Relatório de Estágio Clínico

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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE NUTRIÇÃO

IAN GOUVEA FURLAN

RA: N597151

UNIP SWIFT II

RELATÓRIO ESTÁGIO CLÍNICO CURRICULAR


Hospital Municipal Dr Mario Gatti.

Campinas

2023
IAN GOUVEA FURLAN

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CLÍNICO CURRICULAR


Hospital Municipal Dr Mario Gatti.

Relatório de Estágio clinico obrigatório em


Hospital apresentado à Universidade
Paulista – UNIP.
Coordenadora: Prof. Flávia Paggiaro

Supervisora: Luciene Nunes

Campinas

2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 10
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA INSTITUIÇÃO ...................................... 10
2.2. CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA (SND) 12
2.3. DADOS DO LACTÁRIO .............................................................................. 20
2.4. DIETAS ENTERAIS ..................................................................................... 25
2.4. ATENDIMENTO AO PACIENTE .................................................................. 29
3. REFERENCIAS .................................................................................................. 32
ANEXOS: .................................................................................................................. 33
1. INTRODUÇÃO
A nutrição é um dos aspectos fundamentais para a recuperação do paciente, e
a atuação do nutricionista no âmbito hospitalar é essencial para garantir que o
tratamento seja eficaz e seguro. A presença do nutricionista na equipe
multidisciplinar contribui para a melhoria da qualidade da assistência e para a
promoção da saúde e bem-estar dos pacientes. O nutricionista é um profissional de
saúde com formação específica em nutrição, que tem como objetivo principal
promover e manter a saúde e o bem-estar dos pacientes por meio da alimentação
adequada e balanceada. No âmbito hospitalar, a atuação do nutricionista é de
extrema importância, uma vez que a nutrição é um dos pilares do tratamento e da
recuperação dos pacientes (AZUAYA, 2003; KATELEEN, 2010 )

De acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), o nutricionista é


o profissional responsável por planejar, prescrever, avaliar e supervisionar dietas e
orientações nutricionais em todas as áreas do conhecimento em que a alimentação
e nutrição sejam fundamentais para a promoção, manutenção e recuperação da
saúde (CFN, 2019).

No contexto hospitalar, o nutricionista atua em diversas áreas, desde a


avaliação nutricional do paciente até o planejamento e monitoramento de dietas
enterais e parenterais. Segundo a Resolução CFN nº 600/2018, que dispõe sobre as
atribuições do nutricionista no âmbito hospitalar, as principais atividades do
nutricionista nesta área incluem:

1. Avaliação nutricional: o nutricionista é responsável por avaliar o estado


nutricional do paciente, levando em consideração fatores como peso, altura,
circunferência da cintura, índice de massa corporal (IMC), entre outros.

2. Prescrição de dietas: com base na avaliação nutricional, o nutricionista


elabora um plano alimentar específico para cada paciente, levando em
consideração suas necessidades nutricionais e suas condições clínicas.

3. Monitoramento da alimentação: o nutricionista acompanha a evolução do


paciente e realiza ajustes na dieta, conforme necessário.
4. Orientação nutricional: o nutricionista orienta o paciente e seus familiares
sobre a importância da alimentação adequada para a recuperação da saúde.

5. Participação em equipes multidisciplinares: o nutricionista integra equipes


multidisciplinares que atuam no cuidado do paciente hospitalizado,
trabalhando em conjunto com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre
outros profissionais.

Essas atividades são importantes para garantir que o paciente receba a


alimentação adequada para sua condição clínica, evitando complicações e
contribuindo para a melhoria do estado nutricional e do prognóstico (AQUINO et al;
2011). Além das atividades citadas acima, o nutricionista também pode atuar em
outras áreas dentro do hospital, como no gerenciamento de estoque de alimentos e
na capacitação de equipes de cozinha e de enfermagem (RESOLUÇÃO CFN nº
600/2018).

A avaliação nutricional é uma das principais competências do nutricionista no


âmbito hospitalar (AQUINO et al; 2011). Essa avaliação engloba diversos pontos a
serem avaliados, como peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência
braquial (CB), circunferência de panturrilha (CP), circunferência muscular do braço
(CMB), dobra cutânea tricipital (DCT ou PCT) e dobra cutânea subescapular (DCSE
ou PCSE). A avaliação nutricional é fundamental para o diagnóstico precoce da
desnutrição energético-proteica, uma vez que a detecção tardia pode levar a
complicações e piora do estado de saúde do paciente (AQUINO et al; 2011). Além
disso, a avaliação nutricional serve como método para monitorar a evolução dos
pacientes, permitindo ajustes na conduta nutricional de acordo com a resposta do
organismo aos tratamentos realizados (CORREIA; PERMAN; WAITZBERG, 2016). É
importante ressaltar que o estado nutricional do paciente está diretamente
relacionado com a resposta ao tratamento e, consequentemente, com o tempo de
internação hospitalar.

Após esta avaliação física, é então aplicada a triagem nutricional. A triagem


nutricional é um processo fundamental no ambiente hospitalar, pois permite
identificar precocemente o risco nutricional em pacientes internados. A partir dessa
identificação, é possível instituir medidas para prevenir ou tratar a desnutrição,
evitando assim complicações e agravos ao quadro clínico do paciente. Existem
diversas ferramentas de triagem nutricional que podem ser utilizadas pelos
profissionais de saúde no hospital (BEGHETTO et al 2008). Dentre as mais comuns,
destacam-se:

• NRS 2002 (Nutrition Risk Screening): é um questionário padronizado


que avalia o estado nutricional e o risco de complicações em pacientes
hospitalizados. O NRS 2002 é composto por quatro itens: perda de peso,
índice de massa corporal (IMC), ingestão alimentar e gravidade da
doença. A pontuação total obtida indica o grau de risco nutricional do
paciente (BEGHETTO et al 2008).
• MUST (Malnutrition Universal Screening Tool): é um protocolo de
triagem nutricional desenvolvido para identificar e tratar a desnutrição em
adultos hospitalizados. O MUST utiliza três critérios: IMC, perda de peso
recente e presença de doença aguda que afeta a ingestão alimentar. A
pontuação total obtida classifica o paciente em risco baixo, médio ou alto
de desnutrição (BEGHETTO et al 2008).
• SGA (Subjective Global Assessment): é um método subjetivo de
avaliação nutricional que utiliza informações clínicas e histórico alimentar
para avaliar o estado nutricional do paciente. O SGA é composto por dois
componentes: avaliação subjetiva global (ASG) e avaliação do estado
funcional (AEF). A pontuação total obtida indica o grau de desnutrição e o
risco de complicações nutricionais (BEGHETTO et al 2008).
• MNA (Mini Nutritional Assessment): é um instrumento de triagem
nutricional desenvolvido para avaliar o estado nutricional de idosos. O
MNA utiliza 18 itens para avaliar aspectos como o estado cognitivo, o
estado de saúde, a mobilidade e a ingestão alimentar do paciente. A
pontuação total obtida indica o grau de risco nutricional do paciente
(BEGHETTO et al 2008).

Por fim, o nutricionista utiliza em conjunto com estes métodos, a avaliação


bioquímica. A avaliação bioquímica nutricional é uma ferramenta importante para
determinar o estado nutricional dos pacientes hospitalizados. Essa avaliação
envolve a medição de diversos parâmetros sanguíneos e urinários, que podem
indicar deficiências nutricionais e outras condições de saúde que afetam a nutrição
do paciente (SILVANO; OLIVEIRA, 2014). Entre os principais parâmetros
bioquímicos avaliados, podemos citar o hematócrito, leucograma, lipidograma,
albumina, transferrina, pré-albumina, creatinina e hemoglobina. A albumina, por
exemplo, é um indicador importante do estado nutricional, uma vez que é um dos
principais constituintes da proteína plasmática e pode ser afetada por deficiências
nutricionais e doenças crônicas. Já a transferrina e pré-albumina são proteínas
transportadoras que podem ser usadas como marcadores do estado nutricional,
enquanto a creatinina e a hemoglobina são utilizados para avaliar a função renal e a
capacidade de transporte de oxigênio, respectivamente (GIROLDI E BOSCAINI,
2016).

Além da avaliação bioquímica, a avaliação dos sinais clínicos também é


fundamental na identificação de possíveis deficiências nutricionais e outras
condições que afetam a nutrição do paciente hospitalizado. Dentre os sinais clínicos
que podem indicar problemas nutricionais, podemos citar a perda de peso, a perda
de massa muscular, a perda de gordura subcutânea, a falta de apetite, queda de
cabelo, mucosa pálida, pele seca, edema e fraqueza muscular. Outros sinais
clínicos, como a presença de edema, feridas de difícil cicatrização e alterações na
textura e aparência da pele, também podem ser indicativos de problemas
nutricionais, e/ou patologias adicionais. Por isso, é importante que os profissionais
de saúde estejam atentos a esses sinais e que realizem a avaliação nutricional de
forma completa. (RIBEIRO, MELO e TIRAPEGUI, 2018).

Em suma, a avaliação bioquímica nutricional e a avaliação dos sinais clínicos são


ferramentas importantes na identificação de possíveis deficiências nutricionais e
outras condições de saúde que afetam a nutrição do paciente hospitalizado. Dessa
forma, é possível identificar precocemente problemas nutricionais e intervir de forma
adequada para promover a recuperação e o bem-estar dos pacientes. (RIBEIRO,
MELO e TIRAPEGUI, 2018).

Após todas as avaliações, cabe ao nutricionista realizar um plano de dietoterapia


individualizado a cada paciente. Esta é uma etapa chave para a alta do paciente, já
que a alimentação é um dos pontos primordiais para a recuperação do paciente
(principalmente em pós-operatórios), assim como para uma melhor eficácia e
aderência de diversos tratamentos medicamentosos. Dentro do ambiente hospitalar,
as dietas são padronizadas e produzidas diariamente, com características
especificas para diversos pacientes e patologias. Existem as chamadas “dietas de
rotina“, com modificações em sua consistência, classificadas em (EBSERH, 2022).:

• Geral
• Branda
• Pastosa
• Leve
• Liquida

Estas modificações na consistência das dietas, são utilizadas, por exemplo,


em pacientes com problemas na deglutição, como a disfagia, problemas na dentição
etc. Além destas dietas de rotina, existem ainda as dietas modificadas, ou
terapêuticas que alteram algumas características relacionadas a micronutrientes e
outros compostos, sem alterar o valor calórico e a proporção de macros. Alguns
exemplos de dietas modificadas (EBSERH, 2022).:

• Laxativa
• Hipossódica
• Hipocaliemia
• Obstipante

Após a formação da conduta dietoterápica do paciente, o nutricionista deve


analisar as possíveis vias de administração. A principal via utilizada é a via oral,
sendo a via de preferência para todos os pacientes, por apresentar benefícios como:
estimulação e preservação do TGI e melhora da conexão neuro-motora. Porém
existem algumas condições, que impossibilitam a alimentação por via oral, como por
exemplo úlcera péptica, lesões esofágicas, disfagias graves e feridas bocais. Nestes
casos é necessário a utilização da via enteral. As dietas enterais são uma opção
nutricional para pacientes que não conseguem se alimentar por via oral. Existem
duas categorias principais de dietas enterais: artesanais e industrializadas. As dietas
enterais artesanais são preparadas manualmente com alimentos naturais líquidos e
podem variar bastante em termos de composição nutricional e segurança
microbiológica. Já as dietas enterais industrializadas são produzidas em larga escala
e possuem formulações químicas pré-definidas, garantindo um valor nutricional
preciso e uma maior segurança em relação à contaminação microbiana. Por isso, as
dietas enterais industrializadas são geralmente mais recomendadas para pacientes
hospitalizados, embora as dietas artesanais ainda possam ter um papel importante
em determinadas situações, como em pacientes com necessidades nutricionais
muito específicas ou em contextos em que a disponibilidade de dietas
industrializadas é limitada. Esta via, utiliza o sistema entérico como sua principal via,
podendo existir diversas sondas, como a nasogástrica, nasoduodenal ou
nasojejunal, sendo selecionadas de acordo com o caso do paciente. Dentro da SE
(sonda enteral), existem alguns meios de administração da dieta, entre elas: BIC
(bomba de infusão continua), administração intermitente e administração em bolus.
Ainda assim, existe a impossibilidade da utilização da via entérica, por exemplo, se o
paciente apresentar sangramento no TGI, instabilidade hemodinâmica, síndrome de
má absorção ou qualquer outra patologia/medicamento, que afete a integridade do
TGI. Com esta impossibilidade, existe ainda a opção da terapia nutricional
parenteral. A nutrição parenteral é uma técnica de suporte nutricional que consiste
na administração de nutrientes diretamente na corrente sanguínea do paciente, sem
que haja a necessidade de passagem pelo trato gastrointestinal. Essa técnica é
utilizada em situações em que o trato gastrointestinal não está funcionando
adequadamente ou em que a via enteral não é capaz de fornecer uma quantidade
suficiente de nutrientes para suprir as necessidades do paciente. A nutrição
parenteral pode ser administrada por meio de uma veia periférica ou por um cateter
central de inserção periférica ou central. A escolha do acesso depende da duração
da terapia, do tipo de solução a ser administrada e do estado da veia do paciente. As
soluções de nutrição parenteral são compostas por carboidratos, proteínas, lipídios,
vitaminas, minerais e eletrólitos. A formulação é baseada nas necessidades
nutricionais individuais do paciente, que são determinadas por meio de cálculos e
análises laboratoriais. A composição da solução pode ser ajustada de acordo com as
necessidades e a evolução clínica do paciente. Apesar de ser uma técnica segura e
eficaz, a nutrição parenteral apresenta riscos, como infecção, desequilíbrios
eletrolíticos, hiperglicemia e complicações relacionadas ao cateter.

O nutricionista hospitalar é um profissional que atua em um ambiente de alta


complexidade e com pacientes em situações clínicas delicadas. Nesse contexto, ele
enfrenta diversos desafios na sua prática clínica. Um dos principais desafios do
nutricionista hospitalar é a avaliação nutricional dos pacientes. Essa avaliação deve
ser feita de forma criteriosa e precisa, levando em consideração não apenas o
estado nutricional atual do paciente, mas também a sua história clínica, medicações
em uso e comorbidades associadas. Isso requer habilidades técnicas, conhecimento
teórico e muita sensibilidade para lidar com pacientes em condições frágeis. Outro
desafio é a definição da terapia nutricional adequada para cada paciente. Essa
terapia deve ser individualizada e considerar as particularidades de cada caso, como
necessidades energéticas e proteicas, restrições alimentares, intolerâncias e
alergias alimentares, entre outras. Além disso, o nutricionista hospitalar precisa estar
atento às interações medicamentosas que podem afetar a absorção e utilização dos
nutrientes. A implementação da terapia nutricional também pode ser um desafio. O
nutricionista hospitalar deve lidar com questões práticas, como a escolha do tipo de
dieta, a forma de administração dos nutrientes e o monitoramento dos efeitos da
terapia. Além disso, é necessário ter habilidades para lidar com emergências, como
intercorrências relacionadas à nutrição parenteral ou alterações metabólicas.

Por fim, o nutricionista hospitalar também enfrenta desafios relacionados à


sua interação com outros profissionais de saúde e à sua atuação como educador.
Ele deve trabalhar em equipe, colaborando com médicos, enfermeiros,
farmacêuticos e outros profissionais, para garantir a integração da terapia nutricional
no tratamento global do paciente. Além disso, ele deve atuar como educador,
orientando pacientes e familiares sobre questões nutricionais e promovendo a
adoção de hábitos alimentares saudáveis.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA INSTITUIÇÃO
A. Rede Municipal Dr. Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar,
localizado na Avenida Prefeito Faria Lima, nº 340, Parque Itália, Campinas/SP.

B. Um dos principais, se não o principal, hospital da região metropolitana,


existindo desde 14 de julho de 1974 (48 anos desde a fundação)

C. Objetivos do hospital: de acordo com o próprio site da instituição, “contribuir


na recuperação/manutenção da saúde dos pacientes e na satisfação dos
servidores, com alimentação saudável e adequada“.

D. As nutricionistas responsáveis são Ana Carolina Nascimento Evangelista,


CRN: 42348 e Juliana Kazumi Saeki.
E. CRN3 70992. Teve-se apenas acesso ao organograma da ala de clínica
médica (3° andar), um dos locais onde foi realizado o estágio, junto com as
alas de ortopedia e neurológica (1° andar).

F. O hospital é do tipo público, com atendimentos via SUS (Sistema único de


saúde)

G. Tipo de população atendida: O hospital atende a população adulta e infantil,


oferecendo atendimento em diversas especialidades médicas, incluindo
clínica médica, cirurgia geral, ortopedia, neurologia, cardiologia, urologia,
entre outras. Além disso, o hospital possui uma UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) adulta e outra pediátrica para pacientes em estado grave.

H. O hospital possui em média 200 leitos, sendo:

• 1: Andar 30 leitos

• 2: Andar 40 leitos

• 3: Andar 40 leitos

• 4: Andar 24+10 leitos

• 7 salas amarelas
• 12 salas verdes

• 10 salas vermelhas

Média de permanência entre 2 e 3 semanas, com ---- de ocupação.

I. Patologias mais atendidas no hospital:

• Doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e


insuficiência cardíaca

• Doenças respiratórias, como pneumonia, asma e doença pulmonar


obstrutiva crônica (DPOC)
• Doenças gastrointestinais, como gastrite, úlcera gástrica e pancreatite
• Doenças infecciosas, incluindo infecções respiratórias, infecções
urinárias e sepses.
• Doenças neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC) e
epilepsia.
• Traumas ortopédicos, como fraturas e luxações.
• Doenças renais, como insuficiência renal aguda e crônica.
2.2. CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
(SND)
A. Este setor é responsável pela distribuição das refeições, e fórmulas
enterais, com o objetivo de prestar assistência nutricional aos
pacientes, até a data de sua alta hospitalar.

B. Não se teve acesso ao organograma.

C. O setor de SND não é localizado no Mario Gatti. Atualmente ele se


localiza no hospital Ouro Verde, que foi integrado na rede Mario Gatti.
Existem 3 empresas responsáveis pela área de nutrição do hospital,
sendo elas: RC Nutry Alimentação LTDA que produz as refeições, a
CEJAM que é responsável pelas nutricionistas da parte clínica e a Nutri
Sabor Comércio de Alimentos LTDA ficou responsável pela parte das
copeiras.

D. Total de refeições servidas por dia (dívidas por tipo):


TIPO DE DIETA QUANTIDADE
DIETA GERAL 123
BRANDA 46
PASTOSA 6
GERAL HPS 24
BRANDA HPS 32
PASTOSA HPS 12
GERAL DM 14
GERAL DM HPS 12
NEFRO DM HPS 4
OBS HPS 4
SOPA COM SAL 40
SOPA SEM SAL 30
SOPA RESTRITA 10
DIETA GERAL PED 68
PASTOSA PED 2
ESQUEMA REFEIÇÃO 46
TOTAL 473

E. Em relação a funcionários, o hospital conta com:


• 8 nutricionistas clínicas – 5 fixas e 3 foguistas
• 1 gerente – 36 horas
• 12 copeiras – dividias em 3 por andar, com escala 12 x 36
• 4 residentes
• 4 estagiários UNIP
• 6 lactaristas (3 manhãs, 3 tarde e 1 suporte noite)

Vestimenta das copeiras: touca, máscara, luvas, sapato fechado e


capotes.

Vestimenta de nutricionista e residente: jaleco branco, camiseta


branca, calça branca, sapato fechado branco e máscaras.

Em relação a avaliação e treinamentos dos funcionários, não foi


possível coletar informações.

F. Os cardápios disponíveis pela RC Nutry Alimentação LTDA, com


periodicidade de um mês:
TIPODE DIETA CARACTERÍSTICAS COMPOSIÇÃO
INDICAÇÕES BÁSICA
LIR Consistência líquida, Pós- Água de coco
baixo valor operatório de (desjejum), sopa sem
nutricional, tem por cirurgias do resíduo
objetivo hidratar e cólon, pós- (almoço), gelatina
manter o máximo de operatório (lanche da tarde), sopa
repouso intestinal. imediato, sem resíduo (jantar),
preparo de chá aromático diet
Restrição de
exame do (ceia).
lactose, sacarose,
intestino
fibras.
grosso.
LIC Consistência líquida, Fratura Leite com café
fracionada em 5 de (desjejum), sopa batida
refeições/dia. mandíbula, (almoço), vitamina
intolerância a (lanche da tarde), sopa
alimentos batida e purê de fruta
sólidos, pós- (jantar), chá aromático
operatório de (ceia).
cirurgias na
boca.
L Consistência Pacientes que Mingau com adoçante
espessada, apresentam e papa de fruta
composta por dificuldade de (desjejum), sopa
alimentos líquidos ou mastigar e batida, caldo de feijão,
semissólidos, cujos deglutir purê de legumes
pedaços se alimentos (almoço e jantar),
encontram em sólidos, vitamina de frutas,
emulsão ou evolução de papa de frutas (lanche
da tarde), chá
(ceia).

suspensão. pós-operatório,
Fracionamento casos em que a
de 8 função do TGI
refeições/dia. se encontra
moderadamente
e reduzida.
P Alimentos sólidos, Pacientes que Pão macio com
mas, amaciados apresentam margarina (desjejum),
ou moídos e sob a dificuldades em arroz papa, caldo de
forma de purês, mastigar ou feijão, carne desfiada
mingaus, cremes, deglutir. Por (almoço), leite com
papas e suflês. exemplo: idosos café (lanche da tarde),
arroz papa, caldo de
edêntulos,
feijão, purê de legumes
pacientes e carne desfiada
portadores de (jantar), bolacha
doenças maisena e chá
neurológicas, aromático
insuficiência (ceia).
respiratória ou
cardíaca.
B Consistência Pacientes que Pão com margarina,
branda, alimentos apresentam vitamina e leite com
macios, dificuldades para café (desjejum), arroz
picados ou mastigar branco, feijão, legumes
moídos, com e/ou digerir. cozidos, salada, carne
fibras cozida, suco e purê de
fruta (almoço e jantar),
abrandadas.
pão macio com
Geralmente margarina e café com
fracionada em leite (lanche da tarde),
5 refeições/ bolacha maisena,
dia. biscoito cream cracker
e chá aromático
(ceia).
G Consistência Pacientes que Pão com margarina e
normal, fracionada não necessitam vitamina (desjejum),
em 5 de restrições arroz, feijão, guarnição,
refeições/dia. específicas e carne e salada (almoço
apresentam e jantar), leite com café
função normal do e pão com margarina
(lanche da tarde),
TGI.
bolacha cream cracker
e chá aromático
(ceia).
HPS Baixa em sódio. HAS, ascite, Pão com margarina,
doenças fruta e café com leite
cardiovasculares (desjejum), arroz,
s, edema. feijão, guarnição, carne
e salada baixo em
sódio (almoço e jantar),
leite com café e pão
com margarina (lanche
da tarde), chá
aromático
(ceia).
O Restrita em fibras Diarreia aguda Pão macio com geleia
e resíduos, evita ou crônica. e chá aromático
alimentos (desjejum), arroz
flatulentos branco, feijão,

s/salada, gelatina
(almoço e jantar), pão
macio com geleia e
chá aromático (lanche
da tarde), chá
aromático e biscoito
doce ou salgado
(ceia).
LX Rica em fibras e Casos de Pão francês com
líquidos. obstipação margarina, vitamina
intestinal. (desjejum), arroz,
feijão, guarnição, carne
e salada (almoço e
jantar), pão integral
com margarina, fruta e
café com leite (lanche
da tarde), chá
aromático e biscoito
integral (ceia).
HPHC Maior oferta de Pacientes Pão francês com
calorias e desnutridos, margarina, vitamina
proteínas. depleção de (desjejum), arroz,
massa feijão, guarnição, carne
muscular, e salada (almoço e
estresse jantar), pão macio com
metabólico margarina, fruta e café
elevado. com leite (lanche da
tarde), chá aromático e
biscoito salgado (ceia).
Exceto o almoço e
jantar, as outras
refeições devem ser
em dobro.
DM Dieta com Pacientes Pão francês com
regularidade na diabéticos. margarina, fruta e café
ingestão de com leite (desjejum),
carboidratos. arroz, feijão, guarnição,
carne e salada (almoço
e jantar), pão integral,
café com leite e fruta
(lanche da tarde),
biscoito integral, leite
com café diet (ceia).
Fruta: exceto melancia.

Nefro s/ diálise Dieta baixa em Pacientes Pão francês com


proteínas, restrita portadores de margarina, chá
em sódio, doenças renais aromático e leite de
potássio, fósforo e crônicas sem soja (desjejum), arroz,
líquidos. tratamento feijão, guarnição, carne
dialítico. e salada (almoço e
jantar), fruta, leite de
soja e pão macio com
margarina (lanche da
tarde), biscoito doce,
chá aromático (ceia).
Baixa em proteínas, sal
e saladas que não
contenham grãos.
Nefro em Alta em proteínas, Pacientes Pão francês com
diálise restrita em sódio, portadores de margarina, fruta e leite
potássio, fósforo e doenças renais de soja (desjejum),
líquidos. crônicas arroz, feijão, guarnição,
em carne e
tratamento salada (almoço e
dialítico. jantar), fruta, leite de
soja e pão macio com
margarina
(lanche da tarde),
biscoito doce, chá
aromático (ceia). Alta
em proteínas, baixa em
sal e saladas que não
contenham grãos.
HPP Alta em proteínas Pacientes com Pão macio com geleia,
e calorias, rica em cirrose leite desnatado com
aminoácidos de hepática e café e fruta (desjejum),
cadeia ramificada, encefalopatia arroz, feijão, carne
restrita em sódio hepática cozida, salada (almoço
de adição, (exceto e jantar), pão macio
quantidades casos de com geleia, fruta e leite
reduzidas de encefalopatia desnatado com café
gordura saturada hepática (lanche da tarde), chá
e maiores severa). aromático e biscoito
quantidades de doce ou salgado (ceia).
gorduras Baixa em sal e salada
monoinsaturadas sem azeite.
e
Poli-insaturadas,
adequado
consumo de fibras
adequado.
Neutropênica Segue o mesmo Pacientes Pão francês com
conceito da dieta imunodeprimido margarina, leite com
livre, uma vez que s. café em dobro
todos legumes e (desjejum), arroz,
frutas que são feijão, carne cozida e
fornecidos são legumes cozido
higienizados (almoço e jantar), leite
corretamente, com com café em dobro e
o objetivo de não pão com margarina
fornecer riscos de (lanche da tarde), chá
contaminação. aromático, biscoito
doce ou salgado (ceia).
Não servir suco e nem
alimentos crus.

- TABELA NUTRICIONAL DAS DIETAS

TIPO DE DIETA Kcal CHO (g) PTN (g) LIP (g) FIBRA (g) SÓDIO (g)
LIR 582,93 138,39 10,12 2,61 7,33 1105,09
LIC 1162,0 189,17 36,7 34,67 12,33 1386,96
8
L 1429,0 221,58 45,2 46 15,27 2232,36
1
P 2314,5 329,22 88,51 78,07 27,94 2465,12
9
B 2347,7 379,17 89,6 81,27 26,7 3757,88
G 2647,6 391,65 91,9 82,12 29,92 3969,91
1
HPS 2490,8 382,25 85,47 70,92 29,97 2309,95
5
O 2175,0 340,36 65,83 61,76 26,94 3520,95
5
LX 2745,0 395,82 97,93 88,37 40,26 4004,22
8
HPHC 3267,0 455,6 128,15 107,46 33,11 4728,24
2
DM 2225,6 300,53 87,77 79,58 30,87 3227,55
Nefro s/ diálise 2654,1 435,42 83,23 67,15 29,14 2254,13
Nefro em diálise 2778,7 452,66 89,1 71,13 32,57 2333,18
2
HPP 2419,4 378,22 76,01 72,78 23,74 3733,11
6
Neutropênica 2621,3 366,63 98,59 89,58 27,48 4177,8
4

O cardápio calculado foi baseado na dieta padronizada Geral (anexo 1). A partir da
contagem (aproximada) de nutrientes, pode-se concluir que esta dieta possui altos
valores de vitaminas e minerais, assim como uma excelente distribuição de
macronutrientes, e ao mesmo tempo possui uma boa diversidade de alimentos.
Mesmo sendo dietas padronizadas, ou seja sem haver uma certa individualização
das dietas, ela continua sendo crucial para a recuperação e alta dos pacientes.

G. As dietas, são transportadas em recipientes refrigerados e outros, do seu


local de produção (Ouro Verde), até o Mário Gatti, onde serão consumidas.
Assim que chegam na área de recebimento, as dietas passam por um
processo de aferição de temperatura, coleta de amostras e degustação,
realizados pela nutricionista responsável. As dietas então são separadas em
carrinhos térmicos, diferenciando alimentos quentes e frios, e são
distribuídos aos pacientes. Já as fórmulas enterais e infantis, são
armazenadas no estoque central da nutrição, e depois de separadas, as
fórmulas que serão utilizadas no dia, são armazenadas temporariamente no
lactário do hospital.

H. Não foi possível acessar a área física da cozinha, por motivos de segurança.
As dietas são padronizadas e fracionadas de acordo com seu tipo. O
hospital possui uma distribuição descentralizada, ou seja, uma empresa é
inteiramente responsabilizada pela produção (no caso a empresa é a RC
Nutry do Ouro Verde). A distribuição é feita leito por leite, pelas próprias
copeiras, em recipientes de isopor. A empresa LabQuality, é a responsável
pelo controle microbiológico das dietas e do local mensalmente. Como foi
dito anteriormente, a própria coordenadora da nutrição realiza toda a
degustação, coleta de amostras e aferição de temperatura. Todo o transporte
da área de recebimento até as copas, é feito em recipientes especiais,
chamados hot boxes (para alimentos quentes), e carrinhos térmicos. Todas
as solicitações de dietas são feitas até as 10 horas da manhã, pela
nutricionista, para serem entregues até o horário do almoço. O mapa de
dietas é atualizado diariamente pela nutricionista responsável.

I. Todo andar possui uma copa de apoio, com geladeira, pias e carrinhos
térmicos. Lá também são armazenadas água e certos módulos dos
pacientes.

2.3. DADOS DO LACTÁRIO


A. Localizado no 4° andar possuindo escritório, área de paramentação, área de
higienização e preparo/armazenamento.
B. Funcionários: 3 lactarias de manhã, 3 durante a tarde, e 1 copeira no período
noturno como auxílio.

C. O lactário é dividido em 4 áreas:

➢ Escritório: área administrativa/burocrática

➢ Paramentação: área destina a equipagem das paramentações

➢ Higienização: área destinada aos processos de higienização de


mamadeiras

➢ Armazenamento/preparo: área de preparo das fórmulas e


mamadeiras, assim como seu armazenamento.

D. Paramentação: máscara, pro-pé, capote, luva, touca.

E. A higienização é feita manualmente, com água corrente, e posteriormente


colocadas em autoclave

F. Fórmulas pediátricas disponíveis:

Fórmulas infantis
DESCRIÇÃO INDICAÇÃ PRODUT DENSIDAD PROTEÍN CARBOIDRAT LIPÍDI FIBR N K
O O/ E A O O AS A
(KCAL/ML (%) (%) (M
MARCA ) (%) (G/L) (M G/
G/ 1
1 00
00 M
M L)
L
)
Fórm. inf. Caseína/soro Lactentes Nestogeno 0,67 8,35 45,4 45,6 4
de partida do leite de 0-6 1
(<6 m) (40:60), sem meses 274 (1,4 g/100 (7,4 g/100 ml) (3,5 (FOS 22 78
sacarose, Nestle® mOsmol ml) g/100m +GOS
26% /kg L) )
malto
dextrina e 240
74% lactose, mOsmol
com /L
prebióticos.

Fórm. inf. Caseína/soro Para Nestogeno 0,67 8,6 47,2 41,64 4 34 89


de (40:60), sem lactentes e 2
seguiment sacarose,100 crianças de 310 (1,5 g/100 (8,3 g/100 (3,1 (FOS
o % malto primeira Nestle® mOsmol ml) ml) g/100m +GOS
(6-12 m) dextrina, infância /kg L) )
com
prebióticos 276
(FOS e GOS) mOsmol
/L

Aptamil 0,68 10 48 42 0 24 71
soja 2
Form. inf. Fórmula em Lactentes (1,7 g/100 (8,1 g/100 (3,2
de pó, a base de com alergia Danone® ml) ml) g/100m
seguiment proteína à proteína (6-12 m) L)
100%
o (6- de soja, do
PTN de
12m) contém leite de
vaca, soja
AGE, sem
sacarose e intolerância
proteínas à lactose,
lácteas, restrição de
100% lactose
malto (galactose
dextrina. mi
a).

Fórm. inf. Com DHA e Suprir as Aptamil 0,66 7,7 46,5 45,67 4 17 57
antirefluxo ARA, necessidades AR (3,1g/1
taurina, s nutricionais de (1,3 (8,3 g/100 00mL)
(0-12 m) espessado lactentes Danone® g/100 mL)
com goma de 0 a 1 ano de mL)
jataí. idade
Contém para manejo da
lactose regurgitação/
refluxo
gastroesofágico.
Fórmula Suprir as NAN
infantil necessidades EspessA
Fórmula espessada s nutricionais de R 0,67 1,2g/1 7,2g/10 3,7g/1 4 19 66
inf. antirefluxo com amido lactentes
00ml 0ml 0
pré- de 0 a 1 ano de Nestlé 290 0ml (FOS
(0-12 meses) gelatinizado. idade
mOsmol +GO
Com para manejo da
/L S
DHA, ARA, regurgitação/
refluxo )
prebióticos e 323
nucleotídeos gastroesofágico.
mOsmol
. /kg
Contém
lactose.

Fórm. inf. Para Distúrbios Neocate 0,67 11,2 43,1 45,7 0 26 73


elementar lactentes e absortivos/alergia LCP
hipoalergênic de s Danone® (1,9 (7,2 g/100 (3,4
a seguimento alimentares g/100 mL) g/100
para (ao leite de vaca, mL) m
(0-3 anos) lactentes e à soja, aos 100% L)
crianças de hidrolisados 100% maltodextrin
primeira aa a TCM,
e a múltiplas
infância, livres ARA,
proteínas)
isenta de DHA,
proteína óleos
láctea, vegetai
lactose, s
sacarose,
frutose,
galactose e
ingredientes
de origem
animal. Com
aminoácidos
livres e
sintéticos,
TCM, 100%
malto
dextrina,
com DHA e
ARA.

Colher de
medida =
4,6g
NAN SL 0,67 8,3 46,29 45,4 0 22

Fórm. inf. Com DHA e Lactentes de Nestle® 161 (1,4 (7,8 g/100 (3,4
isenta de ARA, mOsmol g/100 mL) g/100
0-12 meses com
lactose nucleotídeos intolerância à /L mL) m
e lactose L) 79
(0-12 m) proteínas 179
lácteas mOsmol
(soro do leite /kg
e caseinato),
100% malto
dextrina.

Colher de
medida =
4,39g
Fórmula Fórmula Infantil Cardiopatias Infatrini 1,0 11 40 49 8,0 37 94
inf. (0-3 para lactentes e congênitas, Danone®
anos) de seguimento fibrose 320 2,6g/1 10g/10 5,5g/10 100%
para lactentes e cística, m0smol/ 00 mL 0 mL 0 mL S
crianças de insuficiência L
primeira respiratória,
infância, déficit
polimérica, pondero-
normocalórica, estatural ou
com DHA, ARA desaceleraç
e ão do
prebióticos crescimento,
(FOS e pré e pós-
GOS) operatório,
aceitação
oral
insuficiente,
restrição
hídrica,
intolerância
a aumento
de volume.
Exclusivo:
1-
12 m

Suplemento:
1-18m

Fórmula inf. Com TCM, ARA Alimentação Pregomin 1,0 11 41 48 0 18 65


semielement e de lactentes PEPTI
ar (0-12 DHA, isento de e de Danone® 1,8g/100ml 6,8g/10 3,5g/10
MESES) lactose seguimento (100% PTN 0ml 0ml
para extensamen
lactentes e te (100%
crianças de hidrolisada xarope de
primeira do glicose)
infância com soro do
alergia ao leite)
leite de vaca
e com
quadro
diarreico
e/ou má
absorção.
Colher de
medida =
4,3g

Fórmula Fórmula Crianças Nutren 1,0 13 58 29 0 65 17


inf. (1-10 pediátrica para sem Júnior 9
anos) nutrição problemas Nestlé 305 3,5g/1 15g/10 3,2g/10
enteral e oral, de absorção, mOsmol 00mL 0mL 0mL
com que /L
TCM (25% do necessitam
total de lipídeos) de nutrição
e isenta de adequada
lactose. para
recuperação
e/ou
manutenção
do estado
nutricional
Compostzo Composto Para Ninho 0,72 4,4g/porção 17g/porçã 6,4g/porçã 68 -
lácteo lácteo com recuperação fases +1 o o mg
1,6g/p
inf. (>1 ano) óleos e/ou /
Nestle orção
vegetais. manutenção por
de
Colher do estado çã
32g
de medida = nutricional o
(FOS
4,57g de
+inulin
(Porção = 32g, 7 32
colheres de g
medida0 a)

Dietas Enterais Infantis

DESCRIÇÃO INDICAÇÃ PRODUT DENSID PROTEÍ NA CARBOI LIPÍDIO FIBR N K


O O/ A DE (%) DRATO AS A (M
(KCAL/M (%) (%) G/1
MARCA L (G/L) (M 00
) G/ M
1 L)
00
M
L
)
NE inf. Polimérica, Crianças Frebini 1,0 10 50 40 0 54 10
padrão (1-10 normocalórica/p 110 anos. original 0
anos) rot eica, Risco 250 2,5 g/100 12,5 4,4 g/100
Caseína:soro nutricional Fresenius m0smol/ mL g/100 mL mL
Sistema (80:20), com ou ® L
fechado EPA e DHA, desnutrição
500ml relação ꞷ6-ꞷ3 leve.
1,8:1,
100%
maltodextrina,

NE inf. Polimérica, Crianças de Frebini 1,5 10,2 49,8 40 11 86 15


hipercaló hipercalórica, 1-10 anos. Energy 0
rica (1-10 normoproteica, Desnutrição Fibre 440 3,8g/1 18,1g/1 6,67g/1 (inulin
anos) caseína:soro moderada a m0smol/ 00ml 00ml 00ml a,
(80:20), com grave, Fresenius L fibra
Sistema ® de
EPA e DHA, associada à
fechado trigo,
500ml relação ꞷ6-ꞷ3 restrição
1,8:1, sem hídrica e celulo
lactose, 94,4% necessidade se
de micro
maltodextrina +
regularizaçã cristali
5,6% sacarose.
o do trânsito na)
intestinal.
NE inf. Fórmula enteral Pacientes Peptamen 1,0 12 54 34 0 45 15
semielement pediátrica à pediátricos Jr. 0
a base de críticos com 280m0s 3g/10 14g/10 4g/100 mL
r peptídeos. intolerância Nestle® mol/L 0 mL 0 mL
Normocalórico/p gastrointesti
(1-10 anos) ro teico, 100% n al e/ou 330m0s
soro hidrolisado. com mol/Kg
Sistema Contém dificuldade
fechado sacarose e na absorção
500ml lactose. da proteína
intacta.

Legenda: insolúvel, S:solúvel.

G. Todas as fórmulas e mamadeiras, possuem etiquetas para identificação e


organização, contendo nome do paciente, número do leito, RH, tipo de dieta,
data, velocidade e horário de infusão, temperatura, e nome da nutricionista
responsável.

H. As fórmulas ficam armazenadas no estoque geral da nutrição, porém as


fórmulas que serão utilizadas no dia, são armazenadas no próprio lactário.
Toda identificação é feita na proporção quatro por quatro, com identificação
previa.

I. Todo o controle microbiológico do hospital, é realizado pela LabQuality,


avaliando todas as variáveis, como por exemplo: coleta de amostras,
temperatura e armazenamento.

J. Dados estatísticos:

Nº VOLUME VOLUM QUANT.A QUANT. SUCO LVI TOTAL DE


CRIANÇAS TOTAL E LVI CHOCOL. MUCILON /ÁGU MAMADEIRAS
FÓRMULA
(L) (L) (G) (G) A
S
20 23,25 4,85 90 100 5 40 15 60

2.4. DIETAS ENTERAIS


A. Todas as dietas enterais ofertadas pelo hospital são industrializadas, ou seja,
padronizadas não havendo um preparo dentro do hospital. São armazenadas
no estoque geral da área de nutrição, porém a quantidade que será utilizada
no dia, fica estocada no lactário. São utilizados 50L/dia de dieta enteral
adulto, 70L/dia de dieta enteral pediátrica, e 30 mamadeiras por dia.
B. Vestimenta necessária igual do lactário, composto por: capote, luvas, touca,
pró-pé e máscara.

C. Equipamentos utilizados: Bomba infusão, equipo gravitacional, sondas e bolsa


de dieta enteral. Todas as dietas já vêm envazadas previamente, em
recipientes de plástico com selos herméticos. Em relação os processos de
higiene, são apenas necessários no processo de distribuição, pois não há
nenhum tipo de processo de preparo na dieta, por ser industrializada. Aqui
estão todas as fórmulas enterais, e módulos enterais, disponíveis:
D. Antes de fornecer as dietas enterais aos pacientes, é feita a identificação
prévia com base nas informações fornecidas pelo próprio paciente. A etiqueta
de identificação contém informações como o nome do paciente, o número do
leito, a data, o tipo de dieta, o volume, o horário e a velocidade de infusão, a
temperatura de conservação e o nome da nutricionista responsável. As dietas
são armazenadas no lactário, com temperatura controlada, e distribuídas
pelas lactaristas em cada quarto do hospital. É importante destacar que o
hospital utiliza apenas dietas em sistema fechado para evitar qualquer
contaminação.

Além disso, a empresa Lab Quality é responsável pelo controle microbiológico


das dietas enterais, garantindo a qualidade e segurança do processo. O
hospital está em conformidade com a resolução 063/2000 e as portarias 131 e
133 de 08/03/2005, e conta com uma equipe multidisciplinar para auxiliar em
cada etapa do tratamento dos pacientes. O hospital dispõe de recursos físicos
e técnicos para garantir que as necessidades nutricionais dos pacientes
sejam atendidas e que o tratamento seja efetivo. A estrutura física e
organizacional do hospital é adequada em relação aos aspectos sanitários,
garantindo a segurança dos pacientes e dos profissionais envolvidos.

2.4. ATENDIMENTO AO PACIENTE


A. Todos os pacientes internados recebem auxílio e assistência completa,
passando por avaliações semanais, além da triagem e avaliação nutricional
inicial, que engloba exames bioquímicos, anamnese (anexo 2), antropometria,
avaliação de sinais clínicos, aferição de sinais vitais pela enfermagem e NRS
(2002) (anexo 3)

B. O SND é encarregado de todo o processo de atendimento do paciente,


englobando toda organização, produção e distribuição das dietas, desde a
copa, até o leito do paciente. Todos os processos devem ser organizados da
melhor forma possível, para não haver intercorrências com as dietas.

C. Existem duas nutricionistas responsáveis dentro do hospital: Ana Carolina


Nascimento Evangelista (CRN: 42348) e Juliana Kazumi Saeki (CRN:
370992). Ambas são encarregadas de todo processo de checagem de
amostras, prescrições, prontuários e anotações de estagiários e residentes,
assim como cuidam dos mapas de dietas e solicitações.

D. Toda parte de prescrições suplementares e de módulos, avaliação dos


critérios de acordo com as individualidades dos pacientes, é feita também
pelas 2 nutricionistas responsáveis Juliana Kazumi Saeki e Ana Carolina
Nascimento Evangelista.
E. A avaliação nutricional é um processo importante em pacientes hospitalizados
para garantir que recebam cuidados nutricionais adequados. A seleção dos
pacientes para avaliação é baseada na gravidade do caso e na presença de
risco nutricional. A avaliação é feita diariamente em pacientes de alto risco e a
cada sete dias em pacientes com baixo risco nutricional. Durante a avaliação,
os profissionais de saúde realizam uma triagem nutricional e uma anamnese
detalhada, além de perguntar sobre a história alimentar do paciente. São
realizadas também avaliações antropométricas, como medições de peso e
altura, avaliações clínicas/físicas e avaliações bioquímicas para garantir que
todos os aspectos nutricionais sejam avaliados de forma completa. É
fundamental que a avaliação nutricional seja realizada de forma precisa para
garantir que os pacientes recebam um plano de cuidados dietoterápicos
adequado e personalizado para suas necessidades individuais.

F. A triagem nutricional é um processo essencial realizado em hospitais para


avaliar o risco nutricional do paciente. No Hospital Mário Gatti, a triagem
nutricional utilizada é a NRS 2002, que analisa vários componentes
relevantes, incluindo a perda de peso nos últimos três meses, o índice de
massa corporal (IMC), a ingestão alimentar e o fator de estresse. É importante
realizar a triagem dentro de 24 a 48 horas após a admissão hospitalar para
avaliar o risco nutricional do paciente. A triagem é dividida em duas partes e,
no final, um escore é determinado para determinar se o paciente apresenta ou
não risco nutricional. Esse processo de triagem é crucial para identificar e
tratar pacientes com risco nutricional para garantir que eles recebam a
nutrição adequada para uma recuperação mais rápida e efetiva.

G. No hospital Mário Gatti, o registro da evolução nutricional dos pacientes é


realizado por meio do método SOAP, que é uma técnica utilizada para
descrever as informações do paciente relacionadas à sua evolução clínica e
nutricional. A sigla SOAP significa S (subjetivo), O (objetivo), A (avaliação) e P
(plano). O S representa o que o paciente relata sobre o seu estado de saúde
e alimentação, enquanto o O se refere às observações objetivas do
profissional de saúde. Já o A engloba a avaliação nutricional antropométrica e
a evolução diária do paciente. Por fim, o P representa o plano de conduta
dietoterápica que será utilizado para o caso em questão. Esse registro é
fundamental para acompanhar a evolução do paciente e adaptar as
intervenções nutricionais de acordo com as suas necessidades. (anexo 4)

H. No hospital, a equipe responsável pela Terapia Nutricional é formada por


diversos profissionais de áreas distintas, incluindo nutrição, medicina,
enfermagem e farmácia. Cada um desses profissionais possui competências
específicas e atua de forma integrada para proporcionar um tratamento mais
completo e eficiente aos pacientes com casos clínicos. Juntos, eles compõem
a Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN), que desempenha um
papel fundamental no cuidado e na recuperação dos pacientes.

I. No hospital, as orientações de alta fornecidas aos pacientes são


fundamentais para garantir uma recuperação eficaz e prevenir complicações.
Dentre as orientações mais utilizadas, destacam-se as seguintes: realizar de
6 a 8 refeições por dia com volume reduzido para pacientes com gastrite,
utilizar pouco sal durante o preparo dos alimentos para hipertensos, ingerir no
mínimo 2 litros de água por dia para pacientes com obstipação intestinal, se
alimentar sempre em posição vertical e mastigar bem os alimentos antes de
engolir para pacientes com esofagite, utilizar alimentos grelhados, assados e
cozidos, e nunca fritos, para pacientes com doença de Crohn e aumentar a
ingestão de verduras, legumes e frutas para pacientes com dislipidemias.
Essas orientações são essenciais para garantir uma dieta saudável e
adequada ao estado de saúde do paciente. (anexo 5-8).
3. REFERENCIAS
1. AZUAYA, A. L. et al. Os dois Brasis: quem são, onde estão e como vivem os
pobres brasileiros. Revista Estudos Avançados, vol.17, n.48, 2003. p.91.

2. KATHLEEN MAHAN. Krause – alimentos, nutrição e dietoterapia. 12ª ed.


Editora Roca, 2010.

3. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). Resolução CFN nº 600,


de 25 de julho de 2018. Dispõe sobre as atribuições do nutricionista no âmbito
hospitalar. Brasília: CFN; 2018.

4. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). Resolução CFN nº 650,


de 26 de agosto de 2019. Dispõe sobre as áreas de atuação do nutricionista e
suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos mínimos de referência,
por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados pelo
nutricionista e dá outras providências. Brasília: CFN; 2019.

5. Aquino, R. C. &Philippi, S. T. (2011). Identificação de fatores de risco de


desnutrição em pacientes internados. Revista da Associação Médica
Brasileira,57.

6. CORREIA, M. I. T. D.; PERMAN, M. I.; WAITZBERG, D. L. Hospital


malnutrition in Latin America: A systematic review. Clinical Nutrition, v. 36, n.
4, p. 958–967, ago. 2017.

7. BEGHETTO, M. G. et al. Triagem nutricional em adultos


hospitalizados. Revista de Nutrição, v. 21, n. 5, p. 589–601, out. 2008.

8. RIBEIRO, Sandra; MELO, Camila; TIRAPEGUI, Júlio. Avaliação Nutricional:


Teoria e Prática. 2ª edição. São Paulo: Grupo Editorial Nacional, 2018

9. EBSERH. Dietas hospitalares. Minas Gerais, 2022.

10. SILVANO, L.V.M.; OLIVEIRA, C.L.A. Perfil nutricional de pacientes


oncológicos internados em um hospital militar do município de Natal – RN.
Revista UNI-RN, v.13, n.1/2, p.125-143, 2014.

11. GIROLDI, M.; BOSCAINI, C. Perfil nutricional e bioquímico de pacientes


internados em uso de terapia nutricional enteral. Rev Bras Nutr Clin, v.31, n.1,
p.65-9, 2016.
ANEXOS:
Anexo 1:

Anexo 2:
Anexo 3:
Anexo 4:
Anexo 5:
Anexo 6:
Anexo 7:
Anexo 8:

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