CSMRCNC Modelos de Remuneracao rT0W9JX01 - 0126 - REV - 001
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Modelos de Remuneração
Índice
Abertura Modelos de Remuneração............................................................................. 3
Situação-problema........................................................................................................5
Modelos de Remuneração.............................................................................................6
Conectando os Pontos...................................................................................................26
Materiais Complementares........................................................................................... 27
Referências.....................................................................................................................28
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Abertura Modelos de Remuneração
Nesta unidade iremos discutir os modelos de remuneração praticados nos serviços de saúde.
Esses modelos devem considerar a sustentabilidade nanceira das instituições, mas de uma
forma que todos (Operadoras e Prestadores) quem de acordo com o modelo praticado, e
que tenham condições de manter suas atividades.
Não existe "melhor modelo", mas um modelo que melhor atende as necessidades das
instituições.
No vídeo a seguir, a Profª. Glauce Brito apresentará os temas que serão discutidos neste
conteúdo.
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Ao final da unidade, você estará apto a:
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Situação-problema
S I T U A ÇÃ O- PROB L E M A
Sabemos que a sinistralidade consiste na relação entre o custo e a receita obtidos com o
plano de saúde, ou seja, o principal indicador dos contratos de plano de saúde equivale à
relação entre as despesas e a utilização dos serviços médicos.
Quando esse percentual fica acima do estipulado pela seguradora, é sinal de que os custos
da manutenção do plano estão ficando elevados e o prêmio cobrado por eles não está
acompanhando esses reajustes de preços.
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Modelos de Remuneração
Em 24 de agosto de 2001, foi emitida a Medida Provisória nº. 2.177-44, que altera a Lei nº. 9656,
que adota as seguintes definições:
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Operadora de Plano de Assistência à Saúde
–
Pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou
comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opere
produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo.
Carteira
–
O conjunto de contratos de cobertura de custos assistenciais ou de
serviços de assistência à saúde em qualquer modalidade de que
tratam o inciso I e o § 1º. deste artigo, com todos os direitos e
obrigações nele contido. O que mudou nas coberturas contratuais
com a Lei 9656/98? Nos Planos Ambulatoriais há a cobertura de
consultas médicas ilimitadas e de serviços de apoio diagnóstico e
tratamento.
O aumento no uso dos serviços médico-assistenciais tem sido uma das preocupações das
operadoras de planos de saúde, pois se estabelecia como parâmetro, conforme a Organização
Mundial de Saúde, quatro consultas por usuário por ano, e atualmente percebe-se que esta
relação aumentou para mais de seis por ano.
O parâmetro das internações hospitalares, que era de 0,9% da população por ano,
atualmente está em torno de 1,2%. Portanto, houve um aumento acentuado do consumo,
facilmente observável nas estatísticas das operadoras.
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O sistema de saúde privado é uma rede complexa integrada pelas operadoras de planos de
saúde, prestadores jurídicos e físicos, clientes e fornecedores de materiais, medicamentos e
equipamentos e o governo que tem a função de fiscalizar as ações deste sistema, as quais
5 20% a 30% dos exames não são retirados (tempo de conectividade e acesso on
line?).
80% a 90% dos resultados dos exames têm resultados dentro do padrão de
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normalidade (tempos de prevenção?).
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7 85% das “campanhas” não causam impacto epidemiológico.
Vivemos uma época de grandes desafios na saúde em todo o mundo. No caso do Brasil, as
modelo de conta aberta - têm extrema relevância quando falamos dos modelos que
consideram na sua composição os resultados em saúde e as formas de gestão organizacional,
sendo processos cujo desafio será engajar a alta direção das instituições e a relação
Operadora-Prestador. Além disso, há o processo de adaptação às mudanças decorrentes da
passagem de um modelo de FFS para um modelo baseado em valor.
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selecionados foram acompanhados pela ANS e todas as operadoras com projetos aprovados
receberam no mesmo ano um bônus no resultado do Índice de Desempenho da Saúde
Suplementar (IDSS).
- Harold D Miller
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Fee for Service (FFS)
Como discutido anteriormente, o Fee For Service, também conhecido como modelo de conta
aberta, é o modelo hegemônico de remuneração de prestadores de serviços, especialmente
de profissionais de saúde, e é muito utilizado no setor privado brasileiro.
Esse modelo pressupõe a existência de uma tabela com o valor estabelecido para cada
procedimento ou itemutilizado. Nele, a remuneração se dá pelo somatório discriminado de
cada um desses procedimentos ou itens utilizados (materiais, medicamentos, honorários
profissionais, diárias hospitalares e serviços intermediários, tais como exames
complementares).
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Desse modo, há estímulo à sobreutilização de serviços, principalmente os que proporcionam
remuneração mais elevada. Consequentemente, a atenção dos pacientes é afetada
negativamente, seja porque pode gerar efeitos adversos, seja por submeter o paciente a
desconfortos evitáveis e indesejáveis, levando ao aumento desnecessário no custo da
assistência à saúde.
O modelo não considera os resul tados em saúde nem a qualidade dos serviços
prestados.
No entanto, alguns países, como a Suécia e o Reino Unido, incorporaram formas mistas, como
Orçamentos Globais e Pagamento por Desempenho (P4P) por meio de bônus.
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Modelos de Remuneração Baseados em
Valor
1. Diárias Globais
Esse modelo é específico para remuneração de internações hospitalares e se constitui de
valores estabelecidos por dia de permanência do paciente a partir da estimativa de seus
custos, correspondente ao número de diárias – ou seja, ao somatório do tempo de
permanência dos pacientes internados no período em questão multiplicado por um valor
unitário atribuído a cada diária.
À diária hospitalar são acrescidos os gastos com materiais, medicamentos, Serviços de Apoio
Diagnóstico e Terapias - SADT - e honorários médicos.
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Diária Global
Diária Semi-Global
Seguindo a mesma metodologia da cobrança da diária global, esta diária inclui, além da
diária, a estadia do paciente, alguns itens como serviços de enfermagem, materiais de
consumo, dieta do paciente e outros itens.
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O P4P caracteriza-se pela remuneração ajustada pelo desempenho dos prestadores de
serviços, entretanto é uma espécie de “guarda-chuva”, que deve estar associado a outro
modelo específico. Desse modo, o P4P ajusta o montante de recursos a ser pago ao prestador
de serviços de saúde segundo o seu desempenho através de algum método já existente, em
geral por orçamento global ou por Capitation e, em alguns casos, por Diagnosis Related
Group (DRG), pelo próprio FFS ou ainda por outras propostas inovadoras.
Em alguns países tem sido incorporada também ao P4P a preocupação em relação ao tipo de
tecnologia a ser adotada para a utilização racional e custo-efetiva dos recursos disponíveis. O
P4P tem como objetivo a busca pela redução dos custos globais do sistema de saúde e o
aumento da qualidade na atenção à saúde, bem como da efetividade dos serviços.
Esse modelo vem sendo implementado em vários países europeus, como Reino Unido,
França, Finlândia, Polônia, Portugal e outros, desde o final dos anos 1990, e de forma
crescente nos EUA, principalmente no âmbito das recentes reformas empreendidas no
sistema de saúde americano conhecido como “ObamaCare”.
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4 Disponibilizar o maior montante de informações sobre o programa.
Alguns estudos evidenciaram que existe impacto positivo no sistema de pagamento por
desempenho sobre a qualidade da atenção à saúde, entretanto em menor escala do que o
esperado.
Esses resultados podem ser explicados em parte porque o P4P tem sido aplicado
considerando-se indicadores de processo e não de resultados sobre a saúde da
população; já os efeitos do P4P em relação à efetividade clínica e à equidade na atenção
primária e em hospitais de agudos constataram efeitos positivos na equidade e custo-
efetividade, além da ocorrência mínima de consequências não previstas.
3. Capitation
Um dos modelos mais amplamente discutidos é o chamado Capitation, que é de nido como
um modelo de remuneração de médicos ou outros prestadores de serviços de saúde, por
meio do estabelecimento de um valor xo por paciente cadastrado (per capita) para o
fornecimento de serviços de saúde previamente contratados, dada uma população de nida,
em um período de tempo especi cado.
Este valor unitário é frequentemente ajustado por risco, considerando, pelo menos, o sexo e a
idade da população. A remuneração independe da quantidade de serviços prestados, e esse
valor xo é pago antecipadamente.
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Os elementos principais de um sistema de Capitation típico são:
4. Orçamentação
A orçamentação consiste no estabelecimento de um montante de recursos estimado por
meio de uma programação orçamentária com valores geralmente baseados em
pagamentos anteriores, série histórica, e ajustados por um fator de inflação para um período
de tempo.
O estabelecimento dos valores é feito de forma negociada entre prestador e fonte pagadora.
Desse modo, as transferências de recursos não estão vinculadas à efetiva produção de
serviços.
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ORÇA M E N T A ÇÃ O G L OB A L ORÇA M E N T A ÇÃ O PA RCI A L
década de 60 e ao longo da década de 70, teve o objetivo de definir o produto hospitalar para
fins de monitoramento da utilização de serviços, bem como de avaliação e gerência de
qualidade da atenção hospitalar.
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O sistema tem como foco a definição da produção final do hospital, caracterizada como o
conjunto de bens e serviços prestados aos pacientes para tratar problemas de saúde
específicos.
Este sistema de classificação tem por objetivo subsidiar não só a gestão econômica
(custo das internações), mas também a gestão clínica (perfil clínico dos casos
tratados), constituindo grupos que se pretendem homogêneos do ponto de vista do
custo.
Tendo em vista que o sistema remuneração dos hospitais segundo valores pré-fixados
independe do custo efetivo de cada internação, essa forma de pagamento pode levar a uma
mudança nas prioridades dos prestadores, de forma que os objetivos meramente financeiros
se sobreponham à preocupação com a qualidade da assistência prestada, como por
exemplo:
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Aumento das reinternações
–
O que sugere altas precoces, com o intuito de reduzir custos e/ou gerar novas internações a
serem remuneradas.
6. Bundles
Este modelo pode levar a cuidados coordenados de melhor qualidade a um menor custo.
Desse modo, é exigido que o prestador assuma os riscos financeiros do custo dos serviços que
envolvem uma determinada condição de saúde ou um tratamento, bem como os custos de
possíveis complicações que poderiam ter sido evitadas.
denominada “Bundles” porque os pagamentos dos serviços podem ser realizados para
diferentes prestadores e podem ser “agrupados” em um único pagamento, que pode ser
prospectivo ou retrospectivo, e esse valor é rateado entre os prestadores.
todos os serviços prestados no cuidado de um caso como infarto agudo do miocárdio, por
exemplo.
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Para isso, seria alocado um único valor global que incluiria a remuneração de todos os
prestadores envolvidos no cuidado.
Por meio da utilização dos “Bundles”, os prestadores de serviços de saúde poderiam eliminar
redundância e aumentar a eficiência, uma vez que há uniformização e padronização de
protocolos.
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Modelos de Remuneração na Prática
Como vimos, são diversos os modelos de remuneração existentes, embora o Fee for Service
ainda seja o mais utilizado. Isso se dá pela necessidade de melhor desenvolvimento e
estruturação dos novos modelos, além da necessidade de mudança nos contratos e nas
regras que o mercado impõe.
Para colocar em prática novos modelos, tem-se um paradigma totalmente diferente, que é o
pagamento baseado em valor.
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Nesta direção, faz-se uma ampla proposta de redesenho da política de remuneração,
tendo como foco o paciente, além de:
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A partir das descrições dos modelos, conclui-se que cada um dos modelos de remuneração
existentes provoca diferentes incentivos e desincentivos.
Dessa forma, a utilização de um mix desses modelos tem sido considerada uma alternativa
na perspectiva da redução de eventuais distorções, tais como o incentivo aos prestadores de
serviços a m de que sejam selecionados pacientes saudáveis, a produção excessiva de
procedimentos desnecessários, altas hospitalares precoces ou muito prolongadas, dentre
outras.
Para o Instituto Coalizão Saúde, valor em saúde é o equilíbrio entre três aspectos da
assistência:
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Em 2012, em publicação do Center for Healthcare Quality and Payment Reform, foi feita uma
análise do impacto do Fee For Service no sistema de saúde americano, e a similaridade com
os problemas do sistema de saúde suplementar brasileiro são evidentes:
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Conectando os Pontos
Podemos dizer que, apesar das grandes críticas ao modelo de remuneração Fee for Service,
no momento ele é o que mais atende aos serviços de saúde e que, para implementação de
novos modelos - baseados em valor -, são necessárias muitas análises de custo-efetividade,
além de intensa adaptação da forma de se avaliarem os custos assistenciais.
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Materiais Complementares
Caro(a) aluno(a),
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Referências
Buzzatti CV, Chianca TC. Auditoria em enfermagem: erros e custos envolvidos nas
anotações. Revista Nursing. [Internet]. 2005. [citado 2023 jun 14];8(90):518-522.Disponível
em: https: //pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-522500
28
Fernandes IA. Análise comparativa da auditoria aplicada pela enfermagem. Revista Gestão &
Saúde. [Internet] 2013. [citado 2023 jun 14]; 8(1):13-24.Disponível em:
https: //www.herrero.com.br/ les/revista/ le2d22271b7c487b374606857 4b942bcce.pdf
Maia CA. Gestão dos riscos em planos de Saúde. Revista Federação Nacional dos Planos de
Saúde. [Internet] 2018. [citado 2023 jun 20]. Disponível em: https: //fenasaude.org.br/
publicacoes/gestao-de-risco-em-planos-de-saude.html
Morais VM. Auditoria em saúde. São Paulo: Editora Saraiva; 2014. p.271.
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Paulo: Érica; 2004. p.168.
Rosa VL. Evolução da Auditoria no Brasil. Londrina: Centro Universitário Filadél a – UNIFIL;
2012.
Salu JE. Gestão do faturamento e auditoria de contas Hospitalares. Rio de Janeiro: Editora
Atheneu; 2018. v.3. p.178.
Souza LAA, Dyniewicz AM, Kalinowski LC. Auditoria: uma abordagem histórica e atual. Revista
Adm. Saúde. [Internet]. 2010.[citado 2023 jun 14];12(47):71-8. Disponível em:
https: //pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-612318
29
Glauce Roseane de Almeida Brito
Lattes
Caroline Pimenta
e
ALBERT EINSTEIN
INSTITUTO ISRAELITA DE
ENSINO E PESQUISA
CENTRO DE EDUCA<;AO EM SAUDE
ABRAM SZAJMAN