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Aula3 MotorInducao

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1.

Motores Elétricos

A primeira indicação de que poderia haver um intercâmbio entre energia mecânica


e energia elétrica foi mostrada por Michael Faraday em 1831, através da lei da indução
eletromagnética, considerada uma das maiores descobertas individuais para o progresso
da ciência e aperfeiçoamento da humanidade. Baseando-se nos estudos de Faraday, o
físico Galileu Ferraris, em 1885, desenvolveu o motor elétrico assíncrono de corrente
alternada.
Com uma construção simples, versátil e de baixo custo, aliado ao fato de utilizar
como fonte de alimentação a energia elétrica, o motor elétrico é hoje o meio mais indicado
para a transformação de energia elétrica em mecânica.

1.1. Tipos de Motores

Através dos tempos, foram desenvolvidos vários tipos de motores elétricos para
atender as necessidades do mercado. A tabela abaixo mostra de modo geral os diversos
tipos de motores hoje existentes.

1
2. Motores de Indução Trifásicos (Motores Assíncronos)

De todos os tipos de motores elétricos existentes, este é o mais simples e robusto.


É constituído basicamente de dois conjuntos: estator bobinado e conjunto do rotor.
O nome “motor de indução” se deriva do fato de que as correntes que circulam no
secundário (rotor) são induzidas por correntes alternadas que circulam no primário
(estator). Os efeitos eletromagnéticos combinados das correntes do estator e do rotor
produzem a força que gera o movimento.

figura 1 - MOTOR DE INDUÇÃO

figura 2 - CARCAÇA

2
2.1. A origem do movimento em Motores Elétricos

Quando da circulação de corrente elétrica nos enrolamentos do rotor e do estator,


aparecem campos magnéticos cujos pólos contrários se atraem e os de mesmo nome se
repelem (Lei do Magnetismo), dando origem assim ao deslocamento do rotor, que é
montado de tal forma que possa girar em relação a um estator fixo. Este princípio de
trabalho vale para todos os tipos de motores, apesar de variar, entre limites bastante
amplos, a disposição dos campos magnéticos.

2.2. Disposição dos Campos Magnéticos de Motores Trifásicos

A corrente trifásica tem a particularidade, de dar origem a um campo girante.


Entende-se por um campo girante, um campo magnético cujos pólos com
enrolamento estático, mudam de posição girando, na periferia de uma máquina. Se
constituirmos igualmente no rotor da máquina um campo magnético, então os pólos
contrários do rotor são atraídos pelos pólos do estator e arrastados por este no seu
movimento de deslocamento, sobre a periferia do estator. Com isto gira também o rotor.
Pelo fato de os motores trifásicos basearem o seu funcionamento neste princípio,
são chamados de motores de campo girante.

2.3. A Formação do Campo Girante

Para a formação de um campo girante homogêneo, duas condições devem ser


satisfeitas:
O estator do motor deve ser dotado de três bobinas deslocadas de 120°. Nas três
bobinas do estator devem circular três correntes alternadas senoidais, que devem ter
entre entre si um deslocamento de fase de 120°, ou seja 1/3 de período. Esta é a corrente
trifásica, como a que é gerada num gerador trifásico.
Quando um enrolamento monofásico é percorrido por uma corrente alternada, cria-
se ao redor deste um campo magnético alternado fixo, cuja intensidade varia
proporcionalmente a corrente. Como sua orientação norte-sul é sempre a mesma, diz-se
que o campo magnético criado é pulsante. Porém, quando tr6es enrolamentos defasados
de 120° no espaço são percorridos por correntes defasadas de 120° no tempo (caso das
correntes dos sistemas de alimentação trifásica), o campo magnético criado é girante, ou
seja, sua orientação norte-sul gira continuamente e sua intensidade é constante.
Este campo magnético girante se forma em cada instante, devido a combinação de
cada um dos campos magnéticos criados por cada enrolamento monofásico. A figura
abaixo ilustra a maneira como se produz um campo girante. No instante 1, o campo
gerado pelo enrolamento de fase A prevalece sobre os demais, determinando a
orientação do campo magnético resultante. No instante 2, a orientação do campo
magnético resultante é dada pelo enrolamento da fase B que é predominante. No instante
3, a orientação é dada pelo enrolamento da fase C. Da mesma forma para os instantes
4,5 e 6, a orientação do campo resultante é dada respectivamente pelas fases A, B e C.
porém com sentido inverso como mostra a figura. No instante 7, completamos 360° e o
ciclo é reiniciado.
O campo girante do estator atravessa as barras do rotor, induzindo forças-
eletromotrizes. Estas geram correntes que interagindo com o campo girante do estator,
produzem um conjugado motriz no mesmo sentido de rotação do campo.

3
figura 3 - Formação Do Campo Girante

2.4. Construção

O estator compõe-se de um núcleo de chapas magnéticas, que são dotadas de


certo número de ranhuras, para receber o enrolamento trifásico. o rotor do tipo tambor é,
tal como o estator, obtido pela justaposição de chapas magnéticas, e também ranhurado
para receber o enrolamento do rotor, convenientemente distribuído.

figura 4 - Corte De Um Motor Assíncrono Bipolar

2.5. Funcionamento

Partida: ligando-se o enrolamento trifásico à tensão, então, gira o campo girante


no enrolamento do estator à plena velocidade (ns).
Sua influência se faz sentir também sobre o enrolamento do rotor, e induz neste,
sucessivamente, tensões alternadas com a freqüência da rede. As correntes que se
estabelecem nas bobinas, estão defasadas entre si, e originam no rotor um campo
comum, girante, cujos pólos de nome contrário estão atrasados de 90° em relação aos do
campo girante do estator, como se pode concluir da figura 5, aplicando-se a regra da mão
direita. Desta forma, é possível, já na fase de partida, desenvolver um conjugado
constante entre os pólos do estator e do rotor, cuja grandeza é da ordem de 2 a 3 vezes o
conjugado nominal, que é capaz de vencer a inércia da massa do rotor e da carga plena,
e também de colocar em movimento o rotor a partir do seu estado de repouso.

4
figura 5 - Campos Girantes do Estator e do Rotor

Observando-se que o rotor se move no sentido da rotação do campo girante, a


velocidade relativa dos dois campos na fase inicial cada vez se aproxima mais, ou seja, a
diferença de velocidade se reduz sucessivamente. Como a tensão induzida é
conseqüência do corte entre os dois campos presentes, a redução da diferença de
velocidade reduz a tensão, a freqüência, a corrente e o campo do rotor e com isto o
conjugado, são reduzidos, chegando a zero perante a velocidade síncrona. Entretanto, se
sobre o rotor não age um conjugado, então este se retarda em relação ao campo girante,
elevando conseqüentemente a diferença de velocidades. Somente por meio deste retardo
induz-se tensão nos enrolamentos do rotor, e com isto se torna possível a existência de
um campo de rotor e um conjugado. O rotor, portanto, não deve ter uma rotação síncrona,
motivo pelo qual este tipo de motor é chamado de motor assíncrono. A diferença de
rotação entre o rotor e o campo girante é chamado de escorregamento, e sua indicação
é feita em porcentagem da rotação do campo girante do estator; na partida seu valor é de
100%.
Nos motores assíncronos, o campo girante do estator tem duas funções:
1. Criação de uma tensão no rotor por indução, para constituição do campo girante do
rotor.
2. Criação de um conjugado, conjuntamente com o campo girante do rotor, para deslocar
o rotor e a carga.
O enrolamento do estator pode por isto ser considerado análogo ao enrolamento
primário de um transformador e o enrolamento secundário análogo ao enrolamento do
rotor. Motores assíncronos são também chamados de motores de indução.
No instante da partida forma-se no rotor, em virtude do escorregamento 100%, a
tensão mais elevada possível e com isto uma corrente muito elevada, um campo intenso
e o já mencionado conjugado de partida elevado. O motor nesta situação equivale a um
transformador com o secundário curto-circuitado; a corrente de partida é por isto igual à
corrente de curto-circuito e resulta assim de 3 a 8 vezes maior que a corrente nominal.

Em Vazio: em vazio, o escorregamento apenas é de algumas rotações, em virtude


da pequena carga presente. Tensão, freqüência (menor que 1Hz), corrente e campo no
rotor são por isto muito pequenos. Apesar disto, o estator, devido a sua plena
magnetização absorve, em motores grandes até 30%, em motores pequenos cerca de
60% da corrente nominal da rede (da qual 90% é corrente reativa).

5
figura 6 - Estator

Sob Carga: sob carga, a rotação se reduz em virtude das resistências mecânicas
encontradas, com o que entretanto o escorregamento se eleva. Com carga nominal, seu
valor é de 3 a 5%.
Como conseqüência da elevação do escorregamento, eleva-se a tensão e
acorrente do rotor, com isto, forma-se um campo mais forte e um conjugado mais potente
para vencer o conjugado de carga. A rotação entretanto apenas cai pouco, pois uma
maior carga pelo aumento do escorregamento, irá criar um conjugado mais elevado.
Apenas nas condições de sobrecarga é que o escorregamento de eleva acentuadamente,
o motor se desenvolve o seu conjugado máximo, porém a rotação mesmo assim cai e o
rotor pára. O escorregamento máximo é de cerca de 20 a 30%, sendo o valor do
conjugado máximo estabelecido por Norma. A figura 7, mostra uma variação
característica de conjugado, velocidade e escorregamento nas condições de partida,
carga e sobrecarga. Escorregamento, tensão no rotor e freqüência do rotor (também
chamados de tensões de escorregamento e freqüência de escorregamento), são os
máximos na partida, os menores em vazio e crescem com o aumento de carga até seu
valor máximo.

figura 7 - Curva Característica de um Motor Assíncrono

6
2.6. Motor com Rotor em Curto-Circuito

2.6.1. Construção

Motores com rotor em curto-circuito são motores assíncronos com as bobinas do


rotor em curto-circuito. As correntes de curto-circuito que aparecem no rotor, criam um
campo girante muito intenso, que adota a polaridade do campo girante do estator.
Os lados das bobinas são barras maciças, os anéis de curto-circuito formando a
cabeça da bobina, reúnem as ditas bobinas em um enrolamento. Este tipo de
enrolamento (figura 8), é chamado de “gaiola” e o motor é denominado como “rotor tipo
gaiola”.
A gaiola é freqüentemente fabricada pela injeção de alumínio puro nas ranhuras,
onde os anéis de curto circuito e as barras, formam uma peça única e intimamente ligadas
com o pacote magnético do rotor. As ranhuras e com isto as barras, em motores de curto-
circuito normais, são de seção circular ou em forma de gota (figura 9). Para melhorar as
características de partida, o eixo das ranhuras não é paralelo ao eixo do rotor, mas sim
deslocado de uma ranhura em relação a este.

2.6.2. Características

a) Construção fácil e robusta; em virtude da transmissão indutiva da potência de


excitação sobre o rotor, não há passagem de corrente de peças fixas sobre peças móveis.
Disto resulta, na compra e na utilização de um motor mais barato e com pouca
manutenção.
b) Possibilidade de partida sob plena carga, pois na partida está presente um
conjugado de 2 a 2,8 vezes maior que o conjugado nominal.
c) Conjugado máximo maior que o conjugado de partida de partida, e por isto à
prova de picos de carga e de sobrecarga (figura 7).
d) A rotação se altera pouco perante a variação de carga (característica paralela).
e) A rotação depende do campo girante, é por isto apenas “regulável” entre limites
reduzidos e por meio de medidas custosas, porém com possibilidades de mudar em
degraus (mudança de número de pólos).
f) Bom rendimento e fator de potência (cerca de 0,8).
g) Mudando a ligação do enrolamento do estator, de estrela para triângulo, é
possível o emprego deste motor em duas redes de tensão por fase, na relação 1:1,173,
(por exemplo 220/380V), mantendo a potência e as mesmas condições de serviço.
Recomenda-se porém, para potências pequenas, a ligação em estrela, e para potências
grandes em tensões mais elevadas (440V), a ligação triângulo.
h) A corrente de partida destes motores com rotor curto-circuitado é da ordem de 5
a 8 vezes o valor da corrente nominal. Note-se que, quanto menor o número de pólos,
maior a corrente. Por esta razão, as empresas concessionárias de energia elétrica,
limitam a potência máxima destes motores diretamente ligados a rede, girando o seu valor
normalmente em torno de 5CV. A maneira mais simples de limitar a corrente de partida é
pelo emprego de uma chave estrela-triângulo.

7
figura 8 - Gaiola do Motor em Curto-Circuito

figura 9 - Formas de Ranhura para Rotores

8
2.7. Motores com Rotor Bobinado (Motor de Anéis)

2.7.1. Construção dos Motores de Anéis

O motor de anéis é um tipo de motor assíncrono, cujo circuito de corrente do rotor


possui um resistor variável em escalões, para fins de partida e regulação. Para tanto, é
necessário abandonar a construção fechada do motor tipo gaiola ( o que uma
desvantagem). O rotor recebe um enrolamento de 2 ou 3 fases, normalmente um
enrolamento de duas camadas, cujo número de pólos deve corresponder ao do campo
girante do estator; os terminais iniciais (u,v,w), são levados a um painel de ligações por
meio de anéis, enquanto os terminais das extremidades (x,y,z), são ligados
conjuntamente, num ponto estrela. O circuito de corrente do rotor é fechado por meio de
um segundo ponto estrela no dispositivo de partida do rotor; este não deve por isto ter
posição de desligamento ( figura 10). Normalmente a tensão no rotor é da ordem de 80 a
100V, com isto, a corrente no rotor é mais elevada que a corrente no estator. Assim,
para a ligação do dispositivo de partida do rotor, é necessário escolher um condutor cuja
seção seja um número superior ao do usado na ligação do motor à rede.

figura 10 - Motor de Anéis com Rotor Trifásico e Resistores de Partida

9
2.7.2. Características e Empregos

Motores de anéis fornecem um conjugado de partida elevado, tal como os motores


de ranhuras especiais, com baixa corrente de partida. Por meio de um escalonamento
adequado do resistor móvel e do dispositivo de partida do rotor, o conjugado máximo
pode ser deslocado ao ponto de partida, e após alcançar as condições nominais, e
conseqüente redução da resistência do resistor, novamente deslocá-lo para a sua posição
normal, com rotação elevada (figura 11). Também uma partida com corrente nominal é
possível, quando então resulta o conjugado nominal neste instante. Se o dispositivo de
partida do rotor é dimensionado para carga permanente, então é possível se efetuar uma
regulação da velocidade para valores interiores, por meio de um aumento artificial do
escorregamento. Por isto, os motores de anéis são usados sobretudo:

a) em acionamentos, que devem fornecer um elevado conjugado de partida com


reduzida corrente, portanto recomendado para a partida de grandes motores a plena
carga, ou sob carga pesada, com longo tempo de partida, onde é preciso acelerar
grandes massas, como por exemplo centrífugas.
b) para potências de motores, que já não permitem ligação pelos métodos normais
de partida, da rede de alimentação pública.
c) para acionamentos de reguladores de velocidade.

figura 11-Característica de Velocidade e de Conjugado, para Partida com


Resistores (R3, R2, e R)

Motores de anéis são fabricados normalmente para 3600, 1800, 1200 e 900 rpm
em 60Hz e para velocidades menores quando a potência do motor é maior. Com relação
a utilização e tipo do porta-escovas, distinguem-se:

a) Motor de anéis para regulação. Com escova permanente ligada e dispositivo


de partida para carga contínua. Neste tipo, além da partida com pequena corrente e
elevado conjugado, é possível ajustar a velocidade até um valor de cerca de 50% da
velocidade nominal. Abaixo de 50%, a característica de velocidade irá depender muito das
condições de carga. Tal como no dispositivo de partida por resistores, também esta
regulação se faz por meio da regulação das perdas, numa redução de rotação de 50%, o
conjugado ainda apresenta um valor de 70%, enquanto a potência do motor é reduzida a
35%. Dependendo da grandeza da redução exigida de velocidade e da característica do
conjugado da máquina da máquina acionada, pode haver necessidade de um aumento da
potência do motor (em 25%, elevação de 5 a 15%, em 50%, uma elevação de 20 a 35%).
O dispositivo de partida e da regulação deve ser ajustado segundo o motor e o tipo de

10
acionamento, devendo-se distinguir: ajustagem para valores inferiores mantendo
constante o conjugado, por exemplo, de máquinas ferramenta de corte; ajustagem para
valores inferiores numa relação linear, isto é, velocidade e conjugados variando
linearmente, como por exemplo, no acionamento de máquinas de tipografia; ajustagem
para valores inferiores com variação do conjugado numa relação quadrática em relação à
velocidade, como por exemplo, ventiladores e bombas.

b) Motor de anéis de partida. Com dispositivos capazes de curto-circuitar ou


afastar as escovas. Após alcançar a velocidade nominal, os anéis são inicialmente curto-
circuitados pela ação de um dispositivo adequado, (o segundo ponto neutro da estrela é
com isto transportado do dispositivo de partida para os anéis coletores), e em seguida as
escovas são separadas dos anéis por alguns milímetros. O motor apenas funciona como
rotor em curto-circuito durante o serviço normal.

2.8. Modelamento das Máquinas Assíncronas

Modelo do Estator :

A corrente I1 pode ser decomposta em duas componentes :


I´2 - componente de carga que produz uma f.m.m. que contrabalanceia a f.m.m. induzida
pela corrente do rotor.
Io - componente de excitação; corrente adicional para criar o fluxo do entreferro.
A corrente Io também tem duas componentes :
Ip - corrente de perdas no ferro (núcleo), em fase com E1.
Im - corrente de magnetização, atrasada de 90º de E1.

Modelo do Rotor :

11
2.8.1. Funcionamento :

• em vazio :

- o sistema de correntes 3φ produz uma onda de f.m.m. (FO ), que gira em relação ao
estator com velocidade síncrona ns

fr e q u e n c ia ( f )
n s = p a r e s d e p o lo s ( p )

- associado a F0 temos o campo magnético 3φ , também girante

- indução de corrente no enrolamento do rotor

- o fluxo ∅0 produzido no estator pode ser decomposto em duas parcelas


∅ 0 = ∅m + ∅p

- tensões induzidas devido a esses fluxos

E´1 : no estator

E´1 = 4,44 ƒ N1 ∅0

com duas parcelas

E´1 = E1 +Ep

onde E1 = 4,44 ƒ1 N1 ∅m (1)

- no rotor temos :

E2 = 4,44 ƒ 2 N2 ∅m (2)
f2 = s f1
E 2 = s E1

de (1) e (2) temos :


E N
1
= 1
= a
E 2 N 2
- o motor comporta-se como um transformador.

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- rotor girando a uma velocidade nr (escorregamento s)

- a corrente do rotor tem então a freqüência ( ƒr ) :

ƒr = s ƒ

- tensão induzida E´´2 = 4,44 ƒr N2 ∅m = s E2

- reatância X´´2 = 2π ƒr I2 = s X2

- a corrente I2 vale :

sE 2
I2 = ou
2
r2 + ( s x 2 ) 2

E2
I2 =
( rs2 ) 2 + ( x 2 ) 2

- rotor fica :

r2
- o resistor pode ser expandido como :
s

r2 r (1 − s )
= r2 + 2
s s

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- o circuito fica :

- como foi feito no transformador podemos ter o modelo referido para o lado 1 (estator) :

- circuito equivalente por fase.

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2.8.2. Balanço de Potência do Motor de Indução :

Vamos considerar para a análise o seguinte circuito equivalente, por fase.

1. Potência Fornecida ao Motor :

Pf = 3 V1 I1 cosγ

2. Perda Joule no Estator :

Pje = 3 R1 I12

3. Perda no Ferro :
2
E
P fe = 3 1
R P

4. Potência Transferida ao Rotor :

P12 = Pf - Pje - Pfe ou

P12 = Pjr + Pel

ι r ι 2 (1 − s )
) I ι2
2
P1 2 = 3 ( r 2 + ou
s
ι
r 2 ι 2
P 1 2 = 3 I 2
s

5. Perda Joule no Rotor :

ι ι 2
P jr = 3 r 2 I 2

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6. Potência Eletromagnética Desenvolvida (Pel) :

r ι 2 (1 − s ) ι 2
Pe l = 3 I 2 (1)
s

Pe l = P1 2 − P jr (2)

Substituindo em (2) :
r ι 2 ι 2
P 1 2 = 3 I 2 e
s
ι ι 2
P jr = 3 r 2 I 2 ; temos :

P e l = ( 1 − s ) P1 2

P e l = P1 2 − s P1 2 (3)

comparando (2) com (3), temos :

P jr = s P1 2

7. Potência Útil ( no eixo) :

P µ = P e l − ¦ Pa v

¦ Pa v - somatória das perdas por atrito e ventilação.

Resumidamente temos :

16
2.8.3. Conjugado Eletromagnético Desenvolvido :

De acordo com o modelo da máquina assíncrona a potência eletromagnética é :


Pel = P12 - Pjr
P12 = potência transferida do estator para o rotor
Pjr = perda Joule no rotor.

podemos calcular também por:

(1 − s ) ι 2
Pe l = 3 r ι 2 .I 2
s

Sabendo que :

C = P / W r , onde W r é a velocidade angular do rotor


Wr = 2 π nr , dada em rad/seg.

Assim :

3 r ι 2 (1 − s) ι 2
Cel = .I 2
wr . s

Sabendo que :
nr = (1 − s). ns
wr = (1 − s). ws
1 1− s
=
ws wr
Então :

3 rι 2 ι 2
C el = .I 2 (1)
s. w s

17
Por simplificação vamos utilizar o modelo abaixo, onde os parâmetros estão referidos
para o estator.

A corrente no rotor I´2 pode ser calculada por :

ι V1 ι V1
I = ⇒ I =
2
Z 2
r′2 2
( r1 + ) + ( x1 + x ι 2 ) 2
s

ι V1
I 2 = ι
s r1 + r
( 2
) 2 + ( x1 + x ι 2 ) 2
s

Substituindo I´2 em (1), temos :

3 rι 2
2
V1
Cel = .
s ws (s r1 + r ι 2 ) 2
[ 2
+ ( x1 + x ι 2 ) 2 ]
s

Multiplicando o numerador e o denominador por s, fica :

3 r ι 2 .V1 s
2
Cel = (2)
ws [( s r1 + r ι 2 ) 2 + s 2 ( x1 + x ι 2 ) 2 ]

18
2.8.4. Conjugado Máximo em Função do Escorregamento S :

2
3V1 ι
[r 2 ((sr1 + rι 2 )2 + s 2 (x1 + xι 2 )2 )] −[2(sr1 + rι 2 ).r1 + 2s(x1 + xι 2 )2 ].srι 2
dCel ws
=
ds [(sr1 + rι 2 )2 + s 2 (x1 + xι 2 )2 ]2

dc el
Para Cel máx  =0
ds

Para derivada nula devemos ter numerador igual a zero.


O valor do s para ter Cmáx é :

+ rι2
smax = − 2
r1 + ( x1 + x ι 2 ) 2

valor do escorregamento para se ter o conjugado máximo.

Substituindo em (2) temos :

3V12 1
Cmax =+− . +
ws 2 ι 2
2( r1 + ( x1 + x 2 ) r)
− 1

Obs: independe de r´2 (resistência do enrolamento do rotor)

A curva do conjugado (C) em função do escorregamento (S) é aproximadamente :

19
2.8.5. Determinação dos Parâmetros do Circuito Equivalente Aproximado da
Máquina Assíncrona :

Seja o circuito equivalente referido para o estator :

a) máquina girando em vazio :


nr ≡ ns ⇒ s é muito pequeno, portanto temos :

Ensaio em Vazio :
- aplica-se a tensão nominal e mede-se : Vo, Io e Po
- Po são as perdas no núcleo somadas às perdas por atrito e ventilação
- Po = PoFE + PA.V.

Para determinar os parâmetros do motor utiliza-se os valores de tensão, corrente e


potência por fase, assim :

Vo 2 Vo Vo
RP = e Xm = ⇒ Xm =
PoFE Im  Vo 
2
2
Io − 
 RP 

Curva do ensaio em vazio Po x Vo :

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b) Máquina com o rotor bloqueado :

nr = 0 ⇒ s = 1

Ensaio com o rotor bloqueado :


- aplica-se a corrente nominal e mede-se : Icc, Vcc e Pcc

Para determinar os parâmetros do motor utiliza-se os valores de tensão, corrente e


potência por fase, assim :

Pcc
Rcc = Rcc = R1 + R´2, considerando R1 = R´2 ⇒ Rcc / 2 = R1 = R´2
I cc 2

2
2 2
 Vcc 
X cc = Z xx − R cc ⇒ X cc =   − R cc 2
 I cc 

Xcc = X1 + X´2, considerando X1 = X´2 ⇒ Xcc / 2 = X1 = X´2

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2.8.6. Curvas de Conjugado e Corrente em Função do Escorregamento S :

Com escorregamento s diferente de zero, haverá indução de tensão E2 nos condutores do


rotor e também ma circulação de corrente I2 dada por :

sE
I2 = 2
2
r2 + (s x2 )2

A resistência rotórica independe da freqüência, mas a reatância depende, pois


X2 s = 2 π s f1 L2; daí podermos destacar os seguintes trechos da curva acima :

1º Trecho : motor de indução com s pequeno ( 0 a 5%).


Nesta região temos s X2 << R2 e a corrente I2 estará praticamente em
fase com E2.
s E2
I2 ≅
R2

2º Trecho : motor de indução com s elevado (10 a 100%). Nesta região a corrente
depende tanto de R2 como de s X2.
sE 2
I2 = , em particular para s = 1, temos :
r2 2 + ( s x 2 ) 2

E2
I sP =
R2 2 + X 2 2

3º Trecho : s > 1 ⇒ Freio


A corrente I2 tende para um valor final onde o termo s X2 >> R2
I2 = E2 / X2

4º Trecho : s < 0 ⇒ Gerador


Gerador síncrono, temos corrente negativa. O conjugado inverte de sentido.

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2.8.7. Influência da Tensão V1 e da Resistência Rotórica sobre as Curvas de
Corrente e Conjugado :

sE 2
Pela expressão : I 2 = , vemos que a largura da faixa do 1º
2
r2 + ( s x 2 ) 2
trecho depende dos valores de R2 e s X2. Quanto maior for o valor de R2 maior será o
primeiro trecho, pois o motor terá que atingir escorregamentos maiores para que a
reatância comece a ter influência sobre a impedância rotórica.

Graficamente temos :

Uma das aplicações dessa particulariedade é podermos conseguir o maior


conjugado possível (Cmáx.) na partida, com uma corrente de partida menor do que
aquela que acontece sem resistência externa. A medida que o rotor vai aumentando a
velocidade, vamos diminuindo o valor da R2ext. passando para outras curvas até
chegarmos ao curto-circuito entre elas (anéis). Este controle pode ou não ser manual.

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