Cuidados de Enfermagem Aos Pacientes em Parada Cardiorrespiratória e Crise Hipertensiva

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Cuidados de enfermagem aos

pacientes em parada
cardiorrespiratória e crise
hipertensiva

Apresentação
A parada cardiopulmonar ou parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser definida por ausência de
atividade mecânica cardíaca, quando se identificam ausência de pulso, não responsividade e apneia
ou respiração agônica, ofegante.
A taxa de pacientes que sobrevivem após PCR na alta hospitalar oscila entre 9,5%, para casos de
parada cardíaca fora do hospital, e 24,2%, para casos de pacientes que sofreram PCR no ambiente
hospitalar. Destes, 40 a 50% podem ter deficiências cognitivas.
O atendimento da PCR é descrito na literatura como ressuscitação cardiopulmonar (RCP), sendo
preconizada uma sequência de manobras e procedimentos destinados a manter a circulação
cerebral e cardíaca e garantir a sobrevida do paciente.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você poderá entender as causas e os tipos de ritmos de PCR em
adultos, crianças e neonatos, bem como reconhecer urgências e emergências hipertensivas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os sinais dos diferentes ritmos de parada cardiorrespiratória.


• Descrever a conduta em casos de parada cardiorrespiratória em neonatos, crianças e adultos.
• Diferenciar as manifestações clínicas e as condutas assistenciais da emergência hipertensiva e
da urgência hipertensiva.
Infográfico
As crises hipertensivas são classificadas em emergências e urgências hipertensivas, sendo as
emergências aquelas em que há lesão do órgão-alvo. As situações clínicas de emergência
hipertensiva compreendem encefalopatia hipertensiva, hemorragia intracraniana, falência aguda do
ventrículo esquerdo com edema agudo do pulmão, aneurisma dissecante da aorta, eclâmpsia ou
hipertensão severa da gravidez, angina instável e infarto agudo do miocárdio.

No Infográfico, você verá mais sobre esse assunto:


Aponte a câmera para o
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Conteúdo do livro
Nos cuidados à saúde, constantemente nos deparamos com crises hipertensivas, que exigem o
manejo adequado por parte da equipe de saúde e sobretudo, pela enfermagem. Outro aspecto que
exige atenção das equipes é o manejo das paradas cardiorrespiratórias. Neste capítulo vamos
aprender a Identificar os sinais dos diferentes ritmos de parada cardiorrespiratória, Descrever a
conduta em casos de parada cardiorrespiratória em neonatos, crianças e adultos e diferenciar as
manifestações clínicas e as condutas assistenciais da emergência hipertensiva e da urgência
hipertensiva.
CUIDADO DE
ENFERMAGEM EM
EMERGÊNCIA E
TRAUMAS
Cuidados de
enfermagem aos
pacientes em parada
cardiorrespiratória
e crise hipertensiva
Paula Vanessa Peclat Flores

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar os sinais dos diferentes ritmos de parada cardiorrespiratória.


>> Descrever a conduta em casos de parada cardiorrespiratória em neonatos,
crianças e adultos.
>> Diferenciar as manifestações clínicas e as condutas assistenciais da emer-
gência hipertensiva e da urgência hipertensiva.

Introdução
A parada cardiorrespiratória é uma condição súbita, na qual ocorre a cessação dos
batimentos cardíacos, da circulação sistêmica e da atividade ventilatória, exigindo
das equipes de saúde uma ação rápida e assertiva. Essa condição pode decorrer
de várias condições clínicas ou traumáticas, e saber identificar os diferentes
ritmos cardíacos e os sinais de parada cardiorrespiratória é crucial para que as
intervenções sejam rápidas e acuradas.

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O manejo da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é crucial na assistência em


saúde, uma vez que a HAS é um importante fator de risco para doenças cardiovas-
culares, cerebrovasculares e isquêmicas do coração, que, com frequência, podem
ocasionar complicações severas, com risco de complicações médicas e de morte.
Neste capítulo, você vai aprender a identificar os sinais dos diferentes ritmos
de parada cardiorrespiratória, assim como a conduta a ser tomada no atendimento
de neonatos, crianças e adultos. Além disso, você estudará como diferenciar as
manifestações clínicas e as condutas assistenciais da emergência hipertensiva
e da urgência hipertensiva.

Sinais dos diferentes ritmos de parada


cardiorrespiratória
Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação dos batimentos cardíacos,
da circulação sistêmica e da atividade ventilatória. Segundo a American Heart
Association (AHA) (2020), a PCR é caracterizada pela ausência de atividade
mecânica cardíaca, perda súbita de consciência e ausência de movimentos
respiratórios e pulso. Nesse caso, a ausência de ações efetivas pode ocasionar
hipóxia tecidual e morte celular progressiva. Portanto, a ocorrência de PCR
exige das equipes de saúde uma série de ações organizadas, sincrônicas e
imediatas em prol da vida do paciente (BARBISAN, 2013).
Dentre os sinais de alerta para PCR, destacam-se os sinais de choque,
neurológicos, mal-estar e síndrome coronariana aguda. As alterações nos
sinais vitais mais prevalentes são na frequência cardíaca, na frequência
respiratória e na saturação de oxigênio (SOUZA et al., 2019).
A identificação correta e precoce da PCR e do ritmo cardíaco envolvido pro-
porciona o início das manobras avançadas de reanimação de forma adequada.
Os ritmos cardíacos identificados em uma PCR são a fibrilação ventricular
(FV), taquicardia ventricular sem pulso, assistolia e atividade elétrica sem
pulso (AESP) (SILVA; BERNARDES, 2016; SILVA et al., 2016).
A descarga sem sincronização, em qualquer momento do ciclo cardíaco,
é definida como desfibrilação. Já a descarga elétrica sincronizada ao complexo
QRS, que evita que o choque seja liberado em porções do ciclo de relativa
refratariedade para que não se gere FV, é chamada de cardioversão. Pode-se
dividir os ritmos cardíacos característicos da PCR como ritmos não chocáveis
e ritmos chocáveis, conforme será descrito a seguir.

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Ritmos não chocáveis


Dentre os ritmos não chocáveis, destaca-se a assistolia e a atividade elétrica
sem pulso (AESP). Esses dois ritmos são considerados não chocáveis por não
haver uma atividade elétrica a ser reorganizada.

Assistolia
Assistolia é a ausência de atividade elétrica e contrátil do coração, sendo um
mal prognóstico e um critério de morte clínica. No traçado eletrocardiográfico
é isoelétrico, representado por uma linha reta ou com raras ondulações,
conforme a Figura 1. Não há contrações do miocárdio e fluxo sanguíneo, com
isso, não é possível identificar pulso.

Figura 1. Traçado eletrocardiográfico nos casos de assistolia.


Fonte: Matsuno (2012, documento on-line).

Atividade elétrica sem pulso (AESP)


A AESP não é considerada exatamente uma arritmia, mas uma situação clínica
na qual existe atividade elétrica no monitor cardíaco, mas o paciente não
reage, não respira e não se consegue sentir o seu pulso carotídeo (AEHLERT,
2013). Assim, a AESP se caracteriza pela presença de atividade elétrica cardíaca,
sem a detecção de pulso, o que pode ser causada por hipoxemia, acidose
severa, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, hipovolemia,
vagotomia ou embolia pulmonar.
Na Figura 2, ao observar o monitor cardíaco, é possível identificar uma
atividade elétrica, no entanto, o coração está com problemas perfusionais
ou com sua musculatura fraca, não respondendo ao estímulo elétrico.

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Figura 2. Traçado eletrocardiográfico na atividade elétrica sem pulso.


Fonte: Guimarães (2008, documento on-line).

Ritmos chocáveis
Dentre os ritmos chocáveis, destaca-se fibrilação ventricular (FV) e taquicardia
ventricular sem pulso. Esses ritmos são considerados chocáveis pois, diante da
presença de atividade elétrica descoordenada, há emissão de carga elétrica
moderada no coração que está sofrendo algum tipo de arritmia com objetivo
de reorganizar as células do organismo e estimular o órgão a bombear o
sangue e voltar, assim, ao seu funcionamento normal.

Fibrilação ventricular (FV)


A FV é uma atividade elétrica caótica do coração por meio de ritmo cardíaco
acelerado, o que representa risco à vida. Por não haver uma despolarização
organizada, o músculo do ventrículo não contrai adequadamente, suscitando
em uma imagem eletrocardiográfica como a apresentada na Figura 3. Quanto
maior for o tempo de reversão de uma parada cardiorrespiratória por FV,
menores são as chances de sobrevida.

Figura 3. Diferentes tipos de traçados eletrocardiográficos.


Fonte: JY FotoStock/Shutterstock.com.

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Na FV o bombeamento de sangue não ocorre da forma adequada, e, diante


de uma FV sustentada, pode ocorrer diminuição da pressão arterial, perda
de consciência ou morte. Nessa emergência, utiliza-se a desfibrilação ime-
diata e reanimação cardiorrespiratória. A longo prazo, pode ser utilizado
desfibriladores implantáveis e medicamentos para prevenir novos eventos.
Relatos frequentes englobam falta de ar, náuseas, dores no peito, colapso,
desmaio, pressão baixa ou tontura, palpitações, parada cardíaca ou ritmo
cardíaco acelerado.

Taquicardia ventricular sem pulso


Quando a taquicardia ventricular é de curta duração, frequentemente é as-
sintomática, porém, quando é sustentada, é sintomática e causa palpitação,
comprometimento hemodinâmico ou morte súbita. Já na taquicardia ventricu-
lar sem pulso a frequência cardíaca fica acima de 120 bpm com foco ectópico
no ventrículo, com ausência de pulso devido à deterioração hemodinâmica.
Nesse caso, o eletrocardiograma mostra um QRS alargado, um ritmo regular
e uma frequência maior que 120 bpm, conforme pode ser visto na Figura 4.
Dentre as suas causas, destaca-se a doença de chagas e a doença coronariana.

Figura 4. Traçado eletrocardiográfico na taquicardia ventricular sem pulso.


Fonte: Roberto ([2021], documento on-line).

Conduta em casos de parada


cardiorrespiratória em neonatos,
crianças e adultos
Para Quilici (2014), a PCR é desencadeada pela interrupção súbita da função
contrátil-propulsora do coração, podendo ser reversível por meio da reani-
mação cardiorrespiratória, que é um conjunto de procedimentos realizados
após uma PCR que visa a manter artificialmente a circulação do sangue ar-
terial para o cérebro e para outros órgãos vitais até o retorno da circula-
ção. Segundo a AHA (2020), existem especificidades na conduta em casos de

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PCR em diferentes estágios da vida, como em adultos, crianças e neonatos.


A seguir, veja quais são as condutas específicas para cada estágio.

Conduta em casos de PCR em adultos


Segundo informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2013, a ocor-
rência de PCR extra-hospitalar foi responsável por 63% dos casos de parada
cardiorrespiratória, com sobrevida de 9,5%, nos Estados Unidos. Quando uma
PCR ocorre em ambiente intra-hospitalar, há mais recursos para atuação (SBC,
2019). Já quando o atendimento à PCR se dá em ambiente extra-hospitalar,
depende-se de um fator que merece destaque, que é o acesso público à des-
fibrilação. Nesse sentido, segundo a SBC (2019), programas de ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) e de uso de desfibrilador externo automático (DEA)
precoce, realizados por leigos, têm proporcionado boas taxas de sobrevivência.
Para o atendimento de adultos em situações de PCR, a AHA estabeleceu
uma cadeia de sobrevivência para PCR intra-hospitalar (PCRIH) e PCR não
traumática extra-hospitalar (PCREH), que é apresentada na Figura 5. Observe
que na atenção extra-hospitalar se destaca como prioridade o acionamento
do serviço de emergência, enquanto no atendimento intra-hospitalar outra
linha de atenção é seguida.

Figura 5. Cadeia de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH em adultos.


Fonte: AHA (2020, documento on-line).

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Com o intuito de facilitar o seguimento das etapas no atendimento durante


uma PCR, o algoritmo mostrado na Figura 6 exemplifica de forma visual o
atendimento em adultos.

Figura 6. Algoritmo de PCR para adultos.


Fonte: AHA (2020, documento on-line).

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Para a American Heart Association (AHA, 2020), é fundamental que nas


reanimações cardiopulmonares seja mantido o padrão na RCP, para isso,
a compressão deve ser forte, com cerca de 5 cm de profundidade e rápida
(de 100 a 120 compressões por min.). Os responsáveis pela reanimação devem
ser trocados a cada 2 minutos ou em caso de cansaço. Em caso da ausência
de vias aéreas avançadas (intubação orotraqueal ou via aérea extraglótica),
a relação entre as compressões e a ventilações deve ser de 30 compressões
para 2 ventilações. Na presença de via aérea avançada deve ser realizada
uma ventilação a cada 6 segundos (10 ventilações/minuto) com compressões
torácicas contínuas. Já em de desfibrilação, a carga do choque deve ser
avaliada de forma bifásica — recomendação do fabricante (p. ex., dose inicial
de 120 a 200 J), sendo que as doses subsequentes devem ser equivalentes
ou mais altas; e monofásica — 360 J. Para o tratamento medicamentoso,
as doses intravenosas ou intraósseas devem ser epinefrina (1 mg a cada 3
a 5 minutos); amiodarona (1º dose — 300 mg; 2º dose — 150 mg, bolus) ou
lidocaína (1º dose — 1 a 1,5 mg/kg; 2º dose — 0,5 a 0,75 mg/kg).

Conduta em casos de PCR em crianças


A causa de PCR em crianças mais comum é em decorrência da progressão da
insuficiência respiratória e/ou do choque, associada a hipoxemia e acidose
(MATSUNO, 2012). Para crianças em PCR, assim como para adultos, deve-se
buscar imediatamente a reversão do quadro, e, para isso, protocolos rigorosos
devem ser seguidos. A cadeia de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH
em crianças difere em alguns aspectos daquela aplicada em adultos, con-
forme pode ser vista na Figura 7. Conforme essa cadeia, nos casos de PCREH,
caso haja a necessidade de RCP, deve-se ter atenção especial ao padrão das
ventilações e à força das compressões.

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Figura 7. Cadeia de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH pediátricas.


Fonte: AHA (2020, documento on-line).

Em bebês e em crianças, as causas de PCR são diferentes das causas de


PCR em adultos, por isso, ressalta-se a importância de um olhar diferen-
ciado para esses casos. Além disso, a estrutura física e anatômica tem suas
particularidades, evidenciando a importância de atender às especificidades
pediátricas de acordo com as melhores recomendações vigentes. Algoritmos
e recursos visuais foram revisados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC) (2020), os quais são apresentados na Figura 8.

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10 Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise...

Figura 8. Algoritmo de PCR em pediatria.


Fonte: AHA (2020, documento on-line).

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Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise... 11

Assim como em adultos, a qualidade da RCP deve ser mantida, e, para


isso, alguns parâmetros devem ser seguidos. A compressão deve ser feita
com força (≥1/3 do diâmetro torácico anteroposterior) e rápido (100 a
120/min), aguardando o retorno total do tórax. Da mesma forma que na RCP
de adultos, os responsáveis pelas compressões devem ser trocados a cada
2 minutos ou em caso de cansaço, evitando a queda da qualidade e do padrão
da massagem cardíaca. Diante de via aérea avançada, as compressões devem
ser contínuas e ter ventilação a cada 2 a 3 segundos, já nos casos em que
não há via aérea avançada, a relação compressão–ventilação deve ser 15:2.
No caso de necessidade de desfibrilação, no 1º choque a carga deve ser de
2 J/kg, no 2º choque 4J/kg e choques posteriores ≥ 4 J/kg, sendo o máximo
10J/kg ou dose para adultos. As doses medicamentosas intravenosas (IV) e
intraósseas (IO) têm alto grau de especificidade, conforme pode ser visto a
seguir.

„„ Epinefrina: 0,01 mg/kg (0,1 mL/kg da concentração de 0,1 mg/mL) —


dose máxima 1 mg. Na ausência de via IV ou IO, administrar de forma
endotraqueal, sendo 0,1 mg/kg (0,1 mL/kg da concentração de 1 mg/mL);
„„ Amiodarona: bolus de 5 mg/kg durante a PCR, podendo ser repetida
três doses para FV/TV sem pulso;
„„ Lidocaína: dose de ataque de 1 mg/kg.

Conduta em casos de PCR em neonatos


As diretrizes da AHA e da SBC apontam algumas questões específicas para
neonatos, e, assim como em todas as fases da vida, é crucial que haja preparo
de todas as equipes envolvidas em uma PCR. Um ponto interessante é que
os neonatos não requerem pinçamento imediato do cordão umbilical ou
ressuscitação. Segundo as Diretrizes para a organização da atenção integral
e humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde, o tempo para
pinçamento do cordão umbilical pode variar entre 1 e 3 minutos, exceto em
casos em que as mães sejam isoimunizadas ou soropositivas (BRASIL, 2014).
A hipotermia é um ponto crucial na ressuscitação neonatal e, por isso,
merece atenção redobrada, sendo que a temperatura ideal no neonato deve
ficar entre 36,5º e 37,5º (SBP, 2018). A ventilação é prioridade em bebês recém-
-nascidos, sendo que a aspiração endotraqueal é indicada apenas se houver
suspeita de obstrução de vias aéreas depois da realização de ventilação
com pressão positiva. De acordo com a atualização das diretrizes, alguns

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pontos que merecem destaque em neonatos são apresentados no Quadro 1


(SBC, 2020).

Quadro 1. Principais recomendações de PCR em neonatos de acordo com


as atualizações da AHA e SBC

Inclusões/atualizações nas
Principais recomendações
diretrizes da AHA e da SBC 2020

Previsão da necessidade de Todo nascimento deve ser acompanhado


ressuscitação de pelo menos um profissional que possa
realizar as etapas iniciais de ressuscitação
de recém-nascido e iniciar VPP, cuja única
responsabilidade seja o atendimento ao
recém-nascido.

Controle de temperatura Colocar os bebês recém-nascidos que não


para bebês recém-nascidos precisam de ressuscitação no contato pele
com pele depois do nascimento pode ser
eficaz para melhorar a amamentação, para o
controle de temperatura e da estabilidade da
glicemia.

Limpeza da via aérea quando Para recém-nascidos não vigorosos nascidos


o mecônio está presente com líquido amniótico meconial com
evidências de obstrução de via aérea durante
a VPP, intubação e aspiração traqueal podem
ser benéficas.

Acesso vascular Para bebês que precisam de acesso vascular


no momento do parto, a veia umbilical é a via
recomendada. Se o acesso IV não for viável,
pode ser aconselhável usar o acesso IO.

Término da ressuscitação Em bebês recém-nascidos que recebem


ressuscitação, se não houver o retorno da
frequência cardíaca após todas as etapas
de ressuscitação terem sido realizadas, o
encerramento dos esforços de ressuscitação
deverá ser discutido entre a equipe de saúde
e a família. Um período razoável para essa
consideração nas metas de tratamento é de
20 minutos depois do nascimento.

Fonte: Adaptado de SBC (2020).

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Manifestações clínicas e condutas


assistenciais na emergência hipertensiva
e na urgência hipertensiva
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um desafio para a saúde pública
no Brasil e no mundo, pois é um importante fator de risco para as doenças
cardiovasculares, cerebrovasculares e isquêmicas do coração (NOBRE, 2020).
Com altas taxas de prevalência, dados do estudo Vigilância de Fatores de
Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2016,
apontou que no Brasil a prevalência de HAS é de 25,7% (27,5% — mulheres;
23,6% — homens) (BRASIL, 2017).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que mais de 30% da população
mundial adulta é afetada pela hipertensão. A hipertensão está concentrada
em países de baixa e média renda, chegando a dois terços dos casos. Um dado
importante é que cerca da metade das pessoas hipertensas não conhecem
sua condição, o que as coloca em risco de complicações médicas evitáveis e
morte (OPAS; OMS, 2020).
Os limites da pressão arterial (PA) considerados normais são controversos,
sendo considerados hipertensos os indivíduos com pressão arterial sistólica
(PAS) ≥ 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg. Em men-
surações realizadas em consultório, para que o diagnóstico de hipertensão
seja validado, deve-se ter medições repetidas, em condições ideais, em duas
ou mais visitas médicas em intervalo de dias ou semanas; ou de maneira
mais assertiva, realizando-se o diagnóstico com medidas fora do consultório
(MAPA ou MRPA), excetuando-se aqueles pacientes que já apresentem lesões
de órgãos alvo ou doença cardiovascular. No Quadro 2, veja a classificação da
pressão arterial em indivíduos acima de 18 anos (BARROSO, 2021).

Quadro 2. Valores que classificam o comportamento da pressão arterial em


adultos por meio de medidas casuais ou de consultório

Classificação* PAS (mHg) PAD (mmHg)

PA ótima <120 e <80

PA normal 120–129 e/ou 80–84

Pré-hipertensão 130–139 e/ou 85–89

HA estágio 1 140–159 e/ou 90–99

HA estágio 2 160–179 e/ou 100–109


(Continua)

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14 Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise...

(Continuação)

Classificação* PAS (mHg) PAD (mmHg)

HA estágio 3 ≥180 e/ou ≥110

HA: hipertensão arterial; PA: pressão arterial; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão
arterial diastólica.
*A classificação é definida de acordo com a PA no consultório e pelo nível mais elevado
de PA, sistólica ou diastólica.
Observações importantes:
A HA sistólica isolada, caracterizada pela PAS ≥140 mmHg e PAD <90 mmHg, é classificada
em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAS nos intervalos indicados.
A HA diastólica isolada, caracterizada pela PAS <140 mmHg e PAD ≥90 mmHg, é
classificada em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAD nos intervalos indicados.

Fonte: Adaptado de Barroso (2021).

As terminologias “urgência” e “emergência” hipertensivas correspondem


a uma classificação operacional da crise hipertensiva (CH), facilitando e
otimizando as ações das equipes de saúde. As urgências hipertensivas (UH)
são situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da pres-
são arterial (PA) (PAS ≥180 e/ou diastólica PAD ≥120 mmHg) sem lesão aguda
e progressiva em órgãos-alvo (LOA), como coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos, e sem risco iminente de morte. As emergências hipertensivas
(EH) são situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da
PA (PAS ≥180 e/ou PAD ≥120 mmHg) com LOA aguda e progressiva, com risco
iminente de morte. Veja o detalhamento no Quadro 3.

Quadro 3. Listagem de diagnóstico, prognóstico e conduta nas urgências e


emergências hipertensivas

Urgência Emergência

Nível pressórico elevado acentuado Nível pressórico elevado acentuado

Sem LOA aguda e progressiva Com LOA aguda e progressiva

Combinação medicamentosa oral Fármaco parenteral

Sem risco iminente de morte Com risco iminente de morte

Acompanhamento ambulatorial Internação preferencial em UTI


precoce (7 dias)

LOA: lesão em órgãos-alvo; UTI: unidade de tratamento intensivo.


Fonte: Adaptado de Barroso (2021).

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Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise... 15

Nas urgências e emergências hipertensivas, a avaliação do paciente é


crucial. Deve-se averiguar a história clínica do paciente de forma direcionada,
buscando elementos que ajudem a compreender a situação atual, assim como
a investigação clínica. Compreender a PA habitual do paciente é essencial
para estabelecer os parâmetros de acompanhamento. A medida da pressão
arterial deve ocorrer inicialmente nos dois braços, em um ambiente calmo,
sendo repetida até a estabilização. Deve-se questionar o paciente sobre o
uso de fármacos anti-hipertensivos ou sua descontinuação ou a utilização
de substâncias que aumentem a PA (BARROSO, 2021).
Na pseudocrise hipertensiva não há LOA aguda ou risco imediato de morte.
Ocorre diante de evento emocional, doloroso, ou de algum desconforto, como
enxaqueca, tontura rotatória, cefaleias vasculares e de origem musculoes-
quelética, além de manifestações da síndrome do pânico em hipertensos
tratados e não controlados, ou em hipertensos não tratados. Nas emergências
hipertensivas, não se deve focar somente no valor da PA, pois o que a define
é a condição clínica do paciente, que pode apresentar eventos cardiovascular,
cerebrovascular, renal ou com envolvimento de múltiplos órgãos ou mesmo na
forma de pré-eclâmpsia com sinais de gravidade/eclâmpsia (BARROSO, 2021).
Nas urgências hipertensivas, o tratamento deve ser iniciado com acompa-
nhamento e observação em ambiente calmo, buscando afastar a pseudocrise
hipertensiva. Geralmente o tratamento medicamentoso engloba captopril
(ação de 60 a 90 minutos) e clonidina (ação de 30 a 60 minutos). A enfermagem
deve ter atenção ao intervalo de aferição da pressão arterial, assim como o
seu registro (BARROSO, 2021).
Nas emergências hipertensivas, o objetivo central é redução rápida da
PA para impedir que ocorra LOA, o que geralmente leva à necessidade de
internação em UTI. Na maioria das vezes, há necessidade de uso de anti-
-hipertensivos intravenosos (IV), o que exige uma monitoração cuidadosa para
evitar episódios de hipotensão. A abordagem deve sempre levar em conside-
ração o sistema ou o órgão-alvo acometido. Nas emergências hipertensivas
existem algumas situações que são consideradas especiais (BARROSO, 2021):

„„ Encefalopatia hipertensiva: evento secundário caracterizado por edema


cerebral ocasionado pela elevação súbita da PA, que pode levar à
falência dos mecanismos de autorregulação da perfusão cerebral.
Após o início, ocorre evolução com cefaleia, náuseas ou vômitos, sendo
possível que ocorram fotopsia, visão turva, alucinações visuais, con-
fusão mental, coma, crises convulsivas generalizadas e hiper-reflexia.
O tratamento objetiva a redução lenta da PA, pois reduções abruptas

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16 Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise...

podem levar à hipoperfusão cerebral e à perda do mecanismo de


autorregulação cerebral. Os medicamentos utilizados são nitroprus-
siato de sódio (NPS).
„„ Acidente vascular encefálico (AVE): pode ser do tipo isquêmico (AVEI) ou
hemorrágico (AVEH). No AVEI a PA frequentemente diminui espontanea-
mente em um período de 90 a 120 minutos durante a fase aguda, sendo
que em alguns casos há indicação de trombólise. No AVEH a elevação
da PA aumenta o risco de expansão do hematoma e o risco de morte,
além de piorar o prognóstico da recuperação neurológica. O edema
cerebral ocorre em 30% dos casos e normalmente nas primeiras 24h,
podendo exigir uma craniectomia descompressiva.
„„ Síndromes coronarianas agudas: podem estar acompanhadas de
elevação da PA, devido a um reflexo desencadeado pelo miocárdio
isquêmico. O objetivo é reduzir a pós-carga sem aumentar a FC ou sem
reduzir exageradamente a pré-carga, pois isso levaria a um incremento
no consumo de oxigênio pelo miocárdio.
„„ Edema agudo de pulmão (EAP): deve ser preferencialmente controlada
em UTI, com medicação IV, monitoramento e diminuição gradativa da PA.
„„ EH pelo uso de substâncias ilícitas: as substâncias ilícitas que elevam
a PA têm ação simpaticomimética, potencializando o efeito das cate-
colaminas, entre elas as anfetaminas e seu derivado ilegal ecstasy,
além da cocaína e de sua forma para fumar, o crack.
„„ Hipertensão maligna: hipertensão grave, retinopatia com papiledema,
com ou sem insuficiência renal e/ou cardíaca, necrose fibrinoide
de arteríolas renais e endarterite obliterante, podendo apresentar
evolução clínica rapidamente progressiva e fatal. O prognóstico quase
sempre é fatal, caso não seja tratada adequadamente.

O Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira


de Cardiologia disponibilizou na internet 18 capítulos que foram
apresentados na Maratona das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial em
2020. Pesquise esse documento e saiba mais sobre a hipertensão e as condutas
necessárias no atendimento desses casos.

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Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise... 17

Referências
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BARBISAN, J. N. Cardiologia na sala de emergência: uma abordagem para o clínico. Rio
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BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção
para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativa sobre frequência e distri-
buição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas
capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016. Brasília: Ministério
da Saúde, 2017. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/
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lares de emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arquivos Brasileiros
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18 Cuidados de enfermagem aos pacientes em parada cardiorrespiratória e crise...

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tífico, n. 3, abr. 2018. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/
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SOUZA, B. T. et al. Identificação dos sinais de alerta para a prevenção da parada
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g=pt. Acesso em: 17 jun. 2021.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.

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Dica do professor
A principal causa de parada cardiorrespiratória (PCR) no adulto é a doença coronariana aguda,
sendo que 90% dos ritmos iniciais de PCR no adulto acontecem com ritmos chocáveis, ou seja, em
fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV). No Brasil, ocorrem cerca de 200 mil PCRs
por ano. Metade desses casos ocorre no ambiente hospitalar, mas a outra metade acontece
em shoppings, estádios, supermercados ou outros locais públicos. O atendimento inicial tem como
objetivo estabelecer uma série de manobras que irão manter a circulação cerebral e cardíaca,
garantindo a sobrevida do paciente.

Nesta Dica do Professor, você verá as diretrizes para a ressuscitação cardiopulmonar definidas pela
American Heart Association (AHA). Se o suporte básico de vida não for bem executado, de nada
adiantam os melhores recursos para o suporte avançado de vida. Além disso, a cada minuto
passado do início da PCR, sem compressões torácicas e/ou desfibrilação, as chances de
sobrevivência diminuem em 7 a 10%.

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Na prática
O reconhecimento precoce de um paciente em parada cardiorrespiratória pode definir um desfecho
positivo em seu tratamento. População e equipes treinadas são um grande desafio para os órgãos
públicos e privados. A organização dos serviços de emergência, bem como recursos disponíveis em
locais de aglomeração de pessoas devem ser prioridade para o governo e para as políticas de saúde
pública.

Neste Na Prática, você verá que o reconhecimento dos ritmos cardíacos chocáveis por um
desfibrilador externo automático (DEA) e o pronto atendimento do paciente podem salvar vidas no
ambiente extra-hospitalar.
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