BNB BL
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01-Português ----------------------01
Robério Dantas
03- Legislação
José Roberto
Lei 13.707---------------------------48
Lei 12.842----------------------------73
ACENTUAÇÃO GRÁFICA tem ( verbo ter na 3ª pessoa do singular) / têm ( verbo ter na
3ª pessoa do plural).
1 Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em
a, e, o, seguidas ou não de s.: já, más (adjetivo), fé, pés, três, ORTOGRAFIA – orientações gerais
só, nós.
USA-SE Ç
2 Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, - diante de a, o ou u em palavras de origem indígena ou estran-
seguidas ou não de s , em, ens.: geira. Ex.: araçá, açaí, cupuaçu, pajuçara, muçulmano, Suíça
maracujá, cafuné, Mossoró, refém, parabéns, metrô, inglês, etc.;
conténs, vinténs.
Não se acentuam: as oxítonas terminadas em i e u, e em - após ditongos. Ex.: calabouço, beiço, caiçara, toicinho, foice,
consoantes nem os infinitivos em i, seguidos dos pronomes coice etc.;
oblíquos lo, la, los, lãs.: saci, rubi, Aracaju, sutil, clamor, fi-lo,
puni-la, reduzi-los, feri-las. - verbos terminados em -ter originam substantivos terminados
em -tenção: ater - atenção, abster - abstenção, conter - conten-
3 Acentuam-se as palavras paroxítonas exceto aquelas termina- ção, deter - detenção, reter - retenção.
das em a, e, o, seguidas ou não de s, em, ens, bem como prefi-
xos paroxítonos terminados em i ou r.: dândi, júri, órfã, mártir, USO DO X
éter, álbum, hábil, bênção, bíceps, ônix, vírus - depois de ditongo. Ex.: ameixa, caixa, frouxo, peixe. Exceção:
* espelho, famosa, medo, ontem, socorro, polens, hifens, pires, recauchutar e seus derivados;
tela, super-homem. - depois da sílaba inicial en. Ex.: enxame, enxada, enxaque-
Atenção: Acentuam-se as paroxítonas terminados em ditongo ca. depois da silaba inicial me. Ex.: mexilhão, mexer. Exceção:
oral seguido ou não de s.: mecha e derivados.
hóquei, imundície, língua, venérea, corsário, ingênuos. o Exceções:
o enchova, enchumaçar e vocábulos derivados;
4 Acentuam-se as palavras proparoxítonas sem exceção.: gráfi- o encher e seus derivados (enchente, enchimen-
co, cardíaco, faríamos, abóbora, bússola, tímpano, dúvida, líqui- to, preencher);
do, mérito, séquito, política, relâmpago, flácida. o palavras derivadas de primitivas com ch: Ex.:
chapéu – enchapelar, chiqueiro – enchiqueirar,
5 Acentuam-se os ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não charco - encharcar.
de s em palavras monossílabas e oxítonas.: pastéis, mói, herói, - Palavras de origem indígena ou africana. Ex.: abacaxi, xavan-
troféu, anéis. te, caxambu, xampu, orixá.
Atenção: Pela nova ortografia não se acentuam ditongos aber-
tos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras paroxíto- USA-SE G
nas.: ideia, plateia, assembleia. - nas palavras seguintes: algema, auge, bege, estrangei-
ro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera,
6 Não se acentua, pela nova ortografia, palavras paroxítonas monge, rabugento, vagem;
com hiato oo seguidos ou não de s. : voos, enjoo, abençoo.
- nas palavras com terminações ágio, égio, ígio, ógio, úgio. Ex.:
7 Também não se acentuam as palavras paroxítonas com hiato pedágio, estágio, privilégio, colégio, prestígio, relógio, refúgio;
ee. : creem, leem, veem, deem.
Material do Professor Robé- - nos substantivos terminados em gem. Ex.: vertigem, barra-
rio D. Viana gem, viagem, miragem, origem, vagem. Exceções: pajem, la-
8 Acentuam-se sempre as palavras que contenham i , u: tôni- jem, lambujem;
cas; formam hiatos; formam sílabas sozinhas ou são seguidos
de s; não seguidas de nh; não precedidas de ditongo em paroxí- - nas palavras derivadas de outras grafadas com g: engessar
tonas; nem repetidas.: aí, balaústre, baú, egoísta, açaí, proteí- (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de verti-
na, saída, saúde, viúvo, juízes. Pela regra exposta acima, não se gem).
acentuam: rainha, xiita, ruim, juiz, feiura.
USA-SE J
9 Pela nova ortografia, não se acentua com acento agudo u - nos seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue,
tônico dos grupos que, qui, gue, gui: argui, arguis, averigue, majestade, jeito, jejum, traje, pegajento, laje;
averigues, oblique, obliques, apazigues.
- nos verbos terminados em -jar. Ex.: arranjar (arranjo, arranje,
10 Da mesma forma não se usa mais o trema: frequente, tran- arranjem), enferrujar, despejar, despejar;
quilo, linguiça, aguentar, arguição, unguento, tranquilizante.
- nas palavras de origem tupi, africana ou árabe. Ex.: jiboia,
11 Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, paje, jerico, canjica, manjericão, moji;
coração, devoções, maçã, relação etc.
- nas palavras derivadas de outras com j. Ex.: lisonja – lisonje-
12 O acento diferencial foi excluído. Mantém-se apenas nes- ar, laranja - laranjeira, rijo - enrijecer, jeito - ajeitar, lisonja -
tas quatro palavras, para distinguir uma da outra que se grafa lisonjeador, loja - logista.
de igual maneira:
pôde (verbo poder no tempo passado) / pode (verbo poder no
tempo presente); USA-SE S
pôr ( verbo) / por (preposição); - nos adjetivos terminados em oso/osa. Ex.: honroso, honrosa,
vem ( verbo vir na 3ª pessoa do singular) / vêm ( verbo vir na saboroso, saborosa, formoso, formosa, habilidoso, habilidosa;
3ª pessoa do plural);
2
Português
Robério Dantas
ATENÇÃO: Se houver s no radical da palavra primitiva, a pala- A combinação de outras preposições com a (para a, na, da, pela
vra derivada manterá o s. Ex.: pesquisa – pesquisar, pesquisa- e com a, principalmente) indica se o a ou as deve levar crase.
dor; paralisia – paralisar, paralisação; Não é necessário que a frase alternativa tenha o mesmo sentido
da original nem que a regência seja correta.
USA-SE E / I
emprega-se e nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disen-
teria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc.; Exemplos: Emprestou o livro à amiga (para a amiga). / Chegou
à Espanha (da Espanha). / As visitas virão às 6 horas (pelas 6
emprega-se i nos seguintes vocábulos: borígine, artimanha, horas). / Estava às portas da morte (nas portas). / À saída (na
chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc; saída). / À falta de (na falta de, com a falta de).
nos verbos terminados em oar e uar = final e. Ex.: abençoar – Usa-se a crase ainda:
abençoe, atenuar – atenue, magoar - magoe, continuar - conti-
nue; 1 – Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àqui-
lo, àqueloutro (e derivados): Cheguei àquele (a + aque-
nos verbos terminados em air, oer e uir = final i. Ex.: sair – sai, le) lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles
roer – rói, possuir – possui. livros. / Não deu importância àquilo.
USO DO O / U
- A vogal o, de timbre fechado, quando reduzida, soa quase 2 – Nas indicações de horas, desde que determina-
como u, o que acaba provocando dúvidas quanto à grafia de das: Chegou às 8 horas, às 10 horas, à 1 hora. Zero e
algumas palavras; meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à
zero hora. / Veio à meia-noite em ponto. A indetermina-
- Grafam-se com a letra o: Ex.: abolir, bússola, goela, mocam-
ção afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.
bo, nódoa, óbolo, rebotalho;
- Grafam-se com a letra u: Ex.: bulício, buliçoso, burburinho, 3 – Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjunti-
curtume, lóbulo, tonitruante, rebuliço, entupir. vas como às pressas, às vezes, à risca, à noite, à di-
reita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à
USO DE SS procura de, à mercê de, à custa de, à medida que, à
em todos os substantivos derivados de verbos terminados em -
gredir, -mitir, - ceder" e -cutir, -meter e –primir
proporção que, à força de, à espera de: Saiu às pres-
3
Português
Robério Dantas
sas. / Vive à custa do pai. / Estava à espera do irmão. / 8 – Uma: Foi a uma festa. Exceções. Na locução à uma
Sua tristeza aumentava à medida que os amigos partiam. (ao mesmo tempo) e no caso em que uma designa hora
/ Serviu o filé à moda da casa. (Sairá à uma hora).
4 – Nas locuções que indicam meio ou instrumento e 9 – Palavra feminina tomada em sentido genéri-
em outras nas quais a tradição lingüística o exija, co: Não damos ouvidos a reclamações. / Em respeito a
como à bala, à faca, à máquina, à chave, à vista, à morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito
venda, à toa, à tinta, à mão, à navalha, à espada, à a falecimento, e não ao falecimento. / Não me refiro a
baioneta calada, à queima-roupa, à fome (matar à mulheres, mas a meninas.
fome): Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito à tinta, à Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o
mão, à máquina. / Pagamento à vista. / Produto à venda. indefinido uma antes da palavra feminina, não existirá
/ Andava à toa. Observação: Neste caso não se pode crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a
usar a regra prática de substituir a por ao. (uma) multa. / Igreja reage a (uma) ofensa de candidato
em Guarulhos. / As reportagens não estão necessaria-
5 – Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a mente ligadas a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma)
ou as puderem ser substituídos por ao ou aos: Eis a sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a (uma)
moça à qual você se referiu (equivalente: eis o rapaz ao falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a
qual você se referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais (uma) política de alianças.
nos dedicamos (fez alusão aos trabalhos aos quais…). / Havendo determinação, porém, a crase é indispensá-
É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (é vel: Morte de bebês leva à punição (ao castigo) de médi-
um problema semelhante ao que…) co. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao
desejo) dos superiores.
Não se usa a crase antes de: 10 – Substantivos no plural que fazem parte de locu-
ções de modo:Pegaram-se a dentadas. / Agrediram-se a
1 – Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo,
bofetadas. / Progrediram a duras penas.
caminhadas a esmo, cheirar a suor, viajar a cavalo, ves-
tir-se a caráter. Exceção. Existe a crase quando se po-
11 – Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a
de subentender uma palavra feminina, especialmente
Ana Néri. / Preferia Ingrid Bergman a Greta Garbo.
moda e maneira, ou qualquer outra que determine um
nome de empresa ou coisa: Salto à Luís XV (à moda de
12 – Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Maria . / Já
Luís XV). / Estilo à Machado de Assis (à maneira de). /
se acostumou a madame Angélica. Exceção: Há crase
Referiu-se à Apollo (à nave Apollo). / Dirigiu-se à (fragata)
se o dona ou o madame estiverem particulariza-
Gustavo Barroso. / Vou à (editora) Melhoramentos. / Fez
dos: Referia-se à Dona Flor dos dois maridos.
alusão à (revista) Projeto.
13 – Numerais considerados de forma indetermina-
2 – Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma
da: O número de mortos chegou a dez. / Nasceu a 8 de
este ano. Exceção.Há crase quando se atribui uma
janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas.
qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. / Re-
feriu-se à bela Lisboa, à Brasília das mordomias, à Lon-
14 – Distância, desde que não determinada: A polícia
dres do século 19.
ficou a distância. / O navio estava a distância. Quando se
define a distância, existe crase: O navio estava à dis-
3 – Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a
tância de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância
falar.
de seis metros dos manifestantes.
4 – Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente,
15 – Terra, quando a palavra significa terra firme: O
gota a gota, de ponta a ponta.
navio estava chegando a terra. / O marinheiro foi a terra.
(Não há artigo com outras preposições: Viajou por terra. /
5 – Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei
Esteve em terra.) Nos demais significados da palavra,
a esta conclusão. / Dedicou o livro a essa moça.
usa-se a crase: Voltou à terra natal. / Os astronautas
regressaram à Terra.
6 – Outros pronomes que não admitem artigo, como nin-
guém, alguém, toda, cada, tudo, você, alguma, qual, etc.
16 – Casa, considerada como o lugar onde se mo-
ra: Voltou a casa. / Chegou cedo a casa. (Veio de casa,
7 – Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelên-
voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver de-
cia. / Recomendamos a Vossa Senhoria… / Pediram a
terminada, existe crase: Voltou à casa dos pais. / Ire-
Vossa Majestade…
mos à Casa da Moeda. / Fez uma visita à Casa Branca.
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Português
Robério Dantas
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente,
os seguintes elementos: são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos
impessoais são:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado
essencial do verbo: estud-ei; estud-ava; estud-am. (radi- a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou
cal estud-) fazer (em orações temporais). Por exemplo:
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
conjugação a que pertence o verbo: estuda-r Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
São três as conjugações:1ª - Vogal Temática - A - (amar)/ 2ª - b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo). Por exemplo:
Vogal Temática - E - (varrer)/ 3ª - Vogal Temática - I - (sorrir)
5
Português
Robério Dantas
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia. Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfo-
lógicos ou eufônicos. Por exemplo: verbo falir
c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são
impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhe-
Este verbo teria como formas do presente do indicati-
cer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanhe-
vo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que prova-
ci mal-humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido
velmente causaria problemas de interpretação em certos con-
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido
textos.
figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Por exemplo:
Por exemplo: verbo computar
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Este verbo teria como formas do presente do indicativo compu-
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
to, computas, computa - formas de sonoridade considerada
ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas
d) São impessoais, ainda:
vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas
por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio ver-
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
bo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização
Ex.: Já passa das seis.
da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos
e pessoas.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma
indicando suficiência. Ex.: Basta de tolices. Chega
com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocor-
de blasfêmias.
rer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas
em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas cur-
tas (particípio irregular). Observe:
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem,
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem refe-
rência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse
caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
verbos, então, pessoais. Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser Eleger Elegido Eleito
possível". Por exemplo: Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Não deu para chegar mais cedo.
Matar Matado Morto
Dá para me arrumar uns trocados?
Morrer Morrido Morto
Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se Pegar Pegado Pego
apenas nas terceiras pessoas do singular e do plural. Entre os Soltar Soltado Solto
unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais,
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em
como:
sua conjugação. Por exemplo:
bramar (tigre) Ir
Pôr
bramir (crocodilo)
cacarejar (galinha) vou ponho
coaxar (sapo) vais pus
cricrilar (grilo) ides pôs
fui punha
Os principais verbos unipessoais são: foste
Ser
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, Saber
ser (preciso, necessário, etc.). sou sei
és sabes
Observe os exemplos: fui soube
foste saiba
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos seja
bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova) f) Auxiliares
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e
conjunção que. Observe os exemplos: das locuções verbais.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é
fumar) expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou
Vai para dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não particípio:
vejo Cláudia)
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Português
Robério Dantas
Vou espantar as moscas. são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes,
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo) apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exer-
cem funções sintáticas.
Está chegando a hora do debate. Por exemplo: Eu me feri. --- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular
me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular
(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)
São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exem-
átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, plo: Estuda agora, menino.
expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas
reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (re- Formas Nominais
flexivos essenciais). Veja:
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advér-
pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster- bio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se,
etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de
implícita no radical do verbo: Arrependi-me de ter estado lá. modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem
um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, Viver é lutar. (=vida é luta) É indispensável combater a corrup-
pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o ção. (= combate à)
pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do
verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz- O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
expressa pelo radical do próprio verbo.
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos
pronomes): b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas
do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta
Eu me arrependo desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas de-
Tu te arrependes mais, flexiona-se da seguinte maneira:
Ele se arrepende 2ª pessoa do singular: Radical
Nós nos arrependemos Ex.: teres (tu)
+ ES
Vós vos arrependeis 1ª pessoa do plural: Radical +
Eles se arrependem Ex.: termos (nós)
MOS
2ª pessoa do plural: Radical +
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a Ex.: terdes (vós)
DES
ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por 3ª pessoa do plural: Radical +
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito Ex.: terem (eles)
EM
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser Por exemplo:
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se
chama voz reflexiva: Maria se penteava. Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad-
exercida também sobre outra pessoa: Maria penteou-me. vérbio. Por exemplo:
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes forma composta, uma ação concluída:
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais,
7
Português
Robério Dantas
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que pode-
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. ria ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado:
Se eu tivesse ganhado esse dinheiro, teria viajado nas férias.
d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tem-
pos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de
uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e Tempos do Subjuntivo
grau: Terminados os exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo atual: É conveniente que estudes para o exame.
(adjetivo verbal): Ela foi a aluna escolhida para representar a
escola. Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas poste-
rior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Embora o teste
Eu estudo neste colégio. já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de
exames.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num mo-
mento anterior ao atual, mas que não foi completamente termi- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
nado. Por exemplo: ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando
ele vier à loja, levará as encomendas.
Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indi-
Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num cam possibilidade ou desejo: Se ele vier à loja, levará as enco-
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Por mendas.
exemplo:
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
Ele estudou as lições ontem à noite. ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro:
Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
início no passado e que pode se prolongar até o momento atual. Formação dos Tempos Simples
Por exemplo:
Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em
primitivos e derivados.
Tenho estudado muito para os exames.
Primitivos:
Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Presente do indicativo
antes de outro fato já terminado. Por exemplo:
Pretérito perfeito do indicativo
Infinitivo impessoal
Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram.
(forma composta)
Derivados do Presente do Indicativo:
Presente do subjuntivo
Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma
Imperativo afirmativo
simples)
Imperativo negativo
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Por exemplo:
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo
Ele estudará as lições amanhã.
Derivados do Infinitivo Impessoal:
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
Futuro do presente do indicativo
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
Futuro do pretérito do indicativo
antes de outro fato futuro: Antes de bater o sinal, os alunos
Imperfeito do indicativo
já terão terminado o teste.
Gerúndio
Particípio
Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu
Tempos Primitivos
tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
8
Português
Robério Dantas
Presente do Indicativo
Tempos Compostos
Veja os exemplos: a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação ex-
pressa pelo verbo. Por exemplo:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Ele fez o trabalho.
Manuel. sujeito agente ação objeto (paciente)
b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex-
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as
pressa pelo verbo. Por exemplo:
frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei "você" praticar
a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro O trabalho foi feito por ele.
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já". Assim, ob- sujeito paciente ação agente da passiva
serve que o mesmo ocorre nas frases a seguir:
c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Ma- paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo:
nuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado A menina penteava-se a todo momento.
a Manuel.
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção
8) Infinitivo Pessoal Composto: É a formação de locução de reciprocidade. Por exemplo:
verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal sim-
ples e o principal no particípio, indicando ação passada em Os candidatos agrediram-se verbalmente. (um ao outro)
relação ao momento da fala: Para você ter comprado esse carro,
necessitou de muito dinheiro.
Formação da Voz Passiva
Locuções Verbais A voz passiva pode ser formada por dois proces-
sos: analítico e sintético.
Outro tipo de conjugação composta - também chama-
da conjugação perifrástica - são as locuções verbais, consti- 1- Voz Passiva Analítica
tuídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo.
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do
São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel verbo principal. Por exemplo:
equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último
verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas A escola será pintada.
nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocor- O trabalho é feito por ele.
rem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos:
Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da pre-
Estou lendo o jornal. posição por, mas pode ocorrer a construção com a preposi-
ção de. Por exemplo:
Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.
A casa ficou cercada de soldados.
Ninguém poderá sair antes do término da sessão.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja
A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas explícito na frase. Por exemplo:
locuções, conseguindo exprimir por meio delas os mais variados
matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é A exposição será aberta amanhã.
usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva analíti-
ca do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a - A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois
potencialidade ou a necessidade de que determinado processo o particípio é invariável. Observe a transformação das frases
se realize ou não: seguintes:
Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, dese-
jo: Quero ver você hoje. Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Também são largamente usados como auxiliares: começar
a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vir e estar, Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
todos ligados à noção de aspecto verbal. O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica 6. Não sou daqueles que recusa / recusam as obrigações.
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como
auxiliares: A moça ficou marcada pela doença. Nesse caso, o referente do pronome relativo que é daqueles, a
regra fundamental de concordância com o sujeito deverá levar o
2- Voz Passiva Sintética verbo para a 3ª pessoa do plural. Entretanto, também é acei-
to quando refletimos em uma concordância com um daqueles
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo que.
na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE: Abriram-
se as inscrições para o concurso. / Destruiu-se o velho prédio 7. Verbo ser + pronome pessoal + que – o verbo concorda
da escola. com o pronome pessoal.
Ex.: Sou eu que executo a obra. Seremos nós que executare-
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintéti- mos a obra.
ca.
Verbo ser + pronome pessoal + quem – o verbo concorda
CONCORDÂNCIA VERBO-NOMINAL com o pronome pessoal ou fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Sou eu quem inicio a leitura. Sou eu quem inicia a leitura.
- CONCORDÂNCIA VERBAL
8. Nomes próprios locativos ou intitulativos – se precedidos
A regra básica da concordância verbal é o verbo concordar em de artigo plural, o verbo irá para o plural; não sendo assim, irá
número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) com o sujei- para o singular.
to da frase. Ex.: Os Estados Unidos reforçam as suas bases.
Minas Gerais progride muito.
1. Sujeito simples – o verbo concordará com ele em número e
pessoa. 9. Pronome relativo antecedido da expressão “um dos”,
Ex.: O artista excursionará por várias cidades do interior. “uma das” – verbo na 3ª pessoa do singular ou do plural.
2. Sujeito composto – em regra geral, o verbo vai para o Ex.: Ela é uma das que mais impressiona (ou impressionam).
plural. Quando apresenta uma ideia de seletividade, fica obrigatoria-
Ex.: Sua avareza e seu egoísmo fizeram com que todos o aban- mente no singular.
donassem. Ex.: Aquela é uma das peças de Nelson Rodrigues que hoje se
apresentará neste teatro.
Se o sujeito vier depois do verbo, concorda com o núcleo mais
próximo, ou vai para o plural. 10. Concordância do verbo ser:
Ex.: ―Ainda reinavam (ou reinava) a confusão e a tristeza‖ (Di-
nah S. de Queiroz). a) sujeito nome de coisa ou um dos pronomes nada, tudo,
isso ou aquilo + verbo ser + PREDICATIVO no plural:
Se o sujeito vier composto por pronomes pessoais diferentes – o verbo no singular ou no plural (mais comum).
verbo concordará conforme a prioridade gramatical das pessoas. Ex.: "A pátria não é ninguém: são todos.‖ (Rui Barbosa)
Ex.: Eu e você somos pessoas responsáveis. b) NAS ORAÇÕES INTERROGATIVAS iniciadas pelos pro-
Atenção! Tu e ela estudais / estudam. A segunda forma é mais nomes quem, que, o que – verbo ser concorda com o nome
usada atualmente. ou pronome que vem depois.
Ex.: Quem eram os culpados?
3. Expressões não só...mas também, tanto/quanto que
relacionam sujeitos compostos permitem a concordância do c) 1º TERMO – SUJEITO = substantivo; 2º termo = pro-
verbo no singular ou no plural. nome pessoal, o verbo concorda com o pronome pessoal.
Ex.: Tanto o rapaz quanto o amigo obtiveram/obteve nota má- Ex: Os defensores somos nós.
xima na redação do ENEM.
d) Nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é tanto, é
4. Sujeito composto ligado por ou: bastante + determinação de preço, medida ou quantida-
- indicando exclusão, ou sinonímia – o verbo fica no singular. de: verbo no singular.
Ex.: Maria ou Joana será representante. Ex.: Dez reais é quase nada.
- indicando inclusão, ou antonímia – o verbo fica no plural. e) Indicando hora, data ou distância – o verbo concor-
Ex.: O amor ou o ódio estão presentes. da com o predicativo.
Ex.: São três horas. Hoje são 15 de fevereiro.
- indicando retificação – o verbo concorda com o núcleo mais
próximo. 11. PASSIVO – NA VOZ PASSIVA SINTÉTICA, com o pro-
Ex.: O aluno ou os alunos cuidarão da exposição. nome apassivador SE, o verbo concorda com o sujeito paci-
ente (que é um aparente objeto direto).
5. Quando o sujeito é representado por expressões como a Ex.: Escutavam-se vozes.
maioria de, a maior parte de e um nome no plural, o verbo
concorda no singular (realçando o todo) ou no plural (destacan- INDETERMINADO – com o pronome indeterminador do sujeito,
do a ação dos indivíduos). o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Precisa-se de operários.
Ex.: A maioria dos jovens quer as reformas. (ou) A maioria dos
jovens querem as reformas.
11
Português
Robério Dantas
2. Concordância do adjetivo com dois ou mais substanti- Ex.: Ela é pseudo-administradora, por isso fiquemos sempre
vos alerta.
a) Substantivos do mesmo gênero, o adjetivo irá para o plural 9. QUITE = LIVRE – concorda com aquele a que se refere.
desse gênero ou concordará com o mais próximo (concordância Ex.: Estamos quites com a mensalidade.
atrativa).
Ex.: Bondade e alegria raras ou rara. 10. OBRIGADO, MESMO, PRÓPRIO – concordam com o gêne-
ro e número da pessoa a que se referem.
b) Substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo irá para o Ex.: Ela disse:
masculino plural ou concordará com o mais próximo. - Muito obrigada, eu mesma cuidarei do assunto.
Ex.: Atitude e caráter apropriados ou apropriado.
11 ADJETIVOS COMPOSTOS flexionam apenas o último
c) Adjetivo anteposto aos substantivos, nos dois casos acima, a elemento.
norma geral é que ele concorde com o substantivo mais próxi- Ex: Luva médico-cirúrgica – luvas médico-cirúrgicas
mo. Instrumento médico-cirúrgico – Instrumentos médi-
Ex.: Mantenha desligadas as lâmpadas e os eletrodomésticos. co-cirúrgicos
d) Substantivos com sentido equivalente ou expressam grada- 12 É BOM, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO não
ção, o adjetivo concorda com o mais próximo. variam se o sujeito não vier determinado, caso contrário a con-
Ex.: Revelava pura alma e espírito. cordância será obrigatória.
Ex: Água é bom / A água é boa / Bebida é proibido para meno-
res / As bebidas são proibidas para menores / Chuva é necessá-
CASOS PARTICULARES rio / Aquela chuva foi necessária
1. POSSÍVEL
REGÊNCIA VERBO-NOMINAL
a) precedido de o mais,o menor, o melhor, o pior – singular;
b) precedido de os mais, os menores, os melhores, os piores – O verbo pede um complemento que pode ou não se ligar a ele
plural. por meio de preposição. A escolha da preposição adequada
Ex.: Estampas o mais possível claras. / Estampas as mais claras depende da significação do verbo:
possíveis.
1. Há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar o
2. ANEXO / INCLUSO – adjetivos, concordam com o substan-
tivo a que se referem. significado: João não tarda a chegar. João não tarda em chegar.
Ex.: Envio-lhe anexos / inclusos os documentos. (em anexo, 2. Há verbos que mudam de regência quando se altera o signifi-
junto a são invariáveis)
cado: Aspirei o aroma das flores. (aspirar = sorver). Aspirei a
3. LESO (adjetivo = lesado, prejudicado) concorda com o subs-
tantivo com o qual forma uma composição. um bom cargo. (aspirar = desejar).
Ex.: Cometeu crime de lesa-pátria.
a) substantivo com sentido indeterminado (sem artigo) – adjeti- Agradar (transitivo direto - contentar, fazer carinhos): Agradar
vo no masculino. o filho com balas.
Ex.: É proibido entrada; Agradar a (transitivo indireto - satisfazer): O espetáculo não
b) substantivo com sentido determinado (com artigo) – adjetivo agradou ao público.
concorda com o substantivo. Ex.: É necessária muita cautela. Desagradar é sempre transitivo indireto - O espetáculo desa-
gradou ao público.
5. MEIO – numeral = metade (variável) Aspirar (transitivo direto - respirar, absorver): Aspiro o perfu-
Ex.: Falou meias verdades. me das flores.
Advérbio = parcialmente (variável). Aspirar a (transitivo indireto - desejar ardentemente): Aspiro a
Ex.: Encontrava-se meio fatigada. uma posição de destaque.
12
Português
Robério Dantas
Assistir (transitivo direto - prestar assistência):O médico assis- Preferir a (transitivo direto e indireto): Prefiro doces a salga-
te o doente. dos. Prefiro cinema a teatro.
Assistir a (transitivo indireto - ver): Eu assisti a um bom filme. Querer (transitivo direto - desejar): Eu quero sorvete.
Assistir a (transitivo indireto - caber): Este direito assiste ao Querer a (transitivo indireto - amar, estimar): Quero muito a
trabalhador. meus pais.
Assistir em (intransitivo - morar): Eu assisto em São Paulo. Reparar (transitivo direto - consertar): O marceneiro reparou a
Atender (transitivo direto ou transitivo indireto - complemento porta.
pessoa): Atender um cliente. Reparar em (transitivo indireto - observar): Reparar nas mãos
Atender a um cliente (prefere-se o uso do complemento oblí- de Eugênia.
quo o: Atendi-o, em vez de: Atendi-lhe). Reparar para (transitivo indireto - olhar): Repare para aquela
Atender a (transitivo indireto - complemento coisa) paisagem.
Atender ao telefone, ao portão, à campainha (usa-se a ele, e
não lhe: O telefone toca, e ninguém a ele atende.): Se o objeto indireto é uma oração, omite-se, geralmente, a
preposição: Ninguém reparou que brincávamos.
Chamar (transitivo direto - apelidar; com ou sem de): Chamei-
o palhaço. Chamei-o de palhaço. Servir (transitivo direto - prestar serviço a; pôr sobre a mesa):
Chamar (transitivo direto - fazer vir, convocar): Chamar o A secretária serve o diretor.
elevador. Chamar as crianças. Servir a (transitivo indireto - ser útil, convir): Esta máquina não
Chamar (transitivo direto - atrair): Esse fato chamou a atenção serve a nosso tipo de trabalho.
da polícia. Simpatizar com - Antipatizar com (transitivo indireto): Simpa-
Chamar a (transitivo direto e indireto - repreender): Chamei-o tizei com Tereza.
à atenção. Visar (transitivo direto - pôr o visto, apontar para): Visar o
Chamar-se (preposicionado - ter por nome): Eu me chamo passaporte. Visar o passarinho.
Maria. Como você se chama? Visar a (transitivo indireto - desejar, objetivar): Ele visa a uma
Chegar a - Ir a - Regressar a - Retornar a - Sair a - Subir a posição de destaque.
- Vir a - Voltar a
(intransitivos) - Chegar ao clube. Sair ao terraço. Subir ao mu- COLOCAÇÃO PRONOMINAL
ro. Trepar à árvore. (Observação: todos os verbos e expressões
que dão ideia de movimento usam-se com a preposição a). É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te,
Custar (intransitivo): Custa secar esta cola. Custou aparecer se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
um bom candidato.
Custar a (transitivo indireto): Custou à moça aceitar o fato. Eles podem ser colocados de três maneiras diferentes, de
(Convém evitar este emprego: A moça custou a aceitar o fato.) acordo com as seguintes regras:
Esquecer (transitivo direto): Esqueci o caderno.
Esquecer-se de (transitivo indireto): Esqueci-me do caderno. PRÓCLISE
Esquecer a (transitivo indireto): Esqueceu ao rapaz a lição.
Implicar (transitivo direto - acarretar): Sua atitude implica Próclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do
demissão. verbo. Usa-se a próclise quando houver palavras atrativas.
Implicar com (transitivo indireto – importunar) Ele sempre São elas:
implica com a irmã.
Implicar-se em (transitivo indireto - envolver-se): Ele impli-
Palavras de sentido negativo: Ela nem se incomodou com
cou-se em tráfico de entorpecentes.
meus problemas.
Investir (transitivo direto - aplicar, empregar dinheiro, empos-
Advérbios: Aqui se tem sossego, para trabalhar.
sar):
Pronomes Indefinidos: Alguém me telefonou?
João investiu todo seu dinheiro em ações. Investiu o filho na
Pronomes Interrogativos: Que me acontecerá agora?
presidência da empresa.
Pronomes Relativos: A pessoa que me telefonou não se iden-
Investir contra ou sobre (transitivo indireto - atacar com
tificou.
ímpeto): O cão investiu contra a menina.
Pronomes Demonstrativos Neutros: Isso me comoveu
Lembrar (transitivo direto - fazer recordar): Ela lembra muito a
deveras.
mãe na maneira de vestir-se.
Conjunções Subordinativas: Escrevia os nomes, conforme
Lembrar a (transitivo direto e indireto - advertir, recordar):
me lembrava deles.
Lembrei-lhe o fato. Lembramos a eles que já era tarde.
Lembrar-se de (transitivo indireto - recorda-se, ter lembran-
Outros usos da próclise:
ça): Lembro-me de tudo.
Morar em - Residir em (intransitivo): Eu moro na Rua do Lago.
1) Em frases exclamativas e/ou optativas (que exprimem
Namorar (transitivo direto - Namorar alguém - não namorar
desejo):
com): João namora Maria.
Obedecer a - Desobedecer a (transitivo indireto): Obedeço a
todos. Desobedeci a um sinal de trânsito. Ex. Quantas injúrias se cometeram naquele caso!
Deus te abençoe, meu amigo!
Se o complemento é coisa, não se admite o pronome lhe, que é
substituído por a 2) Em frases com preposição em + verbo no gerúndio:
Pagar a - Perdoar a (transitivo direto e indireto): Pagar algo a
alguém. Paguei os honorários ao advogado. Perdoar um pecado Ex. Em se tratando de gastronomia, a Itália é ótima.
a alguém. Perdoei a dívida a meu amigo. Em se estudando Literatura, não se esqueça de Carlos Drum-
mond de Andrade.
Se se omitir a coisa, temos: Pagar a alguém. Perdoar a alguém.
Pisar (transitivo direto): Não pise a grama. O artista pisou o
palco com vontade.
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Português
Robério Dantas
3) Em frases com preposição + infinitivo flexionado: Ex.: Eu me queixei de você/Eu queixei-me de você.
Os alunos se esforçaram/Os alunos esforçaram-se.
Ex. Ao nos posicionarmos a favor dela, ganhamos alguns inimi-
gos. EMPREGO DE “EU e TU” / “TI e MIM”
Ao se referirem a mim, fizeram-no com respeito. Os pronomes ―eu‖ e ―tu‖ só podem figurar como sujeito de uma
oração. Assim, não podem vir precedidos de preposição funcio-
4) Havendo duas palavras atrativas, tanto o pronome nando como complemento. Para exercer esta função, deve-se
poderá ficar após as duas palavras, quanto entre elas: empregar as formas ―mim‖ e ―ti‖.
Vírgula ( , )
Na formação da mesóclise, ocorre o mesmo: Direi a verda-
de/Di-la-ei; Farão o trabalho/Fá-lo-ão; Traríamos as aposti-
las/Trá-las-íamos. - Nas datas, para separar o nome da localidade: Aracaju,
05 de abril de 2018.
Obs.: Se o verbo não estiver no início da frase e estiver conju- - Após os advérbios "sim" ou "não", usados como respos-
gado no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretérito, no Brasil, ta, no início da frase:
tanto poderemos usar Próclise, quanto Mesóclise. – Você gostou do vestido?
Ex.: Eu me queixarei de você/Eu queixar-me-ei de você. Os – Sim, eu adorei!
alunos se esforçarão/Os alunos esforçar-se-ão. – Pretende usá-lo hoje?
– Não, no final de semana.
ÊNCLISE
- Após a saudação em correspondência (social e comerci-
Ênclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do al): Com muito amor, / Respeitosamente,
verbo.
- Para separar termos de uma mesma função sintática: A
Usa-se a ênclise, principalmente nos seguintes casos: casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o pe-
1) Quando o verbo iniciar a oração. núltimo termo.
c) um vocativo: Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava
atrasado. todo o conteúdo.
- Para isolar elementos repetidos: A casa, a casa está des- - Para indicar oposicão de sentidos numa frase Uns chora-
truída. / Estão todos cansados, cansados de dar dó! vam; outros riam.
ATENÇÃO: Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos Termos caracterizadores : predicativo e adjunto adnominal
em que se pode usar a vírgula antes de sua ocorrência:
Termo modalizador (circunstancial): adjunto adverbial
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos dife-
rentes: O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Termo explicativo (esclarecedor): aposto
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é
sujeito de "protestou". Termo invocativo (apóstrofe): vocativo
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade
******Observações******
de dar ênfase (polissíndeto):
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
Complemento nominal: termo passivo/precedido de preposi-
ção/liga-se a substantivo, a adjetivo e a advérbio.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que
não seja da adição (adversidade, consequência, por
Adjunto adnominal: além de termo qualificador, /possui valor
exemplo):
ativo / liga-se exclusivamente a substantivo
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
Agente da passiva: termo que pratica ação/ vem precedido
- Para separar orações subordinadas substantivas e ad-
pela estrutura SER + verbo principal no PARTICÍPIO
verbiais (quando estiverem antes da oração principal):
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Objeto direto: termo passivo ligado a verbo transitivo direto
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
(verbo que não exige preposição)
- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicati-
vas:
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Português
Robério Dantas
Rompi com o mundo, queimei meus navios. Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
Me diz pra onde é que inda posso ir..‖ E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
(Manuel Bandeira)
Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os em-
O artista é erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
presários afirmaram que os resultados eram bastante razo-
(Manoel de Barros)
áveis.
Vocativo
O livro que você comprou é raro.
Querida, obrigado pela surpresa.
Agente da Passiva
Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
Ela deve estar sendo orientada pelo decano do Departamen-
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
to.
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
A moça ficou marcada pela doença.
Ah! Não, minha Marília,
A cidade está sitiada por soldados.
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça. (Tomás Antônio Gonzaga)
Aposto
Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce. Ignoro quantos são os desabrigados.
Contanto que se esforce, você terá um futuro brilhante. Eu sei por que ele não veio.
A continuar agindo dessa maneira, tudo se dificultará.
Objetivas indiretas:
Conformativa: funciona como adjunto adverbial de confor- funcionam como objeto
midade. É iniciada por uma conjunção subordinativa conformati- indireto.
va ou por uma locução conjuntiva subordinativa conformativa. Não me oponho a que você viaje.
São elas: como, conforme, segundo: Daremos o prêmio a quem o merecer.
Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Lembre-se de que a vida é breve.
Prefeitura. O santo exortava o povo a que se mantivesse fiel a Deus.
Como combinamos ontem, eis os documentos. O soldado insistia em que a prisão fosse feita.
O coronel Ferreira avisava-o de que se acautelasse.
Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conse- Alguém me convencera de que eu devia jejuar.
qüência. É iniciada pela conjunção subordinativa consecutiva
que. Na oração principal normalmente surge um advérbio de Predicativas: exercem a
intensidade tal, tanto, tamanho(a): (tão)... que, (tanto)... que, função de predicativo
(tamanho)... que: do sujeito.
Seu receio era que chovesse.
Ele fala tão alto, que não precisa do microfone. Minha esperança era que ele desistisse.
Ele é de tamanha capacidade, que a todos encanta. Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
Não sou quem você pensa.
Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É Arnaldo foi quem trabalhou menos.
iniciada por uma conjunção subordinativa temporal ou por uma Para alguns a pátria é onde se está bem.
locução conjuntiva subordinativa temporal. São elas: quando, O certo é que a pacata fisionomia da cidade ganhou ani-
enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal. mação.
Também pode ser iniciada por ao, estando o verbo no infinitivo: Completivas nominais:
Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo. têm a função de com-
Ao terminar essa discussão, sairemos daqui plemento nominal de
um substantivo ou adje-
Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É inicia- tivo da oração principal.
da por uma conjunção subordinativa final ou por uma locução Sou favorável a que o prendam.
conjuntiva subordinativa final. São elas: a fim de que, para que, Sê grato a quem te ensina.
porque. Também pode ser iniciada pela preposição para, estan- Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.
do o verbo no infinitivo: Estava convencido de que um dia lhe dariam razão.
Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam. Mariana teve a sensação de que alguém a observava.
Aqui estamos para estudar. Há necessidade de quem é luz do mundo e sal da terra.
Orações coordenadas sindéticas - A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo:
Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do - Homógrafos (mesma grafia)
emprego é a causa da tristeza de Henrique.)
Erro (subst.) – erro (verbo)
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a Colher (subst.) – Colher (verbo)
oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, Rego (subst.) – rego (verbo)
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal. Emprego (subst.) – emprego (verbo)
Gosto (subst..) – gosto (verbo)
Posto (subst.) – posto (verbo)
SEMÂNTICA (SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS)
- Homônimos perfeitos
nos enterra.‖ o termo em parênteses foi omitido sem que o ―Grita o mar, brama o fogo, silva a fera, /Chora Adão, geme o
sentido da frase fosse alterado. pranto, brada o rogo.‖ Francisco de Vasconcelos
Exemplo: ―A tarde talvez fosse azul, / * não houvesse tantos
desejos‖ (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de Andra- 18. Anacoluto
de)
* O poeta omitiu a conjunção condicional SE. Trata-se de uma alteração na estrutura da frase, a qual é inter-
rompida por algum elemento inserido de forma ―solta‖.
13. Zeugma Exemplo: Eu, me parece
O zeugma é basicamente o mesmo que a elipse, com a diferen- que entre eles não há possibilidade de entendimento.
ça de que ele é específico para omitir um termo citado anterior- 19. Antítese
mente — por exemplo, quando dizemos ―Eu prefiro literatura;
ele, linguística‖, e deixamos de repetir o verbo ―preferir‖. É uma figura de linguagem caracterizada pela aproximação de
conceitos contrários ou de ideias opostas.
Exemplo: ―O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O
meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano‖ (Paratodos — Chi- Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
co Buarque) Depois da Luz se segue a noite escura,
* O compositor omitiu a forma verbal ―era‖. Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria. (Gregório de Matos)
14. Silepse
A silepse é quando há concordância com uma ideia, e não com 20. Paradoxo
uma palavra — ou seja, ela é feita com um elemento implícito.
Pode ocorrer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de Fusão de conceitos opostos num mesmo enunciado. Noções
pessoa. mutuamente excludentes são postas em relação e/ou incidem
sobre um mesmo referencial.
Em ―O casal se atrasou, estavam se arrumando‖, temos uma Exemplo: ―Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase
silepse de número. (O casal: 3ª pessoa do singular) (estavam: vive já morreu‖. (Luís Fernando Veríssimo)
3ª pessoa do plural) Na realidade, não há quase vida nem quase morte; ou se vive,
Em ―Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins pú- ou se está morto. Entretanto, o autor utilizou essas duas con-
blicos", temos uma silepse de pessoa. (Os cariocas: 3ª pessoa cepções para ilustrar a reflexão a respeito da vida que não é
do plural) (somos: 1ª pessoa do plural) plenamente vivida.
Em ―Vossa Alteza está muito abatido‖ ocorre silepse de gênero. 21. Gradação ou Clímax
(Vossa Alteza: expressão feminina) (abatido: adjetivo masculi-
Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma
no)
figura de linguagem que propõe a organização das palavras de
acordo com a progressão — ascendente ou descendente — dos
15. Hipérbato ou Inversão
conceitos. O clímax é obtido com a gradação ascendente, en-
O hipérbato é um recurso de inversão da ordem direta da frase quanto o anticlímax é a organização de forma contrária.
(sujeito-verbo-objeto-complementos). Um exemplo de inversão Exemplos: ―Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns
está na frase ―Dorme tranquila a menina‖ — a ordem natural cingidos de luz, outros ensanguentados.‖ (Ocidentais — Macha-
seria ―A menina dorme tranquila‖. do de Assis)
Exemplo: Tu, que da liberdade após a guerra, Oh, não aguardes, que a madura idade
Foste hasteado dos heróis na lança, Te converta em flor, essa beleza
Antes te houvessem roto na batalha, Em terra, em cinza, em pó, em sobra, em nada. (Gregório de
Que servires a um povo de mortalha!... Matos)
22. Personificação ou Prosopopeia
Na ordem direta: Tu, que foste hasteado na lança dos heróis
após a guerra da liberdade, / Antes te houvessem roto na bata- Atribuição de características e qualidades humanas a objetos
lha, /Que servires a um povo de mortalha!... inanimados ou irracionais.
―As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres‖
Quando a inversão é muito violenta, recebe o nome de SÍNQUI-
(Carlos Drummond de Andrade)
SE e, quando é especificamente da posição do adjetivo, se cha-
ma HIPÁLAGE.
23. Ironia
16. Polissíndeto
Figura por meio da qual se diz o contrário do que se quer dar a
Repetição de uma conjunção. o que provoca intensificação do
entender; uso de palavra ou frase de sentido diverso ou oposto
discurso.
ao que deveria ser empregado. É utilizada para se expressar de
Essa mulher que se arremessa, fria forma sarcástica ou bem-humorada, além de servir como disfar-
E lúbrica aos meus braços, e nos seios ce ou dissimulação.
Me arrebata e me beija e balbucia
Exemplo: ―Marcela amou-me durante quinze meses e on-
Versos, votos de amor e nomes feios.
ze contos de réis.‖
17. Assíndeto
24. Apóstrofe
Ausência de conjunção. É o contrário do que ocorre com o polis-
Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento.
síndeto.
22
Português
Robério Dantas
25. Cacofonia
Junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma + as sílabas
iniciais da outra) que torna o som diferente e cria um novo sig-
nificado — ela é percebida ao falar, com o som fazendo parecer
algo diferente do que realmente foi dito.
Exemplos:
Tomara que seu pai já queira nosso namoro. (jaqueira)
Eu beijei a boca dela. (cadela);
A prova valia 5 pontos, um por cada acerto. (porcada);
Ela tinha uma saia longa. (latinha);
26. Onomatopeia
A onomatopeia é um recurso utilizado com o objetivo de repro-
duzir um barulho, som ou ruído.
Exemplo:
O RELÓGIO (Vinícius de Moraes, Paulo Soledade)
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
27. Aliteração
Repetição do som de sons consonantais na mesma frase. Ela
tem a sonoridade como base, o que ajuda a ditar o ritmo.
Exemplo: ―Toda gente homenageia Januária na janela‖ (Chico
Buarque)
28. Assonância
Repetição de sons vocálicos na mesma frase.
Essa desmesura de paixão
É loucura de coração
Minha Foz do Iguaçu
Polo Sul, meu azul
Luz do sentimento nu (Djavan)
29. Paronomásia
Consiste no uso de palavras iguais ou com sons semelhantes,
mas que têm sentidos diferentes.
Exemplo: "Quem vê um fruto / Pensa logo num furto."
23
Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
1 Ética e moral. Por exemplo: Alguém deixa cair alguma coisa no chão sem
Sempre que tentamos definir o que é ética, esbarramos perceber, você vê, pega o que caiu no chão e vai atrás da
em um problema muito comum no ramo sociológico, a pessoa para devolver são normas sociais, ou seja, um
subjetividade. Quando discutimos o que ético ou moral conjunto de condutas pré-estabelecido por uma
automaticamente consultamos em nossa mente critérios sociedade, e que são consideradas corretas PELO GRUPO,
pessoais sobre estes conceitos. e não por um único indivíduo.
Ética é o estudo, análise e a valoração da conduta
humana, em consonância com os conceitos de bem e mal, O código e o comitê de ética
numa determinada sociedade e num determinado Código de Ética: busca estabelecer políticas e padrões
momento. uniformes, de modo que todos saibam qual seria a
conduta apropriada e adequada a seguir.
Conceito de ética Uma vez implatado do código de ética, são criados os
Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos", e comitês de ética, com formação geralmente por um
tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo número ímpar de integrantes dos diversos departamentos
significado: Conduta, ou relativo aos costumes. da empresa, todos reconhecidos por seus colegas como
Ética como a disciplina filosófica que se ocupa com a pessoas íntegras, com a finalidade de orientar,
reflexão a respeito das noções e princípios que aconselhar, solucionar e investigar (papeis semelhantes
fundamentam a vida moral. a de pais) casos, proceder à análise com profundidade e
- Comportamento moral dos homens em sociedade. sob perspectivas diferentes o problema que foi colocado.
- Conjunto de normas de comportamento, formas de vida, Um código de ética no serviço público não é de uso
princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. universal, mas, sim, empregado para dar solução de
A ética, para Sá (2003, p. 15) “estuda os fenômenos conflitos morais específicos do grupo que compõe uma
morais, as morais históricas, os códigos de normas que organização.
regulam as relações e as condutas dos agentes sociais, os
discursos normativos que identificam, em cada Questões
coletividade, o que é certo ou errado fazer”. 1 Ano: 2023 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão:
Prefeitura de Pedra Branca - CE Prova: Guarda
Moral: Municipal
Morális ou mores (latim) relativo aos costumes. Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e
Moral é conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma
procedimentos (meios) que regem as relações humanas, sociedade. É o conceito de:
considerados válidos e apreciados, individual e a) Ética.
coletivamente. Pode variar entre grupos e ao longo da b) Moral.
história, tendem a ser considerados absolutos. Podem ser c) Legalidade.
justificados pelo costume, pela natureza, pela educação, d) Bons costumes.
pela sociedade, pela religião. Pode ser considerado o e) Virtudes
mesmo que ética, com a diferença de que a ética
acrescenta a reflexão e o estudo continuado sobre aquilo 2 Ano: 2023 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do
que se faz ou o que se deveria fazer, pensa sobre o bem Brasil Prova: Escriturário
e o mal, a felicidade, o prazer, a compaixão, a Um vendedor do departamento de seguros de um banco
solidariedade e outros valores. É o conjunto de regras foi chamado para atender um cliente que desejava
(normas) de uma sociedade, que orienta a convivência informações a respeito de renovação de apólice de seguro
dentro desta mesma sociedade. de vida. Antes de encontrá-lo, o vendedor foi orientado
pelo supervisor a acessar uma base de dados com
Ética e as leis informações pessoais dos clientes que o banco mantinha
Regras Imperativas (reguladoras – LEIS): são regras ilicitamente. Ao explorar essa base de dados, o vendedor
que proíbem ou ordenam, pressupondo que o sujeito saiba descobriu que o cliente era acometido de uma
fazer o que se ordena e conheça as condutas proibidas. enfermidade crônica que comprometia em muito a sua
Regras Construtivas ou Constitutivas (ÉTICA): saúde. De posse dessa informação, o vendedor alterou sua
orientam a ação do indivíduo. estratégia de negociação e impôs condições para
renovação que eram bem mais desfavoráveis ao cliente.
Diferença entre ética e moral: O problema ético observado nesse caso é caracterizado
Principais diferenças: como
1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas a) propina
específicas; b) aliciamento
2. Ética é permanente, moral é temporal; c) espionagem
3. Ética é universal, moral é cultural; d) desafio tácito
4. Ética é regra, moral é conduta da regra; e) conflito de interesses
5. Ética é teoria, moral é prática.
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
a) Apenas o professor foi antiético, pois em sua função 3 Éticas empresarial e profissional
exerce poder de persuasão sobre o aluno que, A ética empresarial está relacionada diretamente com o
compadecido com a situação do professor, não poderia comportamento e valores da empresa e sua atuação
agir de outra forma. dentro da sociedade. O que determina a conduta dos
b) Nenhum dos dois foi antiético, pois a partir do momento colaboradores dentro das empresas.
que foi comprada com o dinheiro público, a comida passa A interação entre líderes, colaboradores, fornecedores,
a ser de todos os cidadãos. clientes e sociedade deve ser baseada em princípios éticos
c) O aluno e o professor foram antiéticos, por negociar um que garantam o respeito e a confiança de todas as partes
bem público em troca de benefícios pessoais. envolvidas.
d) Apenas o aluno foi antiético, pois o professor queria A ética empresarial envolve os valores de uma empresa e
apenas comer, enquanto que o aluno trocou um bem seus princípios morais.
público por algo que lhe favorecia pessoalmente. A empresa ética é aquela que pratica os preceitos coletivos
e) Nenhum dos dois foi antiético, pois havia uma causa e se preocupa com as demandas da população, tendo sua
maior, que era o fato de alimentar uma pessoa que estava conduta orientada pela responsabilidade social e
com fome. ambiental, transparência, credibilidade e
responsabilidade.
2 Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Caixa
Provas: Técnico Bancário O lucro é ético desde que os ganhos sejam baseados em
Dentre as situações abaixo enumeradas, qual caracteriza um trabalho honesto e que satisfaça as necessidades dos
comportamento adequado, de acordo com a ética clientes, sem prejudicar as pessoas ou o meio ambiente.
empresarial e profissional?
a) O contador da empresa omitiu dados contábeis para Código de Ética do Bando do Banco do Brasil: A ética
que o lucro da empresa fosse considerado como o previsto não atrapalha o lucro, ela traz confiança. A confiabilidade
pelo mercado financeiro. é um dos maiores bens do mercado. Empresa
b) O presidente de uma instituição financeira recebeu da transparente e ética atrai investidores e clientes. A ética
empresa com quem a instituição mantém negócios cria senso de pertencimento nos funcionários. Investir em
implementados pagamentos de viagens e de hospedagem ética é investir no maior bem da empresa: a confiança no
em hotéis luxuosos no exterior seu nome.
c) O diretor-presidente da empresa YYY cobrava
comissões de todas as empresas que firmavam contratos A ética profissional é o conjunto de normas e
com aquela que era por ele dirigida. parâmetros que guiam atitudes corretas e honestas em
d) Os membros da diretoria de uma empresa, em busca uma profissão ou de um colaborador.
de lucro maior, procederam à reorganização da empresa A ética profissional possui uma grande importância por
com corte de empregos ocupados por empregados que orientar ao bom cumprimento de todas as atividades de
não produziam adequadamente. uma profissão, seguindo os princípios determinados pela
e) Um dos gerentes da empresa WW contratou, para sociedade e por grupos de trabalho.
prestar serviços vultosos, uma empresa vinculada a Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode
parentes de sua esposa, sem cotação de preços. variar ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação.
Ser um profissional ético nada mais é do que proceder
3 Ano: 2023 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: bem, correto, justo, agir direito, sem prejudicar os outros.
Prefeitura de Dores do Indaiá - MG Prova: Advogado Código de Ética profissional é um conjunto de normas
da Assistência Social elaboradas pelos Conselhos que representam e fiscalizam
Em relação aos princípios e valores, analise as afirmativas cada área de atuação.
a seguir: Os códigos de ética profissionais, trazem em seu texto a
I. Os princípios são a base para a construção dos valores. maioria dos seguintes princípios: honestidade no trabalho,
II. Os princípios são regras individuais que orientam as lealdade na empresa, alto nível de rendimento, respeito à
ações e as decisões das pessoas. dignidade humana, segredo profissional, observação das
III. Os valores se submetem a fatores externos, como normas administrativas da empresa e muitos outros.
contexto, época e cultura.
Assinale Questões:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 1 Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: Nossa Caixa Provas:
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. Advogado
d) se todas as afirmativas estiverem corretas. No que concerne ao tema ética profissional e empresarial,
e) se todas as afirmativas estiverem incorretas. está correto afirmar:
a) A empresa necessita que a conduta ética de seus
Gabarito: 1-C; 2-D; 3-B. integrantes, bem como os valores e convicções primárias
da organização se tornem parte de sua cultura.
b) A ética empresarial é o conjunto de princípios que
regem a conduta funcional de uma determinada profissão
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
Dentre as situações abaixo enumeradas, qual caracteriza 6 Ética no setor público Decreto n° 1.171, de 22 de
comportamento adequado, de acordo com a ética junho de 1994
empresarial e profissional?
a) O contador da empresa omitiu dados contábeis para Regras Deontológicas- (Deontologia vem do grego
que o lucro da empresa fosse considerado como o previsto "dever, obrigação", na filosofia moral contemporânea, é
pelo mercado financeiro. uma das teorias normativas segundo as quais as escolhas
b) O presidente de uma instituição financeira recebeu da são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas.
empresa com quem a instituição mantém negócios Portanto inclui-se entre as teorias morais que orientam
implementados pagamentos de viagens e de hospedagem nossas escolhas sobre o que deve ser feito.).
em hotéis luxuosos no exterior
c) O diretor-presidente da empresa YYY cobrava Questões:
comissões de todas as empresas que firmavam contratos 1 Acerca das Regras Deontológicas previstas quanto ao
com aquela que era por ele dirigida. Código de Ética Profissional do Serviço Público, pode-se
d) Os membros da diretoria de uma empresa, em busca afirmar:
de lucro maior, procederam à reorganização da empresa a) O servidor público tem a obrigação de ter
com corte de empregos ocupados por empregados que comportamento ético no exercício de suas atividades e
não produziam adequadamente. fora dela.
e) Um dos gerentes da empresa WW contratou, para b) O comportamento ético vai depender de cada situação,
prestar serviços vultosos, uma empresa vinculada a se for para favorecer o estado, o servidor pode ferir um
parentes de sua esposa, sem cotação de preços princípio ético.
c) O servidor público poderá, em casos excepcionais,
2 Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Caixa desprezar o elemento ético de sua conduta.
Prova: Técnico Bancário - Administrativo d) A regras éticas tem caráter construtivo, não impositivo,
No contexto da globalização, torna-se cada vez mais logo, o Código de Ética Profissional do Servidor Público
importante fomentar e desenvolver relações éticas entre orienta comportamentos corretos, tendo o servidor o livre
parceiros de negócios, empresas e clientes, considerando arbítrio para escolher como se comportar, inclusive não
as relações em nível empresarial e institucional. Os cumprindo as regras citadas no código.
códigos de ética são mecanismos utilizados nesse e) O Código de Ética Profissional do Serviço Público se
desenvolvimento. A respeito da ética empresarial e limita a distinguir a ética de moral.
profissional e da gestão ética nas empresas públicas e
privadas, assinale a opção correta. 2 Ano: 2021 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: CRP -
a) O fato de a empresa conseguir alcançar uma norma MG Provas: Advogado
internacional garante uma postura ética abrangente da À comissão de ética pública compete
empresa. a) fomentar o reconhecimento da ética como instrumento
b) O Código de Ética do BNB contém, fundamentalmente, imprescindível a uma administração pública efetiva e
regulamentação ética de questões relativas a transações democrática, prevenindo e educando.
financeiras. b) assegurar um padrão ético para todos os servidores de
c) Um funcionário do BNB pode se negar a atender um todos os níveis da Administração Pública – federação,
cliente que apresente comportamento irritado e estados, distrito federal e municípios.
indelicado. c) punir exemplarmente transgressões éticas que se deem
d) A nova relação de influência, na qual o líder e o seguidor durante o exercício de cargo público.
exercem influência mútua, justifica a importância de o d) responder a questionamentos concretos, sendo vedada
líder entender e praticar modelos de comportamento e a atuação consultiva em abstrato.
valores éticos que estimulem seus seguidores. e) funcionar como instância máxima para assuntos éticos
e) Considere que um empregado de determinado setor envolvendo os três Poderes, em âmbito federal.
permita que um cliente fique, de forma injustificada, à
espera da solução de um problema enfrentando longa fila. 3 Ano: 2016 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: UFPB
Nessa situação, a atitude do empregado não pode ser Provas: técnico em Segurança do Trabalho
considerada comportamento antiético, já que essa Quanto ao Decreto federal nº 1171/94, o servidor que,
situação independe de sua vontade. fora do horário de expediente, manifesta nas redes sociais
o seu desapreço por determinados colegas de trabalho
Gabarito: 1-D; 2-D. a) pode ser censurado.
b) não comete infração.
c) fica suspenso por 15 dias.
d) é punido com a demissão.
e) será transferido de setor.
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, De acordo com esse Código, o servidor público
idade, religião, cunho político e posição social (não a) não pode ocultar ou falsear a verdade mesmo que
recebendo cabe dano moral); contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou
- Respeitar a hierarquia, exceto em caso de da Administração Pública.
comportamento indevido; b) não pode omitir ou falsear a verdade, salvo na hipótese
- Resistir pressões imorais, ilegais ou aéticas e denunciá- de ser necessário para o exercício do direito de defesa.
las; c) não pode faltar com a verdade, salvo quando essencial
- Na greve cumprir o que determina a lei; à defesa do Estado e da sociedade.
- Ser assíduo; d) não pode descumprir o dever de dizer a verdade, salvo
- Comunicar imediatamente a seus superiores todo e no caso de preservar o interesse público em geral.
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público; e) não pode mentir, mas pode omitir, se for melhor para
- Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho; o cliente.
- Se aperfeiçoar;
- Cuidar das vestimentas e apresentação; 4 Ano: 2020 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão:
- Manter-se atualizado em relação a legislação; Prefeitura de Araçoiaba - PE Prova: Fisioterapeuta
- Cumprir suas tarefas; Analise as afirmativas a seguir:
- Facilitar a fiscalização; I. O servidor público deve ser assíduo e frequente ao
serviço.
Questões II. O servidor público deve ser assíduo e frequente em seu
1 Ano: 2022 Banca: IBADE Órgão: INOVA CAPIXABA serviço, posto que suas ausências ou atrasos causam
Prova: Assistente Administrativo prejuízos à ordem do trabalho, o que repercute,
A ética, especificamente no serviço público, é o conjunto negativamente, em todo o sistema no qual esteja inserido.
de normas que rege a conduta dos trabalhadores que III. Ser assíduo e frequente ao serviço não é um dos
servem à população brasileira. O código de ética no principais deveres do servidor público, caso este
serviço público impede: desempenhe bem e a tempo as atribuições do cargo,
I. a criação de artifícios para atrasar ou dificultar o função ou emprego público de que seja titular.
atendimento ao cidadão. Marque a alternativa CORRETA
II. as sanções e mecanismos que penalizam servidores a) Todas as afirmativas são verdadeiras.
públicos que agem em desacordo com suas atividades. b) A afirmativa I e II são verdadeiras, e a III é falsa.
III. o servidor de utilizar do seu cargo e influência para c) A afirmativa II é verdadeira, e a I e III são falsas.
favorecimento de si ou de outros. d) Apenas afirmativa I está correta.
IV. a busca do equilíbrio entre a legalidade e a finalidade e) Todas as afirmativas são faltas.
na tentativa de proporcionar a consolidação da
moralidade. Gabarito: 1-E; 2-C; 3-A; 4-B
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III. Seção III: define as proibições (vedações) do Servidor
b) III e IV. Público.
c) II, III e IV. É proibido ao Servidor Público:
d) I e II. - Usar o cargo ou função para obter favorecimento, para
e) I e III. si ou para outrem;
- Prejudicar a reputação dos colegas (servidores);
2 Ano: 2012 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: - Ser conivente com erro ou infração ao Código de Ética;
Rioprevidência Prova: Assistente Previdenciário - Dificultar o direito por qualquer pessoa, causando-lhe
Os servidores públicos fazem greve, mas na verdade, dano moral ou material;
segundo a Constituição Federal do Brasil de 1988: - Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos para
a) Há termos, mas não há limites definidos, nem a melhorar os serviços prestados;
Constituição exige isto - Permitir perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
b) Não há termos, nem limites para o direito de greve no paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato
serviço público com o público, ou com colegas hierarquicamente
c) O direito de greve só pode ser exercido nos termos e superiores ou inferiores;
limites definidos em lei - Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
d) Não há direito de greve, mas sim de paralisação tipo de ajuda (financeira, gratificação, prêmio, comissão,
temporária, com data marcada para seu término doação ou vantagem de qualquer espécie, para si,
e) Não há direito de greve, nem de paralisação temporária familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua
missão);
3 Ano: 2014 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: IF-SP - Alterar teor de documentos;
Provas: Técnico em Enfermagem - Iludir ou tentar iludir (qualquer pessoa que necessite do
Segundo o Código de Ética Profissional do Servidor Público atendimento em serviços públicos);
Civil do Poder Executivo Federal, “Toda pessoa tem direito - Desviar servidor público para atendimento a interesse
a verdade.”. particular;
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
- Retirar da repartição pública, sem estar legalmente 3 Ano: 2019 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão:
autorizado, qualquer documento, livro ou bem Prefeitura de Itapemirim - ES Provas: Auditor
pertencente ao patrimônio público; Público Interno
- Fazer uso de informações privilegiadas em benefício Trata-se de conduta proibida ao servidor público pelo
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; Código de Ética Profissional federal (Decreto 1.171/1994):
- Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele a) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao
habitualmente; seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do
- Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome seu mister.
a empreendimentos de cunho duvidoso. b) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função
ou emprego público de que seja titular.
CAPÍTULO II - Trata das Comissões de Ética: c) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva.
- Composição da Comissão de Ética: três servidores ou d) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por
empregados titulares de cargo efetivo ou emprego quem de direito.
permanente; e) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas
- Cabe à Comissão de Ética fornecer os registros sobre sua ao exercício da função.
conduta ética, seja para promoções ou procedimentos
punitivos. 4 Ano: 2010 Banca: Tipo CESGRANTIO Órgão: UERN
- A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Prova: Agente Técnico Administrativo
Ética é a censura (advertência). É proibido ao servidor público
- Entende-se por servidor público todo aquele que, por I pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão,
serviços de natureza permanente, temporária ou doação ou vantagem de qualquer espécie, para si,
excepcional, ainda que sem retribuição financeira. familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo
Questões fim.
1 Ano: 2023 Banca: Tipo CESGRANTIO Prova: II usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
Administrador exercício regular de direito por qualquer pessoa, de modo
Sobre a embriaguez no trabalho, conforme o Decreto a causar dano moral ou material, bem como fazer uso de
1.171/94: informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de
a) é vedado ao servidor público apresentar-se embriagado seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos
no serviço habitualmente, a regra não se estende para ou de terceiros.
fora do ambiente de trabalho. III usar o cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
b) é vedado ao servidor público apresentar-se embriagado posição e influências para obter qualquer favorecimento,
fora do serviço, mesmo que uma única vez. para si ou para outrem, bem como desviar servidor público
c) é vedado ao servidor público apresentar-se embriagado para atendimento a interesse particular.
no serviço ou fora dele. IV usar símbolos que evidenciem sua filiação religiosa no
d) a embriaguez só pode ser punida se for habitual, ambiente de trabalho.
independente se dentro ou fora do ambiente de trabalho. V consumir medicamentos sem prescrição médica, bem
e) o servidor que aparecer embriagado no trabalho deve como dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
retornar para casa. contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa
humana.
2 Ano: 2009 Banca: Tipo CESGRANTIO Órgão: MJSP Estão certos apenas os itens
Prova: Administrador a) I e II.
É proibido ao servidor público: b) IV e V.
a) Ser assíduo ao serviço público objetivando obter c) I, II e III.
vantagem no seu conceito na vida profissional d) I, III, IV e V.
b) Participar dos movimentos e estudos relacionados com e) II, III, IV e V.
a melhoria do exercício de suas funções, sem autorização
superior. 5 Ano: 2015 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: UFSJ
c) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros Prova: Auxiliar em Administração
servidores ou de cidadãos que deles dependam. Considerando o expresso no Decreto nº 1.171/94, assinale
d) Obrigar o subordinado a apresentar-se ao trabalho com cada afirmativa a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F).
vestimentas adequadas ao exercício da função. ( ) O servidor público não pode omitir ou falsear a verdade,
e) Deixar de informar e divulgar a todos os integrantes da ainda que contrária aos interesses da própria pessoa
sua classe sobre a existência do Código de Ética da interessada ou da Administração Pública.
Administração Pública Federal para que ele seja ( ) O servidor público deve zelar, no exercício do direito de
integralmente cumprido. greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da
segurança coletiva.
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
( ) Para fins de apuração do comprometimento ético, VIII Fortalecer, na dimensão ética, a imagem e a
entende-se por servidor público apenas aquele que, por reputação da instituição perante a sociedade;
força de lei, preste serviço de natureza permanente e IX Ser referência nas análises e apurações de eventuais
esteja ligado diretamente a qualquer órgão do poder infrações éticas ou de integridade.
estatal.
( ) A ética no serviço público exige do servidor uma CAPÍTULO II – DO PÚBLICO-ALVO
conduta não apenas de acordo com a lei, mas, também,
com os valores de justiça e honestidade. Art. 3º
( ) É proibido ao servidor público, no ambiente de trabalho, I Membros dos órgãos estatutários:
usar símbolos que destaquem sua crença religiosa. a) Membros do Conselho de Administração;
Assinale a opção que apresenta a sequência CORRETA. b) Membros da Diretoria Executiva;
a) F, F, V, V e V. c) Membros do Conselho Fiscal;
b) V, F, F, V e V. d) Membros do Comitê de Auditoria;
c) V, V, V, V e F. e) Membros do Comitê de Pessoas, Elegibilidade,
d) V, V, F, V e F. Sucessão e Remuneração; e
e) F, V, F, F e V. f) Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de Capital.
II Empregados;
Gabarito: 1-D; 2-C; 3-A; 4-C; 5-D. III Colaboradores:
a) Terceirizados;
7 Código de conduta ética e integridade do BNB b) Bolsistas;
(21/03/2023) c) Jovens aprendizes.
IV Fornecedores;
CAPÍTULO I – DOS OBJETIVOS V Parceiros e pessoas físicas prestadoras de serviços, bem
Art. 1º O conteúdo deste Código está vinculado à missão, como profissionais de empresas contratadas ou parceiras
à visão e aos valores que definem a identidade única do que desenvolvam suas atividades, ou parte delas, nas
Banco do Nordeste e representa o compromisso da dependências do Banco do Nordeste;
instituição, dos seus administradores, empregados, VI Pessoas que atuem em nome do Banco do Nordeste,
colaboradores e daqueles que atuam ou prestam serviços mesmo que de forma temporária, recebendo ou não
em nome ou para o Banco com o alinhamento dos padrões remuneração sobre essa atuação.
requeridos de comportamento pessoal e profissional ao
mais alto nível de ética e de integridade desejado para os Art.4º São considerados agentes externos e devem
processos e relacionamentos internos e externos da observar o que está disciplinado neste
Instituição. Código:
a) Clientes;
Art. 2º São objetivos deste Código: b) Usuários de serviços;
I Identificar e sistematizar os princípios e valores éticos e c) Empregados da Caixa de Previdência dos Funcionários
de integridade essenciais, que devem orientar os do Banco do Nordeste do Brasil – Capef e do Grupo Caixa
relacionamentos internos e externos e a condução das de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste –
atividades do BNB; Grupo Camed;
II A partir deste conjunto de princípios e valores, alinhar d) Empregados das instituições parceiras e patrocinadas;
e inspirar diretrizes e compromissos a serem expressos e) Representantes de órgãos de regulação e controle, bem
nas iniciativas, políticas, programas e normas do Banco do como de empresas de auditoria externa, no exercício de
Nordeste; suas atividades nas dependências do Banco do Nordeste;
III Servir como guia e inspiração para o estabelecimento f) Pessoas que atuem para o Banco do Nordeste, mesmo
de uma linha de comportamento profissional dentro do que de forma temporária, recebendo ou não remuneração.
padrão ético e de integridade esperado pelo Banco do
Nordeste e pela sociedade; CAPÍTULO III – DA MISSÃO E DOS PRINCÍPIOS E
IV Estabelecer os princípios de integridade para prevenção VALORES ÉTICOS FUNDAMENTAIS
à corrupção e a outros atos lesivos ao Banco do Nordeste,
inclusive como forma de realizar negócios responsáveis e Art. 5º A missão do Banco do Nordeste é atuar como o
sustentáveis; banco de desenvolvimento da Região Nordeste. O Banco
V Orientar a tomada de decisão em situações de conflitos tem por objeto social a promoção do desenvolvimento e a
ou dilemas éticos; circulação de bens por meio da prestação de assistência
VI Servir como elemento norteador na busca constante de financeira, de serviços, técnica e de capacitação a
garantir a integridade das nossas ações e uma empreendimentos de interesse econômico e social.
comunicação precisa, oportuna e transparente com todas Art. 6º Os princípios e valores que fundamentam a
as partes interessadas; atuação dos agentes submetidos a este Código:
VII Orientar a participação de todos os agentes externos, I Ética, como princípio fundamental para o
públicos e privados, em seus relacionamentos com o aprimoramento contínuo da atuação, dos comportamentos
Banco do Nordeste;
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
e das atitudes do ser humano, sendo pré-requisito e XIV Zelo permanente de todos pela imagem e
suporte para a confiança pública; integridade institucional do Banco;
II Legalidade (atuação sempre conforme as leis), XV Atitudes e comportamentos baseados sempre no
Impessoalidade (prevalência do interesse público sobre compromisso inalienável de buscar fazer sempre o
interesses particulares), Moralidade (conduta pautada melhor.
por padrões éticos de boa-fé, decoro, lealdade,
honestidade e probidade na busca sempre do bem CAPÍTULO IV – NAS RELACÕES COM CLIENTES E
comum), Publicidade (ampla divulgação dos atos da USUÁRIOS
Instituição para a sociedade) e Eficiência (melhor Art. 8º As interações com clientes e usuários devem ser
desempenho com economicidade, redução de regidas pelos seguintes princípios:
desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e I. Integridade;
rendimento funcional para melhores resultados) - II. Conformidade;
princípios estabelecidos na Constituição da República III. Confiabilidade;
Federativa do Brasil para a Administração Pública; IV. Segurança e sigilo das transações;
III Justiça, Governança, Honestidade, V. Legitimidade das operações contratadas e dos serviços
Sustentabilidade, Igualdade, Compromisso, prestados;
Democracia, Transparência, Respeito, Cooperação, VI. Respeito;
Confiança, Disciplina e Civilidade como valores VII. Equidade;
institucionais; VIII. Cortesia;
IV Meritocracia, Integridade, Inovação e Foco nos IX. Diligência;
Clientes e Resultados como princípios de gestão; X. Responsabilidade;
V Todas as pessoas devem ser tratadas com igualdade, XI. Transparência;
sendo inadmissível qualquer forma de discriminação, seja XII. Receptividade a sugestões e críticas;
de origem social, cultural, étnica, sexual, ou relativa a XIII. Privacidade e proteção de dados;
questão de cor, idade, religião, idioma, convicção filosófica XIV. Observância de princípios e normas pertinentes aos
ou política, orientação sexual, identidade de gênero, direitos do consumidor.
estado civil, condição física e psíquica, origem, grau de Art. 9º Na realização de negócios, empregados e
escolaridade, formação, aparência e nacionalidade; colaboradores do Banco do Nordeste devem seguir, além
VI A convivência no ambiente de trabalho deve ser dos princípios e valores apresentados no artigo 6°
harmoniosa e produtiva, baseada na equidade, no anterior, as seguintes orientações (moral -ações):
respeito mútuo, na cordialidade, na colaboração e I Dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e
no espírito de equipe, independentemente do cargo ou usuários, considerando seus perfis de relacionamento e
função; vulnerabilidades associadas;
VII Ambientes de trabalho saudáveis e seguros para II Oferecer produtos e serviços adequados às
a garantia do bem-estar para clientes e usuários; necessidades de clientes e usuários de cada segmento;
VIII A corrupção, as práticas fraudulentas, o III Fornecer, de forma clara, precisa e tempestiva, as
nepotismo, o conflito de interesses, os atos ilícitos informações necessárias à livre escolha e à tomada de
ou criminosos de toda ordem são incompatíveis com decisões por parte de clientes e usuários, explicitando,
o padrão ético do Banco do Nordeste, devendo ser inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou
repudiados, combatidos e denunciados às instâncias ônus, penalidades e eventuais riscos existentes na
competentes; execução de operações e na prestação de serviços;
IX Os direitos humanos fundamentais devem ser IV Cumprir os normativos internos e externos que regram
respeitados; a atuação institucional;
X Repúdio a todas as pressões ou tentativas de V Cumprir as normas internas e externas de prevenção à
interferência política, internas ou externas, que visem lavagem de dinheiro e de combate à corrupção e ao
obter quaisquer favores, benesses ou vantagens financiamento do terrorismo;
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais, VI Abster-se de realizar negócios com clientes que
aéticas ou em desacordo com os normativos internos; exploram o trabalho infantil ou o trabalho análogo ao
XI Responsabilidade socioambiental e escravo;
desenvolvimento sustentável, na aplicação do crédito VII Prevenir e combater atos de fraude e corrupção,
e em seus processos internos de trabalho; denunciando os fatos suspeitos às alçadas competentes;
XII Isenção e imparcialidade no exercício das VIII Manter sigilo sobre as informações que ainda não
atividades e na condução dos relacionamentos sejam de domínio público, referentes a possíveis negócios
institucionais e interpessoais, não usando a posição dentro com empresas e pessoas ou com o setor público;
do Banco para a obtenção de benefícios ou vantagens para IX Resguardar as informações dos clientes do Banco, em
si ou para terceiros; especial aquelas relativas à sua situação econômica,
XIII A exploração do trabalho infantil e a utilização do financeira e comercial e dos respectivos
trabalho análogo à escravidão são práticas empreendimentos;
repudiadas; X Analisar as operações de financiamento e de crédito de
acordo com os critérios técnicos disponíveis, incluindo
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
VIII Agir com responsabilidade socioambiental, XXIV Para todos aqueles que intervenham em processos
especialmente no uso de recursos como água, energia, de contratação, seleção e/ou promoção profissional, seja
papel e materiais de consumo, promovendo a destinação qual for a sua posição, agir com objetividade técnica em
final ambientalmente adequada de resíduos e evitando todas as suas intervenções e decisões, atuando com
qualquer forma de desperdício ou de utilização diferente respeito aos regulamentos vigentes e com o único objetivo
daquela guiada pelo interesse institucional; de identificar as pessoas mais adequadas ao perfil e
IX Cuidar da integridade dos recursos patrimoniais e necessidades da função a preencher, promovendo a todo
financeiros de terceiros que estejam sob a guarda ou o tempo e circunstâncias a igualdade de oportunidades,
estejam sendo administrados pelo Banco; observando-se os interesses institucionais;
X Contribuir e zelar permanentemente para a boa imagem XXV Respeitar os direitos autorais e a legislação específica
do Banco do Nordeste, dentro e fora do ambiente de sobre propriedade intelectual, tanto das produções do
trabalho; Banco do Nordeste como de terceiros;
XI Abster-se em decisões que envolvam interesses XXVI Praticar o diálogo e a cooperação com os públicos de
pessoais ou relação de parentesco consanguíneo ou por relacionamento do Banco do Nordeste, recepcionando
afinidade, em linha reta ou colateral, até 3º grau; críticas e sugestões de melhoria, respondendo
XII Abster-se de receber favores, vantagens ou presentes corretamente e com rapidez às dúvidas apresentadas e
de qualquer natureza, para si ou para outrem, oferecidos procurando, a partir dessas condutas, agregar
de forma direta ou indireta, resultantes ou não de continuamente valor a produtos e serviços;
relacionamentos com o Banco do Nordeste e que possam XXVII Cumprir este Código e as normas internas a ele
influenciar decisões, facilitar negócios ou beneficiar relacionadas, agindo de acordo com os princípios e valores
terceiros; éticos e de integridade aqui apresentados e escolhendo
XIII Privar-se de obter proveito de cargo, função ou de sempre, diante de mais de uma opção, a melhor para o
informações em benefício próprio ou de terceiros; Banco e para a sociedade;
XIV Abster-se de adotar procedimento que possa XXVIII Adotar os mais elevados padrões de
configurar assédio de qualquer natureza, seja físico, profissionalismo, integridade e comportamento ético no
moral, sexual ou psicológico; seu cotidiano, utilizando-se dessa conduta como elemento
XV Comunicar às áreas competentes pressão ou assédio básico e norteador de suas responsabilidades funcionais;
de qualquer pessoa cujo interesse conflite com os do XXIX Conhecer e difundir, inclusive por meio das próprias
Banco do Nordeste; atitudes, os valores e princípios contidos neste Código;
XVI Contribuir para manutenção de ambiente de trabalho XXX Comunicar imediatamente quaisquer suspeitas,
saudável baseado em respeito, solidariedade, tentativas ou práticas de atos ilícitos ou condutas
honestidade, harmonia, autodesenvolvimento, espírito de inapropriadas que afrontem o disposto neste Código, por
equipe, cidadania e no compartilhamento de meio dos canais de denúncias apresentados no Artigo 62.
conhecimentos em prol do Banco; XXXI Assegurar que informações pessoais, inclusive
XVII Colaborar para um ambiente de trabalho livre de médicas e sobre benefícios, a que tenham conhecimento
ofensas, difamação, exploração, discriminação, repressão, em razão do cargo ou função, sejam manuseadas com o
intimidação, assédio e violência verbal ou não verbal; cuidado e a reserva necessária, devendo ficar restritas ao
XVIII Compartilhar com os demais colegas os conhecimento daqueles que precisem das informações
conhecimentos e as informações necessárias ao exercício para a realização de suas atividades no Banco.
das atividades próprias da instituição, respeitadas as Art. 32 São condutas vedadas nas relações de
normas relativas ao sigilo; trabalho, presenciais, virtuais ou remotas:
XIX Não permitir que interesses de ordem pessoal, I O uso do cargo ou função, de facilidades, de amizades,
simpatias ou antipatias interfiram no trato com colegas, de tempo, de posição ou de influências, para obter
público em geral e no andamento dos trabalhos; qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
XX Não prejudicar deliberadamente, no ambiente de II Prejudicar deliberadamente a reputação de
trabalho ou fora dele, por qualquer meio, a imagem da administradores, empregados e colaboradores do Banco
instituição ou a reputação dos administradores, demais do Nordeste, agentes públicos de órgãos e entidades
membros dos órgãos estatutários, empregados e federais, estaduais ou municipais e de cidadãos que deles
colaboradores; dependam, bem como de clientes, parceiros, fornecedores
XXI Notificar à área responsável sobre quaisquer e concorrentes;
ocorrências que possam oferecer risco à saúde e/ou III Ser, mesmo que em função de seu espírito de
integridade física sua ou de outrem; solidariedade, conivente com erro ou infração a este
XXII Aceitar e respeitar opiniões divergentes e de caráter Código de Conduta Ética e Integridade;
construtivo, agindo continuamente para prevenir e IV Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
solucionar eventuais conflitos; exercício regular de direito por qualquer pessoa,
XXIII Promover a união de esforços entre as diversas causando-lhe dano moral ou material;
unidades, dispondo-se sempre a compartilhar V Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
conhecimentos e informações nos trabalhos conjuntos, alcance ou do seu conhecimento para cumprimento de
contribuindo, dessa forma, para a manutenção de um suas responsabilidades funcionais ou execução de suas
ambiente amplamente cooperativo; atividades;
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Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
VI Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, V Entender que o fato de as redes e mídias sociais
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal permitirem que qualquer pessoa publique o que pensa na
interfiram no trato com o público ou com colegas Internet não dá a ela o direito de ofender, maltratar,
hierarquicamente superiores ou inferiores; ameaçar, discriminar, violar direitos autorais, revelar
VII Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber informações confidenciais ou sigilosas ou prejudicar
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, pessoas e instituições.
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da Art. 36 São práticas inadmissíveis nas interações em
sua missão ou para influenciar outra pessoa para o mesmo redes e mídias sociais:
fim; I Acessar imoderadamente as redes e mídias sociais no
VIII Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva ambiente de trabalho para fins não relacionados às suas
encaminhar para providências; atribuições institucionais;
IX Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do II Criar perfis relacionados ou que façam menção ao Banco
atendimento do Banco do Nordeste; do Nordeste ou a alguma de suas unidades sem a expressa
X Desviar empregados ou colaboradores para atendimento autorização da Superintendência de Marketing e
a interesse particular; Comunicação;
XI Retirar das instalações do Banco do Nordeste, sem III Usar a identidade visual do Banco do Nordeste e/ou de
estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou seus produtos e iniciativas em perfis pessoais ou de
bem pertencente ao Banco ou a terceiros; grupos;
XII Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no IV Falar em nome da empresa, sem a devida designação
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de formal;
parentes, de amigos ou de terceiros; V Ofender a honra do Banco do Nordeste, seus
XIII Apresentar-se embriagado ou sob o efeito de administradores e demais membros dos órgãos
substâncias ilícitas no serviço ou fora dele habitualmente; estatutários, empregados, colaboradores, parceiros,
XIV Cooperar com qualquer instituição que atente contra fornecedores ou concorrentes;
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; VI Divulgar ou tratar informações de natureza interna,
XV Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu confidencial ou protegidas por sigilo em canais de
nome a empreendimentos de cunho duvidoso. comunicação não homologados pelo Banco do Nordeste;
Parágrafo único: É vedado ao Presidente e aos Diretores VII Obrigar quem quer seja a participar de grupos de
do Banco do Nordeste opinar publicamente a respeito: discussão ou de aplicativos de mensagens instantâneas
I Da honorabilidade e do desempenho funcional de outra não institucionais, uma vez que, se o canal de
autoridade pública federal; e comunicação a ser utilizado não é do Banco do Nordeste,
II Do mérito de questão que lhe será submetida, para a eventual participação deve ser sempre voluntária;
decisão individual ou em órgão colegiado. VIII Divulgar fotos, vídeos ou textos que possam
comprometer ou expor a vida privada de administradores
CAPÍTULO XIII – DO COMPORTAMENTO NAS REDES e demais membros dos órgãos estatutários, empregados,
E MÍDIAS SOCIAIS colaboradores, clientes, parceiros ou fornecedores do
Art. 34 O Banco do Nordeste respeita e valoriza o direito Banco do Nordeste;
à livre expressão, porém é essencial que cada um esteja IX Curtir ou compartilhar comentário, feito por terceiro,
consciente de que seu comportamento em redes e mídias que atente contra os princípios e valores deste Código ou
sociais, ainda que em interações de caráter pessoal, pode que seja ofensivo ao Banco do Nordeste, por poder se
comprometer a imagem, a reputação e a integridade constituir em ato lesivo à honra e à reputação
institucionais. institucional;
Parágrafo único: Redes e mídias sociais devem ser X Produzir e/ou divulgar informações e notícias que
utilizadas com responsabilidade, empatia e compromisso deveria saber ser falsa.
com a ética e a integridade institucionais.
CAPÍTULO XIV – DAS RESPONSABILIDADES
Art. 35 Nas interações em redes e mídias sociais, o ADICIONAIS DA ALTA ADMINISTRAÇÃO
público-alvo deste Código deve observar as
seguintes orientações: Art. 37 A Alta Administração, composta pelos membros
I Ter a consciência de que é responsável por tudo o que do Conselho de Administração, presidente e diretores, e
publica ou compartilha nas redes e mídias sociais; suas ações e decisões são exemplos para todos os
II A má conduta no mundo virtual se compara e equivale empregados e colaboradores, e ajudam a compor a
àquela realizada no mundo real e pode até ser mais grave imagem do Banco do Nordeste perante o mercado e a
em razão da publicidade que pode ser alcançada; sociedade.
III Respeitar os outros usuários da rede e suas opiniões e Art. 38 Os membros da Alta Administração do Banco
convicções, mesmo em caso de discordância; do Nordeste devem:
IV Ser o primeiro a tentar corrigir eventual erro cometido I Entender e assumir que são os principais vetores de
nas suas interações virtuais, estando pronto para, se for o promoção da cultura ética e da integridade no Banco do
caso, recuar e desculpar-se; Nordeste;
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desempenho da função pública da Instituição, deve ser Art. 43 O exercício de atividades extrabanco é
prevenida, coibida e reportada. permitido ao empregado, desde que não
Parágrafo único: O conflito de interesses é real quando a exista conflito de interesses e, que:
situação geradora já se consumou e é potencial quando I Não haja interferência em suas atividades e
interesses particulares podem gerar conflito de interesses responsabilidades perante o Banco do Nordeste e seja
em situação futura. compatível com seu horário de trabalho;
II Não acarrete nem possa acarretar dano à reputação ou
Art. 42 São exemplos de situações que geram ou à imagem do Banco do Nordeste;
sugerem conflito de interesses e que devem ser III Não sejam divulgadas ou utilizadas informações
evitadas: privilegiadas obtidas em função do desempenho de suas
I Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em atividades no Banco do Nordeste, observado o disposto no
proveito próprio ou de terceiros, obtida em razão das inciso III do Artigo 49;
atividades exercidas; IV Não sejam utilizados os recursos materiais e humanos
II Exercer atividade que implique a prestação de serviços postos a sua disposição para o desempenho de suas
ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física atividades no Banco do Nordeste.
ou jurídica que tenha interesse em decisão de
administrador ou empregado ou do colegiado dos quais CAPÍTULO XVII – DOS PRESENTES, BRINDES E
estes participem no Banco do Nordeste; HOSPITALIDADES
III Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em Art. 44 É vedado exigir, pedir, inclusive mediante
razão da sua natureza seja incompatível com as insinuação, oferecer, ou aceitar qualquer tipo de favor,
atribuições do cargo, função ou emprego, considerando- presente, comissão, ajuda financeira, vantagem,
se como tal, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas contribuição, cortesia, compensação, doação,
ou matérias correlatas; recompensa, gratificação, prêmio ou convites pessoais
IV Atuar, ainda que informalmente, como procurador, para viagens, hospedagens e entretenimento para si, para
consultor, assessor ou intermediário de interesses familiares ou para terceiros, para o cumprimento da sua
privados junto ao Banco do Nordeste; missão ou para influenciar outro agente público para o
V Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica mesmo fim.
de que participe administrador outro membro de órgão §1º Podem ser aceitos ou oferecidos brindes que:
estatutário, empregado ou colaborador, seu cônjuge, I Sejam distribuídos de forma generalizada a título de
companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em propaganda, promoção institucional, divulgação habitual
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser ou por ocasião de eventos especiais ou datas
por ele beneficiada ou influir em seus atos de gestão; comemorativas de caráter histórico ou cultural e que
VI Receber presente de quem tenha interesse em decisão possuam valor unitário menor do que um por cento do teto
de administrador, de membro de órgão estatutário ou de remuneratório previsto no inciso XI do caput do art. 37 da
empregado ou ainda de colegiado do qual estes participem Constituição;
fora dos limites e condições estabelecidos no Capítulo II Não possuam valor comercial.
XVII. §2º Independentemente das hipóteses previstas no § 1º,
§1º A ocorrência de conflito de interesses independe da não pode ser aceito brinde distribuído por uma mesma
existência de lesão ao patrimônio público, bem como do pessoa, empresa ou entidade a intervalos menores do que
recebimento de qualquer benefício ou ganho, financeiro ou doze meses.
não. §3º Se o valor do brinde ultrapassar o valor mencionado
§2º O empregado que tenha dúvidas quanto a uma o inciso I do §1º acima, será ele tratado como presente,
eventual situação concreta, que lhe diga respeito e que aplicando-se-lhe, em caso de impossibilidade de recusa ou
possa configurar conflito de interesses, deverá realizar de devolução imediatas, uma das seguintes providências:
consulta ao Sistema Eletrônico de Prevenção de Conflito I Tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou
de Interesses (SeCI), do Ministério da Transparência e artístico, destiná-lo ao acervo do Banco do Nordeste para
Controladoria-Geral da União (CGU). que este lhe dê o destino adequado;
§3º Situação ou circunstância de conflito de interesses II Promover a sua doação a entidade de caráter
deverá ser comunicada por meio dos canais de denúncias assistencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade
apresentados no Artigo 62. pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, se
§4º Ao Presidente e aos Diretores do Banco do Nordeste é comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação
permitido o exercício não remunerado de encargo de em suas atividades-fim; ou
mandatário, desde que não implique a prática de atos de III Determinar a incorporação ao patrimônio do Banco do
comércio ou quaisquer outros incompatíveis com o Nordeste.
exercício do seu cargo ou função, nos termos da lei, e §4º Somente é permitido receber valor monetário,
desde que previamente autorizado ou determinado pelo presente ou brinde acima do limite estabelecido nas
Conselho de Administração. seguintes situações:
I Quando procedentes de programas ou iniciativas de
reconhecimento interno do Banco do Nordeste.
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II Quando oriundos de campanhas promocionais da CAPEF salas de conversação, fóruns de discussão, redes e mídias
ou da CAMED destinadas aos participantes e beneficiários sociais, plataformas de videoconferência e serviços de
respectivamente. comunicação com acesso pela internet não autorizados
III Quando se configurarem como prêmio concedido em pelo Banco;
razão de concurso de acesso público a trabalho de III Resguardar as informações privilegiadas, relevantes ao
natureza acadêmica, científica, tecnológica ou cultural. processo de decisão no âmbito do Banco do Nordeste que
IV Em razão de laços de amizade ou coleguismo entre tenham ou possam ter repercussão econômica ou
empregados ou colaboradores por ocasião de datas financeira e que não sejam de amplo conhecimento
comemorativas ou de confraternização, a exemplo de público, obtidas tanto no exercício de suas atribuições,
aniversários, despedidas e movimentações de pessoal, quanto por meio casual, em virtude da falta de discrição
desde que a oferta não seja atrelada à intenção de obter ou cuidado de pessoas obrigadas a guardar;
ganhos indevidos ou de recompensar alguém pelo IV Preservar a privacidade, proteger e tratar com sigilo os
cumprimento de uma obrigação inerente ao cargo ou dados pessoais e demais informações pertinentes a
função ocupada, nem caracterize troca de favores ou clientes, fornecedores, prestadores de serviços e demais
benefícios. parceiros, obtidos em decorrência do relacionamento
V Quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos empresarial, fazendo uso apenas para fins apropriados e
casos protocolares em que houver reciprocidade ou em legalmente permitidos;
razão do exercício de funções diplomáticas. V Abster-se de consultar o cadastro, as contas de
Art. 45 Na participação, por interesse institucional, em depósitos (à vista ou vinculadas) e aplicações de
congressos, seminários e eventos similares, a cobertura empregados ou de correntistas sem que seja por
dos custos caberá ao Banco do Nordeste, sendo vedado o necessidade do serviço, preservando o sigilo cadastral,
recebimento de qualquer hospitalidade ou remuneração bancário, empresarial e profissional;
oferecida por terceiros. VI Prestar esclarecimentos fidedignos, quando solicitado,
Parágrafo único: Poderão ser custeados inscrição, nos prazos estabelecidos em legislação.
passagem, hospedagem e traslados, pela organização do
evento, desde que não se trate de benefício exclusivo ao CAPÍTULO XX – DA GESTÃO DA ÉTICA E DA
Banco do Nordeste ou nos casos em que essas despesas INTEGRIDADE
forem providas por governo estrangeiro e suas
instituições, por organismos internacionais ou instituições Art. 49 A gestão da ética no Banco do Nordeste é
acadêmicas, científicas ou culturais, que não tenham conduzida pela Comissão de Ética e por sua Secretaria
interesse em decisão ou atos dos participantes do Banco Executiva, ambas constituídas nos termos da legislação
do Nordeste ou de colegiados dos quais estes participem. pertinente, em especial o Decreto nº 6.029/2007 e a
Resolução nº 10/2008 da Comissão de Ética Pública
CAPÍTULO XVIII – DOS BENS E RECURSOS DO da Presidência da República (CEP).
BANCO DO NORDESTE
Art. 46 O patrimônio, as instalações e os recursos Art. 50 Dentre as atribuições da Comissão de Ética
materiais, técnicos e financeiros do Banco do Nordeste do Banco do Nordeste, destacam-se:
devem ser utilizados de forma legal, zelosa, I Na dimensão educativa, recomendar, acompanhar e
sustentável e primordialmente para o cumprimento das avaliar o desenvolvimento de ações objetivando a
atribuições que atendam aos propósitos institucionais, disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas
bem como protegidos de danos, manuseio inadequado, de ética, bem como a divulgação e implementação deste
perdas ou extravios, evitando e combatendo toda forma Código, em parceria com as demais unidades
de uso indevido, abuso e desperdício. competentes;
Art. 47 É vedada a utilização da infraestrutura, II Apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em
instalações, equipamentos, redes de dados, canais de desacordo com as normas éticas pertinentes, aplicando as
comunicação, recursos humanos, materiais e de consequentes medidas preventivas e punitivas, conforme
tecnologia da informação (correio eletrônico, Internet, disciplinado no Capítulo XXIII;
Intranet, sistemas, aplicativos etc.) do Banco do Nordeste III Atuar como instância consultiva e orientativa em
para atividades ou assuntos político-partidários, religiosos questões relacionadas a este Código;
ou de interesse comercial próprio ou de terceiros. IV Dirimir dúvidas atinentes à interpretação deste Código
e das normas que versem sobre questões éticas e
CAPÍTULO XIX – DA SEGURANÇA E TRATAMENTO DA deliberar sobre casos omissos;
INFORMAÇÃO V Supervisionar a observância do Código de Conduta da
Art. 48 São compromissos do público-alvo deste Alta Administração Federal e comunicar à Comissão de
Código: Ética Pública (CEP) a ocorrência de fatos que possam
I Proteger a informação de forma a garantir sua configurar descumprimento de suas normas;
integridade, confidencialidade e disponibilidade, conforme VI Representar o Banco do Nordeste na Rede de Ética do
o caso; Poder Executivo Federal.
II Preservar a segurança da informação, abstendo-se de
tratar de assuntos sigilosos, de uso interno do Banco, em
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Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
Art. 51 A representação, a denúncia ou qualquer outra o mandato e após o fim de seu mandato por até12 (doze)
demanda deve ser encaminhada por meio dos canais meses.
apresentados no Artigo 62. Art. 55 Os membros da Comissão de Ética e de sua
§1º Quando o autor da demanda não se identificar, a Secretaria Executiva terão assistência jurídica interna
Comissão de Ética poderá acolher os fatos narrados para durante o mandato e por período indeterminado posterior
fins de instauração, de ofício, de procedimento ao mandato, ainda que desligados dos quadros de
investigatório, desde que contenha indícios suficientes da empregados da empresa, acaso demandados
ocorrência da infração ou, em caso contrário, determinar administrativa ou juridicamente por atos seus nesta
o arquivamento sumário. qualidade.
§2º Compete à Comissão de Ética analisar as ocorrências
de descumprimento deste Código no que concerne à CAPÍTULO XXI – DAS DENÚNCIAS
dimensão da ética e decidir pela abertura do respectivo
processo de apuração ou pelo encaminhamento da Art. 59 Qualquer pessoa pode apresentar denúncia
demanda às áreas internas competentes, no caso de tema relativa a comportamentos que infringem o
ou infração de outra natureza. estabelecido neste Código.
§3º A Comissão de Ética fica obrigada a preservar o sigilo §1º O Banco do Nordeste disponibiliza canais que
de quaisquer informações a que tenha acesso. possibilitam o recebimento de denúncias internas e
externas relativas ao descumprimento deste.
Art. 52 São princípios fundamentais no trabalho §2º A Política de Proteção ao Denunciante é parte
desenvolvido pelos membros da Comissão de Ética: integrante do Código de Conduta Ética.
I Preservar a honra e a imagem da pessoa investigada;
II Proteger a identidade do denunciante; Art. 60 A denúncia deverá conter:
III Atuar de forma independente e imparcial. I Identificação opcional do denunciante;
II Identificação do denunciado;
Art. 53 A Comissão de Ética do Banco do Nordeste é III Descrição detalhada dos fatos;
composta por 3 (três) membros titulares, com IV Apresentação dos elementos de prova ou indicação de
respectivos suplentes, todos escolhidos entre os onde podem ser encontrados.
empregados do quadro permanente e em atividade
no Banco. Art. 61 Os responsáveis pelo tratamento de denúncias
§1º Dois membros titulares e dois suplentes são comprometem-se a garantir o anonimato do
designados pelo Presidente do Banco do Nordeste. denunciante quando este assim o desejar.
§2º Um membro titular e um suplente são escolhidos pelos
empregados do Banco do Nordeste, respectivamente o CAPÍTULO XXII – DOS CANAIS DE DENÚNCIA
primeiro e o segundo mais votados em eleição direta
conduzida pelo Banco e realizada a cada três anos Art. 62 Os canais de denúncia do Banco do Nordeste
§3º Compete ao Presidente do Banco do Nordeste são:
designar, dentre os componentes, o presidente da I E-mail: [email protected] ou
Comissão. [email protected] ou
§4º O mandato dos membros da Comissão é de três anos, [email protected] ou
não coincidentes, permitida apenas uma recondução. [email protected];
§5ºA atuação na Comissão de Ética é considerada II Telefones: Comissão de Ética (85) 3251-7693/ (85)
prestação de relevante serviço público e não enseja 3251-7694 ou Ouvidoria0800 033 3033. Para pessoas com
qualquer remuneração, devendo ser registrada nos deficiência auditiva: 0800 033 3031;
assentamentos funcionais do empregado. III Carta: Comissão de Ética - Av. Doutor Silas Munguba,
§6º Os trabalhos da Comissão de Ética são considerados 5.700 – Polo de Lazer – Passaré – Fortaleza – CE – CEP:
prioritários sobre as atribuições próprias do cargo ou 60.743-902;
função dos seus membros, quando estes não atuarem com IV Presencial, na sala da Comissão de Ética, no endereço
exclusividade na Comissão. constante do inciso III acima, mediante agendamento com
§7º O registro nos assentamentos funcionais do a Secretaria Executiva da Comissão; e
empregado pode ocorrer também para o Secretário- V Para denúncias de assédio sexual: (85) 99857-0268.
Executivo da Comissão de Ética e para aquelas pessoas
que, a juízo de seus membros, tenham prestado relevante CAPÍTULO XXIII – DAS SANÇÕES
serviço à Comissão.
§8º A infração de natureza ética cometida por membro da Art. 63 O descumprimento ao disposto neste Código no
Comissão de Ética será apurada pela Comissão de Ética tocante aos aspectos éticos ocasionará a aplicação da
Pública da Presidência da República. penalidade de Censura Ética, após o devido Processo de
Apuração Ética (PAE), assegurando-se o contraditório e
Art. 54 Aos membros da Comissão de Ética do Banco do a ampla defesa, sem prejuízo de outras providências a
Nordeste, titulares e suplentes, será assegurada cargo da Comissão de Ética do Banco do Nordeste,
inamovibilidade de lotação e função em comissão durante cumulativamente ou não, tais como:
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Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
7 Apoiar projetos para inclusão social de indivíduos e social, ambiental e climática para o desenvolvimento de
grupos em situação de risco e vulnerabilidade social; sua área de atuação;
8 Fomentar o uso de fontes renováveis para geração de 26 Prover, à comunidade interna, competências
energia; necessárias para a efetivação desta Política;
9 Incentivar a inovação, pesquisa e desenvolvimento 27 Atentar para que a estrutura remuneratória e de
científico e tecnológico para o desenvolvimento campanha de vendas de produtos e serviços não
sustentável e inclusivo da região; incentivem comportamentos incompatíveis com esta
10 Observar a comprovação do licenciamento ambiental, Política;
autorização para desmatamento e outorga de uso de 28 Induzir a adoção de melhores práticas sociais,
recurso hídrico, quando couber, das atividades e ambientais e climáticas para fornecedores de produtos e
empreendimentos, de acordo com as normas e critérios serviços;
estabelecidos pela legislação ambiental federal, estadual 29 Contemplar, em todos os instrumentos de crédito,
e/ou municipal; termos de parceria, acordos, convênios e contratos
11 Incorporar critérios sociais, ambientais e climáticos na celebrados pelo Banco, exigências relacionadas ao
criação, no desenvolvimento, operação e avaliação de combate à discriminação de qualquer natureza, ao
programas de financiamento, produtos, serviços, trabalho infantil, ao trabalho adolescente (salvo na
atividades e processos; condição de aprendiz), ao trabalho em condição análoga à
12 Incorporar critérios sociais, ambientais e climáticos ao de escravo, ao assédio moral e sexual, ao proveito
processo de análise e concessão de financiamentos e criminoso da prostituição e a danos ao meio ambiente;
acompanhamento de operações de crédito, bem como na 30 Incentivar parcerias com partes interessadas,
aceitação, renovação e execução de garantias reforçando o reconhecimento dos compromissos de
imobiliárias; natureza social, ambiental e climática do Banco;
13 Estimular o desenvolvimento territorial e 31 Incentivar a produção e difusão cultural;
espacialmente distribuído; 32 Incorporar as temáticas social, ambiental e climática
14 Contribuir para a segurança hídrica na área de atuação nos instrumentos de planejamento estratégico do Banco;
do Banco, em especial no semiárido; 33 Alinhar as ações de comunicação com os princípios e
15 Estabelecer procedimentos e medidas visando ao uso diretrizes desta Política.
de recursos e serviços de maneira sustentável;
16 Respeitar os direitos trabalhistas, a liberdade de PAPÉIS E RESPONSABILIDADES
associação e de negociação coletiva na relação com a GOVERNANÇA
comunidade interna; Compõem a Governança da Política de Responsabilidade
17 Promover a valorização da diversidade, equidade e Social, Ambiental e Climática do Banco do Nordeste:
inclusão e propiciar um ambiente de trabalho plural,
inclusivo, saudável, seguro e sem discriminação de A Diretoria de Planejamento, com as seguintes
qualquer natureza; competências:
18 Proporcionar o desenvolvimento pessoal e profissional • Prestação de subsídios e participação no processo de
dos empregados promovendo a equidade de tomada de decisões relacionadas ao estabelecimento e à
oportunidades, a transparência nos processos de seleção, revisão da PRSAC, auxiliando o Conselho de
promoção e avaliação e nas políticas de remuneração e Administração;
plano de carreira dos empregados; • Implementação de ações com vistas à efetividade da
19 Desenvolver ações que promovam a adoção de boas PRSAC;
práticas de educação financeira para clientes e • Monitoramento e avaliação das ações implementadas;
comunidade interna; • Aperfeiçoamento das ações implementadas quando
20 Atuar em consonância com a Política de identificadas eventuais deficiências;
Relacionamento com Clientes e Usuários de Produtos e • Divulgação adequada e fidedigna de informações
Serviços Financeiros e Política de Privacidade; constantes da seção “Divulgação” deste normativo.
21 Buscar a integração do Banco a pactos, acordos e
compromissos nacionais e internacionais, de natureza O Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de Capital,
social, ambiental ou climática; com as seguintes competências:
22 Atuar no relacionamento com suas partes interessadas • Propor recomendações ao Conselho de Administração
de acordo com a Política de Integridade e Ética, a Política sobre o estabelecimento e a revisão da
de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e o PRSAC;
Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do • Avaliar o grau de aderência das ações implementadas à
Nordeste; PRSAC e, quando necessário, propor recomendações de
23 Proporcionar acessibilidade física e digital aos clientes aperfeiçoamento;
e demais usuários; • Manter registro das recomendações relativas aos dois
24 Manter e promover canais de comunicação de fácil itens imediatamente anteriores.
acesso com todos os públicos de interesse;
25 Instituir mecanismos de divulgação de informações
acerca de seu desempenho em termos de contribuição
45
Professor Gracindo Andrade
Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
II Implementação de ações com vistas à efetividade da microfinança rural: Número de clientes ativos em
PRSAC; microfinança rural. Clientes Ativos em microfinança
III Monitoramento e avaliação das ações implementadas; urbana: Número de clientes ativos em microfinança
IV Aperfeiçoamento das ações implementadas quando urbana. Volume de recursos desembolsados em
identificadas eventuais deficiências; microfinança rural: Valores desembolsados em operações
V Divulgação adequada e fidedigna de informações de microfinança rural. Volume de recursos desembolsados
constantes da seção “Divulgação” deste normativo. em microfinança urbana: Valores desembolsados em
a) Apenas os itens I, II e III estão corretos. operações de microfinança urbana. Apoio a projetos
b) Apenas os itens II, IV e V estão corretos. sociais: Editais para aporte de recursos financeiros
c) Apenas os itens I, III e V estão corretos. realizado em projetos sociais, via incentivos fiscais.
d) Apenas os itens IV e V estão corretos. Crédito para promoção da diversidade: Percentual de
e) Os itens I, II, III, IV e V estão corretos operações contratadas por mulheres em operações de
crédito com pessoa física.
Gabarito: 1-E; 2-E.
3 Geração de energia por fontes renováveis:
9 Estratégia ASG Fomentar o uso de fontes renováveis para geração de
A estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste energia elétrica, em especial energia solar e eólica.
está ancorada no conceito de ASG, sigla para "Ambiental, Indicador: Financiamento energia renovável: Valores do
Social e Governança", que corresponde ao conjunto de financiamento para geração centralizada de energia
dimensões e indicadores utilizados para avaliação de renovável, micro e minigeração distribuída.
desempenho de uma organização, em complemento aos
aspectos econômico-financeiros. 4 Agricultura familiar e agronegócio sustentável:
Financiar a agricultura familiar e agropecuária
A Estratégia ASG se baseia em dois eixos de sustentável. Indicadores: Financiamento para
atuação: agricultura familiar: Valores aplicados no segmento de
- Apoiar a sustentabilidade social e ambiental e a transição agricultura familiar. Financiamento ao agronegócio
para uma economia de baixo carbono; sustentável: Valores destinados a operações sustentáveis
- Operar empresarialmente de forma ecoeficiente e no agronegócio.
socialmente responsável.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 Ecoeficiência e responsabilidade social e
associados à Estratégia ASG do Banco do Nordeste são: 1 ambiental: Adotar uso racional e sustentável dos
Erradicação da Pobreza; 2 Fome Zero e Agricultura recursos. Indicadores: Consumo de água no Banco:
Sustentável; 5 Igualdade de Gênero; 6 Água Potável e Volume total de água consumida dentro da organização.
Saneamento; 7 Energia Limpa e Acessível; 8 Trabalho Consumo de energia elétrica no Banco: Consumo de
Decente e Crescimento Econômico; 9 Indústria, Inovação energia elétrica dentro da organização. Consumo de
e Infraestrutura; 10 Redução das Desigualdades; 13 Ação combustíveis no Banco: Total de consumo de combustíveis
Contra a Mudança Global do Clima; 16 Paz, Justiça e dentro da organização. Reciclagem de resíduos gerados
Instituições Eficazes. pelo Banco: Volume de resíduos encaminhados para
reciclagem dentro da organização.
Linhas de Ação
Para monitorar o alcance dos objetivos foi definido um 6 Desenvolvimento territorial e espacialmente
conjunto de indicadores associados às seguintes Linhas de distribuído: Financiar atividades produtivas e
Ação de nossa estratégia de sustentabilidade: investimentos para redução de desigualdades inter-
regionais. Indicadores: Territórios do Programa de
1 Crédito de impacto positivo: Apoiar setores da Desenvolvimento Territorial: Planos de Ação Territoriais,
economia que contribuam positivamente em aspectos de em atividade, desenvolvidos pelo PRODETER.
natureza social, ambiental e climática. Indicadores: Financiamentos em municípios prioritários (CONDEL-
Financiamentos em setores econômicos de Contribuição SUDENE):
Positiva: Valores e participação no total financiado de Valores aplicados em municípios priorizados pela Política
recursos registrados em CNAES de contribuição positiva Nacional de Desenvolvimento Regional. Financiamentos
de todas as fontes e por programas de financiamento em municípios do Semiárido: Valores aplicados em
selecionados (taxonomia FEBRABAN). Clientes avaliados municípios do Semiárido.
por critérios sociais, ambientais e climáticos: Quantidade
de clientes submetidos à avaliação de risco 7 Tecnologia, inovação e pesquisa: Incentivar a
fundamentalista. inovação, pesquisa e o desenvolvimento científico e
tecnológico. Indicadores: Apoio à pesquisa, inovação e
2 Inclusão social e inserção produtiva: Apoiar a difusão de tecnologias: Valores totais aplicados pelo Fundo
inclusão financeira e produtiva bem como contribuir para Científico, Tecnológico e de Inovação. Financiamento à
a inclusão social de pessoas em situação de inovação: Valores destinados a financiamentos de
vulnerabilidade social. Indicadores: Clientes Ativos em inovação.
47
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Ética e Responsabilidade Socioambiental BNB
Questões:
1 Ano: 2024 Banca: Tipo CESGRANRIO Órgão: BNB
Prova: Analista Bancário
O BNB definiu várias estratégias de sustentabilidade que
estão ancoradas no conceito de ASG -Ambiental, Social e
Governança. Para cada linha de ação foram criados
indicadores. Para a linha da ação Governança, integridade
e transparência, foram criados os indicadores:
a) Financiamento energia renovável e Financiamentos em
setores econômicos de Contribuição Positiva
b) Índice Geral de Satisfação do Cliente e Índice de
Conformidade
c) Clientes Ativos em microfinança rural e Volume de
recursos desembolsados em microfinança urbana
d) Investimentos para acesso à água e ao saneamento e
Gestão integrada da oferta e do uso dos recursos hídricos
e) Apoio à pesquisa, inovação e difusão de tecnologias e
Financiamento à inovação
04. CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 5º, LXXIX – “É assegurado, nos termos da Lei, o
direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos
04.1 Em 1948 – O Artigo 12º da “Declaração Uni- meios digitais.” (Incluído pela Emenda Constitucional
versal dos Direitos Humanos” (EC) nº 115, de 2022).
“Ninguém será objeto de ingerências arbitrárias em 04.3 Qual o Objetivo desta Lei?
sua vida privada, sua família, seu domicílio ou sua cor-
respondência, nem de ataques a sua honra ou a sua Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de da-
reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei dos pessoais, inclusive nos meios digitais, por pes-
contra tais ingerências ou ataques.” soa natural ou por pessoa jurídica de direito pú-
blico ou privado, com o objetivo de proteger os di-
04.2 Em 1988 – Constituição Federal de 1988 reitos fundamentais de liberdade e de privacidade
e o livre desenvolvimento da personalidade da
Art. 5º, X – “São invioláveis a intimidade, a vida pri- pessoa natural.
vada, a honra e a imagem das pessoas. Assegurado o
direito à indenização pelo dano material ou dano moral Parágrafo Único. As normas gerais contidas nesta Lei
decorrente de sua violação.” são de interesse nacional e devem ser observadas pela
... União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
04.4 Lei 13.709/2018 - LGPD, Art. 02º - Quais os Fundamentos desta Lei?
ou controle da informação, modificação, comunicação, 04.8 No que está baseada essa Lei?
transferência, difusão ou extração;
A nossa LGPD está fortemente baseada no Regula-
Questão 7. Sobre a Lei Federal nº 13.709/2018, al- mento Geral sobre a Proteção de Dados 2016/679
terada pela Lei Federal nº 13.853/2019 (Lei Geral (GDPR) que é um regulamento do direito europeu sobre
de Proteção de Dados Pessoais), assinale a alternativa privacidade e proteção de dados pessoais, aplicável a to-
correta. dos os indivíduos na União Europeia e Espaço Econômico
Europeu.
A. Dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, exclu-
Proposta em 2012, a nova regulamentação foi aprovada
ído o tratamento realizado nos meios digitais, por pes-
pela União Europeia em 2016 e passou a valer oficial-
soa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou
mente apenas em 2018.
privado.
B. Considera como anonimizado o dado pessoal sobre
04.9 Onde se APLICA essa Lei?
origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião polí-
tica, filiação a sindicato ou a organização de caráter reli-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de trata-
gioso, filosófico ou político.
mento realizada por pessoa natural ou por pessoa
C. Tem como objetivo primordial proteger o desenvolvi-
jurídica de direito público ou privado, independente-
mento econômico e tecnológico e a inovação.
mente do meio, do país de sua sede ou do país onde es-
D. Dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclu-
tejam localizados os dados, desde que:
sive nos meios digitais, ressalvadas as operações de tra-
tamento realizadas por pessoa jurídica de direito pú-
I – a operação de tratamento seja realizada no
blico.
E. Tratamento é toda operação realizada com dados território nacional;
pessoais, como as que se referem a coleta, produção, II – a atividade de tratamento tenha por objetivo a
recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tra-
transmissão, distribuição, processamento, arquiva- tamento de dados de indivíduos localizados no ter-
mento, armazenamento, eliminação, avaliação ou con- ritório nacional; ou
trole da informação, modificação, comunicação, transfe- III – os dados pessoais objeto do tratamento tenham
rência, difusão ou extração. sido coletados no território nacional.
A. Dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, excluí- Questão 10. Acerca da Lei Geral de Proteção de Da-
das as operações de tratamento em meios digitais. dos Pessoais (LGPD) e suas alterações, podemos afir-
B. Tem por objetivo proteger a livre iniciativa. mar que a referida lei não se aplica ao tratamento de da-
C. Dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclu- dos pessoais realizado por pessoa natural para fins econô-
sive nos meios digitais, ressalvadas as operações de tra- micos.
tamento realizadas por pessoa jurídica de direito pú-
blico. (__) – CERTO
D. Dispõe sobre o tratamento de dados públicos. (__) - ERRADO
E. Dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclu-
sive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pes- Questão 11. A Lei n° 13.709/2018 (Lei Geral de
soa jurídica de direito público ou privado.
Proteção de Dados) incide quanto ao cadastro de usu-
ários e clientes, alterando a maneira como as organiza-
04.10 Onde NÃO se APLICA essa Lei?
ções devem tratar dados pessoais, com vistas a proteger
Art. 4º Esta Lei NÃO SE APLICA ao tratamento de da- os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e
dos pessoais: a respeitar o livre desenvolvimento da personalidade, a
dignidade e o exercício da cidadania. Para os fins dessa
I – realizado por pessoa natural para fins exclu- lei, considera-se dado pessoal qualquer informação rela-
sivamente particulares e não econômicos; cionada a pessoa física ou jurídica identificada ou identi-
II – realizado para fins exclusivamente: ficável.
a) jornalístico e artísticos; ou
b) acadêmicos; (__) – CERTO
III – realizado para fins exclusivos de: (__) - ERRADO
a) segurança pública; Questão 12. Sobre a LGPD, assinale a alternativa IN-
b) defesa nacional; CORRETA:
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infra- A. A LGPD foi criada em agosto de 2018, mas somente
entrou em vigor em 2020.
ções penais; ou
B. LGPD foi inspirada em uma lei europeia, a GDPR.
IV – provenientes de fora do território nacional e
C. LGPD regulamentará qualquer atividade que envolva
que não sejam objeto de comunicação, uso comparti- utilização de dados pessoais, seja a atividade relacio-
lhado de dados com agentes de tratamento brasileiros nada a meios digitais ou não.
ou objeto de transferência internacional de dados com D. LGPD rege que o consentimento de acesso aos dados
outro país que não o de proveniência, desde que o país por uma empresa pode ser revogado a qualquer mo-
de proveniência proporcione grau de proteção de da- mento mediante manifestação expressa do titular dos
dos pessoais adequado ao previsto nesta Lei. dados.
E. LGPD aplica-se a qualquer operação de tratamento
realizada apenas no Brasil.
V – Titular: pessoa natural a quem se referem os D. Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens
dados pessoais que são objeto de tratamento; móveis e imóveis de sua propriedade não constituem re-
VI – Controlador: pessoa natural ou jurídica, de di- ceitas da ANDP.
reito público ou privado, a quem competem as de- E. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
cisões referentes ao tratamento de dados pesso- ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades
ais; do Poder Executivo federal.
VII – Operador: pessoa natural ou jurídica, de direito
Art. 58º Para os fins desta Lei, considera-se:
público ou privado, que realiza o tratamento de da-
dos pessoais em nome do controlador; A – do Conselho Nacional de Proteção de Dados
VIII – Encarregado: pessoa indicada pelo controla- Pessoais e da Privacidade: órgão composto de 23
dor e operador para atuar como canal de comunicação (vinte e três) representantes, titulares e suplentes,
entre o controlador, os titulares dos dados e a Autori- dos órgãos Poder Executivo Federal; Senado Federal;
dade Nacional de Proteção de Dados (ANPD); Câmara dos Deputados; Conselho Nacional de Justiça;
... Conselho Nacional do Ministério Público; Comitê Ges-
IX - Agentes de Tratamento: o controlador e o tor da Internet no Brasil; Entidades da Sociedade Civil
operador; (com atuação relacionada a proteção de dados pesso-
XIX – Autoridade Nacional1: órgão da administra- ais); Instituições Científicas; Tecnológicas e de Inova-
ção pública responsável por zelar, implementar e ção; Confederações Sindicais (representativas das ca-
fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo o terri- tegorias econômicas do setor produtivo); Entidade do
tório nacional. Setor Empresarial (relacionado à área de tratamento
de dados pessoais) e Entidades do Setor Laboral.
Questão 13. Nos termos da Lei Brasileira que trata da
Proteção de Dados, Lei nº 13.709/2018, a respeito 05.1 Lei 13.709/2018 - LGPD, Art. 5º - Sobre os
da Autoridade Nacional de Proteção de Dados Agentes de Tratamento de Dados
(ANPD), assinale a alternativa correta.
SEGUNDO A LEI, SÃO O CONTROLADOR E O OPE-
A. A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo RADOR DOS DADOS PESSOAIS. O controlador é a
ser transformada pelo Poder Executivo em entidade da pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado,
administração pública federal indireta, submetida a re- a quem competem as decisões referentes ao tratamento
gime autárquico especial e vinculada à Presidência da de dados pessoais. Já o operador é pessoa natural ou ju-
República. rídica, de direito público ou privado, que realiza o trata-
B. Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e mento de dados pessoais em nome do controlador.
Comunicações disporá sobre a estrutura regimental da
ANPD. Em caso de ato contrário aos termos da LGPD, TANTO
C. Não é da competência da ANDP apreciar petições de O OPERADOR COMO O CONTROLADOR PODEM RES-
titular contra controlador após comprovada pelo titular a PONDER DIRETAMENTE, DE FORMA SUBJETIVA, E
apresentação de reclamação ao controlador não solucio- SOLIDÁRIA com a empresa para quem atuam sobre o
nada no prazo estabelecido em regulamentação. incidente de dados pessoais.
05.2 Sobre o Encarregado de Dados (DPO) B. órgão da administração pública responsável por zelar,
implementar e fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo
• Se reporta diretamente a alta direção da empresa; o território nacional.
• Deve ser dotado de autonomia e estabilidade; C. pessoa natural ou jurídica, de direito público ou pri-
• Não precisar ser um cargo (pode ser apenas vado, a quem competem as decisões referentes ao trata-
uma função dentro da empresa); mento de dados pessoais.
• Não precisa ter uma formação específica (em D. pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
especial: formação jurídica ou em tecnologia que são objeto de tratamento.
da informação);
• Pode ser terceirizado (na modalidade, inclu- Questão 15. A partir da identificação dos conceitos tra-
sive de DPOaaS); zidos pela LGPD, analise as assertivas abaixo e assinale a
• CBO - Classificação Brasileira de Ocupações do alternativa correta.
DPO: 1421-35.
I. Os agentes de tratamento são o controlador, o ope-
Art. 41º § 2º As atividades do encarregado consistem: rador e o encarregado.
II. Encarregado é a pessoa natural ou jurídica, de di-
I - aceitar reclamações e comunicações dos titu- reito público ou privado, que realiza o tratamento de
lares, prestar esclarecimentos e adotar provi- dados pessoais em nome do controlador.
dências; III. Operador é a pessoa natural ou jurídica, de direito
II - receber comunicações da autoridade nacio- público ou privado, a quem competem as decisões re-
nal e adotar providências; ferentes ao tratamento de dados pessoais.
III - orientar os funcionários e os contratados da enti- IV. Controlador é a pessoa indicada pelo encarregado
dade a respeito das práticas a serem tomadas em re- para atuar como canal de comunicação entre o opera-
lação à proteção de dados pessoais; e dor, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo Proteção de Dados (ANPD).
controlador ou estabelecidas em normas complemen-
tares. A. Todas estão corretas.
B. Todas estão incorretas.
• O DPO NÃO responderá civilmente perante os C. Apenas I está correta.
titulares ou à ANPD em relação a tratamento de D. Apenas I e IV estão corretas.
dados; E. Apenas II, III e IV estão corretas.
• Seu papel é meramente consultivo;
o Não cabe ao DPO adotar medidas junto a qual- Questão 16. De acordo com a Lei Geral de Proteção de
quer operação de tratamento de dados; Dados Pessoais (LGPD), assinale a alternativa que apre-
o Cabe ao controlador adotar, ou não, as orienta- sente o conceito de encarregado para os fins da LGPD.
ções do DPO, ciente dos riscos;
• Os agentes de tratamento é quem são respon- A. Pessoa natural ou jurídica, de direito público ou pri-
sáveis por garantir que a atividade de trata- vado, que realiza o tratamento de dados pessoais em
mento de dados pessoais está sendo realizada nome do controlador.
em conformidade legal com a LGPD. B. Pessoa natural ou jurídica, de direito público ou pri-
vado, a quem competem as decisões referentes ao trata-
Questão 14. É “controlador” para os fins da Lei Geral mento de dados pessoais.
de Proteção de Dados Pessoais – Lei nº 13.709/17: C. Pessoa indicada pelo controlador e operador para
atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
A. pessoa natural ou jurídica, de direito público ou pri- titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção
vado, que realiza o tratamento de dados pessoais em de Dados (ANPD).
nome do operador. D. Pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
que são objeto de tratamento.
56
LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
D. controlador a pessoa natural ou jurídica, de direito A. dado anonimizado a utilização de meios técnicos razo-
público ou privado, que realiza o tratamento de dados áveis e disponíveis no momento do tratamento, por meio
pessoais em nome do controlador. dos quais um dado perde a possibilidade de associação,
E. anonimização o dado relativo a titular que não possa direta ou indireta, a um indivíduo.
ser identificado, considerando a utilização de meios téc- B. operador a pessoa natural ou jurídica, de direito pú-
nicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu trata- blico ou privado, a quem competem as decisões referen-
mento.
tes ao tratamento de dados pessoais.
C. dado pessoal sensível o dado pessoal sobre origem ra-
08. DADOS ANONIMIZADOS
cial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação
a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado
XI – Anonimização: utilização de meios técnicos genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa
razoáveis e disponíveis no momento do tratamento, natural.
por meio dos quais um dado perde a possibilidade D. controlador a pessoa natural ou jurídica, de direito pú-
de associação, direta ou indireta, a um indivíduo; blico ou privado, que realiza o tratamento de dados pes-
soais em nome do controlador.
08.1 Anonimização – Por Criptografia de Dados E. anonimização o dado relativo a titular que não possa
ser identificado, considerando a utilização de meios téc-
nicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu trata-
mento.
11.1 Ainda a Respeito do Direito de Livre Acesso: Questão 24. Considerando o que dispõe a Lei nº
13.709 de 2018, que trata da Proteção de Dados,
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às quanto aos princípios e sua conceituação legal, que, jun-
informações sobre o tratamento de seus dados, tamente com o princípio da boa-fé, deverão ser observa-
que deverão ser disponibilizadas de forma clara, dos nas atividades de tratamento de dados pessoais, o
adequada e ostensiva acerca de, entre outras ca- livre acesso que se traduz na garantia, aos titulares, de
racterísticas previstas em regulamentação para o
exatidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de
atendimento do princípio do livre acesso:
acordo com a necessidade e para o cumprimento da fina-
I - finalidade específica do tratamento; lidade de seu tratamento.
II - forma e duração do tratamento, observados
os segredos comercial e industrial; (__) - CERTO
III - identificação do controlador; (__) - ERRADO
IV - informações de contato do controlador;
V - informações acerca do uso compartilhado de
dados pelo controlador e a finalidade;
VI - responsabilidades dos agentes que realiza-
rão o tratamento; e
Questão 25. De acordo com a Lei n.º 13.709/2018
VII - direitos do titular, com menção explícita
aos direitos contidos no art. 18º desta Lei. (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), as ativi-
dades de tratamento de dados pessoais devem observar
a boa-fé e o princípio
60
LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
Base Legal: CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO LEGAL o VI – para o exercício regular de direitos em pro-
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse
• Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de se-
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: tembro de 1996 (Lei de Arbitragem);
o II – para o cumprimento de obrigação legal
ou regulatória pelo controlador; Base Legal: PROTEÇÃO DA VIDA
Base Legal: EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS • Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
• Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente o VII – para a proteção da vida ou da incolu-
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: midade física do titular ou de terceiro;
o III – pela administração pública, para o
tratamento e uso compartilhado de dados Base Legal: TUTELA DA SAÚDE
necessários à execução de políticas públi-
cas previstas em leis e regulamentos ou respal- • Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
dadas em contratos, convênios ou instrumentos poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
congêneres, observadas as disposições do Capí- o VIII – para a tutela da saúde, exclusiva-
tulo IV desta Lei; mente, em procedimento realizado por pro-
fissionais de saúde, serviços de saúde ou
Base Legal: ESTUDO POR ÓRGÃOS DE PESQUISA autoridade sanitária;
• Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente Base Legal: INTERESSES LEGÍTIMOS DO CONTRO-
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: LADOR
o IV – para a realização de estudos por órgão
de pesquisa, garantida, sempre que possí- • Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
vel, a anonimização dos dados pessoais; poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
o IX – quando necessário para atender aos
Base Legal: EXECUÇÃO DE CONTRATO interesses legítimos do controlador ou de
terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi-
• Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente tos e liberdades fundamentais do titular que exi-
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: jam a proteção dos dados pessoais;
o V – quando necessário para a execução de
contrato ou de procedimentos preliminares Base Legal: PROTEÇÃO DO CRÉDITO
relacionados a contrato do qual seja parte o
titular, a pedido do titular dos dados; • Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
Base Legal: EXERCÍCIO REGULAR DOS DIREITOS o X – para a proteção do crédito, inclusive
quanto ao disposto na legislação pertinente.
• Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
62
LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
Questão 27. A Lei Geral de Proteção de Dados Pes- A Lei Geral de Proteção de dados dispõe sobre o trata-
soais − Lei nº 13.709/2018 prevê que uma das hipó- mento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais,
teses para a utilização do tratamento de dados pessoais com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de
é mediante o fornecimento de consentimento pelo titular. liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da
Segundo essa lei, na hipótese em que o consentimento é personalidade da pessoa natural. Com relação às dispo-
requerido, se as informações fornecidas ao titular têm sições legais contidas no referido ato normativo, julgue
o item.
conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apre-
sentadas previamente com transparência, de forma clara
Questão 29. Na realização de estudos em saúde pública,
e inequívoca, o consentimento será
os órgãos de pesquisa poderão ter acesso a bases de da-
dos pessoais, com a estrita finalidade de realização de es-
A. nulo.
tudos e pesquisas, desde que observada a ética e as nor-
B. ilícito.
mas de tratamento de dados pertinentes.
C. subsidiário.
D. desqualificado.
(__) - CERTO
E. complementar. (__) - ERRADO
A Lei Geral de Proteção de dados dispõe sobre o trata- Questão 30. A Lei n.º 13.709/2018 (Lei Geral de
mento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, Proteção de Dados Pessoais) prevê a realização do
com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de
tratamento de dados pessoais, mediante o consentimento
liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da
do titular dos dados, para o cumprimento de obrigação
personalidade da pessoa natural. Com relação às dispo-
sições legais contidas no referido ato normativo, julgue legal ou regulatória e para a realização de estudos ou exe-
o item. cução de contratos a pedido do titular. As hipóteses em
questão são exemplos de
Questão 28. O tratamento de dados pessoais somente
poderá ser realizado mediante o fornecimento de consen- A. princípios das atividades de tratamento de dados pes-
timento por seu titular, mesmo que este os tenha tornado soais.
manifestamente públicos. B. requisitos para o tratamento de dados pessoais sensí-
veis.
(__) - CERTO C. tratamento de dados pessoais de crianças e adoles-
(__) - ERRADO centes.
D. direitos do titular dos dados.
E. requisitos para o tratamento de dados pessoais.
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LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
Questão 31. De acordo com a LGPD, o tratamento de pública, e o pedido está respaldado no convênio entre as
dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguin- instituições.
tes hipóteses, EXCETO
13. CAPÍTULO III - DOS DIREITOS DO TITULAR
A. mediante o fornecimento de consentimento pelo titu-
lar. Art. 18º O titular dos dados pessoais tem direito a obter
B. para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória do controlador, em relação aos dados do titular por ele
pelo controlador. tratados, a qualquer momento e mediante requisição:
C. para a proteção da vida ou da incolumidade física do
titular ou de terceiro. I – confirmação da existência de tratamento;
D. quando necessário para atender aos interesses legíti- II – acesso aos dados;
mos do controlador ou de terceiro, independentemente III – correção de dados incompletos, inexatos ou
dos direitos e liberdades fundamentais do titular que desatualizados;
exigem a proteção dos dados pessoais. IV – anonimização, bloqueio ou eliminação de dados
E. para a proteção do crédito, inclusive quanto ao dis- desnecessários, excessivos ou tratados em desconfor-
posto na legislação pertinente. midade com o disposto nesta Lei;
V – portabilidade dos dados a outro fornecedor
Questão 32. Considere a seguinte situação hipotética:
de serviço ou produto, mediante requisição ex-
pressa, de acordo com a regulamentação da autori-
A Defensoria Pública do Estado do Paraná formalizou
convênio com a Secretaria de Saúde do Estado para soli- dade nacional, observados os segredos comercial e in-
citar, no primeiro atendimento de cada pessoa, informa- dustrial;
ção sobre a vacinação ou não contra o sarampo de seus VI – eliminação dos dados pessoais tratados com o
filhos. Tal convênio faz parte do programa “Sarampo consentimento do titular, exceto nas hipóteses previs-
Zero” promovido em todo o Estado. Para a execução do tas no art. 16º desta Lei;
convênio, foi inserida, na ficha de atendimento inicial, VII – informação das entidades públicas e priva-
para todos os assistidos que possuam filhos menores de das com as quais o controlador realizou uso com-
18 anos, a pergunta se o filho havia recebido a vacina partilhado de dados;
contra o sarampo. Tal etapa é obrigatória para a finali- VIII – informação sobre a possibilidade de não forne-
zação do atendimento. Posteriormente, a Defensoria Pú- cer consentimento e sobre as consequências da nega-
blica repassa à Secretaria de Saúde a relação nominal
tiva;
das pessoas não vacinadas.
IX – revogação do consentimento, nos termos do
§ 5º do art. 8º desta Lei.
Diante dessa situação e considerando a proteção de da-
dos pessoais regida pela Lei Geral de Proteção de Da-
dos, assinale a alternativa correta. Art. 20º O titular dos dados tem direito a solicitar
a revisão de decisões tomadas unicamente com
A. O pedido de informação sobre a vacinação de sa- base em tratamento automatizado de dados pes-
rampo dos filhos das pessoas atendidas é ilegal, uma soais que afetem seus interesses, incluídas as de-
vez que ultrapassa a finalidade do serviço da Defensoria cisões destinadas a definir o seu perfil pessoal,
Pública. profissional, de consumo e de crédito ou os aspec-
B. Para que o pedido de informação sobre a vacinação tos de sua personalidade.
do sarampo seja legal, deverá a pessoa atendida con-
sentir expressamente, sem que a negativa do consenti- § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que soli-
mento impeça o atendimento. citadas, informações claras e adequadas a respeito dos
C. O pedido de informações sobre a vacinação do sa- critérios e dos procedimentos utilizados para a decisão
rampo não pode ser feito, já que a Defensoria Pública automatizada, observados os segredos comercial e in-
não é considerada na Lei Geral de Proteção de Dados dustrial.
dentro das regras aplicáveis ao Poder Público, uma vez
que não está expressamente prevista no rol de pessoas
jurídicas de direito público da Lei de Acesso à Informa-
ção.
D. O pedido de informação sobre a vacinação do sa-
rampo só será legal caso haja a anonimização dessa in-
formação quando houver o repasse à Secretaria de Sa-
úde, que só poderá acessar dados estatísticos de não
vacinação e não a relação nominal dessas pessoas.
E. O pedido de informação sobre a vacinação do sa-
rampo já atende à legalidade na medida em que tais in-
formações serão utilizadas para a execução de política
64
LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
Questão 36. Considerando o que dispõe a Lei n° § 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas
13.709/2018, de Proteção de Dados, assinale a alter- complementares sobre a definição e as atribuições do
nativa correta. encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da ne-
cessidade de sua indicação, conforme a natureza e o
A. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá, porte da entidade ou o volume de operações de trata-
dentre outras hipóteses, quando se verificar que os da- mento de dados.
dos deixaram de ser necessários ou pertinentes ao al-
cance da finalidade específica almejada. Art. 48º O controlador deverá comunicar à autori-
B. O titular dos dados pessoais não tem direito de obter dade nacional e ao titular a ocorrência de incidente
do controlador, em relação aos dados do titular por ele de segurança que possa acarretar risco ou dano
tratados, a confirmação da existência de tratamento. relevante aos titulares.
C. A portabilidade dos dados pessoais a outro fornecedor
de serviço ou produto, prevista na Lei n° 13.709/2018, § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, con-
inclui dados que já tenham sido anonimizados pelo con- forme definido pela autoridade nacional, e deverá
trolador. mencionar, no mínimo:
D. O titular dos dados pessoais não tem direito de obter
I – a descrição da natureza dos dados pesso-
do controlador, em relação aos dados do titular por ele
ais afetados;
tratados, informação sobre a possibilidade de não forne-
cer consentimento e sobre as consequências da nega- II – as informações sobre os titulares envol-
tiva. vidos;
E. Ao titular dos dados pessoais não é dado o direito de III – a indicação das medidas técnicas e de segu-
peticionar em relação aos seus dados, perante a autori- rança utilizadas para a proteção dos dados, obser-
dade nacional, contra o controlador. vados os segredos comercial e industrial;
...
15. CAPÍTULO VI - DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS VI – as medidas que foram ou que serão adotadas
PESSOAIS para reverter ou mitigar os efeitos do prejuízo.
I - para países ou organismos internacionais que C. quando a transferência for necessária para a proteção
proporcionem grau de proteção de dados pesso- da vida ou da incolumidade física do titular ou de ter-
ais adequado ao previsto nesta Lei; ceiro.
... D. quando o titular tiver fornecido o seu consentimento
III - quando a transferência for necessária para específico e em destaque para a transferência, com in-
a cooperação jurídica internacional entre órgãos formação prévia sobre o caráter internacional da opera-
ção, distinguindo claramente esta de outras finalidades.
públicos de inteligência, de investigação e de
E. quando a transferência for necessária para a coopera-
persecução, de acordo com os instrumentos de
ção jurídica internacional entre órgãos públicos de inteli-
direito internacional; gência, de investigação e de persecução, de acordo com
IV - quando a transferência for necessária para a pro- os instrumentos de direito internos.
teção da vida ou da incolumidade física do titular ou
de terceiro; 17. CAPÍTULO VIII - DA FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES ADMINIS-
V - quando a autoridade nacional autorizar a TRATIVAS
transferência;
VI - quando a transferência resultar em compromisso ATENÇÃO: As Sanções Administrativas entraram
assumido em acordo de cooperação internacional; em vigor no dia 1º de agosto de 2021.
VII - quando a transferência for necessária para a
execução de política pública ou atribuição legal do ser- Art. 52º Os agentes de tratamento de dados, em razão
viço público, sendo dada publicidade nos termos do in- das infrações cometidas às normas previstas nesta Lei,
ciso I do caput do art. 23º desta Lei; ficam sujeitos às seguintes sanções administrativas apli-
cáveis pela autoridade nacional:
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu con-
sentimento específico e em destaque para a
I - advertência, com indicação de prazo para
transferência, com informação prévia sobre o ca-
adoção de medidas corretivas;
ráter internacional da operação, distinguindo
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do
claramente esta de outras finalidades; ou
faturamento da pessoa jurídica de direito pri-
IX - quando necessário para atender as hipóteses pre-
vado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu
vistas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
último exercício, excluídos os tributos, limitada,
no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões
Questão 37. Assinale a alternativa correta com funda-
de reais) por infração;
mento na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
III - multa diária, observado o limite total a que se
(Lei nº 13.709/2018).
refere o inciso II;
IV - publicização da infração após devidamente
A. O encarregado deverá indicar controlador para o tra-
apurada e confirmada a sua ocorrência;
tamento de dados pessoais.
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a
B. A Lei de Proteção também se aplica ao tratamento de
infração até a sua regularização;
dados pessoais realizado para fins exclusivamente jorna-
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere
lístico e artísticos.
a infração;
C. Considera-se dado pessoal sensível a informação rela-
X - suspensão parcial do funcionamento do
cionada à pessoa natural identificada ou identificável.
banco de dados a que se refere a infração pelo
D. A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável
fundamentos, dentre outros, a autodeterminação infor-
por igual período, até a regularização da ativi-
mativa e a exposição da privacidade.
dade de tratamento pelo controlador;
E. A transferência internacional de dados pessoais é per-
XI - suspensão do exercício da atividade de tra-
mitida quando resultar em compromisso assumido em
tamento dos dados pessoais a que se refere a in-
acordo de cooperação internacional.
fração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
Questão 38. Segundo a Lei nº 13.709/2018, de Pro- prorrogável por igual período;
teção de Dados, a transferência internacional de dados XII - proibição parcial ou total do exercício de
pessoais é permitida nas seguintes situações, EXCETO atividades relacionadas a tratamento de dados.
A. para países ou organismos internacionais que propor- § 1º As sanções serão aplicadas após procedi-
cionem grau de proteção de dados pessoais adequado mento administrativo que possibilite a oportuni-
ao previsto na Lei específica. dade da ampla defesa, de forma gradativa, isolada
B. quando a autoridade nacional autorizar a transferên- ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do
cia. caso concreto e considerados os seguintes parâmetros
e critérios...
67
LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
Observações:
• Os Órgãos Públicos também podem sofrer sanções com exceção das sanções pecuniárias.
• O empregado que teve uma ação indevida poderá ser penalizado?
o SIM! Em questões penais em virtude de seus atos e não pela LGPD/ANPD. No caso de funcionários públicos
eles possuem previsão de sua responsabilização em leis como: o Estatuto do Servidor Público, a Lei de Acesso
à Informação e a Lei de Improbidade Administrativa.
Questão 39. Os agentes de tratamento de dados, em ra- Acerca de privacidade e proteção de dados pessoais, jul-
zão das infrações cometidas às normas previstas na Lei gue o item subsequente.
nº 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados,
ficam sujeitos a determinadas sanções administrativas Questão 42. Em caso de infração à LGPD cometida por
aplicáveis pela autoridade nacional. Assinale a afirmativa agente de tratamento de dados, um dos critérios para a
que contém uma dessas sanções. aplicação da sanção administrativa ao infrator é a sua
condição econômica.
A. Dois anos de prisão, em regime fechado.
B. Demissão imediata, caso seja servidor público. (__) - CERTO
C. Advertência, com indicação de prazo para adoção de (__) - ERRADO
medidas corretivas.
Questão 43. O tratamento de dados pessoais previsto na
D. Uma multa no valor de R$ 50.000.000,00, a qual de-
LGPD poderá ser feito quando necessário para o atendi-
verá ser paga em até cinco anos após a data de sua apli-
mento dos interesses legítimos do controlador, exceto nas
cação.
situações em que prevalecerem direitos e liberdades fun-
E. Multa simples, de até 4% do faturamento da pessoa
damentais do titular que exijam a proteção dos dados
jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no
pessoais.
Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limi-
tada, no total, a R$ 50.000.000,00 por infração.
(__) - CERTO
(__) - ERRADO
Questão 40. A Lei Geral de Proteção de Dados Pes-
soais (Lei nº 13.709/2018), conhecida como LGPD, Questão 44. Caso ocorra infração às normas contidas na
dispõe sobre o tratamento de dados pessoais e contém Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a autoridade
normas que devem ser seguidas pela União, Estados, Dis- nacional poderá aplicar a seguinte sanção:
trito Federal e Municípios. Em relação à LGPD, é INCOR-
RETO afirmar que: A. admoestação sigilosa.
B. prisão simples.
A. Possui um capítulo específico para o tratamento de da- C. declaração de inidoneidade.
dos pelo Setor Público. D. multa diária.
B. Estabelece que as atividades de tratamento de dados E. recolhimento domiciliar.
pessoais deverão observar princípios de: finalidade; ade-
quação; necessidade; livre acesso; qualidade dos dados; 18. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚ-
transparência; segurança; prevenção; não discriminação; BLICO (CAP. IV NA ÍNTEGRA)
responsabilização e prestação de contas.
C. Tem entre seus fundamentos o respeito à privacidade. 18.1 Seção I - Das Regras
D. As sanções administrativas previstas entraram em vi-
gor na publicação da Lei. Art. 23º O tratamento de dados pessoais pelas pessoas
E. O tratamento de dados pessoais poderá ser realizado jurídicas de direito público referidas no parágrafo
pela administração pública, para o tratamento e uso com- único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novem-
partilhado de dados necessários à execução de políticas bro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), deverá
públicas previstas em leis. ser realizado para o atendimento de sua finalidade pú-
blica, na persecução do interesse público, com o objetivo
de executar as competências legais ou cumprir as atri-
buições legais do serviço público, desde que:
Art. 24º As empresas públicas e as sociedades de eco- I - nas hipóteses de dispensa de consentimento pre-
nomia mista que atuam em regime de concorrência, su- vistas nesta Lei;
jeitas ao disposto no art. 173º da Constituição Federal, II - nos casos de uso compartilhado de dados, em
terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídi- que será dada publicidade nos termos do inciso I do
cas de direito privado particulares, nos termos desta Lei. caput do art. 23º desta Lei; ou
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26º
Parágrafo Único. As empresas públicas e as so- desta Lei.
ciedades de economia mista, quando estiverem
operacionalizando políticas públicas e no âm- Parágrafo Único. A informação à autoridade nacio-
bito da execução delas, terão o mesmo trata- nal de que trata o caput deste artigo será objeto de
mento dispensado aos órgãos e às entidades do regulamentação.
Poder Público, nos termos deste Capítulo.
Art. 28º (VETADO).
Art. 25º Os dados deverão ser mantidos em for-
mato interoperável e estruturado para o uso com- Art. 29º A autoridade nacional poderá solicitar, a qual-
partilhado, com vistas à execução de políticas pú- quer momento, aos órgãos e às entidades do poder pú-
blicas, à prestação de serviços públicos, à descen- blico a realização de operações de tratamento de dados
tralização da atividade pública e à disseminação e pessoais, informações específicas sobre o âmbito e a na-
ao acesso das informações pelo público em geral. tureza dos dados e outros detalhes do tratamento reali-
zado e poderá emitir parecer técnico complementar para
Art. 26º O uso compartilhado de dados pessoais garantir o cumprimento desta Lei.
pelo Poder Público deve atender a finalidades es-
pecíficas de execução de políticas públicas e atri- Art. 30º A autoridade nacional poderá estabelecer nor-
buição legal pelos órgãos e pelas entidades públi- mas complementares para as atividades de comunicação
cas, respeitados os princípios de proteção de dados pes- e de uso compartilhado de dados pessoais.
soais elencados no art. 6º desta Lei.
18.2 Seção II - Da Responsabilidade
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a en-
tidades privadas dados pessoais constantes de Art. 31º Quando houver infração a esta Lei em decor-
bases de dados a que tenha acesso, exceto: rência do tratamento de dados pessoais por órgãos
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LEI 13.709
JOSÉ ROBERTO
públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe sugerir a adoção de padrões e de boas práticas
com medidas cabíveis para fazer cessar a violação. para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder
Público.
Art. 32º A autoridade nacional poderá solicitar a
agentes do Poder Público a publicação de relató-
rios de impacto à proteção de dados pessoais e
20. PRIVACY BY DESIGN E PRIVACY BY DEFAULT mantidos apenas pelo tempo necessário para fornecer
o produto ou serviço.
20.1 Privacy by Design
21. EM RESUMO, NO ART. 5º, PARA OS FINS DESTA LEI, CONSIDERA-SE (GLOSSÁRIO TÉCNICO):
II Dado Pessoal Sensível dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opi-
nião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso,
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado
genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;
III Dado Anonimizado dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a
utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu
tratamento;
IV Banco de Dados conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em
vários locais, em suporte eletrônico ou físico;
V Titular pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto
de tratamento;
VI Controlador pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem com-
petem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;
VII Operador pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o
tratamento de dados pessoais em nome do controlador;
VIII Encarregado pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de
comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autori-
dade Nacional de Proteção de Dados (ANPD);
IX Agentes de Tratamento o controlador e o operador;
X Tratamento toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem
a coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, repro-
dução, transmissão, distribuição, processamento, arquivamento, ar-
mazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modi-
ficação, comunicação, transferência, difusão ou extração;
XVII Relatório de Impacto documentação do controlador que contém a descrição dos processos
à Proteção de Dados Pesso- de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberda-
ais des civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguar-
das e mecanismos de mitigação de risco;
XVIII Órgão de Pesquisa órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta ou pes-
soa jurídica de direito privado sem fins lucrativos legalmente constitu-
ída sob as leis brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em sua
missão institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pes-
quisa básica ou aplicada de caráter histórico, científico, tecnológico ou
estatístico;
XIX Autoridade Nacional órgão da administração pública responsável por zelar, implementar e
fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo o território nacional.
Er-
01. D 06. Certo 11. 16. C 21. B 26. A 31. D 36. A 41. Certo
rado
02. Certo 07. E 12. C 17. D 22. D 27. A 32. E 37. E 42. Certo
Er- Er-
03. A 08. D 13. E 18. C 23. 28. 33. B 38. E 43. Certo
rado rado
Er-
04. A 09. E 14. C 19. C 24. 29. Certo 34. C 39. C 44. D
rado
Er-
05. D 10. 15. B 20. C 25. D 30. E 35. E 40. D
rado
Bons ESTUDOS!!!
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à admi-
nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos nistração pública estrangeira as organizações públicas
aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas internacionais.
no parágrafo único do art. 1º, que atentem contra o pa-
trimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios § 3º Considera-se agente público estrangeiro,
da administração pública ou contra os compromissos in- para os fins desta Lei, quem, ainda que transito-
ternacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: riamente ou sem remuneração, exerça cargo,
emprego ou função pública em órgãos, entidades
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indireta-
estatais ou em representações diplomáticas de país
mente, vantagem indevida a agente público, ou
estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas contro-
a terceira pessoa a ele relacionada;
ladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de
II - comprovadamente, financiar, custear, patro-
país estrangeiro ou em organizações públicas interna-
cinar ou de qualquer modo subvencionar a prá-
cionais.
tica dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pes-
Questão 6. A respeito da responsabilização civil e admi-
soa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus
nistrativa das pessoas jurídicas pela prática de atos con-
reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos
tra a administração pública, disciplinada pela Lei nº
atos praticados;
12.846, de 1º de agosto de 2013, é correto afirmar
IV - no tocante a licitações e contratos:
que:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, com-
binação ou qualquer outro expediente, o cará- A. traduz hipótese de responsabilização objetiva, nos âm-
ter competitivo de procedimento licitatório bitos administrativo e civil, abrangendo a atuação lesiva
público; das pessoas jurídicas em seu interesse ou benefício, bem
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização como a atuação de seus dirigentes ou administradores;
de qualquer ato de procedimento licitatório B. admite a celebração de acordo de leniência com as pes-
público; soas jurídicas responsáveis que colaborem efetivamente
c) afastar ou procurar afastar licitante, por com as investigações e o processo administrativo, condi-
meio de fraude ou oferecimento de vantagem cionando-se à prévia e integral reparação de eventuais
de qualquer tipo; danos causados ao erário;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela C. as sanções administrativas passíveis de aplicação às
pessoas jurídicas responsáveis compreendem, além de
decorrente;
multa e publicação extraordinária da decisão condenató-
e) criar, de modo fraudulento ou irregular,
ria, a dissolução compulsória da sociedade empresária ou
pessoa jurídica para participar de licitação pú- do consórcio de empresas;
blica ou celebrar contrato administrativo; D. as normas relativas aos prazos e marcos interruptivos
f) obter vantagem ou benefício indevido, de da prescrição dos atos infracionais seguem a mesma sis-
modo fraudulento, de modificações ou prorro- temática aplicável aos atos de improbidade, observando-
gações de contratos celebrados com a admi- se o prazo prescricional de oito anos, contados da data da
nistração pública, sem autorização em lei, no ciência da infração;
ato convocatório da licitação pública ou nos E. compreende a prática de atos contra a administração
respectivos instrumentos contratuais; ou estrangeira, assim considerados os órgãos e entidades
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econô- estatais ou representações diplomáticas de país estran-
mico-financeiro dos contratos celebrados com geiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como
a administração pública;
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LEI 12.846
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as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, empresária Beta pela prática de ato contra a administra-
pelo poder público de país estrangeiro. ção pública estadual, consistente em fraude à licitação.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento Art. 10º O processo administrativo para apuração da res-
do processo administrativo de apuração de responsa- ponsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por co-
bilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, ve- missão designada pela autoridade instauradora e com-
dada a subdelegação. posta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Contro- § 1º O ente público, por meio do seu órgão de repre-
ladoria-Geral da União - CGU terá competência con- sentação judicial, ou equivalente, a pedido da comis-
corrente para instaurar processos administrativos de são a que se refere o caput, poderá requerer as medi-
responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar das judiciais necessárias para a investigação e o pro-
os processos instaurados com fundamento nesta Lei, cessamento das infrações, inclusive de busca e apre-
para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes ensão.
o andamento.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à au-
Questão 8. A sociedade empresária XYZ, em junho de toridade instauradora que suspenda os efeitos do ato
2021, interveio na atuação de determinada agência regu- ou processo objeto da investigação.
ladora, buscando obter proveitos para a atividade empre-
sarial exercida. Meses após os fatos, a sociedade empre- § 3º A comissão deverá concluir o processo no
sária XYZ e a entidade concorrente ABC, com aprovação prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da
do CADE, consumaram a operação societária de fusão, data da publicação do ato que a instituir e, ao fi-
ensejando o engendramento de nova pessoa jurídica. nal, apresentar relatórios sobre os fatos apura-
Após meses de investigação, comprovou-se que a opera- dos e eventual responsabilidade da pessoa jurí-
ção societária de fusão não teve objetivo de fraude ou de dica, sugerindo de forma motivada as sanções a
simulação. Nesse cenário, considerando os ditames da serem aplicadas.
Lei nº 12.846/2013, é correto afirmar que:
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro-
A. a sociedade empresária sucessora, fruto da fusão, não gado, mediante ato fundamentado da autoridade
está sujeita às sanções previstas na Lei nº 12.846/2013, instauradora.
em razão dos atos perpetrados pela sociedade empresária
XYZ, porquanto a operação societária ocorreu após os fa- Art. 11º No processo administrativo para apuração
tos e a investigação comprovou que não houve intuito de de responsabilidade, será concedido à pessoa jurí-
fraude ou de simulação; dica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados
B. a instauração e o julgamento de processo administra- a partir da intimação.
tivo para apuração da responsabilidade da pessoa jurídica
caberá à autoridade máxima de cada órgão ou entidade, Art. 12º O processo administrativo, com o relatório da
que agirá mediante provocação ou de ofício, inexistindo, comissão, será remetido à autoridade instauradora, na
na última hipótese, ofensa ao princípio da imparcialidade; forma do art. 10º, para julgamento.
C. a sociedade empresária sucessora, fruto da fusão, está
sujeita a todas as sanções previstas na Lei nº Art. 13º A instauração de processo administrativo espe-
12.846/2013, em razão dos atos perpetrados pela socie- cífico de reparação integral do dano não prejudica a apli-
dade empresária XYZ, porquanto a operação societária cação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
ocorreu após os fatos;
D. a responsabilização da pessoa jurídica pressupõe a Parágrafo Único. Concluído o processo e não ha-
apuração das condutas individuais dos dirigentes ou ad- vendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em
ministradores, porquanto a entidade, enquanto ficção ju- dívida ativa da fazenda pública.
rídica, atua por intermédio de pessoas naturais;
E. as pessoas jurídicas serão responsabilizadas subjetiva- Art. 14º A personalidade jurídica poderá ser desconside-
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos rada sempre que utilizada com abuso do direito para
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§ 1º O acordo de que trata o caput somente po- § 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é
derá ser celebrado se preenchidos, cumulativa- o órgão competente para celebrar os acordos
mente, os seguintes requisitos: de leniência no âmbito do Poder Executivo fe-
deral, bem como no caso de atos lesivos pra-
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se ma- ticados contra a administração pública es-
nifestar sobre seu interesse em cooperar para trangeira.
a apuração do ato ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente Questão 13. A Lei nº 12.846/2013 dispõe sobre a res-
seu envolvimento na infração investigada a ponsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
partir da data de propositura do acordo; pela prática de atos contra a Administração Pública,
III - a pessoa jurídica admita sua participação nacional ou estrangeira.
no ilícito e coopere plena e permanentemente
com as investigações e o processo administra- O acordo de leniência previsto nessa lei estabelece requi-
tivo, comparecendo, sob suas expensas, sem- sitos cumulativos a serem preenchidos para a celebração
pre que solicitada, a todos os atos processu- desse acordo, entre os quais o que estabelece que a pes-
ais, até seu encerramento. soa jurídica
§ 2º A celebração do acordo de leniência isen- A. seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em
cooperar para a apuração do ato ilícito.
tará a pessoa jurídica das sanções previstas
B. cesse completamente seu envolvimento na infração in-
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art.
vestigada a partir da data de celebração do acordo.
19º e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o va- C. admita sua participação no ilícito e coopere plena e
lor da multa aplicável. permanentemente com as investigações e o processo ju-
dicial.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa D. coopere com as investigações e com o processo admi-
jurídica da obrigação de reparar integral- nistrativo, em face de sua responsabilidade objetiva.
mente o dano causado. E. se comprometa a implementar ou a melhorar os me-
canismos internos de integridade, auditoria, incentivo às
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições denúncias de irregularidades e à aplicação efetiva de có-
necessárias para assegurar a efetividade da cola- digo de ética e de conduta.
boração e o resultado útil do processo.
Art. 17º A administração pública poderá também cele-
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão esten- brar acordo de leniência com a pessoa jurídica responsá-
didos às pessoas jurídicas que integram o mesmo vel pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21
de junho de 1993, com vistas à isenção ou atenuação das
grupo econômico, de fato e de direito, desde que
sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86º
firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
à 88º.
dições nele estabelecidas.
Questão 14. A Lei Anticorrupção (Lei nº
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se
12.846/2013) estabelece que a autoridade máxima de
tornará pública após a efetivação do respectivo
cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de
acordo, salvo no interesse das investigações e do
leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prá-
processo administrativo.
tica dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetiva-
mente com as investigações e o processo administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática
Nesse contexto, de acordo com a citada lei, o acordo de
do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
leniência somente poderá ser celebrado se preenchidos,
leniência rejeitada.
cumulativamente, alguns requisitos, como aquele que
prevê que a pessoa jurídica
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de le-
niência, a pessoa jurídica ficará impedida de cele-
A. cesse completamente seu envolvimento na infração in-
brar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos con-
vestigada a partir da data de propositura do acordo.
tados do conhecimento pela administração pública B. se comprometa a não se envolver em novos atos lesi-
do referido descumprimento. vos à Administração Pública pelo prazo de 12 (doze) anos,
contados da assinatura do acordo.
§ 9º A celebração do acordo de leniência inter- C. confesse sua participação no ilícito e compareça, com
rompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previs- custas pagas pelo poder público, a todos os atos proces-
tos nesta Lei. suais, até seu encerramento.
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D. admita sua participação no ilícito e coopere, ainda que C. deverá ser isentada de responsabilidade civil caso
parcialmente, com as investigações e o processo adminis- firme acordo de leniência em termos comprovadamente
trativo. eficazes.
E. demita todos os funcionários envolvidos nos atos lesi- D. poderá firmar acordo de leniência, o qual será esten-
vos à Administração Pública e seja obrigada a implemen- dido, nos mesmos termos, ao agente público participante
tar, em 180 (cento e oitenta) dias, programa de integri- do ato ilegal.
dade. E. poderá celebrar acordo de leniência, ficando isenta da
proibição de receber subsídios ou empréstimos do poder
Questão 15. Suponha que determinadas empresas con- público.
tratadas pela Administração Pública estadual tenham atu-
ado em conluio para obter vantagem econômica consis- CAPÍTULO VI
tente na prática de preços superfaturados em licitações, DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
fraudando o caráter competitivo dos certames. Nesse
contexto, tendo sido instaurado Processo Administra- Art. 18º Na esfera administrativa, a responsabilidade da
pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua respon-
tivo de Responsabilização (PAR), nos termos estabe-
sabilização na esfera judicial.
lecidos pela Lei Anticorrupção, Lei no 12.846, de 1o
de agosto de 2013, algumas das empresas implicadas Art. 19º Em razão da prática de atos previstos no
cogitaram firmar acordo de leniência, o que, de acordo art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Fe-
com o que dispõe o referido diploma legal, deral e os Municípios, por meio das respectivas Ad-
vocacias Públicas ou órgãos de representação judi-
A. somente será possível se todas as empresas implicadas cial, ou equivalentes, e o Ministério Público, pode-
firmarem o acordo, de forma conjunta ou individualizada, rão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguin-
assegurando a integral reparação do dano e o pagamento tes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
de multa correspondente a, pelo menos, um terço do va-
lor total dos prejuízos apurados. I - perdimento dos bens, direitos ou valores que
B. se deferido pela comissão julgadora do PAR, deverá representem vantagem ou proveito direta ou in-
prever o integral ressarcimento dos danos causados à Ad- diretamente obtidos da infração, ressalvado o di-
ministração, tendo como contrapartida o afastamento das reito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
responsabilidades individuais dos dirigentes das empre-
II - suspensão ou interdição parcial de suas ati-
sas colaboradoras.
vidades;
C. não será viável, eis que o acordo de leniência somente
é admissível antes da instauração do PAR e desde que a III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
empresa proponente apresente elementos probatórios IV - proibição de receber incentivos, subsídios,
suficientes para comprovação da materialidade dos danos subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
e identificação dos envolvidos no ilícito. ou entidades públicas e de instituições financei-
DD. somente será admissível, preenchidos os requisitos ras públicas ou controladas pelo poder público,
legais, para a primeira empresa que manifestar interesse pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5
em cooperar com a apuração do ilícito e desde que cesse (cinco) anos.
completamente seu envolvimento na infração investigada
a partir da data de propositura do acordo. § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será
E. não será viável se tipificado crime contra a Administra- determinada quando comprovado:
ção pública, haja vista a comunicação das responsabilida-
des administrativa, civil e penal prevista no referido di- I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de
ploma legal. forma habitual para facilitar ou promover a prática
de atos ilícitos; ou
Questão 16. Suponha que uma empresa nacional de
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular
grande porte tenha fraudado, mediante ajuste, o caráter
interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
competitivo de procedimento licitatório público. Nessa si-
dos atos praticados.
tuação hipotética, por força dos dispositivos da Lei Anti-
corrupção (Lei n.º 12.846/2013), essa empresa
§ 2º (VETADO).
A. deverá ser responsabilizada criminalmente em função
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma iso-
da conduta praticada por seu preposto ou representante
lada ou cumulativa.
legal.
B. deverá ser responsabilizada nas esferas civil e admi-
nistrativa, desde que devidamente comprovado dolo ou § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública
culpa. ou órgão de representação judicial, ou equiva-
lente, do ente público poderá requerer a indispo-
nibilidade de bens, direitos ou valores
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necessários à garantia do pagamento da multa B. pode configurar ato lesivo à Administração Pública na-
ou da reparação integral do dano causado, con- cional, sujeitando as pessoas jurídicas responsáveis a
forme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do ter- multa, aplicada após regular processo judicial, calculada
ceiro de boa-fé. sobre o faturamento bruto do último exercício anterior ao
da instauração do processo administrativo, excluídos os
Art. 20º Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, po- tributos;
derão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º, sem C. pode configurar ato lesivo à Administração Pública na-
prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que cional, sujeitando as pessoas jurídicas responsáveis a
constatada a omissão das autoridades competentes para multa, na esfera administrativa, calculada sobre o fatura-
promover a responsabilização administrativa. mento bruto do último exercício anterior ao da instaura-
ção do processo administrativo, inclusive os tributos;
Art. 21º Nas ações de responsabilização judicial, será D. pode configurar ato lesivo à Administração Pública na-
adotado o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de cional, sujeitando as pessoas jurídicas responsáveis a
1985. multa, aplicada após regular processo judicial, calculada
sobre o faturamento bruto do último exercício anterior ao
Parágrafo Único. A condenação torna certa a da instauração do processo administrativo, inclusive os
obrigação de reparar, integralmente, o dano cau- tributos;
E. não é tipificada pela Lei Anticorrupção, configurando
sado pelo ilícito, cujo valor será apurado em pos-
mero ilícito tributário passível de redirecionamento ou
terior liquidação, se não constar expressamente
desconsideração da personalidade jurídica indireta em
da sentença. execução fiscal.
Questão 17. Em matéria de responsabilização na esfera Questão 19. A sociedade empresária Alfa praticou ato
judicial, em razão da prática de atos lesivos à administra- lesivo à Administração Pública, que atentou contra o pa-
ção pública estadual tipificados na Lei Anticorrupção, o trimônio público e contra princípios da administração pú-
Estado Alfa poderá ajuizar ação com vistas à aplicação de blica, porque, comprovadamente, utilizou-se de inter-
diversas sanções às pessoas jurídicas infratoras. De posta pessoa jurídica para dissimular seus reais interes-
acordo com a Lei nº 12.846/2013, uma dessas possí- ses, além de ter fraudado licitação pública e contrato dela
veis sanções é a(o) decorrente.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão Art. 26º A pessoa jurídica será representada no processo
informar e manter atualizados, no CNEP, os dados re- administrativo na forma do seu estatuto ou contrato so-
lativos às sanções por eles aplicadas. cial.
§ 2º O CNEP conterá, entre outras, as seguintes infor- § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão
mações acerca das sanções aplicadas: representadas pela pessoa a quem couber a adminis-
tração de seus bens.
I - razão social e número de inscrição da pessoa
jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pes- § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada
soa Jurídica - CNPJ; pelo gerente, representante ou administrador de sua
II - tipo de sanção; e filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
III - data de aplicação e data final da vigência do
efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando Art. 27º A autoridade competente que, tendo co-
for o caso. nhecimento das infrações previstas nesta Lei, não
adotar providências para a apuração dos fatos será
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem responsabilizada penal, civil e administrativamente
acordos de leniência previstos nesta Lei, também de- nos termos da legislação específica aplicável.
verão prestar e manter atualizadas no CNEP, após a
efetivação do respectivo acordo, as informações Art. 28º Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por
pessoa jurídica brasileira contra a administração pública
acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
procedimento vier a causar prejuízo às investigações
e ao processo administrativo. Art. 29º O disposto nesta Lei não exclui as competências
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Mi-
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do nistério da Justiça e do Ministério da Fazenda para pro-
acordo de leniência, além das informações previstas cessar e julgar fato que constitua infração à ordem eco-
no § 3º, deverá ser incluída no CNEP referência ao res- nômica.
pectivo descumprimento.
Art. 30º A aplicação das sanções previstas nesta Lei não
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência afeta os processos de responsabilização e aplicação de
serão excluídos depois de decorrido o prazo previa- penalidades decorrentes de:
mente estabelecido no ato sancionador ou do cumpri-
mento integral do acordo de leniência e da reparação I - ato de improbidade administrativa nos termos da
do eventual dano causado, mediante solicitação do ór- Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992; e
gão ou entidade sancionadora. II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, ou outras normas de licitações e con-
Art. 23º Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, tratos da administração pública, inclusive no tocante
Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas -
deverão informar e manter atualizados, para fins de pu- RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
blicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidô- 2011.
neas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído
no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos Art. 31º Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta)
às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos dias após a data de sua publicação.
arts. 87º e 88º da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e
Art. 24º A multa e o perdimento de bens, direitos ou va- 125º da República.
lores aplicados com fundamento nesta Lei serão destina-
dos preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas
lesadas.
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A. na responsabilização pela Lei Anticorrupção, em que Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabiliza-
vigora o princípio da especialidade legal, têm incidência ção objetiva administrativa e civil de pessoas jurí-
as disposições dos Arts. 49-A e 50 do Código Civil, que dicas pela prática de atos contra a administração
tratam da responsabilidade dos sócios e da desconsidera- pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei
ção da personalidade jurídica; nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.
B. a Lei Anticorrupção prevê a responsabilidade solidária
das sociedades consorciadas, bem como daquelas contro- § 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos
ladoras, controladas ou coligadas, sendo possível marcar lesivos praticados:
todas com a obrigação de pagamento de multa e repara-
ção integral do dano causado; I - por pessoa jurídica brasileira contra admi-
C. sendo despida de natureza penal, a Lei Anticorrupção nistração pública estrangeira, ainda que co-
alcança fatos ocorridos antes da sua vigência, desde que metidos no exterior;
haja concorrência com outros fatos praticados posterior- II - no todo ou em parte no território nacional
mente a 29/01/2014, conexos ou não; ou que nele produzam ou possam produzir
D. decorre da Lei Anticorrupção a possibilidade de se exi- efeitos; ou
gir programa de integridade das pessoas jurídicas, diante
III - no exterior, quando praticados contra a
do estabelecimento de um rol taxativo de documentos de
administração pública nacional.
comprovação de habilitação jurídica, qualificação técnica,
qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e
trabalhista; § 2º São passíveis de responsabilização nos termos do
E. a Lei nº 12.846/2013 prevê explicitamente acerca do disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídi-
funcionamento e da prática de política de prevenção e do cas que tenham sede, filial ou representação no terri-
programa de integridade e incentivo à comunicação de tório brasileiro, constituídas de fato ou de direito.
irregularidades por parte das sociedades empresárias.
Art. 2º A apuração da responsabilidade administra-
tiva de pessoa jurídica, decorrente do exercício do
poder sancionador da administração pública, será
efetuada por meio de Processo Administrativo de
Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.
DECRETO Nº 11.129/2022
REGULAMENTAÇÃO DA LEI Nº 12.846 (LAC)
III - pela recomendação de arquivamento da matéria. atos lesivos à administração pública federal, para de-
cisão sobre a instauração do PAR.
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput
terá caráter sigiloso e não punitivo e será destinada à Seção II
apuração de indícios de autoria e materialidade de atos Do Processo Administrativo de Responsabilização
lesivos à administração pública federal.
Art. 4º A competência para a instauração e para o
§ 2º A investigação preliminar será conduzida direta- julgamento do PAR é da autoridade máxima da en-
mente pela corregedoria da entidade ou unidade com- tidade em face da qual foi praticado o ato lesivo ou,
petente, na forma estabelecida em regulamento, ou em caso de órgão da administração pública federal
direta, do respectivo Ministro de Estado.
por comissão composta por dois ou mais membros,
designados entre servidores efetivos ou empregados
Parágrafo Único. A competência de que trata o caput
públicos.
será exercida de ofício ou mediante provocação e po-
derá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os
atos necessários à elucidação dos fatos sob apuração,
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade de-
compreendidas todas as diligências admitidas em lei, signará comissão, composta por dois ou mais servidores
notadamente: estáveis.
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha § 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa
êxito, será feita nova intimação por meio de edital pu- informações e documentos referentes à existência e ao
blicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do ór- funcionamento de programa de integridade, a comis-
gão ou da entidade pública responsável pela condução são processante deverá examiná-lo segundo os parâ-
do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação metros indicados no Capítulo V, para a dosimetria das
de defesa escrita será contado a partir da última data sanções a serem aplicadas.
de publicação do edital.
Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente meio de seus representantes legais ou procuradores,
sua defesa escrita no prazo estabelecido no caput, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.
contra ela correrão os demais prazos, independente-
Parágrafo Único. É vedada a retirada de autos físicos
mente de notificação ou intimação, podendo intervir
da repartição pública, sendo autorizada a obtenção de
em qualquer fase do processo, sem direito à repetição
cópias, preferencialmente em meio digital, mediante
de qualquer ato processual já praticado.
requerimento.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio fí-
sico ou eletrônico que assegure a certeza de ciência da Art. 10º A comissão, para o devido e regular exercício de
pessoa jurídica processada. suas funções, poderá praticar os atos necessários à eluci-
dação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da meios probatórios admitidos em lei, inclusive os previstos
no § 3º do art. 3º.
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do
começo e incluindo-se o dia do vencimento, observado
Art. 11º Concluídos os trabalhos de apuração e análise,
o disposto no Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de a comissão elaborará relatório a respeito dos fatos apu-
janeiro de 1999. rados e da eventual responsabilidade administrativa da
pessoa jurídica, no qual sugerirá, de forma motivada:
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispen- I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva in-
sam-se as demais intimações processuais, até que a dicação da dosimetria, ou o arquivamento do pro-
pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos. cesso;
II - o encaminhamento do relatório final à autoridade
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notifi- competente para instrução de processo administrativo
cada e intimada de todos os atos processuais, inde- específico para reparação de danos, quando houver in-
pendentemente de procuração ou de disposição con- dícios de que do ato lesivo tenha resultado dano ao
tratual ou estatutária, na pessoa do gerente, repre- erário;
sentante ou administrador de sua filial, agência, su- III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-
cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Bra- Geral da União, para ajuizamento da ação de que trata
sil. o art. 19º da Lei nº 12.846, de 2013, com sugestão,
de acordo com o caso concreto, da aplicação das san-
Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a ções previstas naquele artigo, como retribuição com-
pertinência de produzir as provas eventualmente reque-
plementar às do PAR ou para a prevenção de novos
ridas pela pessoa jurídica processada, podendo indeferir
ilícitos;
de forma motivada os pedidos de produção de provas que
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IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Pú- conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito
blico, nos termos do disposto no art. 15º da Lei nº procedimental previsto neste Capítulo.
12.846, de 2013; e
V - as condições necessárias para a concessão da rea- § 1º Concluída a apuração de que trata o caput e ha-
bilitação, quando cabível. vendo autoridades distintas competentes para o julga-
mento, o processo será encaminhado primeiramente
Art. 12º Concluído o relatório final, a comissão la- àquela de nível mais elevado, para que julgue no âm-
vrará ata de encerramento dos seus trabalhos, que bito de sua competência, tendo precedência o julga-
formalizará sua desconstituição, e encaminhará o mento pelo Ministro de Estado competente.
PAR à autoridade instauradora, que determinará a
intimação da pessoa jurídica processada do relató- § 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade
rio final para, querendo, manifestar-se no prazo responsável no órgão ou na entidade pela gestão de
máximo de dez dias. licitações e contratos deve comunicar à autoridade a
que se refere o caput do art. 3º eventuais fatos que
Parágrafo Único. Transcorrido o prazo previsto no configurem atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
caput, a autoridade instauradora determinará à corre- 12.846, de 2013.
gedoria da entidade ou à unidade competente que
analise a regularidade e o mérito do PAR. Art. 17º A Controladoria-Geral da União possui, no âm-
bito do Poder Executivo federal, competência:
Art. 13º Após a análise de regularidade e mérito, o PAR
será encaminhado à autoridade competente para julga- I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
mento, o qual será precedido de manifestação jurídica, II - exclusiva para avocar os processos instaurados
elaborada pelo órgão de assistência jurídica competente. para exame de sua regularidade ou para lhes corrigir
o andamento, inclusive promovendo a aplicação da pe-
Parágrafo Único. Na hipótese de decisão contrária ao
nalidade administrativa cabível.
relatório da comissão, esta deverá ser fundamentada
com base nas provas produzidas no PAR.
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exer-
cer, a qualquer tempo, a competência prevista
Art. 14º A decisão administrativa proferida pela autori-
no caput, se presentes quaisquer das seguintes
dade julgadora ao final do PAR será publicada no Diário
Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da enti- circunstâncias:
dade pública responsável pelo julgamento do PAR.
I - caracterização de omissão da autoridade
Art. 15º Da decisão administrativa sancionadora originariamente competente;
cabe pedido de reconsideração com efeito suspen- II - inexistência de condições objetivas para
sivo, no prazo de dez dias, contado da data de pu- sua realização no órgão ou na entidade de ori-
blicação da decisão. gem;
III - complexidade, repercussão e relevância
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram im- da matéria;
postas sanções no PAR e que não apresentar pe- IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa
dido de reconsideração deverá cumpri-las no jurídica com o órgão ou com a entidade atin-
prazo de trinta dias, contado do fim do prazo gida; ou
para interposição do pedido de reconsideração. V - apuração que envolva atos e fatos relacio-
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta nados com mais de um órgão ou entidade da
dias para decidir sobre a matéria alegada no pe- administração pública federal.
dido de reconsideração e publicar nova decisão.
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração
§ 3º Mantida a decisão administrativa sanciona- pública obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral
dora, será concedido à pessoa jurídica novo da União todos os documentos e informações que lhes
prazo de trinta dias para o cumprimento das san- forem solicitados, incluídos os autos originais dos pro-
ções que lhe foram impostas, contado da data de cessos que eventualmente estejam em curso.
publicação da nova decisão.
Art. 18º Compete à Controladoria-Geral da União
Art. 16º Os atos previstos como infrações administrati- instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos
vas à Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras lesivos a administração pública estrangeira, o qual
normas de licitações e contratos da administração pública seguirá, no que couber, o rito procedimental pre-
que também sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº visto neste Capítulo.
12.846, de 2013, serão apurados e julgados
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Parágrafo Único. Os órgãos e as entidades da admi- ou o estado de seus negócios, tais como patrimô-
nistração pública federal direta e indireta deverão co- nio, capital social, número de empregados, contra-
municar à Controladoria-Geral da União os indícios da tos, entre outras; e
ocorrência de atos lesivos a administração pública es- IV - identificação do montante total de recursos re-
trangeira, identificados no exercício de suas atribui- cebidos pela pessoa jurídica sem fins lucrativos no
ções, juntando à comunicação os documentos já dis- ano anterior ao da instauração do PAR, excluídos os
poníveis e necessários à apuração ou à comprovação tributos incidentes sobre vendas.
dos fatos, sem prejuízo do envio de documentação
complementar, na hipótese de novas provas ou infor- § 2º Os fatores previstos nos art. 22º e art. 23 deste
mações relevantes, sob pena de responsabilização. Decreto serão avaliados em conjunto para os atos le-
sivos apurados no mesmo PAR, devendo-se considerar,
CAPÍTULO III para o cálculo da multa, a consolidação dos faturamen-
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMI- tos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes
NHAMENTOS JUDICIAIS de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que
tenham praticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei
Seção I nº 12.846, de 2013, ou concorrido para a sua prática.
Disposições Gerais
Art. 21º Caso a pessoa jurídica comprovadamente não
Art. 19º As pessoas jurídicas estão sujeitas às se- tenha tido faturamento no último exercício anterior ao da
guintes sanções administrativas, nos termos do dis- instauração do PAR, deve-se considerar como base de cál-
posto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013: culo da multa o valor do último faturamento bruto apu-
rado pela pessoa jurídica, excluídos os tributos incidentes
I - multa; e sobre vendas, que terá seu valor atualizado até o último
II - publicação extraordinária da decisão admi- dia do exercício anterior ao da instauração do PAR.
nistrativa sancionadora.
Parágrafo Único. Na hipótese prevista no caput, o
Parágrafo Único. Caso os atos lesivos apurados valor da multa será estipulado observando-se o inter-
envolvam infrações administrativas à Lei nº valo de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
14.133, de 2021, ou a outras normas de licita- 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite
ções e contratos da administração pública e te- mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua
nha ocorrido a apuração conjunta prevista no estimação.
art. 16º, a pessoa jurídica também estará sujeita
a sanções administrativas que tenham como Art. 22º O cálculo da multa se inicia com a soma dos
efeito a restrição ao direito de participar em lici- valores correspondentes aos seguintes percentuais da
tações ou de celebrar contratos com a adminis- base de cálculo:
tração pública, a serem aplicadas no PAR.
I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos
Seção II lesivos;
Da Multa II - até três por cento para tolerância ou ciência de
pessoas do corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurí-
Art. 20º A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º dica;
da Lei nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o III - até quatro por cento no caso de interrupção no
faturamento bruto da pessoa jurídica no último exercício fornecimento de serviço público, na execução de obra
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos. contratada ou na entrega de bens ou serviços essen-
ciais à prestação de serviços públicos ou no caso de
§ 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de
descumprimento de requisitos regulatórios;
que trata o caput poderão ser apurados, entre outras
IV - um por cento para a situação econômica do infra-
formas, por meio de:
tor que apresente índices de solvência geral e de liqui-
dez geral superiores a um e lucro líquido no último
I - compartilhamento de informações tributárias,
exercício anterior ao da instauração do PAR;
na forma do disposto no inciso II do § 1º do art.
V - três por cento no caso de reincidência, assim defi-
198 da Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário
nida a ocorrência de nova infração, idêntica ou não à
Nacional;
anterior, tipificada como ato lesivo pelo art. 5º da Lei
II - registros contábeis produzidos ou publicados
nº 12.846, de 2013, em menos de cinco anos, conta-
pela pessoa jurídica acusada, no Brasil ou no exte-
dos da publicação do julgamento da infração anterior;
rior;
e
III - estimativa, levando em consideração quais-
quer informações sobre a sua situação econômica
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LEI 12.846
JOSÉ ROBERTO
VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do
e outros instrumentos congêneres mantidos ou pre- caput, quando ocorrer a devolução integral dos va-
tendidos com o órgão ou com as entidades lesadas, lores ali referidos;
nos anos da prática do ato lesivo, serão considerados II - na hipótese prevista no inciso IV do caput,
os seguintes percentuais: quando a admissão ocorrer antes da instauração do
a) um por cento, no caso de o somatório dos ins- PAR; e
trumentos totalizar valor superior a R$ 500.000,00 III - na hipótese prevista no inciso V do caput,
(quinhentos mil reais); quando o plano de integridade for anterior à prática
b) dois por cento, no caso de o somatório dos ins- do ato lesivo.
trumentos totalizar valor superior a R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); Art. 24º A existência e quantificação dos fatores previs-
c) três por cento, no caso de o somatório dos ins- tos nos art. 22º e art. 23º deverá ser apurada no PAR e
trumentos totalizar valor superior a R$ evidenciada no relatório final da comissão, o qual também
10.000.000,00 (dez milhões de reais); conterá a estimativa, sempre que possível, dos valores da
d) quatro por cento, no caso de o somatório dos vantagem auferida e da pretendida.
instrumentos totalizar valor superior a R$
Art. 25º Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); ou
como limite:
e) cinco por cento, no caso de o somatório dos ins-
trumentos totalizar valor superior a R$ I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem aufe-
250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de rida, quando for possível sua estimativa, e:
reais). a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese pre-
Parágrafo Único. No caso de acordo de leniência, o vista no art. 21º; e
prazo constante do inciso V do caput será contado a II - máximo, o menor valor entre:
partir da data de celebração até cinco anos após a de- a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou
claração de seu cumprimento. auferida, o que for maior entre os dois valores;
b) vinte por cento do faturamento bruto do último
Art. 23º Do resultado da soma dos fatores previstos no
exercício anterior ao da instauração do PAR, exclu-
art. 22º serão subtraídos os valores correspondentes aos
ídos os tributos incidentes sobre vendas; ou
seguintes percentuais da base de cálculo:
c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais),
I - até meio por cento no caso de não consumação da na hipótese prevista no art. 21º, desde que não
infração; seja possível estimar o valor da vantagem auferida.
II - até um por cento no caso de:
a) comprovação da devolução espontânea pela pes- § 1º O limite máximo não será observado, caso o valor
soa jurídica da vantagem auferida e do ressarci- resultante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao
mento dos danos resultantes do ato lesivo; ou resultado calculado para o limite mínimo.
b) inexistência ou falta de comprovação de vanta-
§ 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art.
gem auferida e de danos resultantes do ato lesivo;
22º e art. 23º ou quando o resultado das operações
III - até um e meio por cento para o grau de colabo-
de soma e subtração for igual ou menor que zero, o
ração da pessoa jurídica com a investigação ou a apu-
valor da multa corresponderá ao limite mínimo esta-
ração do ato lesivo, independentemente do acordo de
belecido no caput.
leniência;
Art. 26º O valor da vantagem auferida ou pretendida cor-
IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária
responde ao equivalente monetário do produto do ilícito,
pela pessoa jurídica da responsabilidade objetiva pelo
assim entendido como os ganhos ou os proveitos obtidos
ato lesivo; e ou pretendidos pela pessoa jurídica em decorrência direta
V - até cinco por cento no caso de comprovação ou indireta da prática do ato lesivo.
de a pessoa jurídica possuir e aplicar um pro-
grama de integridade, conforme os parâmetros § 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida po-
estabelecidos no Capítulo V. derá ser estimado mediante a aplicação, conforme o
caso, das seguintes metodologias:
Parágrafo Único. Somente poderão ser atribuídos os
percentuais máximos, quando observadas as seguin- I - pelo valor total da receita auferida em contrato
tes condições: administrativo e seus aditivos, deduzidos os custos
lícitos que a pessoa jurídica comprove serem efeti-
vamente atribuíveis ao objeto contratado, na
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LEI 12.846
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hipótese de atos lesivos praticados para fins de ob- Parágrafo Único. A publicação a que se refere o ca-
tenção e execução dos respectivos contratos; put será feita a expensas da pessoa jurídica sancio-
II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, nada.
inclusive os de natureza tributária ou regulatória, e
que seriam imputáveis à pessoa jurídica caso não Seção IV
houvesse sido praticado o ato lesivo pela pessoa Da Cobrança da Multa Aplicada
jurídica infratora; ou
III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pes- Art. 29º A multa aplicada será integralmente reco-
soa jurídica decorrente de ação ou omissão na prá- lhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de
trinta dias, observado o disposto no art. 15º.
tica de ato do Poder Público que não ocorreria sem
a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica infra-
§ 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica san-
tora.
cionada apresentará ao órgão ou à entidade que
aplicou a sanção documento que ateste o paga-
§ 2º Os valores correspondentes às vantagens indevi-
mento integral do valor da multa imposta.
das prometidas ou pagas a agente público ou a tercei-
ros a ele relacionados não poderão ser deduzidos do
§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que
cálculo estimativo de que trata o § 1º.
a multa tenha sido recolhida ou não tendo ocor-
rido a comprovação de seu pagamento integral,
Art. 27º Com a assinatura do acordo de leniência, a
o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará
multa aplicável será reduzida conforme a fração nele pac-
tuada, observado o limite previsto no § 2º do art. 16 da o débito para inscrição em Dívida Ativa da União
Lei nº 12.846, de 2013. ou das autarquias e fundações públicas federais.
§ 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua
inferior ao limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº Dívida Ativa, o valor será cobrado independentemente
12.846, de 2013. de prévia inscrição.
Parágrafo Único. No âmbito das autarquias e das Parágrafo Único. A participação da Advocacia-Geral
fundações públicas federais, a atuação judicial será da União nos acordos de leniência, consideradas as
exercida pela Procuradoria-Geral Federal, inclusive no condições neles estabelecidas e observados os termos
que se refere à cobrança da multa administrativa apli- da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de
cada no PAR, respeitadas as competências da Procu- 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015,
radoria-Geral do Banco Central. poderá ensejar a resolução consensual das penalida-
des previstas no art. 19º da Lei nº 12.846, de 2013.
CAPÍTULO IV
DO ACORDO DE LENIÊNCIA Art. 36º A Controladoria-Geral da União poderá aceitar
delegação para negociar, celebrar e monitorar o cumpri-
Art. 32º O acordo de leniência é ato administrativo mento de acordos de leniência relativos a atos lesivos
negocial decorrente do exercício do poder sancio- contra outros Poderes e entes federativos.
nador do Estado, que visa à responsabilização de
pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos contra
a administração pública nacional ou estrangeira.
Art. 37º A pessoa jurídica que pretenda celebrar
acordo de leniência deverá:
Parágrafo Único. O acordo de leniência buscará,
nos termos da lei: I - ser a primeira a manifestar interesse em coo-
perar para a apuração de ato lesivo específico,
I - o incremento da capacidade investigativa
quando tal circunstância for relevante;
da administração pública;
II - ter cessado completamente seu envolvi-
II - a potencialização da capacidade estatal de
mento no ato lesivo a partir da data da proposi-
recuperação de ativos; e
tura do acordo;
III - o fomento da cultura de integridade no
III - admitir sua responsabilidade objetiva
setor privado.
quanto aos atos lesivos;
IV - cooperar plena e permanentemente com as
Art. 33º O acordo de leniência será celebrado com
investigações e o processo administrativo e com-
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e parecer, sob suas expensas e sempre que solici-
dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº tada, aos atos processuais, até o seu encerra-
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações mento;
e contratos, com vistas à isenção ou à atenuação V - fornecer informações, documentos e elemen-
das respectivas sanções, desde que colaborem efe- tos que comprovem o ato ilícito;
tivamente com as investigações e o PAR, devendo VI - reparar integralmente a parcela incontro-
resultar dessa colaboração: versa do dano causado; e
VII - perder, em favor do ente lesado ou da
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilí- União, conforme o caso, os valores correspon-
citos, quando couber; e dentes ao acréscimo patrimonial indevido ou ao
II - a obtenção célere de informações e docu- enriquecimento ilícito direta ou indiretamente
mentos que comprovem a infração sob apuração. obtido da infração, nos termos e nos montantes
definidos na negociação.
Art. 34º Compete à Controladoria-Geral da União cele-
brar acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo § 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do
federal e nos casos de atos lesivos contra a administração caput serão avaliados em face da boa-fé da pessoa ju-
pública estrangeira.
rídica proponente em reportar à administração a des-
crição e a comprovação da integralidade dos atos ilíci-
Art. 35º Ato conjunto do Ministro de Estado da Controla-
doria-Geral da União e do Advogado-Geral da União: tos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o mo-
mento da propositura do acordo até o seu total cum-
I - disciplinará a participação de membros da Advoca- primento.
cia-Geral da União nos processos de negociação e de
acompanhamento do cumprimento dos acordos de le- § 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o
niência; e inciso VI do caput corresponde aos valores dos danos
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles decorrentes
pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da de decisão definitiva no âmbito do devido processo ad-
União conjuntamente com o Advogado-Geral da União. ministrativo ou judicial.
acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica res- II - suspende a prescrição pelo prazo da negocia-
ponsável pela prática do ato, e haja identidade entre ção, limitado, em qualquer hipótese, a trezentos e
ambos, os valores a eles correspondentes serão: sessenta dias.
I - computados uma única vez para fins de quanti- Art. 40º A critério da Controladoria-Geral da União, o
ficação do valor a ser adimplido a partir do acordo PAR instaurado em face de pessoa jurídica que esteja ne-
de leniência; e gociando a celebração de acordo de leniência poderá ser
II - classificados como ressarcimento de danos para suspenso.
fins contábeis, orçamentários e de sua destinação
para o ente lesado. Parágrafo Único. A suspensão ocorrerá sem preju-
ízo:
Art. 38º A proposta de celebração de acordo de leniência
deverá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a I - da continuidade de medidas investigativas ne-
pessoa jurídica proponente declarará expressamente que cessárias para o esclarecimento dos fatos; e
foi orientada a respeito de seus direitos, garantias e de- II - da adoção de medidas processuais cautelares e
veres legais e de que o não atendimento às determina- assecuratórias indispensáveis para se evitar pere-
ções e às solicitações durante a etapa de negociação im- cimento de direito ou garantir a instrução proces-
portará a desistência da proposta. sual.
§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos repre- Art. 41º A Controladoria-Geral da União poderá avocar
sentantes da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto os autos de processos administrativos em curso em ou-
ou contrato social, ou por meio de procurador com po- tros órgãos ou entidades da administração pública federal
deres específicos para tal ato, observado o disposto no relacionados com os fatos objeto do acordo em negocia-
art. 26º da Lei nº 12.846, de 2013. ção.
§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do Art. 42º A negociação a respeito da proposta do acordo
relatório a ser elaborado no PAR. de leniência deverá ser concluída no prazo de cento e oi-
tenta dias, contado da data da assinatura do memorando
§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento si- de entendimentos.
giloso e o acesso ao seu conteúdo será restrito no âm-
Parágrafo Único. O prazo de que trata o caput po-
bito da Controladoria-Geral da União.
derá ser prorrogado, caso presentes circunstâncias
que o exijam.
§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a
existência da proposta ou de seu conteúdo, desde que
Art. 43º A desistência da proposta de acordo de leniência
haja prévia anuência da Controladoria-Geral da União.
ou a sua rejeição não importará em reconhecimento da
prática do ato lesivo.
§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será
instruída em processo administrativo específico, que § 1º Não se fará divulgação da desistência ou da re-
conterá o registro dos atos praticados na negociação. jeição da proposta do acordo de leniência, ressalvado
o disposto no § 4º do art. 38º.
Art. 39º A proposta de celebração de acordo de leniência
será submetida à análise de juízo de admissibilidade, para § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração
verificação da existência dos elementos mínimos que jus-
pública federal não poderá utilizar os documentos re-
tifiquem o início da negociação.
cebidos durante o processo de negociação de acordo
§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de de leniência.
entendimentos com a pessoa jurídica proponente, de-
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos
finindo os parâmetros da negociação do acordo de le-
fatos relacionados com a proposta de acordo de leni-
niência.
ência, quando decorrer de indícios ou provas autôno-
§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resi- mas que sejam obtidos ou levados ao conhecimento
lido a qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica da autoridade por qualquer outro meio.
proponente ou a critério da administração pública fe-
Art. 44º O acordo de leniência estipulará as condições
deral.
para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado
útil do processo e conterá as cláusulas e obrigações que,
§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
diante das circunstâncias do caso concreto, reputem-se
necessárias.
I - interrompe a prescrição; e
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JOSÉ ROBERTO
Art. 45º O acordo de leniência conterá, entre outras dis- mediante compromisso de sua não utilização para san-
posições, cláusulas que versem sobre: cionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes-
mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com con-
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos pre- cordância da própria pessoa jurídica.
vistos nos incisos II a VII do caput do art. 37º;
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de des- Art. 49º A celebração do acordo de leniência interrompe
cumprimento do acordo; o prazo prescricional da pretensão punitiva em relação
III - a natureza de título executivo extrajudicial do ins- aos atos ilícitos objeto do acordo, nos termos do disposto
trumento do acordo, nos termos do disposto no inciso no § 9º do art. 16º da Lei nº 12.846, de 2013, que per-
II do caput do art. 784º da Lei nº 13.105, de 16 de manecerá suspenso até o cumprimento dos compromis-
março de 2015 - Código de Processo Civil; sos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos termos
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de do disposto no art. 34º da Lei nº 13.140, de 2015.
programa de integridade, conforme os parâmetros es-
Art. 50º Com a celebração do acordo de leniência,
tabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as con-
serão concedidos em favor da pessoa jurídica sig-
dições de monitoramento;
natária, nos termos previamente firmados no
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a acordo, um ou mais dos seguintes efeitos:
que se refere o inciso VI do caput do art. 37º; e
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se I - isenção da publicação extraordinária da deci-
refere o inciso VI do caput do art. 37º para compen- são administrativa sancionadora;
sação com outros valores porventura apurados em ou- II - isenção da proibição de receber incentivos,
tros processos sancionatórios ou de prestação de con- subsídios, subvenções, doações ou empréstimos
tas, quando relativos aos mesmos fatos que compõem de órgãos ou entidades públicos e de instituições
o escopo do acordo. financeiras públicas ou controladas pelo Poder
Público;
Art. 46º A Controladoria-Geral da União poderá conduzir III - redução do valor final da multa aplicável,
e julgar os processos administrativos que apurem infra- observado o disposto no art. 27º; ou
ções administrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013,
IV - isenção ou atenuação das sanções adminis-
na Lei nº 14.133, de 2021, e em outras normas de licita-
trativas previstas no art. 156º da Lei nº 14.133,
ções e contratos, cujos fatos tenham sido noticiados por
meio do acordo de leniência. de 2021, ou em outras normas de licitações e
contratos.
Art. 47º O percentual de redução do valor da multa apli-
cável de que trata o § 2º do art. 16º da Lei nº 12.846, de § 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a re-
2013, levará em consideração os seguintes critérios: solução de ações judiciais que tenham por objeto os
fatos que componham o escopo do acordo.
I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo
dos atos lesivos; § 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos
II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e às pessoas jurídicas que integrarem o mesmo grupo
III - o compromisso de assumir condições relevantes econômico, de fato ou de direito, desde que tenham
para o cumprimento do acordo. firmado o acordo em conjunto, respeitadas as condi-
ções nele estabelecidas.
Parágrafo Único. Os critérios previstos no caput se-
rão objeto de ato normativo a ser editado pelo Ministro
de Estado da Controladoria-Geral da União. Art. 51º O monitoramento das obrigações de adoção, im-
plementação e aperfeiçoamento do programa de integri-
Art. 48º O acesso aos documentos e às informações co- dade de que trata o inciso IV do caput do art. 45º será
mercialmente sensíveis da pessoa jurídica será mantido realizado, direta ou indiretamente, pela Controladoria-
restrito durante a negociação e após a celebração do Geral da União, podendo ser dispensado, a depender das
acordo de leniência. características do ato lesivo, das medidas de remediação
adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público.
§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identi-
dade da pessoa jurídica signatária do acordo não será § 1º O monitoramento a que se refere o caput será
divulgada ao público, ressalvado o disposto no § 4º do realizado, dentre outras formas, pela análise de rela-
art. 38º. tórios, documentos e informações fornecidos pela pes-
soa jurídica, obtidos de forma independente ou por
§ 2º As informações e os documentos obtidos em de- meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas e de
corrência da celebração de acordos de leniência pode- conformidade com as políticas e visitas técnicas.
rão ser compartilhados com outras autoridades,
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LEI 12.846
JOSÉ ROBERTO
e) cumprimento da pena de publicação extra- Art. 68º O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a
ordinária da decisão administrativa sanciona- Advocacia-Geral da União e a Controladoria-Geral da
dora. União:
Art. 63º O fornecimento dos dados e das informações de I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
que trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos a) para o encaminhamento de informações referen-
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de cada uma tes à prática de atos lesivos contra a administração
das esferas de governo será disciplinado pela Controlado- pública nacional ou estrangeira ou derivadas de
ria-Geral da União. acordos de colaboração premiada e acordos de le-
niência; e
Parágrafo Único. O registro e a exclusão dos regis- b) para a cooperação jurídica internacional e recu-
tros no CEIS e no CNEP são de competência e respon- peração de ativos; e
sabilidade do órgão ou da entidade sancionadora. II - poderão, por meio de acordos de colaboração téc-
nica, articular medidas para o enfrentamento da cor-
CAPÍTULO VII rupção e de delitos conexos.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69º As disposições deste Decreto se aplicam imedi-
Art. 64º As informações referentes ao PAR instaurado no atamente aos processos em curso, resguardados os atos
âmbito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo praticados antes de sua vigência.
federal serão registradas no sistema de gerenciamento
eletrônico de processos administrativos sancionadores Art. 70º Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de
mantido pela Controladoria-Geral da União, conforme ato março de 2015.
do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.
Art. 71º Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de
Art. 65º Os órgãos e as entidades da administração pú- 2022.
blica, no exercício de suas competências regulatórias, dis-
porão sobre os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no âm- Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e
bito das atividades reguladas, inclusive no caso de pro- 134º da República.
posta e celebração de acordo de leniência.
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº § 2º Admite-se a adoção de Política de Segurança Ci-
4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o bernética única por:
Conselho Monetário Nacional (CMN), em sessão realizada
em 25 de fevereiro de 2021, com base nos arts. 4º, inciso I - conglomerado prudencial; e
VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de 14 de julho II - sistema cooperativo de crédito.
de 1965, 7º e 23, alínea "a", da Lei nº 6.099, de 12 de
setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 § 3º As instituições que não constituírem Política de
de fevereiro de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº Segurança Cibernética própria em decorrência do dis-
130, de 17 de abril de 2009, RESOLVE: posto no § 2º devem formalizar a opção por essa fa-
culdade em reunião do conselho de administração ou,
na sua inexistência, da diretoria da instituição.
incidentes e atender aos demais objetivos de se- da rede de computadores e a manutenção de có-
gurança cibernética; pias de segurança dos dados e das informações.
III - os controles específicos, incluindo os volta-
dos para a rastreabilidade da informação, que
busquem garantir a segurança das informações
sensíveis;
IV - o registro, a análise da causa e do impacto,
bem como o controle dos efeitos de incidentes
relevantes para as atividades da instituição;
V - as diretrizes para:
a) a elaboração de cenários de incidentes con-
siderados nos testes de continuidade de ne-
gócios;
b) a definição de procedimentos e de contro-
les voltados à prevenção e ao tratamento dos
incidentes a serem adotados por empresas
prestadoras de serviços a terceiros que manu-
seiem dados ou informações sensíveis ou que
sejam relevantes para a condução das ativi-
dades operacionais da instituição;
c) a classificação dos dados e das informações
quanto à relevância; e
d) a definição dos parâmetros a serem utiliza-
dos na avaliação da relevância dos incidentes;
VI - os mecanismos para disseminação da cul-
tura de segurança cibernética na instituição, in-
cluindo:
a) a implementação de programas de capaci-
tação e de avaliação periódica de pessoal;
b) a prestação de informações a clientes e
usuários sobre precauções na utilização de
produtos e serviços financeiros; e
c) o comprometimento da alta administração
com a melhoria contínua dos procedimentos
relacionados com a segurança cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de in-
formações sobre os incidentes relevantes, men-
cionados no inciso IV, com as demais instituições
referidas no art. 1º.
III - a área responsável pelo registro e controle dos III - os incidentes relevantes relacionados
efeitos de incidentes relevantes. com o ambiente cibernético ocorridos no perí-
odo; e
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem IV - os resultados dos testes de continuidade
designar diretor responsável pela Política de Segu- de negócios, considerando cenários de indis-
rança Cibernética e pela execução do Plano de Ação ponibilidade ocasionada por incidentes.
e de Resposta a Incidentes.
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser:
Parágrafo Único. O diretor mencionado no caput
pode desempenhar outras funções na instituição, I - submetido ao comitê de risco, quando existente;
desde que não haja conflito de interesses. e
II - apresentado ao conselho de administração ou,
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem na sua inexistência, à diretoria da instituição até 31
elaborar relatório anual sobre a implementação do
de março do ano seguinte ao da data-base.
Plano de Ação e de Resposta a Incidentes, mencio-
nado no art. 6º, com data-base de 31 de dezembro.
Art. 9º A Política de Segurança Cibernética referida no
art. 2º e o Plano de Ação e de Resposta a Incidentes men-
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no
cionado no art. 6º devem ser aprovados pelo conselho de
mínimo:
administração ou, na sua inexistência, pela diretoria da
instituição.
I - a efetividade da implementação das ações des-
critas no art. 6º, parágrafo único, inciso I; Art. 10º A Política de Segurança Cibernética e o
II - o resumo dos resultados obtidos na implemen- Plano de Ação e de Resposta a Incidentes devem
tação das rotinas, dos procedimentos, dos contro- ser documentados e revisados, no mínimo, anual-
les e das tecnologias a serem utilizados na preven- mente.
ção e na resposta a incidentes descritos no art. 6º,
parágrafo único, inciso II;
I - a adoção de práticas de governança corporativa e Art. 13º Para os fins do disposto nesta Resolução, os ser-
de gestão proporcionais à relevância do serviço a ser viços de Computação em Nuvem abrangem a disponibili-
contratado e aos riscos a que estejam expostas; e dade à instituição contratante, sob demanda e de maneira
II - a verificação da capacidade do potencial virtual, de ao menos um dos seguintes serviços:
prestador de serviço de assegurar:
a) o cumprimento da legislação e da regula- I - processamento de dados, armazenamento
mentação em vigor; de dados, infraestrutura de redes e outros re-
b) o acesso da instituição aos dados e às informa- cursos computacionais que permitam à insti-
ções a serem processados ou armazenados pelo tuição contratante implantar ou executar sof-
prestador de serviço; twares, que podem incluir sistemas operacio-
c) a confidencialidade, a integridade, a dispo- nais e aplicativos desenvolvidos pela institui-
nibilidade e a recuperação dos dados e das in- ção ou por ela adquiridos;
formações processados ou armazenados pelo II - implantação ou execução de aplicativos
prestador de serviço; desenvolvidos pela instituição contratante, ou
d) a sua aderência a certificações exigidas por ela adquiridos, utilizando recursos com-
pela instituição para a prestação do serviço a putacionais do prestador de serviços; ou
ser contratado; III - execução, por meio da Internet, de apli-
e) o acesso da instituição contratante aos relatórios cativos implantados ou desenvolvidos pelo
elaborados por empresa de auditoria especializada prestador de serviço, com a utilização de re-
independente contratada pelo prestador de serviço, cursos computacionais do próprio prestador
relativos aos procedimentos e aos controles utiliza- de serviços.
dos na prestação dos serviços a serem contratados;
Art. 14º A instituição contratante dos serviços men-
f) o provimento de informações e de recursos de
cionados no art. 12º é responsável pela CONFIABI-
gestão adequados ao monitoramento dos serviços
LIDADE, pela INTEGRIDADE, pela DISPONIBILI-
a serem prestados; DADE, pela segurança e pelo sigilo em relação aos
g) a identificação e a segregação dos dados dos cli- serviços contratados, bem como pelo cumprimento
entes da instituição por meio de controles físicos ou da legislação e da regulamentação em vigor.
lógicos; e
h) a qualidade dos controles de acesso voltados à Art. 15º A contratação de serviços relevantes de
proteção dos dados e das informações dos clientes processamento, armazenamento de dados e de
da instituição. Computação em Nuvem deve ser comunicada pelas
instituições referidas no art. 1º ao Banco Central do
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser con- Brasil.
tratado, mencionada no inciso I do caput, a instituição
contratante deve considerar a criticidade do serviço e § 1º A comunicação mencionada no caput deve conter
a sensibilidade dos dados e das informações a serem as seguintes informações:
processados, armazenados e gerenciados pelo contra-
I - a denominação da empresa contratada;
tado, levando em conta, inclusive, a classificação rea-
II - os serviços relevantes contratados; e
lizada nos termos do art. 3º, inciso V, alínea "c".
III - a indicação dos países e das regiões em
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive cada país onde os serviços poderão ser pres-
as informações relativas à verificação mencionada no tados e os dados poderão ser armazenados,
inciso II, devem ser documentados. processados e gerenciados, definida nos ter-
mos do inciso III do art. 16º, no caso de con-
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da tratação no exterior.
Internet, referidos no inciso III do art. 13º, a institui-
ção deve assegurar que o potencial prestador dos ser- § 2º A comunicação de que trata o caput deve ser
viços adote controles que mitiguem os efeitos de even- realizada até dez dias após a contratação dos
tuais vulnerabilidades na liberação de novas versões serviços.
do aplicativo.
§ 3º As alterações contratuais que impliquem
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competên- modificação das informações de que trata o § 1º
cias necessários para a adequada gestão dos serviços devem ser comunicadas ao Banco Central do Bra-
a serem contratados, inclusive para análise de infor- sil até dez dias após a alteração contratual.
mações e uso de recursos providos nos termos da alí-
nea "f" do inciso II do caput.
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regime de resolução aos contratos, aos acordos, à I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos
documentação e às informações referentes aos ser- incidentes relevantes de que trata o inciso IV do art.
viços prestados, aos dados armazenados e às infor- 3º e da interrupção dos serviços relevantes de proces-
mações sobre seus processamentos, às cópias de samento, armazenamento de dados e de computação
segurança dos dados e das informações, bem como em nuvem contratados;
aos códigos de acesso citados no inciso VII do caput II - o prazo estipulado para reinício ou normalização
que estejam em poder da empresa contratada; e das suas atividades ou dos serviços relevantes inter-
II - a obrigação de notificação prévia do res- rompidos, citados no inciso I do caput; e
ponsável pelo regime de resolução sobre a in- III - a comunicação tempestiva ao Banco Central
tenção de a empresa contratada interromper do Brasil das ocorrências de incidentes relevan-
a prestação de serviços, com pelo menos tes e das interrupções dos serviços relevantes ci-
trinta dias de antecedência da data prevista tados no inciso I do caput que configurem uma
para a interrupção, observado que: situação de crise pela instituição financeira, bem
a) a empresa contratada obriga-se a acei- como das providências para o reinício das suas
tar eventual pedido de prazo adicional de atividades.
trinta dias para a interrupção do serviço,
feito pelo responsável pelo regime de reso- Parágrafo Único. As instituições devem estabelecer
lução; e e documentar os critérios que configurem uma situa-
b) a notificação prévia deverá ocorrer tam- ção de crise de que trata o inciso III do caput.
bém na situação em que a interrupção for
motivada por inadimplência da contra- Art. 21º As instituições de que trata o art. 1º devem
tante. instituir mecanismos de acompanhamento e de
controle com vistas a assegurar a implementação e
Art. 18º O disposto nos arts. 11º a 17º não se aplica à a efetividade da Política de Segurança Cibernética,
contratação de sistemas operados por câmaras, por pres- do Plano de Ação e de Resposta a Incidentes e dos
tadores de serviços de compensação e de liquidação ou requisitos para contratação de serviços de proces-
por entidades que exerçam atividades de registro ou de samento e armazenamento de dados e de Compu-
depósito centralizado. tação em Nuvem, incluindo:
§ 2º As informações compartilhadas devem estar dis- IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
poníveis ao Banco Central do Brasil. V - a documentação sobre os procedimentos de
que trata o art. 12º, § 2º;
CAPÍTULO V VI - a documentação de que trata o art. 16º, §
DISPOSIÇÕES FINAIS 3º, no caso de serviços prestados no exterior;
VII - os contratos de que trata o art. 17º, con-
Art. 23º Devem ficar à disposição do Banco Central tado o prazo referido no caput a partir da extin-
do Brasil pelo prazo de cinco anos: ção do contrato;
VIII - os dados, os registros e as informações re-
I - o documento relativo à Política de Segurança
lativas aos mecanismos de acompanhamento e
Cibernética, de que trata o art. 2º;
de controle de que trata o art. 21º, contado o
II - a ata de reunião do conselho de administra-
prazo referido no caput a partir da implementa-
ção ou, na sua inexistência, da diretoria da insti-
ção dos citados mecanismos; e
tuição, no caso de ser formalizada a opção de
IX - a documentação com os critérios que confi-
que trata o art. 2º, § 2º;
gurem uma situação de crise de que trata o art.
III - o documento relativo ao Plano de Ação e de
20º, Parágrafo Único.
Resposta a Incidentes, de que trata o art. 6º;
Art. 24º O Banco Central do Brasil poderá adotar as Art. 25º As instituições referidas no art. 1º que, em 26
medidas necessárias para cumprimento do disposto de abril de 2018, já tinham contratado a prestação de
nesta Resolução, bem como estabelecer: serviços relevantes de processamento, armazenamento
de dados e de Computação em Nuvem devem adequar o
I - os requisitos e os procedimentos para o com- contrato para a prestação de tais serviços:
partilhamento de informações, nos termos do
art. 22º; I - ao cumprimento do disposto no art. 16º, incisos I,
II - a exigência de certificações e outros requisi- II, IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exte-
tos técnicos a serem requeridos das empresas rior; e
contratadas, pela instituição financeira contra- II - ao disposto nos arts. 15º, § 1º, e 17º.
tante, na prestação dos serviços de que trata o
art. 12º; Parágrafo Único. O prazo previsto para adequação
III - os prazos máximos de que trata o art. 20º, ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de de-
inciso II para reinício ou normalização das ativi- zembro 2021.
dades ou dos serviços relevantes interrompidos;
e Art. 26º O Banco Central do Brasil poderá vetar ou
IV - os requisitos técnicos e procedimentos ope- impor restrições para a contratação de serviços de
processamento e armazenamento de dados e de
racionais a serem observados pelas instituições
Computação em Nuvem quando constatar, a qual-
para o cumprimento desta Resolução.
quer tempo, a inobservância do disposto nesta
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A. linguagem jurídica, em nível de detalhamento compa- Questão 10. As instituições autorizadas a funcionar
tível com as funções desempenhadas e com a sensibili- pelo BCB devem elaborar relatório anual sobre a imple-
dade das informações. mentação do Plano de Ação e de Resposta a Inciden-
B. linguagem clara, acessível e em nível de detalhamento tes. Entre as opções abaixo, o que esse relatório deve
compatível com as funções desempenhadas e com a sen- abordar:
sibilidade das informações.
C. linguagem oficial, acessível aos gestores e em nível de A. a inefetividade da implementação das ações.
detalhamento compatível com o corpo diretivo. B. o resumo dos resultados obtidos na implementação das
D. linguagem complexa, inacessível e em nível de deta- rotinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnolo-
lhamento incompatível com as funções desempenhadas e gias a serem utilizados na prevenção e na resposta a in-
com a sensibilidade das informações. cidentes.
C. os incidentes irrelevantes relacionados com o ambiente
Questão 6. As instituições autorizadas a funcionar pelo cibernético ocorridos no período.
Banco Central do Brasil devem instituir mecanismos de D. os resultados dos testes de descontinuidade de negó-
acompanhamento e de controle com vistas a assegurar a cios, considerando cenários de disponibilidade ocasionada
implementação e a efetividade da Política de Segu- por incidentes.
rança Cibernética, do plano de ação e de resposta a in-
cidentes e dos requisitos para contratação de serviços de Questão 11. Quanto ao que o potencial prestador de ser-
processamento e armazenamento de dados e de Compu- viços de processamento e armazenamento de dados e de
tação em Nuvem. Computação em Nuvem deve assegurar às instituições,
assinale o que está correto:
Entre esses mecanismos, não está incluído:
A. descumprimento da legislação e da regulamentação.
A. a definição de processos, testes e trilhas de auditoria. B. acesso restrito da instituição aos dados e às informa-
B. a identificação e a correção de eventuais deficiências. ções a serem processados ou armazenados.
C. a identificação e investigação dos produtores de solu- C. aderência a certificações exigidas pela instituição para
ções de segurança. prestação do serviço.
D. a definição de métricas e indicadores adequados. D. negação do acesso da instituição contratante aos rela-
tórios elaborados por auditoria.
Questão 7. Dentre os itens citados abaixo, há um que
não deve ficar à disposição do Banco Central do Brasil Questão 12. O Banco Central do Brasil poderá vetar
pelo prazo de cinco anos: ou impor restrições para a contratação de serviços de pro-
cessamento e armazenamento de dados e de Computa-
A. os dados, os registros e as informações relativas aos ção em Nuvem quando constatar, a qualquer tempo,
mecanismos de acompanhamento e de controle.
B. a documentação com os critérios que configurem uma A. a inobservância do disposto na Resolução, bem como
situação de crise. a limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabe-
C. o documento relativo ao plano de ação e de resposta a lecendo prazo para a adequação dos referidos serviços.
incidentes. B. a inobservância do disposto na Constituição Federal,
D. o documento relativo à política de insegurança ciber- bem como a ilimitação à atuação do Banco Central do
nética. Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referi-
E. a ata de reunião do conselho de administração ou, na dos serviços.
sua inexistência, da diretoria da instituição. C. a observância do disposto na Resolução, bem como a
delimitação da atuação do Banco Central do Brasil, esta-
Questão 8. Esta Resolução dispõe sobre a Política de belecendo prazo para a adequação dos referidos serviços.
Segurança Cibernética e sobre os requisitos para a con- D. a observância do disposto na Constituição Federal,
tratação de serviços de processamento e armazenamento bem como a regulação da atuação. do Banco Central do
de dados e de Computação em Nuvem a serem observa- Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referi-
dos pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco dos serviços.
do Brasil.
01. D - Art. 3º, V 06. C - Art.21º, I, II e III 11. C - Art. 12º, II-D
02. C - Art. 10º 07. D - Art. 23º 12. A - Art. 26º
03. A - Art. 16º 08. Errado - Art. 1º
Errado - Art. 1, Parágrafo
04. D - Art. 2º 09.
Único
05. B - Art. 4º 10. B - Art. 8º, § 1º, II
Bons Estudos!