Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4
]
KAMILA LORRAYNE DA SILVA RAVANELLO
REVISÃO DE LITERATURA
PRIMAVERA DO LESTE 2024 INTRODUÇÃO
A Odontologia Hospitalar começou a ser desenvolvida na América a partir da
metade do século XIX, com os empenhos dos médicos Simon Hullihen e James Garretson. Foi necessário muito esforço para que a Odontologia Hospitalar fosse reconhecida. Mas posteriormente a Odontologia Hospitalar teve o apoio da Associação Dental Americana e respeito da comunidade médica. No entanto a Odontologia Hospital só foi legitimada no Brasil em 2004 com a criação da Associação Brasileira de Odontologia Hospitalar (ABRAOH. E em 2008, foi decretada a Lei nº 2776/2008, que obrigada a presença de um cirurgião dentista nas equipes multiprofissionais hospitalares e nas UTIs. Nacionalmente, o Conselho Federal de Odontologia, com a resolução nº 162/2015 reconheceu a atuação do cirurgião dentista na atenção ao paciente internada ou com a necessidade desse processo.
Nesse ambiente hospitalar, o cirurgião dentista pode trabalhar como consultor
da saúde bucal e/ou prestador de serviço, em nível ambulatório ou regime de internação, o objetivo é sempre oferecer melhoria com o cuidado integral ao paciente. Pelo fato de que a qualidade do cuidado bucal desse paciente hospitalizado está ligada diretamente com a evolução ao tratamento médico, por que a boca é um local onde abriga bactérias e fungos que alteram em quantidade e qualidade, e facilmente adentram na corrente circulatória, o que expõe o paciente a um risco maior a infecções, além de modificar o Ph da saliva, por isso é essencial a permanência do cirurgião dentista na equipe hospitalar.
O objetivo do trabalho é realizar uma revisão da literatura para mostrar a
importância sobre a Odontologia Hospitalar e como se encontra a situação atualmente. DESENVOLVIMENTO
De acordo com CAMARGO, a Odontologia Hospitalar é uma pratica que visa
cuidados das alterações bucais que exigem procedimentos de equipes multidisciplinares de alta complexidade ao paciente. Quando falamos da Odontologia Integrada a uma equipe multidisciplinar entendemos que devemos tratar o individuo como um todo, não só focado a cavidade bucal, até por que a boca abriga micro-organismos que podem ir para corrente circulatória fazendo com que o paciente fique exposto aos riscos de enfermidades.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que existe uma relação
comprovada entre saúde bucal e geral.
Sabendo disso podemos afirmar que os cuidados odontológicos e as boas
práticas de saúde podem prevenir ou amenizar a situação do paciente critico, o que favorece a redução de infecções sistêmicas.
No ambiente hospitalar, o paciente deve estar sempre sendo monitorado e os
cirurgiões dentistas tem um papel fundamental nesse processo, avaliando a saúde bucal, e essas avaliações são importantes para a saúde em geral, pois diversas manifestações orais podem surgir devido a condições sistêmicas como diabetes, doenças respiratórias, medicamentos, AIDS, assim como também podem surgir doenças sistêmicas a partir das condições orais, como doenças periodontais.
Berkey e Scannapieco (2013) explica que algumas doenças do sistema
estomatognático, como caries, doença periodontal e distúrbios mastigatórios, em idosos em torno de 70 anos e em populações desassistidas, são frequentemente relacionados a problemas de saúde sistêmicos,
como bacteremias, septicemias e doenças crônicas. Algumas condições podem
ser primeiramente identificadas por achados bucais, o que justifica a atuação do dentista no âmbito hospitalar.
A Odontologia Hospitalar busca fazer o controle do biofilme, o tratamento de
doenças relacionados a placa dental, de lesões bucais traumáticas e infecciosas, que representem riscos aos pacientes hospitalizados. A presença do biofilme associada a saburra lingual e ao cálculo dentário podem influenciar diretamente nas intervenções medicas, o que potencializa a virulência dos micro-organismos da cavidade bucal, com possível associação com endocardite.
Matos et al. (2013) apresentam uma pesquisa que mostrou a deficiência no
conhecimento medico, frente ao controle do biofilme oral, mas não omissão quanto ao fato do mesmo ser um foco de infecção. Discorrem ainda que, em pacientes internados, além da possível relação do biofilme com a endocardite infecciosa, são relatadas pneumonias, bacteremias, abscessos cerebrais, otites e abscessos do tubo ovariano.
Além disso, muitos profissionais da saúde não sabem ou não possuem
informações quanto a atuação do cirurgião dentista no hospital, na maioria dos casos eles nem sabem o porquê o cirurgião dentista está em um hospital.
CONCLUSÃO
Neste trabalho podemos entender um pouco sobre a atuação do cirurgião
dentista dentro da Odontologia Hospitalar, expõe a importância da especialidade no tratamento do sistema estomatognático de pacientes hospitalizados. Embora seja pouco conhecido, temos o conhecimento de que é um objetivo em comum entre os membros da equipe multidisciplinar, isso permite o crescimento de todos profissionalmente, além de desenvolver a ciência da saúde como um todo. Sendo assim, a Odontologia Hospitalar deveria ter mais reconhecimento e necessita de maior atenção por parte do cirurgião dentista, para que ele possa introduzir esse conceito tanto nas comunidades cientificas como não cientificas.