Aula 4 A Origem Do Pensamento Sistemico Crepaldi
Aula 4 A Origem Do Pensamento Sistemico Crepaldi
Aula 4 A Origem Do Pensamento Sistemico Crepaldi
O Pensamento Sistêmico, hoje disseminado nas diversas áreas do conhecimento, ganhou um arcabouço teórico e
reconhecimento na primeira metade do século XX.
O artigo objetiva apresentar os aspectos históricos e epistemológicos do Pensamento Sistêmico.
Será realizada uma retomada histórica de acontecimentos que serviram como embriões para o
desenvolvimento do Pensamento Sistêmico.
Será realizada uma apresentação das Teorias que ofertaram subsídios epistemológicos ao Pensamento
Sistêmico: A Teoria Geral dos Sistemas, a Cibernética e a Teoria da Comunicação.
Serão apresentados os critérios fundamentais do Pensamento Sistêmico; por fim, será evidenciada sua
aplicabilidade na área da Psicologia.
07/10/2024
PRECURSORES HISTÓRICOS DO PENSAMENTO SISTÊMICO
Início do século XX
• Surgimento da Biologia Organísmica ou Organicismo em oposição ao mecanicismo;
07/10/2024
PRECURSORES HISTÓRICOS DO PENSAMENTO SISTÊMICO
Início do século XX
• A Ecologia emerge da Escola Organísmica da Biologia quando biólogos começaram a estudar
comunidades de organismos e passa a ser uma das vertentes do Pensamento Sistêmico.
• A concepção de ecossistema moldou todo o pensamento ecológico a partir de então e promoveu uma
abordagem sistêmica da ecologia.
• O foco estava colocado no estudo das relações que interligam os organismos.
• A compreensão dos sistemas vivos como redes oferece uma nova perspectiva acerca das chamadas
hierarquias da natureza.
• De acordo com Capra (2006), não existe hierarquia na natureza e sim, redes que se formam dentro de
outras redes.
07/10/2024
PRECURSORES HISTÓRICOS DO PENSAMENTO SISTÊMICO
Início do século XX
• Paralelamente ao nascimento da Ecologia, surge a Física Quântica, formulada Werner Heisenberg
na década de 1920, que contraria o pensamento newtoniano predominante até então, segundo o
qual todos os fenômenos físicos poderiam ser reduzidos às propriedades de partículas materiais
rígidas e sólidas.
• Tal teoria demonstra que os objetos materiais sólidos da física clássica se dissolvem, no nível
subatômico, em padrões de probabilidades semelhantes a ondas.
• Tais padrões não representam probabilidade de coisas e sim, probabilidades de interconexões.
• As partículas subatômicas não são coisas, são interconexões entre coisas que, por sua vez, são
interconexões entre outras coisas.
• Portanto, não se pode decompor o mundo em unidades elementares que existem de forma
independente: estas só podem ser entendidas nas interrelações. Sendo assim, é o todo que
determina o comportamento das partes.
07/10/2024
PRECURSORES HISTÓRICOS DO PENSAMENTO SISTÊMICO
Início do século XX
• Ainda no início do século XX, surge a Psicologia Gestalt, acompanhando a tendência
intelectual em negar a fragmentação e o mecanicismo, buscando a totalidade;
• Max Wertheimer e Wolfgang Köhler reconhecem a existência de totalidades irredutíveis
como aspecto chave da percepção afirmando que totalidades exibem qualidades que estão
ausentes em suas partes.
• O filósofo Christian Von Ehrenfels afirma que o todo é maior do que a soma das partes,
princípio este que se tornou central na Teoria Sistêmica.
07/10/2024
PRECURSORES HISTÓRICOS DO PENSAMENTO SISTÊMICO
Início do século XX
• Na década de 1930, o biólogo austríaco Ludwig Von Bertalanffy apresenta a Teoria Geral dos
Sistemas;
• Em 1940, o matemático norte-americano Norbert Wiener inicia a elaboração da Cibernética;
• Ambas as teorias tiveram desenvolvimento paralelo no século XX e configuram os limites
paradigmáticos para a Teoria Sistêmica, em conjunto com a influência da Teoria da
Comunicação Humana, criada por Gregory Bateson e Paul Watzlawick.
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
Karl Ludwig von Bertalanffy foi um biólogo austríaco.
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
(Capra, 2006)
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
O objetivo da Teoria Geral dos Sistemas se constituía em estudar os princípios universais aplicáveis aos sistemas
em geral, sejam eles de natureza física, biológica ou sociológica.
Bertalanffy conceitua sistema como um complexo de elementos em estado de interação.
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
Assim, pressupõem-se que os fenômenos não podem ser considerados isoladamente, e sim, como parte de um
todo.
O todo emerge além da existência das partes e "as relações são o que dá coesão ao sistema todo, conferindo-lhe
um caráter de totalidade ou globalidade, uma das características definidoras do sistema“ (Vasconcellos, 2008,
p.199).
Os conceitos básicos de sua teoria são: globalidade, não-somatividade, homeostase, morfogênese, circularidade e
equifinalidade (Vasconcellos, 2010).
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
Na globalidade, todos os sistemas funcionam como um todo coeso e mudanças em uma das partes provocam
mudanças no todo.
O conceito de não-somatividade afirma que o sistema não é a soma das partes, devendo-se considerar o todo em
sua complexidade e organização;
A homeostase é o processo de autorregulação que mantém a estabilidade do sistema preservando seu
funcionamento.
(Barcellos & Moré, 2007; Osorio, 2002;Vasconcellos, 2010)
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
A morfogênese é o processo oposto a homeostase, ou seja, é a característica dos sistemas abertos de absorver os
aspectos externos do meio e mudar sua organização.
A circularidade, também chamada de causalidade circular, bilateralidade ou não-unilateralidade, diz respeito à
relação bilateral entre elementos, sendo que esta relação é não linear e obedece a uma sequência circular.
A equifinalidade, refere que em um sistema aberto, diferentes condições iniciais geram igualdade de resultados e
diferentes resultados podem ser gerados por diferentes condições iniciais. Desta forma, nos sistemas fechados o
estado de equilíbrio é dado pelas condições iniciais.
(Barcellos & Moré, 2007; Osorio, 2002;Vasconcellos, 2010)
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
A Teoria Geral dos Sistemas também fez uso do conceito de retroalimentação ou feedback que emergiu na
Cibernética, o qual garante a circulação de informações entre elementos do sistema.
A retroalimentação pode ser negativa, o que acontece quando esse mantém a homeostase, ou positiva, ocorre
quando o sistema responde pela mudança sistêmica (morfogênese) (Vasconcellos, 2010).
Bertalanffy dedicou-se a investigar os princípios básicos interdisciplinares que pudessem constituir um arcabouço
conceitual abrangente capaz de unificar várias disciplinas científicas que estavam isoladas;
Dessa forma a Sociologia e a Biologia também seriam abarcadas por uma ciência mais rigorosa.
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
O autor não queria se afastar do referencial da ciência tradicional e por isso manteve-se preso ao pressuposto de
objetividade.
Ele acreditava em um mundo hierarquicamente organizado, em uma realidade independente do observador
(Capra, 2006).
O autor busca uma síntese do conhecimento sem eliminar as diferenças por meio de um esquema claro e
consistente de conceitos, uma teoria unitária em torno de conceitos de sistema e organização.
O foco é deslocado da constituição das entidades para a organização dos sistemas e para o conceito de interação
(Grandesso, 2000).
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
O CONCEITO DE INTERAÇÃO
A interação gera realimentações (feedbacks) que podem ser positivas ou negativas, criando assim uma
autorregulação regenerativa, que, por sua vez, cria novas propriedades, as quais podem ser benéficas ou maléficas
para o todo independente das partes.
A interação dos elementos do sistema é chamada de sinergia. Por outro lado, a entropia é a desordem ou ausência
de sinergia. Um sistema para de funcionar adequadamente quando ocorre entropia interna.
Os sistemas orgânicos em que as alterações benéficas são absorvidas e aproveitadas sobrevivem.
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
O CONCEITO DE INTERAÇÃO
Um sistema realimentado é necessariamente um sistema dinâmico, já que deve haver uma causalidade implícita.
Em um ciclo de retroação, uma saída é capaz de alterar a entrada que a gerou, e consequentemente, a si própria.
Se o sistema fosse instantâneo, essa alteração implicaria uma desigualdade.
Portanto, em uma malha de realimentação deve haver certo retardo na resposta dinâmica. Esse retardo ocorre
devido a uma tendência do Sistema de manter o estado atual mesmo com variações bruscas na entrada, isto é, ele
deve possuir uma tendência de resistência a mudanças.
Assim, uma organização realimentada e autogerenciada gera um sistema cujo funcionamento é independente da
substância concreta dos elementos que a formam.
Dessa forma, elementos podem ser substituídos sem dano ao todo, o que caracteriza o processo de
autorregulação, no qual o todo assume as tarefas da parte que falhou (Vasconcellos, 2010).
07/10/2024
A CIBERNÉTICA
07/10/2024
A CIBERNÉTICA
07/10/2024
A CIBERNÉTICA DE 1ª ORDEM
1ª CIBERNÉTICA
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A CIBERNÉTICA DE 1ª ORDEM
2ª CIBERNÉTICA
Os conceitos de input e output persistem, mas aparece o conceito de feedback (criado por Wiener e
Bigelow) e de causalidade circular retroativa e recursiva.
Assim, aqui tem origem o pressuposto da instabilidade, o qual baseia-se na noção do mundo como em
um processo de constante transformação, no qual há a indeterminação e, por isso, alguns fenômenos
são imprevisíveis e irreversíveis, e, portanto, incontroláveis (Vasconcellos, 2010).
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A CIBERNÉTICA DE 2ª ORDEM
A Cibernética de 2ª ordem também é chamada de Si-Cibernética porque Edgar Morin propôs um movimento
que ultrapassasse a Cibernética: a Si-Cibernética.
O prefixo si é o elemento da preposição grega sun que significa "estar junto", o que marca a obrigação
recíproca entre as partes.
O físico Heinz Von Foster é responsável pela noção de sistemas observantes, de acordo com o qual o
observador, incluindo-se no sistema que observa, se observa observando (Vasconcellos, 2010).
A partir da noção de sistemas observantes, a Cibernética tomou a si mesma como objeto de estudo e surgiu,
então, a Cibernética de 2ª ordem, também chamada de construtivismo ou visão construtivista, pois
pressupõe o observador como parte do sistema observado (Osorio, 2002; Vasconcellos, 2010).
07/10/2024
A CIBERNÉTICA DE 2ª ORDEM
07/10/2024
A TEORIA DA COMUNICAÇÃO
07/10/2024
A TEORIA DA COMUNICAÇÃO
07/10/2024
A PRAGMÁTICA DA COMUNICAÇÃO
A Teoria da Pragmática da Comunicação Humana afirma que a comunicação afeta o comportamento ocasionando
implicações nas relações interpessoais.
De acordo com Watzlawick et al. (1973), "atividade ou inatividade, palavras ou silêncio, tudo possui valor de
mensagem, influencia os outros, e estes outros que, por sua vez, não podem não responder a essas
comunicações, estão, portanto, comunicando também" (p. 45).
A teoria também abarca os cinco axiomas.
07/10/2024
AXIOMAS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
3) A natureza de uma relação está na contingência da pontuação das sequências comunicacionais entre os
comunicantes (cada comportamento é causa e efeito do outro);
4) Os seres humanos se comunicam de maneira digital (comunicação verbal) e analógica (comunicação não-
verbal);
5) Todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares, e estão baseadas na igualdade ou
na diferença
07/10/2024
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A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
Karl Ludwig von Bertalanffy foi um biólogo austríaco.
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
De acordo com o autor, organismos vivos são sistemas abertos que não podem ser descritos pela termodinâmica
clássica, que trata de sistemas fechados em estado de equilíbrio térmico ou próximo dele.
(Capra, 2006)
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
O objetivo da Teoria Geral dos Sistemas se constituía em estudar os princípios universais aplicáveis aos sistemas
em geral, sejam eles de natureza física, biológica ou sociológica.
A Teoria Geral dos Sistemas combina conceitos do Pensamento Sistêmico e da Biologia (Costa, 2010), incidindo na
generalização do Modelo Organicista, ou seja, na noção de que o universo pode ser pensado como um grande
organismo vivo (Pinheiro, Crepaldi, & Cruz, 2012).
(Capra, 2006)
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
Pressupõem-se que os fenômenos não podem ser considerados isoladamente, e sim, como parte de um todo.
O todo emerge além da existência das partes e "as relações são o que dá coesão ao sistema todo, conferindo-lhe
um caráter de totalidade ou globalidade, uma das características definidoras do sistema“ (Vasconcellos, 2008,
p.199).
Os conceitos básicos de sua teoria são: globalidade, não-somatividade, homeostase, morfogênese, circularidade e
equifinalidade (Vasconcellos, 2010).
07/10/2024
A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
Na globalidade, todos os sistemas funcionam como um todo coeso e mudanças em uma das partes provocam
mudanças no todo.
O conceito de não-somatividade afirma que o sistema não é a soma das partes, devendo-se considerar o todo em
sua complexidade e organização;
A homeostase é o processo de autorregulação que mantém a estabilidade do sistema preservando seu
funcionamento.
(Barcellos & Moré, 2007; Osorio, 2002;Vasconcellos, 2010)
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A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
A morfogênese é o processo oposto a homeostase, ou seja, é a característica dos sistemas abertos de absorver os
aspectos externos do meio e mudar sua organização.
A circularidade, também chamada de causalidade circular, bilateralidade ou não-unilateralidade, diz respeito à
relação bilateral entre elementos, sendo que esta relação é não linear e obedece a uma sequência circular.
A equifinalidade, refere que em um sistema aberto, diferentes condições iniciais geram igualdade de resultados e
diferentes resultados podem ser gerados por diferentes condições iniciais. Nos sistemas fechados o estado de
equilíbrio é dado pelas condições iniciais.
(Barcellos & Moré, 2007; Osorio, 2002;Vasconcellos, 2010)
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A TEORIA GERAL DOS SISTEMAS:
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS
A Teoria Geral dos Sistemas também fez uso do conceito de retroalimentação ou feedback que emergiu na
Cibernética, o qual garante a circulação de informações entre elementos do sistema.
A retroalimentação pode ser negativa, o que acontece quando esse mantém a homeostase, ou positiva, ocorre
quando o sistema responde pela mudança sistêmica (morfogênese) (Vasconcellos, 2010).
O autor não queria se afastar do referencial da ciência tradicional e por isso manteve-se preso ao pressuposto de
objetividade.
Ele acreditava em um mundo hierarquicamente organizado, em uma realidade independente do observador
(Capra, 2006).
07/10/2024
A CIBERNÉTICA
07/10/2024
A CIBERNÉTICA
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A CIBERNÉTICA DE 1ª ORDEM
1ª CIBERNÉTICA
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A CIBERNÉTICA DE 1ª ORDEM
2ª CIBERNÉTICA
Os conceitos de input e output persistem, mas aparece o conceito de feedback (criado por Wiener e
Bigelow) e de causalidade circular retroativa e recursiva.
Assim, aqui tem origem o pressuposto da instabilidade, o qual baseia-se na noção do mundo como em
um processo de constante transformação, no qual há a indeterminação e, por isso, alguns fenômenos
são imprevisíveis e irreversíveis, e, portanto, incontroláveis (Vasconcellos, 2010).
07/10/2024
A CIBERNÉTICA DE 2ª ORDEM
A Cibernética de 2ª ordem também é chamada de Si-Cibernética porque Edgar Morin propôs um movimento
que ultrapassasse a Cibernética: a Si-Cibernética.
O prefixo si é o elemento da preposição grega sun que significa "estar junto", o que marca a obrigação
recíproca entre as partes.
O físico Heinz Von Foster é responsável pela noção de sistemas observantes, de acordo com o qual o
observador, incluindo-se no sistema que observa, se observa observando (Vasconcellos, 2010).
A partir da noção de sistemas observantes, a Cibernética tomou a si mesma como objeto de estudo e surgiu,
então, a Cibernética de 2ª ordem, também chamada de construtivismo ou visão construtivista, pois
pressupõe o observador como parte do sistema observado (Osorio, 2002; Vasconcellos, 2010).
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A CIBERNÉTICA DE 2ª ORDEM
07/10/2024
A TEORIA DA COMUNICAÇÃO
07/10/2024
A PRÁTICA SISTÊMICA NO CAMPO DA PSICOLOGIA
Até a década de 1940, o campo da Psicologia Clínica a prática terapêutica era orientada pela Psicanálise e a ideia
hegemônica era a de que o comportamento humano era regido por forças intrapsíquicas.
Como consequência da Segunda Guerra Mundial, houve um movimento de união das famílias e tornaram-se mais
fortes as críticas à Psicanálise por não dar a ênfase necessária aos contextos ambientais.
A Teoria Sistêmica passa a ganhar força trazendo a proposta de mudança no foco das teorias clínicas do indivíduo
para os sistemas humanos, ou seja, do intrapsíquico para o interrelacional.
Dessa forma, nas décadas de 50 e 60, ocorre um movimento de combinação entre abordagens já consolidadas,
tais como a psicanalítica e novos conceitos baseados na Teoria dos Sistemas, na Cibernética e na Teoria da
Comunicação.
07/10/2024
A PRÁTICA SISTÊMICA NO CAMPO DA PSICOLOGIA
De acordo com a Perspectiva Sistêmica, os sistemas devem ser vistos como estruturas organizadas
hierarquicamente que precisam ser analisadas em sua totalidade:
Aspectos macrossociais
As culturas das comunidades locais
Níveis mais proximais (ou de microanálise), como as escolas e a família (Sifuentes, Dessen & Oliveira, 2007).
Conforme Grandesso (2000), a mudança de foco do intrapsíquico para o interrelacional representou uma
transformação paradigmática das práticas da Psicologia.
A ênfase passa a ser dada aos contextos, formula-se a postulação de uma causalidade circular retroativa e
recursiva para os fenômenos e amplia a compreensão da pessoa humana para além do psicológico.
07/10/2024
A PRÁTICA SISTÊMICA NO CAMPO DA PSICOLOGIA
Böing et al. (2009) ressaltam que, de acordo com a Perspectiva Sistêmica, a escuta psicológica é vista uma
estratégia para considerar seres humanos em contextos de forma que as ações sempre partam do contexto e
sejam dirigidas para o contexto.
O profissional de Psicologia, nesse cenário, desempenha um papel de mediador e catalisador das potencialidades
e dos recursos, tanto das pessoas em si, como da comunidade, na satisfação das necessidades e na melhora da
qualidade de vida.
O psicólogo, juntamente aos demais profissionais da equipe de saúde, coordena ações que levem à ampliação da
situação apresentada, criam contextos de autonomia e favoreçam a mudança (Moré & Macedo, 2006;
Vasconcellos, 2008).
07/10/2024
A PRÁTICA SISTÊMICA NO CAMPO DA PSICOLOGIA
O Pensamento Sistêmico passa a ser o substrato de propostas de intervenção para a clínica de família.
A adoção da Perspectiva Sistêmica implica em entender a família como um sistema complexo, composto por vários
subsistemas que se influenciam mutuamente, tais como o conjugal e o parental (Kreppner, 2000).
O estudo de Costa (2010) apresenta as diferentes Escolas de Terapia Familiar, desde aquelas fortemente
influenciadas pela Cibernética até aquelas que assimilaram as contribuições do Construtivismo e do
Construcionismo Social.
07/10/2024