Ciência Da Informação I
Ciência Da Informação I
Ciência Da Informação I
BIBLIOTECONOMIA AULA 6
Ciência da
Informação I
Abertura
Olá!
Vamos conhecer mais a fundo esta área e sua importância para o profissional de biblioteconomia
nesta aula.
BONS ESTUDOS!
Referencial Teórico
BOA LEITURA!
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - PARTE I
Conteúdos
• O conceito de informação.
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1. INTRODUÇÃO
A Ciência da Informação é uma área de pesquisa relativa-
mente nova, que se relaciona com diversas disciplinas e áreas do
conhecimento, com influências que começaram antes mesmo de
sua criação na metade do século 20.
Muitas escolas de Ciência da Informação ao redor do mun-
do, em diferentes países e contextos sociais, nasceram dos de-
partamentos de Biblioteconomia e de Documentação, receben-
do, assim, influência de pioneiros como Paul Otlet, Melvil Dewey
e Shiyali Ramamrita Ranganathan.
A Ciência da Informação também está notoriamente ligada
ao desenvolvimento científico e tecnológico após a Segunda Guerra
Mundial, representado por movimentos importantes para o pensa-
mento moderno, com disciplinas como a Cibernética e a
Computação.
2.1. INFORMAÇÃO
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frequentemente compartilhadas dentro da comunidade de
discurso (CAPURRO; HJORLAND, 2007).
Assim, a informação presente nas instituições coletoras de
cultura (como as bibliotecas, arquivos e museus) varia de acordo
com seus objetivos.
Dessa maneira, não devemos distinguir as instituições pelo
tipo de documento por elas mantido. Essa distinção é totalmente
ultrapassada. É inútil distinguir as instituições pelo tipo de docu-
mento que nelas predomina, por mais que isso continue sendo
observado na prática e reiterado pelo senso comum.
O que importa é a função exercida por esse documento
nos diferentes ambientes. Por mais que as bibliotecas continuem
estocando livros e periódicos, os arquivos acumulem documen-
tos administrativos, e os museus, objetos, a distinção pelo ma-
terial não se sustenta. A função atribuída a esses documentos
determina uma diferenciação mais justificada.
De toda forma, por mais que as instituições tenham obje-
tivos e critérios específicos de formação do estoque informacio-
nal, nelas predomina um objetivo comum: todas se preocupam
com a organização da informação a fim de disponibilizá-la.
A oferta de informação
Atualmente sabemos que simplesmente disponibilizar a
informação não garante que ela seja comunicada e gere conhe-
cimento. No entanto, se a informação não for disponibilizada,
nenhum conhecimento novo será gerado.
Sobre a disponibilização da informação, relembramos Paul
Otlet, visionário da Ciência da Informação. Ao assistir à sua biogra-
fia no filme O homem que queria classificar o mundo (2002), você
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irá perceber inclusive que nem tudo que ele vislumbrou foi ainda
implantado.
Otlet imaginava que a farta distribuição de informações
era condição necessária e suficiente para melhorar a sociedade
e a qualidade de vida do cidadão. No entanto, percebemos que
apenas divulgar não garante a melhoria da qualidade de vida.
Para isso, a informação acessada precisa ser interpretada e apro-
priada pelo indivíduo. É preciso internalizar e transformar a in-
formação em conhecimento.
Nessa perspectiva, os projetos envolvendo bibliotecas, ar-
quivos e museus abertos ao cidadão são importantes para dispo-
nibilizar informação. Contudo, são insuficientes para melhorar as
condições de vida do cidadão, pois, para isso, é necessária uma
maturidade educacional do indivíduo.
Relembrando um antigo provérbio chinês , as instituições
coletoras de cultura (bibliotecas, arquivos e museus) podem for-
necer o peixe, mas não podem a priori ensinar a pescar, o que é
objetivo de outras instituições da sociedade.
Nesse ponto, duas atitudes por parte das instituições cole-
toras de cultura são possíveis:
• centrar atenção no sistema informacional optado por
elas e educar o usuário para que entenda como a in-
formação foi tratada, de acordo com quais princípios,
regras e procedimentos, esperando com isso torná-lo
apto a usar o sistema informacional;
• ou analisar a questão do ponto de vista do usuário e ade-
quar a informação documentária a esse (MORRIS, 1994).
Quando o usuário consegue entender a informação docu-
mentária ou o sistema informacional que lhe está sendo trans-
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mitido, estabelece uma efetiva comunicação com o estoque in-
formacional. Assim, pode avaliar a informação disponibilizada
e, consequentemente, selecionar o que melhor atende a seus
anseios, necessidades ou desejos.
Entre os diversos entendimentos do assunto, duas verten-
tes distinguem-se: a informação vista como coisa ou objeto, por
exemplo, no caso dos bits e da teoria matemática da comunica-
ção (SHANNON, 1948); e a informação entendida como conceito
subjetivo, cujo significado, ou conteúdo informacional, depende
da interpretação e do contexto (CAPURRO; HJORLAND, 2007).
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Compreende o que estamos falando? Textos publicados
atualmente sobre Ciência da Informação, no Brasil e no mundo,
mostram que a situação descrita por Brookes ainda perdura.
Diante dessa complexidade, muitos autores entendem e
conceituam a Ciência da Informação como disciplina composta
por três paradigmas: físico, cognitivo e social.
Tal divisão não segue uma linha histórica, no sentido de
primeiro surgiu este paradigma e depois o outro. Na verdade,
esses paradigmas se entrecruzam com diferentes intensidades
e em diversos períodos. As datas mencionadas mostram apenas
graus de predominância.
Paradigma físico
Data aproximadamente de 1945 até meados da década
de 1970. Representado por pesquisadores como Vannevar Bush
(1945), que propôs o memex e Michael Buckland (1991), autor
da conceituação de informação-como-coisa.
O pós-guerra é considerado o marco inicial da Ciência da
Informação, que se implementou em oposição à Bibliotecono-
mia. Esta já não conseguia prover o acesso à informação, cada
vez mais volumosa e diferenciada para usuários cada vez mais
especialistas e exigentes.
A ênfase recaia sobre a informação, o objeto da atividade
de produção, sua organização e busca. De acordo com esse para-
digma, o conhecimento é objetivo e especializado, e independe
do sujeito cognoscitivo. Engenheiros, matemáticos e físicos con-
cebem um tratamento da informação mais detalhado, voltado às
suas necessidades informacionais. Esse enfoque poderia ser cha-
mado "tecnocentrista", uma vez que esse processo de busca da
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informação é determinista, não dinâmico e tampouco interativo,
não sofrendo intervenção de elementos psicológicos e físicos.
A relevância da informação recuperada é objetiva, poden-
do ser medida. De acordo com o paradigma físico, a informação
é representada por unidades, com características de "objetos"
(BUCKLAND, 1991) que podem ser armazenados em algum lugar
e transmitidos por canais.
Nesse paradigma, a capacidade de compreensão da infor-
mação transmitida não é discutida.
Paradigma cognitivo
O período mais marcante foi de 1980 até meados da déca-
da de 1990.
O entendimento do sujeito é resgatado, na condição de
agente transformador da informação em conhecimento.
Instaura-se uma epistemologia individualista (o conheci-
mento do indivíduo), que trouxe consigo o pensamento de que a
realidade do mundo material sempre é uma construção mental.
Sendo assim, a produção do conhecimento depende da mente
humana, conceito-chave desse momento.
Esse período foi centrado no usuário, mas sempre um usuá-
rio individual, isolado, não inserido numa dimensão coletiva.
Nesse paradigma, o sujeito é o produtor de conhecimento
que visa seu bem-estar e o desenvolvimento da humanidade, que
se torna possível por meio do desenvolvimento dos indivíduos.
O paradigma cognitivo opõe-se ao paradigma físico, mas
continua pressupondo a existência de estoques informacionais.
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Trata-se, em suma, de iluminar a outra ponta do contínuo
informação produzida, informação estocada e organizada, infor-
mação recuperada e utilizada. Se o paradigma cognitivo trouxe
novamente o usuário ao centro das atenções, do qual ele estava
em grande parte separado no paradigma físico, o momento se-
guinte resgata a historicidade desse usuário.
Paradigma social
Ganhou destaque a partir de 1990. O paradigma social tem
sua origem na obra de Jesse Shera (década de 1970) e atualmen-
te é representado pelas teorias de Rafael Capurro e Søren Brier.
Capurro afirma que a Ciência da Informação tem utilizado
diversas ferramentas e práticas das ciências sociais e da filosofia,
dentre elas: hermenêutica, análise de discurso, análise de domí-
nio e redes sociais. Complementarmente ao paradigma social,
como uma vertente mais orientada para a filosofia Capurro tam-
bém cita a semiótica, de Charles Sanders Peirce, e a hermenêu-
tica, representada por nomes como Wittgenstein, Wersig, Wino-
grad e Flores, Aristóteles e Heidegger (CAPURRO, 1991).
A cultura individualista do paradigma anterior gerou o seu
antídoto: os movimentos sociais e a busca por um projeto huma-
nista alternativo.
O ser humano como sujeito histórico relaciona-se tanto
com a natureza como com a sociedade. A excessiva valorização
da subjetividade aponta para a necessidade de um conhecimen-
to interpretativo (e não mais descritivo), sustentado pela tríade
sujeito-objeto-contexto.
Segundo esse paradigma, o usuário relaciona-se com a in-
formação de modo contextualizado. Procura entendê-la em fun-
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ção tanto de suas redes de significados individuais, quanto do
contexto no qual vive, dos valores que o movem e da necessida-
de informacional determinada por esse contexto.
Torna-se evidente que o indivíduo procura por informa-
ções, elaborando perguntas de acordo com aquilo que tanto o
contexto social quanto seus conhecimentos individuais permi-
tem, determinando um escopo dentro do qual a resposta será
considerada útil, ou válida.
Nesse sentido, o modo de formular a pergunta determina
a resposta, inserindo a busca de informação, a sua apropriação e
seu uso na relatividade contextual da qual decorrem. Nesse mo-
mento, a Ciência da Informação apresenta-se, de fato, como uma
ciência social influenciada pelas tecnologias da informação e da
comunicação (as TICs) e inserida nos propósitos da sociedade da
informação.
A compreensão dos contextos de produção e de uso da in-
formação (social, organizacional ou profissional) constitui condi-
ção necessária para o trabalho com a informação e abre espaço
para o papel do poder da informação.
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Portfólio
ATIVIDADE
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
Pesquisa
AUTOESTUDO
ARTIGO