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Resumo: Este artigo analisa o uso de animais não humanos sob três aspectos
correlacionados: 1) aspectos fatuais acerca do tratamento que nós, seres hu-
manos, dispensamos aos outros animais, especialmente na indústria da ali-
mentação e da experimentação animal; 2) aspectos avaliativos sobre a ética
desse tratamento como aparecem em argumentos éticos favoráveis (Singer;
Regan) e contrários (Naverson; Cohen) ao uso de animais pela indústria da
alimentação e da experimentação animal; 3) alguns aspectos práticos sobre o
que devemos fazer. A avaliação ética fundamenta os aspectos práticos com
que concluímos o artigo: nesta conclusão são feitas sugestões de ações, em
especial a substituição da experimentação animal (inerentemente danosa, em
seu ideal e prática) pela investigação com sujeitos não humanos de pesquisa (não
danosa ou terapêutica).
Palavras-chave: Ética; Animais não humanos; Experimentação animal.
INTRODUÇÃO
Este artigo aborda o uso de animais não humanos sob três
aspectos correlacionados: aspectos fatuais acerca do
tratamento que nós, seres humanos, dispensamos aos
outros animais; aspectos avaliativos sobre a ética desse
tratamento; aspectos práticos sobre o que devemos fazer.
Neste tipo de abordagem utilizamos informações e
avaliações presentes no debate filosófico pertinente ao
problema, e em especial nos filósofos da moral que
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Recebido: 30-09-2011/Aprovado: 03-01-2012/Publicado on-line: 27-02-2013.
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Alcino Eduardo Bonella é Professor Adjunto da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlân-
dia, MG, Brasil.
semos e, além disso, não temos nenhuma razão para o fazer. A pers-
pectiva antiga e do senso comum segundo a qual podemos usar os
animais como nos convier é a correta. (NAVERSON 2010, 96)
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Singer pergunta se os pesquisadores fariam a pesquisa com bebês órfãos. Ora, a intenção é mos-
trar que os animais usados como cobaias são mais autoconscientes e complexos que tais seres hu-
manos, e que usamos os animais por sermos especistas. Também penso que se pode imaginar
bebês humanos, mentalmente deficientes e órfãos, produzidos e criados em útero artificial e labo-
ratório. Duvido que mesmo assim cientistas conscienciosos usassem os bebês como cobaias. Isso
torna a cobaia “humana”, porém, muito próxima das cobaias “não humanas”, e revelador também
do especismo simples.
REFERÊNCIAS
BARNARD, N. D. et al. Vegetarian and vegan diets in
PHILÓSOPHOS, GOIÂNIA, V.17, N. 2, P. 11-41, JUL./DEZ. 2012 39
Alcino Eduardo Bonella