Aula 5 - AINES 2024 - UNIVERSO

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Disciplina: Farmacologia, terapêutica e toxicologia veterinárias.

Aula 0: Farmacologia e terapêutica da inflamação e antitérmica


Data:23/08/2024
Professora: Nathália das Graças Dorneles Coelho.
Turma: Medicina Veterinária
1. Capítulo 20:
antí-inflamatórios não
esteroidais.

2. Manual Plums: pesquisar


fármacos citados em aula.
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINEs) e
substâncias similares

Existem mais de 50
AINEs diferentes
no mercado!

Apresentam em diferentes intensidades propriedades antiinflamatórias


e/ou analgésica e/ou antitérmica e/ou antiespasmódica.
O risco de efeitos adversos induzidos por AINEs pode ser minimizado:

❑ Seleção criteriosa dos pacientes.


❑ Monitoramento contínuo.
❑ Escolha cuidadosa do princípio ativo.
❑ Tempo de administração.

São bons analgésicos e sem os efeitos sedativos dos opioides!

A eficácia dos AINEs é independentemente da seletividade COX.


A segurança tem correlação com essa seletividade.
Mecanismo de ação (farmacodinâmica):
Inibe expressão da enzimas ciclooxigenases (COXs).
COX: responsável pela biossíntese de prostaglandinas.
Duas isoformas: COX 1 e COX 2.

COX 1 COX 2

Constitutiva em diversas células. Liberada após injúria tecidual, mediadores


Homeostase vascular: tromboxanas e inflamatórios, citocinas e fator de crescimento.
prostaciclinas. Sinais cardinal da inflamação
Gastroprotetivo: secreção de muco Sensibilização dos nociceptores.
gástrico e produção de bicarbonato.
Perfusão renal: principalmente em Também é constitutiva em tecido neural,
hipotensão. reprodutor, renal e na reparação de úlceras.
Efeitos fisiológicos e farmacológicos (Farmacodinâmica)
Farmacocinética

❑ Metabolizados → fígado → via glucuronidação na maioria das espécies.


❑ Gatos são mais susceptíveis aos efeitos adversos dos AINEs (outras vias).
❑ Os AINEs são excretados predominantemente pela via biliar (fecal) e pela urina.
❑ Eles se acumulam em exsudatos inflamatórios → administração são
normalmente a cada 24 horas, apesar de sua meia-vida curta.
❑ Acidos fracos.
❑ Alta taxa de ligação com proteinas (95-99%)
❑ Lipossolúveis

Boa palatabilidade e biodisponibilidade por VO.


Bem absorvidos por via parenteral (IV ou SC).
Efeitos colaterais
Variáveis de acordo com o princípio ativo empregado

Lesão gastrointestinal/enteropatia com perda de proteínas

Irritação direta de algumas drogas.


Principalmente pela inibição das prostaglandinas gástricas (PGI2 e PGE2)

1. inibem a secreção ácida.


2. aumentam o fluxo sanguíneo da mucosa gástrica.
3. estimular a produção do muco citoprotetor do intestino.

Sinais clínicos: anorexia, vômitos e diarreia


Efeitos colaterais
Bloqueio da agregação plaquetária: inibição do tromboxano A2 → aumento no
tempo de coagulação, que contra-indica o uso dos AINES em portadores de
coagulopatias ou imediatamente (pelo menos 7 dias) antes de cirurgias.

Inibição da motilidade uterina: prolongamento da gestação, por inibição das


prostaglandinas E e F.

Inibição da função renal: prejuízo na função vasodilatadora nos rins (ICC,


insuficiência renal e hipovolemia)

Reações de hipersensibilidade: mecanismo desconhecido e ocorrência rara

Ao detectar qualquer efeito colateral INTERROMPER IMEDIATAMENTE os AINEs


(anorexia)
Indicações terapêuticas dos
AINEs
Atividades terapêuticas:
❑ Cada droga tem predominância para determinado efeito.

❑ Atividade antiinflamatória e/ou analgésica e/ou antitérmica.

❑ Analgesia preemptiva → pós-operatório no sistema músculo esquelético.

❑ Alguns fármacos tem efeito antiespasmódico.

❑ Principais indicações: alívio da dor e inflamação no sistema músculo esquelético e


ação antitérmica.
Por que os AINEs usados comumente no controle de dor
perioperatória?

Analgesia preemptiva: reduz a sensibilização periférica de nociceptores.

Animal vai se beneficiar dos efeitos antinflamatórios, analgésicos e antipiréticos sem


influência negativa na cicatrização.

Pode haver instabilidade hemodinâmica durante a cirurgia e/ou sangramentos: final


do procedimento.
Contra- indicações terapêuticas
dos AINEs
2021/02
Contra- indicações
❑ Histórico de doença no TGI.
❑ Intolerância ou administração recente (3-5 dias) aos AINEs.
❑ Doença renal e hepática não controlada.
❑ Anemia.
❑ Coagulopatia.
❑ Hipovolemia ou desidratação.
❑ Hipotensão.
Atenção!

Não administrar AINEs em associação aos glicocorticoides.


Graves efeitos adversos em trato gastrointestinal!
Os AINEs são classificados em:

1. Salicilatos: Acido salicílico, ácido acetilsalicílico, salicilato de sódio e diflunisal.


2. Derivados do paraminofenol: Acetaminofeno(paracetamol).
3. Ácidos indol e indenacéticos: indometacina, sulindaco e etodolaco.
4. Ácidos heteroarilacéticos: Tolmetina, diclofenaco e cetorolaco.
5. Ácidos arilpropiônicos: Ibuprofeno, naproxeno, flubiprofeno, carprofeno, cetoprofeno.
6. Ácidos antranílicos (fenamatos): Ácido meclofenâmico, ácido mefenâmico, ácido flufenâmico.
7. Ácidos enólicos: Oxicans (meloxicam) e pirazolidinodionas (fenilbutazona e metamizol).
8. Ácidos aminonicotínicos: Flunixina meglumina.
9. Alcanonas: Nabumetona.
10. Inibidores seletivo de cox-2: firocoxibe, celecoxibe, refocoxibe...
11. Outras drogas de atividade similar: dipirona, escopolamina...
Dipirona (metamizol)
Mecanismo de ação:

Utilização ampla em Medicina Veterinária.


Pequena ação antinflamatória.
Inibe a produção de prostaglandinas mediadas pelas COXs (efeito analgésico potente).
Considerado AINE’s atípico (COX-3): receptores canabinoides e opioides?
Curta duração, pois é rapidamente biotransformada.

Indicações terapêuticas: analgésica, antitérmica e antiespasmódica.

Cães e gatos: antipirético e analgésico.


Equinos: associação com antiespasmódicos (sinérgico): cólicas.
Associado com tramadol e/ou carprofeno ou meloxicam: analgesia significativa em dor moderada e
grave em animais oncológicos
Obs.: animais destinados a consumo humano (intervalo 48 h)
Farmacocinética:
Bem absorvida pelo TGI.
IV- choque anafilático (hipersensibilidade)
IM- evitar (abscessos), mais comum SC.
Metabolizada pelo fígado – Fase I e Fase II (glicuronidação)
Eliminado pelos rins.

Contra-indicações
Anormalidades hematológicas (prolongado): agranulocitose.
Evitar em animais de produção (carne e leite).
Animais corrida (Dopping).

Efeitos adversos

Aumento do tempo de coagulação, náuseas e/ou vômitos, anúria, dor no local da injeção, erupções
cutâneas, anemia hemolítica, edemas, tremores, hemorragia gastrointestinal e reações alérgicas.
Agranulocitose, leucopenia e anemia aplásica.
Nas intoxicações agudas: convulsões.
Peculiaridade em felinos
❑ Doses variáveis na literatura.
❑ Não houve alterações oxidativa, hematológicas e bioquímicas por 5
dias de administração de 25 mg/kg IV SID
❑ 30% dos animais pós-operatório com apenas dipirona necessitaram
resgate
❑ Metabolismo lento da dipirona (glicuronização) – corpúsculo de Heinz
❑ Não potencializou o tramadol.
Combinações benéficas e comuns

Dipirona (metimazol) + meloxicam

❑ Reduz prevalência de analgesia de resgate em cirurgias.

Dipirona (metimazol) + cloridrato de tramadol

❑ Eficaz para tratar a dor moderada a intensa em animais com câncer.


Escopolamina (Hioscina)
Mecanismos de ação / Indicações:
Não é propriamente um AINES (antagonista competitivo da acetilcolina)
Atividade analgésica: droga antiespasmódica.

Farmacocinética:
Bem absorvida por via oral
Metabolização hepática (50%) e excreção renal.

Observação: o IT da escopolamina é baixo.


Recém-nascidos e animais jovens mais susceptíveis a intoxicação (carnívoros)

→ Depressão, hipotensão, colapso circulatório, dispneia, convulsões e miose.


MELOXICAM

Potente inibidor de tromboxanos e prostaglandinas.


Ação mais pronunciada sobre a COX-2 (maior a segurança da droga).
COX 1: COX 2 mais favorável
Gatos: até 7 dias com segurança (mais palatável)

Indicação:

Ação anti-inflamatória e analgésica

Ponto positivo:
Alta meia-vida plasmática (12-36 horas) → única administração diária.
Eficácia analgésica similiar na dor pós-operatória e dor aguda: cetoprofeno
Diclofenaco de sódio
Alta potência antinflamatória e analgésica (semelhante aos coxibes)
Utilizado em animais de produção.
50%: COX 1 e COX 2
Não utilizado em cães e gatos: úlceras gástricas com um única dose.
Miosites e artrite: bovinos e bubalinos (1mg/kg)
Nomes comerciais para alertar: Cataflam e Voltarem
FLUNIXINA MEGLUMINA
Potente analgésico (visceral): Dopping
Ação antinflamatórios, antipiréticos e antiespasmódico.
Ação antiendotóxica

Principal indicação em animais de produção


Equinos: Diarréias de potros, colite, doença respiratória, inflamações e pré e pós-operatório
Bovinos: Doença respiratória aguda, mastite, febre, dor e diarréias de bezerros
Suínos: agalaxia / hipogalaxia, manqueiras e diarréias de leitões.
Cães: IRA e alterações gastrointestinais

Atenção: droga de escolha para alterações inflamatórias do globo ocular (altas concentrações)
Não aplicar por via IV → excitação, ataxia, hiperventilação e fraqueza muscular.

COX1:COX2: desfavorável
FLUNIXINA MEGLUMINA
Potência relativa em equinos é maior!
Cólicas e lesões músculo esqueléticas (primeira escolha)
Cuidado pode mascarar os sintomas.

É indicado na terapia de afecções pulmonares + antimicrobianos, aumentando →


aumentando a sobrevida, principalmente de bezerros doentes.

Demonstra bons resultados com relação às inflamações oculares!

Cães e gatos: baixo IT e ocorrência de tolerância a medicação.


Carprofeno
Um dos AINEs mais utilizados.
Ação mais pronunciada sobre a COX-2 (maior a segurança da droga)
COX1:COX2: mais favorável
Seguro em veterinária (cães, até 2 semanas):osteoartrite
Muito utilizado em cães e equinos
Dose única efetivos em gatos

Potente anti-inflamatório (músculo-esquelética).


❑ Ação analgésica fraca.

A meia-vida plasmática longa permite que seja administrado duas vezes ao dia
Cetoprofeno:
COX1:COX2: desfavorável (50%)
Mais segura que flunixina meglumina e fenilbutazona em equino (menos ulcerogênico)
5-100 vezes mais potente que a fenilbutazona
Menos seguro que o carprofeno.

Equinos: pouca ação degenerativa sobre as cartilagens (artrites)

Uso principalmente em grandes animais até 5 dias


Coxibes (AINEs com ação seletiva para COX 2)

Ação anti-inflamatória, analgésica e antitérmica.


Menos efeitos adversos.
COX-2 também é constitutiva: rins

Muitos tumores expressam COX2 aumentadas → adenomas e adenocarcinomas


de colón, neoplasias mamárias, carcinomas de bexiga, osteossarcomas e etc.

Firocoxibe: cães e equinos


Robenacoxibe: cães e gatos
Até a próxima aula!
Dúvidas?

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