Como o Ensino Baseado em Competências Se Diferencia Do Ensino Tradicional

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Como o ensino baseado em

competências se diferencia do
ensino tradicional?
Segundo o Centro Sebrae de Referência em Educação
Empreendedora (CER), o modelo tradicional de ensino é
compartimentado em disciplinas e centralizado no professor,
considerado o detentor do conhecimento. As aulas são
frequentemente expositivas e com baixa ou nenhuma
interlocução com os estudantes. Além disso, as avaliações são
constantemente definidas por critérios fixos e padronizados,
sem considerar diferentes contextos e formas de aprender.
No ensino baseado em competências, porém, há a integração
de diferentes áreas de conhecimento. Assim, os professores
passam a ocupar o papel de mediadores da experiência de
aprendizagem. Em vez de trabalhar conteúdos
compartimentados em disciplinas fixas, eles podem auxiliar
seus estudantes com projetos interdisciplinares.

Por exemplo, em vez de os professores de Português e


Matemática exigirem que seus estudantes aprendam regras e
fórmulas próprias de cada disciplina, eles podem se unir em
um projeto interdisciplinar para estimular o desenvolvimento
de raciocínio lógico e de comunicação interpessoal.
Além disso, as habilidades de cada estudante e a forma como
conseguem articular diferentes saberes são levadas em
consideração para a criação de planos de aula mais
personalizados.

Vale mencionar que o método de aprendizagem por projetos é


uma das formas mais comuns de ensino baseado em
competências.

Em grupos, os estudantes vão além dos conhecimentos


acadêmicos e aprendem, sobretudo, a se relacionar com seus
pares. Ao mesmo tempo que trabalham para cumprir as
etapas do projeto, há o estímulo ao senso crítico, criatividade,
resiliência e solidariedade.

Por todos esses aspectos, o processo de avaliação do ensino


baseado em competências também muda. Em vez de provas
pontuais, como no modelo tradicional, ele passa a ser
constante, exigindo que os professores também se integrem
aos colegas e acompanhem seus estudantes de perto para
entender como estão se desenvolvendo.
Leia mais: BNCC: você sabe a diferença entre competências
e habilidades?

Quais são os benefícios para


estudantes e professores?
O enfoque no desenvolvimento de competências na educação
traz benefícios amplos e significativos. Primeiramente, há o
aumento do envolvimento e da motivação dos alunos nas
aulas, pois a abordagem centrada em competências permite
uma aprendizagem mais prática.

Os estudantes se sentem mais conectados ao conteúdo


quando percebem sua aplicabilidade no mundo real. Além
disso, o desenvolvimento de competências contribui para o
aprimoramento acadêmico, promovendo uma compreensão
mais profunda dos conceitos.

No aspecto pessoal, os estudantes desenvolvem habilidades


que vão além do conhecimento teórico, incluindo habilidades
sociais, de comunicação e resolução de problemas. Isso não
apenas os prepara para o ambiente profissional, mas também
enriquece suas experiências de vida de maneira mais
abrangente.

No campo profissional, o foco em competências aproxima a


educação das demandas do mercado de trabalho atual e
futuro. Os alunos adquirem habilidades práticas e
conhecimentos relevantes, fazendo com que se tornem mais
competitivos e preparados para os desafios do mundo do
trabalho.

Já do ponto de vista dos professores, a abordagem os ajuda


ressignificar seus processos pedagógicos de forma a
promover um ambiente de aprendizado mais inclusivo e
significativo. A ênfase nas competências permite que os
educadores possam avaliar não só conhecimento teórico,
como também o desenvolvimento de habilidades práticas e
socioemocionais.

Além disso, a necessidade de integração entre disciplinas


tiram o professor de uma atuação mais solitária em sala de
aula e o coloca em constante troca com seus pares,
permitindo a troca de experiências e o aprimoramento da sua
prática pedagógica.

Como a tecnologia se integra ao


ensino baseado em competências?
As tecnologias digitais já são parte do cotidiano escolar e
também estão previstas pela BNCC como uma das dez
competências essenciais que estudantes devem desenvolver
ao longo de todas as etapas da educação básica.
Na competência de Cultura Digital, o documento normativo
destaca a necessidade de compreender, utilizar e criar
tecnologias digitais de comunicação e informação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais.

Em entrevista à Fundação Telefônica Vivo, Lucia Dellagnelo,


especialista em Educação e Tecnologia e integrante do time
de especialistas internacionais da GEM Report 2023, da
Unesco, destaca que é por meio das tecnologias digitais que
os professores podem diferenciar, personalizar a prática de
aprendizagem e obter dados que ajudem a conhecer o
processo de aprendizagem de seus alunos, oferecendo
experiências de acordo com ritmo, com tempo, com espaço e
com desejo de seus estudantes.
Leia mais: O que você precisa saber sobre a competência
Cultura Digital no Novo Ensino Médio

Como aplicar o ensino baseado em


competências em sala de aula?
A implementação prática envolve a criação de novas
atividades, projetos interdisciplinares e avaliações que
exigem a aplicação do conhecimento em situações práticas.
Existem algumas formas de incentivar a aprendizagem por
competências, como propor situações que permitam que o
aluno explore o conteúdo de forma independente e com base
em suas preferências e conhecimentos. É importante que o
professor ocupe o papel de mentor e que as experiências
sejam sempre compartilhadas e debatidas. Isso tudo
possibilita que o estudante esteja no centro de sua formação.
Entretanto, para que essa transição para o ensino baseado
em competências seja bem-sucedida requer uma abordagem
abrangente, incluindo a formação continuada dos professores.

O investimento nessa formação continuada de educadores faz


com que as habilidades profissionais sejam aprimoradas,
como também fomenta uma cultura escolar que valoriza a
inovação e a adaptação constante. Nesse sentido, a formação
continuada é também um componente essencial para garantir
uma implementação efetiva do ensino baseado em
competências.

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