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DESIGN DE MODA

Fundamentos do Design de Moda

História da Moda

Evolução da Moda ao Longo dos Séculos

A moda, desde os tempos antigos, reflete a cultura, os valores e as


transformações sociais. Na Antiguidade, por exemplo, os egípcios usavam
roupas feitas de linho, simbolizando pureza e status. Já na Grécia e em Roma,
as vestes, como as túnicas e togas, eram simples, mas marcavam a posição
social e a cidadania. Durante a Idade Média, o vestuário se tornou uma forma
de demonstrar hierarquia social, com a nobreza usando tecidos finos como
veludo e brocados, enquanto os camponeses usavam materiais rústicos.

Com o Renascimento, houve uma explosão de criatividade e a moda passou


a ser uma manifestação da arte. Nobres adotaram trajes elaborados, com
bordados e tecidos luxuosos. Nos séculos XVIII e XIX, a Revolução
Industrial trouxe novas tecnologias e materiais, transformando a moda em
algo mais acessível e diversificado. Na Belle Époque, o luxo e a sofisticação
dominaram, mas no início do século XX, com eventos como as guerras
mundiais, a moda se tornou mais prática e funcional, refletindo as mudanças
sociais.
A partir dos anos 1920, a moda começou a acompanhar mais de perto os
avanços culturais, com movimentos como o Art Déco e o surgimento da
moda "ready-to-wear", oferecendo roupas prontas para o uso, em vez de
feitas sob medida. Nos anos 1960, o estilo juvenil e a moda pop dominaram,
e a partir de então, a moda passou a ser uma forma de expressão pessoal,
com influências globais e uma variedade de estilos coexistindo.

Grandes Estilistas e Suas Contribuições

Ao longo dos séculos, grandes estilistas moldaram o mundo da moda com


suas criações inovadoras. No século XX, Coco Chanel revolucionou o
vestuário feminino, promovendo o conforto e a simplicidade com peças
icônicas como o vestido preto básico e o tailleur de tweed. Chanel libertou
as mulheres dos espartilhos e introduziu um estilo de vida mais livre e
prático.

Outro nome crucial foi Christian Dior, que, em 1947, lançou o "New Look",
caracterizado por cinturas marcadas e saias volumosas, devolvendo
feminilidade e glamour ao pós-guerra. Yves Saint Laurent é conhecido por
suas inovações nos anos 1960 e 1970, como o "Le Smoking", um elegante
smoking feminino que trouxe masculinidade às roupas femininas de maneira
sofisticada.

Gianni Versace, com seu estilo extravagante e ousado, marcou os anos 1980
e 1990, com criações que misturavam arte e cultura pop. Alexander
McQueen, por sua vez, foi um gênio criativo que desafiou os padrões da
moda, trazendo conceitos artísticos e performances para suas passarelas.

Esses estilistas, entre muitos outros, transformaram a moda em uma forma


de arte e expressão, influenciando gerações e redefinindo o que significa se
vestir.
Movimentos de Moda e Suas Influências Sociais

A moda sempre foi influenciada por movimentos sociais e culturais. No


século XIX, o movimento Vitoriano era associado a uma moralidade rígida
e roupas extremamente cobertas, refletindo os valores da sociedade daquela
época. No entanto, à medida que o século XX avançou, novos movimentos
começaram a desafiar essas normas.

Nos anos 1920, as Flappers, com seus vestidos curtos e cabelos curtos,
simbolizavam a liberdade e a rebelião das mulheres contra os padrões
tradicionais. Já nos anos 1960, o movimento da Contracultura trouxe a
moda hippie, com influências do Oriente, o uso de cores vibrantes e peças
soltas, simbolizando a busca pela paz e a liberdade.

Nos anos 1980, a moda foi influenciada pelo excesso e consumismo,


refletido nas ombreiras grandes, cores fortes e estilos extravagantes. O punk,
por outro lado, emergiu como uma contracultura rebelde, com roupas
rasgadas e alfinetes, criticando o sistema e as normas sociais.

Na contemporaneidade, movimentos como o feminismo, a sustentabilidade


e a diversidade têm moldado a moda de maneiras significativas,
promovendo uma indústria mais inclusiva e responsável. A moda continua a
ser uma plataforma de expressão cultural e social, refletindo os valores e
preocupações da sociedade em cada época.
Desenho de Moda

Introdução ao Desenho de Moda

O desenho de moda é a base do processo criativo de qualquer estilista. Ele


serve como o primeiro esboço de uma peça de roupa ou de uma coleção
inteira, permitindo que ideias ganhem forma visual antes de serem
confeccionadas. Este tipo de desenho envolve a representação de roupas e
acessórios em croquis, que são ilustrações de figuras humanas estilizadas,
nas quais o foco está nas roupas, caimentos e detalhes.

A habilidade de criar um bom croqui é fundamental para expressar a visão


de um designer. O croqui permite comunicar o conceito de uma peça e seu
estilo, dando uma ideia clara sobre como o tecido vai se comportar no corpo.
Além disso, o desenho de moda não se resume apenas ao ato de desenhar;
ele envolve o estudo das proporções do corpo, da silhueta, dos tipos de tecido
e da estética. O objetivo é traduzir uma ideia abstrata em uma representação
visual concreta.

Técnicas de Ilustração de Figurinos

As técnicas de ilustração de figurinos variam de acordo com o estilo e a


preferência de cada designer, mas existem algumas práticas fundamentais
que são amplamente utilizadas na indústria da moda. A primeira delas é o
desenho das proporções da figura humana. Tradicionalmente, os croquis são
desenhados com uma silhueta alongada, geralmente com 9 cabeças de altura
(em comparação à proporção real de 7 a 8 cabeças). Isso oferece uma estética
elegante e permite que os detalhes das roupas sejam exibidos de forma clara.
Outra técnica importante é o uso de linhas dinâmicas, que ajudam a dar
movimento e vida ao croqui. A pose do figurino deve transmitir a atitude e a
fluidez da roupa no corpo. Além disso, os detalhes de costura, como botões,
zíperes, pregas e texturas do tecido, são adicionados para ilustrar como a
peça será na realidade.

Ferramentas como lápis, canetas, aquarela e softwares digitais são


amplamente utilizados no processo de ilustração de figurinos. A escolha da
ferramenta depende da preferência do designer e do estilo que ele deseja
expressar. Muitas vezes, as técnicas de sombreado e uso de cores são
aplicadas para dar profundidade e realismo à ilustração.

Uso de Cores e Texturas no Desenho

O uso de cores e texturas no desenho de moda é um dos aspectos mais


criativos e expressivos do processo de design. As cores têm o poder de
transmitir emoções e criar uma identidade para uma coleção ou peça
individual. Designers frequentemente escolhem suas paletas de cores com
base em tendências de moda, estações do ano ou temas culturais e artísticos.
Por exemplo, cores vibrantes e brilhantes podem evocar energia e ousadia,
enquanto tons suaves e neutros podem sugerir sofisticação e minimalismo.

Além das cores, as texturas desempenham um papel crucial no desenho de


moda. Embora o croqui seja bidimensional, o desafio do designer é ilustrar
como o tecido vai se comportar no corpo, seja ele leve e fluido ou pesado e
estruturado. Isso é feito por meio de técnicas de desenho que simulam as
características do tecido, como o brilho da seda, a transparência da organza
ou a robustez da lã. O uso de sombras, gradientes e diferentes padrões ajuda
a criar a ilusão de textura.
Assim, tanto as cores quanto as texturas no desenho de moda não apenas
tornam o croqui mais interessante visualmente, mas também comunicam ao
cliente ou à equipe de produção as características exatas da peça, incluindo
o tipo de tecido e o acabamento pretendido.
Tipos de Tecidos e Materiais

Fibras Naturais e Sintéticas

Os tecidos utilizados na moda são feitos a partir de diferentes tipos de fibras,


que podem ser classificadas em dois grandes grupos: fibras naturais e fibras
sintéticas.

As fibras naturais são obtidas de fontes orgânicas, como plantas e animais.


Entre as mais comuns estão:

 Algodão: Uma das fibras mais utilizadas no mundo, o algodão é


macio, respirável e absorvente. Ele é ideal para roupas confortáveis,
como camisetas e roupas de verão.

 Linho: Uma fibra natural derivada da planta do linho, que é forte,


durável e altamente respirável. Por ser leve e fresca, é amplamente
utilizada em roupas de verão.

 Lã: Proveniente de ovelhas e outros animais, a lã é conhecida por sua


capacidade de aquecer e de isolar o corpo. Ela é utilizada
principalmente em roupas de inverno.

 Seda: Uma fibra de origem animal produzida pelos casulos de bichos-


da-seda. É conhecida por seu brilho e maciez, sendo amplamente
utilizada em roupas sofisticadas e delicadas.

As fibras sintéticas, por outro lado, são feitas a partir de produtos químicos
derivados do petróleo. Algumas das mais comuns são:

 Poliéster: Muito utilizado na indústria da moda por sua durabilidade


e facilidade de cuidado. Ele é resistente a rugas e mantém a forma,
sendo ideal para peças de vestuário e tecidos mistos.
 Nylon: Conhecido por sua elasticidade e resistência, o nylon é
amplamente utilizado em roupas esportivas e de banho.

 Acrílico: Utilizado como uma alternativa à lã, o acrílico é leve, quente


e resistente à umidade, sendo comum em suéteres e cachecóis.

 Elastano (Lycra): Famoso por sua grande elasticidade, é utilizado em


roupas que exigem flexibilidade, como roupas de ginástica e calças
jeans ajustadas.

Cada tipo de fibra oferece características específicas que influenciam o


conforto, o caimento e a durabilidade da peça de roupa.

Tipos de Tecidos e Suas Aplicações

Os tecidos são criados a partir de diferentes tipos de fibras, e a escolha do


tecido certo depende das características desejadas na peça final. Os
principais tipos de tecidos e suas aplicações são:

 Malha: Feita principalmente de algodão ou poliéster, a malha é macia,


confortável e flexível. É amplamente utilizada em camisetas, roupas
íntimas e peças casuais.

 Sarja: Um tecido resistente e durável, frequentemente utilizado em


calças jeans e jaquetas. Sua trama é mais firme, proporcionando maior
resistência ao desgaste.

 Veludo: Um tecido luxuoso com superfície macia e texturizada. É


comum em peças elegantes, como blazers, vestidos e estofados.

 Cetim: Um tecido brilhante, liso e macio, geralmente feito de seda ou


fibras sintéticas. É utilizado em roupas sofisticadas, como vestidos de
festa e lingerie.

 Chiffon: Um tecido leve, transparente e fluido, ideal para vestidos de


verão e roupas delicadas.
 Denim: Um tipo específico de sarja que é amplamente utilizado na
fabricação de jeans. Sua durabilidade e estilo atemporal fazem dele
uma escolha popular no vestuário casual.

Esses tecidos variam em suas aplicações com base em sua textura,


durabilidade, conforto e estilo. Enquanto tecidos leves como chiffon são
usados em peças fluidas e delicadas, tecidos mais pesados, como o denim e
a sarja, são ideais para roupas estruturadas e casuais.

Propriedades dos Materiais na Confecção

As propriedades dos materiais desempenham um papel crucial no design e


na confecção de roupas. Cada material apresenta características que
influenciam a durabilidade, o conforto, a aparência e a usabilidade das peças.

 Absorção de Umidade: Fibras naturais, como o algodão e a lã, são


altamente absorventes, tornando essas peças ideais para climas
quentes ou para roupas que precisam absorver o suor. Fibras sintéticas,
como o poliéster, por outro lado, são menos absorventes, o que pode
ser útil em roupas que não devem reter umidade.

 Elasticidade: Materiais como elastano e nylon possuem alta


elasticidade, o que os torna adequados para roupas que exigem
flexibilidade, como roupas de ginástica e moda esportiva.

 Durabilidade: A resistência ao desgaste é uma propriedade chave em


tecidos como o denim, que é amplamente utilizado em jeans devido à
sua durabilidade. Tecidos como o veludo e a seda são mais delicados
e exigem cuidados especiais.

 Respirabilidade: Tecidos como o linho e o algodão permitem uma


boa circulação de ar, tornando-os ideais para roupas de clima quente.
Materiais sintéticos, por sua vez, podem ser menos respiráveis, o que
os torna mais adequados para climas frios ou peças de desempenho.
 Peso e Caimento: O peso do tecido influencia diretamente como a
peça se comporta no corpo. Tecidos leves, como o chiffon, criam um
caimento suave e fluido, enquanto tecidos pesados, como o veludo,
oferecem estrutura e volume.

Ao compreender essas propriedades, os designers podem escolher os


materiais que melhor correspondem à funcionalidade e à estética pretendida,
garantindo que as peças atendam tanto às necessidades práticas quanto ao
estilo desejado.

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