Modelagem Técnica e Econômica de Sistemas Híbridos Compostos Por Geração Distribuída Fotovoltaica e Baterias Eletroquímicas
Modelagem Técnica e Econômica de Sistemas Híbridos Compostos Por Geração Distribuída Fotovoltaica e Baterias Eletroquímicas
Modelagem Técnica e Econômica de Sistemas Híbridos Compostos Por Geração Distribuída Fotovoltaica e Baterias Eletroquímicas
Em primeiro lugar, dedico este trabalho a meu pai, que não pôde estar comigo
nesta etapa da minha vida mas reconheço a força e o caráter que ele me deu para seguir
as minhas escolhas mesmo frente às dificuldades.
Agradeço à minha família, em especial a minha mãe e meu irmão, meu ponto de
apoio quando preciso.
Agradeço à Patrícia, que foi minha companheira e apoiadora neste tempo todo.
Aos grandes amigos e grandes profissionais que encontrei no mundo da engenharia
elétrica nos meus ainda poucos anos de experiência acadêmica e profissional, que sempre
contribuíram para meu conhecimento e crescimento.
Ao meu professor Orientador, Prof. Victor Flores Mendes, que mesmo a distância
e com as dificuldades ao longo do caminho entendeu minhas decisões e manteve seu apoio
sempre de forma firme e direta.
Agradeço à CEMIG e ANEEL pelo apoio à pesquisa em sistemas de armazenamento
de energia na UFMG, através do projeto P&D D722 - "Análise de Arranjo Técnico e
Comercial baseado em uma Planta Piloto de Sistema Distribuído de Armazenamento de
Energia em Alimentador Crítico da Rede de Distribuição de 13,8 kV.
Resumo
Os sistemas de armazenamento de energia são uma das tecnologias mais promissoras
para integração ao Sistema Elétrico de Potência (SEP) nos próximos anos, dadas as
suas características e a possibilidade de fornecer serviços ancilares e reduzir os impactos
da intermitência de fontes renováveis de energia. Dentro deste contexto, a utilização de
baterias eletroquímicas por consumidores finais de energia elétrica vem sendo adotada em
diversos lugares pelo mundo, devido a redução em seus custos e a aplicação conjunta com
sistemas de energia distribuídos, mais amplamente disseminados. Dado que a aplicação dos
sistemas de armazenamento de energia é promissora mas ainda incipiente no Brasil, este
trabalho propõe realizar uma avaliação ampla destes por meio da modelagem matemática
de um sistema híbrido composto por geração distribuída fotovoltaica conectada a rede e
um banco de baterias eletroquímicas. Esta modelagem é dividida em partes distintas, cada
uma com diferente detalhamento e abrangência. Portanto, foram realizados neste trabalho
a modelagem matemática e simulação computacional utilizando o software Matlab R2019b
de diversos aspectos tais como: (1) características de capacidade, corrente e tensão da
bateria, (2) operação de um conversor de potência para acoplamento de baterias à rede
elétrica utilizando para isso uma topologia típica (3) os fluxos de potência observados em
uma Unidade Consumidora (UC) que contém um sistema fotovoltaico e um sistema de
armazenamento e (4) os retornos econômicos esperados no investimento em um sistema
deste tipo. Por meio destas simulações, obteve-se uma modelagem matemática aplicável a
diferentes situações em que os sistemas híbridos possam ser utilizados e um conhecimento
mais aprofundado de seu funcionamento.
Energy storage systems are one of the most promising technologies to be integrated to the
Electric Power System in the coming years due to their characteristics and the possibility
to provide ancillary services and minimize the impacts of the intermittency of renewable
power sources. Within this context, the use of electrochemical batteries by electrical energy
consumers is being adopted around the world due to the reductions in their costs and the
application alongside distributed generators, which are already widely adopted.
Since these applications are promising but still incipient in Brazil, this work proposes
a comprehensive evaluation of them by mathematically model a system composed by
a photovoltaic distributed generator and a electrochemical battery bank. Modelling is
divided in different parts, each one with different levels of detail and coverage. Therefore,
in this work the mathematical modelling and computational simulations of various aspects
are made using the software Matlab R2019b, such as: (1) capacity, current and voltage
characteristics of batteries, (2) the operation of a power converter for coupling batteries to
the electrical grid using a typical topology, (3) the power flows seen in a energy consumer
unit with a photovoltaic and a storage system, (4) the economic return expected in a
system of this kind.
GD Geração Distribuída
HI Horário intermediário
HP Horário de ponta
UC Unidade Consumidora
Yf produtividade do sistema
ϕ taxa de autoconsumo
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.4 Estrutura da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
29
1 Introdução
1.1 Motivação
A geração distribuída (GD) de energia, que pode ser caracterizada como a produção
de energia localizada próximo ao local de consumo, é um tema que passou por grandes
avanços na última década, sendo hoje uma realidade em diversos lugares do mundo, inclusive
no Brasil. Esta abordagem modifica o paradigma estabelecido no sistema elétrico de
potência desde a década de 1940 onde a geração de energia é centralizada em grandes usinas
geradoras distantes dos centros de consumo. A geração distribuída dá aos consumidores
que a adotam um novo papel no sistema elétrico, de “prosumidores”. Do ponto de vista
destes consumidores, eles passam a ter a opção de investirem em um sistema que traz
retorno econômico direto na redução dos custos com energia elétrica. Do ponto de vista dos
operadores da rede elétrica, a geração distribuída pode trazer vantagens na postergação de
investimentos, no aumento da capacidade das linhas de distribuição e a redução de perdas
técnicas, complementando a geração centralizada (ZILLES et al., 2012). No entanto, é
importante avaliar critérios técnicos, regulatórios e econômicos para que estas vantagens
sejam verificadas na prática.
A fim de disciplinar os aspectos técnicos e comerciais da conexão à rede destas
pequenas centrais de geração, diversas regulamentações e normas técnicas foram criadas em
todo o mundo para permitir que os consumidores pudessem ter esta opção, sem prejudicar
a operação do sistema elétrico. No Brasil, o marco regulatório é a publicação da Resolução
Normativa n° 482 de 2012, em que foram estabelecidas as condições de acesso a rede de
micro e minigeradores com base em fontes renováveis, e foi criado o sistema de compensação
de energia. Desde a publicação desta resolução, a GD teve crescimento exponencial no país,
destacando-se a fonte de energia fotovoltaica, devido a fatores como sua modularidade,
baixo custo relativo de instalação e manutenção e adaptação a diversas edificações. Até
o dia 15 de novembro de 2020, a ANEEL registrava 330.650 unidades consumidoras
instaladas com geração fotovoltaica e 4,0 GW de potência instalada, correspondendo a
99,9% das unidades consumidoras com algum tipo de geração e 96,9% da potência instalada
enquadrada na REN 482 (ANEEL, 2020b).
No entanto, como ocorre em outras partes do mundo, o avanço da geração dis-
tribuída gera novos desafios para a operação do sistema elétrico e discussões a respeito
do modelo econômico imposto por este novo paradigma. Do lado técnico, impõem-se
dificuldades quanto à intermitência das fontes de energia baseadas em recursos renováveis
e a imprevisibilidade da carga a ser atendida. Do ponto de vista econômico, discute-se
o benefício de fato trazido à rede, o impacto financeiro sobre as empresas distribuidoras
30 Capítulo 1. Introdução
de energia e na tarifação dos demais consumidores, que pode levar a um círculo vicioso
conhecido como “espiral da morte”, gerando um grande impacto nos modelos de negócios
sobre os quais o sistema elétrico foi construído (STOKES, 2012). Estes aspectos levam
a uma discussão do valor justo a ser pago pela geração distribuída, e tem sido bastante
comum que vários reguladores passassem a reduzir o valor pago aos geradores conforme
seus mercados amadurecessem, reduzindo o incentivo ao consumidor. No Brasil, a ANEEL
propôs uma alteração no mecanismo de compensação de energia em 2019 na qual o valor da
energia injetada na rede elétrica pelos micro e minigeradores seria reduzido gradualmente
em função da potência instalada (ANEEL, 2019). Esta modificação da regulamentação
ainda está em discussão.
Frente aos desafios da integração de energia renovável e intermitente e da geração
distribuída à rede elétrica, a utilização de baterias eletroquímicas nos sistemas elétricos
tem sido aos poucos incentivada e estudada. A utilização de sistemas de armazenamento
de energia pode solucionar problemas como estabilização da geração e demanda da rede,
modular picos ou horários de demanda de energia da rede, aumentar o autoconsumo da
geração própria e prover energia em casos de interrupção do fornecimento de energia (IEC,
2011). Tais aplicações são possibilitadas também pela ampliação da utilização, produção e
desenvolvimento que algumas tecnologias de baterias vem tendo nos últimos anos, sendo
que algumas das que mais se destacam são as baterias de chumbo-ácido, níquel-cádmio,
níquel-hidreto metálico, íon-lítio, sódio-enxofre e baterias de fluxo (BOICEA, 2014). Os
custos vêm caindo de forma rápida, principalmente para as baterias de íons de lítio, que
vêm sendo largamente utilizadas em veículos elétricos. Estima-se que os custos caiam cerca
de 18% a cada vez que a quantidade total produzida dobra (EPE, 2019). Mesmo que
as tecnologias venham se desenvolvendo e os custos caindo, na maior parte do mundo a
aplicação de sistemas de armazenamento de energia junto à geração distribuída ainda não
é viável sem subsídios. Destacam-se hoje alguns países como a Alemanha, que superou a
marca de 100 mil sistemas instalados com armazenamento em julho de 2018 e a Austrália,
que teve 33 mil instalações apenas no ano de 2018 (MASSON; KAIZUKA, 2019).
No Brasil a implementação de aplicações de sistemas de armazenamento de energia
conectados a rede se encontra ainda incipiente, com poucas instalações em funcionamento.
Com o intuito de incentivar o desenvolvimento no setor, em 2016 a ANEEL lançou a
Chamada do Projeto de P&D Estratégico n° 21/2016: “Arranjos Técnicos e Comerciais para
a Inserção de Sistemas de Armazenamento de Energia no Setor Elétrico Brasileiro”, que
pode ser considerado um marco para a pesquisa no setor dentro do país. Esta dissertação
de mestrado se insere no projeto P&D D722 - "Análise de Arranjo Técnico e Comercial
baseado em uma Planta Piloto de Sistema Distribuído de Armazenamento de Energia em
Alimentador Crítico da Rede de Distribuição de 13,8 kV. Mesmo com estes incentivos,
a efetiva implementação de sistemas do tipo no país ainda se encontra muito baixa e
encontra barreiras comerciais e regulatórias.
1.2. Objetivos 31
1.2 Objetivos
Dado o desenvolvimento técnico e compreensão dos benefícios econômicos para
integração de sistemas híbridos conectados à rede elétrica ainda incipiente no Brasil, este
trabalho objetiva uma avaliação dos aspectos técnicos e econômicos envolvidos neste tema,
do ponto de vista do consumidor que o instala. Entre estes aspectos, e como objetivos
específicos desta dissertação, podem ser citados:
1.3 Metodologia
A fim de alcançar os objetivos propostos, este trabalho apresenta em primeiro lugar
uma revisão bibliográfica, onde é realizada uma ampla exploração a respeito da literatura
sobre o tema e apresentada de forma descritiva o estado da arte destes estudos.
A partir dos estudos apresentados, são realizadas simulações computacionais para
compreensão dos aspectos estudados, utilizando o software Matlab R2019b e a ferramenta
Simulink que o acompanha. As seguintes simulações foram realizadas:
• Simulação dos fluxos de potência entre a rede e uma Unidade Consumidora (UC)
com um sistema híbrido instalado. Estas simulações foram divididas em 3 estudos
de caso caracterizados pelo perfil de sua carga: residencial, comercial e industrial;
• Cálculo do retorno econômico dos sistemas híbridos que tiveram sua operação
simulada.
de bateria é comum como fonte de energia para aparelhos eletrônicos de baixa potência,
como relógios, brinquedos e calculadoras.
As células secundárias são baterias que podem realizar vários ciclos de carregamento
(em que se aumenta sua carga elétrica armazenada) e descarregamento (em que se reduz
sua carga elétrica armazenada), sendo portanto adequadas ao uso em aplicações no SEP.
Em uma célula eletroquímica ao se conectarem os polos de uma célula a uma carga ocorre
a transformação da energia química em energia elétrica em c.c., descarregando-a. Em
uma célula secundária é possível reverter este proceso ao conectar os polos da bateria
adequadamente a uma fonte c.c. (CRESESB-CEPEL, 2014).1
Uma célula eletroquímica é composta basicamente pelos seguintes elementos:
• Ânodo: eletrodo que cede elétrons para a corrente de saída quando ocorre a reação
eletroquímica de descarregamento da bateria;
• Cátodo: eletrodo que recebe elétrons do ânodo quando ocorre a reação eletroquímica
de descarregamento da bateria;
• Eletrólito: meio por onde ocorre a transferência de cargas elétricas entre o ânodo
e o cátodo por intermédio dos íons. Em geral o eletrólito é um meio aquoso. Em
alguns casos pode ser um gel ou um sólido.
2.2.1.1 Capacidade
• Capacidade instalada: carga em Ah que pode ser retirada de uma bateria ou banco
de baterias novo sob um conjunto específico de condições operacionais determinadas
pela sua aplicação e/ou instalação;
• Capacidade disponível: carga em Ah que pode ser retirada de uma bateria sob
um conjunto de condições operacionais determinadas, incluindo seu uso, sua idade,
quantidade de ciclos e estado inicial de carga;
A capacidade disponível que pode ser extraída de uma bateria em uma aplicação
prática é afetada por alguns fatores, dos quais os principais que podem ser enumerados
são:
2.2.1.3 Eficiência
A eficiência de uma bateria mede a relação entre a saída útil e a entrada. O cálculo
de eficiência em termos de energia pode ser ainda desmembrado em outros 2 conceitos
(CRESESB-CEPEL, 2014):
A vida útil de uma bateria está relacionada a diversos mecanismos que podem
degradar o componente em função de seu uso e envelhecimento. O principal efeito observado
quando a bateria se degrada é a redução permanente de sua capacidade de armazenar
cargas elétricas. É convencionado que o fim de sua vida útil ocorre quando ela atinge 80%
de sua capacidade nominal, mesmo que a bateria possa ainda entregar potência depois
deste ponto.
Para cada tipo de bateria podem existir mecanismos diferentes de degradação. Em
uma bateria de chumbo-ácido, por exemplo, alguns dos principais mecanismos que levam
a sua degradação são (CRESESB-CEPEL, 2014):
Dentre as tecnologias disponíveis hoje, as duas que tem mais chamado atenção
para aplicações no SEP são as de chumbo-ácido e íons de lítio. A tecnologia de baterias
de chumbo-ácido apesar de ter baixa densidade de energia tem sido adotada em várias
aplicações devido a seu baixo custo e alta maturidade tecnológica (BOICEA, 2014).
Mesmo que seja uma tecnologia bastante antiga ela continua sendo desenvolvida de forma
incremental aumentando sua vida útil, facilitando sua operação, reduzindo mais o custo e
melhorando sua performance (MCKEON; FURUKAWA; FENSTERMACHER, 2014).
As baterias de íons de lítio vem chamando bastante atenção de muitos centros de
pesquisa e da indústria. Isso se deve ao fato de sua utilização cada vez mais intensiva em
aparelhos eletrônicos e veículos elétricos, onde suas alta densidade energética torna sua
aplicação favorável. A expansão nestes setores deve resultar em uma redução expressiva de
seus custos e também favorecer aplicações estacionárias com a utilização de componentes
reciclados utilizados anteriormente em veículos elétricos (EPE, 2019).
servem. Podem ser listados 4 abordagens distintas para modelagem das características de
baterias (NARAYAN et al., 2018):
2.2.3.1 Capacidade
Como mostrado na seção subseção 2.2.1.1, existem diferentes fatores que alteram
a carga elétrica que pode ser extraída de uma bateria. O principal destes fatores é sua
própria corrente de descarga. Peukert publicou em 1897 um artigo em que, após uma série
de experimentos com correntes de descarga constantes em baterias ele pode mostrar que o
tempo de descarga de uma bateria e sua corrente de descarga podem ser relacionados de
uma maneira simples, mostrada na Equação 2.1 (DOERFFEL; SHARKH, 2006).
Idpc t = k (2.1)
Q −BId t
Vbat = Es + K( )i + N i − Ae( Q ) (2.4)
Q − it
qV
I = Ipv,cell − Id = Ipv,cell − I0,cell [e( akT ) − 1] (2.5)
Onde:
• T é a temperatura da junção pn em K;
A Equação 2.5 representa uma célula ideal. Para aproximar este modelo de um
arranjo de células ou módulos fotovoltaicos é necessário acrescentar alguns parâmetros
que incluam os efeitos das conexões existentes, como mostrado na Equação 2.6.
V + Rs I V + Rs I
I = Ipv − I0 [e( ) − 1] − (2.6)
Vt a Rp
Onde:
• V é a tensão do arranjo em V;
Utilizando a Equação 2.5 é possível representar uma célula ou arranjo pelo circuito
equivalente mostrado na Figura 14. Com o correto ajuste dos parâmetros como proposto
por Villalva, Gazoli e Filho (2009) os resultados de corrente e tensão obtidos geram a
mesma curva mostrada na Figura 11.
56 Capítulo 2. Componentes de um Sistema Híbrido Bateria-Fotovoltaico
O valor de irradiação em determinado local pode ser obtido por meio de dados
históricos, como aqueles que podem ser visualizados no Atlas Brasileiro de Energia Solar
(PEREIRA et al., 2017), a principal referência destes dados no Brasil. Em geral os dados
disponíveis são de irradiação no global no plano horizontal (GHI), irradiação normal direta
(DNI) e irradiação horizontal difusa (DHI). A fim de obter a irradiação que chega ao plano
exato em que está instalado o arranjo, é necessário utilizar modelos de transposição destes
dados para as condições desejadas (DUFFIE; BECKMAN, 2013).
Em UCs com sistemas híbridos a energia produzida pelo sistema fotovoltaico pode
ser armazenada para utilização em um momento mais conveniente do ponto de vista
econômico (FIGUEREDO; BET, 2016) utilizando a estratégia conhecida pelo termo time-
shifting. Dentro da estrutura tarifária de distribuição de energia no Brasil, isto significa o
armazenamento da energia produzida ao longo do dia para injeção no horário de ponta
(HP) para consumidores do grupo A (atendidos em média ou alta tensão), ou injeção
60 Capítulo 2. Componentes de um Sistema Híbrido Bateria-Fotovoltaico
R t2
t1 Psc (t)dt
ϕsc = R t2 (2.11)
t1 PF V (t)dt
Onde:
Para implementação destas funções o BMS pode ser dividido ainda em diversos
blocos individuais contendo cada um diferentes sensores e componentes, possibilitando
otimização do carregamento e descarregamento de forma mais localizada e o balanceamento
de carga entre as células. Em especial, baterias de lítio precisam necessariamente de estarem
conectadas a um controlador mais complexo com um sensor de temperatura a fim de evitar
explosões ou incêndios em casos de estresses elevados no componente (CRESESB-CEPEL,
2014).
O conversor híbrido de energia pode ainda ser construído para conexão às cargas,
adicionando mais uma porta e aumentando a complexidade do controle. Nestes casos, o
conversor pode funcionar como uma UPS. Da mesma forma, diferentes topologias podem
ser implementadas em um conversor híbrido para possibilitar a conexão às cargas.
2.5. Considerações 67
2.5 Considerações
Neste capítulo foi apresentado o embasamento teórico para a construção dos
modelos que visam a simulação de um sistema híbrido e de seus principais componentes.
No Capítulo 3 são apresentadas as modelagens de baterias eletroquímicas e conversor de
potência e os respectivos resultados destas modelagens.
69
• Considerando sua aplicação: dado que este trabalho visa estudar aplicações
de bateria para deslocamento de consumo, algumas premissas foram assumidas,
como uma operação em ciclos regulares com profundidades de descarga controladas.
Desta forma, algumas simplificações podem ser realizadas como negligenciar a taxa
de autodescarga da bateria e possíveis danos devido a ciclos de carregamento ou
descarregamento mais profundos.
70 Capítulo 3. Modelagem de um Sistema Híbrido
k
C(T, Id ) = (pc−1)
× [1 + α(T − 25)] (3.2)
Id
Em que:
3.1. Modelagem de baterias eletroquímicas 71
• pc é o coeficiente de Peukert;
358
C(T, Id ) = × (1 + 0, 006(T − 25)) (3.3)
Id0,197
Figura 24 – Comparação entre a curva fornecida pelo fabricante Moura (2020) utilizada
para parametrização, simulação com mesma corrente de descarregamento e os
pontos utilizados para parametrização. Fonte: próprio autor.
3.1. Modelagem de baterias eletroquímicas 73
E3 − E0
Nd = (3.4)
Id3 − Id0
Foi adotado o subscripto d nos coeficientes para deixar evidente que os parâmetros
correspondem ao processo de descarregamento. Foram utilizados os valores de corrente e
tensão extraídos dos pontos P0 e P3 .
A partir dos valores de tempo (t0 , t1 e t2 ) e de tensão (V0 , V1 e V2 ) chegam-se aos
valores dos coeficientes por meio das manipulações algébricas mostradas na Equação 3.5.
Ad = E0 − E1
3
Bd = C(T, Id )
Id t1
(3.5)
C(T, Id ) − Id t2
Kd = (E0 − E2 − Ad )
Id2 t2
Es = E0 + Kd Id + N Id − Ad
C(T, Id ) (
−25,6424Id t
)
E = 12, 5346 − 0, 00193( )i − 0, 001Id + 0, 0924e C(T,Id ) (3.6)
C(T, Id ) − Id t
1
Di = (3.9)
2N (DOD, T )
X
i−1
SOHi = 1 − 0, 2D = 1 − 0, 2 Di (3.10)
i=1
O fator 0,2 mostra que ao atingir D=1 a bateria encerra sua vida útil, que significa
que pode se extrair 80% de sua capacidade inicial conforme convencionado. A equação de
SOH é aplicada no início de cada ciclo à capacidade calculada da bateria, acrescentando
um termo à Equação 3.2 para obtenção da capacidade da bateria, conforme mostrado na
Equação 3.11.
k
Ci (T, Id , SOH) = (pc−1)
(1 + α(T − 25))SOHi (3.11)
Id
N (T )
N (DOD, T ) = N (DOD) ×
N (Tnom )
(3.12)
N (DOD) = pd1 DODd2 + pd3 DODd4
N (T ) = pt4 T 4 + pt3 T 3 + pt2 T 2 + pt1 T 1 + pt0
86 Capítulo 3. Modelagem de um Sistema Híbrido
Pbase2 Pbase2
P2 (t) = P1 (t) = P1 (t) (3.19)
Pbase1 3000
Onde:
distintas. Para simplificação, foi considerado aqui que todos os blocos possuem a mesma
potência igual à potência de saída do conversor da geração fotovoltaica mostrada na
Tabela 6.
A Figura 48 mostra os fluxos de potência esperados para um dia típico com uma
carga residencial, exemplificando como se espera que a potência fornecida ou absorvida
pelo banco de baterias se comporte ao longo de um dia.
3.3. Estudos de caso para simulação da operação do sistema 101
12 × Emês
PLOAD (i) = PLOAD−P U (i) P8760 (3.20)
j=1 PLOAD−P U (j)∆t
Z
EBAT −SC = min(PF V , |PBAT |)dt, se PF V > 0 (geração) e PBAT < 0
Z (3.21)
EBAT −SC = − PBAT dt, se PBAT > 0 e EBAT −SC > 0
Tabela 12 – Resumo das estratégias utilizadas para controle da baterias nos estudos de
caso
Descarregamento Carregamento Objetivo
Estratégia 1 Programado nos horá- Programado nos horá- Deslocamento de
rios de maior tarifa rios de menor tarifa consumo
Estratégia 2 Programado nos horá- Sempre que PF V > 0 e Deslocamento de
rios de maior tarifa SOC < 100% nos ho- consumo
rários de menor tarifa
Estratégia 3 Programado nos horá- Sempre que PF V > Deslocamento de
rios de maior tarifa PLOAD e SOC < 100% consumo
nos horários de menor
tarifa
Estratégia 4 Sempre que a Sempre que a Maximização do au-
PLOAD > PF V e PLOAD < PF V e toconsumo
SOC>SOCm in SOC < 100%
3.4 Considerações
Neste capítulo foram apresentadas a modelagem de um sistema de baterias e de
um conversor de potência para baterias eletroquímicas e seus resultados. Estes serviram
de apoio para o desenvolvimento e validação da modelagem completa do sistema, também
mostrada neste capítulo.
Esta última modelagem, focada nos fluxos de potência entre os componentes de
um sistema híbrido, torna possível visualizar os resultados da operação de um sistema
híbrido para as aplicações pretendidas, apresentadas no Capítulo 4.
112 Capítulo 4. Resultados dos Estudos de Caso
total de energia da carga da unidade, o quanto deste consumo foi suprido pela rede, o
quanto foi autoconsumido, a geração total e o quanto desta geração foi injetada na rede
para os 3 casos estudados e com cada estratégia adotada. Estes resultados ignoram os
horários de consumo, mostrando apenas os fluxos totais em cada caso.
Já que as estratégias 1, 2 e 3 estão relacionadas aos horário tarifários, o deslocamento
de consumo é mais visível observando os fluxos em cada horário, o que é mostrado na
Figura 61. Nesta figura estão mostrados valores obtidos subtraindo o consumo da injeção.
Valores negativos portanto mostram uma maior injeção do que consumo.
Observando os resultados de fluxos totais de energia sem considerar os horários
tarifários, nota-se que a estratégia 1 aumenta um pouco tanto a absorção de energia da
rede quanto a injeção, mas em geral pouco modifica os fatores de autoconsumo e injeção na
rede. Para as estratégias 2 e 3 também são percebidas pequenas modificações no consumo
e injeção da rede totais.
Para a estratégia 4 nota-se que o perfil é muito modificado, reduzindo as trocas
114 Capítulo 4. Resultados dos Estudos de Caso
independente do horário.
Para o caso comercial, nota-se que o fluxo de injeção na rede não chega a superar
o de consumo, mas o consumo em HP é bastante reduzido em qualquer caso. Como a
geração supera em pouco a carga normalmente, nota-se que a estratégia 3 se torna bem
menos efetiva para o deslocamento de consumo. Pelo mesmo motivo o perfil total é pouco
modificado para a estratégia de maximização de autoconsumo.
No caso industrial percebe-se que em HP o fluxo é praticamente zerado para as
estratégias 1, 2 e 3. Assim como no caso comercial aumenta-se o consumo em HFP para
que este efeito seja alcançado. A estratégia 4 realiza um pequeno deslocamento de consumo
de HP para HFP, já que o horário em que a geração começa a cair abaixo da carga está
próxima do HP, o que pode ser visto em Figura 55. O pequeno aumento no consumo em
HFP pode ser explicado pelas perdas da bateria.
4.4 Autoconsumo
Para cada estudo de caso e estratégia de controle da bateria foi calculado um
percentual de energia autoconsumido pela instalação para cada estratégia. Os resultados
estão mostrados na Figura 62.
Observando o resultado nota-se que para qualquer caso a estratégia 3 leva a um leve
4.5. Degradação da bateria 115
Figura 63 – Resultado do SOH ao final do período simulado para cada estudo de caso e
estratégia de controle da bateria. Fonte: próprio autor.
Nota-se que para o caso residencial o SOH das estratégias 1, 2 e 3 ficam bem
próximos, já que seus fluxos ao longo do tempo também são semelhantes. A estratégia 4
por sua vez tem uma maior degradação, o que é causado pela realização de um número
maior de ciclos de carregamento e descarregamento, apesar do baixo DOD dos ciclos
mais curtos. Comparando o resultado da estratégia 4 entre os 3 casos, destaca-se que no
caso residencial, em que o autoconsumo da instalação sem baterias é baixo e portanto
o excedente de geração é mais frequente, nota-se uma degradação cerca de 10% maior
quando comparado ao caso comercial e industrial.
116 Capítulo 4. Resultados dos Estudos de Caso
analisaa, os valores obtidos ao final do período começam a se elevar, mostrando que cada
bateria está sendo mais preservada.
Para a estratégia 4 nota-se uma variação muito maior no SOH à medida que se
aumenta o banco de baterias. Apesar de uma variação de 80% para 95% parecer pequena
a primeira vista, esta diferença significa o aumento da vida útil esperada de 1 para 4 anos
mantendo-se a cada ano o mesmo percentual de degradação.
Percebe-se portanto que enquanto o banco de baterias está pequeno a adição de uma
bateria ao banco tem efeito direto no fluxo total de energia processado e no deslocamento do
consumo. Por um banco de baterias pequeno entende-se que sua capacidade total é pequena
em relação a energia total a ser processada ao longo de um dia. Após certo ponto, onde o
aumento ou diminuição do banco pouco influi no deslocamento de consumo, é observado um
efeito mais relevante na redução da degradação da bateria e, consequentemente, aumento
de sua vida útil.
4.7 Considerações
Este capítulo apresentou os resultados da simulação da operação de um sistema
híbrido para diferentes estudos de caso. Mostrou-se que para o dimensionamento e a
operação adequada de um sistema híbrido é preciso entender as características não só do
banco de baterias proposto e da geração acoplada, mas também da carga elétrica a qual o
sistema deve alimentar, pois elas afetarão diretamente nas trocas de energia com a rede
elétrica.
Como mostrado na seção de análise de sensibilidade, o dimensionamento do banco
de baterias e o SOC permitido tem impacto direto no sucesso da implementação das
estratégias e vida útil esperada das baterias. De forma geral, quanto maior a quantidade
de baterias, melhores resultados são apresentados e aumenta-se a vida útil. Reduzindo-se o
estado de carga mínimo também são melhorados os resultados no deslocamento de consumo
ou autoconsumo, mas reduz-se a vida útil. Como o aumento do banco de baterias traz
impactos no custo total do sistema, assim como a redução do SOC admissível, percebe-se
que existe um compromisso entre estes fatores. Entendendo a relação destas variáveis e
possíveis restrições técnicas e financeiras pode-se buscar um dimensionamento que traga
melhores resultados operacionais ou econômicos do sistema. Os aspectos econômicos serão
tratados no Capítulo 5.
123
5 Avaliação Econômica
O VPL é um indicador que traz para um único valor presente uma série de valores
futuros, descontados de uma taxa adequada. Ele se baseia na teoria de que o valor de
um negócio depende dos benefícios futuros que ele é capaz de produzir em um tempo
determinado (SENRA, 2020). Ele é calculado conforme mostrado na Equação 5.1.
X
T
F Ct XT
Rt − Dt
V PL = t
= t
(5.1)
t=1 (1 + i) t=1 (1 + i)
Em que:
PT Ct
t=0 (1+d)t
LCOE = PT Et (5.2)
t=0 (1+d)t
Na Equação 5.2:
5.1. Revisão bibliográfica 125
Pn CEESt
t=1 (1+d)t
LCOS = Pn EEESt (5.3)
t=1 (1+d)t
Na Equação 5.3 o termo CEESt diz respeito aos custos totais do sistema de armaze-
namento no período t e EEESt é a energia fornecida por este sistema neste período.
A aplicação do LCOS apresenta dois desafios: em primeiro lugar a aplicação do
sistema de armazenamento e os serviços que ele provê é bastante variável. Este indicador
não reflete os potenciais ganhos do sistema, como o custo de energia evitado.
Lai e McCulloch (2017) propõem um método para cálculo do LCOE de um sistema
híbrido em que o valor da energia gerada e consumida diretamente pela carga tem um
custo distinto daquela que é armazenada para consumo posterior, separando tantos os
custos quanto a energia associada a cada sistema no cálculo do indicador.
Brasil. Em seu estudo foi modelado um sistema de armazenamento projetado para aumento
do autoconsumo de um sistema fotovoltaico cujos resultados mostraram um LCOE superior
à tarifa de energia e um payback de 13,7 a 17,2 anos para o sistema com armazenamento e
de 8,5 a 9 anos para o sistema fotovoltaico, considerando diferentes taxas de desconto e
inflação.
Cabe salientar que estas análises são orientadas exclusivamente a avaliação dos
custos diretos de instalação, operação e manutenção do sistema e retornos trazidos ao
consumidor final. Riscos e custos relacionados a poluição ambiental e segurança destes
componentes não estão contemplados. É importante destacar que baterias de chumbo-ácido
contém substâncias tóxicas e possuem emissões significativas de carbono durante as etapas
de produção. Os problemas ambientais podem ser minimizados por meio da reciclagem,
mas é necessária uma infraestrutura adequada para que isto ocorra (HOPPMANN et al.,
2014).
Além disso, não está claro o impacto da propagação de sistemas de armazenamento
e/ou sistemas híbridos no setor elétrico, tendo estudos que afirmam que a inserção dos
sistemas híbridos podem adicionar instabilidades à rede elétrica (HOPPMANN et al.,
2014). Embora seja comum a afirmação de que estes sistemas irão mitigar os efeitos da
intermitência de fontes renováveis, Büdenbender et al. (2010) mostra que do ponto de vista
do operador são necessários incentivos adequados para modular a injeção e absorção de
energia da rede para que os sistemas híbridos realmente tenham impacto positivo e ajude
a mitigar problemas como os picos de potência e flutuações de tensão. Newbery (2018)
argumenta contra a afirmação de que sistemas de armazenamento são uma solução natural
para os desafios para o sistema elétrico trazidos pela inserção de fontes intermitentes
e conclui que estes sistemas são atualmente uma solução muito cara frente a outras
alternativas, a menos que eles ofereçam outros serviços ancilares de valor relevante para o
sistema.
É importante ressaltar que com relação ao custo frente ao operador da rede foram
calculados apenas os custos com tarifas de energia, já que o consumo de energia pode ser
diretamente retirado das simulações realizadas a partir da modelagem proposta. Benefícios
como eventuais reduções de custos com a redução de potência demandada pelo consumidor
não foram considerados, já que os estudos de caso e estratégias adotadas não foram
planejados para assegurar determinados níveis de demanda da rede elétrica.
A partir destes componentes de custos é calculado o custo total com energia, que
inclui os componentes de investimento no sistema, manutenção e pagamento da tarifa de
energia da energia consumida a partir da rede elétrica. A Equação 5.4 mostra este cálculo.
Ct = CE t + It + Mt (5.4)
Onde:
5.2. Modelagem econômica 131
TX
=25
Rt
V PL = (5.6)
t=1 (1 + i)t
O valor da taxa de juros de capital considerada (i) será de 6%, igual à soma da
meta de inflação e da taxa Selic atual (BC, 2020).
O LCOE em cada situação será calculado conforme mostrado na Equação 5.7.
PT =25 Ct
t=1 (1+i)t
LCOE = PT =25 Et (5.7)
t=1 (1+i)t
Desta forma, o LCOE calculado pode ser entendido como o custo total do forneci-
mento de energia para a carga exclusivamente por meio da rede elétrica, o custo com a
inclusão de um sistema fotovoltaico e o custo com a inclusão de um sistema híbrido.
Aplicando todos os custos relacionados em um fluxo de caixa com base diária é
possível verificar o momento em que o fluxo de caixa se torna zero. Pela identificação do
ponto em que isto ocorre será calculado o Payback.
• Resultado: ganhos obtidos com o sistema conforme a Equação 5.5. Valores negativos
indicam prejuízo e valores positivos indicam lucro;
Nota-se que tanto o sistema fotovoltaico quanto o sistema híbrido reduzem bastante
os gastos com a tarifa de energia, com uma diferença perceptível entre o custo total com as
tarifas e o custo de referência. No entanto, enquanto o sistema fotovoltaico zera o fluxo de
caixa em aproximadamente 5 anos, os sistemas híbridos não conseguem chegar a zerá-lo,
pois as várias trocas de baterias ao longo da vida útil aumentam muito o custo total e
fazem com que o sistema tenha um retorno negativo. Estas trocas do banco de baterias
podem ser visualizadas nos degraus vistos nas linhas dos gráficos de (c) a (f). Percebe-se
também, visualizando a Figura 74, que comparando a diferença no resultado final entre as
estratégias 1 a 3 existe pouca diferença no prejuízo ao final do período. Para a estratégia
4, cujo funcionamento não está diretamente relacionado aos postos tarifários, o prejuízo
ao final do período é bem maior.
5.5. Considerações finais 141
são diferentes em função do perfil de carga, que impacta nas taxas de autoconsumo da
geração própria, nas profundidades de carregamento e descarregamento da bateria e no
custo médio da energia fornecida pela concessionária.
143
• Validação e ajuste da modelagem das baterias eletroquímicas aqui proposta por meio
de ensaios em laboratório. É possível também aprofundar na modelagem de baterias
eletroquímicas, introduzindo aspectos dinâmicos e outras limitações e propriedades
dos componentes;
Tais aspectos foram abordados de forma generalista neste trabalho, que visou
apresentar uma visão ampla da aplicação de sistemas híbridos, com destaque para a
modelagem da aplicação de deslocamento de consumo.
147
Referências
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