Processos Logísticos: Unidade 1

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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Unidade 1
Conceitos e Funções de Logística

Aula 1
Logística Integrada: Subprocessos Logísticos

Logística Integrada: Subprocessos Logísticos

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Olá, estudante! Nesta videoaula exploraremos o conceito de logística, sua importância no cenário
atual e os subprocessos logísticos: suprimentos, produção, distribuição e logística reversa de
pós-uso e pós-consumo. Também será apresentada a diferença entre logística e cadeia de
suprimentos. Este conteúdo é fundamental para sua prática profissional, pois a logística eficiente
é a espinha dorsal de qualquer negócio bem-sucedido. Então, prepare-se para esta jornada de
conhecimento! Vamos lá!

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? Em algum momento, você já parou para pensar no fato de que todos
os produtos e mercadorias que utilizamos estão disponíveis para a nossa aquisição e consumo
graças a algum processo logístico? Essa percepção contribui em muito para que possamos
compreender a importância da logística para o nosso bem-estar.

Nesse sentido, o objetivo principal desta etapa de aprendizagem é apresentar a você os


conceitos de logística, como também quais são os subprocessos que integram a denominada
logística integrada. Além disso, esse importante momento de estudo também será essencial
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para que você possa entender a diferença entre a logística propriamente dita e a cadeia de
suprimentos.

Para que possamos colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você
atua junto aos gestores da empresa Sabor Supremo, uma fabricante de molhos e condimentos
que vem enfrentando diversos problemas no que se refere à falta dos insumos necessários para
atender à sua demanda produtiva e também em relação ao abastecimento de seus clientes,
sejam eles intermediários ou o consumidor final.

Desse modo, para que tais problemas fossem resolvidos, sugeriu-se que os gestores da empresa
elaborassem um mapeamento de toda a sua cadeia de suprimentos e delimitassem sua
sistemática de produção, a fim de que fosse possível, a partir dessa definição, adotar estratégias
que resultassem na eliminação dos contratempos.

Portanto, esta será a nossa missão: ajudar a empresa Sabor Supremo a mapear os dois
principais ingredientes da sua cadeia de suprimentos (o tomate e o azeite) e definir sua
sistemática de produção. Preparado? Então, vamos lá!

Vamos Começar!

Conceito de logística e a sua importância no cenário atual


A logística é um aspecto crítico da gestão de cadeias de suprimentos. Envolve o planejamento, a
execução e o controle do movimento e armazenamento eficiente e econômico de mercadorias,
serviços e informações relacionadas. Essas atividades são desenvolvidas desde a origem até o
ponto de consumo, com o objetivo de atender às exigências dos clientes. Nesse contexto,
incluem-se funções como transporte, gestão de estoques, armazenagem, manuseio de materiais
e embalagem.

O termo “logística” tem origem no grego logistikos, que se refere à arte de calcular. No entanto, o
uso moderno desse vocábulo tem suas raízes no campo militar. Durante as guerras, a logística
envolvia o transporte, a alocação e a entrega eficiente de tropas e suprimentos.

No século XIX, o termo começou a ser usado em um contexto empresarial. Com a Revolução
Industrial e o crescimento do comércio, tornou-se crucial gerenciar eficientemente o fluxo de
mercadorias. Assim, a logística evoluiu para incluir a gestão de transporte, inventário,
armazenamento, manuseio de materiais e embalagem.

Historicamente, embora a palavra “logística” tenha começado a ser utilizada de forma mais
abrangente durante as guerras, voltando-se à movimentação de tropas e materiais, com o tempo
se transformou em um componente vital do comércio e da indústria. A era industrial trouxe
mudanças significativas com a introdução de ferrovias, telegrafia e, posteriormente, caminhões e
aeronaves.
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Contudo, foi a revolução digital e a globalização que transformaram drasticamente a logística


nas últimas décadas. A integração de sistemas de TI, automação, Internet das Coisas (IoT) e
Inteligência Artificial (IA) melhorou a eficiência, velocidade e confiabilidade das operações
logísticas.

Por sua vez, o aumento das expectativas dos consumidores e, consequentemente, o nível de
exigência, impulsionado pelo e-commerce e pela instantaneidade da era digital, tem sido um
motor significativo para a evolução da logística. Os consumidores modernos esperam entregas
rápidas, precisas e econômicas, o que forçou as empresas a inovarem e otimizarem suas
operações logísticas. Essas melhorias incluem o desenvolvimento de sistemas de entrega mais
rápidos, como drones e veículos autônomos, e a implementação de soluções de rastreamento e
previsão mais precisas.

Financeiramente, a logística é um componente crítico na redução de custos e no aumento da


eficiência operacional das empresas. Uma logística eficiente pode representar a diferença entre
lucro e prejuízo em muitos setores. No âmbito econômico, a logística é fundamental para o
comércio global, permitindo o fluxo adequado de bens entre países e continentes, o que é
essencial para a economia mundial.

Cabe salientar, ainda, que a logística e suas consequentes operações também contribuem para a
geração de uma grande variedade de empregos, os quais abrangem desde operações de
armazém até funções de alta tecnologia em análise de dados e gerenciamento de sistemas de
informação. Além disso, uma logística eficaz é fundamental para a satisfação do cliente, pois
exerce impacto direto sobre a experiência de compra, considerando fatores como disponibilidade
do produto, prazo de entrega e qualidade do serviço.

Em algum momento, você já parou para pensar no quanto as operações logísticas facilitam o
nosso dia a dia? É por isso que podemos afirmar que essas operações cooperam
significativamente para a melhoria do padrão de vida.

Elas permitem a disponibilidade de uma variedade mais ampla de produtos a preços mais
acessíveis, graças à eficiência na movimentação de mercadorias. Vale destacar, ainda, que a
logística moderna viabiliza o acesso rápido a produtos essenciais, como medicamentos e
alimentos, que são indispensáveis para a saúde e o bem-estar da população. A logística também
desempenha um papel vital em emergências, como na iminência de desastres naturais, quando
uma resposta rápida e eficiente pode ajudar a salvar vidas.

Desse modo, podemos afirmar que o principal objetivo da logística é atender às necessidades
dos consumidores a partir de um sistema de trocas que favoreça e complemente o princípio da
vantagem competitiva para as organizações.

Novas exigências globais surgem, dentre elas a preocupação com o meio ambiente e a
responsabilidade social, tendo como fator de ordem a sustentabilidade. A qualidade, que abrange
o atendimento da parte técnica do produto, continua a mesma, mas atualmente também é
preciso considerar todos os serviços intangíveis vinculados ao produto.
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A globalização deve ser entendida como um ponto forte nessa nova realidade, na qual a
facilidade para se adquirir um produto em qualquer parte do planeta possibilita uma maior
variedade de opções e escolhas. Nessa comercialização global, surgem novos países como
fortes fornecedores, com preços baixos e qualidade semelhante à dos concorrentes mais
conhecidos. O mercado agora dita as regras e, em muitas situações, até mesmo o valor de venda
dos produtos que as organizações produzem e comercializam.

Outro ponto a ser considerado diz respeito ao ciclo de vida dos produtos e serviços, o qual está
cada vez menor por causa das próprias exigências do mercado e da incorporação de novas
tecnologias. Esse cenário faz emergir a obrigação de que as organizações se adaptem às
necessidades do mercado, buscando técnicas de gestão para um melhor aproveitamento de
seus recursos, a fim de contemplar, principalmente, duas variáveis: redução de custo e um
melhor atendimento aos clientes.

Dentro dessa dinâmica, surge fortemente a valorização do conceito de logística como fator
impulsionador de mudança nas empresas. Acatado pelo mundo empresarial como fator de
fundamental importância para a busca por melhores resultados, a logística conquistou um
espaço de grande relevância nas organizações globais, agregando cada vez mais valor a essas
empresas.

Logística integrada: subprocessos logísticos

A logística integrada é um conceito que se refere à coordenação e gestão harmoniosa de todas


as atividades de logística de uma empresa, compreendendo processos como a aquisição de
matérias-primas, a produção, a entrega do produto final ao cliente e o retorno dos produtos ao
fabricante.

A ideia por trás da logística integrada é a de que, ao gerenciar e coordenar todas as atividades de
logística como um sistema unificado, em vez de considerar departamentos separados, uma
empresa pode melhorar a eficiência, reduzir custos e aprimorar o atendimento ao cliente.

Essas atividades são denominadas subprocessos logísticos e incluem: logística de aquisição,


logística de produção, logística de distribuição e logística reversa.

Logística de suprimentos: este subprocesso logístico é responsável por todos os procedimentos


que têm por finalidade fazer com que os insumos estejam disponíveis para atender ao processo
produtivo. Dentre suas principais atividades, podemos citar: a aquisição, seleção de
fornecedores, transporte e armazenagem das matérias-primas; gestão de estoques e de todo o
fluxo de informações requeridas nesses procedimentos, como cotações, acompanhamento e
rastreamento de entregas e tempos de lead time.

Logística de produção: este subprocesso diz respeito ao momento efetivo da produção do


produto ou serviço e tem, dentre suas atividades, as funções de abastecimento das linhas e
movimentações dos produtos semiacabados durante o processo de produção (exemplo:
movimentação entre setores).
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Logística de distribuição: é responsável pelo recebimento do produto acabado e seu


encaminhamento para os canais de distribuição. Portanto, todas as operações de transporte,
armazenagem, gestão de estoques, informações, recebimento de pedidos, separação de
materiais, embalagem e expedição do produto ou serviço acabado até o momento em que esteja
disponível nos pontos de venda são atribuições da logística de distribuição.

Logística reversa: tem por finalidade viabilizar o fluxo reverso dos materiais do ponto de venda ou
a partir dos consumidores até a empresa produtora. É importante salientar que a logística
reversa ocorre em dois momentos: no pós-venda, ou seja, quando um produto apresenta algum
defeito ou é entregue de maneira inadequada, por exemplo; e no pós-consumo, quando já se
extinguiu a vida útil do produto e deve-se fazer o fluxo reverso de seus rejeitos, como acontece
com garrafas de refrigerante retornáveis, latas de alumínio, baterias, lâmpadas e pneus.

Portanto, esse subprocesso tem, dentre suas funções, a coleta, a correta armazenagem e
estocagem, o transporte e a destinação dos despojos para o local apropriado, como aterros,
incineradores ou organizações que os reprocessem, na intenção de transformá-los em matéria-
prima novamente, como ocorre com plásticos, papéis e vidros.

Portanto, todos esses subprocessos, quando trabalham de maneira interdependente, resultam na


chamada logística integrada, garantindo o alinhamento estratégico, melhor nível de serviço,
qualidade e redução de custos.

Siga em Frente...

Diferença entre logística e cadeia de suprimentos


A cadeia de suprimentos é fundamental para que uma empresa, independentemente de seu porte
(pequeno, médio ou grande) e de sua atividade-fim (indústria, comércio ou prestação de serviço)
obtenha sucesso frente ao mercado em que atua, bem como para que a sua mortalidade não
seja definida precocemente por causa da má administração de sua cadeia. Mas o que é a cadeia
de suprimentos?

A cadeia de suprimentos corresponde aos processos que envolvem fornecedores-clientes e


unem organizações desde a fonte inicial de insumos até o ponto de consumo do produto
acabado. Pode se referir, ainda, a uma cadeia de empresas autônomas, ou semiautônomas, que
são de fato responsáveis pela aquisição, produção e liberação de um determinado produto e/ou
serviço ao cliente final.

Isso permite afirmar que qualquer empresa ou trabalhador autônomo envolvido no processo de
fabricação de um produto ou na prestação de um serviço pode ser denominado “agente,
elemento ou componente” de uma cadeia de suprimentos, tornando-se responsável por todo o
fluxo de materiais, informações e questões financeiras relacionado a um determinado produto
e/ou serviço.
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A Figura 1, a seguir, demonstra a relação entre a cadeia de suprimentos e a logística.

Figura 1 | Abrangência da cadeia de suprimentos e da logística integrada.

Portanto, como aponta a Figura 1, é possível identificar claramente a abrangência da logística


integrada e da gestão da cadeia de suprimentos. Nesse cenário, cabe ressaltar que a cadeia de
suprimentos se mostra mais abrangente e responsável por integrar todos os processos e
negócios que ocorrem em função do produto oferecido ao consumidor final.

Por fim, um fator de fundamental importância no contexto da cadeia de suprimentos é a


sistemática de produção adotada pela empresa, que pode ser: sistema puxado, sistema
empurrado e sistema híbrido.

O sistema de produção puxado consiste em uma metodologia na qual quem dá início à produção
é o próprio consumidor. Exemplos de empresas que adotam esse sistema produtivo são os
fabricantes de móveis planejados ou pizzarias.

Já ao optar pelo sistema de produção empurrado, a empresa, por meio de previsões


quantitativas ou qualitativas, consegue mensurar um volume de consumo para um determinado
bem ou serviço dentro de um período. Então, produz e “empurra” o que foi produzido para o
mercado, como acontece com as empresas fabricantes de produtos alimentícios, de higiene e
limpeza.
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Por fim, o sistema híbrido, ou conjugado, se trata de uma junção dos dois sistemas citados
anteriormente, isto é, o sistema de produção puxado e o sistema de produção empurrado.

Vamos Exercitar?
Então, vamos lá! Você se lembra do caso da empresa Sabor Supremo? Agora já podemos ajudá-
la a mapear a cadeia de suprimentos de dois dos seus principais ingredientes (o tomate e o
azeite) e, ainda, definir qual a sistemática de produção dessa organização para que sua cadeia
possa ser estrategicamente gerenciada, a fim de que não haja mais rupturas tanto em seu
processo produtivo quanto no que se refere aos produtos acabados para o mercado.

Em um primeiro momento, é necessário descrever todos os fornecedores responsáveis pela


disponibilização das matérias-primas, considerando tanto o fornecedor primário, ou seja, o
produtor do tomate o do azeite, quanto o fornecedor secundário, isto é, quem distribui esses
produtos para a empresa (central de abastecimento de hortifrutis, sacolão, supermercado, etc.).
Após mapear os fornecedores, é preciso definir quem são os clientes primários, como um
distribuidor ou atacadista, e os clientes secundários ou de segundo nível, como um varejista.
Essas etapas são importantes porque permitem identificar exatamente quais desses agentes da
cadeia estão apresentando problemas na entrega, bem como verificar se as quantidades estão
abaixo daquilo que foi solicitado pelo departamento de compras.

Essa abordagem também ajuda a detectar se algum dos clientes, independentemente do nível,
está gerando a falta de produtos ao consumidor final. Os produtos da empresa Sabor Supremo
podem estar parados em um distribuidor, por exemplo, aguardando a “montagem da carga”.

Saiba mais

Entender o sistema de produção de uma empresa é imprescindível para o eficiente


funcionamento e a integração das operações logísticas e, consequentemente, de toda a cadeia
de suprimentos, uma vez que todo o planejamento dessa cadeia deve ser feito em função da
sistemática escolhida. Quer saber mais detalhes sobre os tipos de sistema de produção? Então,
acesse o vídeo sugerido a seguir.

CADEIA de suprimento: Pull e Push | Supply Chain.

Referências

CADEIA de suprimento: Pull e Push | Supply Chain. [S. l.]: Instituto Montanari, 10 fev. 2017. 1 vídeo
(5min49s). Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=WUELdN6Mj7s. Acesso em: 23 jan. 2024.


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PROCESSOS LOGÍSTICOS

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 2
Logística, Valor e Cadeia de Valor

Logística, valor e cadeia de valor

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Olá, estudante! Nesta videoaula você investigará a definição de valor, os atributos logísticos
ganhadores de pedidos e o conceito de vantagem competitiva. Esses conteúdos são essenciais
para a sua prática profissional, pois ajudam a entender como criar e manter uma vantagem
competitiva no mercado. Prepare-se para esta jornada de conhecimento! Vamos lá!
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Ponto de Partida
Olá, estudante! Tudo bem? Em algum momento, você já ouviu um ditado que afirma o seguinte:
“as pessoas não compram produtos; elas compram benefícios”? São exatamente esses
benefícios que ajudarão a constatar valor em uma determinada transação. Nunca é demais
lembrar que a percepção de valor é o passo anterior à fidelização dos clientes.

Nesse sentido, o principal objetivo desta etapa de aprendizagem é apresentar a você a definição
de valor, bem como diferenciá-lo dos custos e preço. Além disso, descreveremos quais são os
atributos logísticos ganhadores de pedidos que contribuem para a entrega de um elevado nível
de serviço e, consequentemente, de valor. Por fim, discorreremos sobre o conceito e a
importância da vantagem competitiva para as organizações.

Para que possamos colocar em prática esses aprendizados, usaremos mais uma situação
hipotética. Voltaremos a atuar junto aos gestores da empresa Sabor Supremo, uma fabricante de
molhos e condimentos que agora pretende expandir sua atuação no mercado. Para alcançar
essa meta, a empresa precisará instalar novas fábricas em locais estratégicos, a fim de
minimizar tanto os custos referentes ao transporte quanto o tempo de atendimento aos clientes.
A intenção da Sabor Supremo é não apenas atender ao mercado regional, como ocorre
atualmente, mas dispor os seus produtos para comercialização em todo o território nacional.

Desse modo, para que a empresa possa atingir os seus objetivos, quais são os principais
atributos logísticos aos quais ela deve atentar para que os novos consumidores possam
efetivamente compreender e constatar valor, tornando-se fiéis aos produtos da Sabor Supremo?

Preparado para ajudar a resolver esse caso? Então, vamos lá!

Vamos Começar!

Definição de valor
Em um primeiro momento, para que possamos definir “valor”, é essencial conceituar as
terminologias “custo” e preço”, isso porque esses termos são recorrentemente tomados como
iguais, tanto em sua essência quanto na aplicabilidade.

O custo consiste na quantidade de recursos, geralmente medidos em termos monetários, que


são gastos para produzir um bem ou serviço. Isso pode incluir coisas como materiais, mão de
obra e tempo. Por exemplo, o custo de produção de um carro incluiria o custo dos materiais (aço,
plástico, etc.), o custo da mão de obra para montá-lo e o custo do tempo e dos recursos usados
na sua fabricação.

Por sua vez, preço é a quantidade de dinheiro que um comprador paga a um vendedor em troca
de um bem ou serviço. O preço é determinado por vários fatores, os quais incluem o custo de
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produção, a oferta e a demanda, e o valor percebido pelo comprador.

Por fim, o valor se trata de uma medida da importância ou utilidade de um bem ou serviço para
um indivíduo ou empresa, podendo se mostrar totalmente subjetivo, uma vez que pode variar de
pessoa para pessoa. Por exemplo, um carro pode ter um alto valor para alguém que precisa se
deslocar diariamente para o trabalho, mas pode ter um valor menor para alguém que trabalha em
casa. Logo, podemos afirmar que, no contexto da logística, o valor é uma percepção da relação
custo-benefício que o consumidor tem de um produto e/ou serviço em comparação com outro
disponibilizado pela concorrência.

Com base nesse contexto, pode-se afirmar que o valor é gerado no momento em que “as
percepções dos benefícios em uma transação superam os custos totais de propriedade”. De
modo genérico, o consumidor está disposto a pagar por algo a mais do que o bem que ele
adquiriu quando percebe o valor agregado ao produto/serviço, o que aumenta o diferencial
estratégico da organização.

Portanto, enquanto o custo está relacionado à produção de um bem ou serviço, o valor refere-se
à percepção do comprador sobre a utilidade ou importância desse bem ou serviço. O preço é o
ponto de equilíbrio onde o valor percebido pelo comprador encontra o custo de produção do
vendedor.

Entretanto, para que a empresa possa entregar valor aos seus consumidores, é essencial que ela
disponha de uma estrutura e um conjunto de processos, chamado de cadeia de valor (value
chain), que agreguem valor aos produtos e serviços.

A cadeia de valor é formada por: atividades primárias, as quais abrangem concepção e


desenvolvimento do produto; e atividades secundárias, como venda, modo de distribuição ao
comprador, assistência pós-venda e atividades de apoio, as quais consistem em práticas de
suporte às atividades primárias e a si mesmas, como mostra a Figura 1, a seguir.
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Figura 1 | Cadeia de valor.

Dentro desse contexto, a logística tem por finalidade gerar agregação de valor ao processo
operacional de uma organização como um todo, otimizando desde o transporte de matéria-prima
até a expedição do produto final ao cliente, na intenção de garantir um bom nível de serviço
durante o processo de comercialização de um produto/serviço.

Nesse sentido, a gestão eficiente das atividades da cadeia de valor assegura o nível de serviço e
um processo eficiente, fato que gera maior percepção de valor pelo cliente. Assim, na medida em
que é possível garantir ou superar as expectativas dos consumidores, garante-se também a
satisfação deles, ampliando a vantagem competitiva de uma organização.

Siga em Frente...

Atributos logísticos ganhadores de pedidos


A identificação dos atributos logísticos, chamados comumente de atributos ganhadores de
pedidos, é fundamental para a competitividade e lucratividade das organizações. São esses os
atributos que podem influenciar a satisfação dos clientes, fazendo com que eles percebam que
lhes foi entregue ou agregado valor.

Cabe evidenciar que os argumentos e a subjetividade sobre os principais atributos ganhadores


de pedidos são bastante amplos. Esses atributos podem ser sintetizados da seguinte forma:

Agilidade de entrega: velocidade com que o pedido, após definido pelo cliente, é entregue.
De modo geral, esse atributo consiste na identificação do tempo de ciclo de um pedido.
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Algumas empresas de comercialização eletrônica (e-commerce) determinam prazos


menores que os da concorrência, como 48 horas. Um desafio e tanto, não é?
Confiabilidade do prazo entrega: capacidade de uma empresa em entregar o pedido no
prazo acordado e de modo constante. O exemplo das empresas de e-commerce pode ser
sustentado nessa dimensão, pois mais importante que prometer ao cliente é cumprir o que
foi combinado.
Confiabilidade da quantidade correta: capacidade de atender aos pedidos de forma integral,
sem variações na quantidade ou problemas de qualidade dos itens. É comum, em uma
cadeia de suprimentos, que uma empresa de varejo ou atacado emita um pedido com
diversos produtos e em diferentes quantidades, por isso é necessário atender ao pedido na
íntegra (ou, no mundo logístico, sem quebra). Imagine como você ficaria desapontado caso
fosse organizador do time de vôlei do seu condomínio e tivesse comprado em um e-
commerce o novo uniforme para disputar um jogo decisivo, mas, ao receber a encomenda,
tivesse descoberto que vieram apenas quatro camisetas.
Confiabilidade do produto correto: consiste na não existência de erros nos pedidos ou
substituição de produtos na entrega. Imagine, agora, se todas as quatro camisetas de vôlei
que você recebeu fossem de outro time.
Entrega sem danos ao produto: engloba o índice de defeitos dos produtos e danos
ocorridos durante as operações logísticas (armazenagem, movimentação, transporte, etc.).
Flexibilidade no serviço prestado: capacidade de adequação às necessidades do cliente
quanto a pedidos especiais, de urgência, possibilidade de transportar cargas especiais ou
perigosas, tamanho do lote de entrega e flexibilidade nos horários de coleta e entrega.
Recuperação de falhas: identifica o comportamento da empresa na ocorrência de falhas em
seu serviço, no tratamento das reclamações e na velocidade de correção dos problemas.
Essa dimensão também pode ser denominada como resiliência. Um exemplo claro é o de
recall das cadeias automotivas, ou seja, a convocação feita pelo fabricante ou distribuidor
para que o produto seja levado de volta para substituição ou reparo de possíveis ou reais
defeitos.
Rastreabilidade: capacidade de fornecer informações sobre a situação do pedido e das
operações de entrega. Atualmente, é possível saber o status de uma correspondência, e o
mesmo acontece com outros produtos e empresas que possuem, muitas vezes, status em
tempo real.
Comunicação: representa os aspectos de comunicação de uma empresa com o cliente,
inclusive no aviso de problemas de entrega, clareza no contrato de fornecimento do serviço,
qualidade na previsão de data de entrega, etc.
Confiança e conhecimento da equipe de contato com o cliente: inclui ferramentas de
gestão de conhecimento das informações fornecidas aos clientes acerca de um
determinado pedido.
Disponibilidade dos produtos e do serviço: refere-se à disponibilidade de estoques para os
produtos solicitados ou até mesmo à disponibilidade de meios para prestação do serviço.
Apoio pós-entrega: envolve as ações após a entrega das mercadorias na empresa, que
incluem o apoio na venda dos produtos, bem como em serviços de intermediação com
fornecedores, e suporte na entrega do produto para os clientes.
Preço: política de preço e condições de venda.
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Todos esses atributos permitem ampliar a agregação de valor, bem como corroboram a já citada
definição e a missão para a logística: a entrega de mais valor ao cliente e, consequentemente, a
busca por maior vantagem competitiva no mercado.

A vantagem competitiva é toda e qualquer ação que uma empresa faz que a diferencia
positivamente da concorrência, chamando atenção do público e atribuindo mais valor à sua
oferta. Ou seja, é um ponto forte bem explorado por um negócio, pois faz com que ele se
destaque em um determinado contexto ou nicho de mercado.

Vamos Exercitar?

Então, vamos lá! Voltaremos agora ao caso da empresa Sabor Supremo, que pretende aumentar
sua atuação e atender a todo o território nacional. Para isso, os gestores da empresa querem
saber quais atributos ganhadores de pedidos deverão receber mais atenção para que os novos
mercados e seus respectivos consumidores possam identificar valor e, dessa forma, tornem-se
fiéis à marca.

Em um primeiro momento, é fundamental entender que se trata de um novo produto entrando no


mercado, ou seja, de algo totalmente desconhecido pelos novos clientes. Logo, todos os
atributos logísticos possíveis devem ser considerados. Entretanto, caso essa abordagem não
seja viável, uma maior atenção deve ser dada àqueles atributos que contribuem para ganhar a
confiança e despertar a curiosidade nos clientes, como agilidade de entrega, confiabilidade
quanto ao prazo de entrega, confiabilidade quanto à quantidade correta, confiabilidade do
produto correto, entrega sem danos e avarias, flexibilidade no serviço prestado, recuperação de
falhas, imediata disponibilidade dos produtos e do serviço, e preço.

Saiba mais

Quanto mais complexa for uma atividade, maior será a necessidade de uma logística eficiente
para sistematizar as etapas que a constituem, evitando erros e reduzindo custos operacionais.
Para que você possa saber como sistematizar um sistema logístico, além de compreender a
importância das operações logísticas para a gestão estratégica e assertiva de uma organização,
acesse o conteúdo sugerido para leitura a seguir.

LOGÍSTICA melhora a experiência do cliente e reduz custos operacionais.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H.L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

LOGÍSTICA melhora a experiência do cliente e reduz custos operacionais. Sebrae, 26 jan. 2023.
Disponível em:

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/logistica-melhora-a-experiencia-do-cliente-e-
reduz-custos-operacionais,0d66ce7503ee5810VgnVCM1000001b00320aRCRD. Acesso em: 24
jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 3
Logística e Valor ao Cliente e Desafios Logísticos

Logística, valor ao cliente e desafios logísticos

Este conteúdo é um vídeo!


Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula você compreenderá o potencial da logística no que se refere à
geração de valor aos clientes, além de conhecer quais são os principais desafios logísticos
enfrentados pelas organizações no contexto atual. Esses tópicos são fundamentais para a sua
prática profissional, pois contribuem para uma tomada de decisão mais estratégica e acertada,
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

bem como ajudam a otimizar processos e a melhorar a satisfação do cliente. Prepare-se para
esta jornada de conhecimento! Vamos lá!

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? A nossa percepção de valor em relação à aquisição de um produto ou
à contratação de um serviço é um dos principais motivos que nos levam a comprar novamente
esse produto ou serviço, não é mesmo? Mas alguns questionamentos recorrentes surgem nesse
contexto: como a logística e as operações por ela contempladas podem contribuir para a
geração de valor ao mercado consumidor? Qual a responsabilidade da logística no que tange à
fidelização de um cliente a um produto ou marca?

Nesse sentido, o principal objetivo desta etapa de aprendizagem é apresentar a você a relação e
a importância das operações logísticas e da geração de valor para os clientes, bem como quais
os principais desafios logísticos que são diuturnamente enfrentados pelas organizações
contemporâneas.

Para que possamos colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você
trabalha junto aos gestores da empresa Tudo Eletrônicos. O sr. José, diretor dessa instituição,
tem experiência na área de vendas e, por esse motivo, a empresa vem crescendo rapidamente.
No entanto, os conhecimentos do sr. José em técnicas e metodologias inovadoras utilizadas na
área de logística são limitados. Além disso, a empresa nunca ofereceu treinamentos, muito
menos profissionalização, aos profissionais que trabalham na área logística.

Os colaboradores são profissionais que conhecem muito da operação e estão há muito tempo na
organização. Em uma visita ao centro de distribuição (CD) e conversando com o gestor do
armazém, este informou que ocorrem algumas perdas, mas que a equipe é muito boa, afirmando
que em time que está vencendo não se mexe.

Em seus processos logísticos, a Tudo Eletrônicos lida com 520 fornecedores, contando com um
estoque de até 40 dias para todos os produtos. Há problemas de perda de capital em decorrência
desse amplo estoque, pois não é utilizado nenhum método de gestão de estoques ou previsão de
demanda, e a aquisição de materiais acontece por meio da opinião e do conhecimento do sr.
José.

Para executar o processo de entrega, usa-se um sistema de formação de carga para liberar a
distribuição ao cliente final, o que atrasa, em até 15 dias, a atividade de distribuição e faz com
que os clientes busquem por concorrentes da empresa. Além do atraso, percebe-se a ocorrência
de avarias (13%) e extravios (5%), prejudicando ainda mais a imagem da Tudo Eletrônicos em
comparação a outras organizações.

Para o estado de São Paulo, as entregas podem acontecer utilizando-se o transporte da própria
empresa. Para pedidos de outros locais, a distribuição é feita pela Agência Nacional de Correios
e Telégrafos. Apesar de toda a infraestrutura do estado de São Paulo, ainda existem regiões que
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

são carentes de investimentos na malha rodoviária, o que prejudica o nível de qualidade da


entrega. Já no serviço terceirizado, não há qualquer nível de controle da Tudo Eletrônicos para
com as cargas remetidas, fato associado a um total de 85% das principais reclamações de
clientes.

A concorrência automatizou o CD, e todos os veículos passaram a ser rastreados via satélite,
possibilitando sua localização a qualquer momento. Porém, na contramão dessa tendência
logística, a Tudo Eletrônicos ainda utiliza métodos antiquados para a gestão de informação. Para
se ter uma ideia, em uma das visitas à empresa, foi possível perceber que um colaborador da
área de logística estava tentando ligar para um dos motoristas na intenção de descobrir em que
ponto da rota ele estava, pois outro motorista tinha sofrido um acidente e precisava de apoio. O
detalhe era que a rota pela qual o primeiro motorista passava ficava bem distante do local do
acidente, a aproximadamente 500 quilômetros da rota do segundo motorista. Imagine o tempo
perdido e o atraso em entregas que isso gerou!

Com base nessas informações, devemos responder ao seguinte questionamento: quais são os
desafios logísticos que limitam a capacidade de uma empresa?

Para sanar essa dúvida, será necessário desenvolver um levantamento dos desafios das
operações logísticas da Tudo Eletrônicos, sugerindo um plano de ações de melhoria com foco
voltado à compreensão de como esses desafios podem impulsionar o crescimento e o
diferencial da empresa.

Preparado? Então, vamos lá!

Vamos Começar!

Logística e valor ao cliente


É bastante comum constatarmos que a maior parte das empresas percebe a necessidade de
maximizar o desempenho de operações logísticas apenas quando é preciso reduzir custos.
Contudo, algumas organizações passam a utilizar o sistema logístico como fonte de vantagem
competitiva e, por isso, conseguem personalizar pacotes de serviços oferecidos, a fim de atender
às necessidades específicas dos clientes, fato que gera um diferencial estratégico substancial.

Para satisfazer essas exigências, as empresas precisam reorganizar e estruturar as suas


atividades, tornando-as um sistema. Ou seja, devem pensar na logística integrada.

É importante destacar que a logística é um conjunto de atividades funcionais repetido muitas


vezes ao longo do canal de suprimentos a partir do qual as matérias-primas são convertidas em
produtos acabados e o valor é adicionado aos olhos dos consumidores.

Vamos tomar como exemplo um pãozinho que é produzido em uma determinada padaria, a qual
tem sua demanda estimada e, por essa razão, programa sua produção e operações para atendê-
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

la. Ou seja, se espera vender 500 pãezinhos por dia, a padaria precisa organizar seus recursos
materiais, financeiros e físicos (pessoas, máquinas e equipamentos, etc.), além de obter
informações para atender aos seus clientes. Conseguiu visualizar essa cadeia de valor que se
inicia com a compra de farinha e segue até a venda do pão quentinho?

Você se lembra dos subsistemas logísticos? Então, vamos juntar os conceitos de logística e
cadeia de valor. A logística de suprimentos do pãozinho será responsável pela aquisição,
armazenagem, estocagem, entre outras atividades necessárias para disponibilizar os materiais
aos colaboradores da empresa, a fim de que estes produzam os produtos finais.

Mas em que momento produzir e com quais recursos? Essas perguntas fazem parte da logística
de produção, que organizará os recursos produtivos de forma mais apropriada para que seja
possível atender à demanda. Depois que o produto estiver pronto, será necessário disponibilizá-lo
aos clientes. Atualmente, esse processo é feito na própria loja (padaria), mas antigamente havia
os entregadores de pães e leite, o que tornava mais complexa a distribuição, atividade que fazia
parte da logística de distribuição.

Desse modo, ao analisarmos a cadeia de valor, podemos constatar que ela engloba três
sequências logísticas: suprimentos, produção e distribuição. Além disso, é complementada com
a área comercial (vendas) e de pós-vendas (serviços). Esta última, inclusive, tem a logística
reversa como parte do processo. Todas essas etapas são importantes e essenciais para agregar
valor ao cliente.

É nesse contexto que surge outro questionamento: como a logística ajuda a gerar valor aos
consumidores?

A logística incorpora valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva.


Além de agregar os valores positivos para o consumidor final, a logística moderna também
procura eliminar do processo tudo o que não tenha valor para o cliente, ou seja, aquilo que
acarrete somente custos e perda de tempo.

Nesse sentido, a logística tem valor quando são considerados os 8Rs:

Right material: material certo.

Right quantity: quantidade correta.

Right quality: qualidade justa.

Right place: lugar certo.

Right time: tempo correto.

Right method: método adequado.


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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Right cost: custo justo.

Right impression: boa impressão.

Nesse contexto, a logística é uma das competências que podem colaborar no processo de
agregação de valor para o cliente. Quando as operações estão integradas e são consideradas
como competências-chave do negócio, podem servir como base para a obtenção de vantagem
estratégica.

Fica evidente a importância da logística para as organizações. Três grandes aspectos podem
resumir sua importância empresarial:

Obtenção de vantagem competitiva.


Redução de custos.
Agregação de valor.

O grande desafio da logística, então, é conseguir equilibrar as variáveis de custos e nível de


serviço. É possível melhorar o nível de serviço e reduzir o custo simultaneamente? Nem sempre
isso é viável. Vamos tomar como exemplo uma expectativa ou acordo realizado junto ao cliente,
que é atender aos pedidos em até 48 horas. Trata-se de um objetivo altamente complexo quando
pensamos em todos os desafios logísticos enfrentados pelas empresas contemporâneas.

Para essa rápida resposta ao consumidor, será necessário ter produtos em estoque para o
atendimento de requisito. O aumento de estoque significará maiores custos. Então, qual é a
solução? Não existe uma resposta exata. Cada empresa, processo, cliente e até mesmo produto
apresentará sua especificidade e estratégia distinta. Cabe ao gestor decidir esse trade off, ou
seja, escolher o que priorizar. Essa decisão pode resultar em vantagem competitiva e agregação
de valor.

Desafios logísticos

Você já deve ter ouvido a seguinte frase: “O maior de todos os desafios logísticos é, sem dúvida,
a infraestrutura”.

Esse é um jargão comum para todo e qualquer profissional da área de logística, pois muitas
empresas, de âmbito nacional ou internacional, atendem a mercados e produções em que a
distância e a qualidade do sistema de movimentação não podem ser um fator limitador. Para
esse tipo de desafio, torna-se necessário um sistema logístico bem estruturado que favoreça o
desenvolvimento operacional da organização. Mas você concorda com essa afirmação?

De forma abrangente, os desafios logísticos começam com a seleção dos fornecedores,


passando pelos processos de negociação com clientes e fornecedores, pelo planejamento da
produção, inclusive pelo dimensionamento dos níveis de estoques e dos locais de armazenagem,
bem como pelos mecanismos de distribuição dos produtos aos clientes, e, tendo em vista
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

aspectos da economia contemporânea, seguem até chegar ao processo de logística reversa e a


questões de sustentabilidade.

É possível perceber uma crescente preocupação das empresas no que tange à tarefa de lidar
com os desafios logísticos. Nesse cenário, surgiu a necessidade de utilizar um conjunto de
métodos e técnicas, como o Just in Time (JIT), o controle estatístico de processo, o
desdobramento da função da qualidade (QFD), engenharia simultânea e produção enxuta (Lean
Manufacturing). Essas são algumas ferramentas adotadas em quase todos os países
industrializados e sua utilização contribui para a otimização dos processos logísticos. Mas do
que se trata esses conceitos? Vamos entender?

Just in Time (JIT): é uma filosofia que visa à redução do estoque, produzindo somente a
quantidade necessária, no tempo necessário.
Desdobramento da função da qualidade (QFD): engloba ferramentas da qualidade que têm
por objetivo o desenvolvimento de produtos que incorporem as reais necessidades do
cliente em seus projetos de melhoria.
Engenharia simultânea: é o envolvimento da gestão da produção ainda no desenvolvimento
do produto, buscando antever os processos e possíveis ocorrências.
Lean Manufacturing ou produção enxuta: é uma filosofia operacional que visa à eliminação
dos desperdícios e à criação de valor.

Siga em Frente...

Principais desafios logísticos


Embora os desafios logísticos possam apresentar distinções e especificidades singulares em
função do tipo de negócio, região e diversos outros fatores, os mais comuns são:

Planejamento da demanda: praticamente todos os desafios da logística surgem por causa


da escassez de processos que visem ao entendimento do comportamento da demanda do
mercado com relação aos itens comercializados pela organização. Pense em uma
lanchonete que tenha comprado uma quantidade pequena de pães em um dia de pico de
vendas; o resultado só pode ser desastroso! Com o propósito de alcançar uma maior
precisão da demanda, podem-se utilizar métodos quantitativos (uso de recursos
matemáticos e estatísticos) ou métodos qualitativos (pesquisa de mercado, analogia
histórica, etc.), além de planejamentos colaborativos entre as áreas e empresas envolvidas.
Métodos de aquisição de materiais: este desafio relaciona os processos de identificação,
seleção, negociação e avaliação de fornecedores. Como podemos perceber, a seleção
incorreta do fornecedor pode levar à falência de um negócio.
Armazenagem: os desafios logísticos integrados ao processo de armazenagem podem ser
divididos em dois pontos de vista: o estratégico (localização do armazém ou centro de
distribuição) e operacional (planejamento e controle dos processos de estocagem,
tecnologias de facilitação de estocagem, movimentação e atendimento dos pedidos pelo
armazém). Se o centro de distribuição de uma empresa está distante do seu principal
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

mercado consumidor, podem acontecer problemas relativos à demora no tempo de


entrega.
Gestão de estoques: o desafio de gerenciamento de estoques possibilita a agregação de
valor quando o produto está disponível para o cliente no momento desejado, gerando um
resultado favorável para os quesitos relacionados ao nível de serviço. Contudo, é
necessário que o profissional de logística busque por melhores técnicas de gestão de
estoque.
Transportes: abrange desde a seleção correta do modal (tipo/modelo) de transporte até o
gerenciamento das rotas e frotas, pois o custo do transporte é um dos maiores
responsáveis pelo aumento no custo logístico, bem como a relação direta dessa atividade
com o recebimento dos insumos e o nível de serviço, o que demanda muita atenção dos
profissionais de logística.
Infraestrutura: é um dos desafios com maior grau de importância, pois problemas na
infraestrutura logística prejudicam o fluxo de produtos entre os diversos pontos da cadeia
logística. No Brasil, encontramos grandes dificuldades para utilizar modais de transporte
diferentes do rodoviário (caminhões) por causa da falta de infraestrutura para os demais
modos de transporte (portos, aeroportos, ferrovias, etc.). No entanto, até mesmo o modal
rodoviário sofre com as consequências da ausência de infraestrutura, visto que, longe dos
grandes centros, as estradas nacionais não possuem condições adequadas.
Visibilidade das informações: compartilhar informações de forma integrada, em um
ambiente colaborativo, para que todos os atores da cadeia logística visualizem o processo
de atendimento a um determinado pedido, é um desafio, mas também um grande
diferencial estratégico.
Tecnologia da informação: o tratamento das informações envolvidas no processo de
planejamento das operações logísticas, aliado aos avanços da tecnologia, exige que o
profissional de logística direcione uma atenção especial a essa área, pois tecnologia e
logística, quando associadas, se transformam em um diferencial estratégico das empresas.
Gestão de pessoas: este desafio é iniciado com a seleção de profissionais, seguindo com a
capacitação, motivação e, acima de tudo, desenvolvimento de equipes multifuncionais
comprometidas com os resultados desejados.
Tributação: o conceito de tributo engloba impostos, taxas de serviços públicos e
contribuições de melhoria (decorrentes de obras públicas), contribuições sociais e
econômicas, encargos e tarifas tributárias (com características fiscais) e emolumentos a
serem pagos pelo Poder Público em função de obtenção/transferência de bens e/ou
serviços diretos, específicos ou de concessão. O Brasil possui 92 tipos diferentes de
tributos, sendo que pelo menos 44 deles afetam os custos logísticos.
Globalização: é notória a possibilidade de comercializar qualquer produto ou serviço em
nível mundial. Isso é efeito da globalização, que permite a expansão dos negócios, ao
mesmo tempo em que traz maiores concorrências. No entanto, ser uma empresa global
não significa, necessariamente, ter o mesmo produto distribuído e comercializado em
qualquer parte do mundo. Muitas vezes será preciso entender a regionalização. Uma
empresa de fast-food que pretende vender seus produtos na Índia, por exemplo, não poderá
ofertar alimentos à base de carne bovina, pois a vaca é sagrada para os moradores daquele
país.
Exigências legais, sociais e ambientais: a legislação é um conjunto de leis que organiza a
vida de um país. No âmbito nacional, existem várias leis especificas (sendo nacionais,
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

estaduais e/ou municipais) para a área logística. Por exemplo, a Lei nº 13.103, de 2 de
março de 2015, dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, estabelecendo períodos
de paradas e/ou troca de motorista em longos trajetos. Já imaginou o quanto isso pode
impactar os custos e prazos de uma operação? O mesmo acontece com questões sociais e
ambientais.

Vamos Exercitar?

Então, vamos lá! Os desafios logísticos enfrentados pela Tudo Eletrônicos são complexos e
multifacetados, com impactos diretos sobre a eficiência operacional, a satisfação do cliente e a
competitividade no mercado por parte dessa empresa. Vamos analisar os principais desafios e
propor um plano de ações de melhoria.

Desafios logísticos da Tudo Eletrônicos


Gestão de estoque ineficiente: com um estoque de até 40 dias e sem métodos de gestão ou
previsão de demanda, a empresa enfrenta perda de capital e falta de agilidade.
Processos de distribuição lentos e ineficazes: atrasos de até 15 dias na distribuição, além
de altas taxas de avarias e extravios, afetam negativamente a reputação da empresa e
levam à perda de clientes.
Falta de profissionalização e treinamento: a equipe de logística, apesar de experiente,
carece de conhecimento em técnicas e metodologias modernas, o que limita a capacidade
de inovação e melhoria contínua.
Dependência excessiva do diretor nas decisões de compra: a falta de um sistema
estruturado para a aquisição de materiais, tomando como base apenas a intuição e
experiência do sr. José, aumenta os riscos de erros e ineficiências.
Infraestrutura e tecnologia defasadas: comparada aos concorrentes, que utilizam
rastreamento via satélite e automação, a Tudo Eletrônicos está atrasada tecnologicamente,
o que interfere na eficiência e na rastreabilidade dos seus produtos.
Problemas com o transporte e entrega: dificuldades na malha rodoviária de São Paulo e a
falta de controle sobre o serviço terceirizado de entrega agravam a insatisfação dos
clientes.

Plano de ações de melhoria

Implementar um sistema de gestão de estoque: adotar metodologias como Just in Time


(JIT) ou Kanban para reduzir o estoque e melhorar a eficiência.
Otimização dos processos de distribuição: adotar tecnologias de rastreamento e
automação para acelerar a distribuição e diminuir avarias e extravios.
Programa de treinamento e desenvolvimento de equipe: investir em treinamento para
atualizar a equipe com as últimas tendências e tecnologias em logística.
Sistematizar o processo de compra e previsão de demanda: utilizar ferramentas analíticas e
de Big Data para uma tomada de decisão baseada em dados, e não apenas na intuição.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Modernização tecnológica: investir em tecnologias como rastreamento via satélite e


automação de armazéns para melhorar a eficiência operacional e a rastreabilidade.
Melhorar a gestão de transporte e entrega: reavaliar e otimizar as rotas de entrega, além de
estabelecer um controle mais efetivo sobre o serviço terceirizado.

Impacto dos desafios no crescimento e diferencial da empresa

Eficiência operacional: a melhoria nos processos logísticos pode resultar em uma redução
de custos e tempos de entrega, aumentando a competitividade da empresa.
Satisfação do cliente: processos mais rápidos e confiáveis melhoram a experiência do
consumidor, contribuindo para a fidelização e atração de novos clientes.
Inovação e competitividade: a adoção de novas tecnologias e práticas inovadoras
posiciona a empresa à frente dos concorrentes, destacando-a no mercado.

Implementar essas ações requer um compromisso com a mudança e o investimento em


recursos, mas os benefícios a longo prazo são significativos tanto para a eficiência operacional
quanto para o crescimento sustentável da Tudo Eletrônicos.

Saiba mais

Quanto mais complexa for uma atividade, maior será a necessidade de uma logística eficiente
para sistematizar as etapas que a constituem, evitando erros e reduzindo custos operacionais.
Para que você possa saber como sistematizar um sistema logístico, além de compreender a
importância das operações logísticas para a gestão estratégica e assertiva de uma organização,
acesse o conteúdo sugerido para leitura a seguir.

LOGÍSTICA melhora a experiência do cliente e reduz custos operacionais.

Referências

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de


motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943, e as Leis nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro, e 11.442, de 5 de janeiro de 2007 (empresas e transportadores autônomos de carga),
para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; altera a Lei
nº 7.408, de 25 de novembro de 1985; revoga dispositivos da Lei nº 12.619, de 30 de abril de
2012; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 3 mar. 2015. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: 23 jan.
2024.

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022. Acesso em: 23 jan. 2024.

LOGÍSTICA melhora a experiência do cliente e reduz custos operacionais. Sebrae, 26 jan. 2023.
Disponível em:

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/logistica-melhora-a-experiencia-do-cliente-e-
reduz-custos-operacionais,0d66ce7503ee5810VgnVCM1000001b00320aRCRD. Acesso em: 24
jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 4
Qualidade na Logística

Qualidade na logística

Este conteúdo é um vídeo!


Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula você conhecerá tanto o conceito quanto a evolução histórica da
qualidade, bem como sua importância como elemento primordial para que as empresas possam
permanecer competitivas no mercado contemporâneo. Também será possível explorar a
qualidade aplicada às operações logísticas, apresentando, inclusive, os principais atributos que
ajudam os clientes a constatarem elevados níveis de qualidades em operações logísticas. Esses
tópicos são fundamentais para a sua prática profissional, pois cooperam para uma tomada de
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

decisão mais estratégica e adequada, otimização de processos e melhoria da satisfação do


cliente. Prepare-se para esta jornada de conhecimento! Vamos lá!

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? Do seu ponto de vista, o que é qualidade? O que faz você perceber
qualidade em um produto ou serviço? Quais são os atributos primordiais para que isso ocorra?
Entrega no prazo? Produto íntegro? Um bom atendimento? Produtos ou serviços que superem as
suas expectativas? E agora a pergunta que não quer calar: será que alguém próximo a você
percebe qualidade dessa mesma forma?

Todos esses questionamentos foram elencados apenas para que possamos compreender o nível
de subjetividade do fator qualidade. Entender isso é o que servirá como força motriz para que
empresas se esforcem para entregar aos seus clientes a maior quantidade de atributos de
qualidade, principalmente os aplicados às operações logísticas, a fim de satisfazer o seu
mercado consumidor. Nesse contexto, surge outro questionamento: quais são esses atributos de
qualidade?

O principal objetivo desta etapa de aprendizagem é apresentar a você os conceitos inerentes à


qualidade e sua evolução ao longo dos anos. Também vamos verificar quais são os atributos
exigidos no âmbito das operações logísticas que contribuirão substancialmente para que os
clientes possam constatar o recebimento de um elevado nível de serviço e, consequentemente,
de qualidade.

Para que possamos colocar em prática esses ensinamentos, vamos atuar junto aos gestores da
Souza & Catarino, uma empresa de médio porte do setor de varejo que está enfrentando
dificuldades significativas na gestão da qualidade de seus serviços e operações logísticas.

Apesar de contar com um histórico de sucesso na era da artesania e de ter se adaptado ao


modelo de produção em massa, a empresa não conseguiu evoluir adequadamente para as
demandas da gestão estratégica da qualidade.

Com a crescente complexidade e volatilidade do mercado atual, a Souza & Catarino está lutando
para manter a satisfação do cliente e a eficiência operacional. Seus principais problemas incluem
atrasos nas entregas, inconsistência na qualidade dos produtos e um sistema deficiente de
feedback dos clientes. Além disso, a empresa não implementou tecnologias modernas de
logística e gestão da qualidade, como a análise de dados e a automação.

Desse modo, você deverá apresentar sugestões e alternativas que mitiguem tais adversidades. E
então, preparado?

Vamos Começar!
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Evolução da qualidade: da artesania à gestão estratégica


A qualidade, como um conceito fundamental em produção e serviços, tem suas raízes na história
da civilização. Sua origem remonta à era da artesania, quando a produção era manual e cada
artesão era responsável pela criação e inspeção de seus produtos.

Nesse contexto, a qualidade era sinônimo de habilidade artesanal, com pouco ou nenhum
controle formal de qualidade. Esse período caracterizou-se por uma relação direta entre produtor
e consumidor, permitindo um feedback imediato sobre a qualidade.

Com o advento da Revolução Industrial, a produção em massa substituiu a artesania. Essa


mudança levou à necessidade de sistemas mais convencionais de controle de qualidade.
Frederick Taylor e outros personagens introduziram o conceito de gerenciamento científico,
direcionando o foco à eficiência e à padronização do trabalho. Na década de 1920, o controle
estatístico de qualidade foi introduzido por Walter A. Shewhart, marcando um ponto de virada na
gestão da qualidade.

Já durante a Segunda Guerra Mundial, a qualidade ganhou uma nova dimensão de importância
por causa da necessidade de produção confiável de materiais de guerra. É nesse momento
crucial da história mundial que foram desenvolvidas e implementadas técnicas e filosofias que
enfatizavam que o enfoque da qualidade não deveria ser apenas o produto ou serviço acabado,
mas sim todos os níveis da organização. Esse panorama deu origem ao conceito de gestão da
qualidade total (TQM).

Por sua vez, no cenário pós-guerra, a qualidade tornou-se um diferencial competitivo


internacional. A série de normas ISO 9000, introduzida em 1987, estabeleceu padrões
internacionais para sistemas de gestão da qualidade. Além disso, conceitos como Seis Sigma e
Lean Manufacturing surgiram, concentrando-se na redução de desperdícios e na melhoria
contínua.

Por fim, no atual momento, o qual chamamos de “era digital”, a qualidade evoluiu para além da
manufatura, englobando serviços e softwares. A qualidade passou a ser integrada com inovação
e agilidade, adaptando-se às rápidas mudanças do mercado e às expectativas dos
consumidores. As ferramentas digitais e a análise de dados passaram a desempenhar um papel
vital na gestão da qualidade, o que destaca a importância da qualidade não apenas como uma
função operacional, mas também como um pilar estratégico para o sucesso sustentável das
organizações.

Conceito de qualidade

Talvez o valor de qualidade seja conhecido por todos, mas, quando se trata do conceito, a
percepção de cada parte interessada pode ser diferente, conforme seus anseios e necessidades.

Nesse sentido, é possível pensar que qualidade significa fazer as coisas da maneira certa, ou
seja, como foi combinado com o cliente. Se ele ficar satisfeito, é porque a qualidade foi atingida.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

De modo inerente, pode-se entender por qualidade a competência em atingir o objetivo que foi
definido, uma vez que ela pode estar em tudo o que se faz, e não apenas nas consequências do
que foi feito.

Entretanto, utilizando-se de um conceito mais amplo e abrangente, podemos afirmar que a


qualidade consiste em um conjunto de características de desempenho de um produto ou serviço
que, em conformidade com as especificações, atende e, por vezes, supera as expectativas e os
anseios do consumidor.

Cabe destacar que apenas o cliente pode definir a qualidade de um serviço ou produto. Logo, a
qualidade passa a ser um termo relativo, que muda conforme a evolução das necessidades do
consumidor. Assim, os gestores precisam estar aptos a perceber a importância das pesquisas
junto aos consumidores, as teorias e as aplicações dos métodos estatísticos aos processos de
produção.

Nesse sentido, um questionamento bastante recorrente é o seguinte: quais são os princípios


necessários para se desenvolver uma gestão voltada ao atingimento de níveis elevados de
qualidade? É claro que esses princípios podem variar de organização para organização, mas as
prescrições essenciais podem ser resumidas nos seguintes pontos:

Criar uma declaração de objetivos e propósitos para a melhoria constante dos produtos e
serviços, a fim de se tornar competitivo e criar empregos.
Afastar-se totalmente da dependência da inspeção para atingir a qualidade. Ou seja, é
necessário prevenir e investir, colocando a produção com qualidade em primeiro lugar.
Acabar com a política de compra baseada no preço.
Dar importância à minimização dos custos totais e à formação de parcerias.
Aperfeiçoar continuamente o sistema de produção e serviços.
Aplicar o treinamento da função.
Instituir a liderança, bem como estabelecer novas formas de direção, renovando as práticas
de chefia.
Eliminar o medo e evitar uma gestão autoritária, gerando a confiança.
Derrubar as barreiras entre os departamentos. O trabalho deve ser realizado em equipe para
atingir os objetivos organizacionais.
Eliminar os slogans e metas numéricas para a força de trabalho, uma vez que a maioria dos
problemas de qualidade é inerente aos processos e sistemas.
Instituir um programa de educação e autodesenvolvimento.

Entretanto, embora possa parecer que a aplicação desses princípios seja simples, é de
fundamental importância que se adote um programa de implementação da qualidade. Para isso,
podem-se seguir alguns passos fundamentais:

1. Planejamento da qualidade: identificar os clientes, estabelecer suas necessidades,


desenvolver características dos produtos e processos que as satisfaçam, transferir os
resultados para o nível operacional.
2. Controle da qualidade: manter o processo planejado, a fim de alcançar as metas. Avaliar o
nível de desempenho, comparando-o às metas estabelecidas, e tomar medidas que atuem
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

nas diferenças.
3. Melhoria da qualidade: criar mudanças que tragam benefícios e atinjam altos níveis de
desempenho, definir uma base que proporcione a melhoria da qualidade, identificar e
selecionar projetos de melhoria, criar equipes de projetos comprometidas com o sucesso,
motivar e treinar as equipes para manter o nível de melhoria.

A Figura 1, a seguir, ilustra o processo de percepção de qualidade por parte do cliente.

Figura 1 | Trajetória de percepção da qualidade.

Qualidade em logística

A qualidade em logística é um tema de grande relevância no contexto acadêmico e empresarial,


pois cumpre um papel de grande importância tanto para as empresas quanto para os
consumidores. Desse modo, é fundamental que a qualidade em logística seja analisada tanto do
ponto de vista das empresas quanto sob a ótica dos consumidores.

Para as organizações, a qualidade em logística é essencial para manter a competitividade no


mercado. Uma logística eficiente permite a redução de custos, a otimização de processos e o
aumento da satisfação do cliente.

Empresas que investem na qualidade de suas operações logísticas conseguem melhorar a


gestão de estoque, reduzir tempos de entrega e aumentar a precisão nas previsões de demanda.
Isso se traduz em uma cadeia de suprimentos mais ágil e eficiente, capaz de responder
rapidamente às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

No que se refere aos consumidores, a qualidade logística influencia diretamente a experiência de


compra e a percepção da marca. Um serviço logístico de alta qualidade garante entregas rápidas,
seguras e no prazo estabelecido, o que aumenta a confiança que o consumidor tem na empresa.
Além disso, oferecer opções de rastreamento em tempo real e contar com uma política de
devoluções eficiente são aspectos valorizados pelos consumidores.

Siga em Frente...

Atributos necessários para constatar qualidade em logística


Como você perceberá, os atributos essenciais para que se possa constatar elevados níveis de
qualidade em logística, em diversos momentos, convergem com os atributos logísticos
ganhadores de pedidos. Isso ocorre porque tanto os atributos ganhadores de pedidos quanto os
requisitos vitais à percepção de qualidade devem se complementar, a fim de satisfazer de
maneira plena e satisfatória o mercado consumidor. Desse modo, os principais atributos que
contribuem para a percepção de qualidade em logística são os seguintes:

Eficiência operacional: refere-se à capacidade de executar as operações logísticas de forma


rápida e com o menor custo possível, mantendo a qualidade do serviço.
Confiabilidade: consiste na habilidade de cumprir promessas, entregando os produtos no
prazo e condições acordados.
Flexibilidade: capacidade de adaptar as operações logísticas a mudanças inesperadas na
demanda ou no fornecimento.
Rastreabilidade: facilidade com que os clientes podem acompanhar seus pedidos,
proporcionando transparência e segurança.
Sustentabilidade: implementação de práticas logísticas que minimizem o impacto
ambiental, o que é cada vez mais valorizado tanto por consumidores quanto por
stakeholders.
Gestão de relacionamentos: ajuda a construir relações sólidas e de longo prazo com
fornecedores e clientes, melhorando a comunicação e a colaboração.
Inovação tecnológica: uso de tecnologias avançadas, como automação, inteligência
artificial e análise de dados, para aprimorar as operações logísticas.
Gestão de riscos: capacidade de identificar, avaliar e mitigar potenciais riscos nas
operações logísticas.
Atendimento ao cliente: consiste em oferecer um serviço de atendimento eficiente e
proativo, capaz de resolver rapidamente quaisquer problemas ou dúvidas.
Qualidade do produto: tem a função de garantir que os produtos sejam entregues em
perfeito estado, sem danos ou defeitos.

Portanto, podemos concluir que a qualidade em logística é um aspecto primordial e que afeta
diretamente a competitividade das empresas, bem como a satisfação dos consumidores. Investir
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

nos atributos mencionados não apenas melhora a eficiência operacional, mas também constrói
uma imagem positiva da empresa, fidelizando clientes e fortalecendo a marca no mercado.

Vamos Exercitar?

Então, vamos lá! Para solucionar os problemas de qualidade logística identificados na empresa
Souza & Catarino, podemos trabalhar com as seguintes alternativas:

Implementação de um sistema de gestão da qualidade total (TQM): a empresa deve adotar


um sistema TQM para garantir que a qualidade seja uma responsabilidade compartilhada
em todos os níveis da organização. Isso inclui treinamento e engajamento dos funcionários
na promoção da melhoria contínua.
Adoção de tecnologias avançadas: é interessante introduzir tecnologias como inteligência
artificial, análise de dados e automação para melhorar a eficiência operacional. Essas
tecnologias podem ajudar na previsão de demanda, gestão de estoque, rastreamento de
pedidos e identificação proativa de problemas de qualidade.
Melhoria no processo de feedback do cliente: deve-se estabelecer um canal de
comunicação robusto e eficiente com os clientes para coletar feedbacks regulares. Isso
pode ser feito por meio de pesquisas, sistemas de avaliação on-line e um serviço de
atendimento ao cliente mais responsivo.
Foco na flexibilidade e confiabilidade da logística: consiste em aprimorar a flexibilidade e a
confiabilidade das operações logísticas para responder prontamente a mudanças na
demanda e garantir entregas no prazo.
Práticas sustentáveis: é preciso integrar práticas sustentáveis nas operações logísticas
para atender às crescentes expectativas dos consumidores e stakeholders em relação à
responsabilidade ambiental.
Treinamento e desenvolvimento de equipes: deve-se investir no treinamento e
desenvolvimento contínuo das equipes, enfatizando a importância da qualidade em todos
os aspectos das operações.
Gestão de relacionamento com fornecedores: consiste em construir parcerias estratégicas
com fornecedores para assegurar a qualidade dos insumos e a eficiência da cadeia de
suprimentos.
Monitoramento e avaliação constantes: é importante implementar um sistema de
monitoramento e avaliação contínuos para medir a eficácia das estratégias de qualidade e
fazer ajustes conforme necessário.

Por meio dessas medidas, a empresa Souza & Catarino poderá constatar uma melhoria
significativa na satisfação do cliente, eficiência operacional e competitividade no mercado.

Saiba mais

É bastante comum nos depararmos com o termo “stakeholders” quando tratamos de assuntos
logísticos. Mas você sabe o que é um stakeholder? Qual o seu papel e importância no contexto
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

da logística? Para aprender mais detalhes sobre esse assunto, acesse os materiais sugeridos
para leitura a seguir.

Por que a colaboração entre os stakeholders é necessária em logística urbana? Este artigo
discute a importância da cooperação entre empresas que atuam diretamente com a operação
logística chamada de coopetição (cooperação + competição), para garantir melhores práticas em
termos operacionais, de sustentabilidade e de segurança para os cidadãos.

O papel dos stakeholders na sustentabilidade da empresa: este material analisa o contexto da


empresa Alfa e seus stakeholders, buscando formas de inferir que uma melhor gestão de
stakeholders pode repercutir positivamente no processo de sustentabilidade dessa organização.

O papel dos stakeholders na sustentabilidade da empresa: contribuições para construção de um


modelo de análise.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

LYRA, M. G.; GOMES, R. C.; JACOVINE, L. A. G. O papel dos stakeholders na sustentabilidade da


empresa: contribuições para construção de um modelo de análise. Revista de Administração
Contemporânea, Curitiba, v. 13, n. spe, p. 39-52, jun. 2009. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/rac/a/Jr3r7FjzTFj9H7dH7Y53mNR/. Acesso em: 25 jan. 2024.

POR QUE a colaboração entre os stakeholders é necessária em logística urbana? Mundo


Logística, 31 jul. 2019. Disponível em: https://mundologistica.com.br/noticias/porque-a-
colaboracao-entre-os-stakeholders-e-necessaria-em-logistica-urbana. Acesso em: 25 jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Aula 5
Encerramento da Unidade

Videoaula de Encerramento

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Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula você retomará a análise dos conceitos e funções de logística,
atividades logísticas, técnicas e métodos aplicados à logística, e planejamento logístico. Esses
assuntos são essenciais para a sua prática profissional, pois a logística eficiente é a espinha
dorsal de qualquer negócio bem-sucedido. Além disso, gerenciar tais atividades é de
fundamental importância para o sucesso de qualquer organização. Então, prepare-se para esta
jornada de conhecimento! Vamos lá!

Ponto de Chegada

Olá, estudante! Para desenvolver a competência associada a esta unidade de aprendizagem, que
é “Compreender os conceitos e definições acerca da logística e sua importância no cenário atual,
bem como identificar e entender os subprocessos logísticos e a forma com que eles se
interconectam e contribuem para a efetividade das operações e a eficiência geral de uma
organização”, você deverá, antes de tudo, conhecer os conceitos fundamentais e funções
relacionados à logística.

Em seguida, você deverá investigar a logística integrada e seus subprocessos, entendendo como
a logística agrega valor e contribui para a cadeia de valor. Também é interessante assimilar a
importância da qualidade na logística e as diversas atividades logísticas, como transporte,
armazenagem, movimentação e gestão de estoques.

Vale destacar, ainda, que você precisará se familiarizar com as técnicas e métodos aplicados à
logística, como Logística Lean, Just in Time, Kanban e método SIPOC, além de compreender a
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

importância da embalagem, unitização, outsourcing e aplicação da tecnologia de informação na


logística.

Por fim, você deverá aprofundar seus conhecimentos sobre o planejamento logístico, entendendo
o nível de serviço logístico, a medição de desempenho e os custos logísticos.

É Hora de Praticar!

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Uma empresa de médio porte no setor de eletrônicos busca otimizar sua cadeia de suprimentos
e operações logísticas. Essa instituição vem enfrentando problemas como atrasos na entrega,
custos elevados de transporte e armazenamento, e ineficiências no gerenciamento de estoques.
Questões norteadoras:

Como a logística integrada pode melhorar a eficiência operacional da empresa?


De que maneira a qualidade na logística interfere no valor percebido pelo cliente?
Quais estratégias de gestão de estoques e tecnologias de informação podem ser aplicadas
para otimizar o planejamento logístico?

Para que você possa solidificar seu entendimento sobre os assuntos estudados nesta etapa de
aprendizagem, considere as seguintes perguntas:
Como a compreensão dos conceitos e funções de logística pode impactar a eficiência de uma
organização?
De que maneira a tecnologia de informação aplicada à logística pode otimizar os processos
logísticos?
Como o planejamento logístico contribui para a efetividade das operações de uma organização?

1. Aplicação da logística integrada


A logística integrada envolve a coordenação eficaz dos subprocessos logísticos – transporte,
armazenagem, movimentação e gestão de estoques. Ao adotar uma abordagem integrada, a
empresa pode melhorar a sincronização entre esses elementos, reduzindo atrasos e custos. A
implementação do conceito de Logística Lean, especialmente por meio de práticas como Just in
Time e Kanban, pode minimizar desperdícios e melhorar o fluxo de materiais.
2. Qualidade na logística e valor ao cliente
A qualidade nos processos logísticos é diretamente proporcional ao valor percebido pelos
clientes. Ao garantir entregas pontuais e seguras, a empresa aumenta a satisfação do
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

consumidor. Isso pode ser alcançado por meio da melhoria contínua dos processos e da
implementação de medidas de controle de qualidade rigorosas em todas as fases da logística.
3. Estratégias de gestão de estoques e tecnologia da informação
A adoção de técnicas avançadas de gestão de estoques, como o método SIPOC (Suppliers,
Inputs, Process, Outputs and Customers), permite obter uma visão mais clara do fluxo de
materiais e a identificação de pontos de melhoria. Além disso, o uso de tecnologias de
informação, como sistemas de gestão de armazéns (WMS) e planejamento de recursos
empresariais (ERP), pode trazer transparência e eficiência ao planejamento logístico.
Outras perspectivas e reflexões
Embora essa abordagem centralize-se na integração dos processos e na qualidade do serviço,
existem outras perspectivas a serem exploradas, como a sustentabilidade na logística e a
adaptação a cenários de incerteza econômica. Convido você a refletir sobre essas e outras
possíveis estratégias que poderiam ser aplicadas ao contexto analisado para aprimorar ainda
mais a eficácia da cadeia de suprimentos da empresa.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.
4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da
indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.
POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:
Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.
,
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Unidade 2
Atividades Logísticas

Aula 1
Transporte

Transportes

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Dica para você
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Olá, estudante! Nesta videoaula exploraremos uma das atividades de maior importância para o
contexto logístico: as operações de transporte. Nesse contexto, trataremos de conceitos
fundamentais e investigaremos os diversos tipos de modais de transportes. Você aprenderá
estratégias eficazes para a otimização do transporte, uma habilidade fundamental para melhorar
a eficiência e a sustentabilidade em sua prática profissional. Este conhecimento é essencial para
quem busca excelência e inovação no campo da logística e gestão de cadeias de suprimentos.
Prepare-se para uma jornada enriquecedora de aprendizagem!

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? Você sabia que o transporte é uma das atividades mais críticas dentre
todas as operações logísticas? Por isso tal atividade deve ser criteriosamente gerida, a fim de
que possa contribuir para o atingimento dos objetivos organizacionais, tanto no que se refere à
entrega de um elevado nível de serviço e qualidade quanto em termos de lucratividade e
competitividade.

Considerando esse contexto, esta aula tem o objetivo principal de apresentar a você os conceitos
fundamentais relacionados aos procedimentos de transportes, bem como as particularidades
inerentes a cada um dos tipos de modais disponíveis. Por fim, também conheceremos algumas
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

estratégias que são comumente utilizadas pelas organizações contemporâneas para otimizar
seus processos de transportes.

Para que possamos colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você
atua junto aos gestores de uma empresa de manufatura, a qual integra um mercado altamente
competitivo e globalizado, que enfrenta desafios significativos em suas operações de transporte.
Isso vem afetando negativamente sua eficiência operacional, custos logísticos e satisfação do
cliente.

A empresa utiliza predominantemente o transporte rodoviário para distribuir seus produtos


acabados a varejistas em todo o território nacional. No entanto, tem enfrentado problemas como
atrasos frequentes nas entregas, altos custos de frete em função do estado precário das
rodovias e dos roubos de carga, além de impactos ambientais negativos por causa das emissões
de CO2. Esses empecilhos têm interferido diretamente nos níveis de serviço ao cliente e na
lucratividade da empresa.

Diante disso, quais estratégias podem ser implementadas pela empresa a fim de solucionar
esses problemas?

E então, preparado? Vamos lá!

Vamos Começar!

Operações de transporte: conceitos fundamentais


No cenário empresarial atual, caracterizado por mercados globalizados e altamente
competitivos, a logística e, em particular, as operações de transporte assumem um papel
estratégico na determinação do sucesso organizacional. O transporte é um dos principais
componentes da logística empresarial, afetando diretamente a eficiência da cadeia de
suprimentos, os níveis de serviço ao cliente, os custos operacionais e, por consequência, a
lucratividade das empresas.

O transporte de materiais, sejam eles matérias-primas, produtos em processamento ou produtos


acabados, e as operações de transportes inerentes à logística reversa sempre receberam grande
atenção por parte dos gestores organizacionais e profissionais da logística, não apenas em
decorrência da sua relevância para os níveis de eficiência em transporte, mas também por serem
elementos decisivos para os índices de produtividade, de qualidade, de segurança, para os
custos da operação logística e, consequentemente, para que a empresa disponha de vantagem
competitiva frente ao mercado em que atua.

A eficiência nas operações de transporte pode ser entendida como a capacidade de minimizar os
custos e otimizar os tempos de entrega, mantendo ou melhorando os níveis de serviço.
Empresas que conseguem excelência em suas operações de transporte podem reduzir
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

significativamente seus custos logísticos, oferecendo preços mais competitivos ao mercado ou


aprimorando suas margens de lucro.

Além disso, a eficiência em transporte permite uma maior flexibilidade e agilidade nas respostas
às demandas do mercado, características cada vez mais valorizadas em um ambiente de
negócios que exige rapidez e personalização. Essa capacidade de resposta rápida pode ser um
diferencial importante, contribuindo para a construção de uma vantagem competitiva
sustentável.

As atividades de transporte de materiais fazem parte do conjunto de operações da função de


movimentação e têm como objetivo principal garantir que o serviço de transporte seja realizado
de modo eficiente e eficaz. Para organizar um sistema de transporte, é preciso ter uma visão
sistêmica, que envolve planejamento. Nesse caso, torna-se crucial conhecer os seguintes
fatores:

Os fluxos de materiais nas diversas ligações da rede logística.


O nível de serviço atual.
O nível de serviço desejado.
As características ou parâmetros sobre a composição da carga.
Os tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante, etc.).

Dessa forma, os transportes estão integrados aos processos de produção, distribuição e


consumo das organizações. Para promover essa vinculação, os sistemas de transporte são
pensados como uma parte integrante da cadeia de suprimentos e submetem-se aos objetivos de
otimização de processos logísticos a um custo reduzido.

Nos últimos anos, para a geração de altos níveis de eficiência dos transportes, foram
incorporados aspectos que respondem à era da globalização, como maior sensibilidade ao
tempo gasto nas operações de embarque e desembarque, maior confiabilidade nas redes de
comunicação e de computadores, velocidade nos movimentos e nas transações, e padronização
de equipamentos e procedimentos. Assim, o gerenciamento das atividades de transporte não
pode ser executado como um elemento isolado, mas como parte integrante do processo
produtivo e logístico de uma empresa.

No aspecto qualitativo, os sistemas de transporte devem disponibilizar serviços que superem as


expectativas dos clientes. Além de ser um diferencial competitivo, o aprimoramento da qualidade
no transporte pode ser revertido em redução do custo do produto final, bem como em diminuição
dos custos de transação ou das perdas, por exemplo.

Vale destacar, ainda, que o transporte tem sua relevância associada não apenas à participação
na composição do produto interno bruto (PIB) de um país, mas também à crescente influência
que a transferência, coleta e distribuição de carga têm no desempenho dos segmentos
econômicos, produtivos e no bem-estar da sociedade. Diversos estudos e pesquisas apontam
que os gastos com transporte podem representar algo em torno de 6,8% do PIB de um país como
o Brasil.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

No que se refere ao objetivo principal do transporte de cargas, pode-se seguramente afirmar que
consiste na movimentação de bens para atender às necessidades dos clientes sob custos
economicamente viáveis. Desse modo, para que cumpram esse objetivo, impreterivelmente as
operações de transportes devem também cumprir a sua missão, que é garantir a eficiência no
escoamento das produções de bens de consumo, contribuindo para o crescimento econômico
das organizações e da sociedade.

Nesse contexto, a principal decisão relativa ao transporte de cargas, tanto no âmbito das
políticas públicas de investimento em infraestrutura quanto no aspecto gerencial de empresas
privadas e estatais, é a escolha do tipo ou modal de transporte dentre as cinco opções possíveis:
rodoviário, ferroviário, aéreo, aquaviário e dutoviário. Cada alternativa possui estrutura de custos
e características operacionais específicas que a tornam mais adequada para determinados tipos
de produtos e operações.

Tipos de modais de transportes

O transporte rodoviário é o mais utilizado no território nacional, sendo responsável por


aproximadamente 62% da distribuição de insumos e produtos industrializados em todo o país.
Entretanto, algumas rodovias ainda apresentam um péssimo estado de conservação, o que,
consequentemente, aumenta de forma considerável o custo logístico do modal rodoviário.

Outro ponto a ser destacado é o roubo de cargas, pois, de acordo com a Federação Nacional de
Seguros Gerais (FenSeg), esse tipo de infração apresentou um constante crescimento nos
últimos anos.

Por ser um modal com maior velocidade e planejamento de rota flexível, é recomendado para o
transporte à curta distância de produtos acabados, com alto valor agregado. Além dessas
características, é possível ressaltar algumas vantagens e desvantagens do modal rodoviário,
como mostra o Quadro 1, a seguir.

Vantagens Desvantagens
Acessibilidade, pois consegue chegar a Maior investimento do governo na
quase todos os lugares do território infraestrutura das rodovias, em comparação
brasileiro. aos outros modais.
Alto custo de frete por causa do impacto
Flexibilidade para organizar a rota. direto que pedágios e o alto valor do
combustível exercem.
Facilidade para contratar ou organizar o Maiores chances de extravio de carga por
transporte. roubos e acidentes.
Maior possibilidade de controle no tempo de Muito poluente, com forte impacto
entrega confiável. ambiental.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Baixa capacidade de carga, com limitação


Integração de todos os estados brasileiros.
de volume e peso.

Quadro 1 | Vantagens e desvantagens do modal rodoviário. Fonte: elaborado pelo autor.

Em 2022, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontou que 62,1% das principais
rodovias do país apresentam problemas. A pesquisa avaliou 98.475 quilômetros (48,4% de todas
as vias asfaltadas no Brasil) de estradas federais e estaduais, sob administração pública ou
concessão (setor privado).

O estudo identificou que há uma diferença substancial entre as rodovias que estão sob os
cuidados do governo federal e as que estão sob os cuidados do setor privado, uma vez que, no
que se refere às vias sob concessão, os resultados indicaram que 48% são consideradas ótimas,
38,9% boas, 12% regulares e apenas 1,1% são vistas como vias ruins.

Já nas rodovias sob gestão pública (federal ou estadual), somente 5,6% foram consideradas
ótimas, 28,2% boas, 34,25% regulares, 21,5% ruins, e os que classificaram as vias como péssimas
somaram 10,5%.

Por sua vez, o modal ferroviário, quando comparado com o rodoviário, é mais eficaz para
transportar cargas de baixo valor agregado e grandes volumes, como commodities. O modal
ferroviário também se mostra mais apropriado para o transporte de mercadorias em longas
distâncias, além de poder ser adaptado para transportar outros tipos de carga, como automóveis.

Contudo, a movimentação de cargas pelas ferrovias no Brasil é baixa e direcionada a apenas


alguns produtos, com destaque para o minério de ferro. A falta de integração da malha ferroviária
com os portos e os principais centros consumidores deve ser sinalizada como ponto negativo e
com grande influência para a baixa movimentação de cargas.

Além dessas características, é possível apontar algumas vantagens e desvantagens do modal


ferroviário, como indica o Quadro 2, a seguir.

Vantagens Desvantagens
Baixo custo, porque tem pouca incidência
Baixa velocidade com que os trens trafegam
de taxas e utiliza combustíveis mais
nas vias férreas.
baratos.
Grande capacidade de carga. Rotas fixas e inalteráveis.
Menor risco de acidentes e maior segurança Necessita de outros modais para finalizar o
no transporte da carga. processo de transporte.

Quadro 2 | Vantagens e desvantagens do modal ferroviário. Fonte: elaborado pelo autor.


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PROCESSOS LOGÍSTICOS

O modal aquaviário é aquele em que se utiliza o meio aquático, natural ou artificial, para a
movimentação de cargas ou passageiros. Entretanto, a participação desse modal na matriz de
transportes brasileira é restringida por várias razões, o que exige o uso de outro modal de
transporte, de forma combinada, ou seja, por meio da intermodalidade ou multimodalidade.

Além disso, o transporte aquático é, na maior parte dos casos, mais lento que o modal
ferroviário. Porém os custos de danos e perdas do transporte aquático são considerados baixos
quando comparados aos de outros modais, pois não é dada maior importância a danos físicos
em mercadorias de baixo valor, e as perdas decorrentes de atrasos não são grandes
(compradores costumam manter grandes inventários). Queixas envolvendo o transporte de
mercadorias de alto valor, como no caso do transporte oceânico, podem abranger valores
elevados, mas a ocorrência desse tipo de situação é bastante baixa.

Nesse sentido, cabe destacar que o modal aquaviário tem potencial para ser um dos meios mais
importantes para a logística nacional. Contudo, a infraestrutura precária e a falta de
investimentos contribuem negativamente para que o Brasil não consiga explorar todo o seu
potencial aquaviário. Para se ter uma ideia da relevância desse modal, atualmente o transporte
aquaviário de cargas corresponde a 13,6% de toda a carga que é transportada no Brasil.

O modelo de transporte aquaviário pode ser subdividido em três formas, como indica o Quadro 3,
a seguir.

Utilizando as
Fluvial ou hidroviário hidrovias e rios
navegáveis.
Transporte que se dá
Lacustre
por meio de lagos.
Transporte no mar
Modal aquaviário entre diferentes
Longa distância
países e/ou
continentes.
Marítimo Navegação entre
portos de um mesmo
Cabotagem país ou a distâncias
pequenas, dentro das
águas costeiras.

Quadro 3 | Modal aquaviário.Fonte: elaborado pelo autor.

Dando continuidade às especificidades inerentes aos modais de transportes, o modal aéreo,


embora possua o maior valor de frete dentre todos os modais disponíveis, tem tido uma
demanda crescente no segmento de cargas com serviço regular.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

A vantagem do modal aéreo reside em sua velocidade sem paralelo, principalmente para longas
distâncias. A disponibilidade e a confiabilidade do serviço aéreo podem ser consideradas boas
sob condições normais de operação, e a variabilidade do tempo de entrega é baixa em termos
absolutos, apesar de o tráfego aéreo ser muito sensível a falhas mecânicas, condições
meteorológicas e congestionamentos. Ao comparar sua variabilidade com seu tempo médio de
entrega, a situação se inverte, pois o modal aéreo se apresenta como um dos menos confiáveis.

Entretanto, a capacidade do transporte aéreo foi sempre limitada pelas dimensões físicas dos
porões e pela capacidade de carga dos aviões. Essas restrições passam a ser amenizadas à
medida que aeronaves maiores entram em serviço. O transporte aéreo é vantajoso em termos de
perdas e danos.

Nesse contexto, para se medir a qualidade do serviço oferecido pelos diferentes modais de
transporte, normalmente avaliam-se cinco dimensões principais: tempo de entrega médio
(velocidade), variabilidade do tempo de entrega (consistência), capacidade de movimentação,
disponibilidade e frequência, como pode ser observado na Figura 1, a seguir.

Figura 1 | Comparativo entre modais. Fonte: elaborada pelo autor.

Durante a escolha do modal, ainda existe a possibilidade de optar por mais de um tipo de
transporte, a fim de que se possa buscar uma melhor flexibilidade e adequação ao produto e/ou
processo. É essa abordagem que denominamos multimodalidade e intermodalidade.

As duas estratégias, isto é, tanto a intermodalidade quanto a multimodalidade, consistem na


utilização de mais de um tipo de modal para o transporte de uma determinada mercadoria. O que
as difere é que na intermodalidade a emissão de documentos de transporte é independente. Ou
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

seja, para cada modal de transporte usado, emite-se um conhecimento de transporte. Já na


multimodalidade, emite-se apenas um conhecimento ou documento de transporte, que
acompanhará a mercadoria até o seu destino. Tal documento é emitido pelo operador de
transporte multimodal (OTM).

Siga em Frente...

Estratégias para a otimização do transporte


Em relação ao aspecto qualitativo, os sistemas de transporte devem disponibilizar serviços que
superem as expectativas dos clientes. Além de ser um diferencial competitivo, o aprimoramento
da qualidade no transporte pode ser revertido em redução do custo do produto final, bem como
em diminuição dos custos de transação ou das perdas, por exemplo. Entretanto, há uma série de
fatores que comprometem o funcionamento adequado desse sistema.

Dentre os principais problemas existentes na gestão de transporte de carga, podem-se destacar


a demora na entrega de produtos, itens com defeitos gerados pelo mau acondicionamento da
carga e o atraso no processo de expedição. Além disso, é possível apontar complicações nas
estruturas para o escoamento da produção, como falta de rodovias com excelentes níveis de
qualidade, falta de área de descanso para motoristas, frete baixo, risco iminente de roubos e
assaltos, etc.

De modo geral, há uma gama de fatores que provocam direta e indiretamente a falha de todo o
processo logístico da atividade de transporte. Uma das possibilidades mais viáveis para
minimizar o impacto desses problemas é a roteirização de transportes.

A roteirização de transportes é um conjunto de métodos para estabelecer a melhor sequência de


entrega e coleta de produtos.

Outra estratégia plausível é a utilização da metodologia milk run. Nesse processo, os caminhões
de entrega percorrem apenas um único trajeto diário, encaixando no início dessa rota os diversos
fornecedores e, no final, os clientes.

O milk run é entendido como um trabalho em conjunto entre o cliente e o fornecedor, com
atividades coordenadas pela área de logística. Nessa abordagem, todo mundo ganha! O cliente
possui um serviço programado, e os fornecedores mantêm e gerenciam estoques
estrategicamente.

Por fim, outra estratégia adotada para otimizar as operações de transportes é o outsourcing, ou
seja, a desverticalização das operações de transporte. Funciona assim: imagine uma empresa
que eventualmente não possua grande experiência em operações de transporte, ou que, para se
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

tornar mais eficiente, precise aumentar sua frota. Nas duas situações, os gestores podem optar
pela contratação de uma empresa terceirizada, isto é, de um prestador de serviços logísticos.

Isso permite afirmar que a empresa descentralizará um centro de custo interno que vem lhe
causando problemas (atrasos, avarias e insatisfação dos clientes) e o transformará em um
centro de custo externo, por meio da utilização de serviços de empresas que possuam mais
expertise nesse modelo de operação.

Vamos Exercitar?

Então, vamos lá! Para solucionar os problemas apresentados no nosso estudo de caso, você
pode considerar as seguintes estratégias:

Estratégia multimodal: para superar os desafios, a empresa decide implementar uma


estratégia de transporte multimodal, combinando diferentes modais de transporte
(rodoviário, ferroviário e aquaviário) para otimizar a eficiência logística. Essa abordagem
permite explorar as vantagens de cada modal, como o custo mais baixo e a capacidade de
carga do transporte ferroviário para longas distâncias, e a flexibilidade e acessibilidade do
transporte rodoviário para entregas finais.
Otimização de rotas e roteirização: a empresa investe em tecnologias avançadas para a
roteirização de transportes, utilizando um software de gestão logística para estabelecer as
melhores sequências de entrega e coleta de produtos. Isso minimiza os tempos de viagem,
reduz o risco de atrasos e otimiza o uso de recursos.
Parcerias com prestadores de serviços logísticos: para aumentar a eficiência e reduzir os
custos, a empresa opta por fazer o outsourcing de parte de suas operações de transporte
para empresas terceirizadas especializadas. Tal medida permite acessar uma frota
diversificada e adaptada às necessidades singulares dos diferentes tipos de cargas e
destinos, além de aproveitar a expertise dessas empresas na gestão de riscos, como o
roubo de cargas.
Implementação do conceito de milk run: para otimizar ainda mais a coleta e entrega de
produtos, a empresa adota a metodologia milk run, especialmente para gerenciar a coleta
de matérias-primas de seus fornecedores. Isso reduz a necessidade de manter grandes
estoques, diminui os custos de transporte e melhora a eficiência do processo de
suprimento.
Investimento em sustentabilidade: reconhecendo a importância de minimizar o impacto
ambiental de suas operações, a empresa deseja incorporar veículos mais eficientes e com
menores emissões de CO2, além de priorizar modais de transporte com menor impacto
ambiental, como o ferroviário e o aquaviário, quando possível.

Com a implementação dessas estratégias, espera-se que a empresa melhore significativamente


a eficiência de suas operações de transporte, reduza os custos logísticos e minimize o impacto
ambiental.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Além disso, a adoção de uma abordagem multimodal e a parceria com prestadores de serviços
logísticos especializados devem contribuir para um melhor nível de serviço ao cliente,
aumentando a satisfação e a lealdade dos consumidores. Essas melhorias posicionarão a
empresa de maneira mais competitiva no mercado, cooperando para sua lucratividade e
crescimento sustentável.

Saiba mais

Você já ouviu falar sobre uma estratégia de transporte de mercadorias chamada transit point?
Essa metodologia envolve o transporte de produtos do fornecedor ou fabricante diretamente
para o varejista ou cliente, com tempo mínimo de armazenamento. Em outras palavras, um
“ponto de trânsito” é um local onde as mercadorias são recebidas, reagrupadas e enviadas sem
que sejam armazenadas por um longo período. Para que você possa compreender melhor o
funcionamento desse sistema, acesse o vídeo sugerido a seguir.

O QUE é transit point? como funciona?

Referências
CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

O QUE é transit point? como funciona? [S. l.]: Ser Logístico, 8 fev. 2021. 1 vídeo (8min10s).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?=MbVleJyntV8. Acesso em: 3 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.


Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Aula 2
Armazenagem

Armazenagem

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Dica para você
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aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Bem-vindo a esta videoaula em que investigaremos a armazenagem e seus


consequentes processos e fluxos. Este conteúdo demonstrará como essa importante atividade
logística é uma área dinâmica, que desafia constantemente os profissionais a inovarem e se
adaptarem a novas tecnologias e metodologias. Seja na busca pela eficiência operacional, na
redução de custos ou na melhoria da satisfação do cliente, os conhecimentos adquiridos nesta
etapa de aprendizagem serão ferramentas valiosas em seu arsenal profissional. Encorajo você a
se engajar ativamente nesta videoaula, entendendo como esses princípios podem ser aplicados
a diferentes contextos e setores. Vamos juntos descobrir o impacto transformador que uma
gestão de armazenagem eficaz pode ter sobre o mundo dos negócios.

Ponto de Partida

Olá, estudante! Você, em algum momento, já parou para pensar em como a armazenagem
interfere diretamente no desempenho logístico e na satisfação do cliente? Como podemos
otimizar o uso do espaço disponível? De que maneira os diferentes tipos de armazéns
influenciam a eficiência dos processos logísticos? Como os fluxos de armazenagem podem ser
organizados para maximizar a produtividade e minimizar os riscos? Nunca refletiu sobre essas
questões?

Então, seja bem-vindo a uma aula essencial para o seu processo de aprendizagem, a qual
abordará temas fundamentais na área de armazenagem. Nesta etapa de estudos, vamos
aprofundar nosso entendimento sobre os conceitos básicos de armazenagem, explorar os
objetivos que orientam a organização dos armazéns, os diferentes tipos de armazéns
disponíveis, o fluxo e os processos inerentes à armazenagem, além das estruturas físicas que
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

suportam essas operações. Compreender esses elementos é crucial para qualquer profissional
que busca excelência na gestão de operações logísticas, pois armazenagem não é apenas sobre
guardar produtos; é sobre otimizar espaços e processos para alcançar eficiência, segurança e
redução de custos.

Para que você possa colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você
auxiliará os proprietários de uma empresa de fabricação de eletrodomésticos que atualmente
enfrenta desafios significativos na gestão de seu inventário e na eficiência de suas operações de
armazenagem.

Contando com uma ampla gama de produtos, os quais incluem itens de alta demanda e outros
com demanda sazonal, a empresa luta para manter níveis de estoque adequados, sem incorrer
em custos excessivos de armazenagem.

Além disso, a localização geográfica de seus fornecedores e a variação no lead time de entrega
complicam ainda mais a tarefa de alinhar o suprimento com a demanda de maneira eficiente.
Como resultado, a empresa frequentemente lida com problemas relativos ao excesso de estoque
de alguns itens, enquanto outros produtos ficam em falta, o que afeta a satisfação do cliente e a
eficiência operacional.

Como podemos resolver essas complicações? Quais estratégias podem ser sugeridas aos
gestores para que tais desafios sejam solucionados?

E então, preparado? Vamos lá!

Vamos Começar!

Armazenagem: conceitos fundamentais


Olá! Você sabia que muitas organizações estão buscando a eliminação da operação de
armazenagem por meio da aplicação da prática do Just in Time (JIT), alinhando as necessidades
da empresa, a demanda em tempo e a quantidade? Contudo, nem sempre é possível trabalhar
com essa estratégia por causa de algumas questões relativas a processos, produtos,
fornecedores, localizações, lead time, entre outros fatores.

As operações de armazenagem são fundamentais para o sucesso das empresas, especialmente


aquelas que dependem de uma cadeia de suprimentos eficiente para movimentar produtos
desde o fabricante até o consumidor final. A importância dessas operações pode ser observada
em várias dimensões, incluindo a eficiência operacional, a satisfação do cliente, a gestão de
estoques e a capacidade de resposta às flutuações do mercado.

Nesse contexto, as organizações se utilizam desse processo com o objetivo de atender às


necessidades dos clientes. Desse modo, pode-se afirmar que a armazenagem é uma estratégia
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

adotada pelas empresas para que possam satisfazer e entregar o nível de serviço definido junto
ao seu mercado.

Porém, em um primeiro momento, é fundamental considerar que armazenagem é diferente de


estocagem. Qual a diferença entre esses conceitos?

A armazenagem inclui todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à


distribuição de materiais. Como exemplo, podemos citar o arroz e o feijão que compramos no
mercado e mantemos na despensa ou no armário da cozinha de nossa casa. Depois de concluir
suas compras, você provavelmente verificará o produto, decidirá onde guardá-lo e como será
acondicionado (na própria embalagem ou em um pote), e o levará ao local de guarda até o
momento de sua utilização, sempre controlando a quantidade usada para que não falte na hora
desejada. Todo esse processo faz parte da armazenagem.

Já a estocagem consiste na guarda física dos produtos ou materiais. Ou seja, a estocagem é


uma parte da armazenagem. Considerando o exemplo do arroz e feijão, esse processo é a
guarda física (literalmente) do produto na despensa ou no armário da cozinha.

De outro modo, podemos definir a armazenagem de forma genérica e ampla, de maneira que
inclua todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à distribuição de
materiais (depósitos, centros de distribuição, etc.). A estocagem, por sua vez, pode ser entendida
como uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e no ponto destinado à alocação
estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos de estocagem.

A armazenagem serve de apoio ao desempenho das atividades primárias da logística,


abrangendo a administração dos espaços necessários para manter os materiais estocados, os
quais podem ser representados tanto pela própria fábrica quanto por locais externos (centros de
distribuição).

Essa prática também envolve aspectos como localização, dimensionamento, arranjo físico,
equipamentos e pessoal especializado, recuperação de estoque, projeto de docas ou baías de
atracação, embalagens, manuseio, necessidade de recursos financeiros e humanos, entre outros
elementos.

Objetivos da armazenagem e tipos de armazéns

Outro fator importante a ser considerado é o tipo de serviço ofertado, ou seja, a qual objetivo se
destina o armazém, uma vez que essa informação orientará as estratégias de gestão do espaço
de armazenagem e ajudará a definir quais equipamentos, estruturas e mão de obra serão
necessários. Nesse contexto, os tipos de serviços, ou objetivos, a serem entregues pelos
depósitos, ou armazéns, aos usuários são os seguintes:

Abrigo de produto: armazéns providenciam proteção para as mercadorias, além de longas


listas de serviços associados, como manutenção dos registros
(inventário), rotação de estoques e reparos.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Consolidação: se as mercadorias são originárias de diversas fontes (locais diferentes), a


empresa pode economizar no transporte caso as entregas sejam agregadas/consolidadas.
Transferência e transbordo: significa desagregar ou fracionar quantidades transferidas em
grandes volumes para as quantidades menores demandadas pelo cliente. Essa atividade é
oposta à consolidação.
Agrupamento: um uso especializado para depósitos é o agrupamento de itens por produto.

Compreender os objetivos que os armazéns se destinam a cumprir é de fundamental


importância, uma vez que alguns depósitos prestam apenas um ou outro tipo de serviço. Já
alguns se dedicam a fornecer todos os serviços relacionados anteriormente. Entender quais
objetivos devem ser satisfeitos é essencial tanto para o planejamento de toda a estrutura quanto
para a sua gestão.

Diante desse cenário, é preciso evidenciar, ainda, que existem cinco tipos básicos de armazéns,
os quais são classificados em função dos produtos que abrigam da seguinte maneira:

Armazéns de commodities: especializam-se no manuseio e na armazenagem de produtos-


padrão (commodities), como madeira, algodão, tabaco, etc.
Armazéns para granéis: concentram-se no manuseio e na armazenagem de produtos
granelizados, como produtos químicos, xaropes, etc.
Armazéns frigorificados: são depósitos refrigerados. Servem para guardar perecíveis, como
frutas, vegetais, comidas refrigeradas e/ou congeladas, além de alguns produtos químicos
e farmacêuticos.
Armazéns para utilidades domésticas e mobiliários: seus principais clientes são empresas
que distribuem miudezas de uso caseiro, e não os fabricantes de móveis.
Armazéns de mercadorias em geral: acomodam um amplo leque de itens, não exigindo
facilidades ou equipamentos especializados.

Fluxo e processos da armazenagem

E quais são os processos e as atividades existentes dentro da armazenagem?

A Figura 1, a seguir, exibe um leiaute, em forma de “U”, que contempla os principais processos de
um armazém.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 1 | Fluxo de operações versus processos do armazém. Fonte: elaborada pelo autor.

Recebimento: compreende todas as atividades envolvidas na aceitação de materiais a


serem armazenados, como: receber e atracar o veículo; fazer checklist e descarregar o
veículo; receber o material físico e fiscal; conferir a carga; identificar e distribuir o material.
Put away: abrange atividades de pre-packaging (paletização, repaletização, aplicação de
filmes plásticos, colocação de etiquetas, etc.), leitura do código de barras, definição do
local de endereçamento do material, movimentação do palete até a área de estocagem.
Estocagem: consiste no ponto destinado à alocação estática dos materiais. Dentro de um
armazém, podem existir vários pontos de estocagem.
Separação ou picking: é a retirada dos itens em estoque para o atendimento de uma
demanda específica. Inclui a coleta, separação e preparação de pedidos segundo a
necessidade de cada cliente.
Stage out: local destinado aos materiais ou produtos que estão em processo de expedição,
com a finalidade de otimizar o uso dos equipamentos de movimentação, mão de obra e a
capacidade de transporte do veículo de carga.
Expedição: é a última fase do ciclo do armazém, executada antes do carregamento e
embarque do produto para o cliente ou da entrega do material para a produção.
Cross docking: operação de rápida movimentação de produtos acabados para a expedição
entre fornecedores e clientes. Envolve o transbordo sem estocagem.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 2 | Estrutura específica para operações de cross docking. Fonte: elaborada pelo autor.

Vamos detalhar algumas outras operações que estão relacionadas, principalmente, a modelos de
operação em centros de distribuição (CDs). Para tanto, aprofundaremos nossa análise sobre o
conceito de cross docking, que pode ser definido como uma operação de cruzamento de docas.
Ou seja, nessa abordagem a mercadoria chega ao CD, e o produto não é estocado, mas sim
separado em lotes menores e despachado, em uma operação também conhecida como
baldeação. Essa técnica pode ser utilizada tanto para o fracionamento quanto para consolidar
cargas.

Também é válido mencionar o sistema merge in transit, em que o produto passa a ser montado
ao longo da cadeia. Nesse caso, os componentes chegam separados, e o local físico (CD) é
utilizado para o agrupamento desses itens e para posterior montagem, de acordo com o pedido
dos clientes. Um exemplo que se encaixa nesse tipo de operação é o do segmento de
computadores, que somente são montados momentos antes do despacho.

Siga em Frente...

Estruturas de armazenagem
Agora, vamos conhecer algumas estruturas de armazenagem.

Estrutura porta-paletes: é o sistema mais universal para o acesso direto e unitário a cada
palete. Trata-se de uma solução ótima para armazéns nos quais é necessário armazenar
produtos paletizados com uma grande variedade de referências. A distribuição e a altura
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

das estantes são determinadas em função das características das empilhadeiras, dos
elementos de armazenagem e das dimensões do local.
Estrutura drive-in: a partir do drive-in, a armazenagem é feita por acumulação, o que facilita
a máxima utilização do espaço disponível, tanto em superfície como em altura. São usadas
estantes adequadas para produtos homogêneos com baixa rotação e grande quantidade de
paletes por referência.
Estrutura dinâmica: consiste em um sistema ideal para armazéns de produtos perecíveis, o
qual é aplicável a qualquer setor da indústria ou da distribuição (alimentação, setor
automobilístico, indústria farmacêutica, química, etc.). Suas estantes são constituídas por
uma plataforma de roletes, com uma ligeira inclinação que permite o deslizamento dos
paletes, por gravidade e com velocidade controlada, até o extremo oposto.
Push back: é um sistema de armazenamento por acumulação que possibilita armazenar
até quatro paletes em profundidade a cada nível. Todos os paletes de um mesmo nível,
com exceção do último, se assentam sobre um conjunto de carros que se deslocam, por
empurro, sobre os carros de rodagem. É um modelo ideal para a armazenagem de produtos
de média rotação, com dois ou mais paletes por referência.
Flow rack: sistema similar ao das estruturas dinâmicas, porém sua utilização não é
direcionada para paletes, e sim para unidades menores, geralmente caixas.
Cantilever: estrutura utilizada para a armazenagem de unidades de carga de grande
longitude ou com medidas variadas. Caracteriza-se como uma estrutura muito simples,
composta por colunas e uma série de braços em balanço, sobre os quais a carga é
depositada. Em função da altura e do peso da mercadoria, pode-se eleger entre a estante
leve ou a pesada. Ambas oferecem a possibilidade de situar os níveis de apenas um lado
ou de ambos os lados da estrutura. A manipulação da carga pode acontecer manualmente,
quando há pouco peso, ou mediante empilhadeira e meios de elevação apropriados, para
cargas pesadas.
Armazéns autoportantes: são grandes obras de engenharia nas quais as próprias estantes
fazem parte do sistema construtivo do edifício, junto com as laterais e a cobertura. As
estantes suportam as cargas das mercadorias e dos diversos elementos da construção.
Além disso, há esforços gerados pelos meios de movimentação de carga e dos agentes
externos: força do vento, sobrecarga da neve, movimentos sísmicos, etc. A altura desses
armazéns somente é limitada pelas normas locais ou pela altura de elevação das
empilhadeiras ou transelevadores.

Vamos Exercitar?

Então, vamos lá! Para solucionar os desafios apresentados anteriormente, a empresa deve
implementar uma estratégia de armazenagem que incorpore os seguintes elementos:

Análise e segmentação de inventário: é possível utilizar o princípio ABC para categorizar os


itens de inventário com base em sua importância e demanda. Isso permitirá que a empresa
direcione recursos de armazenagem aos itens mais críticos e de maior rotatividade,
enquanto reduz o espaço e os recursos dedicados a itens menos demandados.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Técnicas de Just in Time (JIT): embora a eliminação completa das operações de


armazenagem não seja viável para a empresa por causa das complexidades mencionadas,
a implementação de princípios JIT para itens de alta demanda e curto lead time pode
reduzir significativamente a necessidade de espaço de armazenamento e custos
associados. Para desenvolver essa proposta, será preciso estreitar a colaboração com
fornecedores para garantir entregas mais frequentes e em quantidades alinhadas com a
demanda real.
Adoção de estratégias de cross docking: para itens com demanda previsível ou sazonal, a
empresa pode se beneficiar da implementação de operações de cross docking. Isso
minimizará a necessidade de armazenamento, permitindo que os produtos sejam
redistribuídos diretamente para os clientes ou para as lojas de varejo assim que chegarem,
o que também reduzirá o tempo de armazenagem e os custos.
Investimento em tecnologia e automação: a empresa deve investir em sistemas de gestão
de armazéns (WMS) e soluções de automação, como estruturas dinâmicas e porta-paletes,
para otimizar a estocagem e recuperação de itens. Essas tecnologias podem melhorar a
precisão do inventário, diminuir erros e aumentar a eficiência operacional.
Flexibilização das estruturas de armazenagem: consiste em utilizar estruturas de
armazenagem modulares e ajustáveis, como cantilever e estruturas drive-in, para acomodar
a variação nos tipos e tamanhos de produtos. Isso permitirá uma adaptação rápida às
mudanças na demanda e nos tipos de produtos armazenados.
Capacitação e treinamento de equipe: deve-se investir no treinamento e desenvolvimento
de equipes especializadas em operações de armazenagem e logística. Uma equipe bem
treinada pode melhorar significativamente a eficiência das operações de armazenagem,
desde o recebimento até a expedição.

Ao implementar essas estratégias, a empresa pode aperfeiçoar significativamente a eficiência de


suas operações de armazenagem, reduzir custos, melhorar a satisfação do cliente e aumentar
sua capacidade de responder às flutuações do mercado de forma mais ágil e eficaz.

Saiba mais
Você, para além da teoria, conhece as estruturas de armazenagem? Para que você possa
aprender mais detalhes importantes sobre os elementos da armazenagem, suas principais
características e aplicabilidades, assista ao conteúdo recomendado a seguir.

ESTRUTURAS de armazenagem logística (aula completa).

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.


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PROCESSOS LOGÍSTICOS

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

ESTRUTURAS de armazenagem logística (aula completa). [S. l.]: SAC Logística, 29 maio 2021. 1
vídeo (29min18s). Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=9HUSHbV3Vbs/. Acesso em: 3 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 3
Movimentação

Movimentação

Este conteúdo é um vídeo!


Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
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Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula aprofundaremos nosso entendimento sobre conceitos


fundamentais da movimentação, explorando seus benefícios e funções primordiais.
Descobriremos quais são os diferentes tipos e equipamentos de movimentação, e saberemos
como aplicá-los de forma eficaz em seu ambiente de trabalho. Este conteúdo é crucial para
otimizar processos, garantir segurança e melhorar a eficiência operacional. Prepare-se para
adquirir conhecimentos que elevarão sua prática profissional a um novo patamar. Não perca esta
oportunidade de aprendizagem!
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? Em algum momento, você já parou para pensar em como podemos
otimizar a movimentação dentro das operações para alcançar máxima eficiência e segurança? E
quais seriam os benefícios dessa otimização? Se você deseja saber quais são as respostas para
esses questionamentos, seja bem-vindo a esta aula, na qual investigaremos os fundamentos e
práticas essenciais da movimentação. Vamos explorar conceitos-chave que formam a base de
uma movimentação eficaz, além de conhecer os inúmeros benefícios que ela traz não apenas
para as operações logísticas, mas também para a eficiência e segurança no ambiente de
trabalho.

Discutiremos, ainda, sobre as diversas funções da movimentação dentro de uma organização e


examinaremos os diferentes tipos e equipamentos de movimentação utilizados em variados
contextos industriais e comerciais.

Para trazer à prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você, que atua como
consultor, foi contratado por um armazém de médio porte especializado na distribuição de
componentes eletrônicos. Os gestores dessa instituição observaram um aumento significativo
nos tempos de atendimento dos pedidos, o que impactou negativamente a satisfação do cliente
e elevou os custos operacionais.

A análise inicial apontou que o problema residia na ineficiente movimentação de mercadorias


dentro do armazém. Identificou-se que a falta de planejamento na localização dos itens mais
vendidos resultava em deslocamentos desnecessários dos funcionários, além de atrasos na
preparação e expedição dos pedidos.

Além disso, o uso predominante de movimentação manual contribuía para a ocorrência de erros
e atrasos, bem como para o aumento do risco de lesões entre os trabalhadores.

Diante desse cenário, quais seriam as suas sugestões para que a empresa possa resolver os
desafios descritos?

E então, preparado? Vamos lá!

Vamos Começar!

Movimentação: conceitos fundamentais


Por movimentação entende-se o deslocamento de matérias-primas, materiais em processo,
produtos acabados ou qualquer outro insumo demandado em decorrência da operacionalização
da empresa em uma pequena ou média distância dentro de uma área delimitada, a qual, na maior
parte dos casos, restringe-se a uma determinada planta produtiva.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

A movimentação de mercadorias em um armazém é uma atividade de importância substancial e


que exerce impacto direto sobre a eficiência operacional e a competitividade de uma empresa no
mercado. Essa relevância pode ser analisada sob várias perspectivas, incluindo a gestão de
estoque, a satisfação do cliente, a otimização de custos e a capacidade de resposta às
mudanças do mercado. Vamos analisar esses aspectos de maneira mais detalhada a seguir.

Benefícios de uma movimentação eficaz

Gestão de estoque: uma movimentação eficiente de mercadorias permite uma gestão de


estoque mais precisa e eficaz. Uma das vantagens é saber exatamente o que está
disponível, onde um item está localizado dentro do armazém e quanto do produto existe em
estoque. Tal precisão minimiza os erros de estoque, reduz o excesso ou a falta de produtos
e garante que os pedidos dos clientes sejam atendidos prontamente e sem atrasos.
Satisfação do cliente: a capacidade de processar pedidos de modo rápido e com precisão é
diretamente influenciada pela eficiência na movimentação de mercadorias. Quando os
produtos são facilmente acessíveis e podem ser movimentados sem complicações, o
tempo de preparação e envio de pedidos é reduzido. Isso eleva a satisfação dos
consumidores, pois eles recebem suas encomendas no prazo prometido, o que é um fator
crítico para a retenção de clientes e a atração de novos negócios.
Otimização de custos: a movimentação eficiente de mercadorias também contribui para a
otimização de custos operacionais. Ao reduzir o tempo necessário para mover produtos do
estoque até a área de expedição, por exemplo, é possível diminuir a mão de obra requerida.
Além disso, a minimização de danos aos produtos durante a movimentação pode resultar
em economias significativas, evitando perdas e a necessidade de reposição de estoque.
Capacidade de resposta às mudanças do mercado: em um ambiente de negócios que está
sempre mudando, a habilidade de adaptar-se rapidamente às novas demandas do mercado
é crucial para manter a competitividade. Uma movimentação de mercadorias eficiente
permite a flexibilidade necessária para ajustar os níveis de estoque, introduzir novos
produtos de maneira ágil e retirar os obsoletos de forma eficaz. Isso assegura que a
empresa possa responder às tendências de mercado com velocidade, mantendo-se à frente
da concorrência.
Tecnologia e inovação: o uso de tecnologias avançadas, como sistemas de gerenciamento
de armazéns (Warehouse Management Systems – WMS), robótica e soluções de
automação, pode aprimorar significativamente a movimentação de mercadorias. Essas
tecnologias aumentam a precisão, a velocidade e a eficiência, reduzindo erros humanos e
otimizando o uso do espaço no armazém.

Ou seja, as operações de movimentação de mercadorias em um armazém não apenas


configuram uma questão de logística interna, mas também constituem-se como um componente
crítico que afeta a competitividade de uma empresa.

Desse modo, investir em práticas eficientes de movimentação de mercadorias e na adoção de


tecnologias inovadoras pode levar a melhorias significativas em satisfação do cliente, eficiência
operacional, redução de custos e adaptabilidade ao mercado. Portanto, empresas que priorizam
e aprimoram continuamente suas operações de movimentação de mercadorias estão mais bem
posicionadas para alcançar sucesso sustentável no mercado atual, marcado pela concorrência.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Considerando os aspectos descritos anteriormente e a importância da movimentação dentro da


organização, é evidente que essa atividade deve ser gerida de forma acertada e estratégica, na
intenção de maximizar a utilização dos recursos nela empregados e, por outro lado, minimizar os
custos resultantes desses processos, como também garantir a integridade das pessoas e
materiais.

Nesse sentido, os primeiros aspectos que devem ser observados são a continuidade das
movimentações e a economia em escala em todo o armazém ou empresa. Isso significa que as
movimentações não devem ocorrer de maneira aleatória ou arbitrária. Deve existir um
planejamento das ações, a fim de utilizar os recursos do melhor modo, evitando desperdícios de
tempo e dinheiro.

Vamos considerar uma empresa que não planeja suas movimentações. Provavelmente existiriam
funcionários andando de um lado para o outro aleatoriamente, rodinhas de conversas
improdutivas ou, ainda, a movimentação de peças e produtos sem que existisse demanda para
tal. Será que essas práticas agregariam valor à empresa? Dentro dos conceitos de gestão
estratégica, esses procedimentos estariam corretos? É claro que não, não é?

Entretanto, infelizmente essa atividade ainda não é planejada em boa parte das empresas, como
costuma acontecer em processos produtivos (manufatureiros), que ficam parados, aguardando
componentes para processar.

Funções da movimentação

Podemos apontar a movimentação como uma importante atividade de apoio, cujo princípio é
facilitar outras atividades. Imagine uma movimentação que disponibilize um produto em uma
localização não planejada e não identificada. No momento em que esse produto for requisitado,
a sua procura gerará perda de tempo, e provavelmente teremos novas movimentações para
corrigir e disponibilizar o item no local certo.

Dessa forma, a movimentação de materiais (consideraremos como materiais qualquer objeto a


ser movimentado) tem as seguintes funções:

Movimento: deslocamento de peças, materiais e produtos acabados de maneira mais


eficiente.
Lugar: responsabilidade de verificar se o material desejado foi entregue no lugar certo.
Tempo: os materiais devem chegar ao local de trabalho, fábrica ou cliente no momento
exato.
Quantidade: é preciso providenciar, para cada operação, a quantidade exata dos materiais
necessários.

Siga em Frente...
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Tipos e equipamentos de movimentação


Mas como a movimentação dos materiais pode ser realizada?

A movimentação pode ocorrer de três formas. Acontece manualmente quando as operações são
executadas pelo homem, sem auxílio de qualquer equipamento motorizado ou não. Em alguns
segmentos, ainda é comum encontrar esse tipo de movimentação. Porém deve-se considerar que
o manuseio de cargas é responsável por grande parte dos traumas musculares entre os
trabalhadores. Aproximadamente 60% dos problemas musculares são causados por
levantamento de cargas e 20%, pela ação de puxar ou empurrar as mercadorias.

A movimentação também pode ser mecanizada, quando as operações são efetuadas por
equipamentos de movimentação de materiais e dirigidas por homens. A decisão de mecanizar
(utilizar equipamentos) a movimentação é um dos principais pontos a serem planejados dentro
de um armazém, pois pode promover ganhos em produtividade e criar uma condição ergonômica
benéfica ao trabalhador. É importante conhecer os tipos de equipamentos usados para a
movimentação e saber qual a sua relação com os equipamentos de armazenagem, avaliando sua
real necessidade e o custo-benefício. Vamos conhecer, a seguir, alguns equipamentos de
movimentação (mecanização do processo).

Equipamento Descrição Principais equipamentos


Veículos, motorizados ou Empilhadeiras (frontal,
não, empregados para lateral, patola)
mover cargas mistas ou
uniformes, em caminhos Carrinhos industriais
Veículos industriais
variados com superfície
adequada, com as funções Paleteira manual
principais de manobrar e
movimentar. Transpaleteira elétrica

Guindastes
Dispositivos aéreos
utilizados para movimentar Talhas
cargas que variam, de
Equipamentos de elevação
maneira intermitente, entre
e transporte
dois pontos dentro de uma Ponte rolante
área limitada. Sua função
principal é transferir.
Monovia

Transportadores contínuos Dispositivos motorizados Transportadores de esteira


ou transportadores que
Transportadores de rolo
operam por meio da
gravidade. São instalados Transportadores de
em rotas fixas e de caçamba
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

movimento contínuo. Sua Plano inclinado


função principal é
transportar. Elevador de canecas

Quadro 1 | Equipamentos de movimentação. Fonte: elaborado pelo autor.

Por fim, a movimentação ainda pode ser automatizada, quando é operada por computador. Esse
tipo de movimentação possui como característica principal o fato de existir pouca ou nenhuma
interação humana, o que contribui para reduzir significativamente os custos relacionados a erros
humanos, lesões e contaminações dos produtos, além de otimizar o tempo de trabalho. Por essa
razão, tal tipo de movimentação é comumente utilizado por empresas que produzem produtos
alimentícios ou bebidas.

Vamos Exercitar?
Então, vamos lá! Para solucionar os problemas apresentados anteriormente, os gestores podem
recorrer às seguintes estratégias:

Reorganização do leiaute do armazém, priorizando a alocação dos itens de maior


rotatividade perto das áreas de embalagem e expedição. Isso minimizaria o tempo de
deslocamento dos funcionários e a manipulação dos produtos, agilizando o processo de
preparação dos pedidos.
Adoção de tecnologia de movimentação mecanizada e automatizada, a partir da
implementação de equipamentos de movimentação mecanizada, como empilhadeiras
elétricas e transpaleteiras, para o manuseio de cargas mais pesadas e volumosas,
reduzindo o esforço físico e o risco de lesões entre os trabalhadores. Para itens de alta
demanda e movimentação constante, deve-se considerar a introdução de sistemas
automatizados, como transportadores contínuos e sistemas de sortimento automatizado,
que podem otimizar ainda mais a movimentação interna, aumentando a eficiência e
precisão na manipulação dos produtos.
Implementação de um Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) que integre as
operações de movimentação com a gestão de estoque, proporcionando uma visão em
tempo real da localização e da quantidade de produtos disponíveis. Isso facilitaria a rápida
localização dos itens, otimizando o processo de picking e reduzindo os erros de expedição.
Capacitação da equipe e melhoria contínua, investindo na capacitação dos colaboradores e
fornecendo treinamento específico sobre as novas tecnologias e equipamentos
introduzidos, bem como sobre as melhores práticas em movimentação de mercadorias.
Isso garantiria não apenas a eficácia na utilização dos recursos, mas também a segurança
no trabalho.
Estabelecer um programa de melhoria contínua, que inclua a revisão periódica dos
processos de movimentação e uma atualização sobre as tecnologias e equipamentos
usados, conforme necessário, garantindo que o armazém permaneça competitivo e
eficiente.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Ao implementar essas soluções, espera-se uma melhoria significativa na eficiência operacional


do armazém, o que se refletirá positivamente na satisfação do cliente e na redução dos custos
operacionais, além de proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro e ergonômico para os
funcionários.

Saiba mais
Embora equipamentos de movimentação sejam comumente utilizados no interior das empresas,
alguns extrapolam esses limites (e muito!). A cidade de Barroso-MG recebeu a maior correia
transportadora suspensa do mundo, que tem 7,2 quilômetros de extensão e capacidade para
deslocar 1.500 toneladas de calcário por hora. Uma fábrica de cimento da cidade decidiu adotar
esse sistema de transporte com o objetivo de reduzir os impactos ambientais da região. Saiba
mais acessando a matéria.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 4
Gestão de Estoques

Gestão de estoques
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

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Dica para você
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Olá, estudante! Nesta videoaula adentraremos o universo da gestão de estoque, explorando os


motivos que justificam a existência de estoques, seus diferentes tipos e a importância do
entendimento da demanda para uma gestão eficaz. Também aprofundaremos nossa análise
sobre os modelos de inventários, que representam uma peça fundamental na otimização de
recursos e maximização da eficiência operacional. Este conhecimento é vital para sua prática
profissional, pois permite aprimorar a tomada de decisão e a sustentabilidade dos negócios.
Prepare-se para adquirir insights valiosos e habilidades práticas. Não perca esta oportunidade de
crescimento profissional. Vamos lá!

Ponto de Partida
Olá, estudante! Tudo bem? Bem-vindo à nossa aula sobre gestão de estoques, um tema
fundamental não apenas para aqueles que buscam excelência no ambiente corporativo, mas
também para qualquer profissional interessado em compreender como as organizações mantêm
suas operações eficientes e seus clientes satisfeitos.

Em decorrência da importância do gerenciamento eficaz dos níveis de estoques para a entrega


de um nível de serviço elevado, bem como para a competitividade e lucratividade da organização,
esta aula tem o objetivo principal de apresentar a você não apenas os aspectos conceituais
sobre a gestão de estoques, mas também quais são os motivos centrais que justificam a
existência desses ativos nas empresas, os diferentes tipos de estoques, a relevância de entender
a demanda na gestão de estoques e, por fim, os variados modelos de inventários.

Para que você possa colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você
auxiliará os gestores de uma empresa de varejo cuja gestão de estoque vem enfrentando
desafios significativos, marcados por dois problemas principais: o excesso de estoque de alguns
produtos e a falta recorrente de outros.

Esse cenário tem provocado um desequilíbrio financeiro, com grande parte do capital da
empresa sendo imobilizado por produtos de baixa rotatividade, enquanto a ausência de itens de
alta demanda resulta em oportunidades de venda perdidas e insatisfação dos clientes.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

A empresa utiliza um sistema de gestão de estoque tradicional, que opera com base em
previsões de vendas históricas e não leva em conta as flutuações sazonais ou tendências de
mercado emergentes.

Além disso, há pouca comunicação entre os departamentos de compras, vendas e logística, o


que dá origem a decisões de reposição de estoque que não estão alinhadas com a realidade da
demanda atual.

Como tais problemas podem ser resolvidos?

E então, preparado? Vamos lá!

Vamos Começar!

Gestão de estoques
Os estoques representam uma parcela significativa dos ativos das organizações,
desempenhando um papel crucial tanto na operacionalização quanto na estratégia financeira. A
gestão eficaz dos estoques é indispensável para o equilíbrio entre a maximização da eficiência
operacional e a minimização dos custos associados à manutenção de inventários.

A importância dos estoques para as organizações reside em sua capacidade de assegurar a


continuidade das operações. Eles atuam como um amortecedor entre a produção e as demandas
do mercado, garantindo que os produtos estejam disponíveis para atender aos pedidos dos
clientes de forma oportuna. Isso é essencial para manter a satisfação e a fidelidade do cliente,
aspectos que são vitais no ambiente competitivo atual.

Por outro lado, a gestão ineficaz dos estoques pode levar a diversos problemas, como o excesso
de estoque, que imobiliza capital desnecessariamente e aumenta os custos de armazenamento,
ou a falta de estoque, que culmina em perda de vendas e danos à reputação da empresa.
Portanto, a gestão de estoques precisa ser cuidadosamente balanceada para evitar esses
extremos.

Mas o que é estoque? Em uma definição mais ampla, podemos conceituar os estoques como
acúmulos de matérias-primas, insumos, componentes, produtos em processo e produtos
acabados que aparecem em numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção na
empresa.

Já em uma definição mais específica e criteriosa, os estoques podem ser entendidos como uma
certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados,
permanentemente, para produzir lucros (provenientes das vendas) e serviços (pelo fato de os
estoques permitirem a continuidade do processo produtivo das empresas).
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Considerando essas definições, qual o objetivo de se gerenciar estrategicamente os níveis de


estoques? O grande propósito do gerenciamento dos estoques é otimizar o investimento,
aumentando o uso eficiente dos recursos financeiros e minimizando as necessidades de capital
investido em estoques.

Neste mundo globalizado, permeado por uma competição cada vez mais acirrada, os estoques
passam a ser um fator estratégico e um diferencial, ou seja, uma vantagem competitiva de uma
empresa sobre os seus concorrentes.

Motivos que justificam a existência de estoques

Há uma grande discussão nas organizações em relação aos estoques, sobretudo por causa do
seu alto custo. No entanto, existem alguns benefícios que justificam a compreensão do estoque
como uma vantagem competitiva:

Atender às demandas variáveis dos clientes.


Proteger contra incertezas na demanda e no tempo de reposição.
Manter a independência das operações de produção.
Estabilizar o nível de produção em seus diferentes ritmos e fases.
Proteger-se de aumentos de preços e ciclos econômicos.
Melhorar o nível de serviço.
Servir como segurança contra contingências (greves).

É preciso evidenciar que os estoques representam acúmulos de recursos materiais entre fases
específicas de um processo de transformação. Esses acúmulos, por sua vez, produzem
acréscimos nos custos para a organização e, por isso, devem ser criteriosamente gerenciados.

Tipos de estoques

Será que todos os estoques são iguais? Não estou falando sobre o espaço físico para guarda,
mas sim sobre os materiais ou produtos que são armazenados para atender a uma certa
demanda ou situação. Já posso adiantar que os estoques não são iguais e devem ser
classificados segundo sua natureza. Os principais tipos são:

Matérias-primas: são materiais e componentes comprados de fornecedores, armazenados


na empresa compradora e que não sofreram nenhum tipo de processamento.
Materiais em processo ou semiacabados: são materiais que sofrerão pelo menos um
processamento no modo produtivo da empresa compradora e aguardam utilização
posterior. Estão em fase de elaboração do produto acabado.
Produtos auxiliares e manutenção: são peças de reposição, materiais de limpeza, de
escritório, de segurança (EPIs), manutenção, etc.
Produtos acabados: são produtos que passaram por todas as fases de processamento e
estão prontos para a comercialização (venda, distribuição e transporte).
Estoque de distribuição: são produtos acabados localizados no sistema de distribuição
(externo).
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Estoques em trânsito: são todos os itens que foram despachados e ainda não chegaram ao
seu destino final.
Estoques em consignação: itens que continuam sendo propriedade do fornecedor até que
sejam consumidos/vendidos ou devolvidos.

Os estoques ainda podem ser classificados por sua estratégia diante da demanda, como mostra
o Quadro 1, a seguir.

TIPO FUNÇÃO
Estoque operacional Atende à demanda normal do item.
Atende às variações de demanda e/ou
Estoque de segurança
atraso de fornecedores.
Abrange artigos que podem ser trocados
Estoque de itens recuperáveis com fornecedores ou recondicionados para
uso.
Formado para atender à demanda de
Estoque estratégico
períodos futuros (produtos sazonais).
Formado para obter ganhos adicionais por
Estoque especulativo
aumento de preços.
Estoque a ser descartado Comporta artigos obsoletos, estragados.

Quadro 1 | Classificação de estoques segundo sua estratégia. Fonte: elaborado pelo autor.

Classificação dos estoques de acordo com a sua situação momentânea

A situação momentânea dos estoques refere-se à condição na qual um determinado insumo ou


mercadoria se encontra em um momento específico. Para os gestores, trata-se de uma
informação de suma importância, pois ajuda a evitar compras desnecessárias, sanções legais,
como multas, ou falta de estoque. Nesse contexto, os estoques podem ser definidos como:

Estoque disponível: consiste na quantidade de materiais que de fato constam fisicamente


no armazém e que podem imediatamente ser requeridos para atender a uma certa
demanda.
Estoque ativo: são considerados ativos todos os insumos que apresentam rotineiramente
movimentação de entradas e saídas, ou seja, itens que não enfrentam ociosidade pelo fato
de estarem em constante fluxo.
Estoque inativo: trata-se de itens que não apresentaram nenhum tipo de movimentação em
um determinado período de tempo. Porém não é correto afirmar que os insumos
momentaneamente classificados como inativos não possuem mais serventia para a
empresa. É válido destacar que, no que se refere ao estoque inativo, essa condição não
pode ser considerada imutável. Ou seja, um estoque que é categorizado como inativo em
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

um certo momento, diante da entrada de um novo pedido que o requeira, passa a ser
classificado como estoque ativo.
Estoque empenhado: embora permaneçam no estoque, os itens classificados como
estoque empenhado já foram previamente reservados para atender a uma demanda.
Estoque físico: trata-se da quantidade de materiais armazenados sob a guarda do
almoxarifado da empresa até que sua utilização seja solicitada. Compreende o estoque
disponível e o estoque empenhado, ou seja, EF= EDisp + EEmp.
Estoque em poder de terceiros: refere-se a insumos que já foram adquiridos, mas
permanecem armazenados no fornecedor ou estão a caminho do cliente. Essa terminologia
momentânea é bastante utilizada para fins de inventários (contagem dos estoques) ou em
casos de auditorias fiscais inesperadas, nas quais há a necessidade de comprovação dos
níveis de estoques.
Estoque pulmão: para exemplificar esse tipo de estoque, podemos imaginar uma empresa
fabricante de roupas de ginástica que produz peças tanto para o verão quanto para o
inverno. As peças criadas para atender às estações mais quentes são produzidas no
inverno, e as peças elaboradas para atender às estações mais frias são desenvolvidas no
verão, gerando assim um estoque pulmão.
Estoque regulador: é bastante comum em organizações que possuem diversas filiais. Com
o objetivo de suprir faltas de mercadorias ou insumos em toda a rede, a empresa elege uma
das filiais como um centro de distribuição (CD) que possui um estoque mais elevado, para
que, quando necessário, abasteça as demais.
Estoque sazonal: trata-se de uma quantidade de insumos ou mercadorias previamente
adquiridos a fim de se antecipar a uma variação na demanda que possa ocorrer no futuro,
fazendo com que a produção, venda ou consumo não sejam prejudicados. É o que
acontece com as fabricantes de chocolates, que precisam adquirir quantidades maiores de
seus insumos para não sofrer com a falta de produtos na Páscoa.

A importância do entendimento da demanda para a gestão dos estoques

Dentro do processo de gerenciamento do estoque, é importante contemplar a gestão da


demanda, tendo em vista a relevância da orientação dos estoques no que diz respeito à demanda
e necessidade do consumidor final.

Compreender as demandas é uma prática fundamental para descobrir o que deve ser estocado
(quais itens, produtos ou mercadorias), como também a quantidade apropriada dos materiais a
serem alocados.

Nesse sentido, umas das estratégias que pode ser considerada genérica (por causa de sua
amplitude) relaciona-se aos sistemas puxados (pull) e sistemas empurrados (push). Você tem
alguma ideia do que eles sejam?

Sistema puxado: a execução da operação é iniciada com base nos pedidos dos clientes.
Nesse sistema, a demanda é conhecida. A venda de uma pizza é um bom exemplo de
produção puxada, pois a pizza só é feita quando a pizzaria tem o pedido em mãos. Além
disso, é comum que haja estoques menores de produtos acabados.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Sistema empurrado: a execução da operação antecipa os pedidos dos clientes. Nesse


sistema, a demanda não é conhecida; opera-se com uma previsão. Exemplo de um sistema
assim é um buffet ou restaurante self-service, que se programa (e produz) de acordo com a
necessidade de comida para um determinado período e/ou estimativa. Geralmente existem
grandes estoques no decorrer da cadeia.

É comum ouvir que estoque é “dinheiro parado” e, por isso, deve-se comprar e produzir somente o
que será vendido. No entanto, o tipo de produto, de negócio e de estratégia empresarial será o
fator decisório na hora de escolher entre sistema puxado ou empurrado. Um exemplo claro da
necessidade de um sistema empurrado envolve os bens de consumo, como refrigerantes, sucos,
chocolates, palha de aço, etc. Esses produtos geralmente são vendidos em varejos e, se não
estiverem disponíveis ao consumidor, provavelmente serão substituídos por opções dos
concorrentes no momento da compra.

Qual é a sua opinião sobre estoque? Ele é bom ou ruim? Tente mensurar quanto a disponibilidade
de um estoque custa para uma organização. Agora, pense no quão custosa seria a falta de
estoque para uma linha de produção ou o não atendimento de um cliente. Os estoques em
excesso são “dinheiro parado”, mas a ausência de um produto pode gerar perdas de vendas e do
próprio cliente. Por esse motivo, independentemente do sistema escolhido (puxado ou
empurrado), existem algumas técnicas e ferramentas que auxiliam na gestão de estoques no
decorrer da cadeia de suprimentos.

Essa premissa demonstra a importância de se gerenciar os estoques, com um foco voltado ao


atendimento aos clientes na hora certa, com a quantidade correta e requerida. Esse tem sido o
objetivo das empresas. Dessa forma, fazer a distribuição de maneira rápida e eficaz se
transforma na oportunidade de obter uma vantagem competitiva poderosa.

O planejamento é um dos principais instrumentos usados para a definição de uma política de


estoque que vá ao encontro dos objetivos macros da empresa e, de maneira geral, pode abranger
metas de níveis (quantidade) de estoque, de giro de estoque, metodologia de inventários, metas
de acuracidade (confiabilidade/assertividade) dos inventários, políticas exclusivas (específicas)
para itens importados e metas de níveis de atendimento aos clientes (definir o nível de serviço
próprio para cada cliente).

Logo, a melhor política de estoque é aquela que atende aos clientes dentro da meta estabelecida,
ao menor nível de estoque possível e ao maior giro de estoque praticável.

Este é o grande desafio das empresas: buscar a excelência, atender aos clientes da melhor
maneira possível e com níveis de estoque cada vez menores, o que, por si só, já representa uma
missão altamente complexa. Essa fórmula se reflete em resultados positivos para uma
organização, pois ajuda significativamente na positivação do fluxo de caixa e permite que a
empresa aloque recursos em outros investimentos.

Siga em Frente...
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Tipos de inventários
É fundamental que uma empresa tenha informações de estoque confiáveis para dar fluxo a todas
as operações. Considere o seguinte exemplo: um determinado cliente solicita um produto com
urgência. O vendedor consulta o sistema e verifica se possui o produto, como também se pode
atender à necessidade desse consumidor prontamente. No momento em que envia para o
armazém a ordem de separação, o produto não é encontrado fisicamente. O vendedor é, então,
obrigado a ligar para o cliente e informá-lo de que não conseguirá atender ao seu pedido com a
urgência prometida.

Portanto, é imperativo que as empresas tenham acesso a informações de estoque confiáveis.


Uma das ferramentas utilizadas nesse sentido é o inventário físico, que consiste na contagem
física dos itens em estoque, para que as diferenças sejam verificadas em relação ao estoque
contábil e, assim, os ajustes necessários sejam executados. Existem diversas formas de
desenvolver um inventário. Fica a critério da empresa selecionar a melhor maneira de conferir e
garantir a confiabilidade dos dados. Os principais tipos de inventário são:

Inventário geral: é o processo de contagem física de todos os itens da empresa em uma


data prefixada. É utilizado usualmente no fechamento contábil do exercício anual ou em
inventários mensais/trimestrais, para “fechamento” dos custos.
Inventário dinâmico: é o processo de contagem física de um item sempre que este atinge
alguma situação predefinida. Exemplo: a contagem pode acontecer quando o estoque de
um determinado item ficar zerado.
Inventário rotativo: é a contagem física, feita de maneira contínua, dos itens em estoque,
programada de modo que os itens sejam contados, de acordo com sua importância, a uma
frequência predeterminada. Essas contagens são efetuadas, de modo geral, diariamente.
Inventário por amostragem: é empregado em procedimentos de auditoria, valendo-se de
uma abordagem estatística. Nesse caso, são contados apenas alguns itens que
representam uma boa amostra do universo de produtos da empresa. Assim, pelo resultado
da amostragem, pode-se verificar se os métodos de controle estão sendo bem executados.

Vamos Exercitar?
Então, vamos lá! Para solucionar os problemas apresentados anteriormente, a empresa pode
adotar como estratégia a implementação de um sistema de gestão de estoque dinâmico,
direcionado a uma abordagem Just in Time e à integração de tecnologias de análise de dados
avançadas. Esse sistema tem o objetivo de otimizar os níveis de estoque, mantendo-os alinhados
com as tendências de demanda em tempo real e minimizando o capital imobilizado por estoques
excessivos.

Nesse contexto, para que a instauração desse sistema atinja os seus objetivos, a empresa deve
começar a agir pela integração dos dados de vendas em tempo real, informações de mercado e
feedback dos clientes, a fim de prever mais precisamente as necessidades de estoque futuras.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Isso permitirá ajustes rápidos nos níveis de estoque, reduzindo tanto o excesso quanto a falta de
produtos.

A empresa também deverá buscar melhorias na comunicação interna, estabelecendo um diálogo


mais eficiente entre os departamentos, para garantir que as informações sobre demanda e
estoque sejam compartilhadas em tempo real. Isso facilitará o planejamento integrado e a
reposição coordenada de estoque.

Outras medidas interessantes são:

Adoção de sistemas puxados e empurrados de forma estratégica: a empresa poderá usar


uma abordagem híbrida, utilizando sistemas puxados para produtos de alta demanda e
variabilidade, e sistemas empurrados para itens de demanda previsível e estável. Isso
gerará um equilíbrio entre eficiência operacional e satisfação do cliente.
Implementação de inventário rotativo: para assegurar a precisão dos dados de estoque, a
empresa pode adotar a prática do inventário rotativo, permitindo a identificação e correção
de discrepâncias de forma contínua, sem a necessidade de interromper as operações para
inventários gerais.
Capacitação e treinamento de equipe: seria válido realizar um investimento significativo na
capacitação da equipe, ensinando sobre as melhores práticas de gestão de estoque e o uso
eficiente do novo sistema. Isso pode assegurar que todos os envolvidos compreendam seu
papel na otimização dos processos de estoque.

Com a implementação do sistema de gestão de estoque dinâmico, a empresa será capaz de


observar uma melhoria significativa na eficiência operacional. O capital imobilizado por estoques
poderá ser reduzido, liberando recursos para outras áreas de investimento.

Além disso, a satisfação do cliente poderá apresentar melhorias em virtude da disponibilidade


consistente de produtos de alta demanda, resultando em um aumento nas vendas e na fidelidade
dos consumidores.

A estratégia adotada pela empresa serve como um exemplo prático de como a gestão de
estoque, quando alinhada com as tecnologias e práticas modernas, pode transformar desafios
operacionais em oportunidades de crescimento e vantagem competitiva.

Saiba mais
Você sabia que uma previsão de demanda mais acurada contribui substancialmente para
transformar a gestão de estoques em um diferencial competitivo para seu negócio? Para
enriquecer seus estudos sobre gestão de estoques, sobretudo no que se refere à utilização da
previsão da demanda como ferramenta e aos aspectos relacionados a esse tema, sugiro que
você leia o artigo a seguir.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Previsão de demanda e gestão de estoque: um estudo realizado em uma empresa de polpas de


fruta.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

WILVERT, J. E. Previsão de demanda e gestão de estoque: um estudo realizado em uma empresa


de polpas de fruta. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 39., 2019, Santos,
SP. Anais... Santos, SP: Enegep, 2019. Disponível em:
https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_291_1641_37429.pdf. Acesso em: 3 fev. 2024.

Aula 5
Encerramento da Unidade

Videoaula de Encerramento

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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Dica para você


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aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula retomaremos nossa análise sobre os pilares fundamentais da
logística: transporte, armazenagem, movimentação e gestão de estoques. Esses temas são
cruciais para a eficiência operacional em qualquer setor produtivo, pois garantem que os
recursos certos estejam no lugar certo, na hora certa. Dominar esses conceitos ampliará sua
capacidade de minimizar custos e maximizar a satisfação do cliente em sua prática profissional.
Embarque nesta imersão estratégica e eleve sua habilidade de planejar e executar com
excelência. Está pronto para a viagem? Vamos lá!

Ponto de Chegada
Olá, estudante! Para desenvolver as competências associadas a esta unidade de aprendizagem,
que são “Compreender a importância das operações de transportes no que tange à
competitividade e lucratividade de uma organização no mercado, aplicando as técnicas
necessárias para a gestão eficiente dessa atividade; Projetar e gerenciar espaços de
armazenamento, maximizando a utilização desses ambientes e garantindo a segurança dos
produtos; Assimilar conhecimentos para aplicar as técnicas de gerenciamento, a fim de otimizar
a movimentação interna de mercadorias, entendendo a importância da ergonomia e da
segurança no trabalho; Adquirir as competências necessárias para implementar sistemas
eficazes de controle de estoque, equilibrando a demanda e a oferta de produtos, bem como
minimizando custos e evitando a obsolescência ou a falta de produtos”, é importante que você
tenha iniciado sua trajetória de estudos pela aquisição de conhecimentos sobre os conceitos
básicos inerentes a operações logísticas de transporte, armazenagem, movimentação de
mercadorias e gestão de estoques.

Nesta unidade de aprendizagem, tratamos da essência da logística e da gestão de operações de


transportes, atividades essenciais para a competitividade e lucratividade de uma organização no
mercado. A compreensão profunda desses saberes oportuniza a aplicação das técnicas
necessárias para uma gestão eficiente, garantindo que cada etapa, desde o planejamento até a
execução, contribua significativamente para os objetivos da empresa.

Primeiro, descobrimos como projetar e gerenciar espaços de armazenamento para maximizar a


utilização do ambiente disponível, sem comprometer a segurança e integridade dos produtos. A
capacidade de organizar e adaptar esses espaços é crucial para responder dinamicamente às
demandas do mercado e às variações de estoque.

Em seguida, direcionamos nossa atenção à movimentação interna de mercadorias, sublinhando


a importância da ergonomia e da segurança no trabalho. Esses fatores não apenas protegem os
profissionais, mas também aumentam a eficiência operacional. Ao entender e aplicar princípios
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

ergonômicos, é possível reduzir a fadiga e os erros, otimizando o fluxo de trabalho e a


produtividade.

Por fim, discutimos sobre a gestão de estoques, enfatizando a necessidade de sistemas eficazes
de controle para equilibrar a demanda e a oferta de produtos. Uma gestão de estoque
competente minimiza custos, evita a obsolescência e a falta de produtos, garantindo que a
organização possa atender às necessidades dos clientes de maneira eficiente e oportuna.

Esses conceitos e técnicas são fundamentais não apenas para a operação diária de uma
organização, mas também para sua estratégia de longo prazo. A capacidade de integrar
eficazmente gestão de transportes, armazenamento e estoques se reflete diretamente na
satisfação do cliente, na redução de custos e no sucesso sustentável do negócio.

É Hora de Praticar!

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Uma empresa de médio porte especializada em e-commerce de produtos eletrônicos enfrenta


desafios logísticos significativos. Frente a um crescimento exponencial nas vendas on-line, a
demanda por uma gestão eficiente de operações de transporte e armazenagem tornou-se crítica.
A ineficiência nos modais de transporte utilizados resultou em altos custos de transporte,
atrasos nas entregas e clientes insatisfeitos. Além disso, a armazenagem e a estocagem não
estão otimizadas, levando a uma rotatividade de estoque lenta e à obsolescência de produtos de
alta tecnologia.
A empresa utiliza um armazém centralizado que não está aproveitando ao máximo os tipos de
equipamentos de armazenagem disponíveis, dando origem a uma movimentação interna
ineficaz.
Quais sugestões e estratégias podem ser apontadas a fim de que esses problemas sejam
resolvidos?

Para que você possa solidificar seu entendimento sobre os assuntos estudados nesta etapa de
aprendizagem, considere as seguintes perguntas:

Como a eficiência na gestão de armazenamento e movimentação interna de mercadorias


pode impactar a competitividade de uma organização no mercado?
De que maneira a implementação de sistemas eficazes de controle de estoque contribui
para minimizar custos e evitar a obsolescência de produtos?
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Qual a importância da ergonomia e da segurança no trabalho para a gestão logística e


como esses fatores afetam a produtividade e a satisfação dos
colaboradores?

Para solucionar o caso descrito anteriormente, primeiro é necessário desenvolver um estudo


minucioso dos conceitos fundamentais relativos às operações de transporte, com o intuito de
identificar os modais mais eficientes e econômicos para a realidade da empresa.
Um aspecto importante nesse contexto é a análise detalhada dos custos de transportes, pois
isso permitirá a detecção de oportunidades para a redução de despesas, talvez por meio de
negociações de tarifas ou consolidação de cargas.
Em relação à armazenagem e estocagem, um reprojeto dos objetivos da armazenagem deve ser
realizado, direcionando o foco à rapidez de acesso aos produtos mais vendidos e à eficiência do
uso do espaço. Isso pode incluir a reestruturação dos tipos de armazéns e a implementação de
novos equipamentos de armazenagem, como sistemas automatizados. As funções da
movimentação interna também precisam ser revistas, selecionando tipos de movimentação que
beneficiem o fluxo de produtos.
Para os estoques, deve-se adotar uma classificação estratégica que diferencie produtos com alta
e baixa rotatividade, aplicando uma tipologia de estoques que permita um manejo mais eficaz
dos inventários. Além disso, é crucial a implantação de sistemas de gestão de estoque que
forneçam dados em tempo real, facilitando a tomada de decisões rápidas e informadas.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.
4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da
indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.
,

Unidade 3
Técnicas e Métodos Aplicados à Logística

Aula 1
Logística Lean: Mapeamento do Fluxo de Valor

Logística lean: mapeamento do fluxo de valor

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Olá, estudante! Nesta videoaula você será apresentado ao conceito de logística lean, conhecendo
o seu histórico e evolução. Você também descobrirá quais são os tipos de desperdícios que
podem ser evitados para otimizar processos e aprenderá a realizar o mapeamento do fluxo de
valor atual e futuro. Este conhecimento é essencial para sua prática profissional, pois oferece
ferramentas que ajudam a aprimorar a eficiência operacional, reduzir custos e melhorar a
satisfação do cliente. Preparado para aprofundar seus conhecimentos em logística e fazer a
diferença no mercado? Junte-se a mim nesta jornada de aprendizagem!

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? Seja bem-vindo! É com grande satisfação que recebemos você em
mais uma etapa de seu desenvolvimento acadêmico. Este é um momento significativo, em que
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

aprimoraremos não apenas nosso conhecimento técnico, mas também nossa capacidade de
inovar e transformar o ambiente ao nosso redor.

Nesse contexto, a aula de hoje, intitulada “Logística lean: mapeamento do fluxo de valor”,
promete ser um marco importante em sua formação, uma vez que possui como objetivo principal
oferecer uma visão abrangente sobre a logística lean, contemplando desde seu histórico e
evolução até técnicas específicas para otimização dos processos logísticos, como o
mapeamento do fluxo de valor atual e futuro. Esses temas são fundamentais para saber como
identificar e eliminar desperdícios, melhorando a eficiência e a eficácia nas operações logísticas.
O conhecimento que será adquirido nesta etapa de estudos tem o potencial de impactar
positivamente qualquer cadeia de suprimentos, tornando-a mais ágil e responsiva às demandas
do mercado.

Para garantir o aproveitamento máximo desta aula, convido você a refletir sobre três questões
centrais:

Como o histórico da logística lean contribui para o entendimento de suas práticas atuais?

Quais são os principais tipos de desperdícios identificados pela logística lean e como podem ser
eliminados?

De que maneira o mapeamento do fluxo de valor atual e a projeção do fluxo de valor futuro
auxiliam na otimização dos processos logísticos?

Essas perguntas servirão como guias para que você aprofunde sua compreensão sobre a
logística lean e seu papel crítico na melhoria contínua dos processos logísticos.

Esteja atento a cada detalhe e absorva o máximo de informações que puder. O conhecimento
que você está prestes a adquirir é uma ferramenta poderosa para o seu futuro profissional.
Motive-se a estudar com dedicação. Boa aula!

Vamos Começar!

Histórico da logística lean e sua evolução


A logística lean, ou logística enxuta, tem suas raízes no Sistema Toyota de Produção,
desenvolvido no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Esse sistema, idealizado por Taiichi
Ohno e Eiji Toyoda, tinha a intenção de eliminar desperdícios no processo de produção,
maximizando o valor para o cliente. O foco era voltado à identificação e remoção de processos
que não agregavam valor, a fim de otimizar o uso de recursos e a eficiência operacional.

Desde sua concepção, a logística lean evoluiu de uma prática restrita ao chão de fábricas para
uma abordagem que abrange toda a cadeia de suprimentos. Esse avanço foi marcado pela
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

adoção de princípios lean em diferentes setores da economia, não se limitando ao segmento


automobilístico.

Nesse sentido, ferramentas como o mapeamento do fluxo de valor (Value Stream Mapping –
VSM) foram desenvolvidas para identificar e minimizar os desperdícios em todos os processos,
considerando desde a aquisição de matérias-primas até a entrega do produto ao consumidor
final.

Por sua vez, a integração da tecnologia de informação à logística lean representou outro
momento importante na sua evolução. Sistemas de planejamento de recursos empresariais
(ERP), gestão de relacionamento com clientes (CRM) e sistemas de execução de manufatura
(MES) começaram a ser utilizados para aumentar a visibilidade e o controle sobre o fluxo de
materiais e informações, permitindo uma tomada de decisão mais ágil e baseada em dados.

No panorama atual, caracterizado por mercados voláteis e exigências crescentes por parte dos
consumidores, a importância da logística lean nas cadeias de suprimentos é indiscutível. A
capacidade de responder rapidamente a mudanças na demanda, mantendo custos baixos e
elevados níveis de qualidade, é uma vantagem competitiva significativa.

A logística lean contribui para a sustentabilidade das operações ao reduzir desperdícios e


otimizar o uso de recursos. Esse aspecto é particularmente relevante em um cenário de
crescente preocupação com o impacto ambiental das atividades empresariais, uma vez que a
redução de desperdícios não apenas melhora a eficiência operacional, mas também coopera
com a diminuição da pegada de carbono das empresas.

Além disso, a abordagem lean facilita a colaboração e a integração entre diferentes elos da
cadeia de suprimentos. A partir do compartilhamento de informações e da adoção de práticas
lean conjuntas, fornecedores, fabricantes e distribuidores podem sincronizar suas operações,
minimizando tempos de ciclo e melhorando o nível de serviço ao cliente.

Tipos de desperdícios

A logística lean, ou logística enxuta, é uma filosofia de gestão com foco direcionado à redução de
desperdícios ao longo da cadeia de suprimentos, visando à maximização do valor para o cliente.
Nesse contexto, diversos tipos de desperdícios podem ser identificados e evitados na logística
lean, como:

Superprodução: produzir mais do que o necessário ou antes do necessário pode levar ao


excesso de estoque, aumentando os custos de armazenagem e gerando o risco de
obsolescência.
Tempo de espera: delays na produção ou no transporte de produtos resultam em tempo
ocioso para recursos humanos e materiais, o que diminui a eficiência geral da cadeia de
suprimentos.
Transporte: movimentações desnecessárias de produtos entre processos ou locais
contribuem para a elevação de custos e risco de danos. A logística lean busca otimizar
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

rotas e consolidar cargas para minimizar esses desperdícios.


Processamento excessivo: realizar muitas operações em um produto, de maneira que o
custo desses processos ultrapasse aquilo que o valor percebido pelo cliente pode pagar,
resulta em desperdício de recursos e tempo. O objetivo deve ser simplificar e padronizar
processos.
Inventário excessivo: um estoque excessivo esconde problemas como previsões
imprecisas, ineficiências de produção e questões de qualidade, além de representar um
capital imobilizado que poderia ser mais bem aproveitado.
Movimentos desnecessários: a movimentação ineficiente de pessoas ou equipamentos que
não agregam valor ao produto aumenta o tempo de produção e pode provocar o desgaste
físico dos trabalhadores.
Defeitos: produtos com defeito requerem retrabalho ou descarte, gerando custos adicionais
e afetando a satisfação do cliente. A logística lean enfatiza a qualidade desde o início para
minimizar esses desperdícios.
Talento subutilizado: não aproveitar plenamente as habilidades e os conhecimentos dos
colaboradores também é uma forma de desperdício, pois limita a inovação e a eficiência na
solução de problemas.

Nesse contexto, é importante ressaltar que, para eliminar os desperdícios descritos, a logística
lean implementa uma série de práticas e ferramentas, como: o sistema Just in Time (JIT), que
busca sincronizar a produção com a demanda; o mapeamento do fluxo de valor (VSM), o qual
identifica todas as atividades que agregam ou não valor ao produto; e o sistema de puxar a
produção (Kanban), que regula o fluxo de trabalho baseado na demanda real. Além disso, a
melhoria contínua (Kaizen) é uma filosofia central da logística lean que incentiva a procura
constante por eficiência e eliminação de desperdícios.

A implementação bem-sucedida da logística lean exige comprometimento organizacional e uma


mudança cultural que valorize a eficiência, a qualidade e a melhoria contínua. Ao direcionar o
foco à eliminação dos desperdícios identificados, as empresas podem alcançar uma cadeia de
suprimentos mais ágil, eficiente e alinhada com as necessidades dos clientes.

Mapeamento do fluxo de valor atual

A logística lean é uma filosofia de gestão concentrada na maximização do valor para o cliente a
partir da eliminação contínua de desperdícios em todos os processos logísticos. Para que sua
implementação e utilização sejam adequadas, é necessário que seja elaborado o mapa do fluxo
de valor atual, ou seja, a descrição de todas as atividades, processos, fluxo de informação e
colaboradores envolvidos nessas operações. Para tanto, é essencial obedecer aos seus cinco
princípios básicos:

1. Definir o que agrega valor sob a perspectiva do cliente

O primeiro passo para implementar a logística lean é entender claramente o que constitui valor
para o cliente. Cabe evidenciar que “valor”, nessa perspectiva, é qualquer ação ou processo pelo
qual o cliente está disposto a pagar.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

A identificação do valor e, consequentemente, de toda a cadeia de valor da empresa é de


fundamental importância, pois leva a organização a direcionar seus esforços a atividades que
aumentam a satisfação do cliente e diferenciam a empresa no mercado.

A cadeia de valor é o conjunto de todas as etapas que agregam ou não valor ao produto desde o
momento em que ele entra como matéria-prima até se transformar em produto acabado e ser
entregue ao cliente, como mostra a Figura 1, a seguir.

Figura 1 | Exemplo de cadeia de valor.

Nesse sentido, todas as atividades que não agregam valor são consideradas desperdícios e
devem ser alvos de eliminação.

2. Mapear o fluxo de valor atual

Após a definição do valor, o próximo passo é o mapeamento do fluxo de valor atual. Esse
processo envolve a identificação detalhada de todas as atividades necessárias para entregar um
produto ou serviço, do início ao fim, como ilustra a Figura 2, a seguir.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 2 | Exemplo de mapeamento do fluxo de valor atual. Fonte: elaborada pelo autor.

O objetivo dessa criteriosa descrição de atividades é visualizar claramente todas as etapas,


processos e fluxos de informação para identificar e eliminar desperdícios. Desperdícios podem
incluir superprodução, espera, transporte desnecessário, processos excessivamente complexos,
entre outros fatores. Ao extinguir esses desperdícios, a empresa pode tornar o processo mais
eficiente e ágil.

3. Criar um fluxo contínuo

O terceiro princípio da logística lean é criar um fluxo contínuo de produtos e serviços. Isso
significa organizar as operações de modo que cada atividade seja realizada de maneira suave e
sem interrupções, desde a solicitação do cliente até a entrega do valor. O fluxo contínuo reduz os
tempos de ciclo, minimiza estoques desnecessários e aumenta a flexibilidade para responder às
mudanças na demanda do cliente. Esses benefícios são obtidos por meio da simplificação dos
processos, balanceamento de carga de trabalho e eliminação de gargalos.

4. Estabelecer um sistema puxado

Diferentemente de sistemas tradicionais de produção empurrada, nos quais a produção é


baseada em previsões de demanda, um sistema puxado permite que a produção seja iniciada a
partir da demanda real do cliente. Isso significa produzir apenas o que é necessário, no momento
necessário e na quantidade necessária. Sistemas puxados ajudam a reduzir a sobreprodução,
altos níveis de estoque e os custos associados, além de aumentarem a capacidade de resposta
às mudanças na demanda do cliente.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

5. Buscar a perfeição

O último princípio é a busca contínua pela perfeição, o que envolve a melhoria constante dos
processos, produtos e serviços, com o objetivo de eliminar completamente os desperdícios e
sempre otimizar o valor entregue ao cliente. A melhoria contínua é um processo iterativo que
abrange toda a organização, contemplando desde a alta gestão até os operadores, e requer uma
cultura de abertura para mudanças, experimentação e aprendizagem contínua.

Siga em Frente...

Mapeamento do fluxo de valor futuro


Após a análise do estado atual, o próximo passo é o desenvolvimento do mapeamento do fluxo
de valor futuro. Esse mapa corresponde a uma visão projetada de como o processo deveria
funcionar para maximizar o valor ao cliente e eliminar desperdícios.

O mapeamento do fluxo de valor futuro é baseado nas ineficiências identificadas no mapa atual e
na aplicação dos princípios lean para gerar um processo mais enxuto. Desse modo, o mapa de
valor futuro deve incluir:

A reorganização das etapas do processo para eliminar desperdícios e melhorar o fluxo.

A introdução de novas práticas ou tecnologias que aumentem a eficiência.

A redefinição dos fluxos de materiais e de informações para facilitar uma produção mais ágil e
flexível.

O objetivo do mapa de valor futuro é servir como um plano de ação para alcançar um estado
mais eficiente e eficaz. Esse recurso orienta a implementação de melhorias contínuas e ajuda a
estabelecer metas claras para a equipe.

Em resumo, o mapeamento do fluxo de valor atual fornece uma fotografia detalhada dos
processos existentes, apontando áreas de desperdício e ineficiências, enquanto o mapeamento
do fluxo de valor futuro concede uma visão estratégica para otimizar e melhorar esses
processos, concentrando-se na criação de valor para o cliente. Ambos os mapeamentos são
indispensáveis para empresas que buscam a excelência operacional por meio da metodologia
lean.

Vamos Exercitar?

A logística lean, que tem suas raízes no Sistema Toyota de Produção, é um paradigma com foco
voltado à maximização do valor para o cliente a partir da eliminação contínua de desperdícios
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

em todos os processos. Esse enfoque histórico é crucial para entendermos as práticas atuais da
logística lean, pois ilustra a evolução de um sistema de produção específico para uma filosofia
abrangente de gestão, aplicável a diversos contextos e setores. A compreensão desse
desenvolvimento ajuda os profissionais a adaptarem e aplicarem os princípios lean de forma
mais eficaz em suas operações, reconhecendo que o objetivo final é sempre entregar valor
máximo com o mínimo de desperdício.

Os principais tipos de desperdícios identificados pela logística lean incluem excesso de


produção, tempo de espera, transporte desnecessário, excesso de processamento, inventário
excessivo, movimentos desnecessários e defeitos. A eliminação desses desperdícios passa pela
implementação de várias ferramentas e técnicas, como o sistema puxado de produção,
nivelamento de produção (Heijunka), Kaizen (melhoria contínua) e 5S (cinco sensos). Cada um
desses elementos trabalha para criar um ambiente de produção mais enxuto e eficiente, no qual
o valor é constantemente incrementado, enquanto os custos e o tempo de ciclo são reduzidos.

O mapeamento do fluxo de valor atual e a projeção do fluxo de valor futuro são ferramentas
críticas na logística lean para a otimização dos processos logísticos. O mapeamento do fluxo de
valor atual permite uma visualização detalhada dos processos atuais, identificando em quais
momentos os desperdícios ocorrem e onde o valor é ou não adicionado. Essa análise crítica
pavimenta o caminho para a criação de um fluxo de valor futuro, um plano estratégico que tem o
objetivo de eliminar desperdícios, melhorar fluxos de processos e aumentar a eficiência geral. Ao
visualizar o estado desejado, as organizações podem definir objetivos claros e instaurar
mudanças direcionadas para alcançá-los, promovendo assim a melhoria contínua e a entrega de
valor superior ao cliente.

Para uma reflexão sobre as possibilidades adicionais de resolução, deve-se considerar a


adaptação contínua dos princípios lean às mudanças tecnológicas e de mercado. Com a
digitalização e a aplicação de tecnologias avançadas, como a Internet das Coisas (IoT) e a
inteligência artificial (AI), novas oportunidades para eliminação de desperdícios e otimização de
processos emergem.

Assim, enquanto o mapeamento do fluxo de valor fornece uma estrutura para a melhoria, a
inovação contínua e a adaptabilidade são fundamentais para manter a relevância e a eficácia da
logística lean diante dos desafios e oportunidades futuros.

Saiba mais
A logística lean é uma filosofia que busca reduzir os desperdícios e os custos nas operações
logísticas por meio da identificação e eliminação das atividades que não agregam valor ao
cliente. Essa abordagem baseia-se em três conceitos fundamentais: reduzir o tamanho do lote,
aumentar a frequência de entrega e nivelar o fluxo de entrega. Para que você possa compreender
de maneira mais criteriosa as práticas lean aplicadas à logística, faça a leitura do material
indicado a seguir.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Práticas lean na logística: uma síntese da literatura.

Referências
CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

OLIVEIRA, V. C. C. de; NASCIMENTO, J. H. M. do; THOMÉ, A. M. T. Práticas lean na logística: uma


síntese da literatura. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 38., 2018,
Maceió, AL. Anais... Maceió, AL: Enegep, 2018. Disponível em:

https://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_258_481_36125.pdf. Acesso em: 11 fev. 2024.

ORIBE, C. Y. Advanced Kaizen: o método de análise e solução de problemas na manufatura


enxuta e em outros contextos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2022. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555208115/. Acesso em: 11 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 2
Just in Time; Kanban e Método SIPOC Aplicados à Logística

Just in Time, Kanban e método SIPOC aplicados à logística

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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Dica para você


Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula trataremos de conceitos indispensáveis para a eficiência na


gestão de operações: a filosofia Just in Time, seus pilares fundamentais, o sistema Kanban e o
método SIPOC. Esses conteúdos são vitais para aprimorar sua prática profissional, uma vez que
contribuem para a otimização de processos e a maximização dos resultados com precisão e
agilidade. Prepare-se para enriquecer seu conhecimento e aplicar essas estratégias de forma
efetiva em seu ambiente de trabalho. Não perca esta oportunidade de aprimoramento!

Ponto de Partida

Olá, estudante! Tudo bem? Seja bem-vindo! É com grande satisfação que recebo você nesta
etapa do seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Iniciar este módulo de aprendizagem
representa um passo significativo em sua formação, bem como na sua capacitação para atuar
em segmentos do mercado nos quais a eficiência e a inovação são fundamentais.

Nesta aula exploraremos conceitos e práticas essenciais para o aprimoramento da gestão e


operação logística, como a filosofia Just in Time (JIT) e seus pilares fundamentais, o sistema
Kanban e o método SIPOC.

A filosofia Just in Time, que tem foco voltado à redução de desperdícios e à melhoria contínua,
estabelece a base para entendermos como otimizar processos e recursos. Os princípios do JIT
nos guiam na implementação prática dessa filosofia, enquanto o sistema Kanban oferece uma
ferramenta visual para gerenciar o fluxo de trabalho e materiais.

Por sua vez, o método SIPOC proporciona uma perspectiva clara dos processos, identificando
fornecedores, entradas, saídas e clientes, o que é essencial para a gestão eficaz de todas as
atividades compreendidas no contexto logístico.

Para nortear nossa aprendizagem e estimular uma reflexão profunda, considere as seguintes
perguntas ao longo de seus estudos:

Como a implementação da filosofia Just in Time pode impactar a eficiência das operações
logísticas e o nível de percepção de agregação de valor por parte dos consumidores?
De que maneira os pilares fundamentais do Just in Time se aplicam especificamente ao
contexto logístico e à gestão da cadeia de suprimentos integrada?
Como o sistema Kanban e o método SIPOC podem ser integrados às operações logísticas
para melhorar a gestão e os processos?

Essas questões foram projetadas para mantê-lo engajado e atento aos aspectos mais relevantes
desta etapa de aprendizagem, ajudando-o a aplicar o conhecimento adquirido de maneira prática
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

e efetiva em sua futura carreira.

Encorajo você a explorar esses conceitos com curiosidade e dedicação, visando não apenas à
excelência acadêmica, mas também ao impacto positivo em sua trajetória profissional. Boa aula!

Vamos Começar!

Filosofia Just in Time


O conceito Just in Time (JIT) consiste em uma filosofia de gestão de produção que enfatiza a
eficiência e a redução de desperdício ao produzir bens ou serviços. Essa abordagem,
centralizada na ideia de produzir o necessário, no momento necessário e na quantidade
necessária, emergiu no Japão durante o período do pós-guerra, mais especificamente na
indústria automobilística, com a Toyota Motor Company desempenhando um papel pioneiro em
sua implementação e desenvolvimento.

O desenvolvimento do JIT está intrinsecamente ligado ao contexto histórico e econômico do


Japão no período pós-Segunda Guerra Mundial. O país enfrentava severas limitações de recursos
e um mercado bastante restrito.

Em resposta a essas limitações, a Toyota, sob a liderança de Taiichi Ohno, começou a


desenvolver um sistema que pretendia minimizar o desperdício em todos os aspectos da
produção, incluindo tempo, trabalho e material. Essa filosofia representou uma ruptura com o
modelo tradicional de produção em massa, popularizado por Henry Ford, que destacava a
eficiência a partir de grandes lotes de produção e altos níveis de estoque.

No cenário global, o JIT se expandiu para além da indústria automobilística japonesa,


influenciando práticas de gestão de produção em diversos setores e países. Sua aplicação tem
sido adaptada a diferentes contextos e necessidades, demonstrando sua flexibilidade e
relevância contínua como uma filosofia de gestão de produção.

De outro modo, na conjuntura logística, o Just In Time cumpre um papel de grande importância,
pois envolve a gestão cuidadosa da cadeia de suprimentos para garantir que os componentes e
materiais necessários estejam disponíveis para a produção no momento certo. Isso exige
coordenação e comunicação extremamente eficazes entre fornecedores, fabricantes e
distribuidores.

A implementação do JIT requer uma compreensão detalhada dos padrões de demanda e um


planejamento preciso. As empresas devem ser capazes de prever com exatidão a demanda do
cliente e alinhar suas operações de produção e logística de acordo com essa informação. Tal
tarefa frequentemente envolve o uso de tecnologias avançadas para coletar e analisar dados em
tempo real, permitindo ajustes rápidos e informados na cadeia de suprimentos.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Um dos principais benefícios do JIT na logística é a redução significativa de estoques, o que não
apenas diminui custos de armazenamento, mas também minimiza o risco de obsolescência e
deterioração de produtos.

Além disso, o JIT, na logística, incentiva fortes relações de parceria com fornecedores. Como os
materiais são entregues exatamente quando é necessário, torna-se importante que os
fornecedores sejam confiáveis e capazes de atender a demandas imprevistas ou alterações no
cronograma de produção. Esse aspecto do JIT promove uma integração mais profunda e
colaborativa entre diferentes entidades na cadeia de suprimentos.

No entanto, apesar de suas vantagens, o JIT também apresenta desafios. Por exemplo, a
dependência de entregas pontuais pode tornar a cadeia de suprimentos vulnerável a
interrupções, como condições climáticas adversas, greves ou falhas no transporte. Assim, um
planejamento de contingência robusto é indispensável para mitigar esses riscos.

Vale destacar, ainda, que a instauração do JIT pode se mostrar ainda mais complexa, uma vez
que exige não apenas mudanças nos processos de produção, mas também uma transformação
cultural dentro das organizações. O bom funcionamento dessa abordagem requer colaboração
estreita entre trabalhadores, gerentes e fornecedores, bem como um compromisso com a
melhoria contínua. A adoção do JIT pode levar a significativas economias de custos, aumento da
qualidade, redução de tempo de produção e maior satisfação do cliente.

Em resumo, o JIT na logística é uma estratégia que busca otimizar a cadeia de suprimentos,
diminuindo estoques e elevando a eficiência. Sua implementação bem-sucedida depende de uma
compreensão profunda da demanda do cliente, da colaboração estreita com parceiros da cadeia
de suprimentos e da capacidade de responder rapidamente a mudanças nas condições de
mercado. Apesar dos desafios, quando desenvolvido corretamente, o JIT pode oferecer
vantagens expressivas em termos de redução de custos e melhoria da eficiência operacional.

Pilares fundamentais do Just in Time

O sistema Just in Time é uma filosofia de gerenciamento da produção que enfatiza a eficiência e
a redução de desperdícios no processo de fabricação. Está alicerçado nos pilares fundamentais
que serão descritos a seguir.

O primeiro pilar é a eliminação do desperdício. O desperdício é entendido, nesse contexto, como


tudo o que não agrega valor ao produto ou serviço, como tempo de espera, inventário excessivo,
movimentos desnecessários, defeitos, entre outros aspectos.

A filosofia JIT busca identificar e eliminar esses desperdícios, o que resulta em um processo
mais enxuto e eficiente. Esse foco direcionado à eliminação do desperdício não apenas reduz
custos, mas também melhora a qualidade do produto e a satisfação do cliente.

Em segundo lugar, o JIT ressalta a importância de um fluxo de produção contínuo. A ideia é que
os produtos devem fluir sem interrupções através do processo de produção. Isso é alcançado
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

por meio de uma cuidadosa programação e sincronização das operações, garantindo que cada
etapa do processo esteja diretamente conectada à próxima. Essa abordagem minimiza os
tempos de espera e os estoques intermediários, ampliando a eficiência e a capacidade de
resposta às demandas dos clientes.

O terceiro princípio fundamental do JIT é a produção puxada. Diferentemente da produção


empurrada, em que a produção é baseada em previsões e programações, a produção puxada
responde diretamente à demanda do cliente. Isso significa que a produção só é acionada quando
existe uma demanda real, a fim de evitar a superprodução e o acúmulo de estoques
desnecessários. Esse sistema de resposta rápida concede uma maior flexibilidade e
adaptabilidade às mudanças nas demandas do mercado.

Além disso, o JIT promove a qualidade total. Ou seja, a qualidade é incorporada em cada etapa
do processo de produção. O objetivo é fazer certo desde a primeira vez, evitando retrabalhos e
defeitos. Esse resultado é obtido por meio de um forte compromisso com a melhoria contínua
(Kaizen) e do envolvimento dos funcionários em todos os níveis da organização. A ideia é que
todos os colaboradores contribuam para a identificação de problemas e o desenvolvimento de
soluções, criando um ambiente onde a melhoria contínua seja parte integrante da cultura
organizacional.

Por fim, a manutenção preventiva é outro aspecto fundamental do JIT. Ela garante que
equipamentos e máquinas estejam sempre em condições ideais de funcionamento, evitando
paradas inesperadas que possam interromper o fluxo de produção. A manutenção preventiva não
apenas amplia a eficiência operacional, mas também prolonga a vida útil dos equipamentos e
reduz os custos a longo prazo.

Sistema Kanban
O sistema Kanban é uma metodologia de gestão visual adotada para controlar a produção e
otimizar o fluxo de trabalho em diversos processos, especialmente na manufatura e no
desenvolvimento de softwares.

Originário do Japão, o termo kanban traduz-se literalmente para o português como “cartão” ou
“sinalização”. Esse sistema foi desenvolvido pela Toyota na década de 1940 como parte de seu
sistema de produção Just in Time (JIT), com o objetivo de melhorar a eficiência e reduzir
desperdícios.

A essência do sistema Kanban reside em sua simplicidade visual, utilizando cartões (kanbans)
para representar tarefas ou itens de trabalho, bem como colunas para simbolizar cada etapa do
processo. Esses cartões são movidos ao longo de um quadro Kanban (físico ou digital), que
sistematiza todo o fluxo de trabalho, desde o início até a conclusão. Tal visualização permite que
os membros da equipe identifiquem facilmente os gargalos e interrupções no processo,
facilitando a implementação de melhorias contínuas e a adaptação rápida a mudanças. A Figura
1, a seguir, exibe alguns modelos de quadros Kanban.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 1 | Quadro Kanban de produção e quadro Kanban de abastecimento. Fonte: elaborada pelo autor.

O sistema Kanban é fundamentado em quatro princípios básicos: visualizar o trabalho, limitar o


trabalho em andamento, direcionar o foco ao fluxo e melhorar continuamente. Ao visualizar o
trabalho, todos os envolvidos têm uma visão clara do progresso e do estado atual dos projetos.
Limitar o trabalho em andamento ajuda a prevenir o excesso de tarefas e a sobrecarga de equipe,
garantindo que a atenção esteja voltada às tarefas mais críticas. O foco no fluxo, por outro lado,
visa à otimização da movimentação das tarefas ao longo do processo, reduzindo o tempo de
ciclo e aumentando a entrega de valor. Por fim, a melhoria contínua é um componente-chave, já
que incentiva a equipe a refinar constantemente o processo para elevar a eficiência e a eficácia.

Embora originalmente tenha sido aplicado ao setor de manufatura, atualmente o sistema Kanban
é amplamente adotado em outras áreas, sobretudo no desenvolvimento ágil de softwares, por
causa de sua flexibilidade e de sua capacidade de adaptação a diferentes ambientes e requisitos
de projeto.

Em contextos de TI, o Kanban ajuda as equipes a gerenciarem tarefas de desenvolvimento,


testes, manutenção e outras atividades de forma mais eficaz, promovendo a transparência, a
colaboração e a responsabilidade entre os membros do grupo.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

A implementação do Kanban pode variar significativamente dependendo das necessidades


específicas da equipe e da natureza do trabalho. No entanto, a simplicidade do sistema e sua
ênfase na visualização e no fluxo de trabalho o tornam uma ferramenta poderosa para qualquer
organização que busca melhorar a gestão de seus processos e projetos.

Com sua abordagem centrada no ser humano e no aprimoramento contínuo, o Kanban se alinha
bem com a filosofia de gestão moderna, ressaltando a adaptabilidade, a eficiência e a satisfação
da equipe.

Siga em Frente...

Método SIPOC
O método SIPOC é uma ferramenta utilizada no âmbito da gestão da qualidade e da melhoria de
processos cuja origem remonta às práticas de gestão de qualidade total e ao modelo Seis Sigma.

Essa abordagem serve para mapear processos de forma macro, proporcionando uma visão clara
e simplificada das etapas-chave de um sistema, bem como das entradas e saídas associadas a
cada uma dessas fases. A sigla SIPOC faz referência aos componentes fundamentais desse
método – Suppliers (Fornecedores), Inputs (Entradas), Process (Processo), Outputs (Saídas) e
Customers (Clientes) –, formando assim uma cadeia de valor que viabiliza uma análise integrada
e sistemática dos processos de negócio, como ilustra a Figura 2, a seguir.

Figura 2 | Elementos do método SIPOC. Fonte: elaborada pelo autor.

O primeiro componente, Suppliers (Fornecedores), refere-se às entidades ou aos indivíduos que


fornecem os insumos necessários para o processo. Eles podem ser internos ou externos à
organização e são cruciais para o início do processo, pois a qualidade e a pontualidade de seus
fornecimentos têm impacto direto na execução e nos resultados.

O segundo elemento, Inputs (Entradas), corresponde aos recursos, informações ou materiais


recebidos dos fornecedores, os quais serão utilizados no processo. Essas entradas são
fundamentais para a operação do processo e determinam, em grande medida, a qualidade do
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

produto ou serviço final. Uma análise cuidadosa das entradas é essencial para identificar
potenciais áreas de melhoria e garantir que o processo seja eficiente e eficaz.

O terceiro componente, Process (Processo), é o coração do método SIPOC. Representa as


atividades sequenciais ou paralelas que transformam as entradas em saídas. Esse componente
é mapeado por meio de uma série de etapas que descrevem o fluxo de trabalho, o que permite
identificar gargalos, redundâncias ou ineficiências. A análise do processo oferece oportunidades
para otimização e melhoria contínua.

Em seguida, Outputs (Saídas) são os produtos, serviços ou resultados gerados pelo processo. As
saídas são destinadas a satisfazer as necessidades ou expectativas dos clientes e sofrem
influência direta da eficácia das etapas anteriores do SIPOC. Uma compreensão clara das saídas
é importante para avaliar a qualidade do processo e detectar oportunidades de melhoria.

Por fim, Customers (Clientes), o último componente do SIPOC, engloba os receptores das saídas
do processo. Eles podem ser internos ou externos à organização, e suas necessidades e
expectativas moldam os requisitos das saídas do processo. O feedback dos clientes é um
componente vital para o ciclo de melhoria contínua, pois fornece informações essenciais sobre a
adequação e a qualidade das saídas do processo.

A aplicação do SIPOC constitui-se como uma ferramenta fundamental na análise e


aprimoramento de processos logísticos, proporcionando uma visão ampla e estruturada dos
componentes críticos de qualquer processo empresarial.

Esse modelo, oriundo das práticas do Seis Sigma, serve como um mapa visual que esclarece os
elementos primordiais de um processo, viabilizando uma compreensão holística que é
indispensável para a identificação de oportunidades de otimização e eficiência.

No âmbito logístico, em que a eficácia e a eficiência dos processos são cruciais para a
satisfação do cliente e a sustentabilidade operacional e financeira da empresa, o SIPOC emerge
como uma ferramenta de diagnóstico e planejamento extremamente valiosa.

Ao definir claramente quem são os fornecedores e as entradas necessárias para seus processos,
as empresas podem assegurar a qualidade e a pontualidade dos insumos, aspectos
fundamentais para a fluidez das operações logísticas.

Da mesma forma, a explicitação das saídas e dos clientes ajuda a garantir que os produtos ou
serviços finais estejam alinhados às expectativas e necessidades dos consumidores finais,
promovendo assim uma maior satisfação do cliente e sua consequente fidelização.

Além disso, a implementação do SIPOC na análise de processos logísticos facilita a identificação


de gargalos, redundâncias ou etapas ineficientes que podem estar comprometendo o
desempenho geral, uma vez que, por meio de uma visão sistêmica, os gestores serão capazes de
avaliar cada componente do processo em relação aos seus objetivos estratégicos, possibilitando
intervenções direcionadas e mais efetivas.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Vale ressaltar, ainda, que essa abordagem promove uma melhor comunicação e entendimento
entre as diferentes áreas da empresa, já que todos os envolvidos têm acesso a uma
representação clara e concisa do processo em análise.

Os benefícios do uso do SIPOC na otimização de processos logísticos são notáveis e


multifacetados. Primeiro, essa ferramenta contribui para um maior alinhamento estratégico,
assegurando que todos os aspectos do processo estejam voltados para o cumprimento dos
objetivos organizacionais. Isso é especialmente importante em um contexto logístico, no qual a
coordenação eficaz de diversas atividades – desde o abastecimento até a entrega final – é
fundamental para o sucesso operacional.

Adicionalmente, o SIPOC auxilia na redução de custos e no aumento da eficiência, uma vez que a
análise detalhada dos processos pode revelar oportunidades para a eliminação de desperdícios,
a simplificação de procedimentos e a melhoria da gestão de recursos.

Vamos Exercitar?
A filosofia Just in Time (JIT) é um sistema de gestão de produção que visa à redução de
estoques e ao aumento da eficiência a partir da produção enxuta e do atendimento à demanda.
Os pilares fundamentais do JIT incluem a eliminação de desperdícios, a melhoria contínua e a
integração da produção.

O sistema Kanban, por sua vez, é uma ferramenta visual de gestão de fluxo de produção que
sinaliza a necessidade de reposição de estoques, facilitando a implementação do JIT.

O método SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs and Customers) é um recurso de


mapeamento de processos que ajuda a visualizar as etapas críticas que envolvem desde os
fornecedores até os clientes, enfatizando a importância da qualidade e da eficiência em cada
fase.

A instauração da abordagem Just in Time pode impactar significativamente a eficiência das


operações logísticas ao minimizar os estoques e reduzir o tempo de espera ao longo da cadeia
de suprimentos. Isso não apenas otimiza o uso de recursos, mas também pode ampliar a
satisfação do consumidor, na medida em que a capacidade de responder rapidamente às
mudanças na demanda pode levar a uma percepção aumentada de agregação de valor.

Os consumidores beneficiam-se de produtos e serviços que melhor atendem às suas


necessidades em tempo hábil, o que, por sua vez, pode fortalecer a lealdade à marca e a
vantagem competitiva da empresa.

Os pilares fundamentais do Just in Time aplicam-se ao contexto logístico e à gestão da cadeia


de suprimentos integrada ao ressaltarem a importância de processos ágeis e adaptáveis. A
eliminação de desperdícios não se limita a materiais físicos, mas inclui a redução de tempos de
espera e a otimização de processos logísticos. A melhoria contínua, outro pilar do JIT, incentiva a
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

busca constante por eficiência em todas as etapas da cadeia de suprimentos, garantindo que as
operações permaneçam competitivas e relevantes.

A integração do sistema Kanban e do método SIPOC às operações logísticas oferece


mecanismos para melhorar a gestão e os processos de forma prática. O Kanban facilita a
implementação de um sistema puxado de produção, no qual a demanda real do consumidor
direciona a produção e a reposição de estoques, reduzindo o excesso e melhorando a
flexibilidade.

Já o SIPOC ajuda as organizações a entenderem melhor seus processos logísticos, identificando


áreas para aperfeiçoamento e assegurando que as operações estejam alinhadas com as
necessidades dos clientes. A combinação dessas ferramentas pode levar a uma cadeia de
suprimentos mais integrada e eficiente, capaz de responder dinamicamente às demandas do
mercado e agregar valor significativo para os consumidores.

Essas reflexões sobre a filosofia Just in Time, seus pilares fundamentais, o sistema Kanban e o
método SIPOC revelam a importância de práticas enxutas e adaptáveis na gestão da cadeia de
suprimentos. Ao implementar essas estratégias, as organizações podem não apenas melhorar
suas operações logísticas, mas também aprimorar a experiência do consumidor, criando um
diferencial competitivo no mercado.

Saiba mais

Você já ouviu falar em Just in Sequence? Trata-se de uma evolução do conceito de Just in Time.
Ambas as abordagens são fundamentais para a compreensão adequada da gestão da produção
e da logística moderna. Enquanto o JIT se dedica à produção e entrega de materiais no exato
momento em que se tornam necessários, reduzindo estoques e custos, o JIS leva essa ideia
ainda mais longe, adicionando um elemento crucial: a sequência. Em outras palavras, o JIS não
apenas assegura que os componentes cheguem no momento certo, mas também que sejam
entregues justamente na ordem em que serão usados durante a produção. Para que você possa
saber mais detalhes sobre essa importante filosofia, faça a leitura do material indicado a seguir.

O QUE é: just-in-sequence (JIS).

Referências
CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

O QUE é: just-in-sequence (JIS). Cirius Quality, 22 set. 2023. Disponível em:


https://ciriusquality.com.br/glossario/o-que-e-just-in-sequence-jis/. Acesso em: 12 fev. 2024.

ORIBE, C. Y. Advanced Kaizen: o método de análise e solução de problemas na manufatura


enxuta e em outros contextos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2022. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555208115/. Acesso em: 11 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 3
Embalagem; Unitização e Outsourcing

Embalagem, unitização e outsourcing

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Dica para você
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Olá, estudante! Bem-vindo a mais uma videoaula essencial para o seu desenvolvimento
profissional. Por meio deste conteúdo, vamos nos aprofundar no universo da logística,
explorando temas como embalagem, os conceitos vinculados a esse tópico, sua importância
para a efetividade das operações logísticas, tipos de embalagens, unitização, modelos de
unitização e seus benefícios. Além disso, vamos descobrir o que é outsourcing e as vantagens
que essa ferramenta traz para a logística. Esses conteúdos são fundamentais para aprimorar
suas habilidades e conhecimentos, pois concedem estratégias e práticas eficazes para otimizar
processos e garantir uma gestão logística mais eficiente e sustentável. Não perca a chance de
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

enriquecer sua prática profissional com essas informações valiosas. Assista agora à videoaula e
transforme seu aprendizado em ação!

Ponto de Partida
Seja muito bem-vindo à nossa aula sobre processos logísticos. Nesta importante etapa de
estudos, exploraremos tópicos essenciais, que formam a base da logística moderna. Para tanto,
vamos direcionar nossa atenção especificamente à relevância e variedade das embalagens, à
prática da unitização e ao papel desempenhado pelo outsourcing nesse contexto. Esses
elementos são vitais para entender como a logística opera de maneira eficiente e inovadora no
cenário atual.

A aula de hoje proporcionará uma visão ampla sobre os conceitos basilares relacionados às
embalagens, abordando não apenas sua relevância na cadeia logística, mas também os
diferentes tipos existentes e o modo com que cada um se adapta a necessidades específicas.

Além disso, aprofundaremos nosso entendimento sobre a unitização, verificando suas variações
e benefícios. Esse é um conhecimento indispensável para otimizar processos e custos logísticos.
Por fim, discutiremos sobre o outsourcing, uma prática cada vez mais adotada no setor logístico.
Nesse sentido, investigaremos como esse recurso colabora com a logística, permitindo uma
operação mais ágil e concentrada.

Para que você possa aproveitar ao máximo este encontro e aplique os saberes adquiridos de
forma prática, reflita sobre as seguintes perguntas durante a aula:

Como os diferentes tipos de embalagens influenciam a eficiência dos processos logísticos?


De que maneira a unitização contribui para a otimização da logística e a redução de
custos?
Quais são os principais benefícios do outsourcing para as empresas no contexto logístico?

Essas questões servirão como guias para o nosso debate, estimulando uma reflexão profunda
sobre cada tópico estudado.

Portanto, convido você a se engajar ativamente, já que seu entendimento e capacidade de


articular os conceitos analisados serão determinantes em sua carreira na logística.

Lembre-se: cada passo rumo ao conhecimento é um passo em direção ao sucesso. Boa aula!

Vamos Começar!

Embalagem: conceitos fundamentais e sua importância para a


logística
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

As embalagens desempenham um papel essencial nas operações logísticas, uma vez que, além
de protegerem os produtos durante o transporte, também facilitam o manuseio, armazenamento
e identificação desses itens, contribuindo para a otimização da cadeia de suprimentos.

Para uma conceitualização adequada, podemos definir embalagem como o conjunto de


atividades de projeto e produção do recipiente ou envoltório de um produto. Trata-se de um
importante componente da atividade econômica dos países industrializados. O desenvolvimento
da indústria, do comércio, da tecnologia e da própria sociedade fez da embalagem um
importante elemento da vida moderna. Assim, a embalagem incorporou novas funções, como
conservar, expor, vender os produtos e conquistar os clientes.

A embalagem ainda pode ser entendida como um conjunto de artes, ciências e técnicas
utilizadas na preparação das mercadorias, com o objetivo de criar as melhores condições para
seu transporte, armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou, alternativamente, como um
meio de assegurar a entrega de um produto numa condição razoável, sob o menor custo global.

No atual contexto, muitas empresas consideram as embalagens como um fator estratégico,


usando-a como uma ferramenta de marketing. Isso agrega valor ao produto, bem como evidencia
a imagem e a marca da empresa. O desenvolvimento de embalagens pode contribuir para o
sucesso do produto na competição de mercado.

As embalagens também são elementos indispensáveis durante toda a cadeia de suprimentos,


cumprindo um papel fundamental na estrutura operacional, uma vez que, dentro das atividades
logísticas, elas têm as funções de facilitar o manuseio e a armazenagem, proporcionar uma
utilização mais apropriada do equipamento de transporte, proteger o produto, alterar a densidade
do item, facilitar o uso do produto e prover valor de reutilização para o consumidor.

A escolha das embalagens deve considerar a quantidade de produtos, número de camadas e tipo
de material, na intenção de acomodar o item sem causar danos físicos/mecânicos. No entanto,
também é necessário entender a embalagem como um fator importante do processo
operacional, com implicações diretas sobre as atividades produtivas, principalmente quando
estas envolvem etapas de movimentação manual de cargas.

O objetivo da embalagem é permitir que a mercadoria nela contida chegue a seu destino com a
mesma condição de uso e conservação que apresentou em sua origem e no momento em que
foi embalada. A Figura 1, a seguir, demonstra as principais funções da embalagem.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 1 | Funções das embalagens.Fonte: elaborada pelo autor.

Tipos de embalagens

Você sabia que existem classificações ou subdivisões para os tipos de embalagens? As


embalagens podem ser subdivididas em cinco tipos específicos:

Contenção ou primária: é a primeira embalagem, que fica em contato direto com o produto,
protegendo-o dos agentes externos.
Apresentação ou secundária: envolve a embalagem de contenção, apresentando o produto
no ponto de venda (consumidor final).
Comercialização ou terciária: contém um múltiplo da embalagem de apresentação,
constituindo a unidade para a extração do pedido (atacadista).
Movimentação ou quaternária: consiste em múltiplos de embalagens de comercialização
que serão movimentadas racionalmente por equipamentos mecânicos (unitização). Os
paletes e contêineres se enquadram nessa divisão.
Especiais ou de quinto nível: são embalagens especiais, como embalagens térmicas e
contêineres refrigerados, que têm como função básica manter uma temperatura específica.

Figura 2 | Tipos de embalagens.Fonte: elaborada pelo autor.


Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Desse modo, a compreensão dos diferentes tipos de embalagens é fundamental para a


efetividade das operações logísticas, para a integridade do produto e para a satisfação dos
clientes, contribuindo significativamente para a agregação de valor por parte das empresas.

Um questionamento recorrente nesse contexto é o seguinte: como as embalagens contribuem


para a eficiência das operações logísticas e de que maneira podem agregar valor? Para
responder a essa pergunta, é fundamental analisarmos as colaborações de cada tipo de
embalagem.

A embalagem primária está em contato direto com o produto. Logo, esse tipo de embalagem é
essencial para a proteção e preservação de um item, além de fornecer informações vitais ao
consumidor. Por sua vez, a embalagem secundária agrupa várias embalagens primárias,
facilitando o manuseio e a distribuição.

Já as embalagens terciárias, comumente representadas por caixas de transporte e paletes,


agregam valor a operações logísticas ao colaborar com a eficiência do transporte e manuseio em
maior escala. Por outro lado, a embalagem quaternária, utilizada para transporte e armazenagem
em grandes volumes, como contêineres, otimiza a logística de distribuição, enquanto as
embalagens de quinto nível, que geralmente participam da unitização de cargas em grandes
contêineres ou veículos de transporte, são fundamentais para a logística internacional e de
grande escala.

O entendimento aprofundado desses diferentes níveis permite às empresas otimizar a proteção


do produto, reduzir custos de transporte e armazenamento, além de aprimorar a experiência do
cliente, garantindo que os produtos cheguem em perfeito estado. Assim, a escolha e o
gerenciamento eficazes das embalagens em cada um desses níveis são estratégicos para
agregar valor ao negócio, tanto em termos de eficiência operacional quanto de percepção de
qualidade e confiabilidade por parte do cliente.

Unitização

A técnica de unitização na logística é um método crucial para o aprimoramento de processos e


eficiência operacional. Refere-se ao agrupamento de mercadorias em unidades maiores e mais
manejáveis durante o transporte e armazenamento. Trata-se de uma técnica amplamente usada
em várias indústrias por causa de sua capacidade de simplificar o manuseio de cargas e
melhorar a efetividade das operações logísticas.

Tipos de unitização

As cargas podem ser unitizadas de várias maneiras. Os tipos de unitização mais comuns são:

Cargas paletizadas: a paletização é a forma mais conhecida de unitização. Consiste em


uma plataforma (palete) disposta horizontalmente para o apoio e acondicionamento de
cargas.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

No Brasil, os paletes possuem uma padronização chamada de Palete Padrão Brasileiro (PBR),
tendo como principal especificação as medidas de 1.000 mm x 1.200 mm, que são mais
utilizadas no Brasil, EUA e Europa. Atualmente, é possível encontrar paletes de madeira, metal,
plástico e até mesmo outros componentes, como papelão.

Figura 3 | Paletização. Fonte: Adobe Stock.

Cargas pré-lingadas: a carga é condicionada em redes especiais de nylon ou corda, de


modo a proporcionar fácil manuseio por guindastes, permitindo o aumento da velocidade
de carregamento e descarregamento. É possível observar essa prática na movimentação e
transporte de sacarias, como ilustra a Figura 4, a seguir.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 4 | Exemplo de cargas pré-lingadas. Fonte: Adobe Stock.

Conteinerização: consiste no acondicionamento de vários volumes, como caixas, em um


contêiner, isto é, um recipiente de metal ou madeira, geralmente de grandes dimensões,
destinado ao acondicionamento e transporte de carga multimodal. Sua utilização é comum
na importação e exportação de produtos.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 5 | Carga conteinerizada. Fonte: Adobe Stock.

Big Bag: são contentores flexíveis de volume médio utilizados para transporte e
armazenamento de qualquer tipo de líquidos, granulados ou produtos em pó. Outros
exemplos são os contentores para líquido.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Figura 6 | Big Bag.Fonte: Adobe Stock.

Siga em Frente...

Benefícios da unitização
As vantagens proporcionadas pela unitização são numerosas e significativas para a eficiência
das operações logísticas. Primeiro, esse processo facilita o manuseio e o transporte de cargas,
uma vez que unidades maiores podem ser movimentadas mais facilmente do que múltiplos itens
menores. Isso não apenas economiza tempo, mas também reduz o risco de danos durante o
manuseio.

Além disso, a unitização otimiza o espaço de armazenamento e transporte, permitindo que mais
mercadorias sejam movimentadas ou armazenadas de uma vez, o que é crucial para a
diminuição de custos operacionais.

A padronização concedida pela unitização também melhora a compatibilidade com diferentes


modos de transporte, facilitando a logística intermodal. Por fim, a unitização pode contribuir para
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

a sustentabilidade das operações logísticas, pois a minimização no número de viagens e o


melhor aproveitamento do espaço podem levar a uma menor emissão de carbono.

Desse modo, podemos afirmar que a unitização é uma prática fundamental na logística moderna,
oferecendo eficiência, economia de custos e sustentabilidade. Ao escolher o tipo de unitização
mais adequado e aplicá-lo efetivamente, as empresas podem garantir uma cadeia de
suprimentos mais ágil e robusta.

Outsourcing

O outsourcing, na logística, também conhecido como terceirização logística, é uma estratégia


operacional na qual uma empresa delega parte ou a totalidade de suas atividades logísticas a um
prestador de serviços especializado. Nesta fase de nossos estudos, vamos investigar a natureza
do outsourcing na logística, seus benefícios, bem como entenderemos de que forma essa
abordagem contribui para a efetividade das operações logísticas.

Pode-se seguramente afirmar que o outsourcing, na conjuntura logística, envolve a transferência


de responsabilidades como transporte, armazenamento, gestão de inventário, embalagem e
distribuição para terceiros. Essa prática permite que as empresas se concentrem em suas
competências essenciais, deixando as operações logísticas complexas e intensivas em recursos
nas mãos de especialistas.

Benefícios do outsourcing na logística

Foco no core business: o outsourcing possibilita que as empresas se dediquem às suas


atividades principais, melhorando a eficiência e eficácia nas operações centrais.
Redução de custos: ao terceirizar, as empresas podem diminuir custos operacionais
significativos, como mão de obra, infraestrutura e tecnologia, aproveitando a escala e a
eficiência dos provedores de logística.
Acesso a expertise e tecnologia avançada: prestadores de serviços de logística
frequentemente possuem conhecimento especializado e investem em tecnologias
avançadas, proporcionando soluções mais eficientes e inovadoras.
Flexibilidade e escalabilidade: a terceirização permite que as empresas ajustem
rapidamente suas operações logísticas em resposta às mudanças nas demandas do
mercado, uma vantagem significativa em ambientes de negócios voláteis.
Melhoria na qualidade de serviço: provedores de serviços logísticos especializados muitas
vezes têm capacidade para garantir entregas mais rápidas e confiáveis, melhorando a
satisfação do cliente.
Gestão de riscos: com a terceirização, o risco associado às operações logísticas é
transferido para o prestador de serviços, que geralmente está mais bem equipado para
gerenciá-lo e mitigá-lo.

Portanto, considerando os benefícios relacionados, o outsourcing na logística tem um impacto


expressivo na efetividade das operações logísticas. Ele permite uma alocação mais eficiente de
recursos, uma melhor gestão da cadeia de suprimentos e a implementação de práticas
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

inovadoras e sustentáveis. Empresas que adotam o outsourcing muitas vezes experimentam um


aumento na eficiência operacional, redução de erros e atrasos, e aperfeiçoamento na precisão do
inventário.

Vamos Exercitar?

A embalagem é um elemento crítico na logística, servindo não apenas para proteger produtos,
mas também para facilitar o manuseio, transporte e armazenamento desses itens. Os conceitos
fundamentais de embalagem abrangem a escolha de materiais, design e funcionalidade,
exercendo um impacto direto sobre a eficiência dos processos logísticos. Diferentes tipos de
embalagens, como rígidas, flexíveis e retornáveis, influenciam a forma com que os produtos são
manipulados e transportados, afetando a segurança, o custo e a sustentabilidade da cadeia de
suprimentos.

A unitização, processo de agrupar produtos em uma única unidade de carga, como paletes ou
contêineres, é outra prática essencial na logística. Ela permite uma movimentação mais eficiente
e segura de cargas, reduzindo o manuseio individual de itens e otimizando o espaço em veículos
de transporte. A unitização contribui significativamente para a diminuição de custos e danos
durante o transporte, além de facilitar procedimentos de carga e descarga.

O outsourcing, na logística, refere-se à terceirização de serviços e operações logísticas a


empresas especializadas. Esse método oferece vários benefícios, incluindo a redução de custos
operacionais, o acesso a expertise e tecnologia avançada, e a oportunidade de se concentrar nos
aspectos centrais do negócio. Empresas frequentemente recorrem ao outsourcing para aumentar
a eficiência e a flexibilidade de suas operações logísticas, adaptando-se melhor às demandas de
mercado e minimizando o risco operacional.

Por meio da análise dos diferentes tipos de embalagens, pode-se entender como cada opção
influencia a efetividade dos processos logísticos. Por exemplo, embalagens mais leves e
duráveis podem reduzir custos de transporte e diminuir a incidência de danos aos produtos.

Da mesma forma, uma reflexão mais profunda sobre a unitização pode revelar como essa prática
facilita a movimentação de cargas e otimiza o espaço, resultando em economias significativas.
Por fim, ao explorar os benefícios do outsourcing, é possível perceber como essa estratégia pode
alavancar a eficiência logística, oferecendo flexibilidade e competência especializada, fatores
essenciais para o sucesso em um mercado competitivo. Essas considerações abrem caminho
para uma compreensão mais sólida das práticas logísticas e suas implicações nos negócios
modernos.

Saiba mais

As atividades relacionadas às embalagens de produtos representam uma parte fundamental da


vida moderna, com efeitos diretos sobre o meio ambiente e a gestão de resíduos. Existem
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

diferentes tipos de embalagens, cada uma com suas próprias características e impactos
ambientais. Cada modelo de embalagem desempenha sua função e afeta o ciclo de vida dos
produtos e a sustentabilidade ambiental. Para que você possa compreender melhor as
classificações das embalagens quanto à sua destinação temporária, parcial ou final, sugiro que
leia na íntegra o artigo Sustentabilidade quanto às embalagens de alimentos no Brasil, cujo link
de acesso está disponível a seguir.

Sustentabilidade quanto às embalagens de alimentos no Brasil.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

LANDIM, A. P. M. et al. Sustentabilidade quanto às embalagens de alimentos no Brasil. Polímeros,


v. 26, n. spe, p. 82-92, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/po/a/Mnh695j5cVys99xsSSx54WM/?format=pdf&lang=pt. Acesso em:
12 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 4
Tecnologia de Informação Aplicada à Logística

Tecnologia da informação aplicada à logística

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Olá, estudante! Nesta videoaula vamos explorar os pilares da tecnologia da informação aplicada
à logística, investigando desde conceitos fundamentais até ferramentas essenciais nesse
âmbito, como ERP, MRP I, MRP II, MES, TMS, CRM, RFID e EDI. Esses conteúdos são importantes
para sua prática profissional, pois o ajudarão a otimizar processos, melhorar a eficiência e
reforçar a competitividade no mercado. Dominar essas tecnologias amplia suas habilidades de
planejar, implementar e gerenciar recursos de forma estratégica. Não perca esta oportunidade de
aprimorar suas competências na área da logística. Junte-se a mim nesta jornada educativa!

Ponto de Partida

Olá! Seja bem-vindo a este módulo de estudo no qual conheceremos as principais ferramentas
tecnológicas aplicadas à logística. Este campo de conhecimento representa um aspecto vital
para a otimização de processos e a eficiência operacional em organizações de diversos
tamanhos e setores.

Por meio deste conteúdo, você obterá um entendimento abrangente das ferramentas e sistemas
que moldam a espinha dorsal da logística moderna, tornando-se preparado para enfrentar os
desafios do mercado com solidez e inovação.

Ao longo desta aula, trataremos de conceitos e ferramentas essenciais, como ERP, que integra
diversas funções de negócios em um único sistema, MRP I, direcionado ao planejamento das
necessidades de materiais, e MRP II, com seu escopo ampliado no planejamento de recursos de
manufatura.

Nesta importante etapa de aprendizagem, ainda aprofundaremos nosso entendimento sobre o


MES, que monitora e documenta o processo de produção, e o TMS, que otimiza o transporte de
mercadorias. Além disso, discutiremos sobre o papel do CRM na gestão de relacionamento com
o cliente e a relevância das tecnologias RFID e EDI na facilitação da comunicação e eficiência
logística. Esses conteúdos não apenas enriquecerão seu conhecimento acadêmico, mas
também o habilitarão a aplicar os conceitos estudados em situações práticas, transformando
desafios logísticos em oportunidades de crescimento.

Para estimular a reflexão e garantir um aprendizado efetivo, considere as seguintes questões


durante seus estudos:
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Como a integração de sistemas como ERP, MRP I e MRP II pode melhorar a eficiência operacional
e a tomada de decisão em uma organização?

De que maneira tecnologias como RFID e EDI transformam a gestão da cadeia de suprimentos,
especialmente em contextos de alta demanda e complexidade logística?

Por fim, qual o impacto do CRM e do TMS na satisfação do cliente e na otimização dos custos de
transporte, respectivamente?

Mantenha essas perguntas em mente, pois elas o guiarão através deste material, incentivando
uma compreensão sólida dos temas abordados.

Incentivo você a se dedicar e aproveitar ao máximo os recursos e conhecimentos oferecidos.


Estou aqui para apoiá-lo em seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Boa aula!

Vamos Começar!

Tecnologia da informação aplicada à logística: conceitos


fundamentais e importância
A interseção da tecnologia da informação (TI) com a logística representa uma evolução
fundamental nas práticas empresariais, remodelando as operações logísticas e elevando os
padrões de eficiência, eficácia e lucratividade no mercado contemporâneo.

A evolução histórica da TI na logística pode ser percebida como uma jornada de constante
inovação e integração. Desde a adoção dos primeiros sistemas de gestão de armazéns, nos anos
1970 e 1980, que automatizaram os processos de armazenamento e inventário, até a revolução
da internet e a subsequente ascensão do comércio eletrônico, a TI tem se mostrado um vetor de
transformação na logística. Esse avanço tomou uma velocidade ainda maior com o advento de
tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e análise de dados,
permitindo uma otimização sem precedentes nas operações logísticas.

As vantagens da TI na logística são as mais diversas. A eficiência operacional, potencializada


pela automação e pela precisão dos dados, possibilita uma gestão de estoque mais enxuta e
uma melhor previsão de demanda. A eficácia é visivelmente aprimorada por meio de sistemas
integrados que facilitam a coordenação entre diferentes etapas da cadeia logística, considerando
desde a aquisição de matéria-prima até a entrega ao consumidor final. Além disso, a
implementação de sistemas de TI na logística propicia uma tomada de decisão baseada em
dados, o que é crucial para melhorar a qualidade dos serviços e reduzir custos.

Sem as ferramentas tecnológicas atuais, a logística, em um mercado tão dinâmico como o


contemporâneo, enfrentaria desafios significativos. A ausência de sistemas integrados e
automatizados resultaria em processos lentos, propensos a erros e ineficientes.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Por sua vez, a incapacidade de processar e analisar grandes volumes de dados em tempo real
comprometeria a capacidade de conceder respostas rápidas às mudanças de mercado, um fator
crítico na era da globalização e da demanda por gratificação instantânea.

Desse modo, a importância da TI para a efetividade, eficiência e eficácia das operações logísticas
é inegável. Com a integração de sistemas de TI, as empresas conseguem monitorar e gerenciar
suas cadeias de suprimentos em tempo real, otimizando rotas de entrega, gerenciando melhor os
níveis de estoque e minimizando os custos operacionais. Isso não apenas aumenta a
lucratividade, mas também reforça a satisfação do cliente, o que é crucial na era do consumidor
digital.

Portanto, no que se refere à lucratividade das empresas contemporâneas, a TI na logística é um


motor de crescimento e sustentabilidade. A habilidade de operar de maneira mais enxuta e de
responder rapidamente às alterações de mercado pode ser a diferença entre o sucesso e o
fracasso em um ambiente empresarial cada vez mais competitivo. A eficiência operacional reduz
os custos, enquanto a eficácia amplia a satisfação do cliente, resultando em maior fidelidade e
repetição de negócios.

Para concluir, em relação à competitividade no mercado, as empresas que efetivamente integram


a TI às suas operações logísticas se destacam. Essas organizações são capazes de antecipar
tendências de mercado, responder de maneira ágil às demandas dos clientes e manter uma
cadeia de suprimentos resiliente. Tal capacidade de adaptação não apenas mantém as empresas
à frente da concorrência, mas também as posiciona como líderes inovadores em seus
respectivos mercados.

Ferramentas tecnológicas aplicadas à logística

Antes de conhecermos os tipos de tecnologias aplicadas à logística, é importante destacar que a


capacidade que a TI tem de efetuar mudanças está condicionada às características da
organização e dos produtos, como também às características dos processos que ocorrem na
empresa. Desse modo, as principais ferramentas tecnológicas aplicadas à logística serão
descritas a seguir.

Enterprise Resource Planning (ERP) – Sistemas Integrados de Gestão

O conceito de ERP (Enterprise Resource Planning), ou Sistemas Integrados de Gestão


Empresarial, refere-se a um tipo de software que integra os principais processos de negócio de
uma empresa em um único sistema. O objetivo central por trás do ERP é fornecer uma visão
unificada e em tempo real das informações essenciais para a gestão empresarial, facilitando o
fluxo de dados entre diferentes departamentos, como finanças, recursos humanos, produção,
logística e vendas.

A importância dos sistemas ERP para a eficiência e eficácia das operações logísticas é
indiscutível. Ao reunir todas as operações de negócio em um único sistema, as empresas podem
melhorar expressivamente a coordenação entre diversos departamentos, reduzir redundâncias e
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

erros, e acelerar o processo de tomada de decisões. Isso se traduz em uma cadeia de


suprimentos mais ágil e responsiva, capaz de se adaptar rapidamente a mudanças no mercado
ou à demanda dos clientes.

Dentre as vantagens dos sistemas ERP, destacam-se o aperfeiçoamento da eficiência


operacional, a minimização de custos, a melhoria na qualidade dos dados (por causa da
diminuição de erros de entrada) e a capacidade de gerar relatórios e análises em tempo real que
apoiem a tomada de decisão estratégica. Além disso, os sistemas ERP facilitam a conformidade
regulatória a partir da padronização de processos e do registro detalhado de todas as transações
empresariais.

A aplicabilidade dos sistemas ERP é vasta e abrange diversos setores da economia. Por exemplo,
na indústria de manufatura, um ERP pode integrar o planejamento de produção com o controle de
estoque, a gestão da cadeia de suprimentos e as operações de vendas, viabilizando uma
produção mais enxuta e reduzindo o tempo de colocação de produtos no mercado. No setor de
varejo, um ERP pode aprimorar a gestão de inventário, otimizar as operações de compra e venda,
e proporcionar uma melhor experiência de compra para o cliente. No setor de serviços, sistemas
ERP normalmente ajudam na gestão de projetos, na otimização de recursos e na faturação,
melhorando a eficiência operacional e a satisfação do consumidor.

Material Requirements Planning (MRP I) – Planejamento das Necessidades de


Materiais

O Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP I) é um sistema adotado para o


gerenciamento e planejamento da produção e do estoque em empresas de manufatura. Esse
conceito surgiu na década de 1960, com o objetivo de ajudar as empresas a determinarem quais
materiais são necessários, em que quantidade e em qual momento, para garantir uma produção
eficiente. Ou seja, o MRP I responde a três questionamentos:

a. O que deve ser produzido?


b. Quanto deve ser produzido?
c. Quando deve ser produzido?

Assim, o MRP I tornou-se um componente fundamental para a eficiência e eficácia das


operações logísticas, permitindo que as empresas minimizassem o excesso de estoque e
garantissem a disponibilidade de materiais para a produção, conforme necessário.

O conceito central do MRP I baseia-se na criação de um plano de produção detalhado, que utiliza
as previsões de venda, a estrutura dos produtos (lista de materiais) e os níveis de estoque atuais
para calcular as necessidades futuras de materiais. Isso ajuda as empresas a planejarem suas
compras e produção de forma mais eficaz, diminuindo os custos de armazenagem e evitando
atrasos na produção por consequência da falta de insumos.

A importância do MRP I para as operações logísticas reside em sua capacidade de sincronizar a


demanda do produto com o processo de produção, garantindo que os recursos sejam utilizados
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

de maneira bem-sucedida. Isso não apenas melhora a eficiência da produção, mas também
contribui para uma maior satisfação do cliente por causa da redução dos tempos de espera
pelos produtos.

As vantagens do MRP I incluem:

Redução de estoque: ao planejar precisamente quando os materiais serão necessários, as


empresas podem reduzir a quantidade de estoque que precisam manter.
Aumento da eficiência da produção: com um planejamento melhor, as linhas de produção
ficam menos propensas a interrupções por falta de materiais.
Melhoria no atendimento ao cliente: a capacidade de cumprir prazos de entrega é
aperfeiçoada com um planejamento eficaz, aumentando a satisfação do cliente.
Planejamento financeiro melhorado: a previsão de necessidades de material ajuda na
elaboração de orçamentos mais precisos e na alocação mais adequada de recursos.

Manufacturing Resource Planning (MRP II) – Planejamento de Recursos de


Manufatura

O Manufacturing Resource Planning (MRP II) é um método empregado para o planejamento


eficaz dos recursos de uma empresa de manufatura. Consiste em uma evolução do Material
Requirements Planning (MRP), expandindo-se para incluir a integração de recursos adicionais
dentro da empresa, além do simples planejamento de materiais. Surgido na década de 1980, o
MRP II integra áreas como planejamento de demanda, planejamento de produção, programação
de fábrica e controle de atividades operacionais, proporcionando uma visão holística da
operação de manufatura. Além dos três questionamentos respondidos pelo MRP I, o MRP II
considera uma quarta pergunta: como deve ser produzido? Incluem-se nesse contexto as
necessidades de mão de obra, maquinários, equipamentos e demais ferramentas. Portanto, o
MRP II responderá às seguintes indagações:

a. O que deve ser produzido?


b. Quanto deve ser produzido?
c. Quando deve ser produzido?
d. Como deve ser produzido?

A importância do MRP II reside em sua capacidade de melhorar a eficiência e eficácia das


operações logísticas, otimizando o uso dos recursos de manufatura. Essa técnica permite um
planejamento mais preciso, reduzindo estoques desnecessários, melhorando os prazos de
entrega e aumentando a capacidade de resposta às mudanças na demanda.

As vantagens do MRP II abrangem a melhoria na coordenação entre os departamentos, a


otimização dos estoques, o aumento da produtividade e a redução de custos. Por exemplo, uma
empresa que implementa o MRP II pode programar sua produção para minimizar o tempo de
inatividade das máquinas e diminuir o excesso de estoque, resultando em um processo mais
enxuto e eficiente.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Manufacturing Execution System (MES) – Sistemas de Execução de Manufatura

O Manufacturing Execution System (MES) é uma solução tecnológica projetada para gerenciar e
monitorar os processos de produção em uma fábrica em tempo real. O conceito de MES surgiu
nas últimas décadas do século XX como uma ponte entre o planejamento da produção (MRP
II/ERP) e o controle de processos no chão de fábrica.

O MES fornece informações detalhadas sobre todas as fases da produção, considerando desde a
entrada de matérias-primas até o produto final. Isso permite uma gestão mais eficaz e eficiente
dos processos de manufatura.

A importância do MES para a eficiência e eficácia das operações logísticas é notável. Essa
abordagem concede uma maior transparência nos processos de produção, facilita a detecção de
gargalos, melhora a qualidade dos produtos, reduz os custos de produção e aumenta a
satisfação do cliente.

As vantagens do MES compreendem a capacidade de responder rapidamente a mudanças na


demanda, a melhoria no controle de qualidade e a redução de desperdícios. Por exemplo, uma
empresa pode usar o MES para monitorar a qualidade de seus produtos em tempo real,
permitindo intervenções imediatas para corrigir problemas antes que eles afetem grandes lotes
de produção.

Siga em Frente...

Transportation Management System (TMS) – Sistema de


Gerenciamento de Transporte
O Transportation Management System (TMS) é uma plataforma tecnológica destinada ao
planejamento, execução e otimização do transporte de mercadorias. Emergiu como um conceito
nas décadas de 1980 e 1990, com o advento das tecnologias de informação.

O TMS desempenha um papel fundamental na cadeia de suprimentos, oferecendo ferramentas


para a melhoria da eficiência e eficácia das operações logísticas a partir da otimização das rotas
de transporte, diminuição de custos de frete e aprimoramento do tempo de entrega.

A relevância do TMS está em sua capacidade de integrar informações em tempo real sobre os
movimentos de carga, proporcionando uma gestão mais adequada dos recursos de transporte.
As vantagens incluem a redução de custos a partir da escolha de modais e rotas mais eficientes,
a melhoria na visibilidade da cadeia de suprimentos e a capacidade de responder rapidamente a
alterações na demanda ou em condições de mercado. Por exemplo, um TMS pode automatizar a
seleção de transportadoras com base em tarifas, tempo de trânsito e performance, garantindo
que as mercadorias sejam entregues de maneira econômica e tempestiva.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Customer Relationship Management (CRM) – Gestão de Relacionamento com o


Cliente

O Customer Relationship Management (CRM) é uma estratégia de negócios suportada por


sistemas tecnológicos destinados a gerenciar as relações com clientes de forma integrada e
analítica. O conceito de CRM surgiu no início dos anos 1990, com o objetivo de centralizar as
interações com os clientes, melhorar o atendimento e personalizar os serviços oferecidos.

A importância do CRM nas operações logísticas é evidente, na medida em que ele permite uma
compreensão mais bem fundamentada das necessidades e comportamentos dos clientes,
dando origem a uma cadeia de suprimentos mais alinhada às expectativas do mercado.

As vantagens do CRM abrangem a melhoria na retenção de clientes, aumento da satisfação e


fidelidade, eficiência operacional e vantagem competitiva. Por exemplo, uma empresa pode
utilizar o CRM para analisar o histórico de compras dos clientes e prever demandas futuras,
ajustando sua logística e inventário para atender a essas necessidades de modo proativo.

Radio Frequency Identification (RFID) e Electronic Data Interchange (EDI)

O RFID (Identificação por Radiofrequência) e o EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados) são


tecnologias essenciais para a eficiência e eficácia das operações logísticas.

O RFID, que emergiu na segunda metade do século XX, utiliza ondas de rádio para identificar
automaticamente e rastrear etiquetas anexadas a objetos. Essa tecnologia fornece vantagens
expressivas, como melhoria na precisão do inventário, redução de perdas e furtos, e otimização
dos processos de recebimento e expedição de mercadorias. Por exemplo, um centro de
distribuição pode utilizar o RFID para rastrear produtos em tempo real, aperfeiçoando a precisão
do estoque e a eficiência no manuseio dos pedidos.

O EDI, por outro lado, é uma tecnologia que permite a troca eletrônica de documentos comerciais
entre empresas de forma padronizada. Difundido nas décadas de 1960 e 1970, o EDI é
fundamental para o êxito das operações logísticas, pois reduz erros, acelera transações e diminui
os custos operacionais. As vantagens do EDI incluem a melhoria na comunicação entre parceiros
comerciais, o encurtamento no tempo de processamento de pedidos e a diminuição da
necessidade de papel. Um exemplo de aplicabilidade do EDI é a automação do processo de
pedidos de compra, em que as ordens são enviadas e recebidas eletronicamente, acelerando o
ciclo de pedido e entrega.

Essas tecnologias e sistemas são indispensáveis para a modernização e efetividade das


operações logísticas e de manufatura, proporcionando às empresas as ferramentas necessárias
para competir em um mercado global cada vez mais dinâmico e exigente.

Vamos Exercitar?
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Na interseção entre tecnologia da informação e logística, diversos conceitos e ferramentas se


destacam por sua capacidade de transformar as operações e a gestão da cadeia de
suprimentos. Nesse sentido, os Sistemas Integrados de Gestão (ERP), o Planejamento das
Necessidades de Materiais (MRP I), o Planejamento de Recursos de Manufatura (MRP II), os
Sistemas de Execução de Manufatura (MES), o Sistema de Gerenciamento de Transporte (TMS),
a Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM), a Identificação por Radiofrequência (RFID) e a
Troca Eletrônica de Dados (EDI) são recursos fundamentais.

A integração de sistemas como ERP, MRP I e MRP II possibilita uma visão holística e integrada
dos processos de negócio, otimizando a eficiência operacional e aprimorando a tomada de
decisão em organizações. O ERP, atuando como a espinha dorsal, reúne diversas funções de
negócio em um único sistema, facilitando o fluxo de informações e a coordenação entre
departamentos. Já o MRP I, com foco voltado ao planejamento das necessidades de materiais, e
o MRP II, que expande esse propósito para o planejamento de recursos de manufatura,
complementam o ERP ao garantir que os recursos sejam alocados de maneira bem-sucedida,
minimizando desperdícios e maximizando o uso dos recursos. Essa sinergia entre sistemas
assegura uma resposta mais rápida às mudanças de demanda, melhora a precisão dos
inventários e eleva a qualidade do planejamento e da execução produtiva.

Por sua vez, as tecnologias RFID e EDI revolucionam a gestão da cadeia de suprimentos,
especialmente em cenários de alta demanda e complexidade logística. O RFID proporciona um
método altamente eficaz para o rastreamento e gerenciamento de inventário em tempo real,
reduzindo significativamente os erros e aperfeiçoando a precisão do estoque.

O EDI viabiliza a troca automática de documentos entre empresas e parceiros, agilizando


processos logísticos, diminuindo o tempo de processamento e ampliando o êxito das transações
comerciais. Juntas, essas tecnologias dão origem a uma cadeia de suprimentos mais ágil e
transparente, capaz de responder rapidamente às mudanças do mercado e às exigências dos
clientes.

Vale ressaltar que o impacto do CRM e do TMS na satisfação do cliente e na otimização dos
custos de transporte, respectivamente, é significativo. O CRM, voltado à gestão de
relacionamento com o cliente, permite que as organizações compreendam e antecipem as
necessidades dos clientes, personalizando a comunicação e melhorando a experiência do
consumidor. Isso leva a um crescimento na fidelidade do cliente e, potencialmente, a uma
elevação nas vendas.

Já o TMS otimiza as operações de transporte, contemplando desde o planejamento e execução


até o acompanhamento da entrega. Ele contribui para a redução de custos ao identificar as rotas
mais eficientes, melhorar a utilização da carga e reduzir os tempos de entrega, culminando em
um serviço mais confiável e com um custo conveniente para o cliente final.

Portanto, essas tecnologias e sistemas não apenas aprimoram a eficiência operacional e a


tomada de decisão, mas também transformam a maneira com que as organizações se
relacionam com seus clientes e parceiros, criando uma cadeia de suprimentos mais resiliente,
responsiva e orientada ao consumidor.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Saiba mais

A telemetria veicular transformou consideravelmente o setor logístico, oferecendo uma panaceia


para desafios antigos e emergentes. No cerne dessa revolução está a capacidade de coletar,
transmitir e analisar dados em tempo real sobre o comportamento do veículo e do motorista, o
que permite uma visão sem precedentes sobre as operações diárias. Essa tecnologia não apenas
aumenta a eficiência operacional, otimizando rotas e reduzindo o tempo de inatividade, mas
também promove a segurança nas estradas ao monitorar estilos de condução e prevenir
acidentes. Nesse contexto, para que você possa conhecer de maneira mais aprofundada essa
importante ferramenta, acesse o texto sugerido para leitura a seguir.

Telemetria veicular.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

GOMES, M. G. Telemetria veicular. 2022. 28 f. Monografia (Bacharelado em Engenharia de


Controle e Automação) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Outro Preto, MG,
2022. Disponível em:
https://monografias.ufop.br/bitstream/35400000/4331/2/MONOGRAFIA_TelemetriaVeicular.pdf.
Acesso em: 23 jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 5
Encerramento da Unidade

Videoaula de Encerramento
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

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para assistir mesmo sem conexão à internet.
Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula você retomará a análise dos conceitos fundamentais da logística
lean, que abrangem o mapeamento do fluxo de valor, a abordagem Just in Time, Kanban e o
método SIPOC aplicados à logística. Exploraremos, também, a importância da embalagem, dos
processos de unitização, outsourcing e o papel crucial desempenhado pela tecnologia de
informação na logística. Esses conteúdos são essenciais para aprimorar sua prática profissional,
pois oferecem ferramentas e estratégias que ajudam a otimizar processos logísticos, melhorar a
eficiência e reduzir custos. Preparado para enriquecer sua aprendizagem? Assista a esta
videoaula e transforme sua maneira de pensar e aplicar a logística ao ambiente profissional.

Ponto de Chegada

Olá, estudante! Para desenvolver as competências associadas a esta unidade de aprendizagem,


que são “Compreender, identificar e eliminar desperdícios, otimizando processos e melhorando a
eficiência operacional, bem como realizar a gestão eficaz de inventário e a sincronização de
operações logísticas, promovendo uma visão integrada e ágil da cadeia de suprimentos; Adquirir
habilidades para decidir estrategicamente sobre acondicionamento de produtos e terceirização
de serviços, considerando aspectos de custo, segurança e eficiência; Desenvolver a aptidão para
utilizar ferramentas tecnológicas que podem ser aproveitadas em análise de dados,
monitoramento de operações e tomada de decisão baseada em informações precisas e
atualizadas, fortalecendo assim a capacidade de inovação e adaptação em um setor em
constante evolução”, é essencial conhecer conceitos-chave com os quais podemos nos deparar
em diversas áreas da logística.

Esse conhecimento promove uma visão integrada e ágil da cadeia de suprimentos, o que
capacitará você a tomar decisões estratégicas sobre o acondicionamento de produtos e a
terceirização de serviços, considerando aspectos de custo, segurança e eficiência.

Além disso, é de fundamental importância adquirir habilidades para utilizar ferramentas


tecnológicas voltadas à análise de dados, ao monitoramento de operações e à tomada de
decisões baseadas em informações precisas e atualizadas.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Nesse contexto, em um primeiro momento, direcionamos o foco de nossos estudos à logística


lean e ao mapeamento do fluxo de valor. Conhecemos o histórico da logística lean, os tipos de
desperdícios e o processo de mapeamento do fluxo de valor atual e futuro. Esses saberes são
indispensáveis para identificar e eliminar desperdícios, otimizando o funcionamento da cadeia de
suprimentos.

Posteriormente, tratamos das técnicas e métodos aplicados à logística, introduzindo filosofias,


como a abordagem Just in Time, e sistemas, como Kanban e SIPOC. Essas técnicas são
importantes para a gestão eficaz do inventário e a sincronização das operações logísticas,
garantindo uma produção mais enxuta e ágil.

Dando continuidade à nossa jornada de aprendizagem, estudamos sobre embalagem e


unitização, conceitos primordiais para o acondicionamento de produtos e a terceirização de
serviços. A escolha adequada de embalagens e das técnicas de unitização exerce impacto direto
sobre a eficiência operacional e os custos, além de interferir na segurança e integridade dos
produtos durante o transporte e armazenamento.

Por fim, conhecemos as principais tecnologias aplicadas à logística, que compreendem sistemas
como ERP, MRP, MRP II, MES, TMS, CRM, além das tecnologias RFID e EDI. O domínio dessas
ferramentas tecnológicas é vital para a análise de dados, monitoramento de operações e tomada
de decisões estratégicas, fortalecendo a capacidade de inovação e adaptação em um setor em
constante evolução.

A integração dos conhecimentos adquiridos ao longo desta unidade de aprendizagem prepara


você para promover melhorias significativas na eficiência operacional e gestão da cadeia de
suprimentos. Ao aplicar esses conceitos e técnicas a situações práticas, você estará bem mais
capacitado para enfrentar desafios logísticos, otimizar processos e contribuir para a
sustentabilidade e competitividade das organizações.

É Hora de Praticar!

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A empresa AlfaTech, especializada na fabricação de componentes eletrônicos, vem lidando com


desafios significativos em sua cadeia de suprimentos e logística. Apesar de observar uma
demanda crescente por seus produtos, a AlfaTech luta para atender aos pedidos de forma
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

eficiente, o que resulta em atrasos na entrega, excesso de estoque, custos operacionais elevados
e insatisfação dos clientes.
Diante desse contexto, identificou-se que os processos logísticos internos são marcados por
desperdícios significativos, falta de sincronia entre a produção e a demanda, gestão ineficiente
de embalagens e unitização, além de uma terceirização (outsourcing) mal aproveitada e
sistemas de tecnologia da informação desatualizados.
Desse modo, quais estratégias podem ser sugeridas para que a empresa resolva esses
problemas?

Para que você possa solidificar seu entendimento sobre os assuntos estudados nesta etapa de
aprendizagem, considere as seguintes perguntas:

Como a implementação de práticas lean pode cooperar com a eliminação de desperdícios


na cadeia de suprimentos?
De que maneira as tecnologias de informação, como ERP e RFID, transformam a gestão
logística e a tomada de decisão nas empresas?
Qual é o impacto da escolha de embalagens e técnicas de unitização na eficiência e nos
custos das operações logísticas?

Para que os gestores da empresa AlfaTech solucionem as questões apresentadas anteriormente,


é possível recorrer às seguintes estratégias:

Logística lean: mapeamento do fluxo de valor


Implementação: a AlfaTech iniciará um projeto de mapeamento do fluxo de valor (Value
Stream Mapping – VSM) para identificar todos os fluxos de material e de informação na
cadeia de suprimentos. Esse mapeamento ajudará a identificar desperdícios nos processos
atuais, como excesso de estoque, esperas, movimentos desnecessários, entre outras
complexidades.
Resultado esperado: eliminação de desperdícios e otimização dos processos, dando
origem a uma cadeia de suprimentos mais enxuta e eficiente, o que reduzirá custos e
melhorará o tempo de resposta ao cliente.

Just in Time (JIT), Kanban e método SIPOC aplicados à logística


Implementação: deve-se adotar o sistema Just in Time para alinhar a produção com a
demanda real, minimizando os estoques e diminuindo os custos. O sistema Kanban será
utilizado para sinalizar a necessidade de reposição de materiais, baseando-se na demanda.
O método SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs and Customers) ajudará a entender e
a melhorar os processos logísticos, definindo claramente os fornecedores, insumos,
processos, saídas e clientes.
Resultado esperado: redução de estoques, melhoria na eficiência da produção e entrega, e
aumento da satisfação do cliente em função de um melhor alinhamento entre produção e
demanda.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Embalagem, unitização e outsourcing


Implementação: revisar e otimizar o design das embalagens para minimizar custos e maximizar
a eficiência no transporte. Empregar soluções de unitização que facilitem a movimentação,
armazenagem e transporte. Avaliar e otimizar a estratégia de outsourcing, selecionando
parceiros que possam agregar valor ao processo logístico.
Resultado esperado: redução nos custos de embalagem e transporte, melhor aproveitamento do
espaço no armazenamento e nos veículos de transporte, e parcerias mais estratégicas e bem-
sucedidas.

Tecnologia de informação aplicada à logística

Implementação: atualizar os sistemas de tecnologia da informação para integrar todas as


operações logísticas, desde o pedido até a entrega. Adotar soluções de software que
permitam a rastreabilidade dos produtos, a gestão eficiente de estoques, o planejamento de
demanda e a otimização de rotas.
Resultado esperado: melhoria na precisão dos dados, aumento na visibilidade da cadeia de
suprimentos, decisões mais rápidas e informadas, e uma maior capacidade de resposta às
mudanças na demanda.

A instauração dessas soluções permitirá à AlfaTech superar os desafios logísticos atuais,


transformando sua cadeia de suprimentos em um processo mais enxuto, eficiente e adaptável às
necessidades do mercado. A abordagem integrada, que combina princípios de logística lean,
Just in Time, Kanban, metodologia SIPOC, otimização de embalagens e unitização, estratégias de
outsourcing eficazes e tecnologia da informação avançada, preparará a AlfaTech para atender
melhor aos seus clientes, reduzir custos e ampliar sua competitividade no mercado.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.
4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da
indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.
POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:
Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.
,
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Unidade 4
Planejamento Logístico

Aula 1
Planejamento Logístico

Introdução ao planejamento logístico

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Dica para você
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Olá, estudante! Bem-vindo a esta videoaula em que conheceremos informações essenciais sobre
o planejamento logístico. Por meio deste conteúdo, você terá acesso a uma introdução a esse
tema, investigando, em seguida, os principais fatores que afetam o planejamento. Ao prosseguir
nesta trajetória de aprendizagem, você descobrirá quais são os diferentes níveis em que o
planejamento logístico opera, até, por fim, saber como implementá-lo na prática. Compreender
esses conceitos é fundamental para aprimorar sua prática profissional, otimizando processos e
melhorando o rendimento em qualquer ambiente de trabalho. Junte-se a mim nesta jornada
educativa e eleve suas habilidades a um novo patamar. Não perca!

Ponto de Partida
Olá! Seja bem-vindo a esta aula dedicada aos fundamentos do planejamento logístico, um
elemento indispensável no mundo empresarial moderno. Esta etapa de estudos consiste em uma
breve introdução a esse tema tão relevante. Assim, conheceremos os fatores primordiais a
serem considerados nesse contexto, discutiremos sobre os diferentes níveis do planejamento
logístico e, para concluir, descobriremos como implementar efetivamente esses planos.

A logística, como espinha dorsal de qualquer operação comercial, considerando desde a


aquisição de matérias-primas até a entrega do produto final ao consumidor, exige um
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

planejamento meticuloso e estratégico. A eficiência logística não apenas otimiza os processos


operacionais, mas também contribui significativamente para a satisfação do cliente e a
sustentabilidade do negócio.

Frente a esse cenário, o objetivo de nossa problematização é responder aos seguintes


questionamentos:

Como um planejamento logístico eficaz pode servir como diferencial competitivo para as
empresas no cenário atual?
Quais são os desafios e as oportunidades que surgem no processo de planejamento?
Como as organizações podem se adaptar às mudanças rápidas do mercado e às
exigências dos consumidores, mantendo, ao mesmo tempo, a eficiência e a redução de
custos?

Essas são perguntas fundamentais, que nos guiarão através dos tópicos da aula, incentivando-
nos a refletir sobre como esses princípios podem ser aplicados e adaptados à nossa realidade
profissional.

Ao embarcar nesta jornada de aprendizagem, mantenha-se curioso e engajado. Os


conhecimentos a serem adquiridos a partir de agora têm o potencial de transformar desafios em
oportunidades, conduzindo sua futura carreira para novos horizontes. Afinal, o planejamento
logístico não é apenas uma ferramenta operacional, mas também uma habilidade estratégica
que pode definir o sucesso de uma organização.

Desse modo, esteja pronto para pensar em como você pode trabalhar esses saberes em cenários
reais, tornando-se um profissional mais capacitado e preparado para o dinamismo do mundo
empresarial. Vamos iniciar esta trajetória juntos, prontos para desvendar os segredos do
planejamento logístico eficiente.

Bons estudos!

Vamos Começar!

Introdução ao planejamento logístico


A importância de um planejamento logístico coeso no contexto empresarial atual é um tema de
relevância crescente no mundo dos negócios. Por isso, é fundamental conheceremos os motivos
pelos quais um planejamento logístico eficaz se torna tão determinante para as empresas no
cenário contemporâneo, marcado por rápidas mudanças tecnológicas, expectativas elevadas dos
consumidores e uma cadeia de suprimentos global complexa.

Em um primeiro momento, é preciso considerar a obrigatoriedade de as empresas se adaptarem


às constantes mudanças tecnológicas. No presente contexto empresarial, caracterizado por uma
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

evolução tecnológica veloz, as empresas devem incorporar novas tecnologias em seus


processos logísticos.

Frente a esse cenário, o uso de softwares avançados de gerenciamento de estoque, sistemas de


rastreamento em tempo real e soluções de automação são indispensáveis para aumentar a
eficiência e reduzir custos. Um planejamento logístico que integra essas tecnologias viabiliza
uma análise de dados mais adequada, a previsão de demanda e a otimização de rotas de
entrega.

A satisfação e a retenção de clientes, por outro lado, representam outro motivo que justifica a
necessidade de um planejamento logístico acurado. A logística desempenha um papel crucial na
satisfação do cliente, e é fato que os consumidores atuais esperam entregas rápidas, precisas e
custos de envio baixos. Um planejamento logístico bem elaborado permite que as empresas
atendam a essas expectativas a partir de uma gestão eficiente do inventário, redução dos
tempos de entrega e oferta de opções de envio flexíveis. A capacidade de cumprir promessas
feitas ao cliente constrói confiança e fidelidade à marca.

De outro modo, a consciência ambiental e a responsabilidade social tornaram-se aspectos vitais


para as empresas. Um planejamento logístico eficaz ajuda as organizações a adotarem práticas
sustentáveis, como a redução da emissão de carbono por meio de rotas de entrega otimizadas e
uso de veículos ecoeficientes. Isso não apenas diminui o impacto ambiental, mas também
melhora a imagem da empresa perante consumidores e stakeholders.

Mais um fator que explica a necessidade de as organizações contemporâneas planejarem


acertadamente seus processos e atividades logísticas é a busca pela resiliência na cadeia de
suprimentos.

No panorama global atual, permeado por incertezas econômicas e políticas, a resiliência da


cadeia de suprimentos torna-se uma característica de importância substancial para qualquer
organização. Nesse sentido, um planejamento logístico bem desenvolvido permite que as
empresas se antecipem e estejam preparadas para interrupções, como desastres naturais ou
conflitos comerciais. Algumas estratégias pertinentes para esses casos são diversificação de
fornecedores, manutenção de estoques de segurança e flexibilidade no transporte.

Por fim, é válido esclarecer que um sistema logístico bem planejado pode ser um diferencial
competitivo expressivo. A capacidade de entregar produtos de forma rápida e eficiente,
mantendo custos baixos, ajuda as empresas a se destacarem em um mercado saturado. Além
disso, a eficiência logística pode resultar em economias de escala, beneficiando tanto as
organizações quanto os consumidores.

Planejamento logístico: fatores a serem considerados

Você já deve ter percebido que uma fábrica pode ter um excelente parque fabril, com máquinas
de última geração, dispor da melhor tecnologia, contar com uma mão de obra bastante
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

qualificada e um produto final de altíssima qualidade, mas, caso essa empresa não entregue
bons serviços logísticos, tudo isso será perdido.

Para que as operações logísticas obtenham o melhor resultado, é necessário ter planejamento.
Ou seja, sua orientação estratégica, como profissional da logística, deve preparar uma empresa
para atingir seus objetivos de lucros, desenvolvimento e participação no mercado. Sim, essa
sempre será a sua primeira e mais importante preocupação, afinal a sua organização somente
existirá e permanecerá no mercado se esses objetivos forem alcançados. Sem agradar ao seu
cliente, isso não acontecerá. É importante ressaltar que o processo de aquisição de um bem ou
de prestação de um serviço não se encerra simplesmente ao final da linha de produção ou no
momento em que o serviço é executado.

Isso justifica a necessidade de haver um planejamento logístico que busque escoar a demanda
de seu nicho de mercado. Desse modo, um bom planejamento logístico poderá ser o diferencial
competitivo de uma organização. Tudo isso está relacionado com a infraestrutura da empresa,
desde sua gestão de marketing e de vendas, perpassando pelo planejamento de sua produção,
até a consequente armazenagem dessa produção, para posterior envio ao cliente.

Independentemente do valor do produto que a empresa fabrica, o cliente tem a expectativa de


recebê-lo exatamente como foi pedido na ordem de compra, intacto, em perfeito estado e
funcionamento (quando se trata de máquinas ou equipamentos), e, lógico, dentro do prazo
proposto na hora da venda.

Caso algum desses itens não seja contemplado, seu cliente ficará insatisfeito e poderá devolver
o produto. Esse desgaste afeta principalmente o consumidor, seu cliente, que é a razão da
existência da empresa. Uma logística mal planejada e mal executada resultará em danos
imensuráveis, aniquilando toda e qualquer campanha de marketing, além de causar danos
irreparáveis à sua marca e a consequente perda de sua carteira de clientes para a concorrência.

Todos esses prejuízos podem ser motivados por um mau planejamento logístico ou um
planejamento que não esteja sendo articulado da forma adequada. O problema pode ser iniciado
pelo uso de uma embalagem inadequada ou de uma estocagem incorreta, que não conserve o
item do modo apropriado, comprometendo sua inviolabilidade e a capacidade de resistir a algum
dano físico até sua entrega final. A partir da campanha de marketing e da venda do produto, na
cadeia de fornecedores, deve-se assegurar a disponibilização da melhor matéria-prima dentro do
prazo estipulado. Toda a sua linha de produção precisa estar devidamente engajada com a
qualidade e o cumprimento de prazos. Entendeu agora a razão pela qual deve existir um ótimo
planejamento logístico?

Níveis do planejamento logístico

O planejamento logístico pode ser analisado sob dois níveis fundamentais, os quais podemos
considerar como pontos indispensáveis para quem deseja atender plenamente às demandas de
seus clientes.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

O primeiro é o nível tático, que, na maior parte dos casos, compreende decisões e estratégias
que são tomadas pela alta direção da organização, pois remete a planos estratégicos de médio e
longo prazo, os quais normalmente demandam maiores investimentos. Por essa razão, as
decisões estipuladas nesse nível são de fundamental importância, uma vez que é por meio delas
que a alta direção estabelece todo o seu planejamento estratégico, a fim de atingir seus objetivos
– ou seja, atender às necessidades, aos desejos e, principalmente, às expectativas de seus
clientes.

Algumas decisões estratégicas integradas ao nível tático são:

Instalações físicas da sua organização: são adequadas à demanda da empresa?


Investimentos: há a necessidade de investimentos em melhorias nos processos envolvidos
para o pleno atendimento de seus clientes?
Tecnologia: está adequada para a sua demanda e atende plenamente a todos os
processos?
Transportadora: é preciso efetuar a troca da empresa responsável pelo transporte em
função de quebra de contrato e não atendimento às condições impostas nesse
documento?

O nível seguinte é o operacional, também denominado como chão de fábrica, que é restrito aos
supervisores de áreas envolvidas em todos os processos, responsáveis pelas seguintes
decisões:

Pessoal envolvido: há necessidade de fornecer treinamentos ao pessoal envolvido em


áreas que não estão correspondendo conforme o esperado?
Qualificação: todos os funcionários vinculados aos processos possuem a devida
qualificação para atuar em suas respectivas áreas?
Tecnologia nos processos: os softwares usados nos processos são apropriados?
Movimentação de materiais: é adequada às suas necessidades?
Fornecedores: cumprem com suas responsabilidades, conforme estipulado no contrato?

Siga em Frente...
Em uma visão mais ampla, podemos considerar outros fatores determinantes para o
planejamento estratégico e logístico:

Localização da planta industrial ou do centro de distribuição (CD): este pode ser o elemento
mais fundamental para agilizar a sua logística, pois contempla rodovias e/ou ferrovias
existentes na região e a proximidade de portos ou aeroportos.
Disponibilidade de mão de obra qualificada, treinada e motivada: um simples funcionário
desqualificado ou desmotivado pode trazer péssimos resultados.
Fornecedores qualificados e que atendam às suas necessidades: não se pode dizer a um
cliente insatisfeito que a culpa do atraso na entrega do produto é do seu fornecedor, pois,
nesse caso, o consumidor simplesmente o trocará pelo seu concorrente.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Conhecimento dos concorrentes: esteja sempre um passo à frente deles.


Harmonia com o planejamento funcional da sua organização: de nada adianta contar com
uma logística excelente e extraordinária se a produção não cumpre seus prazos e metas.
Abordagem Just in Time: pode ser usada para minimizar estoques.
Foco voltado aos processos-chave do negócio e externalização dos demais processos
(fornecedores qualificados e com alto nível de comprometimento): é importante escolher
entre fazer ou comprar.
Nível de serviço a ser oferecido ao cliente: é preciso definir o nível de atendimento que
desejo conceder aos meus clientes.
Conhecer as necessidades dos clientes ou do público-alvo: como vou satisfazer meu
cliente se não o conheço?

A consideração de todos esses aspectos resultará em quatro benefícios fundamentais que


ajudarão a organização a manter-se competitiva no mercado:

Redução de custos.
Diminuição de capital a ser investido.
Melhoria nos serviços fornecidos ao cliente.
Consequente minimização de custos e maximização de lucros.

Os resultados obtidos constituem o que podemos chamar de gestão do ciclo do sucesso:

Mínima perda de clientes.


Altos faturamentos e lucros.
Satisfação dos acionistas.
Investimentos da organização para contínua melhoria.
Investimentos em recursos humanos (treinamentos e tecnologia).
Satisfação dos funcionários.
Força de trabalho motivada e dedicada.
Serviços e produtos de melhor qualidade.
Satisfação dos clientes.

Para não incorrer no equívoco de tomar como verdade a ideia de que o planejamento logístico
deve ater-se apenas às estruturas e decisões relacionadas aos transportes, devemos considerar
que um bom planejamento logístico inclui: a demanda por tecnologias, como softwares de
qualidade, que possibilitem um melhor controle e tomadas de decisão fundamentadas; frota de
veículos compatível para o atendimento da demanda de sua produção para o mercado;
compreensão da forma de gestão da empresa, ou seja, se é centralizada ou não; capacitação da
mão de obra, a fim de prover profissionais logísticos que atuem de maneira profissional,
estratégica e sejam capazes de eliminar desperdícios de tempo e dinheiro, cooperando com a
credibilidade da sua marca. Essas vantagens se transformarão em um diferencial competitivo da
sua empresa no mercado frente aos seus concorrentes. Além disso, não se esqueça de estender
esse planejamento logístico para os departamentos de apoio.

Implementando o planejamento logístico


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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Podemos afirmar que um planejamento logístico eficiente começa na definição estratégica da


empresa, na intenção de capacitá-la para alcançar seus objetivos em termos de faturamento e
lucro, crescimento e participação no mercado. É lógico que estamos falando sobre um processo
criativo, considerando uma projeção do futuro, e que geralmente é orientado pela alta cúpula da
organização, a qual delineia e consolida as diretrizes gerais da empresa num projeto corporativo
conjunto.

Em seguida, esse projeto pode ser dividido em partes que englobam as mais diversas áreas
funcionais, como marketing, produção e logística. Cada parte pode ser chamada de subprograma
e requer a adoção de muitas atividades e decisões específicas, como qual será o centro de
armazenagem ou estocagem, as políticas de estocagem a serem definidas e colocadas em
prática, os sistemas de atendimento de pedidos e, por fim, a seleção dos modais de transporte a
serem utilizados.

Que tal descrevermos os passos que podem ser considerados para desenvolver um melhor
planejamento logístico?

Necessidade: é geralmente referendada pela alta cúpula da direção da empresa e faz parte
do planejamento estratégico da organização. Mas também pode referir-se a um problema
detectado em qualquer parte da logística, o qual afete o desempenho da empresa.
Definição do problema: deve-se configurar a necessidade na forma do problema encontrado
para que seja mais bem compreendido.
Síntese: quais seriam as possíveis soluções para a questão envolvida?
Análise: faça as adequações necessárias para verificar se a solução encontrada realmente
é a melhor.
Aplicação: coloque a proposta de resolução em prática experimentalmente, para verificar e
acompanhar os resultados.
Avaliação: se a solução posta em prática atingir os resultados esperados, torne-os parte da
programação na condução de toda a sua logística.

Por fim, acompanhe periodicamente os resultados e verifique se existem falhas ou novas


necessidades no seu sistema logístico. Tome a iniciativa e solucione qualquer problema antes
que o seu cliente reclame.

Vamos Exercitar?

A logística é um pilar fundamental no mundo empresarial, sendo responsável pela gestão eficaz
do fluxo de produtos desde a aquisição de matérias-primas até a entrega ao consumidor final. O
planejamento logístico abrange a compreensão dos métodos e estratégias necessários para
otimizar esse fluxo, garantindo que os produtos certos cheguem no lugar certo, no momento
certo e nas condições ideais, tudo isso com o menor custo possível. A obtenção desses
resultados requer uma análise cuidadosa dos fatores que influenciam a logística, como demanda
do mercado, infraestrutura disponível, regulamentações e tecnologia.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Um planejamento logístico eficaz é, sem dúvida, um diferencial competitivo para as empresas no


cenário atual, marcado por uma concorrência acirrada e por consumidores cada vez mais
exigentes. Um planejamento bem-sucedido permite às empresas não apenas atender às
expectativas dos clientes de forma mais precisa, mas também reduzir custos operacionais,
melhorar a gestão de estoque e responder de modo mais ágil às mudanças do mercado.

Contudo, o processo de planejamento logístico não está isento de desafios. As empresas


enfrentam diversas dificuldades, como a volatilidade da demanda, a complexidade das cadeias
de suprimentos globais, as variações nos custos de transporte e armazenamento, além das
constantes transformações tecnológicas. Ao mesmo tempo, esses desafios trazem consigo
oportunidades significativas para inovação e melhoria contínua. A utilização de tecnologias
avançadas, como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e análise de Big Data, pode
fornecer insights valiosos para a otimização dos processos logísticos.

Para se adaptar às rápidas mudanças do mercado e às exigências dos consumidores, mantendo


a eficiência e a redução de custos, as organizações precisam adotar uma abordagem flexível e
resiliente no seu planejamento logístico. Nesse sentido, algumas medidas pertinentes são a
diversificação de fornecedores, o investimento em tecnologias que proporcionem maior
visibilidade e controle sobre a cadeia de suprimentos, e a adoção de estratégias de logística
sustentável que não apenas reduzam custos, mas também atendam às crescentes demandas
por responsabilidade ambiental e social.

Por fim, é importante evidenciar que o planejamento logístico é um campo dinâmico e complexo,
que exige das empresas uma abordagem estratégica e adaptativa. Ao lidar com os desafios e
aproveitar as oportunidades que surgem, as organizações podem não apenas sobreviver, mas
prosperar no ambiente empresarial contemporâneo.

Saiba mais

O planejamento logístico é de fundamental importância para o sucesso de qualquer empresa. Ele


envolve a coordenação eficiente de várias atividades, como transporte, armazenamento de
mercadorias, manuseio de materiais e embalagem, para garantir que os produtos sejam
entregues ao cliente final de maneira adequada e econômica. Para que você aprofunde seus
conhecimentos sobre a importância e os benefícios resultantes de um planejamento logístico
eficaz, faça a leitura do artigo Planejamento logístico e suas contribuições para a redução de
custos, cujo link de acesso está disponível a seguir.

Planejamento logístico e suas contribuições para a redução de custos.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em:
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

OLIVEIRA, A. C.; SOUZA, A. A. de. Planejamento logístico e suas contribuições para a redução de
custos. Revista Científica Eletrônica de Ciências Aplicadas da FAIT, n. 1, maio, 2021. Disponível
em: http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/vKqaBqg5rVnjA3w_2021-8-30-
16-17-56.pdf. Acesso em: 21 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 2
Nível de Serviço Logístico

Nível de serviço logístico

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Olá, estudante! Nesta videoaula trataremos de um tema de enorme importância para o sucesso
no setor logístico: o nível de serviço logístico. Vamos apresentar a definição desse conceito, suas
respectivas dimensões e os elementos que o compõem. Este conhecimento é fundamental para
a sua prática profissional, pois entender o nível de serviço logístico permite otimizar operações,
melhorar a satisfação do cliente e aumentar a eficiência. Portanto, este conteúdo é um recurso
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

essencial para quem busca excelência na área logística. Prepare-se para adquirir conhecimentos
que farão a diferença na sua carreira. Vamos começar?

Ponto de Partida
Olá! Seja bem-vindo a mais uma etapa de aprendizagem da disciplina Processos Logísticos. É
com grande satisfação que dou as boas-vindas a você, caro estudante, neste ambiente de
conhecimento e descoberta. A sua presença aqui é um passo valioso em direção ao
aprofundamento de seus estudos e ao seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Estou
aqui para apoiá-lo em cada fase desse processo, fornecendo os recursos e o suporte
necessários para que você alcance seus objetivos.

Nesta fase de estudos, nosso foco será direcionado ao conceito de nível de serviço logístico, um
tema de grande relevância para a gestão eficiente de operações e cadeias de suprimentos.
Inicialmente, conheceremos a definição de nível de serviço, entendendo seu significado e
importância dentro do contexto logístico.

Em seguida, abordaremos as dimensões e os elementos que compõem o nível de serviço,


fornecendo uma visão abrangente de como esses aspectos influenciam a performance
operacional e a satisfação do cliente. Este conteúdo é indispensável para a compreensão de
como as atividades logísticas se interligam para criar valor nas operações empresariais,
exercendo impacto direto sobre a competitividade e o sucesso das organizações.

Para estimular a reflexão e garantir um aproveitamento completo do conteúdo, considere as


seguintes perguntas durante a aula:

Qual a importância do nível de serviço logístico para a gestão de cadeias de suprimentos?


Como as dimensões e os elementos do nível de serviço influenciam a satisfação do cliente
e a performance operacional das empresas?
De que maneira um planejamento acurado pode ser utilizado para melhorar o nível de
serviço logístico?

Essas questões ajudarão você a entender a aplicabilidade dos conceitos discutidos e identificar
como os conhecimentos adquiridos podem ser empregados na prática. Encorajo você a se
engajar ativamente nas discussões, utilizando os insights obtidos para enriquecer sua
compreensão e capacidade analítica.

Lembre-se: o seu comprometimento e curiosidade são os maiores aliados no processo de


aprendizagem. Mantenha-se focado, questione e explore as possibilidades que esta aula trará
para sua formação e carreira.

Bons estudos!
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Vamos Começar!

Nível de serviço logístico


No atual contexto, é preciso criar condições de adaptação da empresa junto ao seu mercado
consumidor, no qual a velocidade das tecnologias e das informações faz com que o produto e o
serviço não se restrinjam apenas ao preço, mas contemplem uma dimensão muito maior na
diferenciação perante o cliente. Eis o grande desafio da nova gestão: agregar valor ao produto
e/ou serviço. Mas o que é valor? Esse conceito se iguala ao preço? Ao custo?

Valor é o grau de benefício obtido como resultado da utilização e das experiências vividas com
um produto. É a percepção do cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de
atendimento de suas necessidades, considerando as características e atributos do produto, seu
preço e a facilidade de aquisição, de manutenção e de uso ao longo de todo o seu ciclo de vida.
As organizações buscam criar e entregar valor para todas as partes interessadas. Isso requer um
balanceamento do valor na percepção dos clientes, dos acionistas, da força de trabalho e da
sociedade.

Administrar o processo de serviços dentro da cadeia de suprimento, atentando-se às


necessidades e à satisfação do cliente, é uma forma mais viável de agregar valor a esse sistema.
Dentro dos conceitos logísticos, podemos determinar o que o consumidor espera: o produto
certo, na hora certa, na quantidade certa, no local certo, com o custo adequado.

Anteriormente, as organizações se posicionavam ou pela definição de preços (baixos), ou pela


diferenciação em seus produtos. No entanto, no mundo globalizado, em que a tecnologia e a
informação imperam, as novidades são facilmente copiadas em prazos curtos. Assim, o contexto
de qualidade e serviço ao cliente é uma vertente clara das mudanças e um ponto forte na
diferenciação.

Todos fazem parte de uma cadeia de serviços, encontrando-se ora no processo de comprar, ora
no processo de vender. Os serviços representam uma parte fundamental do processo de procura
versus oferta. Para facilitar a visualização dessa ideia, pode-se considerar como exemplo um
almoço em um restaurante. Nesse caso, o desejo maior é o de alimentar-se (compra da comida).
No entanto, desde a chegada ao estabelecimento, é possível se deparar com os serviços: o
manobrista que guarda o carro, a recepcionista que recebe o cliente e o acompanha até a mesa,
além de todo o serviço prestado pelo garçom, incluindo o cafezinho após a refeição. Esses
serviços que estão correlacionados com o produto principal (nessa circunstância, a comida) é
que podem trazer uma experiência “mágica” para os consumidores.

Fazer apenas o que está definido pela organização como padrão de atendimento pode até suprir
as necessidades do cliente, mas talvez não satisfaça plenamente suas expectativas. Já não
basta simplesmente satisfazer clientes; é preciso encantá-los!

Como a logística pode agregar valor aos clientes?


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PROCESSOS LOGÍSTICOS

A logística agrega valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva.


Além de associar os valores positivos para o consumidor final, a logística moderna procura
eliminar do processo tudo que não tenha valor para o cliente, ou seja, aquilo que acarrete
somente custos e perdas de tempo.

De acordo com Neves (2005), a logística tem valor quando considera os 8Rs:

Right material: material certo.


Right quantity: quantidade correta.
Right quality: qualidade justa.
Right place: lugar certo.
Right time: tempo correto.
Right method: método adequado.
Right cost: custo justo.
Right impression: boa impressão.

Nesse contexto, é possível comprovar que a logística é uma das competências que podem
contribuir com o processo de agregação de valor para o cliente. Quando as operações estão
integradas e são entendidas como competências-chave do negócio, podem servir como base
para a obtenção de vantagem estratégica.

Definição de nível de serviço

Serviço pode ser definido como um conjunto de atividades que são oferecidas por uma pessoa
ou empresa com o objetivo de satisfazer as necessidades ou desejos de um cliente ou grupo de
clientes. Ao contrário de um produto, que é tangível e pode ser fisicamente entregue ao
consumidor, um serviço é intangível, o que significa que não pode ser tocado, visto ou sentido de
forma concreta. Os serviços são realizados e consumidos ao mesmo tempo, e sua execução
pode variar de acordo com o fornecedor, o cliente e cada situação.

Também podemos conceitualizar os serviços como todos os benefícios oferecidos aos clientes.
Essa visão é bem ampla quanto à natureza dos serviços, mas é importante entender que tal
interpretação não necessariamente reflete as missões e visões da organização. O conceito de
serviço é mais pontual e diz respeito ao presente, ao que a empresa faz e ao que seus clientes
visualizam. Dentro desse âmbito, é válido destacar a necessidade de saber detalhadamente
como o serviço, os resultados e as experiências serão manifestados.

Logo, pode-se afirmar que não existe uma única definição para “nível de serviço”, uma vez que
cada indivíduo terá uma visão diferente em relação a uma organização específica. Porém devem
ser considerados quatro elementos básicos para a designação desse conceito, os quais se
mostram essenciais para que os consumidores possam constatar que lhes foi entregue um
elevado nível de serviço. São eles:

Experiência do serviço: como o fornecedor lida com o cliente?


Resultado do serviço: o que o cliente recebe?
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Operação do serviço: como o serviço é entregue?


Valor do serviço: qual o benefício em relação ao custo?

Desse modo, a gestão das operações e dos serviços é a arte de criar e entregar valor. O grande
desafio nesse sentido é conseguir o equilíbrio entre agregar valor ao consumidor e diminuir o
custo da organização, gerando os seguintes ganhos:

Maximizar os benefícios para o cliente.


Minimizar os custos financeiros e de sacrifício para o cliente.
Minimizar o custo para a organização.

Outro ponto a ser contemplado é a intangibilidade dos serviços. Ou seja, os serviços são de difícil
mensuração. Por essas dificuldades encontradas, é necessário achar meios de fornecer indícios
físicos para que o cliente fortaleça o valor do conceito. Muitos autores consideram essa
vantagem competitiva como algo próprio das experiências dos consumidores, mas acrescentar
valores tangíveis aos serviços pode gerar novos diferenciais

E o que é nível de serviço logístico? O nível de serviço logístico é definido como a qualidade com
que o fluxo de bens e serviços é gerenciado. Ou seja, é o resultado líquido de todos os esforços
logísticos da empresa.

Considerando esse cenário, também podemos conceitualizar nível de serviço logístico como o
desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. Esse
desempenho entregue é um fator-chave do conjunto de valores logísticos que as organizações
concedem a seus clientes para garantir a fidelidade.

Por fim, o nível de serviço também pode ser definido como aquilo que o cliente percebe além do
produto em si.

Siga em Frente...

Dimensões e elementos do nível de serviço


O nível de serviço logístico fornecido por diversas empresas possui muitas dimensões na prática,
de acordo com o segmento de atuação. Alguns exemplos de dimensões do nível de serviço são:

Tempo decorrido entre o recebimento de um pedido no depósito do fornecedor e seu


despacho a partir desse depósito.
Lote mínimo de compra ou qualquer limitação no sortimento de itens de uma ordem
recebida pelo fornecedor.
Porcentagem de itens em falta no depósito do fornecedor a qualquer instante.
Proporção dos pedidos de clientes preenchidos com exatidão.
Porcentagem de clientes atendidos ou volume de ordens entregues dentro de um intervalo
de tempo desde a recepção do pedido.
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Porcentagem de ordens dos clientes que podem ser preenchidas completamente assim
que são recebidas no depósito.
Proporção de bens que chegam ao cliente em condições adequadas para venda.
Tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega dos bens
solicitados.
Facilidade e flexibilidade com que o cliente pode gerar um pedido.

Por sua vez, o serviço oferecido inclui um grande número de fatores individuais, sendo que a
maioria está sob controle logístico. Esses fatores são classificados de acordo com sua relação
com a transação do produto:

Elementos de pré-transação: proporcionam por escrito uma política para o nível de serviço,
deixando claro aos clientes o que eles podem esperar do serviço oferecido. Criar uma
estrutura organizacional para implementar a política de nível de serviço e providenciar
treinamento técnico ou manuais aos clientes são práticas que também contribuem para
melhorar as relações entre clientes e fornecedores.
Elementos de transação: estão diretamente envolvidos nos resultados obtidos com a
entrega do produto ao cliente. Nesse caso, é importante ajustar níveis de estoque,
selecionar modos de transporte e determinar procedimentos para processamento de
pedidos, os quais, por sua vez, têm influência sobre tempos de entrega, exatidão do
preenchimento de ordens, condição das mercadorias na recepção do cliente e
disponibilidade de estoque.
Elementos de pós-transação: representam os serviços necessários para apoiar o produto
no campo, proteger consumidores de produtos defeituosos, providenciar o retorno de
embalagens ou tratar de reclamações, devoluções ou solicitações. Essas atividades
ocorrem após a venda do produto, mas devem ser planejadas nos estágios de transação ou
pré-transação.

Portanto, o nível de serviço é a soma de todos os elementos descritos anteriormente, já que os


clientes reagem a esse conjunto como um todo.

Vamos Exercitar?
O nível de serviço logístico é um conceito fundamental no campo da logística e gestão da cadeia
de suprimentos. Refere-se à qualidade com que a logística de uma empresa pode entregar seus
produtos ou serviços aos clientes. A definição de nível de serviço engloba uma série de
parâmetros que determinam o quão eficaz e eficiente é o processo de entrega, abrangendo
desde a precisão do pedido até a rapidez da entrega e a qualidade do atendimento ao cliente.

As dimensões e elementos do nível de serviço logístico são variados e incluem aspectos como
tempo de entrega, confiabilidade, disponibilidade de produtos, capacidade de resposta,
flexibilidade e qualidade da comunicação com o cliente. Esses componentes são essenciais para
entender como a logística de uma empresa pode afetar diretamente a satisfação do cliente e a
performance operacional. Por exemplo, entregas mais rápidas e confiáveis ajudam a aumentar
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

expressivamente a satisfação do cliente, enquanto uma boa comunicação pode auxiliar no


gerenciamento das expectativas dos clientes e na mitigação de possíveis insatisfações.

A importância do nível de serviço logístico para a gestão de cadeias de suprimentos reside na


sua capacidade de se tornar um diferencial competitivo para as empresas. Um alto nível de
serviço logístico pode não apenas satisfazer, mas também superar as expectativas dos clientes,
criando lealdade à marca e vantagem competitiva no mercado. Além disso, uma gestão eficaz do
nível de serviço pode resultar em operações mais eficientes, reduzindo custos com desperdícios,
atrasos e retrabalhos.

Um planejamento acurado é imprescindível para melhorar o nível de serviço logístico. Ele envolve
a análise detalhada das necessidades dos clientes, a avaliação das capacidades logísticas da
empresa e a identificação de áreas para melhoria. Um planejamento bem elaborado pode ajudar
a otimizar os processos logísticos, melhorar a precisão dos pedidos, diminuir o tempo de entrega
e aumentar a flexibilidade para atender a demandas variadas. Ferramentas como tecnologia de
informação, análise de dados e sistemas de gestão de relacionamento com o cliente (CRM) pode
ser utilizada para aprimorar a precisão no planejamento e execução do nível de serviço logístico.

A reflexão sobre como as dimensões e os elementos do nível de serviço logístico influenciam a


satisfação do cliente e a performance operacional das empresas revela a complexidade e a
importância de uma gestão logística efetiva. Ao considerar esses aspectos, as organizações
podem desenvolver estratégias mais robustas para não apenas atender, mas também superar as
expectativas dos clientes, garantindo assim uma posição sólida no mercado competitivo.

Saiba mais

O nível de serviço é um componente fundamental para a competitividade de uma empresa,


podendo se tornar, em mercados altamente competitivos, um diferencial importante.
Organizações que oferecem um excelente serviço podem se destacar da concorrência e atrair
mais clientes. Cabe salientar, ainda, que o nível de serviço logístico influencia diretamente o nível
de satisfação dos consumidores. Entretanto, qual o impacto que os níveis de serviços logísticos
elevados exercem sobre a lucratividade da empresa? Para que você possa compreender como o
lucro se comporta em relação ao nível de serviço, faça a leitura do artigo sugerido a seguir.

A influência do nível de serviço logístico na satisfação do cliente: um estudo em montadora do


setor automobilístico.

Referências
CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

NEVES, M. A. O. Introdução à logística e SCM (CD). São Paulo: Tigerlog, 2005.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

TOMOYOSE, F. H. A influência do nível de serviço logístico na satisfação do cliente: um estudo


em montadora do setor automobilístico. 2014. 186 f. Dissertação (Mestrado em Administração)
– Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP, 2014. Disponível em:
https://www.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/540. Acesso em: 22 fev. 2024.

Aula 3
Medição de Desempenho

Medição de Desempenho

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Dica para você
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aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula você descobrirá a importância da medição de desempenho


logístico e conhecerá diversos indicadores internos e externos essenciais. Esses temas são
cruciais para saber como otimizar as operações logísticas e elevar a satisfação do cliente,
práticas que são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio no ambiente competitivo
atual. Assim, preparei um conteúdo abrangente, que equipará você com um conhecimento
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

aplicável à sua jornada profissional. Não perca esta oportunidade de aprimorar suas habilidades
em logística. Junte-se a mim nesta etapa de aprendizagem!

Ponto de Partida

Olá! Seja bem-vindo a mais esta aula da disciplina Processos Logísticos. O foco desta fase de
estudos está direcionado à essencialidade da medição de desempenho dentro do vasto campo
da logística. Este encontro acadêmico tem o objetivo de equipá-lo com conhecimentos
fundamentais que explicam como a performance logística é avaliada, tanto internamente quanto
externamente, por meio de indicadores específicos. A importância desses indicadores não pode
ser subestimada, pois eles servem como ferramentas cruciais para entender, analisar e melhorar
as operações logísticas, garantindo assim a eficiência e a eficácia dos processos.

Ao longo desta etapa de aprendizagem, exploraremos três áreas principais: a medição de


desempenho logístico; os indicadores de desempenho logístico interno; e os indicadores de
desempenho logístico externo. Cada uma dessas áreas é vital para compreender como as
operações logísticas podem ser otimizadas para atender às demandas do mercado e às
expectativas dos clientes. Os indicadores de desempenho interno concentram-se na avaliação
dos processos internos, enquanto os indicadores externos voltam-se para a análise da satisfação
do cliente e a eficiência na entrega.

Para estimular o pensamento crítico e a participação ativa, considere as seguintes perguntas


durante nossa discussão:

Como os indicadores de desempenho logístico interno influenciam a eficiência


operacional?
De que maneira os indicadores de desempenho logístico externo refletem a satisfação do
cliente e a competitividade no mercado?
Como a medição de desempenho logístico contribui para a identificação de áreas de
melhoria e inovação em processos logísticos?

Essas questões são projetadas para mantê-lo engajado e atento aos elementos que são
fundamentais para o desenvolvimento de uma compreensão abrangente da logística.

Encorajo você a se dedicar ao estudo desses conceitos primordiais, pois eles são peças-chave
para o sucesso na área de processos logísticos.

Bons estudos!

Vamos Começar!

Medição de desempenho logístico


Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

A medição de desempenho em operações logísticas é fundamental para a sobrevivência,


competitividade e perenidade das empresas no mercado atual, o qual é caracterizado por sua
alta dinâmica e concorrência. Primeiro, é importante destacar que essa medição permite que as
organizações identifiquem com precisão as eficiências e ineficiências em seus processos
logísticos. Ao quantificar o desempenho por meio de indicadores-chave de desempenho (KPIs),
as empresas conseguem monitorar a eficácia das suas operações, considerando desde a
aquisição de matéria-prima até a entrega final ao consumidor. Esse diagnóstico facilita a tomada
de decisões informadas e a implementação de ações corretivas e preventivas, garantindo uma
gestão mais efetiva da cadeia de suprimentos.

Além disso, a medição de desempenho possibilita a melhoria contínua. A partir dessa atividade,
as empresas podem estabelecer benchmarks internos e externos, promovendo a inovação e a
adoção de melhores práticas do setor. Esse aspecto é vital para manter a relevância e
competitividade no mercado, pois permite que as organizações se adaptem rapidamente às
mudanças de demanda dos consumidores, às novas tecnologias e aos padrões regulatórios.

A concorrência no mercado, por sua vez, é diretamente influenciada pela capacidade de uma
empresa entregar produtos e serviços de forma eficaz e eficiente. A medição de desempenho
logístico contribui para a redução de custos operacionais, otimização de estoques, melhoria no
tempo de entrega e aumento da satisfação do consumidor. Organizações que dominam esses
aspectos tendem a se destacar, pois concedem um valor mais expressivo aos seus clientes em
comparação aos concorrentes.

Por fim, a medição de desempenho é vital para a perenidade das empresas. Ela fornece
informações valiosas para o planejamento estratégico e a sustentabilidade do negócio a longo
prazo. Conhecer as tendências de desempenho no decorrer do tempo ajuda as organizações a se
anteciparem a desafios futuros, adaptando-se e evoluindo conforme necessário para manter sua
posição no mercado.

Desse modo, podemos afirmar que a medição de desempenho em operações logísticas não é
apenas um requisito para a eficiência operacional, mas uma alavanca crítica para a
competitividade, crescimento e sustentabilidade empresarial.

E como o desempenho pode ser mensurado? A resposta para essa pergunta é bastante simples:
por meio dos indicadores de desempenho.

Os indicadores de desempenho são instrumentos desenvolvidos pelas empresas para


acompanhar como estão funcionando. A partir da materialização de dados, realizam-se análises
cujos resultados influenciam as tomadas de decisões. É importante evidenciar que os
indicadores de desempenho devem envolver toda a organização, do nível operacional ao
estratégico.

Indicadores de desempenho interno


Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Que tal entender um pouco mais sobre os indicadores de desempenho logístico interno? Para
isso, é importante relembrar que dentro das organizações existem vários processos logísticos.
No entanto, para a criação de indicadores internos, não é recomendado o acompanhamento de
indicadores vinculados a todos os processos existentes, já que isso pode tornar a coleta de
dados demasiadamente complexa e dificultar a tomada de decisões diante de informações
dispersas. Ângelo (2005) subdivide os indicadores de desempenho logístico interno em quatro
áreas-chave:

Atendimento do pedido ao cliente.


Gestão de estoques.
Armazenagem.
Gestão de transportes.

Vamos conhecer alguns indicadores de desempenho que integram essas áreas no Quadro 1, a
seguir. Mas é importante ter como premissa o fato de que as organizações podem e devem
selecionar, criar e adaptar os indicadores de desempenho que acharem apropriados para suas
operações.

Indicador de Melhores
Descrição Cálculo
desempenho práticas
DESEMPENHO NO ATENDIMENTO DO PEDIDO AO CLIENTE
% Acuracidade no
registro do pedido
Calcula a taxa de x%
pedidos sem erros acuracidade na
em cada estágio separação x %
Pedido Perfeito ou do pedido do entregas no prazo
Perfect Order cliente. Deve x
Em torno de 70%
Measurement considerar cada % entregas sem
etapa na "vida" de danos x % pedidos
um pedido. faturados
corretamente
Corresponde às
Para grupos de
entregas realizadas
% de Pedidos clientes A, o índice
dentro do prazo e
Completos e no Entregas perfeitas varia de 90% a
atendendo às
Prazo ou % OTIF - / total de entregas 95%. No geral,
quantidades e
On Time in Full realizadas atinge valores
especificações do
próximos de 75%
pedido.
Desmembramento
% de Entregas no da OTIF. Mede % de Entregas no prazo / Variam de 95% a
Prazo ou On Time entregas realizadas Total de entregas 98%
Delivery realizadas
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

no prazo acordado
com o cliente.
Desmembramento
da OTIF. Mede % de Pedidos
Taxa de pedidos atendidos integralmente
Atendimento do na quantidade e atendidos / Total
99,50%
Pedido ou Order Fill especificações de pedidos
Rate solicitadas pelo expedidos
cliente.
Tempo decorrido
entre a realização
do pedido por um
cliente e a data de Menos de 24 horas
entrega. Alguns Data da entrega para localidades
Tempo de Ciclo do
consideram como menos a data da mais próximas ou
Pedido ou Order
data final a data de realização do até um limite de
Cycle Time
disponibilização do pedido 350 km
pedido na doca de
expedição.
DESEMPENHO NA GESTÃO DOS ESTOQUES
Tempo da
mercadoria da
doca de
recebimento até a
sua armazenagem
física. Outros
consideram da
doca até a sua Tempo da doca ao
armazenagem estoque ou
2 horas ou 99,9%
física e o seu disponibilizaçã do
Dock to Stock Time no mesmo dia
registro nos item para venda
sistemas de
controle de
estoques e
disponibilização
para venda.
Corresponde à Estoque físico
No Brasil, 95%. No
diferença entre o atual por SKU /
Japão, atingem
Acuracidade do estoque físico e a estoque contábil
99,95%. E nos EUA,
Inventário ou informação ou estoque
entre 99,75% e
Inventory Accuracy contábil de reportado no
99,95%
estoques. sistema
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Receita não
Quantificação das
realizada por causa
vendas perdidas
da
em função da
Stock outs indisponibilidade Variável
indisponibilidade
do item em
do item solicitado.
estoque (R$)
Corresponde ao
estoque
indisponível para
venda em função
de danos
% Estoque decorrentes da Estoque
Indisponível para movimentação indisponível (R$) / Variável
Venda armazenagem, Estoque total (R$)
vencimento da
data de validade ou
obsolescência.
Estar acima de
Ocupação média
100% é um
em m³ ou posições
Mede a utilização péssimo indicador,
de
volumétrica ou do pois provavelmente
Utilização da armazenagem
número de indica que
Capacidade de ocupadas
posições para corredores ou
Estocagem ou / Capacidade total
estocagem outras áreas
Storage Utilization de armazenagem
disponíveis em um inadequadas para
em m³ ou número
armazém. estocagem estão
de posições
sendo utilizadas
Data / Hora do
registro da
Mede o tempo para
informação de
disponibilização
recebimento do
dos estoques dos
Visibilidade dos material nos
materiais recém-
Estoques ou sistemas da Máximo de 2 horas
recebidos nos
Inventory Visibility empresa - Data /
sistemas da
Hora do
empresa.
recebimento físico
PRODUTIVIDADE DO ARMAZÉM
Mede a quantidade Pedidos separados
Pedidos por Hora de pedidos / embalados / Variam conforme o
ou Orders per Hour separados e Total de horas tipo de negócio
embalados/acondi trabalhadas no
cionados por hora. armazém
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Também pode ser


medido em linhas
ou itens.
Rateio dos custos
Custo total do
operacionais do
Custo por Pedido armazém Variam conforme o
armazém pela
ou Cost per Order / Total de pedidos tipo de negócio
quantidade de
expedidos
pedidos expedidos.

Custos de
Revela a
Movimentação e
participação dos
Armazenagem
custos Custo total do
como um % das Variam conforme o
operacionais de armazém / Venda
Vendas ou tipo de negócio
um armazém nas total
Warehousing Cost
vendas de uma
as % of Sales
empresa.
Mede o tempo de
permanência dos
Variam conforme
veículos de
Hora de saída da tipo de veículo,
Tempo Médio de transporte
doca - Hora de carga e condições
Carga/Descarga nas docas de
entrada na doca operacionais
recebimento e
expedição.
Além do tempo em
Tempo Médio de
doca, mede
Permanência do Hora de saída da
tempos manobra, Variam conforme
Veículo de portaria
trânsito interno, procedimentos da
Transporte ou - Hora de entrada
autorização da empresa
Truck Turnaround na portaria
portaria, vistorias,
Time
etc.
Mede a utilização
dos equipamentos
Em uso intensivo,
Utilização dos de movimentação Horas em
com operador
Equipamentos de disponíveis em operação / Horas
dedicado, mínimo
Movimentação uma operação de disponíveis para
de 95%
movimentação e uso
armazenagem.
DESEMPENHO EM TRANSPORTES
Custos de Mostra a
Transporte como participação dos Custo total de Variam conforme o
um % das Vendas custos de transportes (R$) / tipo de negócio
transportes nas Vendas totais (R$)
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

ou Freight Costs as vendas totais da


% of Sales empresa.
Revela o custo do
frete por unidade
Custo do Frete por Custo total de
expedida. Pode
Unidade Expedida transporte (R$) /
também ser Variam conforme o
ou Freight Cost per Total de unidades
calculado por tipo de negócio
Unit Shipped expedidas
modal de
transporte.
Calcula o % de
Coletas no Prazo
coletas realizadas Coletas no prazo / Variam de 95% a
ou On Time
dentro do prazo Total de coletas 98%
Pickups
acordado.
Utilização da
Avalia a utilização Carga total Depende de
Capacidade de
da capacidade de expedida / diversas variáveis,
Carga de
carga dos veículos Capacidade teórica mas as melhores
Caminhões ou
de transporte total dos veículos práticas estão ao
Truckload Capacity
utilizados. utilizados redor de 85%
Utilized
Mede a
Avarias no
Avarias no participação das
transporte (R$)
Transporte ou avarias em Variável
/ Total expedido
Damages transporte no total
(R$)
expedido.
Mede a
participação do
custo extra de frete
Custo adicional de
decorrente de
frete com não
Não reentregas,
conformidades
Conformidades em devoluções,
(R$) / Custo total Variável
Transportes atrasos, etc. por
de transporte (R$)
motivos diversos
no custo total de
transporte.
Mede a
participação dos
Acuracidade no
erros verificados Erros na cobrança
Conhecimento de
no conhecimento (R$) / Custo total
Frete ou Freight Bill Mínimo de 98,5%
de frete em relação de transporte (R$)
Accuracy
aos custos totais
de transportes.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Quadro 1 | Indicadores de desempenho logístico interno. Fonte: adaptado de Corrêa (2019).

Desse modo, destacam-se como principais indicadores de desempenho logístico interno:

Custo total: é a quantidade de recursos consumidos e o pacote de serviços oferecidos. O


custo logístico pode ser medido em termos de valores totais, em porcentagem das vendas
ou custos unitários.
Tempo do ciclo: é aquele que se gasta para realizar todo o processo logístico (tempo
necessário para atender a um pedido após o seu recebimento, incluindo produção,
separação e entrega).
Pedido perfeito: é aquele em que se tem o produto certo, na quantidade correta, no lugar
exato, no tempo ajustado, nas condições adequadas. Exemplo: se a empresa atende aos
pedidos nas seguintes condições: 90% no prazo, 95% sem avarias, 92% completos e 94%
corretos, o percentual de pedidos perfeitos é de apenas 74% (0,90x0,95x0,92x0,94).

Siga em Frente...

Indicadores de desempenho externo


Vamos conhecer alguns indicadores de desempenho logístico externo no Quadro 2, a seguir.
Atualmente, deve-se considerar a satisfação do cliente proporcionada por toda a cadeia de
suprimentos, o que justifica a preocupação com o monitoramento de indicadores de âmbito
externo.

Indicador de Descrição Cálculo Melhores


desempenho práticas
DESEMPENHO DO FORNECEDOR
Calcula a taxa de Número de
Entregas entregas realizadas entregas realizadas
realizadas dentro dentro do prazo dentro do prazo
do prazo negociado com o / Número de
negociado fornecedor entregas totais
Corresponde às Entregas
Entregas entregas devolvidas parcial
devolvidas parcial devolvidas parcial ou integralmente /
ou integralmente ou integralmente Total de entregas
por causa de recebidas (aceitas
alguma falha não + devolvidas)
aceitável do
fornecedor
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Corresponde à Produtos recebidos Deve ser bem


Recebimento de quantidade de dentro das próximo de 100%,
produtos dentro produtos que especificações de caso contrário a
das especificações foram entregues qualidade empresa está
de qualidade dentro das acordadas com o aceitando produtos
especificações de fornecedor / Total fora dos padrões
qualidade de produtos desejados (custos
previamente aceitos * 100 extras)
acordadas com o
fornecedor
100%. Se este
Atendimento do indicador
pedido realizado Verifica se o Número produtos permanecer por um
fornecedor está entregues / longo tempo
entregando a Número de abaixo de 100%
quantidade de produtos pedidos * isso significa que o
produtos 100 fornecedor não
solicitados está com
capacidade
suficiente de
atender aos
produtos
Varia conforme o
negócio. No
Tempo de entregas Data e/ou hora da entanto, o
dos produtos realização do desempenho do
É o tempo que o pedido ao fornecedor
fornecedor leva fornecedor - Data influencia
para entregar um e/ou hora da diretamente o
pedido entrega dos estoque da
produtos empresa. Ou seja,
caso esse tempo
seja muito longo, a
empresa precisará
manter níveis altos
de estoque

Quadro 2 | Indicadores de desempenho logístico externo. Fonte: adaptado de Corrêa (2019).

Um indicador externo importante é o de entregas realizadas dentro do prazo negociado, que pode
ser usado para medir mensalmente as entregas para um segmento/cliente específico, bem como
para medir todos as entregas realizadas em uma frequência diária.
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

O cálculo é simples: Número de entregas realizadas dentro do prazo / Número de entregas totais.
Exemplo: geralmente são realizadas 1.050 entregas diárias. Na última segunda-feira, 998
entregas foram efetuadas dentro do horário determinado. Sendo assim, 95% das entregas foram
feitas conforme o prazo negociado.

Mas como coletar as informações sobre entregas dentro do prazo? Para isso, deve-se prezar pelo
controle da operação, contar com a validação por parte do cliente ou, até mesmo, consultar o
controle/indicador do cliente em tempo real. Com a utilização da tecnologia da informação (TI)
aplicada à logística, esse monitoramento fica mais fácil. Podemos tomar como exemplo o caso
de uma distribuidora de e-commerce que utiliza um sistema via equipamentos móveis de
comunicação (tablet, celular, etc.) e, ao entregar a mercadoria ao cliente, pede a confirmação por
meio de uma assinatura eletrônica, foto e/ou outra forma de validação. Assim, os controles são
alimentados automaticamente.

Vamos Exercitar?

A medição de desempenho logístico é uma ferramenta essencial para o gerenciamento eficaz da


cadeia de suprimentos, permitindo que as empresas avaliem a eficiência e eficácia de suas
operações logísticas. Os indicadores de desempenho logístico podem ser divididos em duas
categorias principais: internos e externos.

Os indicadores de desempenho logístico interno concentram-se nas operações internas da


empresa, as quais incluem a eficiência dos processos de armazenagem, transporte interno,
gestão de inventário e processamento de pedidos. Esses indicadores são fundamentais para
entender a eficiência operacional e identificar áreas que necessitam de melhorias, otimizando
assim a gestão dos recursos e reduzindo custos.

Os indicadores de desempenho logístico interno influenciam diretamente a eficiência operacional


ao fornecer dados quantitativos sobre o desempenho dos processos logísticos internos. Ao
analisar esses indicadores, as empresas podem detectar gargalos operacionais, excesso de
estoque, problemas no processamento de pedidos, entre outros empecilhos. Essa verificação
possibilita a implementação de estratégias para aperfeiçoar a produtividade, diminuir tempos de
ciclo, aumentar a precisão dos estoques e otimizar o uso de recursos. Consequentemente, a
melhoria na eficiência operacional se traduz em redução de custos e ampliação da capacidade
de resposta às demandas do mercado.

Por outro lado, os indicadores de desempenho logístico externo refletem a interação da empresa
com o ambiente externo, isto é, com clientes, fornecedores e parceiros logísticos. Esses
indicadores avaliam a qualidade do serviço prestado ao cliente, a pontualidade das entregas, a
precisão dos pedidos e a capacidade de resposta a solicitações especiais. A análise desses
indicadores permite que as empresas entendam como suas operações logísticas impactam a
satisfação do cliente e sua posição competitiva no mercado. Organizações que se destacam em
desempenho logístico externo tendem a ter clientes mais satisfeitos, o que resulta em maior
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

fidelidade do cliente, melhor reputação no mercado e, em última análise, vantagem competitiva


sustentável.

A medição de desempenho logístico, ao integrar a análise de indicadores internos e externos,


contribui significativamente para a identificação de áreas de melhoria e inovação em processos
logísticos. Essa abordagem holística possibilita que as empresas não apenas aprimorem suas
operações internas, mas também melhorem a qualidade do serviço oferecido aos clientes. A
coleta contínua e a avaliação de dados de desempenho habilitam as organizações para
detectarem tendências, preverem demandas futuras e adaptarem-se a mudanças no ambiente de
mercado. Além disso, a identificação de áreas para inovação pode levar ao desenvolvimento de
novas tecnologias, práticas e modelos de negócio que impulsionem a eficiência logística e criem
novas oportunidades de mercado.

Portanto, podemos afirmar que a medição de desempenho logístico é uma prática crítica que
influencia diretamente a efetividade operacional, a satisfação do cliente e a competitividade no
mercado. Ao considerarem os indicadores tanto de desempenho interno quanto externo, as
empresas podem obter uma visão abrangente de suas operações logísticas, encontrando
possibilidades de melhorias e inovações que sustentem o crescimento e o sucesso a longo
prazo.

Saiba mais

Mensurar o desempenho das operações realizadas em uma empresa é uma prática fundamental
para o alcance de uma gestão mais acurada, pois favorece o conhecimento exato da eficiência
dos resultados obtidos. Logo, essa atividade concede um embasamento sólido para as tomadas
de decisões. Entretanto, o processo de escolha e implantação desses indicadores pode
apresentar alguns desafios bastante complexos. Para que você possa conhecer algumas
particularidades inerentes a esse procedimento de implantação, faça a leitura do artigo
disponível a seguir.

Indicadores de desempenho logísticos: proposta de implantação em um centro de distribuição.

Referências

ÂNGELO, L. B. Indicadores de desempenho logístico. Santa Catarina: UFSC, 2005.

BACK JUNIOR, I. L. Indicadores de desempenho logísticos: proposta de implantação em um


centro de distribuição. Produção & Engenharia, v. 10, n. 1, p. 827-840, jan. dez. 2020. Disponível
em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/producaoeengenharia/article/view/30490/22707.
Acesso em: 22 fev. 2024.

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

Aula 4
Custos Logísticos

Custos Logísticos

Este conteúdo é um vídeo!


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aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Bem-vindo a esta videoaula na qual trataremos de um tema crucial para qualquer
profissional da área de logística: o conceito de custos logísticos e sua respectiva determinação.
Ao longo deste conteúdo, você conhecerá os diferentes tipos de custos logísticos, como custos
fixos e variáveis, e custos diretos e indiretos. Dominar esses elementos é essencial para
estabelecer uma gestão eficaz e a otimização dos recursos dentro de qualquer operação
logística. Logo, este material é indispensável para sua prática profissional, pois o ajudará a tomar
decisões mais informadas e estratégicas. Convido você a assistir a esta videoaula e ampliar seus
conhecimentos sobre essa área tão importante. Vamos juntos dar mais um passo em sua
formação profissional?
Disciplina

PROCESSOS LOGÍSTICOS

Ponto de Partida

Olá! Seja bem-vindo! Iniciar mais uma etapa de aprendizagem sempre é uma tarefa repleta de
expectativas e oportunidades de crescimento. Neste ambiente de ensino, convido você a explorar
e expandir seus conhecimentos, preparando-se para os desafios e as demandas do mercado de
trabalho. Aqui, valorizamos a curiosidade intelectual e a vontade de avançar no campo dos
processos logísticos, uma área fundamental para o sucesso das organizações modernas.

Nesta aula investigaremos conceitos importantes relacionados aos custos logísticos, que
constituem um assunto indispensável para a compreensão da dinâmica e da eficiência
operacional na gestão da cadeia de suprimentos. Começaremos nossa jornada com uma
explanação sobre a definição de custos logísticos, seguida de uma análise detalhada dos tipos
de custos envolvidos nesse âmbito, como custos fixos e variáveis, e custos diretos e indiretos.
Por fim, discutiremos sobre metodologias adotadas para a determinação do custo logístico total.
Essa compreensão é indispensável para qualquer profissional da área, pois oferece as bases
necessárias para a tomada de decisões estratégicas e a otimização de recursos.

Durante esta fase de estudos, três perguntas guiarão nossa discussão e reflexão:

Como os custos fixos e variáveis influenciam a estrutura de custos logísticos de uma


empresa?
De que maneira os custos diretos e indiretos podem ser identificados e gerenciados dentro
da logística?
Qual a importância da determinação precisa do custo logístico total para a competitividade
e sustentabilidade de uma organização?

Essas questões são projetadas para estimular o pensamento crítico e a aplicação prática dos
conceitos analisados, estimulando você a permanecer atento e engajado com o material
apresentado.

Convido você a aproveitar esta oportunidade para ampliar seus conhecimentos e habilidades na
área de processos logísticos. Com dedicação e empenho, os saberes aqui explorados serão
valiosos para sua formação acadêmica e profissional.

Bons estudos!

Vamos Começar!

Conceito de custos logísticos


Adventos como a globalização e a abertura de mercado, em meados de 1990, contribuíram para
a entrada de novos fornecedores internacionais e, consequentemente, para um aumento
vertiginoso da concorrência. Nesse contexto, o gerenciamento dos custos logísticos passou a
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

receber uma atenção muito maior, tornando-se um dos desafios mais complexos que os gestores
contemporâneos enfrentam. Essa preocupação tem algumas justificativas bem palpáveis.

Em certos segmentos, os custos logísticos podem representar percentuais bastante expressivos,


os quais, caso sejam mal geridos, são capazes de comprometer a sobrevivência da empresa no
mercado em que atua. Outro ponto a ser destacado em relação aos custos logísticos é o fato de
que, no Brasil, boa parte das organizações são de pequeno ou médio porte e há uma percepção
comum de que o gerenciamento estratégico, minucioso e sistêmico dos custos deve ser feito
apenas por grandes empresas, o que é um grande equívoco.

Mas o que são custos logísticos?

Os custos são aqueles gastos que ocorrem em virtude dos esforços produtivos e que dão origem
a um bem ou a um serviço. Nesse sentido, são considerados custos os gastos com mão de obra
da fábrica, com matérias-primas consumidas, energia elétrica do barracão onde ocorre a
produção, salários dos gerentes, líderes e supervisores das linhas de produção, e, principalmente,
custos com transportes, seja no momento de aquisição da matéria-prima ou no instante em que
os produtos acabados são entregues aos seus respectivos pontos de vendas ou ao consumidor
final.

Esses custos logísticos estão presentes em todas as operações que ocorrem no contexto de
uma cadeia de suprimentos integrada, considerando a aquisição da matéria-prima, o momento
em que o produto ou serviço fica disponível para consumo, os processos responsáveis pela sua
disponibilização aos canais de vendas (como varejo, atacado, atacarejo ou e-commerce) e as
operações que acontecem na esfera da logística reversa.

Portanto, é possível constatar que existem motivos para que o gerenciamento desses custos
seja tão complexo. Nesse contexto, conhecer as terminologias e as formas de classificação dos
gastos, dentre eles os custos, bem como as ferramentas de gerenciamento, pode tornar a gestão
mais acurada, de modo que as tomadas de decisão por parte dos gestores resultem em
benefícios à organização.

Tipos de custos logísticos

Os custos logísticos são classificados considerando duas variáveis:

a. Em relação à variação de seus valores de acordo com os volumes produzidos, são


categorizados como custos fixos ou custos variáveis.

b. Em relação à forma como são aplicados e mensurados aos produtos, são categorizados como
custos diretos ou custos indiretos.

Os custos fixos, como a própria terminologia sugere, são os custos que não variam em um
determinado período, independentemente da quantidade produzida. Eles têm natureza fixa, ou
seja, terão o mesmo valor se a indústria produzir 100 ou 1.000 unidades. O valor do aluguel do
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

armazém e a mão de obra são exemplos de custos fixos. Independentemente das quantidades
produzidas pela empresa, esses custos devem ser quitados impreterivelmente no prazo
acordado.

Por sua vez, os custos variáveis são aqueles que apresentam uma relação direta com os volumes
de produção. Nesse caso, quanto maior for o volume produzido, maiores serão os custos. Para
exemplificar, podemos citar a matéria-prima e as embalagens. Perceba que, quanto maior o
montante produzido, maior é o valor gasto tanto com matérias-primas quanto com embalagens.
Em contrapartida, caso a empresa não produza uma única unidade no mês, também não terá
custos em relação às matérias-primas e embalagens. Outro exemplo de custo variável é o gasto
com a energia elétrica da fábrica. Se a fábrica trabalha em um turno de oito horas, gastará um
determinado valor com energia. Caso passe a trabalhar em dois turnos, ou seja, 16 horas/dia,
começará a gastar, ao menos em teoria, o dobro do que consumia anteriormente.

Figura 1 | Demonstração da relação entre os custos fixos e variáveis. Fonte: elaborada pelo autor.

Os custos diretos podem ser diretamente associados aos produtos, bastando apenas que se
tenha uma unidade de medida de consumo, como kg de matéria-prima por produto, unidades de
embalagem utilizadas no produto ou horas de mão de obra gastas no produto. Dois bons
exemplos desses tipos de custos são as matérias-primas e a mão de obra. Vamos conferir um
caso?

Suponha que uma empresa tenha gastado R$ 1.000,00 em matéria-prima e R$ 2.000,00 em mão
de obra para produzir 1.000 unidades de um determinado produto. Com esses dados, é possível
identificar claramente que o custo total de produção foi de R$ 3.000,00 e o custo unitário foi de
R$ 3,00 por unidade. Por isso, esses custos são denominados “diretos”. Tais custos basicamente
são compostos de materiais diretos (matérias-primas, embalagens) e mão de obra direta (ou
seja, os valores gastos com os trabalhadores que estão diretamente vinculados ao processo de
fabricação, como os operadores de máquinas).
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

Por outro lado, os custos indiretos não oferecem condições para que haja uma medida objetiva.
Logo, qualquer tentativa de alocação precisa ser feita de maneira estimada e, muitas vezes,
arbitrária, utilizando critérios de rateio, como ocorre com os custos de supervisão e aluguel da
fábrica.

Siga em Frente...

Determinação do custo logístico total


Como é composto o custo logístico? Uma das maneiras de formar os custos logísticos é por
meio dos custos logísticos totais, que representam a somatória dos distintos custos
provenientes das atividades logísticas. Tendo em vista o conceito de logística integrada, é
importante para o gestor conhecer tais custos e sua totalidade, a fim de considerar esses dados
como embasamento para a tomada de decisões, buscando o equilíbrio entre o custo e o nível de
serviço. Desse modo,

Custo Logístico Total = CAM+CTRA+CE+CME+CTI+CTRI+CDL+CDNS+CAD, sendo:

CAM = Custos de armazenagem e movimentação.


CTRA = Custo de transporte.
CE = Custos de embalagens.
CME = Custos de manutenção do estoque.
CTI = Custos de tecnologia da informação.
CTRI = Custos tributários (tributos não recuperáveis).
CDL = Custos decorrentes de lotes.
CDNS = Custos decorrentes de níveis de serviço.
CAD = Custos de administração logística.

Agora, que tal aprofundarmos nossa análise sobre cada um desses custos?

Custos de Armazenagem e Movimentação (CAM): o processo de armazenagem possui


diversas atividades que geram custos para a empresa, como recebimento de materiais,
acondicionamento, seleção de pedido ou embarque, etiquetagem, mão de obra,
manutenção de equipamentos, limpeza e segurança. Tais custos podem ser classificados,
dependendo da forma com que os estoques são acondicionados, como fixos ou variáveis.

Os custos fixos surgem quando se usa armazenagem própria e espaço físico alugado, podendo
ser reduzidos por meio de uma melhor utilização do leiaute, diminuição de movimentos
desnecessários e aumento da rotatividade, e redução de custos com mão de obra e níveis de
estoque. Os custos variáveis geralmente estão associados a serviços de armazenagem que são
terceirizados para operadores logísticos.

Uma estratégia logística que vem sendo muito adotada no momento é o uso de centros de
distribuição, posicionando o estoque em vários pontos da cadeia de suprimentos. Essa decisão
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

permite reduzir custos de manutenção de inventário e transportes, entre outros tipos. Também
deve-se considerar a estocagem em trânsito, que se relaciona ao tempo em que os materiais
permanecem num veículo.

O maior desafio é assegurar que as estratégias de armazenagem e redução de custos sejam


compatíveis com as estratégias de níveis de serviços da empresa. Os principais custos
relacionados à armazenagem e movimentação de materiais provêm da estocagem e dos
movimentos de transportes. Sendo assim, observa-se a importância de conhecer bem os custos
de transporte para equilibrar os custos logísticos e assim viabilizar o desenvolvimento de
estratégias logísticas mais eficientes.

Custo de transporte (CTRA): o transporte, tanto no plano nacional como no plano


internacional, é considerado um dos processos mais importantes dentro da gestão
logística. Envolve o deslocamento de materiais dos fornecedores para a empresa, entre as
filiais de uma mesma empresa, da empresa para o cliente e do cliente para a empresa
(logística reversa).
Custos de embalagens (CE): as embalagens exercem um impacto significativo sobre o
custo e a produtividade dentro dos sistemas logísticos. Seus custos mais evidentes se
encontram na execução de operações automatizadas ou manuais de embalagens e na
necessidade subsequente de descartar a própria embalagem após sua utilização.
Custos de manutenção do estoque (CME): inventários (ou estoques) são ativos tangíveis
adquiridos ou produzidos por uma empresa, visando à sua comercialização ou utilização
em operações. O nível de inventários a ser mantido depende da política adotada pela
empresa. Tal política muitas vezes é instituída por causa da incerteza do mercado em que
essa organização atua.
Custos de Tecnologia da Informação (CTI): considerada por muitos estudiosos como uma
importante fonte de melhoria de produtividade e competitividade, a utilização de TI pelas
empresas tem aumentado significativamente, tendo em vista a procura pela minimização
dos custos operacionais e a consequente otimização dos resultados.
Custos tributários (CTRI): de acordo com o Portal Tributário (2017), o conceito de tributo
engloba impostos, taxas de serviços públicos e contribuições de melhoria (decorrentes de
obras públicas), contribuições sociais e econômicas, encargos e tarifas tributárias (com
características fiscais) e emolumentos a serem pagos pelo Poder Público em função de
obtenção/transferência de bens e/ou serviços diretos, específicos ou de concessão.
Custos decorrentes de lotes (CDL): estão associados às atividades de setup, que consiste
no trabalho requerido para preparar o posto de trabalho para o próximo item da
programação. Nesse caso, o tempo de recurso parado é uma das principais perdas.
Custos decorrentes de nível de serviço (CDNS): estão associados ao que se espera como
resposta no próximo elo da cadeia, em termos de disponibilidade do produto/serviço
(inventário), confiabilidade do serviço (qualidade) e desempenho (velocidade e consistência
de entregas).
Custos de administração logística (CAD): é possível correlacionar os elementos dos custos
logísticos observados anteriormente a cada um dos processos logísticos, pois: a) os
inventários acontecem ao longo de toda a cadeia; b) os custos das falhas mais expressivos,
quando em âmbito de abastecimento/planta, são relativos a vendas perdidas; c) os níveis
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

de serviço impõem exigências do cliente/consumidor sobre a distribuição, bem como das


fábricas sobre a logística de abastecimento.

Esses custos surgem em todas as operações das subdivisões da logística, que abrangem a
logística de suprimentos, logística de produção e logística de distribuição. Podemos, ainda,
apontar a logística reversa como uma nova subdivisão, cujos custos também devem ser
considerados, os quais incluem ponto de coleta, transporte, entre outros fatores.

Vamos Exercitar?
Nesta aula tratamos de conceitos fundamentais e de práticas essenciais no âmbito da logística,
direcionando o foco especificamente aos custos associados a essa área de substancial
importância nas operações empresariais. Inicialmente, definimos o conceito de custos logísticos,
uma componente vital para o entendimento da eficiência e eficácia das operações logísticas.
Esses custos são categorizados de diversas formas, distinguindo-se entre custos fixos e
variáveis, bem como entre custos diretos e indiretos. Também aprofundamos nosso
entendimento sobre a análise dessas categorias e finalizamos a aula com a determinação do
custo logístico total, um elemento-chave para a gestão financeira bem-sucedida na logística.

No que se refere à influência dos custos fixos e variáveis na estrutura de custos logísticos de
uma empresa, podemos afirmar que os custos fixos e variáveis desempenham papéis distintos
nesse contexto. Os custos fixos, que podem incluir aluguel de armazéns ou salários de
funcionários contratados, não variam conforme o volume de produção ou vendas. Isso significa
que, independentemente da quantidade de mercadorias movimentadas, esses custos
permanecem constantes, o que pode representar uma vantagem para empresas com altos
volumes de produção. Por outro lado, os custos variáveis, que incluem embalagens e
combustível para transporte, mudam diretamente de acordo com o volume de produtos
manuseados ou vendidos. Essa natureza variável implica que, à medida que a empresa amplia
sua produção ou vendas, os custos variáveis aumentam proporcionalmente, impactando a
estrutura de custos logísticos e exigindo uma gestão cuidadosa para maximizar a eficiência.

Vale destacar, ainda, que a identificação correta e a gestão eficaz de custos diretos e indiretos
são ações fundamentais para o controle financeiro dentro da logística. Os custos diretos são
aqueles que podem ser facilmente atribuídos a um produto ou serviço específico, como o custo
de transporte de mercadorias. Em contraste, os custos indiretos, como a manutenção de
equipamentos e os custos administrativos, não estão diretamente ligados a um produto ou
serviço em particular, o que torna sua alocação mais complexa. Para gerenciá-los efetivamente, é
essencial utilizar sistemas de contabilidade e gestão financeira que permitam a alocação precisa
desses custos, bem como a implementação de estratégias para sua otimização, como a
negociação de contratos de manutenção mais vantajosos ou a adoção de práticas
administrativas mais adequadas.

Por fim, é importante considerar que a mensuração precisa do custo logístico total é vital para a
competitividade e sustentabilidade de uma organização. Esse cálculo abrangente permite que a
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

empresa tenha uma visão clara de quanto está gastando para movimentar produtos desde a
aquisição da matéria-prima até a entrega dos itens ao cliente final. Essa visibilidade é crucial
para identificar áreas de ineficiência, oportunidades de redução de custos e para a tomada de
decisões estratégicas baseadas em dados concretos. Além disso, uma compreensão sólida dos
custos logísticos totais é indispensável para a definição de preços competitivos, que, ao mesmo
tempo, garantam a margem de lucro necessária para o crescimento e a sustentabilidade da
empresa no longo prazo.

Saiba mais

A redução de custos logísticos é fundamental para a sobrevivência e competitividade de uma


empresa no mercado, isso porque os custos logísticos representam uma parcela significativa
das despesas operacionais de uma organização. Portanto, a busca contínua pela diminuição
desses custos pode resultar em uma economia expressiva, melhorando a margem de lucro e a
saúde financeira da empresa. Para que você possa conhecer algumas táticas de redução de
custos que não exerçam efeitos negativos sobre o nível de serviço, faça a leitura do texto
indicado a seguir.

Táticas BOPE de redução de custos logísticos.

Referências

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.

CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da


indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.

DUARTE, F. Táticas BOPE de redução de custos logísticos. Guia do TRC, 20 set. 2016. Disponível
em: https://guiadotrc.com.br/publicacao/artigo-taticas-bope-de-reducao-de-custos-
logisticos/32090. Acesso em: 22 fev. 2024.

GLOSSÁRIO de termos tributários e fiscais. Portal Tributário, 31 jan. 2017. Disponível em:
https://www.portaltributario.com.br/glossario.htm. Acesso em: 22 fev. 2024.

POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:


Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.
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Aula 5
Encerramento da Unidade

Videoaula de Encerramento

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computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.

Olá, estudante! Nesta videoaula, você será apresentado ao importante contexto do planejamento
logístico, retomando a análise de temas essenciais a esse contexto, como nível de serviço
logístico, medição de desempenho e custos logísticos. Este conteúdo é indispensável para sua
prática profissional, pois oferecerá a você ferramentas e conhecimentos que o ajudarão a
otimizar operações, melhorar a eficiência e reduzir custos em suas atividades logísticas. Prepare-
se para adquirir competências que farão a diferença no seu dia a dia profissional. Não perca esta
oportunidade de aprimorar suas habilidades! Assista agora a esta videoaula!

Ponto de Chegada

Olá, estudante! Para desenvolver as competências associadas a esta unidade de aprendizagem,


que são “Desenvolver habilidades para efetuar planejamentos logísticos eficientes,
compreendendo a importância de cada etapa no processo de distribuição de produtos ou
serviços; Analisar e estabelecer padrões de nível de serviço logístico, garantindo a satisfação do
cliente e a competitividade no mercado; Desenvolver habilidades analíticas para a medição do
desempenho logístico, a fim de avaliar e otimizar operações continuamente; Compreender,
identificar e gerenciar com êxito os gastos operacionais, contribuindo para a saúde financeira e a
eficiência das organizações”, você deve, antes de tudo, conhecer os conceitos basilares
relacionados ao planejamento logístico.

Nesse contexto, a fim de esclarecer como os conteúdos trabalhados em cada aula contribuíram
para o desenvolvimento das competências descritas anteriormente, é importante considerarmos,
em um primeiro momento, que assimilar os aspectos do planejamento logístico ajudará a
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

identificar os fatores que influenciam a eficiência operacional, os quais abrangem desde a


adaptação às mudanças tecnológicas até a satisfação do cliente e as práticas sustentáveis​​.

O foco direcionado ao nível de serviço logístico permite entender como agregar valor ao cliente
em processos que envolvem desde a precisão na entrega até a oferta de qualidade e
informações. O domínio desses conteúdos é vital para se destacar em um mercado concorrido.

Por outro lado, avaliar o desempenho logístico por meio de indicadores internos e externos é
fundamental para estimular a melhoria contínua, a otimização dos processos e a redução de
custos, garantindo a competitividade e a sustentabilidade da empresa​​.

Por fim, o entendimento apropriado dos custos logísticos, incluindo os fixos, variáveis, diretos e
indiretos, é relevante para o gerenciamento eficiente dos recursos, pois viabiliza a criação de
estratégias que equilibrem custo e serviço​​.

Em conclusão, esses conteúdos se interligam para formar uma base sólida de conhecimento em
logística, colaborando com a otimização das operações, a satisfação do cliente e a eficiência
financeira.

É Hora de Praticar!

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Estudo de caso: logística eficiente na Distribuidora Alfa


A Distribuidora Alfa, uma empresa consolidada no setor de distribuição de alimentos, enfrenta
desafios expressivos em sua cadeia logística. Com a crescente demanda do mercado e a
necessidade de manter a competitividade, a Alfa busca melhorar seus processos de distribuição
para garantir a satisfação do cliente e a eficiência operacional.
A empresa reconhece a importância de um planejamento logístico eficaz, que envolva a análise e
o estabelecimento de padrões de nível de serviço logístico, medição de desempenho e
gerenciamento efetivo dos custos logísticos.
A Alfa tem lidado com questões relacionadas a atrasos nas entregas, variações significativas nos
custos de transporte e dificuldades na gestão de estoques. Isso tem afetado diretamente o nível
de serviço fornecido aos clientes e a competitividade da empresa no mercado. Para tratar desses
desafios, a Alfa iniciou um processo de revisão de suas operações logísticas, com foco
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

direcionado a três áreas principais: planejamento logístico, medição de desempenho e


otimização dos custos logísticos.
Considerando o contexto apresentado, tente responder às seguintes perguntas:

Como a Distribuidora Alfa pode melhorar seu planejamento logístico para garantir entregas
no prazo e reduzir a variabilidade nos tempos de entrega?
Quais métricas e ferramentas a Alfa deve implementar para medir efetivamente o
desempenho de sua logística e identificar áreas para aprimoramento contínuo?
De que maneira a Alfa pode otimizar seus custos logísticos sem comprometer a qualidade
do serviço, especialmente considerando os custos de transporte e gestão de estoques?

Você, como parte integrante da empresa, deverá buscar soluções para os problemas descritos,
aplicando os conceitos e competências desenvolvidos durante esta unidade de aprendizagem.

Para que você possa solidificar seu entendimento sobre os assuntos estudados nesta etapa de
aprendizagem, considere as seguintes perguntas:
Como a tecnologia pode ser aplicada para melhorar o planejamento e a execução logística em
sua organização?
De que maneira a medição de desempenho logístico coopera com a melhoria contínua e a
competitividade no mercado?
Qual a importância do gerenciamento de custos logísticos para a sustentabilidade financeira das
empresas?

Para que os gestores da Distribuidora Alfa possam resolver os problemas apresentados


anteriormente, é possível recorrer a algumas estratégias. A sugestão de abordagem a ser
implementada envolve uma compreensão profunda das dinâmicas da cadeia logística e a
aplicação de técnicas orientadas para a eficiência e a satisfação do cliente. As capacidades de
elaborar planejamentos logísticos efetivos e de adaptar-se às necessidades do mercado são
fundamentais para o sucesso operacional e financeiro da empresa. Nesse caso, algumas
medidas que podem ser desenvolvidas são:

Melhoria do planejamento logístico: a Alfa pode adotar tecnologias avançadas de previsão


e planejamento para melhorar a precisão de suas entregas. Isso inclui o uso de softwares
de gestão de transporte (TMS) para otimizar rotas e horários, bem como a implementação
de uma estratégia de estoque baseada na demanda para minimizar atrasos e maximizar a
eficiência do transporte.
Medição de desempenho: a instauração de um conjunto de indicadores-chave de
desempenho (KPIs), como o tempo médio de entrega, a taxa de cumprimento de pedidos e
o custo médio por entrega, permitirá à Alfa monitorar sua eficácia logística e identificar
áreas de melhoria. Ferramentas analíticas e dashboards podem fornecer insights em tempo
real e facilitar a tomada de decisões baseada em dados.
Otimização de custos logísticos: a Alfa deve analisar detalhadamente seus custos
logísticos para identificar oportunidades de redução, como a negociação de tarifas de
transporte, a consolidação de cargas para aproveitar melhor os espaços de transporte e a
adoção de práticas de gestão de estoque que diminuam o excesso e os custos de
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PROCESSOS LOGÍSTICOS

armazenagem. Estratégias de sourcing estratégico também podem ajudar a minimizar


custos sem sacrificar a qualidade do serviço.

Entretanto, enquanto a solução proposta aborda os desafios imediatos da Distribuidora Alfa, é


importante que a empresa continue a explorar inovações em logística e tecnologia, como a
logística verde e o uso de veículos autônomos, para aprimorar ainda mais sua eficiência e
sustentabilidade a longo prazo. Por isso, é interessante que você reflita sobre como essas e
outras estratégias inovadoras podem ser aplicadas à realidade da Alfa para lidar com desafios
futuros e aproveitar novas possibilidades.

Fonte: elaborado pelo autor.

CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em:
23 jan. 2024.
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CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações.


4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da
indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024.
POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo:
Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024.

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