RESOLUON4 DE1 DENOVEMBRODE2023 RESOLUON4 DE1 DENOVEMBRODE2023 DOUImprensa Nacional

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25/10/2023, 08:52 RESOLUÇÃO Nº 4, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2023 - RESOLUÇÃO Nº 4, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 25/10/2023 | Edição: 203 | Seção: 1 | Página: 23
Órgão: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Superior/Comissão Nacional de Residência Médica

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2023

Dispõe sobre os procedimentos de avaliação dos Médicos


Residentes e dá outras providências.

A PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE RESIDÊNCIA MÉDICA, no uso de suas atribuições


que lhe confere o art. 10, do Decreto nº 7.562, de 15 de setembro de 2011, e tendo em vista as deliberações
na 3ª Sessão Plenária Extraordinária da Comissão Nacional de Residência Médica - CNRM, realizada no dia
1º de junho de 2022, e o constante nos autos do Processo nº 23000.020473/2023-23, resolve, ad
referendum:

Art. 1º Ficam regulamentados os procedimentos de avaliação de Médicos Residentes em


Programas de Residência Médica autorizados em Instituições credenciadas pela Comissão Nacional de
Residência Médica - CNRM, na forma do Anexo a esta Resolução.

Art. 2º Ficam revogados os arts. 13, 14, 15 e 16 da Resolução CNRM nº 2, de 17 de maio de 2006.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DENISE PIRES DE CARVALHO


ANEXO

CAPÍTULO I

DOS FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO DO MÉDICO RESIDENTE

Art. 1º A avaliação de desempenho do médico residente deverá ser sistematizada, permanente e


periódica, considerando conhecimentos, habilidades e atitudes de profissionalismo, de acordo com
aquisição gradual de competências em cada programa, tendo como objetivo comprovar o processo de
aprendizagem ao longo de sua formação, a fim de conferir o título de especialista em favor dos médicos
residentes habilitados, os quais constituirão comprovante hábil para fins legais junto ao Ministério da
Educação e ao Conselho Federal de Medicina.

Art. 2º O sistema de avaliação de cada programa deve contemplar um conjunto de avaliações


somativas e formativas que incluam atributos como:

I - conhecimento e habilidades técnicas aplicadas a cada Especialidade, Área de Atuação ou


Ano Adicional;

II - tomada de decisão, profissionalismo, comunicação, comportamento ético, relacionamento


com a equipe de saúde, com o paciente e seus familiares, atuação no sistema de saúde; e

III - compromisso com o aprendizado e com o desenvolvimento das atividades curriculares, e


outros necessários ao bom exercício da profissão, a critério da Comissão de Residência Médica - Coreme
da Instituição, estimulando-se o uso de múltiplas formas de avaliação.

Art. 3º Os projetos pedagógicos dos programas de residência médica são orientados para a
aquisição de competências, estabelecidas nas Matrizes de Competências das respectivas Especialidades e
Áreas de Atuação, definidas pela Comissão Nacional de Residência Médica - CNRM em conjunto com as
Sociedades de Especialidades e publicadas em forma de Resolução pelo Ministério da Educação.

Art. 4º Poderão ser empregados múltiplos métodos e instrumento de avaliação em diferentes


cenários para a adequada avaliação dos diferentes domínios de competência, de acordo com os níveis de
desempenho do médico residente no programa.

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Art. 5º Os métodos e instrumentos utilizados na avaliação do médico residente devem ser


validados e confiáveis, considerando aquisição do conhecimento, com a definição do desempenho
esperado como desfecho da aprendizagem, incluída a devolutiva do resultado da avaliação ao médico
residente, em formato de feedback estruturado, apontando os aspectos positivos e as oportunidades ou
necessidades de melhoria de modo a alcançar a autonomia e proficiência, visando à segurança do
paciente.

CAPÍTULO II

DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Art. 6º A frequência mínima das avaliações de desempenho periódicas será quadrimestral.

Art. 7º Nas avaliações de desempenho periódicas do médico residente, serão aplicadas


avaliações somativas acompanhadas por procedimentos formativos.

Parágrafo único. A seleção dos instrumentos avaliativos deverá se pautar nas modalidades
somativa e formativa de avaliação de acordo com o componente da competência, nas estratégias de
aplicação dessas avaliações, e na interpretação das análises dos resultados.

Art. 8º A avaliação somativa terá como objetivo assegurar o alcance de qualificações mínimas
exigidas e a identificação daqueles que não atingiram o domínio técnico necessário para progressão ao
nível seguinte.

Art. 9º A avaliação formativa terá como objetivo:

I - prover informações relativas ao nível de desenvolvimento do médico residente;

II - identificar aspectos positivos e fragilidades no seu processo de aprendizagem; e

III - permitir que o médico residente monitore seu próprio aprendizado.

Art. 10. A avaliação de desempenho deve articular teoria com prática de forma contextualizada,
em três modalidades:

I - Cognitiva (Teórica): avaliação de conhecimento teórico deve corresponder aos temas


abordados nas atividades teóricas, práticas, ou Área de Atuação;

II - Psicomotora (Prática): avaliação em ambientes da prática profissional por meio de


observação e interação direta e indireta do desempenho em atividades clínicas e procedimentos de
treinamento em serviço; e

III - Afetivo-Profissional (Avaliação Atitudinal em Ambientes da Prática Profissional): avaliação


mediante observação direta e indireta da atuação do médico residente feita pelo preceptor, grupo de
preceptores e supervisor, considerando os elementos responsabilidade, assiduidade, pontualidade e
cumprimento de tarefas, atuação na dinâmica do Programa de Residência Médica - PRM, colaboração com
a construção do conhecimento (relevância, pertinência e embasamento científico das informações),
comunicação e relacionamento interpessoal (clareza na colocação das ideias e respeito).

§ 1º Em todas as avaliações cognitivas, diferentes níveis taxonômicos devem ser verificados,


como compreensão, aplicação, análise, síntese, avaliação e tomada de decisão.

§ 2º Quando possível, o disposto no inciso III do caput deve contemplar a avaliação pelos pares,
outros membros da equipe e pacientes.

Art. 11. Em cada avaliação periódica quadrimestral deverão estar contemplados os três domínios
da avaliação do médico residente:

I - uma avaliação cognitiva (avaliação de conhecimentos teóricos);

II - uma avaliação psicomotora de desempenho em ambientes de prática em atividades clínicas


e procedimentos (avaliação de conhecimentos práticos); e

III - uma avaliação atitudinal em ambientes da prática profissional.

Art. 12. As avaliações dos médicos residentes deverão ser referenciadas por um critério de
suficiência estabelecido a partir do desempenho esperado para os domínios avaliados.

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Parágrafo único. O conceito satisfatório é atribuído ao residente cujo desempenho alcança os


critérios de suficiência estabelecidos.

Art. 13. A CNRM adotará, em cada avaliação quadrimestral periódica, como critério mínimo
exigido:

I - 70% (setenta por cento) de suficiência na avaliação cognitiva (avaliação de conhecimentos


teóricos);

II - conceito "Satisfatório" nas avaliações em ambientes da prática profissional, incluindo a


avaliação de integração de conhecimentos, habilidades e atitudes; e

III - conceito "Satisfatório" na avaliação atitudinal em ambientes de prática profissional.

Art. 14. As Atividades Profissionais Confiabilizadoras - APC poderão servir de base para verificar a
preparação dos médicos residentes para progressão nos níveis de supervisão e prática autônoma,
respeitando os critérios de suficiência estabelecidos pela CNRM.

Art. 15. A critério da Coreme, o Sistema de Avaliação também poderá incluir, além dos definidos,
o registro de procedimentos e atividades (Logbook, Portfólio, Pesquisa Científica) realizadas pelo médico
residente, respeitando os critérios de suficiência estabelecidos pela CNRM.

Art. 16. A critério da Coreme, também poderá ser adotado o Teste de Progresso Individual do
Residente, elaborado pela Sociedade de Especialidade, que será realizado anualmente, como
complemento no processo de avaliação e progressão do médico residente.

§ 1º O teste de progresso é uma avaliação formativa constituída de 120 (cento e vinte) a 200
(duzentas) questões de múltipla escolha, elaboradas para avaliar as capacidades cognitivas esperadas ao
final do PRM, de acordo com a Matriz de Competências da Especialidade ou Área de Atuação.

§ 2º O teste de progresso deve ser oferecido anualmente e aplicado simultaneamente para


todos os residentes da mesma especialidade.

§ 3º O resultado individual é sigiloso e de conhecimento exclusivo do residente, possibilitando a


autoavaliação, reafirmando o conhecimento adquirido e identificando necessidades de aprendizado e
melhorias. O acompanhamento do desempenho no teste de progresso em anos consecutivos do
programa de residência permite a análise da evolução na aquisição do componente cognitivo ao longo do
treinamento.

§ 4º O consolidado do desempenho dos médicos residentes do mesmo serviço deve ser


disponibilizado pela Sociedade de Especialidade ao supervisor de cada programa, possibilitando a análise
transversal e longitudinal do conhecimento agregado durante o treinamento.

CAPÍTULO III

DA PROMOÇÃO DO MÉDICO RESIDENTE

Art. 17. A promoção do médico residente para o ano seguinte dependerá de:

I - cumprimento integral da carga horária do Programa no ano;

II - cumprimento integral das avaliações periódicas e obtenção de média igual ou superior a 7


(sete) nas avaliações cognitivas (teóricas) quadrimestrais;

III - conceito "Satisfatório" no conjunto das avaliações somativas quadrimestrais em Ambientes


da Prática Profissional (práticas), incluindo atividades clínicas, procedimentos e componentes afetivo-
atitudinais; e

IV - conceito "Satisfatório" no conjunto das Avaliações Atitudinais no ano.

Art. 18. O residente que não obtiver média mínima de 7,0 (sete) em cada uma das 3 (três)
avaliações anuais de formação não será considerado apto para avançar ao ano seguinte.

Art. 19. O residente que não apresentar desempenho satisfatório nas avaliações em ambientes
da prática profissional (prática), após conclusão do período anual de formação, não poderá avançar ao ano
seguinte.

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Parágrafo único. Será desligado o médico residente com desempenho insuficiente ao final do
período anual de formação, mesmo após a realização de recuperação, independentemente do ano que
estiver cursando.

Art. 20. A obtenção do certificado de conclusão do programa pelo médico residente dependerá
de:

I - cumprimento integral da carga horária do Programa;

II - cumprimento integral dos critérios das avaliações periódicas, por ano de atividade, de
acordo com o art. 13;

III - cumprimento integral dos critérios de promoção em todos os anos, de acordo com o art. 17;
e

IV - apresentação do trabalho final de conclusão de curso, estabelecido nas matrizes de


competências, conforme requisito obrigatório para certificação da Pós-Graduação.

Parágrafo único. A produção científica de que trata o inciso IV deverá ser desenvolvida
individualmente, constando comprovação de orientação, e conforme regramentos estabelecidos em
regimento interno da Coreme sobre o tema.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 21. As avaliações do médico residente serão realizadas pelo supervisor e conjunto de
preceptores do respectivo programa de residência médica vinculado a cada Coreme, vedada a avaliação
conjunta entre programas de outras instituições na mesma especialidade.

Art. 22. O médico residente deverá ter ciência prévia dos critérios de avaliação, promoção e
certificação adotados pelo programa, devendo conhecer e firmar todas as etapas avaliativas a que se
submeter.

Art. 23. A Coreme estimulará o treinamento dos preceptores e supervisores em técnicas de


supervisão, feedback, avaliação e confiabilidade em ambientes de prática profissional.

Art. 24. As normatizações das avaliações em cada instituição deverão estar especificadas nos
regimentos internos da respectiva Coreme.

Art. 25. Os casos omissos e não previstos neste Regulamento, serão resolvidos pela CNRM, que
poderá estabelecer normas complementares para a avaliação dos médicos residentes.

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

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