04.2 A 04.4 - Terceiro Setor
04.2 A 04.4 - Terceiro Setor
04.2 A 04.4 - Terceiro Setor
Entidades que não integram nem a administração direta nem a indireta, são entidades
privadas, particulares, sem finalidade lucrativa e atuam ao lado do Estado na prestação de
serviço público. A expressão paraestatais significa ao lado do Estado, não atua dentro do
estado, atua ao lado do Estado.
CUIDADO: José dos Santos Carvalho Filho chama de paraestatais as empresas publicas e as
sociedades de economia mista. Para o professor Matheus essa denominação não é correta,
pois as EP e as SEC são Estatais, não atuam ao lado do Estado, atuam dentro do Estado,
integram a estrutura do Estado. Paraestatal é justamente uma entidade que atua fora do
estado, ao lado dele, são as entidades do Terceiro setor, as entidades filantrópicas, entidades
privadas sem fins lucrativos que auxiliam o estado na prestação de serviço de interesse
público.
CAIU EM PROVA SUBJETIVA: Essas entidades integram o que a doutrina vem chamando de
ADMINISTRAÇÃO DIALÓGICA ou ASSOCIADA – É a administração do diálogo, exige um
diálogo entre o Estado e o particular. É a atuação de particulares em diálogo com o Estado.
Particulares que não tenham finalidade lucrativa porque quando ele faz isso visando lucro
(concessionárias e permissionárias) não é uma Administração Associada. É necessária a
atuação em prol do interesse público e com finalidade pública e sem interesse lucrativo para
acoplar à ideia de Administração dialógica. Permitir a participação dos particulares, da
sociedade civil na atividade pública. É a sociedade civil exercendo atividade de interesse do
Estado ao lado do Estado e sendo fomentada por ele.
As entidades do terceiro setor, pelo fato de atuar ao lado do Estado e realizar atividade não
lucrativa e prestarem serviços de interesse público, recebem algumas vantagens, inerentes às
vantagens do Poder público e também se submetem a restrições de controle. Basicamente 5
entidades do Terceiro Setor vem sendo trabalhadas atualmente:
1) SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (SESI, SESC, SENAI, SENAC)
2) ENTIDADE DE APOIO
Não tem finalidade lucrativa e atuam ao lado de Hospitais Públicos e Universidades Públicas
auxiliando nas atividades inerentes a esses órgãos. Por exemplo, ao lado da UFBA tem a
FAPEX (fundação de apoio a pesquisa e extensão). Entidade que atua ao lado do Estado, a
ideia é de fomentar a atividade principal do ente que ela esta auxiliando. Atuam na
pesquisa, no ensino, assistência, extensão universitária. Normalmente são criadas pelos
próprios servidores. São privadas, pois se formam de patrimônio privado, se vinculam ao poder
público por meio de convênio. Por meio desse convênio ela se submete a restrições e recebe
privilégios. O convênio pode prever a cessão de bens, cessão de servidores públicos e
também a cessão de verba orçamentária. Estas entidades devem realizar procedimento
licitatório simplificados para celebração dos seus contratos (não precisam respeitar os
procedimentos e modalidades da 8.666, mas precisam abrir procedimento simplificados que
justifiquem a impessoalidade dos contratos que celebram com auxilio do dinheiro público). Se
submete ao controle, devem prestar contas ao Tribunal de Contas, prestar contas à
entidade que celebrou o convênio com elas. Ela se submete ao controle estatal do dinheiro
público.
COOPERATIVAS
ASSOCIAÇÕES
FUNDAÇÕES
Essa lei trata das O.S em âmbito federal. A lei 9.637 determina que as O.S são particulares,
criadas por particular, sem fins lucrativos, que atuam na prestação de serviços públicos não
exclusivos do Estado (o particular tem o poder de prestar e não dependem de delegação -
saúde, educação – art. 1º da 9.637/98). A O.S não é delegatária, nem concessionária, esses
serviços são entregues ao particular sem a necessidade de delegação do Estado. Essas
entidades são chamadas pelo poder público e há celebração de CONTRATO DE GESTÃO
(que não tem NADA a ver com o contrato de gestão para as autarquias se qualificarem como
agência executiva, só o nome que é o mesmo). Esse contrato de gestão aqui é o vínculo
jurídico que vai fazer com que a entidade privada, sem fins lucrativos que prestam serviços de
interesse público se qualifiquem como O.S, a qualificação como O.S se dá após a celebração
do contrato de gestão. Ser O.S significa gozar de alguns benefícios:
Cessão de bens públicos: As O.S podem atuar utilizando bens integrantes do acervo
da administração
ATENÇÃO:
O art. 24, XXIV da 8.666, estabelece que as O.S tem dispensa de licitação, quando
querem celebrar contratos com terceiros ela não precisa de procedimento licitatório. ADI
1923 – Tratava da inconstitucionalidade da lei de O.S nessa previsão de dispensa de
licitação. A ADI foi julgada improcedente e foi declarada constitucional a dispensa de
licitação para as O.S.
AS O.S tem um conselho de administração que deve ser composto também por um
servidor público – é uma forma de controle que a lei estipula.
Tem uma caracterização muito parecida com as O.S, - A OSCIP é uma entidade
privada, criada por particulares, não há necessidade de lei, sem fins lucrativos, que
atua na prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado (possui um rol maior
do que a lei de O.S). Essa entidade privada, criada por particulares, celebra com o
Poder público um TERMO DE PARCEIRA que faz com que ela seja qualificada como
OSCIP. O vínculo jurídico é diferente da O.S (contrato de gestão), aqui é Termo de
parceria que a qualifica. Essa entidade qualificada como OSCIP recebe alguns
privilégios:
OBS É importante ter em mente que as entidades do Terceiro setor (vale pra todas) não devem
substituir o Estado, devem ser criadas para atuar ao lado do Estado.
OBS: Tem que haver um CHAMAMENTO PÚBLICO para se qualificar a entidade como
OSC. A celebração dos termos e acordo não é livre, depende de um procedimento simplificado
denominado chamamento público.
Julgamento objetivo feito por comissão, composta com no mínimo 2/3 de servidores
públicos, eles é que irão aplicar o critério de julgamento no chamamento.
OBS: A lei prevê que em algumas situações será dispensável ou inexigível o chamamento
público. O certame é regra mas existem situações em que se dispensa. A lei estabelece
poucas hipóteses:
OBS:
1) Todas as vezes que a administração pública celebrar o acordo sem o chamamento público,
ela precisa fazer uma justificativa e então em no máximo 05 dias contados da publicação dessa
justificativa a lei prevê que qualquer pessoa tem um prazo de 05 dias para impugnar a
dispensa ou a inexigibilidade do chamamento.
2)Depois que celebra-se o acordo e a entidade se qualifica como OSC, quando ela quiser firma
um contrato com terceiros ela precisa realizar um procedimento seletivo simplificado via
internet.
3) A lei prevê a prestação de contas, que deve ser feita ao ente publico que celebrou o
vínculo, o fato é além do controle feito pelo tribunal de contas a OSC tem que apresentar ao
ente da administração direta um relatório de execução do objeto (comprovar que executou o
objeto devidamente, assinado pela OSC, contem as atividades desenvolvidas para cumprir o
objetivo e o comparativo entre as metas propostas e o resultado alcançado é verificar se o
sujeito a entidade conseguiu cumprir as metas que tinham sido propostas no plano de trabalho
– demonstração que ele cumpriu os objetivos definidos no plano de trabalho) e um relatório de
execução financeira (é assinado pelo representante legal e o contador responsável e conterá a
descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. – vai se fazer uma descrição de
despesas e receitas que foram realizados. A lei diz que essa prestação deve ser feita em até
150 dias após o cumprimento do objeto a ser executado e verificada alguma irregularidade é
possível a aplicação de sanções a essa entidade, a lei prevê a responsabilização da OSC e a
aplicação de penalidades à essa OSC por ilicitudes praticadas. Atos ilícitos praticados ensejam
responsabilização da OSC. Sanções:
Advertência
OBS: Qualquer penalidade deve observar a proporcionalidade e deve ser feita aplicada após a
realização de um procedimento administrativo (devido processo legal) no qual se garanta o
exercício do contraditório e da ampla defesa.