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MÉTODOS DE SOLDAGEM DE JUNTAS DISSIMILARES DE AÇO INOX T304

E AÇO CARBONO ASTM A-36


1. INTRODUÇÃO

Desde o início da industrialização, a união de dois componentes


metálicos tem representado um desafio significativo. A união por elementos de
fixação, muitas vezes, revela-se insuficiente para determinadas exigências
mecânicas e características construtivas em projetos de engenharia. Em
contrapartida, a soldagem oferece uma série de vantagens notáveis, onde além
da união proporcionar vedações, este processo garante maiores resistências à
tração, a tensões de cisalhamento e apresenta elevados índices de tenacidade.
O processo de soldagem tem ampla aplicabilidade, sendo a base para a união
de estruturas simples e complexas em diversos setores industriais.

Diante da grande variedade de processos de soldagem, temos uma


enorme combinação de possíveis materiais a serem unidos, onde cada material
possui diferentes características mecânicas, composições químicas e
comportamentos em altas temperaturas, que se diferentes e combinados,
influenciam diretamente nas propriedades da junta soldada final. Neste trabalho
abordaremos os métodos aplicados para união de juntas dissimilares de aço
inox T304 e aço carbono ASTM A-36, visando a soldabilidade destes materiais.

1.1. JUSTIFICATIVA

É comum na indústria nos depararmos com uma variedade significativa


de materiais em um único projeto de engenharia. Por muitas das vezes estes
materiais estão unidos por meio da soldagem, mesmo que apresentem
diferentes soldabilidades. A união aço inoxidável e aço carbono, por exemplo,
possui diversas aplicações, estando presente em indústrias químicas, navais e
alimentícias. Por se tratar de uma combinação comum, urge a necessidade de
esclarecer a metodologia de soldagem destes materiais de diferentes
propriedades químicas, mecânicas e estruturais.
2. OBJETIVO GERAL

Expor métodos de soldagem de juntas dissimilares, visando esclarecer


as variáveis presentes no processo e sua influência na sua característica final.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO

Abordar com base em pesquisa bibliográfica os métodos utilizados em


processos de soldagem por fusão de arco elétrico em juntas dissimilares de
aço inoxidável T304 e aço carbono ASTM A-36;

Investigar os processos e identificar variáveis que determinam a


coalescência e soldabilidade destes materiais.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. DEFINIÇÃO DE SOLDAGEM

Podemos definir solda como o processo de unir dois corpos diferentes


de modo que haja continuidade entre eles em sua forma final. Além disso, o
processo de soldagem também tem a função de revestir e de restaurar
dimensões desgastadas. A definição de soldagem pode variar de acordo com
os autores, abaixo as principais definições de solda:

“Soldagem é um processo de união de materiais coalescência


(soldadura) localizada de metais e não metais, produzida pelo aquecimento até
uma temperatura adequada, com ou sem aplicação de pressão e material de
adição” (AWS, 2001, p. 42).

“A soldagem é um processo no qual materiais do mesmo tipo ou classe


fundamental são reunidos e unidos (tornando-se um só) através da formação
de ligações químicas primárias (e, ocasionalmente, secundárias) sob a ação
combinada de calor e pressão.” (Messler, 1993)

“Classicamente, a soldagem é considerada como um processo de união,


porém, na atualidade, muitos processos de soldagem ou variações destes são
usados para a deposição de material sobre uma superfície, visando à
recuperação de peças desgastadas ou para a formação de um revestimento
com características especiais.” (Villani, Modenesi, Bracarense, 2011)

3.2. SOLDAGEM POR FUSÃO

A solda pode ser classificada em dois grandes grupos, a soldagem por


pressão e a soldagem por fusão. Neste trabalho abordaremos apenas os
principais processos de soldagem por fusão, devido ao propósito deste trabalho
e sua maior aplicação na indústria. Soldas por fusão são capazes de unir
materiais de diferentes composições e espessuras, onde a vasta possibilidade
de processos se aplica a quase todas as particularidades que necessitam de
uniões soldadas. Segundo Sindo Kou (2003, p. 3), “O processo de soldagem
por fusão é uma técnica que utiliza a fusão do metal base para realizar a
junção".
Dentre os processos de soldagem por fusão, aqueles que utilizam o arco
elétrico como fonte de energia são os mais utilizados industrialmente.
A seguir uma tabela que aborda de maneira ampla as variáveis e
aplicações do processo de solda por fusão.
Tabela 1 - Processos de Soldagem por Fusão

Fonte: MODENESI, J. P.; MARQUES, V. P; SANTOS, B. D. Introdução à Metalurgia da


Soldagem, Belo Horizonte, 2012, p. 1.9.
3.3. SOLDAGEM POR FUSÃO DE ARCO ELÉTRICO

O termo “fusão de arco elétrico” se deve a forma no qual a energia


necessária para o processo de soldagem chega até os corpos. Neste processo,
o arco elétrico se faz presente entre a ponta do elétrodo e o corpo trabalhado,
podendo ou não em conjunto ser adicionado material de adição. O manuseio
do elétrodo pode ser feito de maneira manual ou automática de acordo com o
processo.

Os processos de solda por fusão de arco elétrico são aplicados de


acordo com as condições de projeto, onde os principais parâmetros para a
seleção dos processos são:

• Materiais a serem soldados: o tipo de material influencia diretamente


na escolha do processo de solda. Juntas soldadas em alumínio, por exemplo,
requerem um processos e métodos de soldagem diferentes de aços;

• Espessura do material: o fator espessura também pode influenciar na


escolha do processo adequado de solda. Para chapas grossas, por exemplo,
pode ser necessário processos de soldagem combinados;

• Custo e produtividade: o valor do processo e sua produtividade são


fatores que devem ser considerados ao planejar um processo de solda.
Abaixo temos como base a tabela de seleção de processos conforme
material e sua espessura.

Tabela 2 - Capacidades de Adesão de Processos Comumente Usados

Fonte: AWS. Welding Handbook, Welding Science and Technology Vol 1., Miami, 2011.
3.3.1. GMAW - Gas Metal Arc Welding

A soldagem GMAW (MIG/MAG) é amplamente aplicada em soldagem de


aços carbono de baixa e alta liga, metais não ferrosos e dependnedo da
combinação de gases pode soldar aços inoxidáveis. É considerado um
processo de alta produtividade devido a sua operação que possibilita ser
manual, automática ou semiautomática. O equipamento básico para este
processo consiste de tocha de soldagem, fonte de energia de corrente
constante, fonte de gás e alimentador de arame.

Processo no qual a junção dos metais se dá pelo aquecimento


através de um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo de arame
sólido contínuo e a peça de trabalho. A proteção se dá por uma
corrente de gás inerte ou ativo […]. A proteção do arco e poça de
fusão é obtida por um gás ou mistura de gases. Se este gás é inerte,
o processo é também chamado de MIG (Metal Inert Gas). Se o gás
for ativo, o processo é chamado de MAG (Metal Active Gas).
(MODENESI; 2012).

Figura 1 – Soldagem GMAW

Fonte: MODENESI, J. P.; MARQUES, V. P; SANTOS, B. D. Introdução à Metalurgia da


Soldagem, Belo Horizonte, 2012, p. 1.12.
A principal diferença entre o processo MIG e MAG é o gás de proteção
presente no processo. Os gases de proteção têm o objetivo de isolar a poça de
fusão dos gases da atmosfera, visando evitar a oxidação, porosidade no
cordão de solda e consequentemente a fragilidade da junta. “Para evitar esses
problemas associados com a contaminação da poça de fusão, três gases
principais são utilizados como proteção: Argônio (Ar), Hélio (He) e Dióxido de
Carbono (CO2).” (Fortes, C. Soldagem MIG/MAG, 2005)

O processo MAG (Metal Active Gas) utiliza como proteção o gás ativo,
ou seja, que influencia diretamente na metalurgia da poça de fusão. O gás mais
comum nessa aplicação é o CO2 em sua forma pura ou misturado com Argônio
e outros gases. É normalmente destinado para soldas de metais ferrosos e
aços inoxidáveis.

Já o processo MIG (Metal Inert Gas) utiliza como proteção o gás inerte,
ou seja, não influencia metalurgicamente a poça de fusão. São comuns os
gases Argônio e Hélio, podendo estar puros ou misturados. É normalmente
destinado para soldas de metais não ferrosos como o alumínio e cobre.
3.3.2. GTAW - Gas Tungsten Arc Welding – GTAW

A soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding) também conhecida


como TIG (Tungsten Inert Gas Welding) é dotada de um eletrodo de Tungstênio
(W) não consumível, responsável por transferir o arco elétrico para os metais
de base e de adição (que pode ou não ser utilizado). Tem gases inertes como
proteção da poça de fusão e pode ser aplicado em metais não ferrosos e aços
inoxidáveis.

Soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding - GTAW) ou, como é


mais conhecida no Brasil, TIG (Tungsten Inert Gas) é um processo no
qual a coalescência dos metais é obtida pelo aquecimento destes por
um arco estabelecido entre um eletrodo não consumível de tungstênio
e a peça. A proteção do eletrodo e da zona da solda é feita por um
gás inerte, normalmente o argônio, ou mistura de gases inertes (Ar e
He). Metal de adição pode ser utilizado ou não. (MODENESI, 2012).

Figura 2 – Soldagem GTAW

Fonte: MODENESI, J. P.; MARQUES, V. P; SANTOS, B. D. Introdução à Metalurgia da


Soldagem, Belo Horizonte, 2012, p. 1.11.
3.3.3. FCAW - Flux Cored Arc Welding

A soldagem de arco elétrico de arame tubular (FCAW – Flux Cored Arc


Welding) tem muitas similaridades com o processo GMAW, devido as suas
ferramentas de aplicação serem basicamente as mesmas. A soldagem FCAW
consiste no aquecimento dos metais base através do arco elétrico veiculado
por um eletrodo tubular. O eletrodo tubular apresenta internamente um fluxo de
materiais que formam gases que objetivam proteger a poça de fusão, quando
não há esta característica, pode ser utilizado gases de proteção. Uma das
características específicas deste processo é a formação de escória após o
resfriamento da poça de fusão.

“A soldagem FCAW usa eletrodos tubulares em vez de eletrodos


sólidos para unir metais ferrosos. O núcleo de fluxo pode conter
minerais, ferroligas e materiais que fornecem gases de proteção,
desoxidantes e materiais formadores de escória.” (AWS, Welding
Technology, 1987)

Figura 3 – Soldagem FCAW sem gases de proteção externos

Fonte:
AWS,

American Welding Society. Welding Handbook, Welding Technology Vol.1 Miami, 1987 p. 9.

Figura 4 – Soldagem FCAW com gases de proteção externos


Fonte: AWS, American Welding Society. Welding Handbook, Welding Technology Vol.1
Miami, 1987 p. 8.

3.3.4. SAW - Submerged Arc Welding

O cordão de solda do processo por arco submerso (SAW – Submerged


Welding) ocorre por baixo de uma camada de fluxo granulado que cobre a poça
de fusão e o metal base. O granulado tem a função de isolar a poça de fusão
dos gases da atmosfera, atuando de maneira similar aos gases de proteção. O
fluxo granulado tem também a função de isolamento térmico, garantindo a
preservação das altas temperaturas e proporcionando maior penetração de
solda.
“Na soldagem por arco submerso (SAW), o arco e o metal fundido
são protegidos por um envelope de fluxo fundido e uma camada de
partículas de fluxo granular não fundidas [...]. Quando o arco é
iniciado, a ponta do eletrodo continuamente alimentado fica submersa
no fluxo e, portanto, o arco não é visível.” (AWS, Welding Technology,
1987)
Figura 5 – Soldagem SAW

Fonte: AWS,
American Welding Society. Welding Handbook, Welding Technology Vol.1 Miami, 1987 p. 8.

3.3.5. SMAW – Shielded Metal Arc Welding

A soldagem a arco elétrico de eletrodo revestido (SMAW – Shielded Metal Arc


Welding) é um dos processos mais comuns dentre as soldagens. Consiste em um
eletrodo de núcleo não consumível envolto de revestimentos e materiais que, ao
atingirem a temperatura do arco elétrico, geram escórias e gases que protegem a poça
de fusão. Geralmente aplicado em soldagem de aços carbono baixa e alta liga e ferro
fundido.

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