê Gestor da Internet, órgão responsável por estabelecer as
diretrizes estratégicas para a navegação na Internet do Brasil.[27]Em 2005 a tarefa de liberar os
registros da Internet no Brasil deixou de ser da FAPESP, que até então foi responsável pela
liberação dos domínios .br( ponto br),e passou a ser responsabilidade do NIC.br, entidade criada
pelo Comitê Gestor da Internet.[28][29] Em 2012 foi atingida a marca de três milhões de domínios
.br (ponto br) registrados.[30][31] Em setembro de 2022 os domínios .br alcançaram a marca de 5
milhões.[32][30][31] No final de 1997, o Comitê Gestor passou a liberar os novos domínios de
segundo nível.[32][33] Antes desses e além o domínio de primeiro nível .br, o Brasil tinha apenas
cinco domínios de segundo nível.[32][34] Em 23 de abril de 2014 foi sancionada a Lei Federal 12
965, do Marco Civil da Internet, que estabeleceu os princípios, garantias, direitos e deveres para
a utilização da Internet no Brasil.[35][36]

Governança

Ver artigo principal: Governança da Internet

Sede da ICANN no bairro de Playa


Vista, em Los Angeles, Califórnia,
Estados Unidos

A Internet é uma rede global que compreende muitas redes autônomas interconectadas
voluntariamente e que opera sem um órgão de governo central. A sustentação técnica e a
padronização dos protocolos principais (IPv4 e IPv6) é uma atividade da Internet Engineering
Task Force (IETF), uma organização sem fins lucrativos de participantes internacionais
livremente afiliados, à qual qualquer pessoa pode se associar, contribuindo com conhecimentos
técnicos. Para manter a interoperabilidade, os principais espaços de nomes da Internet são
administrados pela Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN, sigla
em inglês), que é governada por um conselho de diretores internacional (formado por
representantes de comunidades técnicas, empresariais, acadêmicas e outras comunidades não
comerciais da Internet) e coordena a atribuição de identificadores exclusivos para uso na
Internet, incluindo nomes de domínio, endereços IP, números de porta de aplicativos nos
protocolos de transporte, além de vários outros parâmetros. Espaços de nomes globalmente
unificados são essenciais para manter o alcance global da Internet. Este papel da ICANN
distingue-a como talvez o único órgão central de coordenação para a Internet global.[37]
Registros Regionais da Internet (RIRs) foram estabelecidos para cinco regiões do mundo. O
Centro Africano de Informação de Rede (AfriNIC) para a África,[38] o Registro Americano de
Números de Internet (ARIN) para a América do Norte,[39] o Centro de Informação de Rede Ásia-
Pacífico (APNIC) para a região da Ásia e do Pacífico,[40] o Registro de Endereços de Internet da
América Latina e Caribe (LACNIC) para a região da América Latina e Caribe,[41] e o Réseaux IP
Européens – Centro de Coordenação de Rede (RIPE NCC) para a Europa,[42] Oriente Médio e Ásia
Central foram delegados para atribuir blocos de endereços IP e outros parâmetros da Internet a
registros locais, como provedores de serviços de Internet, a partir de um conjunto designado de
endereços reservados para cada região.[43] A Internet Society (ISOC) é outra organização
fundada em 1992 com a missão de “garantir o desenvolvimento aberto, a evolução e o uso da
Internet para o benefício de todas as pessoas em todo o mundo”.[44]

Infraestrutura

Ver também : Interligação de redes e Lista de países por velocidades de conexão de Internet

Visualização gráfica de várias rotas em uma


porção da Internet mostrando a escalabilidade da
rede.

Mapa da rede de cabos submarinos ao redor da


Terra.

A infraestrutura de comunicações da Internet consiste em componentes de hardware e um


sistema de camadas de software que controlam vários aspectos da arquitetura. Como acontece
com qualquer rede de computadores, a Internet consiste fisicamente em roteadores, mídia
(como cabeamento e links de rádio), repetidores, modems, etc.No entanto, como exemplo de
interligação de redes, muitos dos nós da rede não são necessariamente equipamentos de
Internet em si, os pacotes de Internet são transportados por outros protocolos de rede
completos, com a Internet atuando como um padrão de rede homogêneo, executado em
hardware heterogêneo, com os pacotes guiados até seus destinos por roteadores IP. Muitos
cientistas de computação veem a Internet como o "maior exemplo de sistema de grande escala
altamente engenharizado, ainda muito complexo".[45]

A Internet é extremamente heterogênea, por exemplo, as taxas de transferências de dados e as


características físicas das conexões variam grandemente. A Internet exibe "fenômenos
emergentes" que dependem de sua organização de grande escala. Por exemplo, as taxas de
transferências de dados exibem autossimilaridade temporal. Adicionando ainda mais à
complexidade da Internet, está a habilidade de mais de um computador de usar a Internet
através de um elo de conexão, assim criando a possibilidade de uma sub-rede profunda e
hierárquica que pode teoricamente ser estendida infinitamente, desconsiderando as limitações
programáticas do protocolo IPv4. Os princípios desta arquitetura de dados se originam na
década de 1960, que pode não ser a melhor solução de adaptação para os tempos modernos.
Assim, a possibilidade de desenvolver estruturas alternativas está atualmente em
planejamento.[46]

De acordo com um artigo de junho de 2007, na revista Discover, o peso combinado de todos os
elétrons que se movem dentro da Internet num dia é de 2−6 gramas.[47] Outras estimativas dizem
que o peso total dos elétrons que se movem na Internet diariamente chega a 2 gramas.[48]
Existem muitas análises da Internet e de sua estrutura. Por exemplo, foi determinado que tanto a
estrutura de rotas IP da Internet quanto as ligações de hipertexto da World Wide Web são
exemplos de redes de escala livre. Semelhantemente aos provedores comerciais de Internet, que
se conectam através de pontos neutros, as redes de pesquisa tendem a se interconectar com
subredes maiores, como GEANT; GLORIAD; Internet2 (conhecido anteriormente como Rede
Abilene) e JANET (A Rede Nacional de Pesquisa e Educação do Reino Unido). Essas, então, são
construídas em torno de redes relativamente menores. Diagramas de redes de computador
representam frequentemente a Internet usando um símbolo de nuvem, pelo qual as
comunicações de rede passam.[49]

Níveis de serviço
Ver artigo principal: Fornecedor de acesso à internet
O roteamento de pacotes pela
Internet envolve vários níveis de
provedores de serviços de Internet.

Os provedores de serviços de Internet (ISPs) estabelecem a conectividade mundial entre redes


individuais em vários níveis. Os usuários finais que acessam a Internet apenas quando
necessário para executar uma função ou obter informações representam a parte inferior da
hierarquia de roteamento. No topo da hierarquia de roteamento estão as redes de nível 1,
grandes empresas de telecomunicações que trocam tráfego diretamente entre si através de
cabos de fibra óptica de altíssima velocidade e regidas por acordos de peering. As redes de nível
2 e de nível inferior compram trânsito de Internet de outros provedores para alcançar pelo
menos algumas partes na Internet global, embora também possam participar de peering.[50][51]

Acesso
Ver artigo principal: Acesso à Internet

Os métodos comuns de acesso à Internet pelos usuários incluem dial-up com um modem de
computador através de circuitos telefônicos, banda larga por cabo coaxial, fibra óptica ou fios de
cobre, Wi-Fi, satélite e tecnologia de telefonia celular (por exemplo, 3G, 4G, 5G). A Internet pode
muitas vezes ser acedida a partir de computadores em bibliotecas e cibercafés. Existem pontos
de acesso à Internet em muitos locais públicos, como saguões de aeroportos e cafeterias.
Muitos hotéis também possuem terminais públicos que geralmente são pagos. Esses terminais
são amplamente acessados para diversos usos, como reserva de passagens, depósito bancário
ou pagamento online. Wi-Fi fornece acesso sem fio à Internet através de redes de computadores
locais. Esses serviços podem ser gratuitos para todos, gratuitos apenas para clientes ou
pagos.[52]

Os esforços de base conduziram à criação de redes comunitárias sem fios. Serviços comerciais
de Wi-Fi que cobrem grandes áreas estão disponíveis em muitas cidades, como Nova Iorque,
Londres, Viena, Toronto, São Francisco, Filadélfia, Chicago e Pittsburgh, onde a Internet pode
então ser acessada de locais como um banco de um parque público.[53] Os smartphones
modernos também podem acessar a Internet através da rede da operadora de celular. Para
navegação na Web, esses dispositivos fornecem aplicativos como Google Chrome, Safari e
Firefox e uma grande variedade de outros softwares de Internet podem ser instalados em lojas
de aplicativos. O uso da Internet por dispositivos móveis e tablets ultrapassou os computadores
em todo o mundo pela primeira vez em outubro de 2016.[54]

Comunicação móvel

Ver artigo principal: Internet móvel

Número de assinaturas de Internet


móvel entre 2012 e 2016, com uma
projeção para 2020 (em inglês)

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) estimou que, até ao final de 2017, 48% dos
utilizadores individuais conectam-se regularmente à Internet, contra 34% em 2012.[55] A
conectividade à Internet móvel tem desempenhado um papel importante na expansão do
acesso nos últimos anos, especialmente na Ásia-Pacífico e África.[56] O número de assinaturas
exclusivas de celular móvel aumentou de 3,9 bilhões em 2012 para 4,8 bilhões em 2016, dois
terços da população mundial, com mais da metade das assinaturas localizadas na Ásia-
Pacífico.[57] Em 2018, 80% da população mundial estava coberta por uma rede 4G.[57] Os limites
que os utilizadores enfrentam no acesso à informação através de aplicações móveis coincidem
com um processo mais amplo de fragmentação da Internet, que restringe o acesso aos
conteúdos midiáticos e tende a afetar mais os utilizadores mais pobres.[56]

O acesso patrocinado, a prática dos fornecedores de serviços de Internet que permite aos
utilizadores conectividade gratuita para aceder a conteúdos ou aplicações específicas sem
custos, tem oferecido oportunidades para superar obstáculos econômicos, mas também foi
acusada pelos seus críticos de criar uma Internet de dois níveis. Para resolver esses problemas,
surgiu um modelo alternativo no conceito de “acesso igualitário” e está a ser testado em
experiências pela Mozilla e pela Orange na África e impede a priorização de um tipo de
conteúdo. Em estudo publicado pela Chatham House, 15 dos 19 países pesquisados na América
Latina tinham algum tipo de produto híbrido ou com acesso patrocinado. Alguns países da
região tinham vários planos para escolher (em todas as operadoras de redes móveis), enquanto
outros, como a Colômbia, ofereciam até 30 planos pré-pagos e 34 planos pós-pagos.[58]

Um estudo de oito países do Sul Global descobriu que existem planos de dados com acesso
patrocinado em todos os países, embora haja uma grande variação na frequência com que são
oferecidos e realmente utilizados em cada um.[59] O estudo analisou as três a cinco principais
transportadoras por quota de mercado em Bangladesh, Colômbia, Gana, Índia, Quênia, Nigéria,
Peru e Filipinas.Dos 181 planos examinados, 13% ofereciam serviços com taxa zero. Outro
estudo, abrangendo Gana, Quênia, Nigéria e África do Sul, concluiu que o Free Basics e o
Wikipedia Zero do Facebook são os conteúdos mais comuns com acesso patrocinado.[60]

Conjunto de protocolos da Internet


Ver artigo principal: TCP/IP

Ver também: Lista de protocolos de redes e Lista de portas dos protocolos TCP e UDP

Os padrões da Internet descrevem uma estrutura conhecida como conjunto de protocolos da


Internet (também chamado TCP/IP, baseado nos dois primeiros componentes). Este é um
conjunto de protocolos ordenados em um conjunto de quatro camadas conceituais de acordo
com o escopo de sua operação. No topo está a camada de aplicação, onde a comunicação é
descrita em termos dos objetos ou estruturas de dados mais apropriadas para cada aplicação.
Por exemplo, um navegador da Web opera em um aplicativo modelo cliente-servidor e troca
informações com o Hypertext Transfer Protocol (HTTP) e uma estrutura de dados pertinente ao
aplicativo, como a HyperText Markup Language (HTML).[61]

Abaixo desta camada superior, a camada de transporte conecta aplicações em diferentes hosts
com um canal lógico através da rede. Ele fornece a esse serviço uma variedade de
características possíveis, como Protocolo de Controle de Transmissão (TCP) e Protocolo de
Datagrama do Usuário (UDP). Subjacentes a estas camadas estão as tecnologias de rede que
interligam as redes nas suas fronteiras e trocam tráfego entre elas. A camada Internet
implementa o Protocolo Internet (IP), que permite aos computadores identificarem-se e
localizarem-se uns aos outros por endereço IP e encaminharem o seu tráfego através de redes
intermediárias. Na parte inferior da arquitetura está a camada de enlace, que conecta nós no
mesmo enlace físico e contém protocolos que não necessitam de roteadores para travessia
para outros enlaces. O conjunto de protocolos não especifica explicitamente métodos de
hardware para transferir bits ou protocolos para gerenciar tal hardware, mas pressupõe que a
tecnologia apropriada esteja disponível. Exemplos dessa tecnologia incluem Wi-Fi, Ethernet e
DSL.[62]
À medida que os dados do usuário
são processados através da pilha de
protocolos, cada camada de
abstração adiciona informações de
encapsulamento no host remetente.
Os dados são transmitidos por fio no
nível do link entre hosts e roteadores.
O encapsulamento é removido pelo
host receptor. Os relés intermediários
atualizam o encapsulamento do link
em cada salto e inspecionam a
camada IP para fins de roteamento.

Fluxo de dados conceitual em uma


topologia de rede simples de dois
hosts (A e B) conectados por um link
entre seus respectivos roteadores. O
aplicativo em cada host executa
operações de leitura e gravação como
se os processos estivessem
diretamente conectados entre si por
algum tipo de canal de dados. Após o
estabelecimento deste canal, a
maioria dos detalhes da
comunicação ficam ocultos de cada
processo, pois os princípios
subjacentes da comunicação são
implementados nas camadas
inferiores do protocolo.

Protocolo da Internet

Ver artigo principal: Protocolo da Internet


O componente mais proeminente do modelo da Internet é o Protocolo da Internet (IP), que
permite a interconexão de redes e, em essência, estabelece a própria Internet. Existem duas
versões do protocolo da Internet, IPv4 e IPv6.

Endereços IP

Ver artigo principal: Endereço IP

Um resolvedor de DNS consulta três


servidores de nomes para resolver o
nome de domínio visível ao usuário
"www.wikipedia.org" para determinar
o endereço IPv4 207.142.131.234.

Para localizar computadores individuais na rede, a Internet fornece endereços IP que são usados
pela infraestrutura da Internet para direcionar os pacotes da Internet aos seus destinos. Eles
consistem em números de comprimento fixo, encontrados dentro do pacote. Os endereços IP
são geralmente atribuídos ao equipamento automaticamente via DHCP ou configurados.[63]
Contudo, a rede também suporta outros sistemas de endereçamento. Os usuários geralmente
inserem nomes de domínio (por exemplo, "pt.wikipedia.org") em vez de endereços IP porque são
mais fáceis de lembrar; eles são convertidos pelo Sistema de Nomes de Domínio (DNS) em
endereços IP que são mais eficientes para fins de roteamento.[64][65][66]

IPv4

Ver artigo principal: IPv4

O Protocolo da Internet versão 4 (IPv4) define um endereço IP como um número de 32 bits. O


IPv4 é a versão inicial usada na primeira geração da Internet e ainda é de uso dominante. Ele foi
projetado para endereçar até ≈4,3 bilhões (109) de hosts. No entanto, o crescimento explosivo
da Internet levou ao esgotamento dos endereços IPv4, que entrou na sua fase final em 2011,
quando o conjunto global de atribuição de endereços IPv4 se esgotou.[67]

IPv6

Ver artigo principal: IPv6

Devido ao crescimento da Internet e ao esgotamento dos endereços IPv4 disponíveis, uma nova
versão do IP, o IPv6, foi desenvolvida em meados da década de 1990 e fornece capacidades de
endereçamento muito maiores e roteamento mais eficiente do tráfego da Internet. O IPv6 usa
128 bits para o endereço IP e foi padronizado em 1998.[68][69][70] A implantação do IPv6 está em
andamento desde meados da década de 2000 e atualmente está em crescente implantação em
todo o mundo, desde que os registros de endereços da Internet (RIRs) começaram a instar todos
os gerentes de recursos a planejarem a rápida adoção e conversão.[71]

Sub-rede

Ver artigo principal: Sub-rede

Criando uma sub-rede dividindo o identificador do


host

Uma sub-rede é uma subdivisão lógica de uma rede IP.Os computadores que pertencem a uma
sub-rede são endereçados com um grupo de bits mais significativo idêntico em seus endereços
IP. Isto resulta na divisão lógica de um endereço IP em dois campos, o número da rede ou prefixo
de roteamento e o campo restante ou identificador de host. O campo restante é um identificador
para um host ou interface de rede específico.[72]:1,16

Roteamento

Ver artigo principal: Roteamento

Computadores e roteadores usam tabelas de roteamento em seus sistemas operacionais para


direcionar pacotes IP para alcançar um nó em uma sub-rede diferente. Essas tabelas são
mantidas por configuração manual ou automaticamente por protocolos de roteamento. Os nós
finais normalmente usam uma rota padrão que aponta para um ISP que fornece trânsito,
enquanto os roteadores ISP usam o Border Gateway Protocol para estabelecer o roteamento
mais eficiente nas conexões complexas da Internet global. O gateway padrão é o nó que serve
como host de encaminhamento (roteador) para outras redes quando nenhuma outra
especificação de rota corresponde ao endereço IP de destino de um pacote.[73][74]

IETF
Ver artigo principal: Internet Engineering Task Force

Embora os componentes de hardware na infraestrutura da Internet possam muitas vezes ser


usados para suportar outros sistemas de software, é o design e o processo de padronização do
software que caracteriza a Internet e fornece a base para sua escalabilidade e sucesso. A
responsabilidade pelo projeto arquitetônico dos sistemas de software da Internet foi assumida
pela Internet Engineering Task Force (IETF), que conduz grupos de trabalho de definição de
padrões, abertos a qualquer indivíduo, sobre os vários aspectos da arquitetura da Internet.[75]
Aplicativos e serviços

A Internet carrega muitos aplicativos e serviços, principalmente a World Wide Web, incluindo
mídia social, correio eletrônico, aplicativos móveis, jogos online multijogador, telefonia pela
Internet, compartilhamento de arquivos e serviços de streaming de mídia. A maioria dos
servidores que fornecem esses serviços são hospedados em data centers e o conteúdo é
frequentemente acessado por meio de redes de fornecimento de conteúdo de alto
desempenho.[76]

World Wide Web


Ver artigo principal: World Wide Web

Captura de tela do navegador web


Google Chrome em julho de 2023

A World Wide Web é uma coleção global de documentos, imagens, multimídia, aplicativos e
outros recursos, logicamente inter-relacionados por hiperlinks e referenciados com
Identificadores Uniformes de Recursos (URIs), que fornecem um sistema global de referências
nomeadas e identificam simbolicamente serviços, servidores web, bancos de dados e os
documentos e recursos que eles podem fornecer. O Hypertext Transfer Protocol (HTTP) é o
principal protocolo de acesso da World Wide Web. Os serviços da Web também usam HTTP para
comunicação entre sistemas de software para transferência de informações, compartilhamento
e troca de dados de negócios e logística e é uma das muitas linguagens ou protocolos que
podem ser usados para comunicação na Internet.[77]

Softwares de navegador web da World Wide Web, como Internet Explorer / Edge da Microsoft,
Mozilla Firefox, Opera, Safari da Apple e Google Chrome, permitem que os usuários naveguem
de uma página da web para outra por meio de hiperlinks incorporados nos documentos. Esses
documentos também podem conter qualquer combinação de dados de computador, incluindo
gráficos, sons, texto, vídeo, multimídia e conteúdo interativo que é executado enquanto o usuário
interage com a página.[78][79] Por meio de pesquisas na Internet baseadas em palavras-chave,
usando mecanismos de busca como Yahoo!, Bing e Google, usuários em todo o mundo têm
acesso fácil e instantâneo a uma vasta e diversificada quantidade de informações on-line.
Comparada com a mídia impressa, livros, enciclopédias e bibliotecas tradicionais, a World Wide
Web permitiu a descentralização da informação em escal gigantesca.[80]

A Web permitiu que indivíduos e organizações publicassem ideias e informações on-line para
um público potencialmente grande, com custos e atrasos bastante reduzidos. Publicar uma
página web, um blog ou construir um site envolve pouco custo inicial e muitos serviços gratuitos
estão disponíveis. A publicidade online em páginas web populares pode ser lucrativa e o
comércio eletrônico, que é a venda de produtos e serviços diretamente através da Web, continua
a crescer. A publicidade online é uma forma de marketing e publicidade que utiliza a Internet
para entregar mensagens promocionais de marketing aos consumidores. Inclui marketing por e-
mail, marketing em mecanismos de pesquisa (SEM), marketing em mídias sociais, muitos tipos
de publicidade gráfica (incluindo publicidade em banner na web) e publicidade móvel . Em 2011,
as receitas de publicidade na Internet nos Estados Unidos ultrapassaram as da televisão por
cabo e quase ultrapassaram as da televisão aberta.[81]:19

Comunicação
Ver artigos principais: E-mail e Voz sobre IP

Esta captura de tela mostra a página


caixa de entrada de um cliente de e-
mail; os usuários podem ver novos e-
mails e realizar ações, como ler,
excluir, salvar ou responder a essas
mensagens.

O e-mail é um importante serviço de comunicação disponível através da Internet. O conceito de


envio de mensagens eletrônicas de texto entre partes, análogo ao envio de cartas ou
memorandos, é anterior à criação da Internet. Fotos, documentos e outros arquivos são
enviados como anexos de e-mail.[82][83]

A telefonia pela Internet é um serviço de comunicação comum realizado com a Internet. O nome
do principal protocolo de interligação de redes, Internet Protocol, empresta seu nome ao
protocolo de voz sobre Internet (VoIP). A ideia começou no início da década de 1990 com
aplicativos de voz semelhantes a walkie-talkies para computadores pessoais. Os sistemas VoIP
dominam hoje muitos mercados e são tão fáceis de usar e convenientes quanto um telefone
tradicional. O benefício tem sido uma economia substancial de custos em relação às chamadas
telefônicas tradicionais, especialmente em longas distâncias. Redes de dados móveis, a cabo e
ADSL fornecem acesso à Internet nas instalações do cliente e adaptadores de rede VoIP baratos
fornecem a conexão para aparelhos telefônicos analógicos tradicionais.[84]

Compartilhamento de dados

O compartilhamento de arquivos é um exemplo de transferência de grandes quantidades de


dados pela Internet. Um arquivo de computador pode ser enviado por e-mail para clientes,
colegas e amigos como anexo. Ele pode ser carregado em um site ou servidor File Transfer
Protocol (FTP) para fácil download por outras pessoas. Ele pode ser colocado em um “local
compartilhado” ou em um servidor de arquivos para uso instantâneo por colegas. Streaming de
mídia é a entrega em tempo real de mídia digital para consumo ou diversão imediata pelos
usuários finais. Muitas emissoras de rádio e televisão fornecem feeds da Internet de suas
produções de áudio e vídeo ao vivo. A esses provedores juntou-se uma série de "emissoras"
exclusivas da Internet que nunca tiveram licenças de transmissão. Isto significa que um
dispositivo conectado à Internet, como um computador ou algo mais específico, pode ser usado
para acessar mídia on-line da mesma forma que anteriormente era possível apenas com um
receptor de televisão ou rádio. A gama de tipos de conteúdo disponíveis é muito mais ampla,
desde webcasts técnicos especializados até serviços multimídia populares sob demanda, como
o Netflix. O streaming de mídia digital aumenta a demanda por largura de banda da rede. Por
exemplo, a qualidade de imagem padrão precisa de velocidade de link de 1 Mbit/s para SD 480p,
qualidade HD 720p requer 2,5 Mbit/s e a qualidade HDX topo de linha precisa de 4,5 Mbit/s para
1080p.[85]

As webcams são uma extensão de baixo custo desse fenômeno. Embora algumas possam
fornecer vídeo com taxa de quadros total, a imagem geralmente é pequena ou é atualizada
lentamente. Os internautas podem observar animais em uma reserva biológica africana, navios
no Canal do Panamá, trafegar em uma rotatória local ou monitorar sua própria residência, ao
vivo e em tempo real. Salas de chat de vídeo e videoconferência também são populares, com
muitos usos encontrados para webcams pessoais, com e sem som bidirecional. O YouTube foi
fundado em 15 de fevereiro de 2005 e é hoje o site líder em streaming de vídeo gratuito, com
mais de dois bilhões de usuários.[86] Ele usa um web player baseado em HTML5 por padrão para
transmitir e mostrar arquivos de vídeo.[87]

Impacto social

Ver artigo principal: Sociologia digital


A Internet possibilitou novas formas de interação social, atividades e associações sociais. Este
fenômeno deu origem ao estudo acadêmico da sociologia da Internet . Os primórdios da Internet
deixaram um impacto em alguns autores que usaram o simbolismo para descrever a Internet
como um "meio de conectar indivíduos em uma vasta rede invisível por toda a Terra".[88]

Uso
Ver artigo principal: Uso da Internet no mundo

Ver também: Lista de países por número de usuários de Internet

Porcentagem de usuários da Internet em relação a


população total do país em 2021
Fonte: Our World In Data.

Assinaturas de Internet de banda larga fixa em 2012


por porcentagem da população de um país
Fonte: União Internacional de Telecomunicações.[89]
Assinaturas de Internet de banda larga móvel em 2012
por porcentagem da população de um país
Fonte: União Internacional de Telecomunicações.[90]

A Internet permite maior flexibilidade no horário de trabalho e na localização, especialmente


com a disseminação de conexões ilimitadas de alta velocidade. A Internet pode ser acessada
em quase qualquer lugar por vários meios, inclusive através de dispositivos móveis de Internet.
Telefones celulares, cartões de dados, consoles de jogos portáteis e roteadores celulares
permitem que os usuários se conectem à Internet sem fio. Entre 2000 e 2009, o número de
utilizadores da Internet a nível mundial aumentou de 390 milhão para 1,9 bilhão.[91] Em 2010,
22% da população mundial tinha acesso a computadores com 1 bilhão de pesquisas no Google
todos os dias, 300 milhões de usuários da Internet lendo blogs e 2 bilhões de vídeos vistos
diariamente no YouTube.[92] Em 2014, o número de usuários de Internet no mundo ultrapassou 3
bilhões ou 44% da população mundial, mas dois terços vieram dos países mais ricos, com 78%
dos europeus a utilizarem a Internet, seguidos por 57% das Américas.[93]

No entanto, em 2018, só a Ásia representava 51% de todos os utilizadores da Internet, com 2,2
bilhões dos 4,3 bilhões de usuários da Internet no mundo. Os utilizadores da Internet na China
ultrapassaram um marco importante em 2018, quando a autoridade reguladora da Internet do
país, o Centro de Informação da Rede de Internet da China, anunciou que o país tinha 802
milhões de usuários.[94] A China foi seguida pela Índia, com cerca de 700 milhões de usuários,
com os Estados Unidos em terceiro lugar, com 275 milhões de usuários. No entanto, em termos
de penetração, em 2022 a China tinha uma taxa de penetração de 70% em comparação com os
60% da Índia e os 90% dos Estados Unidos.[95] Em 2022, 54% dos utilizadores mundiais da
Internet estavam baseados na Ásia, 14% na Europa, 7% na América do Norte, 10% na América
Latina e Caribe, 11% na África, 4% no Oriente Médio e 1% em Oceania.[96] Em 2019, Kuwait, Catar,
Ilhas Malvinas, Bermudas e Islândia tinham a maior penetração da Internet por número de
usuários, com 93% ou mais da população com acesso à rede.[97] Em 2022, estimou-se que 5,4
bilhões de pessoas usassem a Internet, mais de dois terços da população mundial na época.[98]

A língua predominante para comunicação através da Internet sempre foi o inglês. Isso pode ser
resultado da origem da Internet, bem como do papel da língua como língua franca e como língua
mundial no século XXI. Os primeiros sistemas de computador limitavam-se aos caracteres do
American Standard Code for Information Interchange (ASCII), um subconjunto do alfabeto latino.
Depois do inglês (27%), os idiomas mais solicitados na World Wide Web são o chinês (25%), o
espanhol (8%), o japonês (5%), o português e o alemão (4% cada), o árabe, o francês e o russo
(3% cada) e coreano (2%).[99]

Num estudo realizado nos Estados Unidos em 2005, a percentagem de homens que utilizam a
Internet estava ligeiramente à frente da percentagem de mulheres, embora esta diferença se
invertesse naqueles com menos de 30 anos de idade. Os homens acessavam com mais
frequência, passavam mais tempo online e eram mais propensos a utilizar banda larga,
enquanto as mulheres tendiam a aproveitar mais as oportunidades de comunicação (como o e-
mail). Os homens eram mais propensos a utilizar a Internet para pagar contas, participar em
leilões e para recreação, como descarregar músicas e vídeos. Homens e mulheres tinham a
mesma probabilidade de utilizar a Internet para fazer compras e serviços bancários.[100] Em
2008, as mulheres superavam significativamente os homens na maioria dos serviços de redes
sociais, como o Facebook e o Myspace, embora os rácios variassem com a idade.[101] As
mulheres assistiram mais conteúdo em streaming, enquanto os homens baixaram mais.[102] Os
homens eram mais propensos a blogar. Entre aqueles que blogam, os homens eram mais
propensos a ter um blog profissional, enquanto as mulheres eram mais propensas a ter um blog
pessoal.[103]

Existem vários neologismos que se referem aos usuários da Internet: "netizen" (como em
"cidadão da rede")[104] refere-se àqueles ativamente envolvidos na melhoria das comunidades
online, da Internet em geral ou em assuntos políticos e direitos como a liberdade de
expressão,[105][106] "internauta" refere-se a operadores ou usuários da Internet com alta
capacidade técnica,[107][108] "cidadão digital" refere-se a uma pessoa que usa a Internet para se
envolver na sociedade, na política e na participação governamental.[109]
Usuários da Internet por idioma [99]

Idiomas do conteúdo dos sites [110]

Educação

Estudante durante uma aula à


distância pela Internet
Material educacional em todos os níveis, desde a pré-escola até o pós-doutorado, está
disponível em sites. Os exemplos vão desde CBeebies, passando por guias de revisão para
escolas e ensino médio e universidades virtuais, até o acesso à literatura acadêmica de ponta
por meio de sites como o Google Scholar. Para educação a distância, ajuda com trabalhos de
casa e outras tarefas, aprendizagem autoguiada, passar o tempo livre ou apenas pesquisar mais
detalhes sobre um fato interessante, nunca foi tão fácil para as pessoas acessarem
informações educacionais em qualquer nível e de qualquer lugar. A Internet em geral e a World
Wide Web em particular são facilitadores importantes da educação formal e informal. Além
disso, a Internet permite aos pesquisadores (especialmente os das ciências sociais e
comportamentais) realizar pesquisas remotamente através de laboratórios virtuais, com
mudanças profundas no alcance e generalização dos resultados, bem como na comunicação
entre cientistas e na publicação dos resultados.[111]

Redes sociais e entretenimento


Ver artigo principal: Rede social virtual

Logos de algumas redes sociais


virtuais

Muitas pessoas utilizam a World Wide Web para aceder a notícias, previsões meteorológicas e
boletins esportivos, para planejar e reservar férias e para prosseguir os seus interesses
pessoais. As pessoas usam bate-papo, mensagens e e-mail para fazer e manter contato com
amigos em todo o mundo, às vezes da mesma forma que alguns tinham amigos por
correspondência anteriormente. Serviços de redes sociais virtuais, como Facebook, Twitter,
Instagram e TikTok, criaram novas maneiras de socializar e interagir.[112][113]

Os usuários desses sites podem adicionar uma ampla variedade de informações às páginas,
buscar interesses comuns e conectar-se com outras pessoas. Também é possível encontrar
conhecidos existentes, para permitir a comunicação entre grupos de pessoas existentes. Sites
como o LinkedIn promovem conexões comerciais, empresariais e profissionais. O YouTube e o
Flickr são especializados em vídeos e fotografias dos usuários. Os serviços de redes sociais
também são amplamente utilizados por empresas e outras organizações para promover as suas
marcas, comercializar junto dos seus clientes e incentivar as publicações "viralizarem".[114]
Técnicas de mídia social "black hat" também são empregadas por algumas organizações, como
contas de spam e astroturfing.[115][116]

A Internet tem sido um importante canal para atividades de lazer desde o seu início, com
experiências sociais divertidas, como MUDs e MOOs, sendo conduzidas em servidores
universitários, e grupos de usenet relacionados ao humor recebendo muito tráfego.[117] Muitos
fóruns da Internet possuem seções dedicadas a jogos e vídeos engraçados.[117]

Saúde mental
Ver artigos principais: Cultura do cancelamento, Assédio virtual e Pornografia na Internet

Um risco para indivíduos e organizações que escrevem postagens (especialmente postagens


públicas) em serviços de redes sociais é que postagens especialmente tolas ou controversas
ocasionalmente levam a uma reação inesperada e possivelmente em grande escala nas mídias
sociais por parte de outros usuários da Internet, fenômeno conhecido como "cultura do
cancelamento". Este é também um risco em relação ao comportamento off-line controverso, se
for amplamente divulgado. A natureza desta reação pode variar amplamente, desde contra-
argumentos e zombaria pública, passando por insultos e discursos de ódio, até, em casos
extremos, violações e ameaças de morte. O efeito de desinibição online descreve a tendência de
muitos indivíduos de se comportarem de forma mais estridente ou ofensiva online do que
fariam pessoalmente. Um número significativo de mulheres feministas tem sido alvo de diversas
formas de assédio em resposta a publicações que publicam nas redes sociais, e o Twitter, em
particular, tem sido criticado no passado por não fazer o suficiente para ajudar as vítimas de
abuso online.[118]
Salas de bate-papo, sites,
mensageiros instantâneos, e-mails e
mensagens de texto: meios usados
pelos jovens dos Estados Unidos para
praticar cyberbullying, de acordo com
o Centro de Controle e Prevenção de
Doenças em 2011 (em inglês).

As crianças também enfrentam perigos online, como o assédio virtual e abordagens de


predadores sexuais. As crianças também podem encontrar materiais que possam considerar
perturbadores ou materiais que os pais considerem não apropriados à idade. Devido à
ingenuidade, eles também podem publicar informações pessoais sobre si mesmos on-line, o
que poderia colocá-los ou às suas famílias em risco, a menos que sejam avisados para não
fazê-lo. Muitos pais optam por ativar a filtragem de conteúdo ou supervisionar as atividades
online dos seus filhos, numa tentativa de protegê-los de material impróprio. Os serviços de redes
sociais mais populares, como Facebook e Instagram, geralmente proíbem usuários com menos
de 13 anos de idade. No entanto, estas políticas são normalmente fáceis de contornar,
registando uma conta com uma data de nascimento falsa e, de qualquer forma, um número
significativo de crianças com menos de 13 anos adere a esses sites. Também existem serviços
de redes sociais para crianças mais novas, que afirmam proporcionar melhores níveis de
proteção às crianças.[119]

As indústrias da pornografia na Internet e de jogos de azar online também aproveitaram-se da


World Wide Web. Embora muitos governos tenham tentado restringir o uso da Internet por
ambas as indústrias, em geral, isso não conseguiu impedir a sua popularidade generalizada.[120]

O uso da Internet tem sido correlacionado à solidão dos usuários.[121] Um livro de 2017 afirmou
que a Internet consolida a maioria dos aspectos do esforço humano em arenas singulares das
quais toda a humanidade são membros e concorrentes potenciais, com impactos
fundamentalmente negativos na saúde mental. Embora os sucessos em cada campo de
atividade sejam amplamente visíveis e alardeados, eles estão reservados para uma fatia
extremamente tênue dos mais excepcionais do mundo, deixando todos os demais para trás.
Enquanto, antes da Internet, as expectativas de sucesso em qualquer área eram apoiadas por
probabilidades razoáveis de sucesso a nível de aldeia, subúrbio, cidade ou mesmo estadual, é
praticamente certo que as mesmas expectativas no mundo da Internet trarão decepção hoje: há
sempre alguém em outro lugar, em algum lugar do planeta, quem pode fazer melhor e ocupar o
agora único lugar de destaque.[122]

O cibersectarismo é uma nova forma organizacional que envolve "pequenos grupos altamente
dispersos de praticantes que podem permanecer em grande parte anônimos dentro do contexto
social mais amplo e operar em relativo sigilo, embora ainda ligados remotamente a uma rede
maior de crentes que compartilham um conjunto de práticas e textos, e muitas vezes uma
devoção comum a um determinado líder. Os apoiadores estrangeiros fornecem financiamento;
os profissionais nacionais distribuem folhetos, participam em atos de resistência e partilham
informações sobre a situação interna com pessoas de fora, trocando testemunhos pessoais e
engajando-se no estudo coletivo por e-mail, salas de bate-papo on-line e fóruns de mensagens
baseados na web”.[123]

O ciberslacking pode esgotar os recursos corporativos; o funcionário médio do Reino Unido


gasta 57 minutos por dia navegando na Web enquanto está no trabalho, de acordo com um
estudo de 2003 da Peninsula Business Services.[124] O transtorno do vício em Internet é o uso
excessivo do computador que interfere na vida diária. Nicholas G. Carr acredita que o uso da
Internet tem outros efeitos nos indivíduos, por exemplo, melhorando as habilidades de leitura
digital e interferindo no pensamento profundo que leva à verdadeira criatividade.[125]

Negócios eletrônicos
Ver artigos principais: E-business e Comércio eletrônico

Centro de distribuição da Amazon em


San Fernando de Henares, Espanha

Negócio eletrônicos (e-business) abrangem processos de negociações que abrangem toda a


cadeia de valor: compras, gerenciamento da cadeia de suprimentos, marketing, vendas,
atendimento ao cliente e relacionamento comercial. O comércio eletrônico busca agregar fontes
de receita usando a Internet para construir e aprimorar relacionamentos com clientes e
parceiros. De acordo com a International Data Corporation, o tamanho do comércio eletrônico
mundial, quando as transações globais entre empresas e consumidores são combinadas,
equivalia a 16 trilhões de dólares para 2013. Um relatório da Oxford Economics somou os dois
para estimar o tamanho total da economia digital em 20,4 trilhões de dólares, equivalente a
cerca de 13,8% das vendas globais.[126]

Embora muito tenha sido escrito sobre as vantagens econômicas do comércio possibilitado pela
Internet, há também evidências de que alguns aspectos da Internet, como mapas e serviços de
reconhecimento de localização, podem servir para reforçar a desigualdade econômica e a
exclusão digital.[127] O comércio eletrônico pode ser responsável pela consolidação e pelo
declínio das empresas familiares e físicas, resultando no aumento da desigualdade de
renda.[128][129][130]

O autor Andrew Keen, um crítico de longa data das transformações sociais causadas pela
Internet, concentrou-se nos efeitos econômicos da consolidação dos negócios na Internet. Keen
cita um relatório de 2013 do Institute for Local Self-Reliance dizendo que os varejistas
tradicionais empregam 47 pessoas para cada 10 milhões de dólares em vendas, enquanto a
Amazon emprega apenas 14. Da mesma forma, o Airbnb, start-up de aluguel de quartos com
700 funcionários, foi avaliado em 10 bilhões de dólares em 2014, cerca de metade do valor da
Hilton Worldwide, que emprega 152 mil pessoas. Naquela época, o Uber empregava mil
funcionários em tempo integral e era avaliado em 18,2 bilhões de dólares, aproximadamente a
mesma avaliação da Avis Rent a Car e da The Hertz Corporation combinadas, que juntas
empregavam quase 60 mil pessoas.[131]

Trabalho remoto
Ver artigo principal: Trabalho remoto

O trabalho remoto é facilitado por ferramentas como groupware, redes privadas virtuais,
teleconferência, videotelefonia e VoIP para que o trabalho possa ser realizado de qualquer local,
sendo mais conveniente a casa do trabalhador. Pode ser eficiente e útil para as empresas, pois
permite que os trabalhadores se comuniquem a longas distâncias, economizando tempo e
custos significativos de viagem. Mais trabalhadores têm largura de banda adequada em casa
para utilizar estas ferramentas para ligar a sua casa à intranet corporativa e às redes de
comunicação interna.[132][133]

Publicações colaborativas
Ver artigo principal: Wiki

Os sites wikis também têm sido utilizados na comunidade acadêmica para partilha e
disseminação de informação através de fronteiras institucionais e internacionais.[134] Nesses
ambientes, eles foram considerados úteis para colaboração de planejamento estratégico,
documentação departamental e trabalho de comitê, entre outros aspectos.[135] O Escritório de
Marcas e Patentes dos Estados Unidos usa um wiki para permitir que o público colabore na
descoberta de técnicas anteriores relevantes para o exame de pedidos de patentes pendentes. O
distrito de Queens, em Nova York, usou um wiki para permitir que os cidadãos colaborem no
projeto e no planejamento de um parque local.[136] A Wikipédia em inglês tem a maior base de
usuários entre os wikis da World Wide Web[137] e está entre os 10 primeiros entre todos os sites
do mundo em termos de tráfego.[138]

Política e revoluções políticas

Banner em Bangkok durante o golpe


de estado tailandês de 2014,
informando ao público tailandês que
atividades de 'curtir' ou 'compartilhar'
nas redes sociais podem resultar em
prisão (observado em 30 de junho de
2014)

A Internet alcançou uma nova relevância como ferramenta política. A campanha presidencial de
Howard Dean em 2004 nos Estados Unidos foi notável pelo sucesso na solicitação de doações
via Internet. Muitos grupos políticos utilizam a Internet para alcançar um novo método de
organização para o cumprimento da sua missão, tendo dado origem ao ciberativismo.[139][140]
Em 2011, o jornal estadunidense The New York Times sugeriu que os websites de redes sociais,
como o Facebook e o Twitter, ajudaram as pessoas a organizar protestos durante a Revolução
Egípcia de 2011, ajudando os ativistas a comunicar queixas e disseminar informação.[141]

Muitos entenderam a Internet como uma extensão da noção habermasiana de esfera pública,
observando como as tecnologias de comunicação em rede proporcionam algo como um fórum
cívico global. No entanto, já foram registados incidentes de censura na Internet por motivos
políticos em muitos países, incluindo nas democracias ocidentais.[142][143]

O governo eletrônico é a utilização de dispositivos tecnológicos de comunicação, como a


Internet, para fornecer serviços públicos aos cidadãos e outras pessoas num país ou região. Isto
oferece oportunidades para um acesso mais direto e conveniente dos cidadãos ao governo[144] e
para a prestação governamental de serviços diretamente aos cidadãos.[145]
Filantropia

A difusão do acesso de baixo custo à Internet nos países em desenvolvimento abriu novas
possibilidades para instituições de caridade peer-to-peer, que permitem que indivíduos
contribuam com pequenas quantias para projetos de caridade para outros indivíduos. Sites
como DonorsChoose e GlobalGiving permitem que doadores de pequena escala direcionem
fundos para projetos individuais de sua escolha. Uma variação popular da filantropia baseada na
Internet é o uso de empréstimos peer-to-peer para fins de caridade. A empresa Kiva foi pioneira
neste conceito em 2005, oferecendo o primeiro serviço baseado na web para publicar perfis de
empréstimos individuais para financiamento.[146][147]

Segurança

Programas maliciosos
Ver artigo principal: Malware

Malware é software malicioso usado e distribuído pela Internet. Inclui vírus de computador que
são copiados com a ajuda de humanos, worms de computador que se copiam
automaticamente, software para ataques de negação de serviço, ransomware, botnets e
spyware que relatam a atividade e a digitação dos usuários. Geralmente, essas atividades
constituem crimes cibernéticos. Os teóricos da defesa também especularam sobre as
possibilidades de hackers usarem a guerra cibernética usando métodos semelhantes em grande
escala.[148]

O malware representa sérios problemas para indivíduos e empresas na Internet.[149][150] De


acordo com o Relatório de Ameaças à Segurança da Internet (ISTR) de 2018 da Symantec, o
número de variantes de malware aumentou para 669.947.865 em 2017, o que representa o
dobro de variantes de malware de 2016.[151] O cibercrime, que inclui ataques de malware, bem
como outros crimes cometidos por computador, custou à economia mundial cerca de 6 biliões
de dólares em 2021 e está a aumentar a uma taxa de 15% ao ano.[152] Malwares podem ser
projetados para atingir sistemas de computador que executam infraestruturas críticas, como a
rede de distribuição de eletricidade.[153][154] O malware pode ser projetado para escapar dos
algoritmos de detecção de software antivírus.[155][156][157]

Vigilância
Ver artigo principal: Vigilância de computadores e redes

A grande maioria da vigilância informática envolve a monitorização de dados e tráfego na


Internet.[158] Nos Estados Unidos, por exemplo, de acordo com a legislação CALEA, todas as
chamadas telefônicas e tráfego de Internet de banda larga (e-mails, tráfego da web, mensagens
instantâneas, etc.) devem estar disponíveis para monitoramento desimpedido em tempo real
pelas autoridades federais.[159][160][161] A captura de pacotes é o monitoramento do tráfego de
dados em uma rede de computadores. Os computadores se comunicam pela Internet dividindo
mensagens (e-mails, imagens, vídeos, páginas da web, arquivos, etc.) em pequenos pedaços
chamados "pacotes", que são roteados através de uma rede de computadores, até chegarem ao
seu destino, onde são reunidos novamente em uma "mensagem" completa. O Packet Capture
Appliance intercepta esses pacotes enquanto eles viajam pela rede, para examinar seu conteúdo
usando outros programas. A captura de pacotes é uma ferramenta de coleta de informações,
mas não uma ferramenta de análise. Ou seja, recolhe “mensagens”, mas não as analisa e
descobre o que significam. Outros programas são necessários para realizar análises de tráfego
e filtrar dados interceptados em busca de informações importantes/úteis.[162]

A grande quantidade de dados coletados a partir da captura de pacotes exige software de


vigilância que filtre e relate informações relevantes, como o uso de certas palavras ou frases, o
acesso a certos tipos de sites ou a comunicação via e-mail ou chat com determinadas
partes.[163] Agências, como a NSA, o GCHQ e o FBI, gastam milhares de milhões de dólares por
ano para desenvolver, comprar, implementar e operar sistemas de interceção e análise de
dados.[164] Sistemas semelhantes são operados pela polícia secreta iraniana para identificar e
reprimir dissidentes. O hardware e software necessários foram supostamente instalados pela
alemã Siemens AG e pela finlandesa Nokia.[165]

Controle e censura
Ver artigo principal: Censura na Internet

Censura na Internet por país[166][167]


Censura geral
Censura substancial
Censura seletiva
Situação instável
Pouca ou nenhuma censura
Não classificado/ sem dados
Em sociedades democráticas, a Internet tem alcançado uma nova relevância como uma
ferramenta política. A campanha presidencial de Barack Obama em 2008 nos Estados Unidos
ficou famosa pela sua habilidade de gerar doações por meio da Internet. Muitos grupos políticos
usam a rede global para alcançar um novo método de organização, com o objetivo de criar e
manter o ativismo na Internet. Governos de países como Arábia Saudita, Bielorrússia, China,
Coreia do Norte, Cuba, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Mianmar, Paquistão, Rússia,
Síria, Tunísia, Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão, Vietnã e Zimbábue, restringem o que as
pessoas em seus países podem acessar na Internet, especialmente conteúdos políticos, de
direitos humanos, e religiosos. Isto é conseguido por meio de softwares que filtram
determinados domínios e conteúdos. Assim, esses domínios e conteúdos não podem ser
acessados facilmente sem burlar de forma elaborada o sistema de bloqueio.[168][169] Segundo a
organização Repórteres Sem Fronteiras, "esses países transformaram a Internet em uma
intranet, para que os usuários não obtenham informações consideradas indesejáveis”. Além do
mais, todas essas nações têm em comum governos autoritários, que se mantêm no poder por
meio de um controle ideológico".[168]

A Coreia do Norte por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o órgão de
controle de uso da rede (Centro Oficial de Computação) e o portal oficial do governo. Para
população, é completamente vetado o uso de Internet até porque não existem provedores no
país. Existem cyber’s autorizados pelo governo, com conteúdo controlado e ainda assim as idas
e vindas dos policiais são indispensáveis. Apenas os governantes têm acesso a conexão via
satélite.[168] Já em Cuba, existe apenas um cyber e o preço para acessar sites estrangeiros (e
controlado) é de cerca de 6 dólares por hora, sendo que o salário médio da população é de 17
dólares por mês. Com a velocidade da informação que a Internet proporciona, os governantes
desses países omitem informações da população, pois elas não têm acesso a esse emaranhado
de notícias em tempo real.[168]

Na Noruega, Dinamarca, Finlândia[170] e na Suécia, grandes provedores de serviços de Internet


arranjaram voluntariamente a restrição (possivelmente para evitar que tal arranjo se torne uma
lei) ao acesso a sites listados pela polícia. Enquanto essa lista de URL proibidos contém
supostamente apenas endereços URL de sites de pornografia infantil, o conteúdo desta lista é
secreto. Muitos países, incluindo os Estados Unidos, elaboraram leis que fazem da posse e da
distribuição de certos materiais, como pornografia infantil, ilegais, mas não bloqueiam estes
sites com a ajuda de softwares. Há muitos programas de softwares livres ou disponíveis
comercialmente, com os quais os usuários podem escolher bloquear websites ofensivos num
computador pessoal ou mesmo numa rede. Esses softwares podem bloquear, por exemplo, o
acesso de crianças à pornografia ou à violência.

Alguns países também adotam leis que visam combater "noticias falsas", críticos dessas leis
argumentam que essas leis são geralmente genéricas e muito vagas[171] e podem ser usadas
para censurar opositores e calar a oposição política.[172] A Declaração conjunta sobre a
liberdade de expressão e "fake news", desinformação e propaganda, relatório publicado em
março de 2017 pela ONU e organismos regionais de direitos humanos, concluiu que criminalizar
a partilha de informação baseada em ideias vagas e ambíguas, como “notícias falsas”, é
incompatível com os padrões internacionais para à liberdade de expressão e a
democracia.[173][174]

Em novembro de 2021 o parlamento da Grécia aprovou uma lei que alterou o código penal
visando processar cidadãos gregos que difundam informações falsas durante a pandemia de
COVID-19.[175][174] Segundo a lei qualquer cidadão grego que divulgue informações falsas sobre
saúde pública poderá enfrentar 5 anos de prisão. Esta medida, juntamente com outras
semelhantes a nível mundial, alarmou jornalistas e defensores dos direitos humanos, que
afirmaram: "Afinal, quem decide o que constitui “notícia falsa”? E o que impede esta nova
legislação de se tornar um instrumento de censura institucionalizada?"[175][174] O Journalists'
Union of Athens Daily Newspapers (ESIEA), uma associação de jornalistas gregos, afirma que a
nova alteração legal pode pôr em perigo o direito à liberdade de expressão e de imprensa e
precisa de ser reescrita. Segundo a associação, a alteração legal sobre a “divulgação de notícias
falsas” é demasiado vaga. A associação afirma tambem que os jornalistas podem ser
responsabilizados criminalmente por expressarem as suas opiniões sobre a crise sanitária.[171]

Seguindo a mesma linha, governo da Bielorrússia aprovou em 2018 uma lei de "combate as fake
news" na internet do país. A Assembleia Nacional da Bielorrússia votou em 14 de junho de 2018
a segunda e última leitura do projeto de alterações que o governo afirma que lhe permitirão
processar pessoas suspeitas de espalharem informações "falsas" na Internet.[172] Segundo o
governo Bielorrússo “A adoção da legislação facilitará o fornecimento eficiente de segurança da
informação e a aplicação do direito constitucional dos cidadãos de receber informações
completas, precisas e oportunas”, disse Valyantsina Razhanets , vice-presidente da Comissão de
Direitos Humanos e Relações Étnicas da assembleia e Mídia.[172] A lei de "combate as fake
news" na Bielorrússia altera às leis de comunicação social do país e passará a exigir que os
autores de todas as publicações e comentários em fóruns online fossem identificados e que os
comentários fossem moderados pelos proprietários dos websites e isso permitiria que redes
sociais e outros sites fossem bloqueados no país.[172] A Associação Bielorrussa de Jornalistas]]
e os meios de comunicação independentes criticaram as alterações propostas à lei, tal como o
Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, que afirmou que a
legislação poderia “censurar ainda mais” os meios de comunicação no país.[172] A Coordenadora
do Programa do CPJ para a Europa e Ásia Central, Nina Ognianova, disse em uma declaração de
8 de junho que o governo bielorrusso "aderiu ao movimento das 'notícias falsas' não porque
queira proteger os cidadãos das falsidades, mas porque quer mais poder para decidir quais
informações eles querem. receber."[172] Os críticos dizem temer que o governo autoritário do
presidente Aleksandr Lukashenko use a lei como uma ferramenta para aumentar o controle
sobre a Internet.[172]

Em 2017, a Assembléia Constituinte da Venezuela aprovou a Lei Constitucional contra o Ódio,


pela Coexistência Pacífica e pela Tolerância (Ley Constitucional contra el Odio, por la
Convivencia Pacífica y la Tolerancia).[176] A lei é controversa e tem sido criticada na Venezuela,
cujos detractores salientam que se destina a penalizar a dissidência política, classificando-a
como crime, que estabelece restrições à liberdade pessoal e que promove tanto a censura como
a autocensura.[177] Também se constatou a falta de poderes da Assembleia Constituinte para
legislar, e a Assembleia Nacional da Venezuela declarou a sua nulidade "na rejeição do
instrumento gerador de ódio e intolerância promovido por Nicolás Maduro e o constituinte
fraudulento", estabelecendo que a lei viola artigos 49, 51, 57, 58, 62, 68 e 202 da constituição
venezuelana.[177] O Relator Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos (CIDH) expressou sua preocupação porque a lei “estabelece sanções
criminais exorbitantes e poderes para censurar a mídia tradicional e a Internet, em contradição
com os padrões internacionais sobre liberdade de expressão.[178] Em setembro de 2017, a
Assembleia Nacional declarou nula e sem efeito a Lei contra o Ódio, estabelecendo que a lei
viola os artigos 49, 51, 57, 58, 62, 68 e 202 da Constituição;[179] artigos 6, 11, 18, 19, 20 e 21 da
Declaração Universal dos Direitos Humanos e artigos 18 e 19 do Pacto Internacional sobre
Direitos Civis e Políticos, e que além de estar viciado por incompetência, a sua aplicação viola as
garantias fundamentais do Estado de direito e “pretende aniquilar os valores democráticos de
uma vez por todas”. Os críticos também notaram a falta de aplicação da lei contra funcionários
do governo. [180][181][182]

Desempenho

Como a Internet é uma rede heterogênea, suas características físicas, incluindo, por exemplo, as
taxas de transferência de dados das conexões, variam bastante. Exibe fenômenos emergentes
que dependem de sua organização em larga escala.[183]

Volume de tráfego

O volume de tráfego da Internet é difícil de medir porque não existe um ponto único de medição
na topologia não hierárquica e de múltiplas camadas. Os dados de tráfego podem ser estimados
a partir do volume agregado através dos pontos de peering dos fornecedores de rede Tier 1, mas
o tráfego que permanece local em redes de grandes fornecedores pode não ser contabilizado.
Em dezembro de 2022, quase metade (48%) do tráfego da Internet estava em Índia e China,
enquanto América do Norte e Europa têm cerca de um quarto do tráfego global da Internet.[184]
Interrupções

Um apagão ou interrupção da Internet pode ser causado por interrupções de sinalização local.
As interrupções nos cabos de comunicações submarinos podem causar apagões ou lentidão
em grandes áreas, como ocorreu em 2008. Os países menos desenvolvidos são mais
vulneráveis devido ao pequeno número de ligações de alta capacidade. Os cabos terrestres
também são vulneráveis, como em 2011, quando uma mulher que procurava sucata cortou a
maior parte da conectividade da Armênia.[185] Os apagões da Internet que afetam quase países
inteiros podem ser alcançados pelos governos como uma forma de censura na Internet, como
no bloqueio da Internet no Egito, em que aproximadamente 93%[186] das redes ficaram sem
acesso durante a revolução egípcia de 2011, numa tentativa de parar a mobilização para
medidas anti-protestos.[187]

Uso de energia

Servidores da Fundação Wikimedia

As estimativas do uso de eletricidade na Internet têm sido objeto de controvérsia, de acordo


com um artigo de pesquisa revisado por pares de 2014 que encontrou afirmações diferindo por
um fator de 20 mil publicadas na literatura durante a década anterior, variando de 0,0064
quilowatt-hora por gigabyte transferido (kWh /GB) para 136 kWh/GB.[188] Os pesquisadores
atribuíram estas discrepâncias principalmente ao ano de referência (ou seja, se os ganhos de
eficiência ao longo do tempo foram tidos em conta) e se “dispositivos finais como
computadores pessoais e servidores foram incluídos” na análise.[188]

Em 2011, pesquisadores acadêmicos estimaram que a energia total utilizada pela Internet
estava entre 170 e 307 gigawatts, menos de dois por cento da energia utilizada pela
humanidade. Esta estimativa incluiu a energia necessária para construir, operar e substituir
periodicamente os estimados 750 milhões de laptops, um bilhão de smartphones e 100 milhões
de servidores em todo o mundo, bem como a energia que roteadores, torres de celular, switches
ópticos, transmissores Wi-Fi e dispositivos de armazenamento em nuvem usam ao transmitir o
tráfego da Internet.[189][190] De acordo com um estudo não revisto por pares publicado em 2018
pelo The Shift Project (um think tank francês financiado por patrocinadores empresariais), quase
4% das emissões globais de CO2 poderiam ser atribuídas à transferência global de dados e à
infraestrutura necessária.[191] O estudo também afirmou que só o streaming de vídeo online foi
responsável por 60% desta transferência de dados e, portanto, contribuiu para mais de 300
milhões de toneladas de emissões de CO2 por ano e defendeu novas regulamentações de
"sobriedade digital" que restringem o uso e o tamanho de arquivos de vídeo.[192]

Ver também

Internet das coisas Darknet

Crowdfunding Deep web e surface web

Crowdsourcing Freenet

Ciberespaço Modelo OSI

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