1 Memória
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UP-Maputo
Maio, 2024
Amália Carlos Chimangue
Amélia Rui Matiana
Chihiwa Mbemba Manuel Francisco
Cleidy da Emília Custódio
Élia David Macuácua
Márcia Raquel Tinga
O trabalho a ser
apresentado à faculdade de
educação e psicologia, curso
de Psicologia Clínica, cadeira
da Psicopatologia da gravidez,
criança e do adolescente está
sob orientação da doutora:
Cecília Xavier.
UP-Maputo
Maio, 2024
Índice
Introdução .................................................................................................................... 1
Objectivos ..................................................................................................................... 2
A MEMÓRIA E SEUS TRANSTORNOS ................................................................ 3
Memória ................................................................................................................... 3
Fases Da Memória ................................................................................................... 3
Classificação da memória ....................................................................................... 4
Alterações da memória................................................................................................ 6
Alterações Quantitativas ......................................................................................... 6
Alterações Qualitativas ........................................................................................... 7
Conclusão ..................................................................................................................... 9
Referências Bibliográficas ........................................................................................ 10
Introdução
A memória é um componente essencial da nossa experiência humana, permitindo-nos
recordar eventos passados, aprender com experiências anteriores e manter nossa identidade ao longo
da vida. No entanto, os transtornos da memória representam uma área complexa e multifacetada da
neurociência, envolvendo alterações tanto qualitativas quanto quantitativas que podem impactar
significativamente a vida cotidiana dos indivíduos afectados.
A capacidade de lembrar, aprender e reter informações é fundamental para o funcionamento
cognitivo saudável de um indivíduo. No entanto, os transtornos da memória representam um desafio
significativo para muitas pessoas em todo o mundo, impactando não apenas a qualidade de vida, mas
também as interacções sociais e a autonomia pessoal.
Neste trabalho, iremos explorar de forma abrangente as alterações qualitativas e quantitativas
associadas aos transtornos da memória. Desde lapsos de memória leves até condições mais graves,
como essas alterações afectam a vida cotidiana dos seres humanos.
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Objectivos
Objectivo Geral:
Analisar os transtornos da memória, com foco nas alterações qualitativas e quantitativas, a
fim de compreender os impactos dessas alterações na vida cotidiana dos indivíduos afectados.
Objectivos Específicos:
Compreender de forma clara a memória;
Identificar os principais transtornos de memória, como a amnésia, paramnésias e outros, e
discutir suas características específicas.
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A MEMÓRIA E SEUS TRANSTORNOS
Memória
A memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiências, impressões e
factos que o correm em nossas vidas. Tudo que uma pessoa aprende em sua existência depende
intimamente da memória.
Para os antigos gregos, a memória era uma entidade sobrenatural, a deusa Mnemosyne, que
dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado.
Segundo G. Olerón, o termo memória compreende um conjunto de actividades que integram
processos biofisiológicos, assim como psicológicos, os quais não se podem produzir actualmente
porque certos acontecimentos anteriores, próximos ou distantes no tempo, modificaram, de maneira
persistente, o estado do organismo.
Alguns dos principais pesquisadores actuais em neurociências da memória atribuem à
memória um papel central na própria definição e identidade do ser humano. Para Iván Izquierdo
(2002), “somos aquilo que recordamos ou que, de um modo ou de outro, resolvemos esquecer”.
Perder a memória, segundo Squire e Kandel (2003), “leva à perda de si mesmo, à perda da história
de uma vida e das interacções duradouras com outros seres humanos.
Fases Da Memória
Didacticamente, a memória apresenta três (3) fases, a seguir:
Fixação:
A etapa de fixação, também conhecida como codificação, termo criado por Wernicke, refere-
se à aquisição de novas informações. É a entrada, o registro inicial das informações. A codificação é
a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem posteriormente
armazenadas no cérebro.
Conservação:
Também chamado de retenção, consolidação ou armazenamento, é o processo que envolve a
manutenção da informação codificada pelo tempo necessário para que possa ser recuperada e
utilizada quando evocada.
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Evocação
É o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate pode utilizar
uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não consciente através de
associações dependentes do contexto, activação por semelhanças ou por necessidades.
Classificação da memória
As memórias podem ser divididas da seguinte forma: memória sensorial (ou icônica, ou
imediata, ou de curtíssimo prazo), memória de curto prazo (ou recente) e memória de longo prazo
(ou remota).
Memória sensorial
A memória sensorial dura menos de um segundo. Permanece activa apenas o tempo
necessário para se dar a percepção. É muito frágil e possui uma capacidade muitíssimo limitada. É
mais propriamente uma função da atenção do que da memória.
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Memória de longo prazo
O processo que converte as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo chama-se
consolidação. Facilitada pela repetição da informação, ela necessita de 5 a 10 minutos para que
ocorra minimamente e de pelo menos 60 minutos para que ocorra de forma plena.
A memória de longo prazo representa o armazenamento permanente de informações.
Informações que foram fixadas há alguns minutos poderão ser evocadas por anos ou até por toda a
vida. A capacidade de armazenamento da memória de longo prazo é enorme, bem maior do que a da
memória de curto prazo.
As memórias de longo prazo podem ser divididas em explícitas (ou declarativas) e implícitas
(ou não declarativas).
Memória explícita
As memórias explícitas representam informações sobre o que é o mundo, informações essas
que são acessíveis à consciência, podem ser evocadas voluntariamente, e podem ser expressas em
palavras. A memória explícita subdivide-se em memória episódica e memória semântica.
Memória episódica
A memória episódica é uma memória explícita que se refere a eventos
autobiográficos, a vivências pessoais do indivíduo que estão vinculadas a determinado local e
ocasião. Por exemplo: “Ontem fui ao cinema com minha namorada”.
Memória semântica
A memória semântica é uma memória explícita que se refere a conhecimentos
factuais, compartilháveis com as outras pessoas. Por exemplo: “A Segunda Guerra Mundial
começou em 1939”; “A raiz quadrada de 9 é 3”; “Love significa amor em inglês”.
Memória implícita
A memória implícita refere-se ao aprendizado de como fazer as coisas. Expressa-se numa
melhora de desempenho em uma determinada actividade, que se dá em função de experiências
prévias. É um tipo de memória automático e reflexo, que não pode ser expresso em palavras e
independentemente da recuperação consciente das experiências que produziram o aprendizado.
As memórias implícitas podem resultar da repetição de memórias explícitas. Por exemplo,
dirigir um automóvel exige, quando se está aprendendo, que se sigam instruções que são recordadas
conscientemente, tornando-se depois um procedimento automático.
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Alterações da memória
As alterações da memória são classificadas em quantitativas e qualitativas.
Alterações Quantitativas
As alterações quantitativas compreendem a amnésia, a hipomnésia e a hipermnésia, que
significam abolição, diminuição e aumento da capacidade mnêmica.
Hipermnésia: Para Bleuler, ocorre hipermnésia quando se evocam lembranças
casuais com mais vivacidade e exatidão que ordinariamente, ou quando se recordam
particularidades que comumente não surgem. Os enfermos com hipermnésia podem dar a
falsa impressão de riqueza de conceitos, mas isso não corresponde à realidade. Em suma,
hipermnésia é quando a pessoa lembra-se de tudo de forma aumentada, mas com a qualidade
da memória prejudicada.
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Alterações Qualitativas
As alterações qualitativas da memória envolvem sobretudo a deformação do processo de
evocação de conteúdos mnêmicos previamente fixados. O indivíduo apresenta lembrança deformada
que não corresponde à sensopercepção original. Os transtornos qualitativos da memória de evocação,
denominam-se de modo geral, Paramnésias. Estudam-se neste grupo as seguintes alterações: ilusões
mnêmicas, alucinações mnêmicas, fabulações, fenômeno do já visto, criptomnésia, ecmnésia.
As ilusões mnêmicas são constituídas pela formação das lembranças em virtude do
acréscimo de elementos falsos ao núcleo da imagem mnêmica, razão pela qual esta adquire o
carácter de lembrança fictícia. Segundo Dalgalarrondo (2008), nas ilusões mnêmicas há o
acréscimo de elementos falsos à um núcleo verdadeiro de memória. Por isso, a lembrança
adquire carácter fictício. Muitos pacientes informam sobre o seu passado indicando
claramente deformação de lembranças reais. Ocorre na esquizofrenia, na paranóia, na histeria
grave, nos transtornos da personalidade (borderline, histriônica, esquizotípica, etc).
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anterior (ou na noite passada). As fabulações são entendidas como um défice de
“monitoração da realidade”. Ocorrem frequentemente na síndrome de Korsakoff. A síndrome
de Korsakoff é caracterizada por défice intenso de memória de fixação (sobretudo do tipo
episódica), que geralmente vem acompanhado de fabulações e desorientação
temporoespacial.
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Conclusão
No âmbito da elaboração do trabalho, concluímos que os transtornos da memória são
condições complexas que podem afectar significativamente a qualidade de vida das pessoas. Durante
a pesquisa e exploração desse tema, pudemos compreender a diversidade de transtornos de memória,
desde a perda de memória temporária até condições mais graves, como a doença de Alzheimer. A
memória é uma faceta essencial da cognição humana e sua disfunção pode gerar impactos profundos
nas actividades diárias, relacionamentos e bem-estar emocional.
A memória desempenha um papel fundamental em nossa vida cotidiana, permitindo-nos
armazenar, recuperar e utilizar informações de forma eficaz. No entanto, os transtornos da memória
representam um desafio significativo para muitas pessoas, impactando não apenas a capacidade de
lembrar eventos passados, mas também a realização de tarefas simples do dia a dia. Neste contexto, a
compreensão dos diferentes tipos de transtornos de memória, seus sintomas, causas e opções de
tratamento é essencial para promover uma abordagem holística à saúde mental e cognitiva.
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Referências Bibliográficas
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3ed.
Porto Alegre: Artmed, 2019.
PAIM, Isaías. Curso de psicopatologia.11ed. São Paulo: EPU, 1993.
CHENIAUX, Elie. Manual de psicopatologia. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
Disponível em:
http://pesquisacia.blogspot.com/2015/04/psicopatologia-memoria-e-suas-
alteracoes.html?m=1
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-santa-maria/psicologia-da-
saude/alteracoes-quantitativas/11617294
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