Slides Terapia Familiar Ver 15 Abril 2023

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• FEF -2023

• Camila Rizzato
Paradigma:
Pensamento, Pressuposto,
Pressuposto epistemológico, Crença,
Premissa, Verdade,
Preconceito, Visão de mundo...
• A partir da segunda metade do século
passado, evidências científicas estão levando
os cientistas a questionarem seus
pressupostos tradicionais.

• Constituindo assim o novo paradigma da


ciência, que pode ser distinguido como um
paradigma sistêmico

• No nosso cotidiano, nossos paradigmas


funcionam como autoinstrução. Ex: 9
pontos.
• Um carro se estraga, levando
quatro técnicos e cada um deles
dirá uma coisa:
Vemos o • ●Mecânico: A caixa de câmbio
mundo deve ter estourado
através de • ●Químico: O combustível deve
estar alterado
nossos • ●Eletricista: Deve ter havido
paradigmas pane no sistema elétrico
• ●Técnico em Informática: Vamos
sair do carro e entrar de novo?
Uma das consequências
de termos paradigmas
diferentes é a de
assumirmos
frequentemente
posições antagônicas em
nossas relações
cotidianas.
Três pressupostos epistemológicos que constituem essa
visão de mundo tradicional:
● Os cientistas acreditam na simplicidade do microscópico e,
consequentemente, analisam o complexo em partes e
buscam as relações causais lineares entre elas;
● Acreditam, também, na estabilidade do mundo, um
O PARADIGMA
“mundo que já é”, cujos fenômenos podem ser descritos por
leis ou princípios científicos. Em consequência, assumem as
DA CIÊNCIA
crenças no determinismo e previsibilidade dos fenômenos e
na reversibilidade e controlabilidade dos mesmos; TRADICIONAL
● E acreditam, ainda, na possibilidade da objetividade, o que
os leva a tentativas de colocar a subjetividade do cientista
entre parênteses e à busca da versão
O NOVO PARADIGMA DA CIÊNCIA CONTEMPORANEA - O
PENSAMENTO SISTÊMICO NOVO-PARADIGMÁTICO

• A partir dos anos 60/70, começaram a surgir, nos laboratórios científicos,


evidências que levaram os cientistas a questionar seus pressupostos.
• Essas evidências surgidas nos próprios laboratórios de ciência experimental,
em experimentos realizados rigorosamente conforme os cânones da ciência
tradicional, levaram os cientistas aos limites do seu paradigma: os cientistas
foram levados a questionar seus próprios pressupostos.
Trabalhando com as partículas
elementares, os cientistas
viram complexidade,
causalidade recursiva,
fenômenos relacionados uns
com os outros: distinguiram a
complexidade
e reconheceram que simplificá-
la não seria adequado
• Outras evidências experimentais os
levaram a rever, também, sua
crença na possibilidade da
objetividade e no realismo do
universo e reconheceram que a
realidade é uma construção nossa,
num espaço consensual de
intersubjetividade, quando
compartilhamos nossas
experiências individuais,
subjetivas: reconheceram a
impossibilidade da objetividade,
bem como a inevitável construção
social da realidade e do
conhecimento.
Simplicidade, • Complexidade,
estabilidade e instabilidade e
objetividade intersubjetividade,
• O mundo passa a ser
pensado e descrito em
termos de sistemas –
conjuntos de elementos em
interação.

• O foco passa a estar nas


relações, não só as relações
entre os elementos do
sistema e deste com seu
meio, mas também as
relações entre o sistema e
aquele que o descreve e
trabalha com ele.
• Amplia-se o foco: do
elemento (o indivíduo)
para o sistema (a
família, o grupo de
trabalho, a escola) e
para os sistemas de
sistemas (os
ecossistemas, as redes
sociais, as comunidades,
as nações, as
comunidades
internacionais).
NÃO EXISTE A
REALIDADE INDEPENDENTE DE UM OBSERVADOR.

“Tudo é dito por um observador”


“A outro observador”
• Se não existe realidade
independente do observador,
ninguém tem acesso privilegiado
à realidade. Portanto, a voz ou o
saber do especialista no assunto
poderá ser considerado
diferente, mas não superior à voz
ou ao saber do não especialista
no assunto.
• Portanto, com a visão sistêmica novo-paradigmática, deixamos de ser
expert em conteúdos, verdades, informações a transmitir.

• Passamos a ser expert em criar contexto de conversação, de


transformação, de autonomia.

• Assumimos, com prazer, a responsabilidade de criar espaço para com-


viver.
• VIVER é CONHECER -
CONHECER É VIVER.

Obrigada!!
O pensamento sistêmico como novo
paradigma da ciência
Enseja a possibilidade de encontrarmos novas
respostas para os quais a ciência tradicional não tem
dado conta de responder.
Nos laboratórios cientistas viram:
Complexidade ampliar o foco da observação

Instabilidade ênfase no estado, não na essência

Intersubjetividade considerar outras descrições


• Ciência Tradicional
Simplicidade
Análise
Relações causais lineares

Estabilidade
Determinismo-previsibilidade
Reversibilidade- controlabilidade

Objetividade
Subjetividade entre parênteses
Uni-versun
O novo paradigma da ciência, o pensamento sistêmico
novo-paradigmático, não é só um avanço científico,
uma nova ciência que está em curso. É muito mais... É
uma visão de mundo que, ao ser adotada, muda tudo,
porque existe uma postura frente à vida,
comprometida com a vida.
Assumir o novo paradigma da ciência, significa questionar
valores, até os seus próprios, para subverter o padrão, científico
adotado até então. E compromete-se, é inserir-se no contexto
desafiador da atualidade.
Pensamento Sistêmico
Ênfase no contexto

Visão ecológica- cada conduta só pode ser compreendida no contexto


em que se manifesta.

Interdependência entre indivíduo e contexto.

Causalidade circular
Teoria Geral dos Sistemas
TEORIA GERAL DOS SISTEMAS
Ludwing Von Bertalanffy (1901-1972)

* se propõe como uma ciência da totalidade, ou como uma discilplina lógico-


matemática aplicável a todas as ciências que tratam de “todos organizados”

* noção central: SISTEMAS


* “Um conjunto complexo de elementos em interação”
* “Um conjunto de componentes em estado de interação”
• A existência de INTERAÇÃO ou de relações
entre os componentes é então, um aspecto
central, distinguindo-o de um simples
aglomerado de partes independentes umas
das outras.

• Para compreender o comportamento das


partes torna-se indispensável levar em
consideração as relações.
Conceitos de Sistema

• “... modo em que acontecem as relações ou


conexões entre elementos e as relações entre as
relações”

• “O que vemos como sistema é simplesmente o


encaixe entre seus membros”
* A existência da influência bidirecional > CIRCULARIDADE

* As relaçoes constituem o sistema e o definem, pois, a


existência de um conjunto de elementos em interação
constituem uma organização.

* Todo sistema pode ser visto ao mesmo tempo como um


todo e como uma parte de um sistema mais amplo >
Sistema > Subsistema
Pertencer > ser si mesmo
A concepção de interações
intersistêmicas, de sistemas interligados a
sistemas ou do mundo como sistemas de
sistemas nos remete à ideia de
ecossistemas: vários sistemas, cada um
com seu aspecto de totalidade, tais como
indivíduo, uma família, uma cidade, uma
nação, interagindo numa rede dinâmica de
interdependência e influências mútuas.
• Organizações/padrões

Funcionamento dos • Estabilidade e mudanças


Sistema:
• Interdependência entre as partes do sistema/ entre
os subsistemas/ entre as partes e o todo
Padrões de Interação:
Alianças
Coalizões
Hierarquias de Poder
Autoridade
Resolução de Conflitos
Tomada de decisões
Comunicação
Lealdades
Expressão de Afeto
Rituais
PENSAMENTO SISTÊMICO
• RELACIONAL

• PROCESSUAL

• CONTEXTUAL
SISTEMAS FECHADOS: à informação nova como
o termostato, só são sensíveis a um nível do
ambiente, no caso as diferenças de
temperatura. Não tem capacidade de responder
adaptativamente a outras variações. As relações
de feedback possíveis são prédeterminadas em
sua estrutura.

SISTEMAS ABERTOS: abertos à informação nova,


ou seja, sensíveis às variações do ambiente. As
Relações possíveis vão se estabelecendo à
medida que vai acontecendo a interação com o
ambiente
Nos sistemas abertos, o estado final -ou a “meta”-
pode ser alcançado partindo de “n” condições
iniciais e por “n” trajatos.

É por isso que se chama equifinidade, a qual não


se basear em estrututas ou mecanismos pré-
determinados, mas sim numa interação dinâmica
entre múltiplas variáveis, num sistema que
alcança um estado estável (Vasconcelos, 2015,
p.211)
Cibernética
Cibernética
Considerações
Importantes
Muito Obrigada!!!
Bom descanso.

Email: [email protected]
WhatsApp: 17 997894348
@camilarizzatofarias
Ciclo Vital
Familiar
Pense em como está a sua família hoje, o
que já construiu e aonde quer chegar.

Minha família é composta por (membros):

Onde estamos e o que precisa ser


construído? (Anote suas percepções e
dos outros familiares também)

Qual alicerce tem sustentado a minha


família?

Qual alicerce tem sustentado a minha


família? (O que a família já conquistou até
agora e que utilizou para isso):
Chamamos a primeira etapa do Ciclo Vital Familiar de Fase de
Aquisição e em geral as características que fazem parte deste
momento são:
* Escolha do parceiro(a)
* Formação de um novo casal
* Montar ou construir uma casa/morar com família extensa
* Chegada do primeiro filho ( que transforma o jovem casal em nova
família
* Vida com filhos pequenos
Formação do casal
• Conseguir buscar equilíbrio,
conciliando valores e padrões
Formação do familiares e individuais,
reconstruindo e re-elaborando
casal suas idealizações de vivência
conjugal, de forma que possam
estabelecer um padrão próprio.
• Questionar sobre o processo de
decisão para se casar: quem estava
mais inclinado ao casamento ou união
• Explicitar a importância da
comunicação das expectativas pelo
Formação do desenvolvimento da capacidade de
diálogo: o que quer e espera do
casal outro para que saibam se, com
referência ao que se espera, cada um
tem pra dar, poder dar, quer dar ou
saber dar aquilo que se deseja ou
espera.
• Renegociar juntos (definidos por si
ou pela família de origem): como é
quando comer, dormir, conversar,
fazer sexo, brigar, trabalhar,
Formação do relaxar, utilizar o tempo, gastar
casal dinheiro, entre outros.
• Renegociar os relacionamentos no
que se refere à distância e
proximidade, frequência de
encontros e visitas, com os pais,
Formação do irmãos, família ampliada, colegas e
casal amigos.
Viver matrimoniamente junto é um processo muito importante
para que os dois sintam-se realmente “ um casal, uma dupla,
um time”.

Co-habitar implica uma sintonia, uma identificação, que são


extremamente necessárias para a cumplicidade do casal.
Complexo movimento de dar e receber; conquistar e ceder; ser e
vir a ser.
Formar um casal é uma das
possibilidades que o indivíduo tem
de construir vínculos duradouros
e, assim, o que chamamos de “ o
nascimento emocional da familia”.
É um processo que implica a
construção gradual de um vínculo
que propicie apego e
cumplicidade e também
independência e autonomia.
• Em um casal saudavelmente
unido, um serve como base
segura ao outro, como uma fonte
na qual se abastecer, para se abrir
cada vez mais para a vida, na
certeza de que ela(e) estará lá e é
possível se reabastecer.

• ( leitura pg.56, 57 e 58 do livro


“Família e Ciclo Vital”)
A família com
filhos pequenos
“ A paternidade quer do pai
quer da mãe, é a tarefa mais
difícil que os seres humanos
têm para executar. Pois
pessoas, diferentemente dos
outros animais, não nascem
sabendo como serem pais.
Muitos de nós lutam do
princípio ao fim” (Karl
Meninger)
“A chegada do primeiro bebê é
um dos eventos mais
desafiadores da vida, talvez o
mais desafiador. É uma
oportunidade para o
crescimento pessoal e
maturidade, bem como uma
oportunidade para promover o
desenvolvimento e ser
responsável por outro ser
humano.” (Brazelton)
“Não existe um estágio que
provoque mudança mais profunda
ou que signifique desafio maior
para a família de que a adição de
uma criança ao sistema familiar.”
(Bradt)
• A relação a dois precisa ser
totalmente reformulada com relação
a divisão de papéis, funções e divisões
de tarefas, pois se cria um novo
A família com sistema familiar.
filhos • Transição entre “ser cuidado” e ser
“cuidador”, educar e proteger, de
pequenos estabelecer as características e os
limites dos novos papéis a serem
desempenhados por cada membro da
família.
• Casal precisa inicialmente
conseguir manter um equilíbrio
entre as funções conjugais e
A família com parentais.
filhos • Comum deixar de lado o
relacionamento, a intimidade do
pequenos casal, enfatizando “os filhos” ou
“o trabalho”
• Homem: criado desde pequeno pra ser “macho”,
“durão”, provedor e protetor, se cobra de repente
que seja “sensível”, “colaborador”, e até “maternal”
em relação à esposa grávida e ao bebê.

• Criado para competir “na selva” do mercado de


trabalho, é agora convidado a lavar mamadeira e
trocar fraldas.

• Criado para prover, agora dele se espera que se


reveze com a mulher nos cuidados com o bebê,
enquanto ele sai, trabalha e ganha seu próprio
dinheiro.
• (pg. 64)
• Mulher: criada desde pequenina para ser “suave”,
“sensível”, “compreensiva”, é “meiga”, se cobra de
repente que seja indiferente, “competitiva” e
“agressiva” no mercado de trabalho
• Até... Ter um bebê, pois aí se espera que largue
tudo e “materne seu bebe”, enquanto “ as crianças
são pequenas e precisam tanto da mãe”
• Frequentemente arrasa a carreira da mulher,
outrora aparentemente tão incentivada quando
era uma jovem e promissora estudante
universitária
E aí? Como ficamos nós, homens e mulheres
frutos de uma geração em transição?

E os bebês? Como ficam?


• Modelos antigos recebidos das
famílias de origem precisam ser
A família com revistos, tranformados ou
filhos adaptados para atenderem a
necessidade da família atual,
pequenos construindo um modelo próprio
de funcionamento familiar
• A flexibilidade pessoal, o amor, a
criatividade, a disponibilidade para
aprender e a confiança resultantes
A família com das experiências vividas com
cumplicidade, oferecem ao casal as
filhos bases e o suporte emocional
necessários para promover a busca
pequenos de novos modelos e possibilidades
de estruturar uma dinâmica mais
adequada às necessidades da
família pós-moderna com filhos
pequenos.
A família na fase
adolescente

• Transformação de uma unidade que


protege nutre os filhos pequenos para uma
unidade de preparação para a entrada do
adolescente no mundo das
responsabilidades e dos compromissos
A família na fase
adolescente
• Busca da autonomia
• Romper e desobedecer regras
• Sentir que pode contar com os pais
• Aprendizagem do diálogo, da
negociação, do respeito, da
reformulação das relações
hierárquicas e a redefinição das
mudanças de estratégias no
exercício da autoridade.
A família madura
• Espera-se que os filhos tenham crescido,
tenham-se tornados adultos e entrado no
mercado de trabalho, estando mais
distantes dos pais, que então se sentem
mais liberados das tarefas, compromissos
e responsabilidades com os filhos.
• Resignificação da Relação Conjugal
• Ninho nunca fica vazio?!
• Sentimentos de ambivalentes de
continuidade e finitude diante dos
desafios e prenucios da aposentadoria
• Pensam mais sobre a morte, porque
amigos, vizinhos e parentes começam a
morrer

• Ao mesmo tempo em que revivem o


sentimento parental com a chegada da
terceira geração que são os netos.
A família na fase última
• Conjugalidade na efetivação do
“até que a morte nos separe”
• A fase de vivência é o passado
• Falam do presente a partir do
resgate das lembranças do
passado
• Busca de realizações (privilégios
não possíveis anteriormente)

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