Book Borboletasfrugivoras Uatuma1
Book Borboletasfrugivoras Uatuma1
Book Borboletasfrugivoras Uatuma1
DA REBIO DO UATUMÃ
Isabela Freitas Oliveira
Fabricio Beggiato Baccaro
Borboletas frugívoras da REBIO do Uatumã
Colaboradores Fotografias
Gilmar Klein Isabela Oliveira
Leomar Indruziak
Isabela Nicoletti Revisão do conteúdo
Márcio Uehara-Prado
Coordenação do Projeto
Isabela Oliveira Projeto gráfico e diagramação
Fabricio Baccaro
Felipe Costa
Apoio técnico
Financiamento
Isabela Oliveira
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Leila Shirai
Estado do Amazonas (FAPEAM)
Confirmação das identificações
Apoio institucional
Keith Willmott
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Thamara Zacca
Mirna Casagrande Instituto Chico Mendes de Conservação
Julián Salazar-E da Biodiversidade (ICMBio)
Mônica Piovesan Instituto Nacional de Pesquisas da
Mario Marín Amazônia (INPA)
ISBN 978-65-5839-187-6
CDD: 595.789
BORBOLETAS FRUGÍVORAS
DA REBIO DO UATUMÃ
Isabela Freitas Oliveira
Fabricio Beggiato Baccaro
AGRADECIMENTOS
06 08 11 12
APRESENTAÇÃO A AMAZÔNIA AS UCs A REBIO DO
DO AMAZONAS PARTICIPANTES UATUMÃ
13 14 16 77
O PROGRAMA AS BORBOLETAS ASSINATURA REFERÊNCIAS
MONITORA FRUGÍVORAS DAS TRIBOS
17 25
18
Ageroniini
26
Anaeini
21
Epicaliini
30
Preponini
BIBLIDINAE CHARAXINAE
35 40
36
Coeini
41 55
Brassolini Morphini
52
Haeterini
62
Satyrini
NYMPHALINAE SATYRINAE
6
APRESENTAÇÃO
A AMAZÔNIA
DO AMAZONAS
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
PARTICIPANTES
PARNA Nascentes do Lago Jari JAR PARNA dos Campos Amazônicos CAM
A RESERVA BIOLÓGICA
DO UATUMÃ
O PROGRAMA
MONITORA
AS BORBOLETAS
FRUGÍVORAS
As borboletas são comumente subfamília Nymphalinae. Por fim,
divididas em dois tipos de guildas as tribos (9) Morphini, (10) Melani-
alimentares principais durante sua tini, (11) Brassolini, (12) Haeterini
fase adulta: as nectarívoras e as fru- e (13) Satyrini são representantes da
gívoras. As borboletas nectarívoras diversa subfamília Satyrinae[15].
são aquelas que usualmente se ali- Estudos ecológicos e monitora-
mentam do néctar das flores (algu- mentos de fauna que têm o objetivo
mas se alimentam também de pólen) de entender a distribuição e a diversi-
e correspondem à maior diversidade dade das espécies no espaço e tempo,
de borboletas conhecidas, engloban- vem utilizando, cada vez mais, as bor-
do espécies de todas as famílias de boletas frugívoras como organismo
borboletas (Hedylidae, Hesperiidae, modelo[13]. Isso se deve, principalmen-
Lycaenidae, Nymphalidae, Papilioni- te, por serem organismos sensíveis à
dae, Pieridae e Riodinidae)[15,16]. Já as alterações ambientais, por terem um
borboletas frugívoras tem como base curto ciclo de vida e, portanto, respon-
alimentar principalmente, frutos fer- derem rapidamente a perturbações,
mentados, fezes e exsudato de plan- seja através do aumento ou diminui-
tas[15]. As borboletas desta guilda ali- ção no número de espécies, ou pela
mentar correspondem a 50-75% das substituição de espécies[18,19]. Além dis-
espécies da família Nymphalidae[17]. so, o método de coleta utilizando ar-
As borboletas frugívoras estão madilhas com iscas atrativas pode ser
incluídas em quatro subfamílias e, padronizado, sendo importante para
dentro dessas subfamílias, há 13 tri- comparações de dados em diferentes
bos que ocorrem no Brasil. As tribos locais ou anos, por exemplo[20,21]. Ou-
(1) Ageroniini, (2) Biblidini, (3) tro ponto importante para a utilização
Callicorini, (4) Epicaliini e (5) Epi- de borboletas frugívoras em estudos
philini são as tribos de borboletas ecológicos é sua taxonomia relativa-
frugívoras da subfamília Biblidinae. mente bem definida, algo raro dentre
As tribos (6) Anaeini e (7) Prepo- os insetos e grupos muito diversos.
nini fazem parte da subfamília Cha- A maioria das espécies possui di-
raxinae. A tribo (8) Coeini é a única ferentes subespécies[22,23], no entanto,
que contém borboletas frugívoras da neste guia, os indivíduos foram identi-
15
LEGENDA
FACE FACE
DORSAL VENTRAL
MACHO FÊMEA
16
ASSINATURA DAS
TRIBOS DE BORBOLETAS
A assinatura de tribos de borbo- servadas, sendo tribos encontradas com
letas frugívoras tem sido utilizada no maior frequência nesses tipos florestais.
Programa Monitora[11] para ilustrar a No gráfico elas estão representadas pela
flutuação da proporção das tribos em cor verde. Por outro lado, as tribos Bibli-
uma determinada UC ao longo dos dini, Callicorini e Ageroniini são indi-
anos. Neste guia, o gráfico de assinatura cadores de florestas aberta/perturbadas.
das tribos tem como propósito mostrar Quando presentes, elas estão represen-
o padrão da proporção das tribos en- tadas pela cor marrom. De acordo com
contradas em cada UC em 2022. a identidade das borboletas e suas tribos,
Especialistas do grupo definiram é possível ter uma noção do ambiente
que tribos Brassolini, Morphini e em que essa comunidade de borboletas
Haeterini são consideradas borboletas foi amostrada e assim, fazer diagnósti-
indicadoras de florestas fechadas/pre- cos ambientais mais completos.
Proporção das tribos de borboletas frugívoras amostradas em 2022 em cada UC. Acima de
cada barra está o número de indivíduos amostrados em cada UC.
Subfamília
BIBLIDINAE
Tribo
AGERONIINI
Hamadryas chloe
18
A TRIBO
AGERONIINI
Hamadryas arinome
(Lucas, 1853)
DORSAL VENTRAL
Myscelia cyaniris
21
A TRIBO
EPICALIINI
Catonephele acontius
(Linnaeus, 1771)
DORSAL VENTRAL
Nessaea batesii
(Felder & Felder, 1860)
DORSAL VENTRAL
Nessaea obrinus
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Zaretis isidora
26
A TRIBO
ANAEINI
Hypna clytemnestra
(Cramer, 1777)
DORSAL VENTRAL
Memphis phantes*
(Hopffer, 1874)
DORSAL VENTRAL
Mesoprepona pheridamas
30
A TRIBO
PREPONINI
Archaeoprepona demophon
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Archaeoprepona licomedes
(Cramer, 1777)
DORSAL VENTRAL
Mesoprepona pheridamas
(Cramer, 1777)
DORSAL VENTRAL
Prepona claudina
(Godart, [1824])
DORSAL VENTRAL
Colobura dirce
36
A TRIBO
COEINI
Colobura annulata
Willmott, Constantino & Hall, 2001
DORSAL VENTRAL
Colobura dirce
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Tigridia acesta
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Catoblepia versitincta
41
A TRIBO
BRASSOLINI
Bia actorion
(Linnaeus, 1763)
DORSAL VENTRAL
Caligo eurilochus
(Cramer, 1775)
DORSAL VENTRAL
Caligo idomeneus
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Caligo illioneus
(Cramer, 1775)
DORSAL VENTRAL
Catoblepia berecynthia
(Cramer, 1777)
DORSAL VENTRAL
Catoblepia xanthicles
(Godman & Salvin, 1881)
DORSAL VENTRAL
Catoblepia xanthus
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Opsiphanes invirae
(Hübner, [1808])
DORSAL VENTRAL
Opsiphanes quiteria
(Stoll, 1780)
DORSAL VENTRAL
Pierella hyalinus
52
A TRIBO
HAETERINI
Haetera piera
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Morpho helenor
55
A TRIBO
MORPHINI
Antirrhea philoctetes
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Morpho achilles
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Morpho deidamia
(Hübner, [1819])
DORSAL VENTRAL
Morpho helenor
(Cramer, 1776)
DORSAL VENTRAL
Morpho menelaus
(Linnaeus, 1758)
DORSAL VENTRAL
Scriptor sphenophorus
62
A TRIBO
SATYRINI
Amiga arnaca
Nakahara, Willmott & Espeland, 2019
DORSAL VENTRAL
Chloreuptychia chlorimene
(Hübner, [1819])
DORSAL VENTRAL
Lazulina hewitsonii
(Butler, 1867)
DORSAL VENTRAL
Modica fugitiva
(Lamas, [1997])
DORSAL VENTRAL
Modica myncea
(Cramer, 1780)
DORSAL VENTRAL
Pareuptychia lydia
(Cramer, 1777)
DORSAL VENTRAL
*
Pseudeuptychia herseis
(Godart, [1824])
DORSAL VENTRAL
Taygetis cleopatra*
C. Felder & R. Felder, 1867
DORSAL VENTRAL
Taygetis echo
(Cramer, 1776)
DORSAL VENTRAL
Taygetis sosis*
Hopffer, 1874
DORSAL VENTRAL
Taygetis rufomarginata
Staudinger, 1888
DORSAL VENTRAL
Taygetis thamyra*
(Cramer, 1779)
DORSAL VENTRAL
Trico tricolor
(Hewitson, 1850)
DORSAL VENTRAL
LISTA DE
ESPÉCIES
REFERÊNCIAS
[1] Antonelli, A., Zizka, A., Carval- [6]
Adeney, J. M., Christensen,
ho, F. A., Scharn, R., Bacon, C. D., Sil- N. L., Vicentini, A., & Cohn-Haft,
vestro, D., & Condamine, F. L. (2018). M. (2016). White-sand ecosystems in
Amazonia is the primary source of Amazonia. Biotropica, 48, 7-23.
Neotropical biodiversity. Proc. Natl. [7]de Carvalho, W. D., & Mustin,
Acad. Sci. USA, 115, 6034-6039.
K. (2017). The highly threatened and
[2] Quesada, C. A., Lloyd, J., little known Amazonian savannahs.
Schwarz, M., Baker, T. R., Phillips, O. Nature Ecology & Evolution, 1, 0100.
L., Patiño, S., Czimczik, C., Hodnett, [8] Eiten, G. (1978). Delimita-
M. G., Herrera, R., Arneth, A., et al.
tion of the cerrado concept. Vegeta-
(2009). Regional and large-scale pat-
tio, 36, 169-178.
terns in Amazon forest structure and
function are mediated by variations in [9] ICMBio (2022). Plano de
soil physical and chemical properties. Manejo do Parque Nacional do
Biogeosci. Discuss., 6, 3993-4057. Pico da Neblina. Disponível em:
[3] Guitarrara, P. “Amazonas”; Bras-
<https://www.g ov.br/icmbio/
pt-br/assuntos/biodiversidade/
il Escola. Disponível em: <https://bra-
u n i d a d e - d e - c o n s e r va c a o / u n i -
silescola.uol.com.br/brasil/amazonas.
dades-de-biomas/amazonia/lista-
html>. Acesso em 05 de março de 2024.
de-ucs/parna-do-pico-da-neblina>
[4] Hess, L. L., Melack, J. M., Af- [10]ICMBio (2016). Plano de
fonso, A. G., Barbosa, C., Gastil-Bu-
Manejo Fase I Reserva Biológica Ua-
hl, M., & Novo, E. M. L. M. (2015).
tumã. Disponível em: https://www.
Wetlands of the Lowland Amazon
gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/bi-
Basin: Extent, Vegetative Cover,
odiversidade/unidade-de-conserva-
and Dual-season Inundated Area as
cao/unidades-de-biomas/amazo-
Mapped with JERS-1 Synthetic Ap-
nia/lista-de-ucs/rebio-do-uatuma/
erture Radar. Wetlands, 35, 745-756.
arquivos/rebio_uatuma_pm.pdf
[5] Prance, G. T. (1979). Notes [11] ICMBio (2021). Relatório 2014-
on the Vegetation of Amazonia III.
2018 Programa Nacional de Monitora-
The Terminology of Amazonian
mento da Biodiversidade. Disponível em:
Forest Types Subject to Inundation.
<https://www.gov.br/icmbio/pt-br/
Brittonia, 31, 26-38.
assuntos/monitoramento/conteudo>
78
Isabela F. Oliveira
Bióloga bacharel e licenciada, mestra e
doutora em Ecologia. Começou a traba-
lhar com borboletas em 2011, atuando em
diversos biomas brasileiros, como Cerrado,
Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia. Em
2012 começou a fazer trabalhos de consul-
toria ambiental com borboletas na Amazô-
nia e desde 2018 participa de projetos cien-
tíficos no bioma. Atualmente é bolsista do
ICMBio e trabalha gerenciando, identifi-
cando e analisando os dados de borboletas
frugívoras do Programa Monitora.
Fabricio B. Baccaro
Biólogo e doutor em Ecologia, atualmente
é professor de Zoologia na Universidade
Federal do Amazonas, atuando também
nos Programas de Pós-Graduação em Zo-
ologia da UFAM, e de Entomologia e Eco-
logia do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia. Trabalha há mais de 20 anos
com ecologia de comunidades de diversos
táxons, mas com uma queda especial por in-
vertebrados amazônicos. Conheceu o mun-
do das borboletas graças à Isabela, e desde
então se tornou um entusiasta do grupo.
[email protected]
apoio